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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE BIOLOGIA ROBERTO ALCANTARA GOMES


DEPARTAMENTO DE ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA

LETÍCIA BARBOSA QUESADO

Interações Ecológicas nos Livros


Didáticos do Ensino Médio

UERJ – RJ
2009
LETÍCIA BARBOSA QUESADO

Interações Ecológicas nos Livros Didáticos do


Ensino Médio

Monografia apresentada, como requisito parcial para a


obtenção do título de Especialista em Ensino Ciências,
ao Programa de Pós-Graduação „Lato-Sensu‟ em
Ensino de Ciências, da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro.

ORIENTADOR: Profª. MSc Elizabeth dos Santos Rios

UERJ – RJ
2009
ii

CATALOGAÇÃO NA FONTE

Q5 Quesado, Letícia Barbosa.


Interações ecológicas nos livros didáticos do ensino médio /
Letícia Barbosa Quesado. – Rio de Janeiro, 2009.
xiii, 100 f. : il.

Orientadora: Elizabeth dos Santos Rios.


Projeto final apresentado ao Instituto de Biologia Roberto
Alcântara Gomes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
como requisito para obtenção de grau de licenciada em Ciências
Biológicas. LETÍCIA BARBOSA QUESADO

1. Ecologia - Estudo e ensino. 2. Biologia - Estudo e


ensino. 3. Ecologia - Livros didáticos. 4. Biologia - Livros
didáticos. 5. Ensino médio. I. Rios, Elizabeth dos Santos. II.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de
Biologia Roberto Alcântara Gomes. III. Título.

CDU 577.4
iii

Interações Ecológicas nos Livros Didáticos do Ensino Médio

Monografia apresentada, como requisito parcial para a


obtenção do título de Especialista em Ensino Ciências,
ao Programa de Pós-Graduação „Lato-Sensu‟ em
Ensino de Ciências, da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro.

Aprovado em: 14 de Outubro de 2009.

Banca Examinadora:

___________________________________________________________
Profª. MSc. Elizabeth dos Santos Rios (Orientadora)
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes/UERJ

____________________________________________________________
Profª. Dr. Ana Maria Donato
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes/UERJ

____________________________________________________________
Profª. MSc. Luciene Sampaio de Andrade
Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes/UERJ

UERJ – RJ
2009
iv

Á Profª. Elizabeth Rios


v

AGRADECIMENTOS

À Profª. MSc Elizabeth dos Santos Rios pela orientação, a confiança em mim aplicada
desde o início da pós-graduação e pela oportunidade de estudar um assunto tão interessante.
À UERJ pelo um ano e meio de ótimas experiências, pela obtenção dos meus
conhecimentos e pelo meu futuro profissional.
Aos professores do Programa da Pós-graduação „Lato-sensu‟ em Ensino de Ciências
da UERJ, pela paciência e atenção nas aulas ministradas.
Aos meus amigos por me ouvirem, me aconselharem, partilharem comigo parte de
suas vidas com muita alegria, conversa, brincadeira, festas e até mesmo estudos. A cada um,
há uma parte de minha memória e coração. Agradeço profundamente ao Alê, ao Digo, ao
Hugo (Gavião), à Salsa e à Lê. Os doze da turma de 2008: Ana Maria (pessoa contagiante e
pela amizade), Alexandra (às piadas e comentário engraçadíssimos e surpreendentes),
Alexandre (fotógrafo da turma), Daniela (fofa com cara de durona), Erika (pela alegria),
Fabíola (pessoa inteligente e eloquente, um exemplo de vida), Francisco (menino “fofo”,
prestativo e amigo), Marcella (pessoa inteligente e de coração enorme), Natalia (pelas
conversas interessantes no caminho de volta para casa e pela eterna amizade) e Simone (mãe
de todos, exemplo de pessoa).
À minha família, meu porto seguro, pelo carinho, incentivo e apoio em todos os
sentidos... Aos meus pais, que me ajudaram muito, principalmente, nos momentos de
desespero e sempre acreditaram em mim, sempre. Ao meu irmão, simplesmente por ser quem
ele é! Aos meus familiares cearenses, mineiros e cariocas, sanguíneos e postiços pela alegria
que me proporcionam, por confiarem em mim cegamente e pelo amor incondicional que
sentimos um pelo outro. À minha tia-postiça, Adriane Farah, que tem me acompanhado
crescer profissional e pessoalmente, de forma bastante presente. Esta que sempre transmite
imensa alegria.
E, de maneira especial, agradeço ao Alessandro, que com muito carinho, amor,
paciência e compreensão sempre me apoiou e me colocou para cima. E, por me fazer MUITO
FELIZ!

Obrigada a todos!
vi

RESUMO

QUESADO, Letícia Barbosa. Interações Ecológicas nos Livros Didáticos do Ensino Médio.
2009. 97 f. Monografia (Especialização) - Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes,
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

O ensino das Ciências tem como finalidade a promoção do processo de cidadania e inclusão
social, pois torna o alunado capaz de questionar, compreender, interagir, tomar decisões, e
melhorar sua qualidade de vida. Também torna possível o reconhecimento do aluno como
organismo integrante da natureza. Portanto, sujeito aos mesmos fenômenos e interações que
os demais, porém sendo capaz de modificar ativamente a biodiversidade e as relações
estabelecidas entre os organismos. Assim sendo, apreender o conteúdo de interações
ecológicas, presente nos livros didáticos de Ensino Médio, é importante para o processo de
formação de um cidadão pleno. No entanto, os livros didáticos possuem informações
fragmentadas e que podem levar a elaboração de concepções simplistas e equivocadas dos
assuntos estudados, causando confusão na construção e compreensão do conhecimento pelo
aluno. Seguindo esta perspectiva, a hipótese foi de que as interações ecológicas são
abordadas, porém não aprofundada e compreensível o suficiente. Os objetivos foram: (i)
analisar se a interações ecológicas são abordadas nos livros didáticos do 3° ano do ensino
médio, (ii) investigar a clareza dos textos e (iii) avaliar se os livros seguem as orientações do
Parâmetro Curricular Nacional (PCN). O objeto deste estudo foram os elementos textuais e
ilustrativos de 6 livros didáticos do 3º ano do Ensino Médio recomendadas pelo Programa
Nacional do Livro para o Ensino Médio (PNLEM) de 2007. Neles foram realizadas análises,
por meio de um formulário, quanto a erros de conceitos; omissão de conteúdo; clareza;
atividades complementares; referências; fontes alternativas de pesquisa; presença do conteúdo
no nível nacional e padrão de desenvolvimento das idéias. Os resultados demonstraram que as
interações ecológicas foram abordadas em todos os livros didáticos estudados de forma um
pouco confusa. Isto reflete a mesma confusão na classificação do tema nos diferentes livros de
referência. No entanto, seguiram a maioria das orientações do PCN e do Parâmetro Curricular
Nacional para o Ensino Médio (PCNEM), permitindo ampliar o entendimento sobre o mundo
vivo. Embora dificulte a compreensão de que o aluno faz parte da natureza, uma vez que
apresentaram o ser humano sempre como a parte prejudicada na interação Parasitismo e
Competição. Também favoreceram o desenvolvimento de modos de pensar e agir, através das
atividades de grupo, prática e debates, que permitem aos alunos se localizarem no mundo e
dele participar de modo consciente e consequente. Este trabalho foi capaz de detectar a
necessidade de mais estudos na área de interações ecológicas e uma unificação da
classificação da mesma, para que não suscite confusões nem por parte de outros
pesquisadores, nem por parte de leigos.

Palavras-chave: Interações ecológicas; Ensino de Biologia; Livros didáticos; Ensino Médio.


vii

ABSTRACT

The aims of Science teaching are to promote the process of citizenship and social inclusion,
because it makes the students able to question, understand, interact, make decisions and
improve their life quality. Also makes possible the recognition of the student as organism that
makes part of nature. Therefore, subordinate to the same phenomena and interactions as the
other organisms, but being able to actively alter the biodiversity and the relationship between
other organisms. For this reason, understanding the content of ecological interactions, present
in textbooks of high school, it is important to the process of formation of a full citizen.
However, the textbooks have fragmented information and can lead to development of
simplistic and mistaken conceptions of the subjects studied, causing confusion in the
construction and comprehension of knowledge by the student. Following this approach, the
hypothesis was that ecological interactions are addressed, but not depth and understandable
enough. Aims of this study were (i) examine if the ecological interactions are addressed in
textbooks of the 3rd year of high school, (ii) investigate if the text is understandable and (iii)
whether the books follow the guidelines of the National Curricular Parameters (NCP). Textual
and illustrative elements of 6 textbooks of the 3rd year of high school recommended by the
National Book Program for High School (NBPHS) 2007 were the focuses of this study.
Through a form were analyzed mistakes concepts, omission of content, text understanding;
complementary activities, references, sources of research; presence of the content at the
national level and pattern of development of ideas. Results showed that the ecological
interactions were addressed in all textbooks studied, but not understandable enough. This
reflects the same confusion in the classification of the subject that appears in all reference
books. However, they followed the most of the guidelines of the NCP and the National
Curricular Parameters for High School (NCPHS), allowing to increase the understanding of
the living world. Although, difficult to understand that the student is part of nature, since the
human was always presented as the aggrieved party in the Parasitism and Competition
interaction. Also favored the development the way of thinking and acting, through group
activities, practice and discussion, allowing students to located themselves in the world and
participate of the word consciously and consequently. This work was able to detect the need
for further studies in the ecological interactions and a unification of the classification of it, for
not to cause misunderstanding by other researchers or by lay people.

Keywords: Ecological interactions; Biology teaching of Biology, Textbooks, High School.


viii

LISTA DE TABELAS

Páginas
Tabela 1 – Interações apresentadas nos livros utilizados como referência para a
revisão conceitual............................................................................................ 11

Tabela 2 – Distribuição percentual das obras escolhidas pelos professores de


Biologia escolhidas no PNLEM/2007............................................................. 32

Tabela 3 – Características apresentadas nas obras estudadas..................................... 34-35


ix

LISTA DE FIGURAS

Páginas

Figura 1 – Exemplos de interações ecológicas diretas entre espécies em comunidades 11


Figura 2 – Exemplo de uma interação ecológica mutualística indireta entre espécies
em comunidades................................................................................................... 18
Figura 3 – Exemplo de uma interação ecológica indireta entre espécies em
comunidades......................................................................................................... 19
Figura 4 – Exemplo de uma interação ecológica indireta entre espécies em
comunidades, cascata trófica................................................................................ 24
Figura 5 – Exemplos de algumas interações ecológicas de Competição indireta entre
espécies em comunidades..................................................................................... 30
Figura 6 – Capa do livro Biologia (LAURENCE, 2006)................................................ 37
Figura 7 – Exercício proposto para a fixação do conteúdo dinâmica populacional e do
conceito relacionado à interação ecológica (LAURENCE, 2006, p. 89).......... 39
Figura 8 – Exercício proposto para a fixação do conteúdo cadeia trófica e do conceito
relacionado à interação ecológica (LAURENCE, 2006, p. 89)........................... 40
Figura 9 – Atividade complementar em grupo que utiliza conceito relacionado à
interação ecológica (LAURENCE, 2006, p. 82).................................................. 41
Figura 10 – Capa do livro Biologia (AMABIS e MARTHO, 2005).............................. 42
Figura 11 – Tabela de ganhos e perdas individuais nas relações ecológicas
interespecíficas (AMABIS e MARTHO, 2005, p. 348)....................................... 43
Figura 12 – Observação feita pelos autores para a correção de definição da relação
ecológica intra-específica das formigas (AMABIS e MARTHO, 2005, p. 354) 44
Figura 13 – Exemplo dado pelos autores para caracterizar a Predação e que
representa o conceito de dinâmica populacional da presa e de seu predador
(AMABIS e MARTHO, 2005, p. 350)................................................................. 45
Figura 14 – Exercícios propostos para a fixação do conteúdo apresentado e dos
conceitos relacionados à interação ecológica (AMABIS e MARTHO, 2005, p.
356)....................................................................................................................... 45
Figura 15 – Exercício de vestibular que utiliza exemplos com organismos brasileiros
(AMABIS e MARTHO, 2005, p. 358)................................................................. 46
Figura 16 – Capa do livro Biologia (LOPES e ROSSO, 2006)...................................... 47
x

Páginas
Figura 17 – Exercícios propostos para a fixação do conteúdo apresentado e dos
conceitos relacionados à interação ecológica (LOPES e ROSSO, 2006, (A) p.
564 e (B) p. 561).................................................................................................. 49
Figura 18 – Exercício proposto no qual é questionada a participação humana na
interação ecológica, Competição intra-específica (LOPES e ROSSO, 2006, p.
564)....................................................................................................................... 50
Figura 19 – Exercício proposto que se utiliza de um exemplo brasileiro na interação
Parasitismo (LOPES e ROSSO, 2006, p. 564)..................................................... 50
Figura 20 – Capa do livro Biologia - (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007).... 51
Figura 21 – Tabela de classificação das relações ecológicas (LINHARES e
GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 477)................................................................. 52
Figura 22 – Exercícios propostos para a fixação dos conteúdos apresentados no texto
e dos conceitos relacionados à interação ecológica (LINHARES e
GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 484)................................................................. 54
Figura 23 – Exercícios das seções “Compreendendo o texto” (A), “Questões para
análise” (B) e “Exame Nacional do Ensino Médio – Enem” (C) propostos para
a fixação dos conteúdos apresentados no capítulo e dos conceitos relacionados
à interação ecológica (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, (A) p. 484,
(B) e (C) p. 487)................................................................................................... 54
Figura 24 – Exercícios das seções “Exame Nacional do Ensino Médio – Enem” (A) e
“Compreendendo o texto” (B) propostos para a fixação dos conteúdos
apresentados no capítulo e dos conceitos relacionados à interação ecológica
(LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, (A) p. 487e (B) p. 484)............... 56
Figura 25 – Exercício proposto que se utiliza de um exemplo brasileiro na interação
Parasitismo (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 484).................... 57
Figura 26 – Montagem de um experimento (A) proposto para uma atividade de
discussão em grupo (B) (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 488).. 58
Figura 27 – Capa do livro Biologia - (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005).................. 59
Figura 28 – Tabela de classificação das relações ecológicas (SILVA JUNIOR e
SASSON, 2005, p. 379)....................................................................................... 60
Figura 29 – Exercícios propostos para a fixação do conteúdo cadeia trófica: (A)
cadeia trófica e (B) reconhecimento de uma interação em uma teia trófica
(SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, (A) p. 400 e (B) p. 401)............................ 61
Figura 30 – Exercício proposto para a fixação do conteúdo dinâmica populacional na
seção “Questões e propostas para discussão” (SILVA JUNIOR e SASSON,
2005, p. 393)......................................................................................................... 61
xi

Páginas
Figura 31 – Exercícios propostos para a fixação do conteúdo nicho ecológico nas
seções (A) e (B) “Questões e propostas para discussão” e (C) “Teste” (SILVA
JUNIOR e SASSON, 2005, (A) p. 395, (B) p. 396 e (C) p. 399)........................ 62
Figura 32 – Exemplo de uma caixa de diálogo com nota sobre um assunto importante
na página (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 380)....................................... 63
Figura 33 – Exercícios propostos para questionar a classificação da herbivoria na
seção “Questões e propostas para discussão” (SILVA JUNIOR e SASSON,
2005, p. 394)......................................................................................................... 64
Figura 34 – Exercício proposto que faz menção ao ser humano nas interações
ecológicas (item III) na seção “Questões e propostas para discussão” (SILVA
JUNIOR e SASSON, 2005, p. 394)..................................................................... 64
Figura 35 – Exemplo de exercício com organismos brasileiros (A) ou apenas citando
uma região brasileira onde pode ocorrer a dada interação (B) (SILVA
JUNIOR e SASSON, 2005, (A) p. 402 e (B) p. 400)........................................... 65
Figura 36 – Capa do livro Biologia - (PAULINO, 2005)............................................... 66
Figura 37 – Tabela de classificação das relações ecológicas (PAULINO, 2005, p.
230)....................................................................................................................... 67
Figura 38 – Exercícios das seções “Organizando o conhecimento” (A) e “Roteiro
para auto-avaliação” (B) e (C) propostos para a fixação dos conteúdos
apresentados no capítulo e dos conceitos relacionados à interação ecológica
(PAULINO, 2005, (A) p. 213, (B) p. 216 e (C) p. 218)....................................... 70
Figura 39 – Exercício da seção “Roteiro para auto-avaliação” com citação do ser
humano na interação Parasitismo (PAULINO, 2005, p. 236).............................. 71
xii

