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Escola Maria Ilka de Queirós e Almeida

Professor: Fábio Marçal Data ___/___/___ Nome: _________________________

Fábula é uma narração fantástica, cujos personagens geralmente são animais.


Nas fábulas, os animais pensam, falam e agem como seres humanos. Toda fábula encerracom uma lição de
moral.
As fabulas são histórias contadas há muitos anos em várias partes do mundo. Elas servempara transmitir uma
moral, isto é, um ensinamento ou um conselho.
Esopo foi um escravo grego que viveu há cerca de 2500 anos e que tinha o dom de criar histórias, a maioria
delas continham personagens animais que agiam como seres humanos. Pormeio dessas histórias Esopo criticava
comportamentos humanos que considerava errado.
O escritor francês La Fontaine inspirou-se em Esopo para escrever suas fábulas.

A coruja e a águia
Coruja e águia, depois de muita briga resolveram fazer as pazes.
– Basta de guerra — disse a coruja.
– O mundo é grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes umada outra.
– Perfeitamente — respondeu a águia.
– Também eu não quero outra coisa.
– Nesse caso combinemos isso: de agora em diante não comerás nunca os meusfilhotes.
– Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes?
– Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem-feitinhos de corpo,alegres, cheios de uma
graça especial, que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.
– Está feito! — Concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro,que piavam de bico
muito aberto.
– Horríveis bichos! — disse ela. — Vê-se logo que não são os filhos da coruja.E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente odesastre e foi ajustar
contas com a rainha das aves.
– Quê? — disse esta admirada. — Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois,olha não se pareciam nada
com o retrato que deles me fizeste…
Moral da história: Para retrato de filho ninguém acredite em pintor pai. Já diz o ditado:quem ama o feio,
bonito lhe parece.

O burro que vestiu a pele de um leão


Um burro encontrou uma pele de leão que um caçador tinha deixado largada na floresta. Na mesma hora o
burro vestiu a pele e inventou a brincadeira de se esconder numa moita e pular fora sempre que passasse algum
animal. Todos fugiam correndo assim que o burro aparecia. O burro estava gostando tanto de ver a bicharada
fugir dele correndo que começou a se sentir o rei leão em pessoa e não conseguiu segurar um belo zurro de
satisfação. Ouvindo aquilo, uma raposa que ia fugindo com os outros parou, virou-se e se aproximou do burro
rindo:
– Se você tivesse ficado quieto, talvez eu também tivesse levado um susto. Mas aquele zurro bobo estragou
sua brincadeira!
Moral: Um tolo pode enganar os outros com o traje e a aparência, mas suas palavras logoirão mostrar quem
ele é de fato.
(ASH, Russel; HIGTON, Bernard (Comp.). Fábulas de Esopo. Tradução Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia
das Letrinhas, 1994. p. 70.)

O pulo do gato
A raposa andava maluca para pegar o gato. Mas ela sabia, como todo mundo sabe, que gato é o maior mestre
pulador e nem adiantava tentar agarrá-lo. Com um salto de banda, o danado sempre se safava.

Decidiu então a raposa usar a esperteza. Chegou-se para o gato e propôs a paz:
– Chega de correr um atrás do outro, mestre gato. Vamos agora viver em paz!
– Não é bem assim, comadre raposa – corrigiu o gato – Não é um que corre atrás do outro,é “uma”, que é a
senhora, que corre atrás do “outro”, que sou eu…
– Bom, de qualquer forma, vamos fazer as pazes, amigo gato. Como o senhor é mestre em pulos, proponho
que, para celebrar nosso acordo de amizade, o senhor me dê um curso de pulos, para eu ficar tão puladora
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como o senhor. Pago-lhe cada lição com os mais saborosos filés de rato que o senhor já experimentou!
O gato aceitou e começaram as lições no mesmo dia. A raposa era aluna dedicada e o gato, ótimo professor.
Ensinou o salto de banda, o salto em espiral, o cambalhota-simples, o cambalhota-com-pirueta, o duplo-mortal,
o triplo-mortal e até o saca-rolha-composta. A raposa todos eles aprendia, praticava depois das aulas e, logo, já
estava tão mestre em pulos quanto ogato.
Decidiu então que já era chegada a hora de colocar em prática seu plano sinistro. No começo de outra aula,
esgueirou-se por trás do gato e deu um bote, caprichando no salto mais certeiro que o mestre lhe tinha ensinado!
E o gato? Deu um volteio de banda, rolou no ar, e a raposa passou chispando por ele, indo esborrachar-se num
toco de aroeira.
Ainda meio tonta da queda, a raposa voltou-se para o gato e protestou:
– Mas mestre gato, esse pulo o senhor não me ensinou!
– Não ensinei, nem ensino! – riu-se o gato – Esse é o segredo que me salva de malandroscomo a senhora,
comadre raposa. Esse é o pulo do gato!
Paulo Bandeira. “O pulo do gato”. In: Nova Escola, p. 48. São Paulo, Abril, 1991.

O Leão e o rato
Uma vez, quando o leão estava dormindo, um ratinho pôs-se a passear em suas costas. Isso logoacordou o leão,
que segurou o bichinho com sua enorme pata e abriu a grande mandíbula, para engoli- lo.
– Perdão, rei dos animais, gritou o ratinho. Deixe-me ir, não o importunarei mais. Quem sabe se um dia não
conseguirei pagar-lhe esse favor?
O leão riu-se muito ao pensar na possibilidade de o ratinho ajudá-lo em alguma coisa. Afinal, soltou-o.
Algum tempo depois, o leão caiu numa armadilha. Os caçadores, que desejavam levá-lo vivo ao rei,
amarraram-no numa árvore, enquanto iam providenciar um vagão para transportá-lo. Nesse momento,apareceu o
ratinho. Vendo o apuro em que se encontrava o leão, num instante roeu as cordas que o prendiam à árvore.
– Eu não disse que talvez um dia pudesse ajudá-lo? Lembrou o rato.

