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A coruja e a águia
Coruja e águia, depois de muita briga resolveram fazer as pazes.
– Basta de guerra — disse a coruja.
– O mundo é grande, e tolice maior que o mundo é andarmos a comer os filhotes umada outra.
– Perfeitamente — respondeu a águia.
– Também eu não quero outra coisa.
– Nesse caso combinemos isso: de agora em diante não comerás nunca os meusfilhotes.
– Muito bem. Mas como posso distinguir os teus filhotes?
– Coisa fácil. Sempre que encontrares uns borrachos lindos, bem-feitinhos de corpo,alegres, cheios de uma
graça especial, que não existe em filhote de nenhuma outra ave, já sabes, são os meus.
– Está feito! — Concluiu a águia.
Dias depois, andando à caça, a águia encontrou um ninho com três monstrengos dentro,que piavam de bico
muito aberto.
– Horríveis bichos! — disse ela. — Vê-se logo que não são os filhos da coruja.E comeu-os.
Mas eram os filhos da coruja. Ao regressar à toca a triste mãe chorou amargamente odesastre e foi ajustar
contas com a rainha das aves.
– Quê? — disse esta admirada. — Eram teus filhos aqueles monstrenguinhos? Pois,olha não se pareciam nada
com o retrato que deles me fizeste…
Moral da história: Para retrato de filho ninguém acredite em pintor pai. Já diz o ditado:quem ama o feio,
bonito lhe parece.
O pulo do gato
A raposa andava maluca para pegar o gato. Mas ela sabia, como todo mundo sabe, que gato é o maior mestre
pulador e nem adiantava tentar agarrá-lo. Com um salto de banda, o danado sempre se safava.
Decidiu então a raposa usar a esperteza. Chegou-se para o gato e propôs a paz:
– Chega de correr um atrás do outro, mestre gato. Vamos agora viver em paz!
– Não é bem assim, comadre raposa – corrigiu o gato – Não é um que corre atrás do outro,é “uma”, que é a
senhora, que corre atrás do “outro”, que sou eu…
– Bom, de qualquer forma, vamos fazer as pazes, amigo gato. Como o senhor é mestre em pulos, proponho
que, para celebrar nosso acordo de amizade, o senhor me dê um curso de pulos, para eu ficar tão puladora
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como o senhor. Pago-lhe cada lição com os mais saborosos filés de rato que o senhor já experimentou!
O gato aceitou e começaram as lições no mesmo dia. A raposa era aluna dedicada e o gato, ótimo professor.
Ensinou o salto de banda, o salto em espiral, o cambalhota-simples, o cambalhota-com-pirueta, o duplo-mortal,
o triplo-mortal e até o saca-rolha-composta. A raposa todos eles aprendia, praticava depois das aulas e, logo, já
estava tão mestre em pulos quanto ogato.
Decidiu então que já era chegada a hora de colocar em prática seu plano sinistro. No começo de outra aula,
esgueirou-se por trás do gato e deu um bote, caprichando no salto mais certeiro que o mestre lhe tinha ensinado!
E o gato? Deu um volteio de banda, rolou no ar, e a raposa passou chispando por ele, indo esborrachar-se num
toco de aroeira.
Ainda meio tonta da queda, a raposa voltou-se para o gato e protestou:
– Mas mestre gato, esse pulo o senhor não me ensinou!
– Não ensinei, nem ensino! – riu-se o gato – Esse é o segredo que me salva de malandroscomo a senhora,
comadre raposa. Esse é o pulo do gato!
Paulo Bandeira. “O pulo do gato”. In: Nova Escola, p. 48. São Paulo, Abril, 1991.
O Leão e o rato
Uma vez, quando o leão estava dormindo, um ratinho pôs-se a passear em suas costas. Isso logoacordou o leão,
que segurou o bichinho com sua enorme pata e abriu a grande mandíbula, para engoli- lo.
– Perdão, rei dos animais, gritou o ratinho. Deixe-me ir, não o importunarei mais. Quem sabe se um dia não
conseguirei pagar-lhe esse favor?
O leão riu-se muito ao pensar na possibilidade de o ratinho ajudá-lo em alguma coisa. Afinal, soltou-o.