SUMÁRIO

Páginas
INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1

1. CAPÍTULO I – LIVRO DIDÁTICO....................................................................... 3


1.1. Sua Importância................................................................................................. 3
1.2. Seu Histórico..................................................................................................... 5

2. CAPÍTULO II – INTERAÇÕES ECOLÓGICAS................................................ 9


2.1. Neutralismo....................................................................................................... 12
2.2. Simbiose............................................................................................................ 12
2.2.1. Comensalismo......................................................................................... 13
2.2.2. Mutualismo.............................................................................................. 15
2.2.3. Parasitismo.............................................................................................. 19
2.3. Predação............................................................................................................ 23
2.4. Amensalismo..................................................................................................... 27
2.5. Competição interespecífica............................................................................... 28

3. METODOLOGIA...................................................................................................... 31
3.1. Abordagem........................................................................................................ 31
3.2. Fonte.................................................................................................................. 31
3.3. Amostragem...................................................................................................... 31
3.4. A coleta dos dados............................................................................................. 32
3.4.1. O instrumento.......................................................................................... 32
3.4.2. O procedimento de coleta dos dados....................................................... 32
3.4.3. Tratamento dos dados.............................................................................. 33
3.5. Revisão conceitual............................................................................................. 33
xiii

Páginas
4. RESULTADOS.......................................................................................................... 34
4.1. Análise geral...................................................................................................... 34
4.2. Análises por livro didático................................................................................ 37

5. DISCUSSÃO.............................................................................................................. 73

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 78

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 79
Bibliografia Analisada.............................................................................................. 85

ANEXOS........................................................................................................................ 86
Anexo A – Roteiro de análise documental............................................................... 87
Anexo B – Roteiro de análise documental: LAURENCE J..................................... 89
Anexo C – Roteiro de análise documental: AMABIS, JM e MARTHO, GR.......... 91
Anexo D – Roteiro de análise documental: LOPES, S e ROSSO, S....................... 93
Anexo E – Roteiro de análise documental: LINHARES, S e
GEWASDSZNAJDER, F......................................................................................... 95
Anexo F – Roteiro de análise documental - SILVA JUNIOR, C e SASSON, S..... 97
Anexo G – Roteiro de análise documental - PAULINO, WR.................................. 99
1

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, inúmeras informações têm sido veiculadas pelos meios de
comunicação referentes a acontecimentos, cujo completo entendimento depende do
conhecimento científico. Com uma frequência incomum, dado o avanço da ciência em alguns
de seus campos, a linguagem científica tem integrado vocabulário do nosso dia-a-dia com
termos como: genoma, clonagem, efeito estufa, transgênico, entre outros. Ou seja, assuntos
biológicos têm sido discutidos em jornais e revistas de grande circulação ou em programas de
entretenimento veiculados pela tevê ou pelo rádio como notícia política, econômica e até
como parte de uma discussão ética (BRASIL, 2005).
O ensino de Ciências tem como finalidade, neste sentido, a promoção do processo de
cidadania e inclusão social, uma vez que tornam os alunos capazes de discutir, questionar,
compreender o mundo que as cerca, interagir de maneira crítica e autônoma à sociedade a que
pertencem, respeitar o ponto de vista alheio, resolver problemas, tomar decisões e melhorar
sua qualidade de vida. Essas são características que promovem uma sociedade solidária,
pacífica, participativa e democrática (UNESCO, 2005).
Porém, o ensino de Ciências não tem apenas o intuito de fazer o cidadão pleno e
participativo, mas também de ajudar a entender algumas das indagações feitas pelo homem.
Essas seriam a compreensão da origem, da reprodução, da evolução da vida e da vida humana
em toda sua diversidade de organização e interação (BRASIL, 2005). Também torna possível
o reconhecimento do aluno como organismo e parte integrante da Natureza e, portanto, sujeito
aos mesmos processos, fenômenos e interações que os demais seres vivos, e capaz de
modificar ativamente a biodiversidade e as relações estabelecidas entre os organismos
(BRASIL, 2006).
Portanto, apreender o conteúdo de interações ecológicas é importante neste processo
de formação de um cidadão pleno. Entendem-se interações ecológicas como sendo “relações
entre espécies que vivem numa comunidade; especificamente é o efeito que um indivíduo de
uma espécie pode exercer sobre um indivíduo de outra espécie” (ACIESP, 1997, p. 148).
Esse conteúdo é encontrado nos livros didáticos, de forma mais detalhada no Ensino
Médio. Os livros didáticos são considerados o principal instrumento de transmissão e
construção do conhecimento científico escolar (MARIA, 2008). Sua importância passa por ser
um mediador da aprendizagem dos estudantes, guia de atividades didáticas e textos
complementares, fonte de atualização dos professores, entre outros, sendo, então, um alicerce
2

para as atividades docentes (QUESADO, 2005). No entanto, possuem informações


fragmentadas e que podem levar a confusão na construção e compreensão dos assuntos
estudados (MARIA, 2008).
Um dos problemas mais apontados no ensino das diferentes ciências, seja no nível
básico ou superior, é a fragmentação do conhecimento científico, tal como ele é usualmente
apresentado (MARTINS e GUIMARÃES, 2002). O conceito das interações ecológicas e
noções relacionadas, como as de cadeia trófica e doenças associadas ao parasitismo de alguns
organismos, podem desempenhar um papel relevante no que concerne à obtenção de uma
noção de integração e relação entre os seres vivos, incluindo o ser humano.
Para que os alunos tenham esta noção de integração, é necessária a utilização de livros
didáticos que contenham informações adequadas de diversos temas, inclusive do que será
abordado neste trabalho. Uma vez que, este tema apresenta definições que são constantemente
confundidas e mal interpretadas, principalmente, pela quantidade de interações e pela
proximidade conceitual das mesmas. Outro fator a se considerar é a falta de reconhecimento
destas interações pelos alunos, provavelmente, porque os exemplos dados não estão próximos
a realidade dos mesmos e/ou pela possível falta de um recurso visual, através do qual o aluno
pode assimilar o conteúdo apresentado.
Com base no que já foi exposto formulou-se a hipótese de que as interações ecológicas
são abordadas, porém não de forma aprofundada e compreensível o suficiente. Portanto, a
pergunta feita por este trabalho é: Como as interações ecológicas são abordadas nos livros
didáticos para o Ensino Médio?
O objetivo geral foi avaliar a forma como são abordadas as interações ecológicas nos
livros didáticos de Ensino Médio. Enquanto, os objetivos específicos são:
(i) analisar se as relações ecológicas são abordadas nos livros didáticos do 3° ano do
ensino médio;
(ii) investigar a clareza dos textos nos diferentes livros didáticos escolhidos;
(iii) avaliar se seguem as orientações do Parâmetro Curricular Nacional (PCN).
3

CAPÍTULO I

1. LIVRO DIDÁTICO

Um país se faz com homens e livros


Monteiro Lobato

1.1. Sua Importância

O livro didático é um recurso de leitura considerado como o principal instrumento de


transposição de conteúdo visando à construção de conhecimentos científicos escolares
(MARIA, 2008).
O relatório sobre a Educação no século XXI da Comissão Internacional para a
UNESCO (1998) considera que, apesar do desenvolvimento das tecnologias e outros
instrumentos pedagógicos, o livro didático possui um papel essencial no ensino, sendo “o
suporte mais fácil de manejar e mais econômico, ilustra os ensinamentos do professor,
permitindo que o aluno reveja os seus conhecimentos e adquira autonomia” (DELORS, 1998,
p.192). Portanto, é um mediador da aprendizagem dos estudantes, um guia de atividades
didáticas e textos complementares, uma fonte de atualização dos professores, entre outros. É,
então, considerado um dos mais importantes alicerces para as atividades docentes (DELORS,
1998, DELIZOICOV et al., 2002).
Sua importância aumenta ainda mais em países como o Brasil, onde uma precaríssima
situação educacional faz com que ele acabe determinando conteúdos e condicionando
estratégias de ensino, marcando, pois, de forma decisiva, o que se ensina e como se ensina o
que se ensina (LAJOLO, 1996, p. 4, grifos do autor).

O autor Silva (1996) afirma que para “uma boa parcela dos professores brasileiros, o
livro didático se apresenta como uma insubstituível muleta. Na sua falta ou ausência, não se
caminha cognitivamente na medida em que não há substância para ensinar” (p. 11). Na
mesma perspectiva, Bizzo (2002) aponta que o livro didático tem sido considerado por muitos
um grande obstáculo a impedir mudanças significativas nas salas de aula brasileiras. Assim,
4

apesar das novas tecnologias de comunicação em alternativa e/ou como complemento ao livro
didático, dentro da tradição escolar brasileira, aprender tem significado:
atender às liturgias dos livros, dentre as quais se destaca aquela do livro "didático": comprar
na livraria no início de cada ano letivo, usar ao ritmo do professor, fazer as lições, chegar à
metade ou aos três quartos dos conteúdos ah inscritos e dizer amém, pois é assim mesmo (e
somente assim) que se aprende (SILVA, 1996, p. 11).

É por isso, então, que “tudo precisa estar em função da situação coletiva da sala de
aula” (LAJOLO, 1996, p. 5), para que aprendam conteúdos, valores e atitudes específicos
com o livro didático utilizado. Contudo, a qualidade das informações e atitudes veiculadas
precisam ser levadas em consideração durante a escolha e a adoção do mesmo. Bem como,
posteriormente, no estabelecimento das formas de sua leitura e uso pelo professor no diálogo
com o alunado (LAJOLO, 1996).
Assim sendo, o livro didático não pode conter informações incorretas. Isto porque,
estas levariam seus usuários a atuarem com significados inadequados para a sua vida. Apesar
disso tudo, possuem informações fragmentadas e que podem levar à elaboração de
concepções simplistas e equivocadas dos assuntos estudados (MARIA, 2008), ou, por vezes,
passarem, de forma mais ou menos velada, informações erradas e valores e comportamentos
perniciosos (LAJOLO, 1996).
Com isso, e principalmente, por causa das avaliações dos livros realizadas através do
Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), estes têm despertado interesse de muitos
pesquisadores nas últimas décadas, tornando-se um instrumento de intervenção discursiva no
ensino e sua análise auxilia o entendimento de como é demonstrada a transformação do
conhecimento científico em conhecimento escolar (MOTOKANE e TRIVELATO, 2004).
O referido programa vem levantando discussões acerca da qualidade dos livros
didáticos no Brasil, fazendo com que as editoras se adéquem às suas recomendações. Além
disso, tem dado maior ênfase em livros destinados ao Ensino Fundamental e, recentemente, ao
Ensino Médio (FNDE, 2009).
As pesquisas desenvolvidas em Ensino de Ciências e Biologia têm produzido
trabalhos que utilizam o livro didático como cenário para vários olhares e perspectivas. Estes
trabalhos contribuem de maneira significativa para a formação do professor e o uso crítico
desse recurso (DELIZOICOV et al., 2002). Alguns discutem assuntos recentes, como a forma
em que o livro aborda aspectos sociais e culturais implícitos no ensino (questões de gênero,
representações do próprio livro didático, entre outros) (QUESADO, 2005), e outros discutem
como são abordados diversos conteúdos do currículo escolar.
5

Exemplos dessa diversidade de pesquisas podem ser encontrados nos resumos dos dois
recentes encontros: Encontro de Perspectivas do Ensino de Biologia (X EPEB, julho de 2006)
e Encontro Nacional de Ensino de Biologia (II ENEB, agosto de 2007). Nos anais são
apresentados trabalhos que buscam o entendimento de um tema específico em um ou mais
livros, como é o caso de Barzano (2006)1, Fonseca (2006), Sodré (2006), Silva (2006),
Clemonez e Lima (2007), Diniz et al. (2007)2, Ferreira e Soares (2007), Freitas et al. (2007),
Freire e Souza (2007)3, Gomes (2007)4, Santos e Cunha (2007) e Stortti e Pinhão (2007).
Outros autores estão mais preocupados com os elementos de linguagem, mesmo
quando utilizam diversos focos como Silva et al. (2007), que traçaram um perfil do uso de
terminologia científica nos livros didáticos de Biologia e suas implicações no currículo de
Ciências; Pereira et al. (2007), que fazem uma análise de concepções veiculadas pelos livros
didáticos; Giraldi (2007) que enfocam as analogias utilizadas no ensino de Ciências; e
Schlichting (2006), que fala sobre a construção de um livro didático. Ou, que ainda abordem
assuntos mais abrangentes como o papel do livro didático para o Ensino de Ciências
(GÜLLICH, 2007), a Educação Científica e Tecnológica (OLIVEIRA, 2007) e a ciência de
referência (FRANZOLIN, 2006).

1.2. Seu Histórico

A história do livro didático tem seu início na década de 30, quando, com a Revolução
de 30, o sistema nacional de educação torna-se de responsabilidade do Governo Federal.
Passados sete anos, o Ministério de Educação e Cultura (MEC) criou o Instituto Nacional do
Livro (INL), com o encargo de divulgar e distribuir obras de interesse educacional e cultural
(SILVA e TRIVELATO, 2000).
Foi nesta mesma época que o livro didático é definido, pela primeira vez, no Decreto-
lei 1.006 de 1938:
Art. 2º, § 2º - Livros de leitura de classe são os livros usados para leitura dos alunos em aula;
tais livros são chamados de livros de texto, livro-texto, compêndio escolar, livros escolar,
livros de classe, manual, livro didático (SILVA e TRIVELATO, 2000, p. 219).

1 Análise de livros em busca do conteúdo sobre saneamento básico e sua contribuição para a educação ambiental.
2 Análise sobre o tema animais peçonhentos e concepções prévias de alunado no ensino fundamental
3 Buscaram entender a abordagem do conteúdo de anfíbios em livros didáticos do ensino fundamental e médio.
4 O foco de trabalho são as transformações dos conhecimentos ecológicos em livros didáticos de ciências.
6