O burro e o grilo
Vinha um burro certa vez, alegremente a trotar, quando parou de repente, para ouvir um grilo cantar.
– Que maravilhoso canto! Cante outra vez para mim. Eu tudo, tudo faria, parapoder cantar assim. Ele canta
muito bem e eu só consigo zurrar. Se eu comesse o que ele come, talvez pudesse cantar. Escute aqui,
amiguinho, você quando está com fome, também gosta de capim? Diga-me o que você come.
– Ora, ora, eu como pouco, isso nem me dá trabalho. Minha comida aqui está:Eu me alimento de orvalho.
– Só de orvalho? Oh, muito bem, pois vou comê-lo também.
Desse dia em diante o coitado do burrinho de tanto comer orvalho ficou magrinho, magrinho. Depois tentou
cantar, mas só conseguiu zurrar.
O grilo que nesse instante, de seu galho tudo ouvia, perguntou:
– "Que foi que houve? Por que essa gritaria?"
– Ai, amigo! Estou tão fraco, estou magro como o quê. De tanto comerorvalho, para cantar como você.
– Ora essa, que tolice! Não queira igualar-se a mim. Os burros devem zurrare devem comer capim.
Moral: Pois que lhe sirva de lição, e que aprenda de uma vez: cada qual comseu destino, cada qual como deus
fez.

A Cegonha e a Raposa
Um dia a raposa, que era amiga da cegonha, convidou-a para um jantar. Mas preparou para a amiga uma
porção de comidas moles, líquidas,que ela servia sobre uma pedra lisa.
Ora, a cegonha, com seu longo bico, por mais que se esforçasse só
conseguia bicar a comida, machucando seu bico e não comendo nada. A raposa insistia paraque a cegonha
comesse, mas ela não conseguia, e acabou indo para casa com fome.
Então, a cegonha, em outra ocasião, convidou a raposa para jantar com ela.
Preparou comidas cheirosas e colocou em vasos compridos e altos, onde seu bico entrava com facilidade, mas
o focinho da raposa não alcançava. Foi a vez da raposa voltarpara casa desapontada e faminta.
MORAL: "Não faça aos outros o que não quer que lhe façam."1- Quem são as personagens da fábula?
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O Leão e o ratinho
Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado, sossegado, à sombra de uma boa árvore, quando foi
acordadopor uns ratinhos que vieram passear em cima dele.
Um dos ratinhos passou correndo sobre a cara do leão que com um rápido salto, capturou-o e já estava pronto
para matá-lo. Então o ratinho suplicou:
– se o senhor poupar a minha vida, um dia retribuirei sua bondade.
O leão achou muito engraçado o pedido e acabou poupandoa vida do pequeno roedor.
Alguns dias depois, o leão foi capturado por caçadores que o amarraram com fortes cordas a uma árvore. O
leão não conseguia se soltar e fazia a floresta inteira tremer com seusurros de raiva.
Um pouco depois, o ratinho passou por lá, ouviu os urros e viu o leão todo amarrado. Imediatamente, com
seus dentinhosafiados, começou a roer as cordas e soltou o felino.
Moral da história: os pequenos amigos podem se revelar grandes aliados.
Fábula de esopo. São paulo: companhia das letrinhas, 1994, p. 38, versão de mary franci

O sapo e o boi
O sapo coaxava no brejo quando viu um boi se aproximar do rio para beber água.Cheio de inveja, ele disse
para os amigos:
– Querem ver como eu fico do tamanho desse animal?
– Impossível! – respondeu o pato.
– Absurdo! – comentou a coruja.
– Esqueça! – disse a garça.
Então, para o espanto de todos, o sapo estufou abarriga e aumentou de tamanho.
– Viram só? Eu não disse que conseguiria? – gabou-seo sapo.
– Pois fique sabendo que você não conseguiu alcançar nem as patas dele! – comentoua garça.
Inconformado, o sapo continuou a estufar.
– E agora, já estou do tamanho dele? perguntou novamente.
– Só se for do tamanho de um bezerro – respondeu o pato. – E é bom você parar comisso antes que se
machuque.
– Só vou parar quando ficar maior que o boi!
Sem dar ouvidos aos amigos, o sapo estufou tanto que explodiu como um balão de gás.
– É nisso que dá não se conformar com o que se é... – disse a coruja, que não pensavaem outra coisa a não ser
continuar sendo ela mesma.
Não tente imitar os outros.Seja sempre você mesmo
Fábulas – Esopo
O leão e o cordeiro
Estava o cordeiro a beber água num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado,dehorrendo aspectos.
– Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? ─ disse o monstro, arreganhando os dentes.
– Espere que vou castigar tamanha má-criação!...
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
– Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim? Era verdade aquilo e o
lobo atrapalhou-se com a resposta, mas não deu o rabo a torcer.
– Além disso ─ inventou ele ─ sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
– Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?Novamente confundido pela voz da
inocência, o lobo insistiu:
– Se não foi você foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
– Como poderia ser seu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não venceria o pobrezinho, veio com razãode lobo faminto:
– Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!E ─ nhoque ─ sangrou-o no pescoço.
Moral: Contra a força não há argumentos.
Monteiro Lobato
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O burro e o cão
Um homem tinha um cão e um burro.
Gostava muito de brincar com o cão. Jogava-lhe gulodices e fazia-lhe muitas festas.O burro foi ficando com
ciúmes:
– A final, que faz esse cãozinho para ter tantas regalias? Ele salta em volta de nossodono, lambe-lhe as mãos,
dá a patinha. Nada de extraordinário. Posso Fazer igual.
E se bem pensou, melhor fez: Assim que o dono se aproximou, começou a saltar-lhe aoredor e logo lhe pôs
as duas patas no peito.
O dono, é claro, machucou-se. Furioso, mandou que recolhessem o burro a pauladas eo amarrassem na cerca.
Muito desapontado, nosso amigo lá ficou a tarde inteira.No fim do dia, tinha concluído:
– Nada adianta querermos ter talentos que não temos. Nada sai com graça.