Algum tempo depois, o leão caiu numa armadilha. Os caçadores, que desejavam levá-lo vivo ao rei,
amarraram-no numa árvore, enquanto iam providenciar um vagão para transportá-lo. Nesse momento,apareceu o
ratinho. Vendo o apuro em que se encontrava o leão, num instante roeu as cordas que o prendiam à árvore.
– Eu não disse que talvez um dia pudesse ajudá-lo? Lembrou o rato.
O burro e o grilo
Vinha um burro certa vez, alegremente a trotar, quando parou de repente, para ouvir um grilo cantar.
– Que maravilhoso canto! Cante outra vez para mim. Eu tudo, tudo faria, parapoder cantar assim. Ele canta
muito bem e eu só consigo zurrar. Se eu comesse o que ele come, talvez pudesse cantar. Escute aqui,
amiguinho, você quando está com fome, também gosta de capim? Diga-me o que você come.
– Ora, ora, eu como pouco, isso nem me dá trabalho. Minha comida aqui está:Eu me alimento de orvalho.
– Só de orvalho? Oh, muito bem, pois vou comê-lo também.
Desse dia em diante o coitado do burrinho de tanto comer orvalho ficou magrinho, magrinho. Depois tentou
cantar, mas só conseguiu zurrar.
O grilo que nesse instante, de seu galho tudo ouvia, perguntou:
– "Que foi que houve? Por que essa gritaria?"
– Ai, amigo! Estou tão fraco, estou magro como o quê. De tanto comerorvalho, para cantar como você.
– Ora essa, que tolice! Não queira igualar-se a mim. Os burros devem zurrare devem comer capim.
Moral: Pois que lhe sirva de lição, e que aprenda de uma vez: cada qual comseu destino, cada qual como deus
fez.
A Cegonha e a Raposa
Um dia a raposa, que era amiga da cegonha, convidou-a para um jantar. Mas preparou para a amiga uma
porção de comidas moles, líquidas,que ela servia sobre uma pedra lisa.
Ora, a cegonha, com seu longo bico, por mais que se esforçasse só
conseguia bicar a comida, machucando seu bico e não comendo nada. A raposa insistia paraque a cegonha
comesse, mas ela não conseguia, e acabou indo para casa com fome.
Então, a cegonha, em outra ocasião, convidou a raposa para jantar com ela.
Preparou comidas cheirosas e colocou em vasos compridos e altos, onde seu bico entrava com facilidade, mas
o focinho da raposa não alcançava. Foi a vez da raposa voltarpara casa desapontada e faminta.
MORAL: "Não faça aos outros o que não quer que lhe façam."1- Quem são as personagens da fábula?
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O Leão e o ratinho
Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado, sossegado, à sombra de uma boa árvore, quando foi
acordadopor uns ratinhos que vieram passear em cima dele.
Um dos ratinhos passou correndo sobre a cara do leão que com um rápido salto, capturou-o e já estava pronto
para matá-lo. Então o ratinho suplicou:
– se o senhor poupar a minha vida, um dia retribuirei sua bondade.
O leão achou muito engraçado o pedido e acabou poupandoa vida do pequeno roedor.
Alguns dias depois, o leão foi capturado por caçadores que o amarraram com fortes cordas a uma árvore. O
leão não conseguia se soltar e fazia a floresta inteira tremer com seusurros de raiva.
Um pouco depois, o ratinho passou por lá, ouviu os urros e viu o leão todo amarrado. Imediatamente, com
seus dentinhosafiados, começou a roer as cordas e soltou o felino.
Moral da história: os pequenos amigos podem se revelar grandes aliados.
Fábula de esopo. São paulo: companhia das letrinhas, 1994, p. 38, versão de mary franci
O sapo e o boi
O sapo coaxava no brejo quando viu um boi se aproximar do rio para beber água.Cheio de inveja, ele disse
para os amigos:
– Querem ver como eu fico do tamanho desse animal?
– Impossível! – respondeu o pato.
– Absurdo! – comentou a coruja.
– Esqueça! – disse a garça.
Então, para o espanto de todos, o sapo estufou abarriga e aumentou de tamanho.
– Viram só? Eu não disse que conseguiria? – gabou-seo sapo.