Este Decreto que criou a Comissão Nacional de Livros Didáticos (CNLD) com o
objetivo de controlar político-pedagogicamente a produção e a distribuição gratuita de livros
didáticos, que passaram a ser destinados a todas as séries da atual Educação Básica, que até
então, incluía só até o atual Ensino Fundamental (SILVA e TRIVELATO, 2000). A partir de
1940, restringia-se ao professor a responsabilidade pela escolha do livro didático a ser
utilizado pelos alunos (FNDE, 2009).
Após vários decretos, leis e Comissões Nacionais, foi só a partir da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB) de 1971, que o Conselho Federal de Educação começou a fixar o
núcleo comum de disciplinas para cada nível e série, que veio a servir como base para a
elaboração de guias curriculares pela Secretaria de Educação. Com isso, as editoras
começaram a serguir tais guias para a estruturação de seus livros didáticos, uniformizando-os
na forma de currículo e da prática-pedagógica (SILVA e TRIVELATO, 2000).
Ainda nos anos 1970, os recursos utilizados na distribuição dos livros provinham e
ainda provêm do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e das
contribuições das Unidades da Federação. No entanto, devido à insuficiência de recursos para
atender todos os alunos do Ensino Fundamental da rede pública, a grande maioria das escolas
municipais foi excluída do programa nessa época (FNDE, 2009).
Foi em 1985 que começou o processo do atual Programa Nacional do Livro Didático
(PNLD). Sua implantação promoveu grandes mudanças, como a indicação do livro didático
pelos professores e a mudança do controle administrativo do programa para a Fundação de
Assistência ao Estudante (FAE), com consequente término da participação financeira dos
estados. Outra mudança foi a abolição do livro descartável e o aperfeiçoamento das
especificações técnicas para a produção dos livros com maior durabilidade. Isto possibilitou a
implantação de bancos de livros didáticos, além da extensão da oferta de livros aos alunos de
1ª e 2ª séries das escolas públicas e comunitárias (FNDE, 2009).
Porém, após sete anos do início da distribuição dos livros de acordo com o PNLD/85,
esta foi comprometida pelas limitações orçamentárias, gerando um recuo na abrangência da
distribuição, que atendeu apenas até a 4ª série do Ensino Fundamental. Por conseguinte, em
1993, a Resolução FNDE nº 6 estabeleceu um financiamento contínuo para o programa, o
que, de forma gradativa, permitiu sua ampliação da distribuição dos livros para todo o Ensino
Fundamental da Rede Pública do país (FNDE, 2009).
Somente em 1996 que se deu início ao processo de avaliação pedagógica com os livros
inscritos para o PNLD/97, que sofreu inúmeros aperfeiçoamentos para o que hoje é
conhecido. No ano seguinte, com o término da FAE, a integral responsabilidade pela
7

execução do PNLD tornou-se do FNDE. O programa é, então, ampliado, fazendo com que o
Ministério da Educação passe a adquirir e distribuir continuamente livros didáticos de
alfabetização, língua portuguesa, matemática, ciências, estudos sociais, história e geografia
para todos os alunos de 1ª a 8ª série do Ensino Fundamental público (FNDE, 2009).
É nesse momento que a nova LDB/96 confere um marco na Educação Básica, pois é
nessa lei que o Ensino Médio é definido como tal, superando no plano legal a histórica
dualidade dessa etapa de Educação (BRASIL, 2000). Na verdade, o que ocorre é apenas a
reafirmação de que o Ensino Médio é uma extensão progressiva da obrigatoriedade e
gratuidade do ensino. Isso porque, já havia sido pronunciado na Constituição de 1988, no
inciso II do Art. 208, com posterior mudança na redação original sem alterar o significado,
através da Emenda Constitucional nº 14/96: “progressiva universalização do ensino médio
gratuito” (BRASIL, 1999, p. 117).
A alteração, que antes dizia “a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade
ao ensino médio” (BRASIL, 2000, p. 9), realizada pela Emenda Constitucional, fazia com que
o Ensino Médio não fosse mais obrigatório, contudo a sua oferta é dever do Estado, para
todos que o desejarem, conferindo a esse nível de ensino o estatuto de direito de todo cidadão
(BRASIL, 2000). Com isso, mais um segmento da educação deveria ser atendido pelo Estado
no PNLD. Porém este só foi implantado no ano de 2004 com o Programa Nacional do Livro
Didático para o Ensino Médio (PNLEM) (BRASIL, 2009).
Atualmente, o Governo Federal executa três programas voltados para o livro didático:
o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), Programa Nacional do Livro Didático para a
Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA) e o Programa Nacional do Livro Didático para o
Ensino Médio (PNLEM) (BRASIL, 2009).
O PNLEM prevê a distribuição de livros didáticos para os alunos do Ensino Médio da
rede pública de todo o País. Este se iniciou de forma experimental na região Norte e Nordeste
até 2005, distribuindo livros das disciplinas de Língua Portuguesa e de Matemática. Em 2006,
as três séries de todas as escolas do País já haviam sido beneficiadas, menos os estados de
Minas Gerais e do Paraná que desenvolvem programas próprios (BRASIL, 2009).
Os livros de Biologia só foram distribuídos, pela primeira vez, em 2007 a todos os
alunos e professores do Ensino Médio das escolas públicas de todo o Brasil, exceto as escolas
estaduais de Minas Gerais. Os livros de História e Química foram também distribuídos, pela
primeira vez, em 2008, ano no qual foi feita a escolha dos livros didáticos de Geografia e
Física e a segunda escolha dos livros de Matemática, Língua Portuguesa e Biologia, avaliados
e selecionados no PNLEM/2007 (BRASIL, 2009).
8

O processo de escolha dos livros didáticos envolve professores de escolas da Rede


Pública, que debatem quais as obras que melhor contribuirão para alcançar os objetivos do
projeto político-pedagógico da Escola (FNDE, 2009), além de profissionais especializados de
Universidades, que examinam quanto a aspectos de correção conceitual e compreensão
pedagógico-metodológicos e da construção do conhecimento cientifico e da cidadania
(BRASIL, 2008). São excluídos os livros que apresentam erros conceituais ou induções aos
mesmos, desatualização e preconceito ou discriminação de qualquer tipo (FNDE, 2009). O
resultado dessas análises é a formulação de Catálogos de Livros Didáticos para o Ensino
Médio de cada disciplina com observações de cada livro ou coleção, além da publicação no
Diário Oficial da União da lista dos livros recomendados, do ano em questão, para o
conhecimento dos Estados e dos Municípios (FNDE, 2009).
A definição de quantos exemplares devem ser adquiridos por cada escola da Rede
Pública é feita com base no censo escolar realizado anualmente pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), sendo, então, necessário o
cadastro da escola no mesmo. O Inep serve de parâmetro para todas as ações do FNDE, que
executa diretamente os programas em todas as etapas, com recursos financeiros do Orçamento
Geral da União, sendo a maior parte da arrecadação oriunda do salário-educação (FNDE,
2009).
9

CAPÍTULO II

2. INTERAÇÕES ECOLÓGICAS

The web of our life is of a mingled yarn, good and ill together.
(Tradução livre: A teia de nossas vidas é um emaranhado de interações, boas e ruins juntas)
William Shakespeare

A atividade de todo indivíduo muda o ambiente em que ele vive. Ele pode alterar as
condições, como pode adicionar ou subtrair recursos do ambiente, que poderiam ficar
disponíveis a outro organismo, como quando uma árvore projeta sombra sobre outras plantas
abaixo dela. Assim, os organismos interagem quando os indivíduos influem na vida de outros
(BEGON et al., 2007). Tais processos são denominados interações ecológicas. O termo pode
ser definido como “relações entre espécies que vivem numa comunidade; especificamente é o
efeito que um indivíduo de uma espécie pode exercer sobre um indivíduo de outra espécie”
(ACIESP, 1997, p. 148).
Os tipos de interações podem ser desde uma população alimentar-se de membros de
outra, competir por alimento, excretar dejetos nocivos, ajudar ou interferir de alguma forma
com a outra população, sendo ou unidirecional ou recíproca. Ainda, para um dado par de
espécies, o tipo de interação pode mudar sob diferentes condições ou durante estádios
sucessivos de suas histórias de vida. Assim, podendo exibir Parasitismo em uma época,
Comensalismo em outra e serem completamente neutras em outro momento diferente
(ODUM, 1988). Na natureza, mais de um tipo de interação geralmente ocorre ao mesmo
tempo. Em muitos casos, o resultado de um tipo de interação é modificado ou até mesmo
invertido, quando outro tipo de interação também está ocorrendo (RAVEN e JOHNSON,
2002).
Quando se trata de processos evolutivos, os que operam em longo prazo demoram
milhões de anos e podem produzir diferentes números de associações, enquanto os de curto
prazo, como as interações ecológicas podem excluir ou facilitar espécies. Neste caso, o tempo
10

pode variar de poucas horas para muitos anos (MORIN, 1999). Ao transpor esse conceito para
a dinâmica de um ecossistema, as interações negativas tendem a predominar em comunidades
pioneiras ou em condições perturbadas, onde a Seleção-r5 neutraliza uma alta mortalidade.
Na evolução e no desenvolvimento de ecossistemas, as interações negativas tendem a
ser minimizadas em favor da simbiose positiva, que melhora a sobrevivência das espécies
interativas. Isso parece ser importante quando algum aspecto do ambiente é limitante (como a
água ou o solo infértil). No entanto, seria lógico supor que as relações negativas e positivas
entre populações tendem a se equilibrarem, no estádio de maturidade, os dois tipos sendo
igualmente importantes na evolução das espécies e na estabilização do ecossistema (ODUM,
1988; ODUM e BARRETT, 2007).
De acordo com os livros utilizados na revisão conceitual (Tabela 1), podem-se
classificar as interações em várias categorias definidas como: Neutralismo, Comensalismo,
Mutualismo, Amensalismo, Predação, Competição interespecífica e Parasitismo (Figura 1).
Protocooperação e Herbivoria como tipos de Mutualismo e Predação, respectivamente.
Neutralismo quase nunca é citado, apenas por Bewer (1994), Odum (1998) e Odum e
Barrett (2007). Bewer (1994) apresenta Amensalismo e Alelopatia como interações
relacionadas à Competição, enquanto Herbivoria e Saprobismo como interações a parte. E,
por fim, Ricklefs e Miller (2000) e Ricklefs (2003) apresentam Parasitismo e Herbivoria
dentro de Predação, alegando serem formas de consumo.
Saprobismo foi mencionado apenas por Bewer (1994), que o classifica como sendo uma
interação existente entre tecidos mortos ou moribundos e organismos saprotróficos, como os
carniceiros e predadores. Apesar de poderem apresentar especialização em um tipo de
compostos químico que utilizam, de forma geral, a relação entre as espécies envolvidas é
generalista6. No entanto, como um dos membros da interação está morto ou moribundo, este
não pode ter papel ativo, esta interação pode também ser considerada como parte de
Comensalismo.

5 Seleção-r. “Tipo de seleção que ocorre em ambientes variáveis ou imprevisíveis, nos quais ocorre mortalidade
catastrófica. Consequentemente, favorece características como fecundidade precoce e elevada dos indivíduos de uma
população, às custas de sua capacidade competitiva”, representada por organismos que colonizam com rapidez
habitats relativamente “vazios” (espécie r). Já a Seleção K, “ocorre em ambientes constantes ou previsíveis, que
maximizam a eficiência de aproveitamento de recursos, a capacidade competitiva e a longevidade dos indivíduos de
uma população, às custas do retardo de seu crescimento e reprodução”, representada por organismos que conseguem
se manter estáveis nesses habitats após a chegada de muitos colonizadores (espécie K) (ACIESP, 1997, p. 216). As
seleções reúnem características que as tornam estratégias de história de vida de organismos (Begon et al., 2007).

6 Generalista. “Organismo, população ou espécie que utiliza efetivamente uma ampla faixa do conjunto de recursos ou
fatores ambientais potencialmente disponíveis”. Em contraponto, os especialistas são “aqueles que possuem pequena
tolerância, ou amplitude de nicho estreita, frequentemente alimentando-se de um determinado recurso escasso”
(ACIESP, 1997, p. 131 e 97, respectivamente).
11

Figura 1 – Exemplos de interações ecológicas diretas entre espécies em comunidades. (A) Neutralismo;
(B) Comensalismo; (C) Mutualismo; (D) Parasistismo; (E) Predação; (F) Amensalismo; e (G)
Competição Interespecífica. 1 = Espécie 1; 2 = Espécie 2. Os sinais indicam o tipo de resultado sobre as
espécies participantes: - interação prejudicial; + interação benéfica (modificado do MORIN, 1999).

Tabela 1 – Interações apresentadas nos livros utilizados como referência para a revisão conceitual.
Totais representam número de obras que apresentaram a característica (coluna da direita) e a
ocorrência das mesmas por obra (linha inferior).

RICKLEFS e MILLER
RAVEN e JOHNSON
ODUM e BARRETT
BEGON ET AL.

RICKLEFS
MORRIN
BEWER

TOTAL
ODUM

INTERAÇÕES

Neutralismo X X X 3
Comensalismo X X X X X X 6
Mutualismo X X X X X X X X 8
Protocooperação X X 2
Amensalismo X X X X X X 6
Predação X X X X X X X X 8
Herbivoria X X X X X X X 7
Competição interespecífica X X X X X X X X 8
Parasitismo X X X X X X X X 8
Alelopatia X 1
Saprobismo X 1
TOTAL 10 7 7 9 9 6 5 5
12

2.1. Neutralismo

Neutralismo é a associação duplamente neutra entre duas espécies, na qual a dinâmica


de nenhuma população é afetada pela presença e/ou a associação com a outra (0/0) (Figura
1A) (ODUM, 1988; ACIESP, 1997; ODUM e BARRETT, 2007), ou seja, há uma ausência de
interação entre duas populações (Figura 1). Ao considerar um determinado período de tempo,
provavelmente, todas as espécies em um dado ecossistema têm um efeito sobre todas as
outras. Contudo, no nível de interação indivíduo-indivíduo, o neutralismo é uma interação
comum - ou falta de interação - entre as espécies que não possuem interações tróficas e não
compartilham recursos limitantes (BEWER, 1994). Por exemplo, um atobá-pardo e um peixe
formam uma interação de Predação, no entanto, uma moita de Clusia sp. presente na restinga
da praia em que o atobá-pardo se alimenta do peixe não tem interação com ambos.
Pesquisadores acreditam que o Neutralismo pode evoluir de outras interações,
principalmente da Competição. Portanto, a seleção natural baseada na mesma pode causar a
divergência de espécies competitivas, através da diferenciação do recurso anteriormente
disputado. Desde modo, a Competição vai sendo reduzida até a ausência de interação entre as
espécies (BEWER, 1994).

2.2. Simbiose

A palavra Simbiose é cercada de confusão e polêmica, definições claras e consistentes


não estão em uso geral (MARGULIS, 1981 apud MARGULIS e FESTER, 1991). A falta de
consenso sobre os primeiros princípios do termo tem graves consequências para o Ensino e a
prática da Biologia (MARGULIS e FESTER, 1991).
O termo Simbiose foi definido pelo micologista alemão Anton De Bary (1879) como
sendo diferentes espécies que vivem juntas (SCHIFF e LYMAN, 1982 apud MARGULIS e
FESTER, 1991) com, pelo menos, uma espécie sendo beneficiada (RAVEN e JOHNSON,
2002). De acordo com esta definição, existem três principais tipos de relações simbiônticas:
Comensalismo, Mutualismo e Parasitismo, pois essas relações possuem uma interação íntima,
sendo classificadas como tal. Deste modo, em uma definição mais detalhada podemos dizer
que simbiose é o viver junto de duas diferentes espécies, sendo que esta poderia ser uma
relação mutuamente benéfica, prejudicial ou neutra para um dos parceiros no que diz respeito
ao balanço da relação (BEWER, 1994; WILKINSON, 2007).
13

Atualmente, com a má interpretação da definição, é entendida como associação


mutualística, a parceria interna entre dois organismos de espécies diferentes (simbiontes), na
qual cada parceiro proporciona algo que o outro não possui, assim superando as vantagens nas
relações mutualistas para as espécies em detrimento das desvantagens (COLLOCOTT, 1972
apud MARGULIS e FESTER, 1991; RICKLEFS, 2003; COLLIN, 2004; BEGON et al.,
2007; WILKINSON, 2007). Consequentemente, estas definições excluem os parasitas e
comensais desta categoria, alegando que o termo Simbiose é reservado para interações nas
quais existe, ao menos, um indício de “mutualismo” (BEGON et al., 2007).