O cão e seu reflexo


Um cão estava se sentindo muito orgulhoso de si mesmo. Achara um enorme pedaço de carne e a levava na
boca, pretendendo devorá-lo em paz em algum lugar.
Ele chegou a um curso rio e começou a cruzar a estreita ponte que o levava para o outro lado. De repente,
parou e olhou para baixo. Na superfície da água, viu seu próprio reflexo brilhando.
O cão não se deu conta que estava olhando para si mesmo. Julgou estar vendo outro cão com um pedaço de
carne na boca.
Opa! Aquele pedaço de carne é maior que o meu, pensou ele. Vou pegá-lo e correr. Dito efeito. Largou seu
pedaço de carne para pegar o que estava na boca do outro cão. Naturalmente,seu pedaço caiu na água e foi
parar bem no fundo, deixando-o sem nada.
MORAL: Quem tudo quer tudo perde.
Esopo

A formiga e a pomba
Uma formiga sedenta veio à margem do rio para beber água. Para alcançá-la, devia descer por uma folha de
grama. Quando assim fazia, escorregou e caiu dentro da correnteza.
Uma pomba, pousada numa árvore próxima, viu a formiga em perigo. Rapidamente, arrancou uma folha da
árvore e deixou-a cair no rio, perto da formiga, que pôde subir nela e flutuar até a margem.
Logo que alcançou a terra, a formiga viu um caçador de pássaros, que se escondia atrásduma árvore, com uma
rede nas mãos. Vendo que a pomba corria perigo, correu até o caçadore mordeu-lhe o calcanhar. A dor fez o
caçador largar a rede e a pomba fugiu para um ramo maisalto.
De lá, ela arrulhou para a formiga:
– Obrigada, querida amiga.
"Uma boa ação se paga com outra."
Fábula de Esopo

Assembleia dos ratos


Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha que ossobreviventes, sem
ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão. Aguardaram
para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos mios pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
– Acho – disse um deles – que o meio de nos defendermos de Faro-Fino é lhe atarmosum guizo ao pescoço.
Assim que ele se aproxime, o guizo o denuncia e pomo-nos ao fresco a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votoucontra, um rato
casmurro, que pediu a palavra e disse – Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de
Faro-Fino?

Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos,porque não tinham
coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
Dizer é fácil; fazer é que são elas!
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A pomba e a formiga
Uma formiga sedenta veio à margem do rio para beber água.
Para alcançá-la, devia descer por uma folha de grama. Quando assim fazia, escorregou e caiu dentro da
correnteza.
Uma pomba, pousada numa árvore próxima, viu a formiga em perigo.
Rapidamente, arrancou uma folha da árvore e deixou-a cair no rio, perto da formiga, quepode subir nela e
flutuar até a margem.
Logo que alcançou a terra, a formiga viu um ca•çador de pássaros, que se escondiaatrás duma árvore, com
uma rede nas mãos.
Vendo que a pomba corria perigo, correu até o ca•çador e mordeu-lhe o calcanhar. A dorfez o caçador largar
a rede e a pomba fugiu para um ramo mais alto.
De lá, ela arrulhou para a formiga:
– Obrigada, querida amiga.
“Uma boa ação se paga com outra”.

O homem, seu filho e o burro


Um homem ia com o filho levar um burro para vender no mercado.
– O que você tem na cabeça para levar um burro estrada afora sem nada no lombo enquanto você se cansa? –
disse um homem que passou por eles.
Ouvindo aquilo, o homem montou o filho no burro, e os três continuaram seu caminho
– Ô rapazinho preguiçoso, que vergonha deixar o seu pobre pai, um velho andar a péenquanto vai montado!
– disse outro homem com quem cruzaram.
O homem tirou o filho de cima do burro e montou ele mesmo. Passaram duas mulheres euma disse para a
outra:
– Olhe só que sujeito egoísta! Vai no burro e o filhinho a pé, coitado...
Ouvindo aquilo, o homem fez o menino montar no burro na frente dele. O primeiro viajanteque apareceu na
estrada perguntou ao homem:
– Esse burro é seu?
O homem disse que sim. O outro continuou:
– Pois não parece, pelo jeito como o senhor trata o bicho. Ora, o senhor é que devia carregaro burro em lugar de
fazer com que ele carregasse duas pessoas.
Na mesma hora o homem amarrou as pernas do burro num pau, e lá se foram pai e filho aos tropeções
carregando o animal para o mercado. Quando chegaram, todo mundo riu tanto que o homem, enfurecido, jogou
o burro no rio, pegou o filho pelo braço e voltou para casa.
Moral: Quem quer agradar todo mundo no fim não agrada ninguém.
Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia das Letrinhas

Podia ser pior


Isaac, um judeu pobre, foi pedir um conselho a um rabino.
– Rabino, diga-me o que fazer exclamou. _ Sou um homem pobre. Tão pobre que minha mulher, meus seis
filhos, meus sogros e eu temos que viver todos juntos. Estamos tão cheios uns dos outros que brigamos o tempo
inteiro. É um inferno ter que viver com tanta gente num barraco de um cômodo. Não aguento mais. Eu preferia
me enforcar a voltar para casa.
O rabino pensou no problema por alguns instantes.
– Meu filho _ disse ele então _ , se você fizer o que vou lhe dizer, garanto que sua condição vaimelhorar.
– Faço o que o senhor disser, se for para acabar com essa loucura _ prometeu Isaac.
– Quantos animais você tem? _ perguntou o sábio rabino.
– Uma cabra, uma vaca e algumas galinhas.
– Vá para casa e ponha todos os animais para dentro, para que vivam com você.
Isaac ficou horrorizado com a ideia, mas ele queria manter sua promessa. Então voltou para casa e seguiu o
conselho do rabino.
Dois dias depois Isaac voltou ao rabino.
– Rabino – exclamou ele – Eu fiz como o senhor mandou: pus todos os animais dentro de casa. Agora me
arrependo de ter prometido lhe obedecer, pois as coisas ainda estão piores. Não aguento nemmais um dia dessa
loucura. Por favor, me ajude!
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– Bem, filho _ respondeu o rabino –, então vá para casa e ponha as galinhas para fora. Que Deuso ajude.
Assim, o pobre Isaac voltou para casa e enxotou as galinhas. Dois dias depois ele voltou ao rabino.
– Rabino, – exclamou – , não aguento mais. A cabra está destruindo tudo dentro de casa. Queroque ela saia!
– Então vá para casa e ponha a cabra para fora – disse o rabino. – Que Deus o ajude.
Isaac voltou para casa e enxotou a cabra. Dois dias depois ele voltou ao rabino.
– Rabino – suplicou – não aguento mais. A vaca está fazendo uma bagunça na minha casa. Elaprecisa sair.
Mais uma vez Isaac foi para casa e pôs a vaca para fora.
Muito tempo se passou. Então, um dia Isaac voltou ao rabino, radiante de felicidade.
– Obrigado , rabino – ele sorriu. – O senhor mudou a minha vida! Desde que pus os animais para fora, minha
casa tornou-se limpa e tranquila. Estamos todos muito felizes agora. Deus realmente nos abençoou.