– Pois fique sabendo que você não conseguiu alcançar nem as patas dele! – comentoua garça.
Inconformado, o sapo continuou a estufar.
– E agora, já estou do tamanho dele? perguntou novamente.
– Só se for do tamanho de um bezerro – respondeu o pato. – E é bom você parar comisso antes que se
machuque.
– Só vou parar quando ficar maior que o boi!
Sem dar ouvidos aos amigos, o sapo estufou tanto que explodiu como um balão de gás.
– É nisso que dá não se conformar com o que se é... – disse a coruja, que não pensavaem outra coisa a não ser
continuar sendo ela mesma.
Não tente imitar os outros.Seja sempre você mesmo
Fábulas – Esopo
O leão e o cordeiro
Estava o cordeiro a beber água num córrego, quando apareceu um lobo esfaimado,dehorrendo aspectos.
– Que desaforo é esse de turvar a água que venho beber? ─ disse o monstro, arreganhando os dentes.
– Espere que vou castigar tamanha má-criação!...
O cordeirinho, trêmulo de medo, respondeu com inocência:
– Como posso turvar a água que o senhor vai beber se ela corre do senhor para mim? Era verdade aquilo e o
lobo atrapalhou-se com a resposta, mas não deu o rabo a torcer.
– Além disso ─ inventou ele ─ sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
– Como poderia falar mal do senhor o ano passado, se nasci este ano?Novamente confundido pela voz da
inocência, o lobo insistiu:
– Se não foi você foi seu irmão mais velho, o que dá no mesmo.
– Como poderia ser seu irmão mais velho, se sou filho único?
O lobo, furioso, vendo que com razões claras não venceria o pobrezinho, veio com razãode lobo faminto:
– Pois se não foi seu irmão, foi seu pai ou seu avô!E ─ nhoque ─ sangrou-o no pescoço.
Moral: Contra a força não há argumentos.
Monteiro Lobato
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O burro e o cão
Um homem tinha um cão e um burro.
Gostava muito de brincar com o cão. Jogava-lhe gulodices e fazia-lhe muitas festas.O burro foi ficando com
ciúmes:
– A final, que faz esse cãozinho para ter tantas regalias? Ele salta em volta de nossodono, lambe-lhe as mãos,
dá a patinha. Nada de extraordinário. Posso Fazer igual.
E se bem pensou, melhor fez: Assim que o dono se aproximou, começou a saltar-lhe aoredor e logo lhe pôs
as duas patas no peito.
O dono, é claro, machucou-se. Furioso, mandou que recolhessem o burro a pauladas eo amarrassem na cerca.
Muito desapontado, nosso amigo lá ficou a tarde inteira.No fim do dia, tinha concluído:
– Nada adianta querermos ter talentos que não temos. Nada sai com graça.
A formiga e a pomba
Uma formiga sedenta veio à margem do rio para beber água. Para alcançá-la, devia descer por uma folha de
grama. Quando assim fazia, escorregou e caiu dentro da correnteza.
Uma pomba, pousada numa árvore próxima, viu a formiga em perigo. Rapidamente, arrancou uma folha da
árvore e deixou-a cair no rio, perto da formiga, que pôde subir nela e flutuar até a margem.
Logo que alcançou a terra, a formiga viu um caçador de pássaros, que se escondia atrásduma árvore, com uma
rede nas mãos. Vendo que a pomba corria perigo, correu até o caçadore mordeu-lhe o calcanhar. A dor fez o
caçador largar a rede e a pomba fugiu para um ramo maisalto.
De lá, ela arrulhou para a formiga:
– Obrigada, querida amiga.
"Uma boa ação se paga com outra."
Fábula de Esopo
Silêncio geral. Um desculpou-se por não saber dar nó. Outro, porque não era tolo. Todos,porque não tinham
coragem. E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
Dizer é fácil; fazer é que são elas!
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A pomba e a formiga
Uma formiga sedenta veio à margem do rio para beber água.
Para alcançá-la, devia descer por uma folha de grama. Quando assim fazia, escorregou e caiu dentro da
correnteza.
Uma pomba, pousada numa árvore próxima, viu a formiga em perigo.
Rapidamente, arrancou uma folha da árvore e deixou-a cair no rio, perto da formiga, quepode subir nela e
flutuar até a margem.