2.2.1. Comensalismo

Comensalismo é a interação na qual uma população é beneficiada, enquanto a outra


não é afetada, não ganhando e tão pouco perdendo com a interação (+/0) (Figura 1B)
(ODUM, 1988; BEWER, 1994; ACIESP, 1997; MORIN, 1999; RAVEN e JOHNSON, 2002;
ODUM e BARRETT, 2007). Quando o termo “comensal” é utilizado num sentido mais
amplo refere-se a interações em que o ganho não é o acesso direto aos alimentos fornecidos
pelo hospedeiro, mais sim, uma combinação de transporte, apoio ou abrigo (ODUM, 1988;
ODUM e BARRETT, 2007). Portanto, o organismo comensal, normalmente, vive em ou
próximo de alguns indivíduos de outras espécies que atuam como hospedeiros (BEWER,
1994).
Muitas vezes, as definições são mais distintas na teoria quanto as são na prática.
Assim, a distinção entre Comensalismo, em que o hospedeiro não sofre os efeitos negativos, e
o Parasitismo, em que sofre, é vaga e flutuante. O mesmo pode ocorrer com o Comensalismo
e Mutualismo. Um bom exemplo disto é a dispersão de sementes, pois alguns autores
interpretam como uma interação frequentemente comensalista, apesar de outros autores
considerarem como relação mutualística, como a frugivoria e nectivoria. Mutualista por ter se
alimentado do fruto ou do néctar em troca da dispersão de sementes ou pólen (BEWER,
1994).
O Comensalismo de transporte é caracterizado pela locomoção de um animal por
outro, denominado forésia. Esta relação é melhor desenvolvida entre os ácaros, que são
transportados por aranhas, embora insetos e moluscos também a realizam, através de outros
animais. Um exemplo são as larvas de certos besouros (Meloidae) que espreitam em flores,
14

esperando por abelhas, na qual pegam carona para o ninho delas e, em seguida, comem suas
larvas (BEWER, 1994).
Ao abordarmos as relações em que o organismo se apóia em um indivíduo de outra
espécie, classifica-se o Comensalismo mais especificamente para os vegetais como
Epifitismo, e para os animais como Epizoísmo (ODUM, 1988; ODUM e BARRETT, 2007).
Por exemplo, as orquídeas, as bromélias, as lianas e as heras que por não possuírem estrutura
de sustentação se apóiam em outras espécies lenhosas para obter mais luz. Da mesma forma,
vários animais marinhos, como cracas, que crescem sobre outros organismos, como baleias
que se movem ativamente. Assim, conseguem ser transportados de um lugar para outro,
obtendo, então, uma constante renovação nas fontes de alimento, uma maior proteção contra a
predação e uma maior dispersão de seus gâmetas do que se estivessem fixados em um único
lugar (RAVEN e JOHNSON, 2002).
Já quanto ao abrigo, anteriormente era classificada como Inquilinismo, relação na qual
“uma espécie vive dentro da galeria, ninho ou outro domicílio da outra, sem prejudicar o
hospedeiro” (ACIESP, 1997, p. 148). Porém, por ser uma interação positiva para uma espécie
e neutra para a outra envolvida na relação, é então também considerada Comensalismo. São
também exemplos de comensal, uma variedade de peixes, moluscos, vermes poliquetas e
caranguejos que não são “convidados”, porém necessitam do abrigo de seus hospedeiros,
como galerias de vermes, moluscos e esponjas, para obtenção de alimentos excedentes ou
rejeitados ou mesmo materiais residuais destes. Outros abrigos podem ser utilizados quando o
hospedeiro já o abandonou, como a utilização de antigos ninhos de aves por ratos como locais
para seus próprios (ODUM, 1988; ODUM e BARRETT, 2007).
Muitos tipos de Comensalismo não envolvem relacionamento altamente específico,
mas alguns, aparentemente, são encontrados associados a apenas uma espécie de hospedeiro
(ODUM, 1988; ODUM e BARRETT, 2007). Por exemplo, quem matou o gnu pode não fazer
diferença para o abutre que se alimentará deste, contanto que esteja morto ou moribundo. Em
outros casos, como os invertebrados que vivem em ninhos de insetos sociais, a relação é mais
específica. Em uma estreita relação comensal, a água no copo de folhas da bromélia serve de
“piscina” em que as larvas do mosquito Wyomeia smithii maturam (BEWER, 1994).
O Comensalismo é uma interação bastante comum e numerosa nos hábitats aquáticos,
principalmente nos marinhos. Por exemplo, “convidados” em galerias, tais como de
poliquetas que ficam repletas de crustáceos, e organismos incrustados em outros (BEWER,
1994). Como o peixe sargento em uma praia da Flórida, ele tinha mais de 100 animais de 25
espécies diferentes em sua superfície (PERRY, 1936 apud BEWER, 1994).
15

O exemplo mais utilizado de Comensalismo nos livros textos é o peixe rêmora e o


tubarão. O primeiro possui uma ventosa no topo de sua cabeça responsável pela ligação desta
ao tubarão, o que o permite “viajar” com o tubarão e se alimentar das sobras de suas refeições
de peixe graúdo (BEWER, 1994). Outro exemplo são os comensais que rodeam os seres
humanos, desde bactérias coliformes no intestino a nidificação de aves na chaminé das casas.
Podem ser citados também os ácaros que habitam as secreções das glândulas sebáceas em
torno do nariz e as baratas e ratos que têm partilhado habitação e restos alimentares de
humanos. (BEWER, 1994).

2.2.2. Mutualismo

Mutualismo é a interação obrigatória ou facultativa entre duas espécies com benefício


mútuo de trocas diretas de bens ou serviços (+/+) – ex.: alimento, defesa ou transporte –
(Figura 1C) (RAVEN e JOHNSON, 2002). Tipicamente, resulta na aquisição ou melhorias
das aptidões dos indivíduos de ambas as espécies, do que quando elas se encontram isoladas
(ACIESP, 1997; MAYHEW, 2006; BEGON, 2007; WILKINSON, 2007).
Na maior parte dos casos, diversos tipos de organismos envolvidos na interação
mutualística são especializados em executar uma função complementar ao outro (RICKLEFS,
2001). Ou seja, o Mutualismo tem maior probabilidade de se desenvolver entre organismos
com diferenças de necessidades, pois se estas forem similares provavelmente estarão
envolvidos na interação de Competição (ODUM e BARRETT, 2007).
Existem várias maneiras de se classificar o Mutualismo. Alguns autores o classificam
como simbiôntico, quando os dois organismos vivem em associação próxima, e não-
simbiôntico, quando não vivem juntos, porém beneficiam-se da interação (BEWER, 1994;
MORIN, 1999; BEGON et al., 2007). Além desta classificação, independente se é
simbiôntica ou não, Morin (1999) dividiu o Mutualismo em quatro categorias básicas de
acordo com suas funções, são estas: associações energéticas, nutricionais, de proteção e de
transporte.
A primeira categoria, energética, envolve interações, principalmente, de natureza
trófica, no qual a energia obtida por um mutualista é colocada a disposição ao outro. A
transferência de fotossintato da clorofila endossimbionte para o hospedeiro do pólipo do coral
é um exemplo (MORIN, 1999).
16

O Mutualismo nutricional refere-se à transferência de nutrientes, tais como nitrogênio


e fósforo, de um mutualista para o outro. Este parece o papel do fungo na simbiose micorriza,
enquanto a planta hospedeira contribui com o fotossintato para o fungo. Benefícios similares
surgem das associações entre animais e bactérias e protistas que habitam seus intestinos (ou
estômago) (MORIN, 1999).
O Mutualismo de proteção está relacionado com defesas ativas ou passivas de um
mutualista pelo outro. Inclui também uma variedade de comportamento de proteção, tais
como a proteção de plantas de domicílio por formigas que a habitam (MORIN, 1999). E, por
último, o Mutualismo de transporte, normalmente, envolve o movimento de gâmetas
(polinização) ou propágulos (sistema de dispersão), mas pode também incluir interações nas
quais organismos menos móveis pegam carona em outros também beneficiados por tal
transporte (MORIN, 1999).
Distinções também são feias por Morin (1999) quanto à obrigatoriedade da interação.
O Mutualismo obrigatório é resultado da co-evolução até o ponto em que nenhum membro
desta associação mutualística pode persistir sem o outro.
Exemplos de Mutualismo obrigatório são interações planta-polinizador, planta-
dispersor e planta-protetor. O Mutualismo que envolve a polinização e a dispersão de
sementes está relacionado com o transporte de gametas ou propágulos por animais. A troca é
normalmente feita entre o transporte de gametas ou propágulos - garantindo uma reprodução
bem sucedida, a diminuição da interhibridização, uma dispersão eficiente e a diminuição da
mortalidade das sementes, caso permaneçam próximas da planta-mãe - e uma recompensa
nutricional na forma de néctar, de pólen, de polpa de fruta ou de lipídios ricos em
elaiossomos. Por vezes, a recompensa não é nutricional, como locais certos de oviposição7,
suprimento de alimento para as suas larvas e até mesmo a colheita de fragrância por abelhas
(MORIN, 1999).
Este último exemplo pode ser visto em vários gêneros nas abelhas neotropicais que
coletam óleos florais em diversas famílias de Angiospermas (Malpighiaceae, algumas
Iridaceae, Krameriaceae, algumas Orchidaceae). As fêmeas destas abelhas apresentam
adaptações morfológicas que lhes permitem coletar os óleos secretados em estruturas
glandulares das plantas denominadas elaióforos. Os óleos, misturados com pólen são oferecidos
como alimento às larvas e, ao que parece, servem também como material isolante para os ninhos

7 Oviposição. Ato de por ovos das fêmeas de insetos (EMBRAPA, 2009).


17

(SINGER, 2004). Raramente os machos estão envolvidos nessa interação, no entanto, no


gênero Euglossini, são eles os responsáveis pelo recolhimento de fragrâncias (aromáticos,
terpenos, sesquiterpenos, etc) de muitas espécies de orquídeas (especialmente Catasetinae,
Stanhopeinae e alguns Zygopetalinae). Acredita-se que esses compostos são utilizados
durante o processo de acasalamento (SINGER, 2003).
Na interação planta-protetor, a planta fornece uma fonte alimentícia e moradia,
enquanto o protetor fornece, como diz a interação, proteção contra herbívoros ou concorrentes
e até pode podar outras plantas que possam crescer e sombrear a planta protegida (MORIN,
1999). Um bom exemplo é a interação entre Acácia sp. (incluindo Acacia cornigera) e as
formigas Pseudomyrmex sp.
Os exemplos mais utilizados de Mutualismo obrigatório nos livros textos são o líquen,
micorrizas, digestão da celulose por microorganismos no interior de herbívoros e bactérias em
nódulos de leguminosas (BEWER, 1994). No primeiro, o fungo penetra na célula da alga de
onde consegue sua comida, ou seja, hidratos de carbono, produto da fotossíntese, enquanto a
alga obtém água e proteção contra dessecação. O mesmo ocorre na interação das micorrizas,
onde o fungo penetra na raiz da planta para conseguir produtos da fotossíntese. Em troca
fornece a planta uma maior área de absorção de água e sais minerais. Na interação
microorganismo e herbívoro, o primeiro consegue alimento e proteção, enquanto o herbívoro,
proteínas resultantes da digestão. E, por último, nos nódulos das leguminosas, as bactérias
fornecem nitrogênio na forma orgânica, produto da fixação da forma inorgânica gasosa,
enquanto recebem proteção nos nódulos.
Já o Mutualismo facultativo é também conhecido como Protocooperação. Alguns
autores o nomeiam como outra interação (ODUM, 1988; ODUM e BARRETT, 2007), outros
muitas vezes nem mencionando o nome Protocooperação (RAVEN e JOHNSON, 2002), ou
seu sinônimo, Cooperação. Esta associação com outro mutualista não é essencial, no entanto,
há efeitos positivos no sucesso reprodutivo de ambos os envolvidos (MORIN, 1999). Em
1994, o autor Bewer dividiu o enunciado por ele intitulado como Mutualismo não-
simbiôntico, da mesma forma que Morin (1999) o fez cinco anos depois com o Mutualismo
dito obrigatório, nas seguintes categorias: de limpeza, de dispersão e de proteção.
No primeiro, um indivíduo se alimenta de parasitas ou restos de comida, presos no
corpo ou na boca do outro envolvido, respectivamente, como no caso do pássaro paliteiro e o
crocodilo e de peixes limpadores de recifes de corais (BEWER, 1994). O Mutualismo não-
simbiôntico de dispersão trata-se da dispersão e polinização em uma interação não
especialista, por exemplo, quando esquilos armazenam nozes, mas nem sempre as recuperam.
18

Assim, quando o fazem se alimentam e, quando não, ajudam a dispersão do vegetal plantando
a noz. Quanto à de proteção, refere-se às interações não-obrigatórias, nas quais um dos
envolvidos é protegido pelo outro. Por exemplo, a interação entre pulgões e formigas
(BEWER, 1994) também chamada de Sinfilia, na qual as formigas oferecem abrigo, proteção
contra predadores, alimento rico em açúcares (seiva elaborada) e até mesmo cuidado com a
prole dos pulgões, e em troca aproveitam a secreção açucarada que sai do ânus do pulgão ao
se alimentar de plantas através de suas raízes (WHEELER, 2009).
Muitos casos, aparentemente, óbvios de Parasitismo ou Predação no nível do
indivíduo mostram aspectos mutualísticos quando examinados no nível populacional. Por
exemplo, na dinâmica predador-presa, apesar ter uma espécie prejudicada e outra favorecida,
o controle populacional feito pelo predador pode promover, em taxas moderadas, um maior
crescimento da população das presas, maior produtividade primária e mais rápida é a
ciclagem de nutrientes (BEWER, 1994).
Por fim, ainda existem interações Mutualísticas indiretas, as quais envolvem efeitos
positivos entre duas espécies que são transmitidos através uma ou mais espécies
intermediárias (Figura 2). O tipo de efeito indireto positivo pode ocorrer quando cada
predador é altamente dependente de diferentes espécies de presa e quando as presas
competem tão fortemente que é provável que uma exclua a outra na ausência de exploração
do seu predador. No entanto, quando o predador facilita indiretamente o outro e nenhuma
interação recíproca parece ocorrer, pode ser chamado de Comensalismo indireto ao invés de
Mutualismo.

Figura 2 – Exemplo de uma interação ecológica mutualística indireta entre espécies em comunidades.
Efeitos diretos são indicados por setas cheias e indiretos por setas pontilhadas. C1 = Consumidor 1; C2
= Consumidor 2; R1 = Recurso 1; R2 = Recurso 2. Os sinais indicam o tipo de resultado sobre as
espécies participantes: - interação prejudicial; + interação benéfica (modificado do MORIN, 1999).
19

Segundo Dethier e Duggind (1984 apud MORIN, 1999), condições que favorecem
Mutualismo ou Comensalismo indiretos versus Competição por consumo são previsíveis com
base no grau de especialização dos recursos dos consumidores. Se os consumidores forem
generalistas e se alimentarem de ambos os tipos de recursos, os consumidores irão
simplesmente competir (Figura 3A). Se, caso forem suficientemente especializados, exigindo
diferentes conjuntos de recursos, poderá haver um efeito indireto positivo. Se o efeito é
recíproco (Mutualismo) (Figura 2) ou assimétrico (Comensalismo) (Figura 3B) depende da
medida em que as espécies competem por um recurso de modo hierárquico ou assimétrico.
Competições assimétricas pelos recursos deverão conduzir a uma maior interação mutualistas
entre os consumidores altamente especializados (MORIN, 1999).

Figura 3 – Exemplo de uma interação ecológica indireta entre espécies em comunidades. Efeitos
diretos são indicados por setas cheias e indiretos por setas pontilhadas. (A) Competição entre
generalistas e (B) Comensalismo Indireto. C1 = Consumidor 1; C2 = Consumidor 2; R1 = Recurso 1;
R2 = Recurso 2; R3 = Recurso 3; R4 = Recurso 4; C = Consumidor; R = Recurso. Os sinais indicam o
tipo de resultado sobre as espécies participantes: - interação prejudicial; + interação benéfica.

2.2.3. Parasitismo

Parasitismo é a interação na qual um organismo, o parasita, mantém-se temporária ou


permanentemente no interior, sobre ou perto (-/+) (Figura 1D) (RAVEN e JOHNSON, 2002)
de outro ser vivo, o hospedeiro, e a este prejudica (ODUM, 1988; BEWER, 1994; ACIESP,
1997; RICKLEFS e MILLER, 2000; RICKLEFS, 2003; COLLIN, 2004; BEGON et al.,
2007; ODUM e BARRETT, 2007).
Apesar de ser uma das interações mais estudados e o conceito parecer óbvio, muitas
vezes, as linhas entre o Parasitismo e outras interações, tais como, Comensalismo e
Mutualismo, nem sempre são claras. (BEWER, 1994; RAVEN e JOHNSON, 2002). Um
20

exemplo são as várias interações descritas como herbivoria que podem ser consideradas uma
forma de Parasitismo em plantas, inclusive as minerações de folhas e as fabricações de galhas,
nestes casos, um Endoparasitismo. Ou mesmo, o caso de sucção de seiva por pulgões e
cigarrinhas, este é análogo ao sugar o sangue - geralmente considerado Parasitismo - de
pulgas, carrapatos e mosquitos (BEWER, 1994). No entanto, este último pode não ser
considerado parasita, pois a interação com o hospedeiro é muito breve (RAVEN e
JOHNSON, 2002).
Os parasitas, da mesma forma que os herbívoros, consomem partes de suas presas
(hospedeiros) e são tipicamente nocivos. Embora o Parasitismo possa aumentar a
probabilidade de morte de um hospedeiro por outras causas, ou reduzir sua fecundidade, o
parasita por si próprio não remove um indivíduo de uma população-recurso (RICKLEFS,
2003). Entretanto, diferentemente dos herbívoros, seus ataques são concentrados em um ou
poucos indivíduos durante sua vida. Existe, portanto, uma íntima associação entre parasitos e
seus hospedeiros, o que não se observa nos verdadeiros predadores e nos herbívoros (BEGON
et al., 2007).
Normalmente, os parasitas são muito menores do que a presa (RAVEN e JOHNSON,
2002; RICKLEFS, 2003) e específicos de seu hospedeiro, sendo cada uma das espécies
restritas a uma espécie hospedeira, ou a poucas estreitamente relacionadas em cada fase do
seu ciclo de vida. Além disso, a maioria das interações parasita-hospedeiro tem evoluído para
o favorecimento da seleção de parasitas que não matam o hospedeiro. Isto depende, em parte,
da adaptação dos primeiros ao seu ambiente. Doenças ou outras tensões podem mudar o
ambiente interno do hospedeiro e perturbar o equilíbrio parasita-hospedeiro, muitas vezes
levando à morte do hospedeiro (RICKLEFS e MILLER, 2000).
Parasitismo pode ser dividido em Endoparasitismo (parasitas internos) e
Ectoparasitismo (parasitas externos). A primeira é a interação entre parasitas que se
encontram no interior de seu hospedeiro e o mesmo, como bactérias, vírus e vermes, enquanto
a segunda, entre parasitas que se encontram na superfície ou ao redor de seu hospedeiro e o
mesmo, como os piolhos, que vivem sobre vertebrados, principalmente aves e mamíferos
(RAVEN e JOHNSON, 2002). Ambos são organismos heterotróficos que se alimentam de
substâncias orgânicas derivadas de um tecido vivo de seu hospedeiro. Estas substâncias
podem já estar presentes na forma aproveitável, como fluidos e tecidos, ou são fabricadas
após a ação de exoenzimas liberadas pelo parasita (ACIESP, 1997).
Porém, nem todos os parasitas consomem partes do corpo de seu hospedeiro. No
Parasitismo “familiar” (brood), certas aves põem os seus ovos em ninhos de outras espécies.
21