FÁBULAS do mundo todo: Esopo, Leonardo da Vinci, Andersen, Tolstoi e muitos outros...
São Paulo: Melhoramentos, 2004.

O pastor e o lobo
Um pastor costumava levar seu rebanho para bem longe da aldeia. Fazia então umabrincadeira de mau gosto:
– Socorro! Socorro! – gritava. Os lobos estão atacando os meus carneiros!As pessoas largavam o que estavam
fazendo e corriam para ajudá-lo.
O pastor torcia-se de rir, pois não havia lobo algum.
Um dia apareceram lobos de verdade. Enquanto eles devastavam o rebanho, o pastor,horrorizado, gritava:
– Socorro! Socorro! Corram, senão vão chegar tarde!
As pessoas pouco se incomodaram. Pensavam que o gozador estava fazendo mais umadas suas.
E assim, ele perdeu todos os seus carneiros.Triste, disse ele com seus botões:
– Os mentirosos só ganham uma coisa: não serem acreditados nem quando dizem averdade.
(GÄRTNER, Hans; ZWERGER, Lisbeth (Comp.). 12 fábulas de Esopo. Tradução Fernanda Lopes de
Almeida. 7. ed. Rio de Janeiro: Ed. Ática, 2003.)

A lebre e a tartaruga
Certo dia uma lebre topou com uma tartaruga e, ao ver como ela andava devagar, caiu narisada e fez muita
troça.
– Como você é lenta e desajeitada – disse a lebre. – É tão desengonçada, andando comessa sua concha pesada,
que até admira que consiga chegar a algum lugar.
A tartaruga deteve-se na estrada poeirenta, levantou a cabeça, virou-se para alebre e sorriu.
– Então vamos apostar uma corrida – disse ela.
– Na hora que você escolher. Aposto dez moedas por dez quilômetros.A lebre se pôs a dar pulos toda animada.
– O quê! Dez moedas? Podemos começar agora mesmo? Só dez quilômetros? E sem esperar pela resposta da
tartaruga, disparou pela estrada.
A tartaruga saiu atrás, com toda a lentidão. Sem olhar para trás nem para os lados, foiseguindo a passo firme
e regular pela estrada.
Num instante, a grande velocidade da lebre deu-lhe uma grande dianteira, e ela, rindo consigo, virou-se para
ver a que distância se encontrava a tartaruga. Não conseguiu avistá-la, e, como estava um pouco cansada e achou
que um descanso seria muito agradável, acomodou-se aolado de uma placa da estrada, para tirar uma soneca.
– Vou dormir um pouco – disse ela. – Tenho muito tempo, e se a minha vagarosa amiga passar por aqui
enquanto eu estiver dormindo, eu acordo, alcanço-a, e ainda assim venço a corridacom facilidade.
A tartaruga, enquanto isso, ia avançando, e depois de muito, mas muito tempo, chegou à placa da estrada,
embaixo da qual a lebre roncava sonoramente. A tartaruga não parou. Sem hesitar, foi em frente, levando às
costas o seu grande casco, rumo ao distante marco de chegada.
A lebre, muito confiante na própria vitória, dormiu a sono solto ao sol. Quando finalmente acordou, já era
quase noite: ela tinha dormido demais! Piscou, pôs-se de pé com um pulo, olhou deum lado e de outro e saiu em
disparada. Embora corresse mais rápido do que o vento, não conseguiu alcançar a tartaruga. Quando atingiu o
marco de chegada, a tartaruga já estava lá, sorrindo calmamente consigo mesma.
Moral: Devagar se vai ao longe.
Mathias, R. Fábulas de Esopo.São Paulo: Círculo do livro, 1983
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Era domingo e a bicharada estava reunida.


A lebre que se acha muito rápida fez um desafio:
– Nunca perdi uma única corrida em toda a minha vida. Desafiotodos a tentarem me vencer.
A tartaruga aceitou imediatamente.
– Moleza! — zombou a lebre.
– Não tenha tanta certeza! – disse a tartaruga calmamente.A raposa foi escolhida para ser a juíza da prova.
Ao sinal as duas partiram.
A lebre saiu em disparada e a tartaruga ia bem devagarzinho.
Lá na frente, a lebre olhou para trás e nada da tartaruga. Então, deitou em baixo de uma árvoree acabou pegando
num sono profundo que até sonhou.
A tartaruga continuou a caminhada e acabou passando a lebre.
Quando a lebre acordou, era tarde demais, pois a tartaruga estava cruzando a linha de chegadae toda a floresta
estava em festa comemorando a vitória da tartaruga.
Fábula de Esopo.
O macaco e o crocodilo
O macaco vivia numa mangueira perto da margem do rio. Certo dia, um crocodilo se aproximou.
“ Humm”, o crocodilo pensou, “ Estou com vontade de comer coração de macaco no jantar”Então, ele disse
para o macaco:
– Desça da árvore para brincar comigo.
– Eu não posso brincar com estranhos – respondeu o macaco :
– Mas eu quero lhe mostrar uma mangueira do outro lado do rio, que dá mangas muito melhores do que sua
árvore.
– É mesmo? –exclamou o macaco. –Mas eu não sei nadar.
– Não tem problema –sorriu o crocodilo. –Pule nas minhas costas que eu o ajudo a atravessar o rio.
O macaco pulou nas costas do crocodilo. Logo estavam no meio do rio.
De repente, o crocodilo começou a mergulhar, com o macaco ainda em suas costas.
– Socorro ! Pare ! Estou me afogando ! – gritou o macaco.
– Segure-se – o crocodilo sorriu. – Eu vou afogá-lo, pois quero comer coração de macacono jantar, e você foi
burro suficiente para confiar em mim.
– Ah – lamentou- se o macaco. – Eu gastaria que tivesse me contado a verdade.Ai eu teria trazido meu coração
comigo.
– Quer dizer que você deixou seu coração na mangueira ? – perguntou, descrente, o crocodilo.
– Mas é claro – respondeu o macaco. –Nesta selva perigosa os macacos não correm porai com seus corações.
Nós os deixamos em casa. Mas vou lhe dizer o que podemos fazer. Você me leva para mangueira com frutas
maduras, do outro lado do rio, e depois podemos voltar para pegar o meu coração.
– Nada disso – desdenhou o crocodilo. – Vamos voltar e pegá-lo agora mesmo! Segure-se aí !
– Tudo bem. – concordou o macaco.
Então o crocodilo deu meia volta e rumou para a mangueira do macaco. Assim que eles chegaram à margem,
o macaco subiu a árvore e jogou uma manga na cabeça do crocodilo.
– Meu coração está aqui em cima, crocodilo estúpido! – disse ele. – Se quiser comê-lo, vai ter de subir até
aqui e pegar !
(O macaco e o crocodilo.Fábula do mundo todo. São Paulo. Editora Melhoramento, 2004 pp. 35-36.)