Logo que alcançou a terra, a formiga viu um ca•çador de pássaros, que se escondiaatrás duma árvore, com
uma rede nas mãos.
Vendo que a pomba corria perigo, correu até o ca•çador e mordeu-lhe o calcanhar. A dorfez o caçador largar
a rede e a pomba fugiu para um ramo mais alto.
De lá, ela arrulhou para a formiga:
– Obrigada, querida amiga.
“Uma boa ação se paga com outra”.
FÁBULAS do mundo todo: Esopo, Leonardo da Vinci, Andersen, Tolstoi e muitos outros...
São Paulo: Melhoramentos, 2004.
O pastor e o lobo
Um pastor costumava levar seu rebanho para bem longe da aldeia. Fazia então umabrincadeira de mau gosto:
– Socorro! Socorro! – gritava. Os lobos estão atacando os meus carneiros!As pessoas largavam o que estavam
fazendo e corriam para ajudá-lo.
O pastor torcia-se de rir, pois não havia lobo algum.
Um dia apareceram lobos de verdade. Enquanto eles devastavam o rebanho, o pastor,horrorizado, gritava:
– Socorro! Socorro! Corram, senão vão chegar tarde!
As pessoas pouco se incomodaram. Pensavam que o gozador estava fazendo mais umadas suas.
E assim, ele perdeu todos os seus carneiros.Triste, disse ele com seus botões:
– Os mentirosos só ganham uma coisa: não serem acreditados nem quando dizem averdade.
(GÄRTNER, Hans; ZWERGER, Lisbeth (Comp.). 12 fábulas de Esopo. Tradução Fernanda Lopes de
Almeida. 7. ed. Rio de Janeiro: Ed. Ática, 2003.)
A lebre e a tartaruga
Certo dia uma lebre topou com uma tartaruga e, ao ver como ela andava devagar, caiu narisada e fez muita
troça.
– Como você é lenta e desajeitada – disse a lebre. – É tão desengonçada, andando comessa sua concha pesada,
que até admira que consiga chegar a algum lugar.
A tartaruga deteve-se na estrada poeirenta, levantou a cabeça, virou-se para alebre e sorriu.
– Então vamos apostar uma corrida – disse ela.
– Na hora que você escolher. Aposto dez moedas por dez quilômetros.A lebre se pôs a dar pulos toda animada.
– O quê! Dez moedas? Podemos começar agora mesmo? Só dez quilômetros? E sem esperar pela resposta da
tartaruga, disparou pela estrada.
A tartaruga saiu atrás, com toda a lentidão. Sem olhar para trás nem para os lados, foiseguindo a passo firme
e regular pela estrada.
Num instante, a grande velocidade da lebre deu-lhe uma grande dianteira, e ela, rindo consigo, virou-se para
ver a que distância se encontrava a tartaruga. Não conseguiu avistá-la, e, como estava um pouco cansada e achou
que um descanso seria muito agradável, acomodou-se aolado de uma placa da estrada, para tirar uma soneca.
– Vou dormir um pouco – disse ela. – Tenho muito tempo, e se a minha vagarosa amiga passar por aqui
enquanto eu estiver dormindo, eu acordo, alcanço-a, e ainda assim venço a corridacom facilidade.
A tartaruga, enquanto isso, ia avançando, e depois de muito, mas muito tempo, chegou à placa da estrada,
embaixo da qual a lebre roncava sonoramente. A tartaruga não parou. Sem hesitar, foi em frente, levando às
costas o seu grande casco, rumo ao distante marco de chegada.
A lebre, muito confiante na própria vitória, dormiu a sono solto ao sol. Quando finalmente acordou, já era
quase noite: ela tinha dormido demais! Piscou, pôs-se de pé com um pulo, olhou deum lado e de outro e saiu em
disparada. Embora corresse mais rápido do que o vento, não conseguiu alcançar a tartaruga. Quando atingiu o
marco de chegada, a tartaruga já estava lá, sorrindo calmamente consigo mesma.
Moral: Devagar se vai ao longe.
