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Rio de Janeiro
2013
ANDRÉIA NASCIMENTO DA CONCEIÇÃO
Rio de Janeiro
2013
C744a CONCEIÇÃO, Andréia Nascimento da.
Administrar a preservação: um desafio para alcançar a
conservação de acervos bibliográficos / Andréia Nascimento
da Conceição. – Rio de Janeiro : [s.n], 2013.
88 f. : il. color. ; 30 cm.
CDD 025.84
ANDRÉIA NASCIMENTO DA CONCEIÇÃO
_________________________________________________
Profa.: MSc. Marília Amaral Mendes Alves (Orientadora)
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
_________________________________________________
Profa.: DSc. Suzete Moeda Mattos
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
_________________________________________________
Prof.: MSc. Fabiano Cataldo de Azevedo
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
2013
Dedico este trabalho de conclusão do
curso de graduação ao meu Deus
soberano criador do céu, da terra e meu
Senhor. Que me direcionou, sustentou,
protegeu e me manteve em pé em meio
às dificuldades vivenciadas durante todo o
percurso da minha formação, sem a Sua
ajuda eu não teria concluído a minha
graduação. Obrigada Deus pelo Seu amor
e cuidado dispensado sobre minha vida.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus, pois sem Ele não seria possível realizar
meu grande sonho: a formação superior. Sou eternamente grata a Ti Senhor por
essa oportunidade.
Ao meu marido Paulo que vivenciou comigo todas as dificuldades e
conquistas durante todo o meu processo de formação.
A minha querida orientadora Professora Msc. Marília Amaral, que em meio a
tantos alunos para tender me ajudou na execução deste trabalho final. Obrigada
professora Marília por toda sua ajuda, apoio e compreensão, sua ajuda foi muito
importante para mim.
Faço um agradecimento especial a todos meus professores do curso de
graduação da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio
de Janeiro pelos valiosos ensinamentos durante todo o meu percurso de formação.
Eu os admiro e respeito.
Em particular agradeço a professora MSc. Ana Virginia Teixeira da Paz
Pinheiro e ao Prof. Msc. Fabiano de Azevedo Cataldo por indicação de bibliografias.
Professor Fabiano suas aulas foi uma verdadeira inspiração para execução do meu
trabalho.
A todas as pessoas que me ajudaram, direta ou indiretamente, na execução
deste trabalho em especial agradeço:
É com muito carinho e consideração que agradeço a professora Drnd.
Marianna Zattar Barra Ribeiro pela revisão e correção da formatação do meu
Trabalho de Conclusão de Curso.
Agradeço enormemente a gentileza da Bárbara Mello Guimarães, funcionária
da Biblioteca Central da UNIRIO, pela revisão e correção de todo o texto do meu
Trabalho de Conclusão de Curso.
A Elizabeth Supeleto pelo carinho e disposição em fazer a tradução do
resumo.
À equipe de conservação da Biblioteca Rodolfo Garcia da Academia Brasileira
de Letras, os bibliotecários Julio e Renato Ramos, as técnicas de restauração Luíza
e Mary obrigada por me receberem tão carinhosamente e disponibilizarem tempo
para me atender.
À equipe de conservação da Biblioteca de Ciências Biomédicas do ICICT
FIOCRUZ, em especial a gentileza da bibliotecária chefe Marilene Fragas e do
bibliotecário restaurador Marcelo Lima que abriram as portas dos laboratórios e dos
armazéns para me atender e mostrar os processos de conservação e restauração.
À equipe de conservação do Museu de Astronomia e Ciências Afins, em
particular à Ozana Hannesch, que em meio aos seus compromissos me recebeu e
me concedeu uma parte do seu tempo para me atender tão carinhosamente.
Muito obrigada pela valiosa contribuição que vocês me deram para a
realização do meu Trabalho de Conclusão de Curso.
Por último e não menos importante agradeço aos meus familiares, parentes,
amigas e amigos pela torcida, apoio e incentivo nos meus momentos mais difíceis.
Agora temos mais um motivo para comemorar. Agradeço a Deus pela vida de cada
um. Amo vocês.