A onça doente
A onça caiu da árvore e por muitos dias esteve de cama seriamenteenferma e como não podia caçar, padecia
de fome. Em tais apuros imaginou um plano.
– comadre iara – disse ela – corra o mundo e diga à bicharada queestou à morte e exijo que venham visitar-
me. A iara partiu, deu o recado e os animais, um a um, principiaram avisitar a onça.
Vem o veado, vem a capivara, vem a cutia, vem o porco do mato.Veio também o jabuti.
Mas o finório jabuti, antes de penetrar na toca, teve a lembrançade olhar para o chão. Viu na poeira só rastros
entrantes, não viu nenhum rastro sainte e desconfiou:
– hum!... Parece que nesta casa quem entra não sai. O melhor é, emvez de visitar a nossa querida onça doente
é rezar por ela... E foi o único que se salvou.
Monteiro Lobato. Fábulas. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1972.
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A galinha e os ovos de ouro


Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua galinha tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu
para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:
– Veja! Estamos ricos!
Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço.
Na manhã seguinte, a galinha pôs um outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço. E assim
aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, maisdinheiro queria. E pensou: "Se
esta galinha põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!"
Matou a galinha e, por dentro, ela era igual a qualquer outra.
MORAL: quem tudo quer tudo perde.

O leão e o javali
Num dia muito quente, um leão e um javali chegaram juntos a um poço. Estavam com muita sede e começaram
a discutir para ver quem beberia primeiro. Nenhum cedia a vez ao outro. Já iam atracar-se para brigar, quando o
leão olhou para cima e viu vários urubus voando.
– Olhe lá! – disse o leão. – Aqueles urubus estão com fome e esperam para ver qualde nós dois será derrotado...
– Então é melhor fazermos as pazes – respondeu o javali. – Prefiro ser seu amigo aser comida de urubus.
Moral: Diante de um perigo maior, é melhor esquecermos as pequenas rivalidades.
(Esopo. Fábulas de Esopo.)

O galo que logrou a raposa


Um velho galo matreiro, percebendo a aproximação da raposa, empoleirou-se numa árvore. A raposa,
desapontada, murmurou consigo: “…Deixa estar, seu malandro, que já te curo!…” E em voz alta:
– Amigo, venho contar uma grande novidade: acabou-se a guerra entre os animais. Lobo e cordeiro, gavião e
pinto, onça e veado, raposa e galinha, todos os bichos andam agora aos beijos, como namorados. Desça desses
poleiros e venha receber o meu abraço de paz e amor.
– Muito bem! –exclamou o galo. Não imagina como tal notícia me alegra! Que beleza vai ficar o mundo,
limpo de guerras, crueldades e traições! Vou já descer para abraçar a amiga raposa, mas… como lá vem vindo
três cachorros, acho bom esperá-los, para que eles também tomem parte da confraternização.
Ao ouvir falar em cachorros, dona raposa não quis saber de histórias, etratou de pôr-se a fresco, dizendo:
– Infelizmente, amigos Có-ri-có-có, tenho pressa e não posso esperar pelos amigoscães. Fica para outra vez
a festa, sim? Até logo.
E raspou-se.
Contra esperteza, – esperteza e meia.

A rã e o rato
Um Rato em busca de aventuras corria sem medo próximo a margem de uma lagoa, ondevivia uma Rã.
Quando a Rã viu o Rato, ela nadou até a margem, e disse coachando:
– Você não quer me visitar? Prometo que, se aceitar meu convite, não vai se arrepender…
Bem educado, o Rato aceitou a oferta sem pestanejar. Queria conhecer o mundo em seusmaiores detalhes, e
aquela parecia uma boa oportunidade.
Porém, consciente de que não sabia nadar, e que não era um animal da água, acabou pordizer que não entraria
na lagoa sem ajuda.
Pensando em como ajudá-lo, a Rã teve uma ótima ideia. Amarrou uma das patas do Ratoem sua fibra de junco,
pulou dentro da lagoa com seu ingênuo companheiro.
Satisfeito, o Rato desejava o quanto antes voltar para terra firme. Maso traiçoeiro anfíbio
tinha outros planos. Aproveitando-se do fato de que ele estava preso a ela, aRã puxou para as profundezas do
lago, para afogá-lo.
Contudo, para a infelicidade do animal, um Falcão sobrevoava o lago, e percebeu tanto oRato que boiava na
água, como a Rã que tentava se desprender da fibra que a prendia ao já morto animal.
Com um voo rasante, suas fortes garras seguraram tanto a Rã como o Rato. E um só golpe, a Ave de rapina
capturou ambos, com um farto jantar naquele dia.
Moral: Aquele que sempre procura prejudicar os outros através de suas próprias artimanhas, acaba
machucando a si mesmo Autor: Esopo
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A RAPOSA E O CORVO
O corvo conseguiu arranjar um pedaço de queijo em algum lugar. Saiu voando, com o queijo no bico, até
pousar numa árvore.
Quando viu o queijo, a raposa resolveu se apoderar dele. Chegou ao pé da árvoree começou a bajular o corvo:
– Ó senhor corvo! O senhor é certamente o mais belo dos animais! Se souber cantar tão bem quanto a sua
plumagem linda, não haverá ave que possa se comparar aosenhor.
Acreditando nos elogios, o corvo pôs-se imediatamente a cantar para mostrar sualinda voz. Mas, ao abrir o
bico, deixou cair o queijo. Mais que depressa, a raposa abocanhou o queijo e foi embora.
Moral: Cuidado com quem muito elogia.
Os viajantes e o urso
Dois viajantes estavam andando juntos quando, na estrada, encontraram um urso.
Um dos homens, apavorado, sem pensar no companheiro, subiu depressa a uma árvore,escondendo-se ali. O
outro, vendo que não tinha saída possível, sozinho contra o urso, percebeuque só lhe restava atirar-se ao chão e
fingir que estava morto, pois ouvira dizer que o urso jamaistoca em mortos.
E ali ficou, enquanto o urso se aproximava e cheirava-lhe a cabeça. O urso ouviu bem seu nariz, seus ouvidos,
seu coração, e como o homem conservou-se imóvel o urso se retirou. Como não ouviu nem a respiração, supôs
que ele estivesse morto e foi embora.
Quando o urso já estava bem longe, o companheiro desceu da árvore e perguntou:
– O que o urso cochichou em seu ouvido?
– Ora, não me disse segredo algum. Apenas recomendou-me que fosse cauteloso quando estivesse em
companhia daqueles que, diante de uma dificuldade, abandonam os amigos em apuros. – respondeu o amigo
abandonado.
Moral da História: “Na hora das dificuldades que conhecemos os verdadeiros amigos”
*Fábulas de **Esopo
A raposa e a cegonha
Um dia, a raposa foi visitar a cegonha e convidou-a para jantar.
Na noite seguinte, a cegonha chegou à casa da raposa.
– Que cheiro! – disse a cegonha ao ver a raposa a fazer o jantar.
– Vem comer. – disse a raposa, olhando o comprido bico da cegonha e rindo para si mesma.
A raposa, que tinha feito uma saborosa sopa, serviu-a em dois pratos rasos e começou alamber a sua. Mas a
cegonha não conseguiu comer: o bico era demasiado comprido e estreito eo prato muito plano. Era, porém, muito
educada para se queixar e voltou para casa cheinha de fome.
Claro que a raposa achou a situação uma grande piada.
A cegonha pensou, voltou a pensar e achou que a raposa merecia uma lição. E convidou-a também para jantar.
Fez uma apetitosa e bem cheirosa sopa, tal como a raposa tinha feito. Porém, desta vez serviu-a em jarros muito
altos e estreitos, totalmente apropriados para enfiar oseu bico.
– Anda, vem comer amiga Raposa, a sopa está simplesmente deliciosa. – provocou a cegonha, fazendo ar de
anjo. Mas a raposa não conseguiu comer nada: os jarros eram muito altos e estreitos.
– Muito obrigada, amiga Cegonha, mas não tenho fome nenhuma. – respondeu a raposa com um ar muito
pesaroso. E voltou para casa de mau humor, porque a cegonha lhe tinha retribuído a partida.
MORAL : Nunca faça aos outros, o que não gostaria que fizessem a você.