Mathias, R. Fábulas de Esopo.São Paulo: Círculo do livro, 1983
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A onça doente
A onça caiu da árvore e por muitos dias esteve de cama seriamenteenferma e como não podia caçar, padecia
de fome. Em tais apuros imaginou um plano.
– comadre iara – disse ela – corra o mundo e diga à bicharada queestou à morte e exijo que venham visitar-
me. A iara partiu, deu o recado e os animais, um a um, principiaram avisitar a onça.
Vem o veado, vem a capivara, vem a cutia, vem o porco do mato.Veio também o jabuti.
Mas o finório jabuti, antes de penetrar na toca, teve a lembrançade olhar para o chão. Viu na poeira só rastros
entrantes, não viu nenhum rastro sainte e desconfiou:
– hum!... Parece que nesta casa quem entra não sai. O melhor é, emvez de visitar a nossa querida onça doente
é rezar por ela... E foi o único que se salvou.
Monteiro Lobato. Fábulas. São Paulo, Ed. Brasiliense, 1972.
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O leão e o javali
Num dia muito quente, um leão e um javali chegaram juntos a um poço. Estavam com muita sede e começaram
a discutir para ver quem beberia primeiro. Nenhum cedia a vez ao outro. Já iam atracar-se para brigar, quando o
leão olhou para cima e viu vários urubus voando.
– Olhe lá! – disse o leão. – Aqueles urubus estão com fome e esperam para ver qualde nós dois será derrotado...
– Então é melhor fazermos as pazes – respondeu o javali. – Prefiro ser seu amigo aser comida de urubus.
Moral: Diante de um perigo maior, é melhor esquecermos as pequenas rivalidades.
(Esopo. Fábulas de Esopo.)
A rã e o rato
Um Rato em busca de aventuras corria sem medo próximo a margem de uma lagoa, ondevivia uma Rã.
Quando a Rã viu o Rato, ela nadou até a margem, e disse coachando:
– Você não quer me visitar? Prometo que, se aceitar meu convite, não vai se arrepender…
Bem educado, o Rato aceitou a oferta sem pestanejar. Queria conhecer o mundo em seusmaiores detalhes, e
aquela parecia uma boa oportunidade.
Porém, consciente de que não sabia nadar, e que não era um animal da água, acabou pordizer que não entraria
na lagoa sem ajuda.
Pensando em como ajudá-lo, a Rã teve uma ótima ideia. Amarrou uma das patas do Ratoem sua fibra de junco,
pulou dentro da lagoa com seu ingênuo companheiro.
Satisfeito, o Rato desejava o quanto antes voltar para terra firme. Maso traiçoeiro anfíbio
tinha outros planos. Aproveitando-se do fato de que ele estava preso a ela, aRã puxou para as profundezas do
lago, para afogá-lo.
Contudo, para a infelicidade do animal, um Falcão sobrevoava o lago, e percebeu tanto oRato que boiava na
água, como a Rã que tentava se desprender da fibra que a prendia ao já morto animal.
Com um voo rasante, suas fortes garras seguraram tanto a Rã como o Rato. E um só golpe, a Ave de rapina
capturou ambos, com um farto jantar naquele dia.
Moral: Aquele que sempre procura prejudicar os outros através de suas próprias artimanhas, acaba
machucando a si mesmo Autor: Esopo
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A RAPOSA E O CORVO
O corvo conseguiu arranjar um pedaço de queijo em algum lugar. Saiu voando, com o queijo no bico, até
pousar numa árvore.
Quando viu o queijo, a raposa resolveu se apoderar dele. Chegou ao pé da árvoree começou a bajular o corvo:
– Ó senhor corvo! O senhor é certamente o mais belo dos animais! Se souber cantar tão bem quanto a sua
plumagem linda, não haverá ave que possa se comparar aosenhor.
Acreditando nos elogios, o corvo pôs-se imediatamente a cantar para mostrar sualinda voz. Mas, ao abrir o
bico, deixou cair o queijo. Mais que depressa, a raposa abocanhou o queijo e foi embora.
Moral: Cuidado com quem muito elogia.
Os viajantes e o urso
Dois viajantes estavam andando juntos quando, na estrada, encontraram um urso.