“‘Todas as decisões tomadas pelo
administrador da coleção, a partir da
aquisição de uma obra, fazem parte do
processo de deterioração física daquela
obra’. Assim sendo, em cada estágio do
processo de incorporação: tratamento
técnico, depósito, liberação para consulta,
manutenção e eventual exclusão do
acervo, todo o pessoal da biblioteca, e em
especial, aqueles diretamente envolvidos
no planejamento e administração da
coleção, devem ter em mente as
implicações que suas decisões e seus
atos podem acarretar para a preservação
das obras.” (OGDEN, 2001, p. 18).
RESUMO
Institutions such as libraries, public records and museums have in their collections
bibliographic materials whose constitution is organic. The major objectives of these
institutions are to preserve and provide access to items of the total access. The
preservation is made through the conservation, restoration and reformatting. The
preservation is a set of necessary measures for the maintenance of bibliographical
documents or objects, encompassing the financial and personnel management,
storage management, policy development, techniques and methods of preservation
for bibliographic items. The choice of the theme was done because of the importance
that it represents in the management and preservation of library collections. The
objective of this study is to present the steps of the planning of a preserving policy, to
ponder over the administration process of preservation and its importance and
identify the global actions of daily life by means of interviews and visits to specialized
libraries. It was found that to achieve conservation of bibliographic collections and
give access it is necessary to manage the preservation efficiently and effectively,
both of human and financial resources as the procedures for the conservation,
restoration and reformatting.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................14
2 O ACERVO BIBLIOGRÁFICO.......................................................................15
2.1 O livro e a biblioteca.....................................................................................15
2.2 O papel...........................................................................................................17
3 PRESERVAÇÃO, CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO.............................19
3.1 Conceitos básicos........................................................................................19
3.1.1 Preservação....................................................................................................19
3.1.2 Conservação...................................................................................................21
3.1.3 Restauração....................................................................................................22
3.2 Histórico da preservação.............................................................................24
3.3 Conservar: O quê? Por quê? Como?..........................................................27
3.3.1 O que conservar.............................................................................................27
3.3.2 Por que conservar...........................................................................................28
3.3.3 Como conservar..............................................................................................29
4 POLÍTICA DE PRESERVAÇÃO: PLANEJAMENTO E
ADMINISTRAÇÃO.........................................................................................31
4.1 Planejamento para preservação..................................................................35
4.2 Administração da preservação....................................................................44
5 A IMPORTÂNCIA DAS PRÁTICAS PRESERVACIONAISTAS....................50
6 ESTUDOS DE CASO.....................................................................................56
6.1 Biblioteca Rodolfo Garcia............................................................................56
6.2 Biblioteca de Ciências Biomédicas.............................................................57
6.3 Biblioteca do Museu de Astronomia e Ciências Afins..............................57
7 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS...................................58
7.1 Quanto aos edifícios.....................................................................................58
7.2 Quanto ao meio ambiente............................................................................60
7.3 Quanto ao acervo..........................................................................................63
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................66
REFERÊNCIAS..............................................................................................67
GLOSSÁRIO..................................................................................................74
ANEXO A – FORMULÁRIO PARA LEVANTAMENTO DE AMOSTRA........77
ANEXO B – FICHA: DIAGNÓSTICO DE CONSERVAÇÃO..........................78
ANEXO C – FICHA: DIAGNÓSTICOS DO ACERVO E ESPAÇO FÍSICO...80
ANEXO D – FICHA: DIAGNÓSTICO DO ACERVO FOTOGRÁFICO...........82
ANEXO E – QUADRO COM LIMITES DE PROTEÇÃO DO EDIFÍFIO.........84
ANEXO F – FLUXO DE TRABALHO DA BRG.............................................85
ANEXO G – QUESTIONÁRIO.......................................................................86
ANEXO H – DICAS DE PRESERVAÇÃO: REGISTROS EM PAPEL..........87
14
1 INTRODUÇÃO
2 O ACERVO BIBLIOGRÁFICO
2.2 O papel
A malha era feita para obter a drenagem da água, e após as fibras dos
tecidos repousava sobre a malha de forma entrelaçadas formando uma fina camada
de papel. Mesmo com toda tecnologia que existe para a fabricação de papel “este
processo básico [...] permanece intacto até os dias de hoje” (SPINELLI JÚNIOR,
1997, p. 13). Os papéis mais fortes e duráveis são obtidos a partir das fibras longas
de linho, algodão ou cânhamo (RICKMAN; BALL, 2005, p. 103).