O macaco e o coelho
Um macaco e um coelho fizeram a combinação de um matar as borboletas e outro mataras cobras.
Logo depois o coelho dormiu. O macaco veio e puxou-lhe as orelhas.
– Que é isso? – gritou o coelho, acordando dum pulo.O macaco deu uma risada.
– Ah, ah! Pensei que fossem duas borboletas.
O coelho danou com a brincadeira e disse lá consigo: “ Espere que te curo”.
Logo depois o macaco se sentou numa pedra para comer uma banana. O coelho veio portrás, com um pau, e
lept! – pregou-lhe uma paulada no rabo.
O macaco deu um berro, pulando para cima duma árvore a gemer.
– Desculpe-me, amigo – disse lá de baixo o coelho. – Vi aquele rabo torcido em cima dapedra e pensei que
fosse cobra. Foi desde aí que o coelho, de medo do macaco vingar-se, passou a morar em buracos.
Esta história foi escrita por Monteiro Lobato e faz parte do livro Histórias de Tia Nastácia, do Círculo do Livro.
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O corvo e o pavão
O pavão não perdia a chance de se gabar:
– Ninguém tem penas mais belas do que eu. A minha cauda é de dar inveja, sou a avemais bonita, a mais
perfeita!
Ao ouvir todo esse blábláblá, do pavão para cima da andorinha, o corvo disse:
– Auto lá! Você pode ser bonito, mas perfeito não é.
O pavão abriu suas penas como um leque e, enfurecido, saltou na direção do corvo.
– E quem é você, seu pássaro horroroso, aprendiz de bruxa, símbolo de mau agouro,para ousar me criticar?
– Eu sou uma ave que enxerga muito bem!
– Pois não parece... Se enxergasse muito bem, veria que eu sou perfeito, deslumbrante,o máximo em penas!
– Uma parte de você até pode ser, mas os seus pés são de causar vergonha para todasas aves do planeta!
– Há ...?
O pavão que estava acostumado a andar com a cabeça empinada, reparou pelaprimeira vez em suas patas. O
corvo tinha razão, eram feias de dar dó, cabisbaixo, eleencolheu a cauda e ficou deprimido por um longo tempo.
Não há beleza perfeita.

O macaco e o camelo
Numa reunião de bichos, um macaco se levantou e dançou. Fez grande sucesso:
– Como é engraçado!
– Como dança bem!E todos aplaudiram.
Um camelo, com inveja, quis ganhar os mesmos elogios. Levantou-se e foi dançar.
Não tinha o menor jeito. Embrulhou as quatro patas de tal maneira que os bichosmorreram de rir:
– Mas que exibido!
– Por que ele nos ocupa com essas bobagens?
E como o camelo insistia, perderam a paciência e acabaram por expulsá-lo da reunião.
Moral: É perda de tempo invejar as qualidades dos outros. Cada um tem as suas.

A formiga e o grão de trigo


Durante a colheita, um grão de trigo caiu no solo. Ali ele esperou que a chuva o enterrasse.Então surgiu uma
formiga que começou a arrastá-lo para o formigueiro.
– Por favor, me deixe em paz! – protestou o grão de trigo.
– Mas precisamos de você no formigueiro – disse a formiga – se não tivermos você paranos alimentar, vamos
morrer de fome no inverno.
– Mas eu sou uma semente viva – reclamou o trigo. – não fui feito para ser comido.
Eu devo ser enterrado no solo para que uma nova planta possa crescer a partir de mim.
– Talvez – disse a formiga –, mas isso é muito complicado para mim. E continuou a arrastaro trigo.
– Ei, espere – disse o trigo. Tive uma idéia. Vamos fazer um acordo!
– Um acordo? – perguntou a formiga.
– Isso mesmo. Você me deixa no campo e, no ano que vem, eu lhe dou cem grãos.
– Você está brincando – disse a formiga, descrente.
– Não, eu lhe prometo cem grãos iguais a mim no próximo ano.
– Cem grãos de trigo para desistir de apenas um? – disse a formiga, desconfiada. – Comovocê vai fazer isso?
– Não me pergunte – respondeu o trigo –, é um mistério que não sei explicar.
Confie em mim.
– Eu confio em você – disse a formiga, que deixou o grão de trigo em seu lugar. E, no ano seguinte, quando
a formiga voltou, o trigo tinha mantido sua promessa.
FÁBULAS do mundo todo:
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O Galo e a Pedra Preciosa