Um dos homens, apavorado, sem pensar no companheiro, subiu depressa a uma árvore,escondendo-se ali. O
outro, vendo que não tinha saída possível, sozinho contra o urso, percebeuque só lhe restava atirar-se ao chão e
fingir que estava morto, pois ouvira dizer que o urso jamaistoca em mortos.
E ali ficou, enquanto o urso se aproximava e cheirava-lhe a cabeça. O urso ouviu bem seu nariz, seus ouvidos,
seu coração, e como o homem conservou-se imóvel o urso se retirou. Como não ouviu nem a respiração, supôs
que ele estivesse morto e foi embora.
Quando o urso já estava bem longe, o companheiro desceu da árvore e perguntou:
– O que o urso cochichou em seu ouvido?
– Ora, não me disse segredo algum. Apenas recomendou-me que fosse cauteloso quando estivesse em
companhia daqueles que, diante de uma dificuldade, abandonam os amigos em apuros. – respondeu o amigo
abandonado.
Moral da História: “Na hora das dificuldades que conhecemos os verdadeiros amigos”
*Fábulas de **Esopo
A raposa e a cegonha
Um dia, a raposa foi visitar a cegonha e convidou-a para jantar.
Na noite seguinte, a cegonha chegou à casa da raposa.
– Que cheiro! – disse a cegonha ao ver a raposa a fazer o jantar.
– Vem comer. – disse a raposa, olhando o comprido bico da cegonha e rindo para si mesma.
A raposa, que tinha feito uma saborosa sopa, serviu-a em dois pratos rasos e começou alamber a sua. Mas a
cegonha não conseguiu comer: o bico era demasiado comprido e estreito eo prato muito plano. Era, porém, muito
educada para se queixar e voltou para casa cheinha de fome.
Claro que a raposa achou a situação uma grande piada.
A cegonha pensou, voltou a pensar e achou que a raposa merecia uma lição. E convidou-a também para jantar.
Fez uma apetitosa e bem cheirosa sopa, tal como a raposa tinha feito. Porém, desta vez serviu-a em jarros muito
altos e estreitos, totalmente apropriados para enfiar oseu bico.
– Anda, vem comer amiga Raposa, a sopa está simplesmente deliciosa. – provocou a cegonha, fazendo ar de
anjo. Mas a raposa não conseguiu comer nada: os jarros eram muito altos e estreitos.
– Muito obrigada, amiga Cegonha, mas não tenho fome nenhuma. – respondeu a raposa com um ar muito
pesaroso. E voltou para casa de mau humor, porque a cegonha lhe tinha retribuído a partida.
MORAL : Nunca faça aos outros, o que não gostaria que fizessem a você.
O macaco e o coelho
Um macaco e um coelho fizeram a combinação de um matar as borboletas e outro mataras cobras.
Logo depois o coelho dormiu. O macaco veio e puxou-lhe as orelhas.
– Que é isso? – gritou o coelho, acordando dum pulo.O macaco deu uma risada.
– Ah, ah! Pensei que fossem duas borboletas.
O coelho danou com a brincadeira e disse lá consigo: “ Espere que te curo”.
Logo depois o macaco se sentou numa pedra para comer uma banana. O coelho veio portrás, com um pau, e
lept! – pregou-lhe uma paulada no rabo.
O macaco deu um berro, pulando para cima duma árvore a gemer.
– Desculpe-me, amigo – disse lá de baixo o coelho. – Vi aquele rabo torcido em cima dapedra e pensei que
fosse cobra. Foi desde aí que o coelho, de medo do macaco vingar-se, passou a morar em buracos.
Esta história foi escrita por Monteiro Lobato e faz parte do livro Histórias de Tia Nastácia, do Círculo do Livro.
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O corvo e o pavão
O pavão não perdia a chance de se gabar:
– Ninguém tem penas mais belas do que eu. A minha cauda é de dar inveja, sou a avemais bonita, a mais
perfeita!
Ao ouvir todo esse blábláblá, do pavão para cima da andorinha, o corvo disse:
– Auto lá! Você pode ser bonito, mas perfeito não é.
O pavão abriu suas penas como um leque e, enfurecido, saltou na direção do corvo.
– E quem é você, seu pássaro horroroso, aprendiz de bruxa, símbolo de mau agouro,para ousar me criticar?