Entretanto a vida útil do papel é limitada, e por causa desta característica
inerente ao suporte do papel, tem-se dado grande importância aos processos de
preservação. Devido à falta de perenidade do papel, que o define como uma matéria
orgânica e o caracteriza com uma vida útil restringida, faz-se necessário utilizar os
recursos da conservação para preservar a forma física e o conteúdo intelectual que
se encontra nos documentos que o utilizam o papel como suporte.
Em 2007 Teijgeler (p. 27) afirma que “só há cerca de 30 anos é que o mundo
da conservação do papel e do livro ganhou visibilidade”.
19
3.1.1 Preservação
A preservação
E também,
3.1.2 Conservação
3.1.3 Restauração
políticas para que ocorra uma boa formação do acervo e seu futuro
desenvolvimento.
Antes do processamento das doações é preciso examinar
Essas avaliações evidenciam a dimensão dos danos que estão presentes nos
acervos, identificam os agentes causadores da deterioração, as condições do
ambiente em que o acervo está abrigado, e de acordo com a missão da instituição,
saber o real valor do acervo. Na etapa de avaliação, é preciso atentar para o que os
teóricos falam sobre a individualidade de cada instituição e a presença de fatores
deteriorantes específicos que podem degradar o acervo bibliográfico, e sempre
variam de uma instituição para outra.
36
Para Garlick (2001, p. 22) “planos bem concebidos permitem a uma instituição
desenvolver projetos de modo coerente e sistemático, utilizar recursos limitados de
maneira eficiente e alcançar resultados positivos através de um programa bem
sucedido”.
Nassif (1992, p. 23-24) apresenta a distinção de Boomgarden, que mostra as
variáveis que influenciam diretamente na perenidade dos materiais, e são elas “a
estrutura físico-química dos materiais das coleções; o ambiente físico em que os
materiais estão armazenados; o manuseio e tratamento a que cada documento é
submetido”. Ter a ciência destas variáveis possibilita o profissional da preservação a
“planejar e administrar um programa de preservação” (NASSIF, 1992, p. 24).
37
Com relação aos conflitos que poderão surgir durante a elaboração da política
de preservação, deverá ser estabelecido o foco principal da política, visto que a
opinião pessoal não prevalecerá, mas sim “a importância de melhorar as condições
do edifício e de suas instalações, fazendo as reformas necessárias para a
sobrevivência das coleções” (OGDEN, 2001, p. 11).
É grande o número de decisões para estabelecer um programa de
preservação, “as decisões frequentemente não são fáceis de serem tomadas, e
pode ser necessário procurar a assistência profissional de um consultor” (OGDEN, p.
13). Decidir o tratamento de conservação que será aplicado e quem o fará, são
deliberações que o administrador da preservação precisará assumir, e para isso, ele
deverá “ser suficientemente informado, tanto sobre a natureza da deterioração a ser
42
Inundações
Pluviometria
Vendavais
Vegetação
Indústrias
Centro urbano
Funcionários
Treinamento
Usuários
Vandalismo
Fonte: A autora.
Limpeza do ambiente
Constante
Periódica
Ambiente
Higienização do acervo
Constante
Biodeterioração: insetos (baratas, brocas,
cupins), roedores (ratos e ratazanas),
pássaros, morcegos e animais (cobra).
Biodeterioração: microorganismos, fungos
(esporos), mofo e ácaros de livro.
Mecânica
Natural
Ventilação
Vertical
Horizontal
Filtração do ar
Fonte: A autora.
Por esses motivos é preciso dispensar maior atenção em todo o ambiente de guarda
dos acervos.
47
Segurança do
De acesso ao acervo
acervo
Controle
De empréstimos
Sistema de detecção contra furto
Interna
Controle para exposição
Externa
Diária
Controle do acervo
Vistoria do acervo
Periódica
Controle de reprodução pelos
usuários
Do acervo
Diagnóstico
Obra a obra
Coleção
Monitoramento
Corrente
Armazenamento
Em depósitos
Para suporte físico
Reformatação
Cópia
Para suporte digital
Microfilmagem
De seleção
Gestão da
De aquisição
Coleção
De processamento
Políticas
técnico
De circulação
De uso
Fonte: A autora.