Esopo
Um Galo, que procurava ciscando no ferreiro, alimento para ele e suas galinhas, sem querer, acaba por encontrar
uma pedra preciosa de grandebeleza e valor.
Mas, depois de observá-la e examiná-la por alguns instantes, se volta ecomenta desolado.
"Ora, Ora, se ao invés de mim, teu dono tivesse te encontrado, ele decertonão iria se conter diante de tamanha
alegria, e é quase certo que iria te colocar em Iugar digno de adoração. No entanto, eu te achei e de nada meserves.
Antes disso, preferia ter encontrado um simples gráo de milho, ao invés de todas as jóias do mundo!"
Moral da Estória: A utilidade de cada coisa é o que determina seu real valor.

O lobo e o burro (Esopo)


Um burro estava comendo quando viu um lobo escondido espiando tudo o que ele fazia.
Percebendo que estava em perigo, o burro imaginou um plano para salvar a pele.
Fingiu que era aleijado e saiu mancando com a maior dificuldade. Quando o loboapareceu, o burro, todo
choroso, contou que tinha pisado num espinho pontudo.
– Ai, ai, ai! Por favor, tire o espinho de minha pata! – implorou – Se você não tirar, ele vaiespetar sua garganta
quando você me engolir.
O lobo não queria se engasgar na hora de comer seu almoço, por isso quando o burrolevantou a pata ele
começou a procurar o espinho com todo o cuidado. Nesse momento o burro deu o maior coice de sua vida e
acabou com a alegria do lobo. Enquanto o lobo se levantava todo dolorido, o burro galopava satisfeito para longe
dali.
Moral da história: Tenha cuidado com os favores inesperados, pois eles podem escondersegundas intenções

A raposa e o lenhador (Esopo)


Uma raposa era perseguida por uns caçadores, quando viu um lenhador e suplicou queele a escondesse. O
homem então lhe aconselhou que entrasse em sua cabana.
De imediato chegaram os caçadores, e perguntaram ao lenhador se havia visto a raposa.
Com a voz ele disse que não, mas com sua mão disfarçadamente mostrava onde havia se escondido. Os
caçadores não compreenderam os sinais da mão e se confiaram no que disse com as palavras.
A raposa, ao vê-los irem, saiu sem dizer nada. O lenhador a reprovou porque, apesar detê-la salvo, não
agradecera, ao que a raposa respondeu:
– Agradeceria se tuas mãos e tua boca tivessem dito o mesmo.
Moral da história: Não negues com teus atos, o que pregas com tuas palavras.

O lobo e a cabra
Um lobo, tendo visto uma cabra pastando numa montanha escarpada, e como não pudesse chegar atélá, pediu-
lhe que descesse, pois, sem perceber, ela poderia cair de lá de cima. Disse ainda que o pasto onde ele estava era
melhor, que a relva estava florida. Mas a cabra lhe respondeu : “ Não é em meu benefício que me chamas para o
pasto, mas porque tu próprio estás sem alimento”.
Esopo: Fábulas completas. Tradução, introdução e notas de
Neide Cupertino de Castro Smolka. São Paulo: Moderna, 1994, p. 125.

As árvores e o machado (Esopo)


Um homem fo á floresta e pediu ás árvores que lhes doassem um cabopara seu machado. O conselho das árvores
concordou com seu pedido e deu a ele uma jovem árvore para este fim.
Logo que o homem colocou o novo cabo no machado começou a usá-lo em pouco tempo havia derrubado
com seus potentes golpes as mais nobre e maiores árvores dafloresta.
Um velho carvalho, lamentando a destruição,disse á árvore que estava ao seu lado:
– se nós não tivéssemos atendido ao lenhador,dando-lhe madeira para o cabo do seu machado,viveríamos
ainda centenas de anos.
Quem quer proteção, proteja seu próximo.
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A raposa e o espinho (Esopo)


Certo dia, andava uma Raposa a trepar uma colina quando pôs uma pata em falso eescorregou. Para não cair,
agarrou-se a um arbusto cujos espinhos se lhe enterraram nas patas. Bastante ferida queixou-se ao arbusto:
– Pedi-te ajuda e afinal fiquei bem pior do que se me tivesse deixado cair.O arbusto interrompeu-a dizendo:
– Onde é que tinhas a cabeça quando te agarraste a mim? Não sabes que é meu costumemagoar os outros?
Moral da história: Nunca peças ajuda a quem tem por costume fazer mal.

FESTA NO CÉU
– Também vou à festa no céu! — disse o sapo.
– Como?... —perguntaram as aves, caçoando. — cadê tuas asas, sapo?
– Pois vou! — teimou o sapo. — E vou dançar, caso o urubu toque seu violão.
No dia da festa, sem ruído, como só um sapo sabe pular, pulou o sapo dentro do violãodo urubu e lá se foi
pelos ares, meio assustado, mas feliz: ia à festa no céu!
Que sensação causou o sapo! Pois não é que tinha ido mesmo à festa! As aves estavamintrigadas.
– Como veio, senhor sapo?
– Eu cá sei como me arranjo! — respondeu o sapo. — Além disso, tenho amigo nasalturas!
Lá pelas tantas, o sapo sumiu. De precavido, já tinha ido se esconder no violão do urubu.
Mas tanto havia dançado que na volta, meio cansado, bufou - ou melhor, coaxou. Foi aconta! O urubu, que
estava achando o violão pesado, descobriu tudo.
– Ah! Seu maroto! gritou ele, foi assim que voou, não é? Pois agora vai ter de voar deverdade!
– Meu compadre urubu, bem sei que tem razão! Mas vou lhe pedir um favor: está vendoaquela pedra lá
embaixo, perto do lago? Pois me deixe cair nela, porque se cair no lago morrereiafogado!
O urubu que estava com muita raiva, respondeu:
– Vai à festa sem ser convidado e ainda quer favores? Nada disso! Vou jogá-lo mesmo é na água! Só assim
nunca mais fará das suas!
E dando um vôo rasante, despejou o sapo no lago!
O sapo afundou, depois voltou à tona, tomou fôlego e saiu nadando dizendo:
– Tibum, tibum, isso mesmo é que eu queria! Tibum, tibum, isso mesmo é que eu queria!

