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FÁBULA

Fábula é uma narrativa alegórica (figurada), cujos personagens são geralmente animais, e
sempre é concluída com uma lição moral. Sua particularidade reside fundamentalmente na
apresentação direta das virtudes e defeitos do caráter humano, ilustrados pelo comportamento dos
animais. O espírito é realista e irônico e a temática é variada: a vitória da bondade sobre a astúcia e
da inteligência sobre a força, a derrota dos sabichões e orgulhosos etc. A fábula comporta duas
partes: a narrativa e a moralidade. A primeira trabalha as imagens, que constituem a forma sensível,
o corpo dinâmico e figurativo da ação. A outra opera com conceitos ou noções gerais, que
pretendem ser a verdade "falando" aos homens.

A moralidade ou significação alegórica, ainda que seja o fechamento da história contada ,


fica de preferência nas entrelinhas, de maneira disfarçada. Mostrada de forma clara no começo ou
no fim, ou implícita no meio da narrativa, é a moralidade que diferencia a fábula das formas
narrativas próximas, como o mito e a lenda.

A maior parte das fábulas que conhecemos são de autoria de Esopo, um escravo grego que
viveu cinco séculos antes de Cristo. O francês Jean de La Fontaine (1621-1695) foi um dos maiores
divulgadores dos textos de Esopo. Ele recriava essas fábulas com o objetivo de "educar" o homem
de sua época. ...

O ASNO E A RAPOSA

O Asno e a Raposa tendo feito um acordo de proteção mútua, entraram na floresta em busca de
alimento. Não foram muito longe e encontraram um Leão. A Raposa, vendo o perigo iminente,
aproximou-se do Leão e propôs um acordo onde iria ajudá-lo a capturar o Asno, se este desse sua
palavra de honra que ele próprio não seria molestado.
Diante do compromisso assumido do Leão, a Raposa atraiu o Asno a uma profunda gruta e o
convenceu a entrar lá dentro.
O Leão vendo que o Asno já estava assegurado, imediatamente agarrou a Raposa e quando achou
mais conveniente, também atacou o Asno.

Autor: Esopo

Moral da História:

Uma pessoa sem escrúpulos persegue apenas seus interesses. Pouco importa os meios que use para
consegui-lo. Assim, ele passará por cima de todos não respeitando sequer seus aliados. Por isso
mesmo, nunca confie em seus inimigos.
O Camundongo da Cidade e o do Campo

"Um camundongo que morava na cidade foi, uma vez, visitar um primo que vivia no campo. Este era um pouco
arrogante e espevitado, mas queria muito bem ao primo, de maneira que o recebeu com muita satisfação. Ofereceu-lhe o
que tinha de melhor: feijão, toucinho, pão e queijo.

O camundongo da cidade torceu o nariz e disse:


- Não posso entender, primo, como você consegue viver com estes pobres alimentos. Naturalmente, aqui no campo, é
difícil obter coisa melhor. Venha comigo e eu lhe mostrarei como se vive na cidade. Depois que passar lá uma semana,
você ficará admirado de ter suportado a vida no campo.

Os dois puseram-se, então, a caminho. Tarde da noite, chegaram à casa do camundongo da cidade.
- Certamente você gostará de tomar um refresco, após esta caminhada, disse ele polidamente ao primo.

Conduziu-o à sala de jantar, onde encontraram os restos de uma grande festa. Puseram-se a comer geleias e bolos
deliciosos. De repente, ouviram rosnados e latidos.
- O que é isto? Perguntou, assustado, o camundongo do campo.
- São, simplesmente, os cães da casa, respondeu o da cidade.
- Simplesmente? Não gosto desta música, durante o meu jantar.

Neste momento, a porta se abriu e apareceram dois enormes cães. Os camundongos tiveram que fugir a toda pressa.

- Adeus, primo, disse o camundongo do campo. Vou voltar para minha casa no campo.
- Já vai tão cedo? perguntou o da cidade.
- Sim, já vou e não pretendo voltar, concluiu o primeiro."

(Mais vale o pouco certo, que o muito duvidoso)

A Raposa e a Cegonha

"A raposa e a cegonha mantinham boas relações e pareciam ser amigas sinceras. Certo dia, a raposa convidou a cegonha
para jantar e, por brincadeira, botou na mesa apenas um prato raso contendo um pouco de sopa. Para ela, foi tudo muito
fácil, mas a cegonha pode apenas molhar a ponta do bico e saiu dali com muita fome.

- Sinto muito, disse a raposa, parece que você não gostou da sopa.
- Não pense nisso, respondeu a cegonha. Espero que, em retribuição a esta visita, você venha em breve jantar comigo.

No dia seguinte, a raposa foi pagar a visita. Quando sentaram à mesa, o que havia para o jantar estava contido num jarro
alto, de pescoço comprido e boca estreita, no qual a raposa não podia introduzir o focinho. Tudo o que ela conseguiu foi
lamber a parte externa do jarro.

- Não pedirei desculpas pelo jantar, disse a cegonha, assim você sente no próprio estomago o que senti ontem.

(Quem com ferro fere, com ferro será ferido)

A Lebre e a Tartaruga

"A lebre estava se vangloriando de sua rapidez, perante os outros animais:


- Nunca perco de ninguém. Desafio a todos aqui a tomarem parte numa corrida comigo.
- Aceito o desafio! Disse a tartaruga calmamente.
- Isto parece brincadeira. Poderei dançar à sua volta, por todo o caminho, respondeu a lebre.
- Guarde sua presunção até ver quem ganha. recomendou a tartaruga.

A um sinal dado pelos outros animais, as duas partiram. A lebre saiu a toda velocidade. Mais adiante, para demonstrar
seu desprezo pela rival, deitou-se e tirou uma soneca.

A tartaruga continuou avançando, com muita perseverança. Quando a lebre acordou, viu-a já pertinho do ponto final e
não teve tempo de correr, para chegar primeiro.

(Com perseverança, tudo se alcança)

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