Os pais hospedeiros criam o parasita “familiar” como se fosse um de seus próprios


descendentes, muitas vezes investindo mais em alimentação do impostor do que na de seus
próprios. Assim, o parasita “familiar” reduz o sucesso reprodutivo dos pais hospedeiros.
Consequentemente, em alguns casos, a seleção natural favorece pais hospedeiros que possuem
a capacidade para detectar os ovos parasitas e rejeitá-los (RAVEN e JOHNSON, 2002).
Um exemplo é a ave maria-preta (Molothrus bonariensis), presente em todo o
território brasileiro, que sincroniza a postura de seus ovos com a de seu hospedeiro e quando o
ninho é abandonado, ela entra e coloca os seus ovos parasitas. Este gênero é generalista
quanto a seu hospedeiro, o que significa que os ovos parasitas podem ter um aspecto diferente
dos ovos do hospedeiro. Os filhotes parasitas crescem rapidamente e podem consumir maior
parte dos alimentos que o hospedeiro traz. Segundo Porto e Piratelli (2005), tal generalidade
pode ser favorecida pela degradação ambiental, aumentando a sua população e afetando mais
intensamente a reprodução de outras espécies. As espécies conhecidas que servem como
hospedeiras são tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), viuvinha (Arundinicola leucocephala),
sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), entre outros (PORTO e PIRATELLI, 2005).
Parasitas podem igualmente ser caracterizados como: Microparasitas (parasitas
pequenos) e Macroparasitas (parasitas grandes). Os Microparasitas incluem organismos
causadores de doenças, como vírus, bactérias, fungos e protozoários. Normalmente,
aumentam em número no seu hospedeiro vertebrado para a reprodução. Macroparasitas são os
vários vermes parasitas e artrópodes. Estes, geralmente, produzem ovos ou larvas que são
expelidos do hospedeiro para que encontrem outro. A resposta do hospedeiro para
Microparasitas é através da recuperação com o desenvolvimento de uma resposta imunológica
de longa-duração ou mesmo a morte. Já para Macroparasitas é mais variável, dependendo,
entre outras coisas, da carga parasitária, como por exemplo, um cão com uma pulga pode ser
considerado saudável, enquanto o mesmo com um milhão de pulgas pode ser considerado um
animal muito doente (BEWER, 1994).
A maioria das formas parasitárias demonstra adaptações características ao seu modo
de vida. Quanto mais perto a vida do parasita está ligada com a de seu hospedeiro, mais a sua
morfologia e o seu comportamento são susceptíveis de serem alterados durante o curso de sua
evolução. As condições dentro do corpo de um organismo são diferentes daquelas encontradas
fora, sendo muito mais constantes, e os parasitas são mais adaptados a estas (RAVEN e
JOHNSON, 2002). Consequentemente, a estrutura de um endoparasita é muitas vezes
simplificada, como a perda da maioria dos órgãos sensoriais, sistemas de armazenamento e
complexos sistemas nervoso e circulatório. Além disso, os parasitas devem se dispersar
22

através de um ambiente hostil para passar de um hospedeiro para outro. Tal dificuldade foi
resolvida por ciclos de vida complicados, apresentando um ou mais estágios que podem
enfrentar o ambiente externo (RICKLEFS e MILLER, 2000; RICKLEFS, 2003). Por
exemplo, o ciclo de vida do parasita protozoário Plasmodium, que causa a malária, mostra
quão complexo os ciclos podem ser, pois envolvem dois hospedeiros, um sendo o mosquito e
o outro um humano ou algum outro mamífero, ave ou réptil (RICKLEFS, 2003).
Uma forma especial de Parasitismo que termina com a morte precoce do hospedeiro é
conhecida como Parasitóidismo (ACIESP, 1997). Os parasitóides são larvas de inseto,
principalmente das ordens Hymenoptera (vespas) e Diptera (moscas). Em um típico ciclo de
vida parasitóide, após a cópula entre os adultos de vida livre, a fêmea busca um hospedeiro,
que, normalmente, é um pré-adulto de um inseto e, raramente uma aranha ou um isópodo
(pequenos crustáceos). Este será utilizado como fonte alimentar pelos seus descendentes. Ela
depósitos ovos do lado de fora do hospedeiro, no caso de um Ectoparasitóide (parasitóide
externo), ou dentro dele com o auxílio de um longo ovipositor, no caso de um
Endoparasitóide (parasitóide interno). O ovo, uma vez depositado sobre ou no interior do
hospedeiro, evolui para uma larva, que causa, aparentemente, um dano pouco aparente, mas,
eventualmente no caso de Endoparasitóides, consome e mata o hospedeiro (BEWER, 1994;
ACIESP, 1997; RICKLEFS e MILLER, 2000; RAVEN e JOHNSON, 2002; BEGON et al.,
2007). Apenas Collin (2004) utilizou uma classificação mais abrangente, sendo nesta os
parasitóides organismos que apresentam comportamento parasitário em apenas uma etapa de
seu desenvolvimento.
Alguns parasitóides são especializados em parasitar outros parasitóides, num
comportamento conhecido por Hiper-parasitismo (LIMA, 2007). Muitas vezes, apenas um
se desenvolve em cada hospedeiro, porém, em muitos casos, vários indivíduos compartilham
um mesmo (BEGON et al., 2007). Porém, quando se trata do número de indivíduos de
parasitos, este pode se encontra tão elevado que nem eles e nem o hospedeiro sobrevivem a
interação. Este fenômeno recebe o nome de Superparasitismo (HOFFMANN e
FRODSHAM, 1993 apud LIMA, 2007).
Portanto, parasitóides combinam elementos tanto de Parasitismo, por residirem dentro
de um hospedeiro vivo e comem seus tecidos, quanto de Predação, quando, inevitavelmente,
matam seus hospedeiros (BEWER, 1994; RICKLEFS, 2003; BEGON et al., 2007).
Para os seres humanos, a utilização de agentes biológicos, como parasita, predador ou
patógeno, para o combate de pragas nos sistemas agropecuários tem se tornado de extrema
importância. Nas últimas duas décadas, o emprego de parasitóides em bio-ensaios
23

laboratoriais e no campo vem sendo utilizados como novas alternativas de controle de pragas
e vetores (LIMA, 2007).
De maneira geral, o efeito imediato do Parasitismo sobre a população de hospedeiros
nem sempre é prejudicial. Isso porque, parasitas podem ter efeitos diferentes em espécies
hospedeiras simpátricas que competem entre si e, assim, influenciar o resultado de interações
interespecíficas (RAVEN e JOHNSON, 2002).
Em um experimento clássico, um cientista da Universidade de Chicago investigou
interações entre dois besouros de farinhas, Tribolium castaneum e T. confusum, e um parasita,
Adelina. Na ausência do parasita, T. castaneum é dominante e T. confusum normalmente é
extinto, e quando presente, o resultado é invertido e T. castaneum extingui-se. Este é mais
sensível ao parasita que seu concorrente T. confusum, que foi favorecido pela redução da taxa
de crescimento causada pelo Parasitismo. O mesmo tem sido observado com muitas espécies
nos sistemas naturais (RAVEN e JOHNSON, 2002).

2.3. Predação

Predação é a interação na qual um organismo (predador) consome parte ou o todo de


um organismo vivo (presa), benéfica para o primeiro e prejudicial para o último (-/+) (Figura
1E) (ODUM, 1988; BEWER, 1994; ACIESP, 1997; MORIN, 1999; RICKLEFS e MILLER,
2000; RAVEN e JOHNSON, 2002; RICKLEFS, 2003; BEGON et al., 2007; ODUM e
BARRETT, 2007), sendo eliminado da população (COLINVAUX, 1993; RICKLEFS, 2003).
Segundo Begon e colaboradores (2007), existem dois modos de classificar os
predadores. A primeira seria a “taxonômica”, em que distingue por alimentação: os
carnívoros que consomem animais, os herbívoros que consomem vegetais, entre outros. E a
segunda seria a “funcional”, distingue os predadores verdadeiros em: pastadores,
parasitóides e parasitos (COLINVAUX, 1993; MORIN, 1999; RICKLEFS, 2003). No
entanto, para ele caracteriza-se como Predação quando a presa está viva, quando o predador a
ataca pela primeira vez. Desta forma, exclui a detritivoria, o consumo de matéria orgânica,
como uma das classes taxonômicas.
Os carnívoros seriam os organismos que matam as suas presas quase imediatamente
após atacá-las. Durante toda a sua vida, matam muitas ou diferentes presas, consumindo-as na
sua totalidade. Os exemplos mais comuns são os carnívoros mais conhecidos, como os tigres,
24

águias e plantas carnívoras. No entanto, também são predadores os granívoros como os


roedores e as formigas, entre outros (BEGON et al., 2007).
Os herbívoros pastadores são os organismos que consomem apenas uma parte de cada
indivíduo-presa, e assim como os predadores verdadeiros atacam um grande número de presas
durante toda a sua vida. Seu efeito sobre um indivíduo-presa, embora tipicamente nocivo,
raramente é letal, caso contrário, eles seriam predadores verdadeiros. Já Ricklefs (2003)
considera aqui todos os herbívoros, sendo estes os que consomem plantas inteiras ou partes
delas. Para ele, do ponto de vista das relações consumidor-recurso, os herbívoros podem ser
predadores quando consomem plantas inteiras e parasitas quando consomem tecidos vivos
sem matar sua presa (RICKLEFS, 2003).
Os exemplos mais conhecidos de pastadores são os grandes herbívoros como os
ovinos e bovinos. No caso de um herbívoro-predador, temos um carneiro, por exemplo, que
consome uma planta inteira, arrancando-a com suas raízes e macerando-a, enquanto um
herbívoro-parasita seria o considerado pelo Begon e colaboradores (2007) como pastador,
como um cervo pastando umas poucas folhas e caules. Mas, segundo Begon e colaboradores
(2007), as moscas que picam vertebrados e as sanguessugas que chupam o seu sangue
indiscutivelmente também são incluídas nesta categoria.
Ainda nesse ponto de vista, quanto à função, existem também as interações indiretas,
as quais envolvem efeitos positivos entre duas espécies que são transmitidos através de uma
ou mais espécies intermediárias, enquanto entre estas há interações positivas e negativas. Por
exemplo, em uma cascata trófica, na qual o consumidor é beneficiado pela Predação, de efeito
negativo, sobre a sua presa. Esta, por sua vez, é reduzida populacionalmente, beneficiando o
produtor primário com a diminuição da pressão de herbivoria (Figura 4).

Figura 4 – Exemplo de uma interação ecológica indireta entre espécies em comunidades, cascata
trófica. Efeitos diretos são indicados por setas cheias e indiretos por setas pontilhadas. C =
Consumidor; H = Herbívoro; P = Produtor. Os sinais indicam o tipo de resultado sobre as espécies
participantes: - interação prejudicial; + interação benéfica (modificado do MORIN, 1999).
25

Ricklefs (2003) considera que todas “as formas de vida são tanto consumidoras
quanto vítima de consumidores”, portanto “as relações predador-presa, herbívoro-planta e
parasita-hospedeiro são todas exemplos de interações consumidor-recurso, que organizam
as comunidades biológicas numa série de cadeias de consumidores” (p. 305, grifos do autor).
Assim, justificando a inclusão de parasitas e parasitóides como uma forma de Predação. Ele
ainda considera os detritívoros como um tipo de consumidor, sendo os que consomem
material orgânico morto (serapilheira foliar, fezes e carcaças) e não têm efeito direto nas
populações que produzem esses recursos. Portanto, não afetam a abundância de seus
suprimentos alimentares, e suas atividades, consequentemente, não influenciam a evolução
das fontes de vida de seus alimentos. Os detritívoros são importantes na reciclagem de
nutrientes em um ecossistema (RICKLEFS, 2003).
Pode-se também classificar os predadores em um continuun, desde a monofagia (um
único tipo de presa) até a polifagia (muitos tipos de presas). Na primeira, a preferência
alimentar é fixa, independente de sua disponibilidade, enquanto na última, há uma variedade
de possibilidade de recursos, de modo que o predador não sofre com a flutuação da
disponibilidade dos mesmos. Assim, certos itens alimentares muitas vezes são consumidos
desproporcionalmente quando se tornam comuns (BEGON et al., 2007).
Outra forma seria de acordo com a maneira como lidam com suas presas, entre aqueles
que sentam e esperam e aqueles que buscam ativamente presas. Os predadores senta-e-
espera podem trabalhar escondidos, neste caso, eles caçam emboscando presas ativas e
maiores, como sucuris que espreitam ao lado de um riacho por animais desavisados e aranhas
que esperam que suas presas caiam em sua teia. Os predadores ativos são os que procuram
suas presas sedentárias ou mesmo ativas e, normalmente, menores e mais numerosas, como as
aves de rapina, os leões (BEWER, 1994).
De maneira geral, o efeito imediato da Predação sobre a população de presas nem
sempre é prejudicial. Isso porque, primeiro, os indivíduos predados podem não ser uma
amostra aleatória, pois podem ter o potencial mais baixo para a contribuição do futuro da
população.
Em segundo lugar, as mudanças compensatórias no crescimento, na sobrevivência ou
na reprodução das presas sobreviventes, mediante a redução da Competição intra-específica.
Do ponto de vista do predador, pode-se esperar que um aumento da quantidade de alimento
consumido leve a aumentos das taxas de crescimento, desenvolvimento e natalidade, e
decréscimo das taxas de mortalidade (COLINVAUX 1993; BEGON et al., 2007).
26

Em terceiro lugar, quando os predadores alimentam-se seletivamente do competidor


dominante entre as presas, a Predação pode aumentar a diversidade de espécies coexistentes.
Se a Predação não limitar a abundância do competidor dominante, ou se a Competição entre
as presas for fraca, pode reduzir a diversidade e criar uma comunidade dominada por espécies
mais resistentes à predação (MORIN, 1999). Muitos desses padrões refletem um balanço de
custo-benefício na história de vida entre a capacidade competitiva e estratégias anti-predação
(MORIN, 1999).
Existem várias estratégias anti-predação e, apesar de indireta, fornecem evidências do
papel da Predação como um agente da seleção natural. Os exemplos de síndromes adaptativas
à frequente e intensa predação incluem coloração críptica e de advertência, complexos de
mimetismo, defesas químicas, comportamentos anti-predação e uma variedade de defesas
mecânicas em ambos, animais e plantas (MORIN, 1999; RICKLEFS, 2003).
A coloração críptica é uma estratégia de organismos palatáveis que se mesclam com
os seus arredores, combinando sua cor e padrão com as das cascas, galhos ou folhas. O
comportamento dos organismos crípticos deve corresponder à sua aparência, por exemplo, se
um bicho-pau movesse rapidamente através de um galho provavelmente não conseguiria
enganar seu predador (RAVEN e JOHNSON, 2002; RICKLEFS, 2003).
Já a coloração de advertência ou aposematismo é uma abordagem oposta, na qual o
organismo produz substâncias químicas nocivas ou acumulam a partir de sua alimentação e
anunciam sua periculosidade com um padrão de cor notável, frequentemente, na combinação
das cores vermelha, amarela e preta. Os predadores desenvolvem aversões inatas para esses
padrões e não precisam aprender por experiência a evitar estas presas. Exemplos são vespa-
de-capa-amarela e as cobras corais (RAVEN e JOHNSON, 2002; RICKLEFS, 2003).
Muitas espécies impalatáveis formam complexos de mimetismo Mülleriano, nos
quais cada participante é tanto modelo quanto imitador, assim um único padrão de coloração
de advertência é adotado por diversas espécies. Consequentemente, o aprendizado dos
predadores em evitar a Predação é mais eficiente, pois a experiência ruim com uma espécie
confere proteção a todos os outros membros do complexo mimético. Por exemplo, as dúzias
de espécies distantemente aparentadas, compartilham um padrão de “listras de tigre”, pretas e
laranjas.
No entanto, organismos palatáveis podem imitar esse padrão de cores de advertência
para fugir da Predação, essa relação é denominada mimetismo Batesiano. Um bom exemplo é
a cobra coral e a falsa-coral. Talvez, possamos dizer que o imitador Batesiano parasita a
informação de impalatabilidade imitando sua coloração de advertência, enquanto o
27

Mülleriano está em uma interação mutualista com o modelo, no qual ambos são beneficiados
(COLINVAUX, 1993; RAVEN e JOHNSON, 2002; RICKLEFS, 2003).
Quanto às estratégias anti-predação químicas e mecânicas, a interação herbívoro-
planta é um bom exemplo de como se apresentam na natureza. As defesas das plantas incluem
fatores que influenciam a qualidade e digestabilidade nutricional se suas partes, assim como a
presença de compostos químicos especializados que tem efeitos tóxicos nos herbívoros. Já as
mecânicas, as plantas apresentam espinhos, pêlos, carapaças de sementes e resinas adesivas
(RAVEN e JOHNSON, 2002; RICKLEFS, 2003).
Quando as presas não podem se esconder, elas frequentemente adotam
comportamentos protetores, que raramente envolvem combate físico, pois poucas são as
presas que podem enfrentar seus protetores (RICKLEFS, 2003). Em vez disso, alguns
organismos apresentam comportamentos para assustar ou enganar o predador, como fingir
ferocidade ou de morto, andar em bando e se dispersar na hora do ataque do predador
atordoando-o, soltar parte de seu corpo, avisos aos do bando, entre outros. A melhor reação é
a que seja a mais imprevisível para o predador, ou seja, aleatória. Qualquer regularidade
permite um comportamento mais eficiente pelo predador (MARGALEF, 1989).