A cigarra e a formiga
Tendo a cigarra contado durante todo o verão, viu-se ao chegar o inverno sem nenhuma provisão.
Foi a casa da formiga, sua vizinha, e então lhe disse:
– Querida amiga podia emprestar-me um grão que seja, de arroz, de farinha ou de feijão?Estou morrendo de
fome.
– Faz tempo que não come? – perguntou-lhe a formiga, avara de profissão.
– Faz.
– E o que fez a senhora durante todo o verão?
– Eu cantei – disse a cigarra.
– Cantou, é? Pois agora, dança!
Jean de La Fontaine. Fábulas. Rio de Janeiro: Revan, 2002. P. 10

A cigarra e a formiga boa


Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé doformigueiro. Só parava quando cansadinha;
e seu divertimento era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas, os animais todos,arrepiados, passavam o dia cochilando
nas tocas.
A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de
alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formi-gueiro. Bateu – tique, tique, tique...
Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
– que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama ea tossir.
– venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...A formiga olhou-a de alto a baixo.
– e que fez durante o bom tempo que não construí a sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois dum acesso detosse.
– eu cantava, bem sabe...
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– ah!... Exclamou a formiga recordando-se. Era você então quecantava nessa árvore enquanto nós labutávamos
para encher as tulhas?
– isso mesmo, era eu...
Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele
chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tãogentil cantora!
Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantorados dias de sol.
Monteiro Lobato

O gato e a barata
A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da
cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas
vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este.Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu – se, bebeu
mais vinho, ficou mais tonta, debateu – se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com
o carão dogato doméstico que sorria de suas aflição, do alto do copo.
– Gatinho, meu gatinho – pediu ela – , me salva, me salva. Me salva que assim que eu saireu deixo você
me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.
– Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.
– Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo.
O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no
chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada.
– Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Vocêdisse que deixaria
eu comer você inteira.
–Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. –E você é tão imbecil a ponto deacreditar na
promessa de uma barata velha e bêbada?
Moral: Ás vezes a auto depreciação nos livra do pelotão.
(Millôr Fernandes. Fábulas fabulosas. 8. ed. Rio de Janeiro, Nórdica, 1963. p. 15-6.)

As duas cargas
Dois burros caminhavam lado a lado, um com uma carga de açúcar, outro com carga dealgodão.
O primeiro era considerado uma criatura de grande saber e via-se forçado, até mesmo,a andar de óculos, por
ter o costume de ler à noite sob a pouca luz da estrebaria.
Com sua previdência habitual, chamou a atenção para os acidentes do caminho,aconselhando cautela,
ao que o outro retrucou:
– Não há perigo. Basta seguirmos os rastros de quem já passou por aqui.
– É preciso não esquecer - disse o de óculos - que por onde passou um, pode não passarum outro.
– Ora, que bobagem! Pois se já seguiram esta trilha vários outros na nossa frente e nadalhes aconteceu, nada
nos acontecerá também.
– Não, amigo, não penso assim. Acredite, sou mais velho que você, mais experiente, esei que nem sempre o
que é bom para alguém é bom para os demais.
Neste ponto alcançaram um rio cuja ponte havia caído naquela manhã.
– Que faremos? Perguntou o burro do algodão.
– O jeito é passar a vau - respondeu o outro. E, assim dizendo, lançou-se na correnteza.
Como o açúcar dissolvia-se na água, pôde chegar tranquilamente à margem oposta.
O burro do algodão, teimosamente, pensou:
– Se ele passou, também eu passarei - e meteu-se no rio.
Mas sua carga, em vez de dissolver-se, como o açúcar, cresceu, inchou, aumentou tantode peso, que o pobre
burro acabou por afundar.
Enquanto isso, já na margem oposta, pensava com seus botões o burro sábio:
– Ah, amigo, bem que lhe dizia! É inútil seguir as pegadas alheias! Cada qual deve trilhar o seu próprio
caminho.
Versão da Generali do Brasil, inspirada nas Fábulas de Monteiro Lobato, Ed. Brasiliense
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O gato, o galo e o ratinho


Um ratinho vivia num buraco com sua mãe. Depois de sair sozinho pela primeira vez, contou a ela:
– Mãe, você não imagina os bichos estranhos que encontrei! Um era bonito e delicado, tinha pêlo muito macio
e um rabo elegante, um rabo que se movia formando ondas. O outro era um monstro horrível.No alto da cabeça e
debaixo do queixo ele tinha pedaços de carne crua, que balançavam quando ele andava. De repente os lados do
corpo dele se sacudiram e ele deu um grito apavorante. Fiquei com tantomedo que fugi correndo, bem na hora
que ia conversar um pouco com o simpático.
– Ah!, Meu filho! – respondeu a mãe. – Esse seu monstro era uma ave inofensiva; o outro era um gato feroz,
que num segundo teria te devorado.
(Fábulas de Esopo. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1.994. p. 46)

O leão e o asno
Um Leão e um Asno combinaram que iriam caçar juntos. Em sua busca por presas, logo os dois caçadores
viram um grupo de Cabras Selvagens que se esconderam numa caverna, e então resolveram traçar um plano para
capturá-las.
O Asno entraria na caverna e se encarregaria de atraí-las para fora. O Leão, claro,ficaria do lado de fora à
espreita, pronto para atacá-las, tão logo de lá saíssem.
O plano funcionou com perfeição. Distraídas e confiantes de que estavam em segurança em seu retiro, as
Cabras não perceberam que o Asno ali adentrara. O animal invasor, de surpresa, fez um barulho tão assustador,
pulando e zurrando com toda força que lhe permitiamos pulmões, que as Cabras, tomadas de pânico, não tiveram
outra reação senão correr para todos os lados.
E logo, um pouco recuperadas do susto, conseguiram encontrar a saída do confinamento, e julgando que
estariam mais seguras do lado de fora, saíram dali correndo emdisparada, alheias ao Leão que, de prontidão,
aguardava a todas à entrada da gruta.
Orgulhoso do seu feito, o Asno saiu para fora da caverna e comentou: "Você viu como coloquei todas à
correr?"
Ao que o Leão respondeu: "Sim, sem dúvida, e se eu não conhecesse você tão bem, certamente que faria a
mesma coisa que elas..."

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