– Eu sou uma ave que enxerga muito bem!
– Pois não parece... Se enxergasse muito bem, veria que eu sou perfeito, deslumbrante,o máximo em penas!
– Uma parte de você até pode ser, mas os seus pés são de causar vergonha para todasas aves do planeta!
– Há ...?
O pavão que estava acostumado a andar com a cabeça empinada, reparou pelaprimeira vez em suas patas. O
corvo tinha razão, eram feias de dar dó, cabisbaixo, eleencolheu a cauda e ficou deprimido por um longo tempo.
Não há beleza perfeita.
O macaco e o camelo
Numa reunião de bichos, um macaco se levantou e dançou. Fez grande sucesso:
– Como é engraçado!
– Como dança bem!E todos aplaudiram.
Um camelo, com inveja, quis ganhar os mesmos elogios. Levantou-se e foi dançar.
Não tinha o menor jeito. Embrulhou as quatro patas de tal maneira que os bichosmorreram de rir:
– Mas que exibido!
– Por que ele nos ocupa com essas bobagens?
E como o camelo insistia, perderam a paciência e acabaram por expulsá-lo da reunião.
Moral: É perda de tempo invejar as qualidades dos outros. Cada um tem as suas.
O lobo e a cabra
Um lobo, tendo visto uma cabra pastando numa montanha escarpada, e como não pudesse chegar atélá, pediu-
lhe que descesse, pois, sem perceber, ela poderia cair de lá de cima. Disse ainda que o pasto onde ele estava era
melhor, que a relva estava florida. Mas a cabra lhe respondeu : “ Não é em meu benefício que me chamas para o
pasto, mas porque tu próprio estás sem alimento”.
Esopo: Fábulas completas. Tradução, introdução e notas de
Neide Cupertino de Castro Smolka. São Paulo: Moderna, 1994, p. 125.
FESTA NO CÉU
– Também vou à festa no céu! — disse o sapo.
– Como?... —perguntaram as aves, caçoando. — cadê tuas asas, sapo?
– Pois vou! — teimou o sapo. — E vou dançar, caso o urubu toque seu violão.
No dia da festa, sem ruído, como só um sapo sabe pular, pulou o sapo dentro do violãodo urubu e lá se foi
pelos ares, meio assustado, mas feliz: ia à festa no céu!
Que sensação causou o sapo! Pois não é que tinha ido mesmo à festa! As aves estavamintrigadas.
– Como veio, senhor sapo?
– Eu cá sei como me arranjo! — respondeu o sapo. — Além disso, tenho amigo nasalturas!
Lá pelas tantas, o sapo sumiu. De precavido, já tinha ido se esconder no violão do urubu.
Mas tanto havia dançado que na volta, meio cansado, bufou - ou melhor, coaxou. Foi aconta! O urubu, que
estava achando o violão pesado, descobriu tudo.
– Ah! Seu maroto! gritou ele, foi assim que voou, não é? Pois agora vai ter de voar deverdade!
– Meu compadre urubu, bem sei que tem razão! Mas vou lhe pedir um favor: está vendoaquela pedra lá
embaixo, perto do lago? Pois me deixe cair nela, porque se cair no lago morrereiafogado!
O urubu que estava com muita raiva, respondeu:
– Vai à festa sem ser convidado e ainda quer favores? Nada disso! Vou jogá-lo mesmo é na água! Só assim
nunca mais fará das suas!
E dando um vôo rasante, despejou o sapo no lago!
O sapo afundou, depois voltou à tona, tomou fôlego e saiu nadando dizendo:
– Tibum, tibum, isso mesmo é que eu queria! Tibum, tibum, isso mesmo é que eu queria!
A cigarra e a formiga
Tendo a cigarra contado durante todo o verão, viu-se ao chegar o inverno sem nenhuma provisão.
Foi a casa da formiga, sua vizinha, e então lhe disse:
– Querida amiga podia emprestar-me um grão que seja, de arroz, de farinha ou de feijão?Estou morrendo de
fome.
– Faz tempo que não come? – perguntou-lhe a formiga, avara de profissão.
– Faz.
– E o que fez a senhora durante todo o verão?
– Eu cantei – disse a cigarra.
– Cantou, é? Pois agora, dança!