2.4. Amensalismo

Amensalismo é a interação na qual uma população é inibida ou prejudicada, enquanto


a outra não é afetada, não ganhando nada em troca, nem sofrendo nada (-/0) (Figura 1F)
(ACIESP, 1997). É também conhecido como um caso extremo de Competição assimétrica
(ACIESP, 1997; MORIN, 1999). Segundo Odum e Barrett (2007), esta interação seria apenas
uma etapa evolutiva para outras interações, como a Alelopatia (-/+). Já Bewer (1994), o
define seguindo a classificação de Haskell (1949) como uma interação na qual um organismo
prejudica outros como um produto de suas atividades, sem se beneficiar disso, estando o
organismo potencialmente afetado presente ou não (BEGON et al., 2007).
Por exemplo, humanos estão envolvidos em relações amensais com inúmeros
organismos, tais como os liquens que morrem com a poluição do ar causada pelas atividades
antrópicas, assim como as abelhas que morrem quando o departamento de saúde pulveriza o
ar contra os mosquitos transmissores da dengue (BEWER, 1994).
28

2.5. Competição interespecífica

Competição interespecífica é a interação na qual duas ou mais populações demandam


simultânea por um recurso essencial comum e é mutuamente prejudicial, por causa da
depleção de recursos essenciais ou pela interferência (-/-) (Figura 1G) (ODUM, 1988;
BEWER, 1994; ACIESP, 1997; RICKLEFS e MILLER, 2000; RAVEN e JOHNSON, 2002;
RICKLEFS, 2003; ODUM e BARRETT, 2007). Normalmente, os competidores se encontram
na mesma guilda trófica ou nível trófico (MORIN, 1999). Esta interação tem como resultado
uma redução na fecundidade, no crescimento ou na sobrevivência dos indivíduos envolvidos,
assim como, também, tem efeito na dinâmica, na distribuição e na evolução de suas
populações (MORIN, 1999; BEGON et al., 2007).
Existem duas classificações para os tipos de Competição, uma que apresenta
historicamente dicotomia entre os dois tipos mais discutidos na literatura e outra segundo
Thomas Schoener (1983). A primeira apresenta a Competição por exploração, na qual opera
indiretamente pela limitação de algum recurso em comum, e por interferência, a qual
envolve interação direta entre as espécies, tais como interações territoriais ou interferência
química (ODUM, 1988; BEWER, 1994; RAVEN e JOHNSON, 2002; RICKLEFS, 2003;
BEGON et al., 2007; ODUM e BARRETT, 2007). No entanto, esta divisão, assim como
todas as outras feitas dicotomicamente, não enquadra algumas interações competitivas em
inequivocamente uma categoria ou outra (MORIN, 1999).
Já a segunda apresenta seis diferentes mecanismos que são suficientes para comportar
a maioria dos casos de Competição interespecífica (MORIN, 1999; RICKLEFS e MILLER,
2000), sendo eles:
 de consumo, acontece quando uma espécie inibe a outra através do consumo de um
recurso em comum, como em uma Competição de roedores e formigas por sementes
(Figura 5A);
 por espaço não ocupado, ocorre principalmente em organismos sésseis quando um
dos recursos físicos, tais como espaço aberto necessário para a fixação é ocupado por
um dos organismos e tornado indisponível para os outros, como entre os organismos
presentes em um costão rochoso;
 de sobrecrescimento, ocorre principalmente em organismos sésseis quando um
indivíduo cresce sobre outro, com ou sem contato físico, como árvores crescendo
sobre plantas menores e interceptam luz, resultando na exclusão de espécies
intolerantes ao sombreamento;
29

 química, quando o crescimento químicos inibitório ou produção de toxinas por


algumas espécies inibem ou matam outras espécies, como a Alelopatia nas plantas, na
qual substâncias químicas produzidas por algumas plantas inibem o crescimento ou a
germinação das sementes de outras plantas;
 territorialidade, resulta de um comportamento agressivo de exclusão de organismos
de um específico espaço que são defendidos como territórios, como entre os peixes de
coral;
 de encontro (interferência), interação transitória resultante de um encontro não-
territorialista entre indivíduos forrageadores, tal encontro tem efeitos negativos, como
dano físico, perda de tempo ou energia, ou roubo de comida.

Apesar dos resultados da competição serem de interesse de estudos evolutivos e esta


ter sido considerada como um dos mecanismos da seleção natural, não é tão simples assim
determinar quando duas espécies estão competindo. O fato de duas espécies utilizarem os
mesmos recursos necessários não implica em competição, se esse não for limitante. E, mesmo
sendo, se os tamanhos populacionais de duas espécies estão negativamente correlacionados,
elas não precisam competir. Em vez disso, as espécies podem ser independentes, respondendo
à mesma funcionalidade do ambiente (RAVEN e JOHNSON, 2002).
No entanto, ela pode resultar em um ajuste do equilíbrio entre duas espécies, ou se de
forma severa e assimétrica, pode fazer com que uma das populações seja substituída por
outra, ou que force a ocupar outro lugar ou a utilizar outro recurso. A provável explicação
para isso seria o fenômeno conhecido como Princípio de Gause ou da exclusão competitiva.
Este princípio estabelece que quando duas espécies competem por um recurso limitado, a
espécie que o usa de forma mais eficiente acabará por eliminar a outra. Assim, espécies
similares não poderiam coexistir (ODUM, 1988; RAVEN e JOHNSON, 2002; ODUM e
BARRETT, 2007). No entanto, na natureza elas coexistem. Observações detalhadas quase
sempre revelam diferenças ecológicas entre as espécies envolvidas, muitas vezes baseadas em
diferenças sutis no hábitat ou na preferência alimentar (RICKLEFS e MILLER, 2000).
As formas de Competição acima citadas são todas diretas, porém muitas espécies
podem ter efeitos indiretos sobre outras espécies e, em alguns casos, estas interações indiretas
resultam em dinâmicas de populações que parecem muito com a Competição direta, por
exemplo, quando o efeito negativo sobre duas espécies é resultante da interação com um
predador em comum ou com outro competidor potencial. Esta situação é denominada como
Competição aparente, esta pode ter várias formas cada um mais complexa que a outra,
30

dependendo de como se configura a teia de interações (Figura 5B). Por exemplo, quando a
taxa reprodutiva do predador aumenta com o aumento da densidade da presa A,
consequentemente, haverá mais predadores para consumir a presa B. Ou quando
consideramos interações indiretas de populações no mesmo nível trófico, três espécies
presentes – A, B e C –, duas competem (A e B) e duas são mutualísticas (B e C), o efeito
negativo da espécie A irá afetar indiretamente a espécie C, pois ao diminuir a espécie B de
quem C se beneficia (Figura 5C) (RICKLEFS e MILLER, 2000).

Competição Consumista Competição Aparente


(B)
(A) (C)

Figura 5 – Exemplos de algumas interações ecológicas de Competição indireta entre espécies em


comunidades. Efeitos diretos são indicados por setas cheias e indiretos por setas pontilhadas. (A)
Competição Consumista, (B) e (C) Competição Aparente. A, B e C = Espécies no mesmo nível
trófico; C1 = Consumidor 1; C2 = Consumidor 2; R1 = Recurso 1; R2 = Recurso 2; C = Consumidor;
R = Recurso. Os sinais indicam o tipo de resultado sobre as espécies participantes: - interação
prejudicial; + interação benéfica (modificado do MORIN, 1999).

Estas diferenças, que se manifestam em sua morfologia e/ou comportamento, podem


surgir de duas maneiras, por seleção natural ou por deslocamento de caracteres. A seleção
natural promove pressões sobre os comportamentos e características morfológicas que
distinguem uma espécie através de interações entre as espécies, a Competição. A outra
explicação é o deslocamento de caracteres, no qual a partir de populações anteriormente
sobrepostas em algum nível, cada espécie se tornou adaptada a um diferente recurso, em um
diferente lugar e com resultado de uma série de extensões, estas diferenças ecológicas
permaneceram. Em muitos outros casos, é difícil saber se as diferenças entre as espécies
ocorrem por essa razão ou porque as espécies evoluíram em resposta à seleção por outros
fatores ambientais em diferentes lugares e, em seguida, mantidas as suas diferenças quando
suas populações restabelecem contato. Um bom exemplo é o caso dos tentilhões (Geopiza)
das Ilhas Galápagos, onde em ilhas com mais de uma espécie coexistindo, os tentilhões
normalmente apresentavam bicos de diferentes tamanhos (RICKLEFS e MILLER, 2000).
31

3. METODOLOGIA

3.1. Abordagem

A abordagem utilizada neste estudo foi qualitativa aplicada à análise documental de


livros didáticos de Biologia e consultas bibliográficas, no que se refere à revisão dos
conceitos.

3.2. Fonte

As fontes primárias investigadas consistiram de livros didáticos de Biologia que


compõem as coleções do Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio (PNLEM). Estes
pertenciam às seguintes editoras: Ática, Moderna, Saraiva e Nova Geração.
Foi definido como objeto de estudo os elementos textuais e ilustrativos dos livros
didáticos indicados a estudantes da 3º ano do Ensino Médio que abordam o tema “interações
ecológicas”. Foram escolhidos os livros deste ano devido à especificidade e maior
probabilidade do tema ser tratado neste segmento.

3.3. Amostragem

Pela dificuldade de acessar todos os livros recomendados pelo PNLEM/2009, optou-se


pelo procedimento de amostragem. Esta foi feita de acordo com a porcentagem de escolha dos
livros didáticos pelos professores de Biologia referente ao PNLEM/2007, segundo EL-HANI
et al. (2007), sendo escolhidos os que representam 91,5% do total das obras indicadas e
adotadas (Tabela 2). A amostra investigada consistiu de seis livros de Ensino Médio
recomendados pelo PNLEM.
Isto foi possível porque, o PNLEM/2009 é uma reedição do de 2007, contendo as
obras deste último. Uma vez que, tendo em vista a necessidade da realização de uma nova
escolha em 2008, e que em 2011 será feita uma escolha geral dos livros de todas as disciplinas
contempladas pelo programa para o PNLEM/2012 (BRASIL, 2008). Porém, apenas três obras
32

(*) (Tabela 2) foram corrigidas e reeditadas após a submissão e a analise pela equipe
organizada pelo MEC.
As coleções de livros didáticos de Ensino Médio atualmente passam por uma
avaliação cuidadosa para integrar o PNLEM. Essa avaliação usa critérios tais como: a
acurácia e veracidade das informações dos livros; a abordagem utilizada; qualidade técnica
das ilustrações; contribuições e riscos para a construção da cidadania; grau de
contextualização dos conteúdos (BRASIL, 2008). A partir destes critérios, os livros que são
recomendados por esta avaliação tendem a apresentar menos erros conceituais e a incluir
aspectos do tema em questão, o que facilitou a análise dos mesmos. A escolha destes livros
foi reforçada pelo fato deles serem fornecidos às escolas pelo Programa Governamental, e
consequentemente, os alunos terem maior facilidade para adquiri-los.

Tabela 2 – Distribuição percentual das obras escolhidas pelos professores de Biologia escolhidas no
PNLEM/2007.

Livros didáticos % de escolha


Laurence, J. Biologia. São Paulo: Nova Geração, 2005.(*, 2006) 23,0
Amabis, J. M. & Martho, G. R. Biologia. São Paulo: Moderna, 2005. 21,3
Lopes, S. & Rosso, S. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2005.(*, 2006) 16,3
Linhares, S. & Gewandsnajder, F. Biologia. São Paulo: Ática, 2005.(*, 2007) 11,2
Silva Júnior, César, & Sasson, Sezar. Biologia. São Paulo: Saraiva, 2005. 10,7
Paulino, W. R. Biologia. São Paulo: Ática, 2005. 9,0
TOTAL 91,5

3.4. Coleta dos dados

3.4.1. Instrumento

O instrumento utilizado para coleta de dados foi um roteiro de análise documental para
livros didáticos, consistido por dezessete questões fechadas e semi-abertas (Anexo A). Este
permitiu a padronização nas avaliações. Como forma de exemplificação, trechos ilustrativos
foram extraídos dos livros de acordo com a pertinência de cada questão.
33

3.4.2. Procedimento de coleta dos dados

Para o desenvolvimento deste trabalho foram avaliados os seguintes parâmetros:


contextualização; erros de conceitos; omissão de conteúdo; clareza; nível de atualização do
conteúdo; atividades práticas; atividades complementares; referências e fontes utilizadas;
abordagem do conteúdo no nível nacional, presença de textos complementares e padrão de
desenvolvimento das idéias, indicações de textos complementares, fontes alternativas de
pesquisa, revistas e manuais pedagógicos. Também foi considerado o grau de conexão entre o
conteúdo e novas tecnologias aplicadas ao ensino, tais como recursos computacionais e,
especialmente, a internet.

3.4.3. Tratamento de Dados

As respostas das questões do instrumento de análise foram tratadas qualitativa e


quantitativamente, por meio de análise descritiva com tabelas de frequência que apresentaram
os valores absolutos de cada variável e por meio de análise de conteúdo e trechos extraídos
dos livros didáticos, respectivamente. Segundo Minayo (1996), esse tipo de pesquisa analisa a
intuição, exploração e o subjetivismo, assim como os traduz objetivamente em dados
matemáticos. Dessa maneira, os dados quantitativos e qualitativos se complementam.

3.5. Revisão conceitual

A revisão conceitual foi realizada com o auxilio de bibliografias utilizadas no Ensino


Superior, tais como: Odum (1988), Margulis e Fester (1991), Bewer (1994), Morin (1999),
Ricklefs e Miller (2000), Raven e Johnson (2002), Ricklefs (2003), Odum e Barrett (2007),
Begon et al. (2007). Além de glossários da área para definições, como ACIESP (1997) e
Collin (2004), e publicações científicas.
34

4. RESULTADOS

4.1. Análise geral

A Tabela 3 resume as informações da análise por livro avaliado. Todos os livros


utilizados neste trabalho abordaram o tema interações ecológicas e apresentaram um capítulo
dedicado ao assunto. No entanto, o tema esteve inserido em outro maior, relações ecológicas
entre seres vivos, que leva em consideração tanto relações dentro de populações (intra-
específicas), quanto entre populações (interespecíficas).