Figura 3:
3 Mesa/estante para livros acorrentados
Figura 4: Códices
ices e incunábulos acorrentados
6 OS ESTUDOS DE CASO
incêndio
Elétricas - - -
Instalações
Hidráulicas - - -
Inundações Não há riscos Não há riscos Não há riscos
Edifício
Para Teijgeler (2007, p. 79) “os edifícios constituem a primeira linha de defesa
contra climas rigorosos e contra diversos tipos de desastres, sendo considerados
como um meio fundamental para a preservação das colecções (sic)”. E por isso o
cuidado com os edifícios não pode ser negligenciado quando o objetivo é a
preservação de acervos.
Para gerenciar um edifício e o ambiente onde o acervo está armazenado são
necessárias várias medidas de verificação para reparos e adequações. O
gerenciamento desses espaços requer atenção aos perigos iminentes como o risco
de vendáveis, inundações, riscos de incêndios, proximidade a indústrias, estruturas
resistentes a cargas, instalações hidráulicas, ambientes confinados, entre outros
(BECK, 2011).
Limpeza do ambiente
Constante Possui Possui Possui
Periódica Possui Possui Possui
Ambiente
Higienização do acervo
Constante Possui Possui Não possui
Biodeterioração: insetos Possui controle e Possui controle e Possui controle e
(baratas, brocas, cupins), monitoramento monitoramento monitoramento
roedores (ratos e ratazanas),
pássaros, morcegos e animais
(cobra).
Biodeterioração: Possui controle e Possui controle e Possui controle e
microorganismos, fungos monitoramento monitoramento monitoramento
(esporos), mofo e ácaros de
livro.
Mecânica Possui Possui Não possui
Natural Não possui Não possui Possui
Ventilação
Vertical Não possui Não possui Não possui
Horizontal Possui Possui Possui
Filtração do ar Possui Possui Não possui
Fonte: A autora.
63
Fonte: A autora.
65
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DAVIES, Stuart. Plano Diretor. São Paulo: EdUSP: Fundação Vitae, 2001.
Disponível em: <http://www.usp.br/cpc/v1/imagem/download_arquivo/roteiro1.pdf>.
Acesso em: 29 jul. 2013.
69
FARIA, Maria Isabel Ribeiro de; PERICÃO, Maria da Graça. Dicionário do livro: da
escrita ao livro eletrônico. São Paulo: EdUSP, 2008.
LUCCAS, Lucy; SERIPIERRI, Dione. Conservar para não restaurar: uma proposta
para preservação de documentos em bibliotecas. Brasília: thesaurus, 1995.
LINO, Lucia Alves da Silva; HANNESCH, Ozana; AZEVEDO, Fabiano Cataldo de.
Política de preservação no âmbito do gerenciamento de coleções especiais: um
estudo de caso no Museu de Astronomia e Ciências Afins. In: ENCONTRO
NACIONAL DE ACERVO RARO, 7., 2007, Rio de Janeiro. Anais da Biblioteca
Nacional. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2007. p. 59-75. Disponível em:
<http://www.bn.br/planor/documentos/anais_123_2003.pdf>. Acesso em: 13 dez.
2012.
OLIVEIRA, José Teixeira de. A fascinante história do livro IV: de Gutenberg aos
nossos dias. Rio de Janeiro: Kosmos, 1989.
RESOURCE: The Council for Museums, Archives and Libraries. Parâmetros para a
conservação de acervos: um roteiro de auto-avaliação. [São Paulo]: Editora da
Universidade de São Paulo: [Fundação] Vitae, [2004]. Disponível em:
<http://www.usp.br/cpc/v1/imagem/download_arquivo/roteiro5.pdf>. Acesso em: 1
jun. 2013.
<http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasgerais/drg_plano_risco_por/drg_plano
_risco_por.pdf>. Acesso em: 08 nov. 2012.
GLOSSÁRIO
Fonte: MERRILL-OLDHAM;
OLDHAM; REED-SCOTT
REED (2001).
78
ANEXO G – QUESTIONÁRIO