Jean de La Fontaine. Fábulas. Rio de Janeiro: Revan, 2002. P. 10
O gato e a barata
A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da
cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas
vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este.Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu – se, bebeu
mais vinho, ficou mais tonta, debateu – se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com
o carão dogato doméstico que sorria de suas aflição, do alto do copo.
– Gatinho, meu gatinho – pediu ela – , me salva, me salva. Me salva que assim que eu saireu deixo você
me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.
– Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.
– Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo.
O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no
chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada.
– Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Vocêdisse que deixaria
eu comer você inteira.
–Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. –E você é tão imbecil a ponto deacreditar na
promessa de uma barata velha e bêbada?
Moral: Ás vezes a auto depreciação nos livra do pelotão.
(Millôr Fernandes. Fábulas fabulosas. 8. ed. Rio de Janeiro, Nórdica, 1963. p. 15-6.)
As duas cargas
Dois burros caminhavam lado a lado, um com uma carga de açúcar, outro com carga dealgodão.
O primeiro era considerado uma criatura de grande saber e via-se forçado, até mesmo,a andar de óculos, por
ter o costume de ler à noite sob a pouca luz da estrebaria.
Com sua previdência habitual, chamou a atenção para os acidentes do caminho,aconselhando cautela,
ao que o outro retrucou:
– Não há perigo. Basta seguirmos os rastros de quem já passou por aqui.
– É preciso não esquecer - disse o de óculos - que por onde passou um, pode não passarum outro.
– Ora, que bobagem! Pois se já seguiram esta trilha vários outros na nossa frente e nadalhes aconteceu, nada
nos acontecerá também.
– Não, amigo, não penso assim. Acredite, sou mais velho que você, mais experiente, esei que nem sempre o
que é bom para alguém é bom para os demais.
Neste ponto alcançaram um rio cuja ponte havia caído naquela manhã.
– Que faremos? Perguntou o burro do algodão.
– O jeito é passar a vau - respondeu o outro. E, assim dizendo, lançou-se na correnteza.
Como o açúcar dissolvia-se na água, pôde chegar tranquilamente à margem oposta.
O burro do algodão, teimosamente, pensou:
– Se ele passou, também eu passarei - e meteu-se no rio.
Mas sua carga, em vez de dissolver-se, como o açúcar, cresceu, inchou, aumentou tantode peso, que o pobre
burro acabou por afundar.
Enquanto isso, já na margem oposta, pensava com seus botões o burro sábio:
– Ah, amigo, bem que lhe dizia! É inútil seguir as pegadas alheias! Cada qual deve trilhar o seu próprio
caminho.
Versão da Generali do Brasil, inspirada nas Fábulas de Monteiro Lobato, Ed. Brasiliense
Escola Maria Ilka de Queirós e Almeida
Professor: Fábio Marçal Data ___/___/___ Nome: _________________________
O leão e o asno
Um Leão e um Asno combinaram que iriam caçar juntos. Em sua busca por presas, logo os dois caçadores
viram um grupo de Cabras Selvagens que se esconderam numa caverna, e então resolveram traçar um plano para
capturá-las.
O Asno entraria na caverna e se encarregaria de atraí-las para fora. O Leão, claro,ficaria do lado de fora à
espreita, pronto para atacá-las, tão logo de lá saíssem.
O plano funcionou com perfeição. Distraídas e confiantes de que estavam em segurança em seu retiro, as
Cabras não perceberam que o Asno ali adentrara. O animal invasor, de surpresa, fez um barulho tão assustador,
pulando e zurrando com toda força que lhe permitiamos pulmões, que as Cabras, tomadas de pânico, não tiveram
outra reação senão correr para todos os lados.
E logo, um pouco recuperadas do susto, conseguiram encontrar a saída do confinamento, e julgando que
estariam mais seguras do lado de fora, saíram dali correndo emdisparada, alheias ao Leão que, de prontidão,
aguardava a todas à entrada da gruta.
Orgulhoso do seu feito, o Asno saiu para fora da caverna e comentou: "Você viu como coloquei todas à
correr?"
Ao que o Leão respondeu: "Sim, sem dúvida, e se eu não conhecesse você tão bem, certamente que faria a
mesma coisa que elas..."