Tabela 3 – Características apresentadas nas obras estudadas. Totais representam número de obras que
apresentaram a característica (coluna da direita) e a ocorrência das mesmas por obra (linha inferior).

AMABIS LOPES CÉSAR


LINHARES &
CARACTERÍSTICAS LAURENCE & & & PAULINO TOTAL
GEWANDSNAJDER
MARTHO ROSSO SEZAR

ASPECTOS CONCEITUAIS
Aborda o tema X X X X X X 6
Capítulo do tema X X X X X X 6

Menciona Neutralismo 0
Menciona Comensalismo X X X X X X 6
Menciona Mutualismo X X X X X X 6

Menciona Protocooperação X X X X X X 6

Menciona Amensalismo X X X X 4
Menciona Predação X X X X X X 6
Menciona Herbivoria X X X X X 5

Menciona Competição X X X X X X 6

Menciona Parasitismo X X X X X X 6
Outras interações X X X X X X 6
Conceitos integradores X X X X X X 6

Doenças associadas ao Parasitismo X X X X 4


Participação do Homem nas X X X X X 5
interações
Diferenciação entre Parasita e 0
Parasitóide
Diferenciação dos tipos de 0
Competição Interespecífica
Adaptação às interações X X 2
Diferenciação entre Mutualismo e X X X X X 5
Simbiose
Exemplos brasileiros X X X X X 5
35

Continuação da Tabela 3 – Características apresentadas nas obras estudadas. Totais representam


número de obras que apresentaram a característica (coluna da direita) e a ocorrência das mesmas por
obra (linha inferior).

AMABIS LOPES CÉSAR


LINHARES &
CARACTERÍSTICAS LAURENCE & & & PAULINO TOTAL
GEWANDSNAJDER
MARTHO ROSSO SEZAR
ASPECTOS ESTRUTURAIS E
DE FIXAÇÃO
Ilustrações para exemplificar X X X X X X 6

Textos complementares X X X X X X 6

Tecnologias aplicadas ao ensino 0


Atividades práticas e X X X X X 5
complementares em grupo
TOTAL 17 14 19 19 19 19

Dentre as intra-específicas foram citadas Sociedade, Colônia, Canibalismo e


Competição intra-específica. Já dentre as interespecíficas, as citadas em todos os livros foram
Comensalismo, Competição interespecífica, Predação, Mutualismo e Parasitismo. Enquanto
Amensalismo foi citado em 66,67% dos livros e Protocooperação foi citada por todos, porém
de formas diferentes, ora como tal, ora como Mutualismo facultativo. A interação designada
como Neutralismo não foi citada em nenhum livro. Além dessas interações, todos os livros
apresentaram outras, tais como Inquilinismo, Sinfilia, Herbivoria e Antibiose. Esta só foi
considerada como Amensalismo pelos autores Linhares e Gewasdsznajder (2007) e Paulino
(2005), enquanto Competição por Laurence (2005).
Todos os livros apresentaram, pelo menos, um conceito da Biologia para uma
compreensão integrada do assunto, sendo os mais citados: dinâmica populacional e nicho
ecológico. Em sua maioria, o primeiro foi apresentado pelas interações Competição, Predação
e Parasitismo, enquanto nicho sempre apareceu na interação Competição e uma vez na
Predação. Os demais conceitos foram: cadeia trófica, este normalmente em exercícios, e
evolução.
Apenas dois livros analisados apresentaram adaptações das populações às interações,
Linhares e Gewasdsznajder (2007) e Paulino (2005), sendo estas sempre à Predação,
referindo-se aos tipos de mimetismo. Paulino (2005) ainda apresenta alguns exemplos de
adaptações morfofisiológicas de predadores e presas para a interação, como “a capacidade de
inoculação de veneno, como certos artrópodes e cobras peçonhentas” e “emissão de
substâncias de odor desagradável, como gambás e certos insetos”, respectivamente (p. 207).
A interação Mutualismo foi diferenciada de Simbiose em todos os livros, menos pelo
Paulino (2005), que não faz menção alguma a Simbiose. No entanto, apesar de feita a
36

diferenciação, Silva Junior e Sasson (2005) utilizam a classificação “mais cômoda” (p. 380),
Mutualismo igual Simbiose, justificando que na Ecologia os vocabulários são indefinidos,
portanto essa definição também seria correta. Assim como Silva Junior e Sasson (2005),
Linhares e Gewasdsznajder (2007) colocam que, hoje em dia, o termo pode ser utilizado
como qualquer interação ecológica permanente, incluindo além das mais íntimas, como
Mutualismo, Comensalismo e Parasitismo.
Quanto os tipos de Mutualismo, sempre foram diferenciados em Mutualismo e
Protocooperação. Com exceção do Paulino (2005), que foi apresentado como Mutualismo
facultativo. No Silva Junior e Sasson (2005) apareceu como Cooperação, porém como pode
ser chamado assim também foi considerado como Protocooperação.
O ser humano foi citado em todos os livros estudados, com exceção do Amabis e
Martho (2005). Quando citado, o ser humano esteve sempre relacionado com a interação
Parasitismo e, em menos vezes, com Competição. O livro do Paulino (2005) destacou-se dos
demais neste caso, pois demonstrou a participação do homem em quase todas as interações:
Predação, Parasitismo, Comensalismo, Mutualismo, Competição e Amensalismo.
Em nenhum livro foi feita qualquer diferenciação no Parasitismo entre parasita e
parasitóide, enquanto na Competição só foi feita a separação entre interespecífica e intra-
específica. No entanto, pode-se interpretar que os autores Silva Junior e Sasson (2005)
mencionam a Competição interferente, normalmente exemplificada pelo terrritorialismo, este
citado por eles.
Já interação Herbivoria foi mencionada em todos os livros, com exceção do Laurence
(2006). Apenas o Amabis e Martho (2005) colocaram Herbivoria como uma interação à parte
e Lopes e Rosso (2006) como Predação. Todos os outros autores apresentaram a dubialidade
desta interação, ora apresentando-se como Predação, ora como Parasitismo.
Os exemplos dos diferentes tipos de interação citados pelos autores eram, em sua
maioria, clássicos. No entanto, apenas Amabis e Martho (2005) não apresentaram qualquer
exemplo com organismos brasileiros nas interações ecológicas, nem mesmo nos exercícios,
apenas nas relações intra-específicas. Lopes e Rosso (2006) só apresentam nos exercícios. O
organismo mais citado foi a formiga saúva na relação intra-específica Sociedade, seguido das
plantas parasitas cipó-chumbo e erva-de-passarinho.
Apesar de nenhum livro incentivar a utilização de novas tecnologias aplicadas ao
ensino, todos os autores lançaram mão de textos complementares e ilustrações para
exemplificar e fixar as interações, esta principalmente, através de esquemas e figuras,
descritas no texto. Quanto às atividades em grupo ou práticas, apenas Amabis e Martho
37

(2005) não apresentou, enquanto Laurence (2006) utilizou-se de uma caixa de diálogo com
uma atividade complementar em grupo de observação, para que os alunos procurem exemplos
de duas relações intra-específicas, Competição e Canibalismo.

4.2. Análise dos livros didáticos


A análise dos livros didáticos selecionados obteve os seguintes resultados:

Livro 1: Biologia. Autor: LAURENCE, J. (Fig. 6)


Editora: Nova Geração. Vol. Único, 1ª edição, 2006.

Figura 6 – Capa do livro Biologia (LAURENCE, 2006)

O livro é volume único, portanto aborda todos os assuntos estudados no Ensino


Médio: Biologia Celular, Embriologia e Histologia Animal, Os Seres Vivos, O Ser Humano,
Genética e Evolução e Ecologia. Nele há um capítulo denominado “Relações entre os seres
vivos”, que aborda temas de relações populacionais e interações ecológicas. Os autores
começam o capítulo diferenciando as relações harmônicas (positivas) das desarmônicas
(negativas), colocando que essa classificação só pode ser feita para indivíduos, pois “o
resultado final para a população é sempre positivo” (LAURENCE, 2006, p. 80).
38

Em seguida, diferencia as interações intra-específicas das interespecíficas. Dentre as


intra-específicas, são explicadas e exemplificadas as Sociedades, Colônias, Canibalismo e
Competição intra-específica. Já as interespecíficas, são Mutualismo, Protocooperação,
Comensalismo, Inquilinismo, Predação, Parasitismo, Sinfilia, Competição interespecífica e
Antibiose.
Nessa listagem de interações é possível verificar que o autor considera Inquilinismo e
Sinfilia como relações à parte, e não parte de outras interações, como Comensalismo e
Protocooperação, respectivamente.
Antes de tratar do Inquilinismo o autor coloca uma definição geral que abrange
Comensalismo e Inquilinismo: “alguns seres vivos costumam associar-se a indivíduos de
outras espécies, em busca de alimento ou proteção. Em ambos os casos, embora se
beneficiem, não causam prejuízo algum aos indivíduos aos quais se associam, que também em
nada se beneficiam” (LAURENCE, 2006, p. 83). Porém, Laurence (2006) denomina
Comensalismo as interações em que o indivíduo se associa apenas em busca do alimento,
enquanto o Inquilinismo, apenas as em busca de proteção ou abrigo. Um dos exemplos dados
para Inquilinismo é o Epifitismo, como o clássico exemplo das orquídeas utilizando outras
plantas como apoio em busca de luz, sem prejudicá-las.
Na interação Sinfilia, o autor apenas descreve a interação entre pulgões e formigas.
Essa interação por ser benéfica para ambos os envolvidos pode ser caracterizada como
Protocooperação, uma vez que não são dependentes para sobreviverem.
Laurence (2006) apresentou a interação Antibiose é dentro do subitem “Competição
interespecífica e antibiose”, no qual descreve exemplos, como nos “casos de raízes que
liberam substâncias inibidoras, prejudicando o desenvolvimento de plantas concorrentes” (p.
87). Assim, caracterizando uma interação de Competição, sendo negativa para a espécie
concorrente que não consegue se estabelecer e positiva para a espécie que produz a substância
que não terá concorrentes próximos.
No mesmo subitem, a Competição interespecífica é definida como:
[...]duas populações devem se estabelecer em uma comunidade quando o nicho ecológico
dessas duas populações é o mesmo ou muito semelhante. A semelhança ou igualdade de nicho
ecológico significa que ambos disputam os mesmos recursos do meio. Caso esses recursos
não sejam suficientes para a manutenção das populações, elas entram em competição
(LAURENCE, 2006, p. 87).

Desta forma, os autores apresentam outro conceito da Biologia para uma compreensão
integrada das interações ecológicas, sendo esse o de nicho ecológico. Outros conceitos
apresentados foram dinâmica populacional e evolução. O primeiro aparece na introdução do
39

capítulo ao explicar a importância das relações para as comunidades em uma recapitulação do


assunto anteriormente apresentado no livro quando diz:
Já vimos, porém, que essa relação faz parte do equilíbrio que existe na comunidade e em todo
ecossistema, pois auxilia a controlar o tamanho da população de presas, evitando que ela
cresça demais e acabe perecendo por falta de alimento. Por outro lado, a diminuição do
número de presas interfere no número de predadores, pois tendo menos alimento, a população
de predadores diminui (LAURENCE, 2006, p. 80).

Esse conceito é reforçado em um exercício proposto na seção „Questões de vestibular‟


(Fig. 7).

Figura 7 – Exercício proposto para a fixação do conteúdo dinâmica populacional e do conceito


relacionado à interação ecológica (LAURENCE, 2006, p. 89).

O conceito de evolução aparece na seção „Vamos criticar o que aprendemos?‟ do


capítulo. O texto, intitulado “Todo líquen é um caso de mutualismo?”, questiona a interação
alga-fungo presente no líquen em formas primitivas e atuais. São formas diferenciadas, pois
nas formas primitivas o fungo penetra na alga e retira a matéria orgânica que necessita,
caracterizando um caso típico de Parasitismo, enquanto nas atuais ambos se beneficiam da
interação. O autor conclui dizendo que “o estudo dos liquens, desde os mais primitivos até os
mais recentes, sugere uma evolução das formas parasíticas para as formas mutualísticas”
(LAURENCE, 2006, p. 87). Nesta afirmativa, o autor expõe a teoria de que as relações
desarmônicas ou negativas tendem a se estabelecer em interações mais recentes, enquanto as
harmônicas ou positivas tendem a ser selecionadas e se apresentam mais abundante em
ecossistemas mais maduros (ODUM, 1988; ODUM e BARRETT, 2007).
Outro conceito aparece no capítulo, porém apenas nos exercícios propostos na seção
„Questões de vestibular‟, o conceito de cadeia trófica (Fig. 8).
40

Figura 8 – Exercício proposto para a fixação do conteúdo cadeia trófica e do conceito relacionado à
interação ecológica (LAURENCE, 2006, p. 89).

Quanto à definição de Simbiose, o autor coloca como a definição de De Bary foi má


interpretada, sendo utilizada apenas como “a união íntima entre algas e fungos, que constitui o
líquen” (LAURENCE, 2006, p. 82). Então, o autor define Simbiose conforme a sua
etimologia, que significa “viver juntos”, e interpreta que tal definição é utilizada para “todos
os tipos de relações interespecíficas, ou seja, toda interação positiva ou negativa, entre
indivíduos de populações de uma mesma comunidade” (LAURENCE, 2006, p. 82).
A única menção do ser humano nas interações ecológicas apresentadas é no
Parasitismo. O autor dedica um pequeno parágrafo para mencionar os parasitas que
exemplificados na figura que o sucede. Em seguida, explica que “os parasitas são causadores
de doenças e dizemos que são patogênicos” (LAURENCE, 2006, p. 86).
Não é feita diferenciação entre os tipos de Competição, chamadas pelo autor de
Interespecífica, e de Parasitismo, como parasita e parasitóide. Em nenhum momento são
identificadas as possíveis adaptações das populações à qualquer interação, além disso não há
menção da Herbivoria no capítulo.
Os exemplos dados pelo autor são, em sua maioria, clássicos. Só é apresentado
exemplo com organismos brasileiros de forma explícita no Parasitismo. Este é exemplificado
com as plantas parasitas, cipó-chumbo e erva-de-passarinho. No entanto, outras interações são
ilustradas por organismos brasileiros, apesar de não ter nada dizendo que são.
Nas relações intra-específicas, são apresentados o coral-cérebro, espécie nativa do
Brasil, e as formigas saúvas, conhecidas por prejudicar as lavouras, exemplificando Colônia e
Sociedade, respectivamente. Já nas relações interespecíficas, são apresentados a ariranha,
41

mamífero característico do Pantanal e da bacia do Rio Amazonas, o jacarandá, e alguns


representantes na bacia do Paraná, exemplificando Predação e Antibiose, respectivamente.
O capítulo apresenta um texto complementar na seção „Leitura‟ do capítulo. O texto,
intitulado “Erva-de-passarinho: parasitismo e mutualismo”, aborda as relações que essa
espécie de planta apresenta, parasita da árvore que se encontra apoiada e mutualista com aves
e micos-leões que dispersam suas sementes ao comerem do fruto. No mesmo texto, há uma
parte dedica à espécie brasileira e sua situação:
No Brasil, o mico-leão-preto, da Mata Atlântica, auxilia na dispersão das sementes de uma
espécie de erva-de-passarinho. Algumas espécies dessas plantas curiosas estão em processo
de extinção ou já foram extintas devido à introdução no seu hábitat de animais que se
alimentam de suas folhas e flores e principalmente por causa do declínio das populações de
aves que disseminam suas sementes. Ainda não foram realizados estudos como esses para as
espécies brasileiras, mas a destruição de matas e cerrados certamente afetará as populações de
ervas-de-passarinhos (LAURENCE, 2006, p. 86).

Apesar de não incentivar a utilização de novas tecnologias aplicadas ao ensino, o autor


colocou uma caixa de diálogo com atividade complementar em grupo, porém essa só aparece
em um subitem de relação intra-específica, Canibalismo e Competição intra-específica (Fig.
9).

Figura 9 – Atividade complementar em grupo que utiliza conceito relacionado à interação ecológica
(LAURENCE, 2006, p. 82).
42

Livro 2: Biologia. Autor: AMABIS, José Mariano e MARTHO, Gilberto Rodrigues. (Fig. 10)
Editora: Moderna. Vol. 3, 2ª edição, 2005.

Figura 10 – Capa do livro Biologia (AMABIS e MARTHO, 2005).

O livro do 3º ano aborda assuntos sobre Genética, Evolução Biológica e Ecologia.


Neste há um capítulo denominado “Relações ecológicas entre seres vivos”, que aborda temas
de relações populacionais e interações ecológicas.
Os autores começam o capítulo diferenciando as relações intra-específicas das
interespecíficas. Dentre as intra-específicas, são explicadas e exemplificadas as Colônias,
Sociedades e Competição Intra-específica. Já quando tratam as interespecíficas, são feitas
classificações das relações, de acordo com seus efeitos, positivos ou negativos, sobre as duas
espécies envolvidas (Fig. 11).
43

Figura 11 – Tabela de ganhos e perdas individuais nas relações ecológicas interespecíficas (AMABIS
e MARTHO, 2005, p. 348).

Nessa tabela é possível verificar que os autores consideram Inquilinismo e Herbivoria


como relações à parte, e não, parte de outras interações, como Comensalismo e Predação,
respectivamente. Ao tratar da Herbivoria, comenta que “essa relação, entretanto, é uma das
mais importantes na natureza: é por meio da Herbivoria que a energia captada da luz solar
pelos produtores pode passar para os demais níveis tróficos das cadeias alimentares”
(AMABIS e MARTHO, 2005, p. 349). Essa é uma das formas de apresentar outros conceitos
da Biologia para uma compreensão integrada das interações ecológicas, sendo esse, cadeia
trófica.
Outros conceitos apresentados foram evolução, dinâmica populacional e nichos
ecológicos. O primeiro aparece ao explicar a íntima relação entre o parasita e seu hospedeiro.
Em geral, espécies parasitas e hospedeiras estão bem adaptadas umas às outras, de modo que
a relação causa prejuízos não muito grandes ao organismo parasitado. Basta pensar que, se um
parasita matar seu hospedeiro, ele também morrerá; portanto, a tendência é que a relação
parasitária se torne equilibrada ao longo das gerações: o parasita adaptando-se ao hospedeiro e
vice-versa, fenômeno denominado co-adaptação (AMABIS e MARTHO, 2005, p. 353).

O termo utilizado pelos autores como co-adaptação é usualmente conhecido na


Biologia como co-evolução. Esta é a evolução conjunta de duas ou mais espécies que têm
uma estreita interação ecológica, como as plantas e os herbívoros (Herbivoria), lebre e lince
(Predação), grandes organismos e seus microrganismos simbiontes (Mutualismo), ou os
parasitas e seus hospedeiros (Parasitismo). Nesse sentido, as pressões seletivas são recíprocas,
44

ou seja, a evolução de uma espécie depende em parte da evolução da outra, sendo uma a
resposta da outra (ODUM e BARRETT, 2007).
Outro conceito de evolução aparece no texto proposto pelos autores na seção „Leitura‟
do capítulo. O texto, intitulado “Estudo flagra „nepotismo‟ entre formigas – Biólogas
descobrem que operárias de uma espécie de formiga européia favorecem ovos e larvas com os
quais têm parentesco”, aborda a batalha em passar adiante os próprios genes, que foi
denominado por Richard Dawikins (2001) como “gene egoísta”. Muito bem explicado pelo
trecho:
Acontece que parentes próximos, como filhos e irmãos, carregam a metade dos genes de seus
pais ou irmãos, enquanto a fração de genes compartilhados vai decrescendo conforme o grau
de parentesco diminui. Proteger esses parentes próximos seria uma forma de garantir que os
genes do próprio indivíduo tivessem uma chance a mais de sobreviver (AMABIS e
MARTHO, 2005, p. 354).

Embora esse conceito não tenha relação com as interações ecológicas, corresponde às
relações ecológicas intra-específicas também abordadas no mesmo capítulo. Outro fato
interessante é que Amabis e Martho (2005) colocaram uma observação no rodapé da página
para uma correção de definições que são apresentadas no texto. Este denomina a sociedade de
formigas como colônia (Fig. 12). Assim, não permite que haja confusão ou mau entendimento
pelos alunos dos conceitos apresentados no capítulo.

Figura 12 – Observação feita pelos autores para a correção de definição da relação ecológica intra-
específica das formigas (AMABIS e MARTHO, 2005, p. 354).

Já o conceito de dinâmica populacional aparece na definição de Predação pelo ponto


de vista ecológico dado pelos autores, quanto diz que:
[...] a predação é um mecanismo que regula a densidade populacional, tanto para presas como
para predadores. A estreita correlação observada entre as flutuações no tamanho das
populações de predadores e as das presas é da maior importância para a sobrevivência de
ambas (AMABIS e MARTHO, 2005, p. 350).

Seguindo a definição de Predação, os autores fazem uma recapitulação da dinâmica


populacional apresentada no capítulo anterior, quando diz: “relembre no exemplo da flutuação
populacional de lebres e linces do Ártico, no capítulo 15” (AMABIS e MARTHO, 2005, p.
350). Assim, fazendo novamente menção ao conceito já apresentado e integrando a
compreensão da interação envolvida. O exemplo da dinâmica das populações de veados e
45

seus predadores no Planalto de Kaibab (EUA), após a proibição da caça dos veados e o
incentivo da de seus predadores retrata bem o conceito (Fig. 13).

Figura 13 – Exemplo dado pelos autores para caracterizar a Predação e que representa o conceito de
dinâmica populacional da presa e de seu predador (AMABIS e MARTHO, 2005, p. 350).

O conceito de nicho ecológico é abordado na definição de Competição, ao dizerem


que:
“quando duas espécies de uma comunidade disputam os mesmos recursos do ambiente, pode-
se dizer que seus nichos ecológicos se “sobrepõem”, e ocorre competição interespecífica. [...]
Quanto mais os nichos ecológicos das espécies assemelham-se, ou seja, quanto mais
sobrepostos eles forem, mais intensa é a competição entre as espécies” (AMABIS e
MARTHO, 2005, p. 350).

E, mais uma vez, fazem uma recapitulação do conceito apresentado em um capítulo


anterior: “relembre o capítulo 14” (AMABIS e MARTHO, 2005, p. 350). Todos os conceitos
abordados são reforçados nos exercícios propostos pelo guia de estudo (Fig. 14).

Figura 14 – Exercícios propostos para a fixação do conteúdo apresentado e dos conceitos relacionados
à interação ecológica (AMABIS e MARTHO, 2005, p. 356).
46

Quanto à definição de Simbiose, os autores interpretam a dada pelo criador do


conceito De Bary, “relação ecológica próxima e interdependente de certas espécies de uma
comunidade, com consequências vantajosas ou desvantajosas para pelo menos uma das
partes” (AMABIS e MARTHO, 2005, p. 350). Assim permitindo concluir que são relações
simbiônticas: Inquilinismo, Comensalismo, Mutualismo e Parasitismo.
Apesar de mencionar que há adaptações entre populações de parasitas e hospedeiros,
em nenhum momento são identificadas as possíveis adaptações das populações a essa ou as
demais interações. Também não são mencionadas as possíveis doenças causadas pelas
interações de Parasitismo. Não fazem diferenciação entre os tipos de Competição, chamadas
pelos autores de Interespecífica, e de Parasitismo, como parasita e parasitóide. A única
menção do ser humano nas interações ecológicas apresentadas é no Parasitismo, na legenda
da foto de exemplos, na solitária do gênero Taenia, endoparasita da espécie humana.
Os exemplos dados pelos autores são, em sua maioria, clássicos. Só é apresentado
exemplo com organismos brasileiros na relação ecológica intra-específica, Sociedade e
Colônia. A primeira é exemplificada com as formigas saúvas, muito conhecidas no Brasil por
prejudicar as lavouras e a segunda, pelas caravelas, presentes no litoral nordeste. Apesar de
apresentar um texto complementar, não há incentivo à utilização de novas tecnologias
aplicadas ao ensino ou mesmo atividades práticas e complementares em grupo. Na seção de
exercícios, apenas um deles, que foi retirado do vestibular da Universidade Federal Santa
Maria (UFSM), coloca um exemplo brasileiro e pergunta qual é a interação (Fig. 15).

Figura 15 – Exercício de vestibular que utiliza exemplos com organismos brasileiros (AMABIS e
MARTHO, 2005, p. 358).
47

Livro 3: Biologia. Autor: LOPES, Sônia e ROSSO, Sergio. (Fig. 16)


Editora: Saraiva. Vol. Único, 4ª edição, 2006.

Figura 16 – Capa do livro Biologia (LOPES e ROSSO, 2006).

O livro é volume único, por tanto aborda todos os assuntos estudados no Ensino
Médio: Origem da Vida, Biologia Celular, Reprodução, Embriologia e Histologia, Seres
Vivos, Genética, Evolução e Ecologia. Nele há um capítulo denominado “Relações entre seres
vivos de uma comunidade e ecologia da população”, que aborda temas de interações
ecológicas e relações populacionais.
Os autores começam o capítulo diferenciando as relações intra-específicas das
interespecíficas e as relações harmônicas das desarmônicas. Sobre as últimas, os autores
colocam que essa classificação só pode ser feita para indivíduos, uma vez que, “considerando
o total das relações de uma comunidade, verifica-se que elas se revelam harmônicas, pois são
importantes para o equilíbrio das populações que interagem” (LOPES e ROSSO, 2006, p.
556).
Dentre as intra-específicas, são explicadas as Sociedades, Colônias, Canibalismo e
Competição intra-específica. Já dentre as interespecíficas, os autores ratificam a classificação
das interações entre harmônicas e desarmônicas, sendo as primeiras: Mutualismo,
Protocooperação, Comensalismo, Inquilinismo; e as segundas: Amensalismo, Predatismo,
Parasitismo e Competição interespecífica.
48

Nessa listagem de interações é possível verificar que os autores consideram


Inquilinismo como relação à parte, e não, parte de outra interação, como Comensalismo. No
entanto, ao definir Comensalismo demonstra a semelhança das relações: “assim como no
inquilinismo, apenas um participante se beneficia, sem causar prejuízo ao outro” (LOPES e
ROSSO, 2006, p. 557). Estas são diferenciadas quanto ao benefício de um dos participantes,
sendo o Comensalismo uma relação de alimento e o Inquilinismo de proteção. O exemplo
dado deste último foi o Epifitismo de orquídeas.
Os autores abordam outros conceitos como dinâmica populacional, cadeia e teia
trófica e nichos ecológicos, porém apenas na parte do capítulo destinado a ecologia de
populações. O primeiro aparece no subitem “Fatores reguladores do tamanho da população”
ao explicar como cada interação pode influenciar a dinâmica de uma população, sendo essas:
Competição intra-específica, Competição interespecífica, Predação e Parasitismo.
Na interação Competição intra-específica, os autores descrevem como esta “determina,
basicamente, a densidade da população em determinado local. Um exemplo desse tipo de
Competição é a territorialidade: disputa por espaço. [...] A territorialidade ajuda, portanto, a
evitar a superpopulação, pois determina um espaço mínimo por casal ou por grupo de
indivíduos” (LOPES e ROSSO, 2006, p. 560).
Já na interação Predação, “a relação entre predador e presa em comunidades estáveis
evolui de modo a estabelecer equilíbrio entre os indivíduos dessa relação. A população de
predadores pode determinar a densidade de presas e vice-versa” (LOPES e ROSSO, 2006, p.
560). Enquanto no Parasitismo, fazem uma comparação entre a regulação feita por eles e
predadores de uma população:
Os parasitas são via de regra mais específicos que os predadores na obtenção de alimento.
Enquanto os predadores podem procurar várias outras fontes de alimento quando uma
população de presas é reduzida, os parasitas geralmente se instalam apenas em uma ou em
algumas espécies. Essa característica é importante para os estudos feitos atualmente sobre o
controle biológico de pragas. O controle por meio de parasitas parece mais adequado, por ser
específico (LOPES e ROSSO, 2006, p. 561).

Ao finalizar essa comparação do poder regulatório de duas interações, é abordado


outro conceito da Biologia para uma compreensão integradora das interações ecológicas, a
cadeira trófica, quando diz “já um predador empregado como agente controlador pode
utilizar-se de outro recurso, provocando alteração nas redes alimentares” (LOPES e ROSSO,
2006, p. 561). Além disso, o capítulo apresenta um texto complementar na seção “Texto para
discussão”, intitulado “Um exemplo real de desequilíbrio ecológico”, que aborda uma
situação do descontrole em uma tentativa de manipulação trófica do meio ambiente, com o
conceito de teia trófica.
49

A OMS visava combater os pernilongos que transmitiam a malária [...] Depois de muitas
investigações constataram esses problemas relacionados com a aplicação do DDT [...]
também afetava outros insetos, como abelhas, besouros e baratas. Os que não chegavam a
morrer ficavam contaminados pelo DDT e com menor possibilidade de fugir de seus
predadores: os lagartos. [...] Ao ingerirem os lagartos contaminados, os gatos acabavam
morrendo. Com a morte dos gatos, a população de ratos começou a aumentar, pois seus
predadores haviam diminuído. [...] Ao mesmo tempo, com a redução do número de lagartos,
começou a haver a proliferação de outro inseto que era comido pelo lagarto: uma espécie de
barata que se alimenta principalmente de palha de coqueiro. As casas dos nativos, construídas
com essa palha, começaram a cair [...] (LOPES e ROSSO, 2006, p. 563).

Na interação Competição interespecífica, outro conceito é abordado em dois


momentos, um ao explicar como esta pode influenciar na dinâmica de uma população e o
outro na definição desta interação. Esse conceito é o de nicho ecológico e aparece quando diz
que a Competição ocorre quando:
[...] duas ou mais populações de espécies diferentes apresentam nichos ecológicos
semelhantes e disputam o mesmo recurso do meio quando ele não é suficiente para todos.
Esse mecanismo pode determinar o controle da densidade das duas populações que estão
interagindo, a exclusão de uma delas ou ainda a especialização do nicho ecológico (LOPES e
ROSSO, 2006, p. 558, grifo nosso).

Apenas um conceito abordado foi reforçado nos exercícios propostos no capítulo,


dinâmica populacional, sendo as utilizadas: Competição intra-específica (Fig. 17A) e
Parasitismo (Fig. 17B).

(A)

(B)

Figura 17 – Exercícios propostos para a fixação do conteúdo apresentado e dos conceitos relacionados
à interação ecológica (LOPES e ROSSO, 2006, (A) p. 564 e (B) p. 561).

Quanto à definição de Simbiose, os autores interpretam o conceito de De Bary como


sendo “toda e qualquer associação permanente entre indivíduos de espécies diferentes que,
50

normalmente, exerce influência recíproca no metabolismo, seja ela uma interação positiva ou
negativa” (LOPES e ROSSO, 2006, p. 556). Deste modo, permitindo concluir que são
relações simbiônticas: Parasitismo, Comensalismo, e Mutualismo. Os autores também
atentam para a utilização errônea do termo como sinônimo de Mutualismo, colocando que
“atualmente, a utilização do termo Simbiose tem sido ampliada, aplicando-se a qualquer tipo
de relação interespecífica” (LOPES e ROSSO, 2006, p. 556).
A menção feita ao ser humano nas interações ecológicas apresentadas aparece no
Parasitismo e na Competição intra-específica. No entanto, isso só ocorre nos exercícios
propostos nas seções “Questões Discursivas” (Fig. 17A) e “Questões para estudo” (Fig. 18).

Figura 18 – Exercício proposto no qual é questionada a participação humana na interação ecológica,


Competição intra-específica (LOPES e ROSSO, 2006, p. 564).

Não é feita diferenciação entre os tipos de Competição, chamadas pelo autor de


Interespecífica, e de Parasitismo, como parasita e parasitóide. Em nenhum momento são
identificadas as possíveis adaptações das populações à qualquer interação.
Os exemplos dados pelos autores são, em sua maioria, clássicos. Só é apresentado
exemplo com organismos brasileiros de forma explicita no Parasitismo. Este é exemplificado
com uma planta parasita, erva-de-passarinho, que só aparece em um exercício na seção
“Questões Discursivas” (Fig. 19). Neste caso, o exercício foi retirado do vestibular da
Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (VUNESP) e representa a
tendência de utilizar-se de organismos nacionais como exemplos nos vestibulares brasileiros.

Figura 19 – Exercício proposto que se utiliza de um exemplo brasileiro na interação Parasitismo


(LOPES e ROSSO, 2006, p. 564).

Apesar de não incentivar a utilização de novas tecnologias aplicadas ao ensino, os


autores lançam mão de dois textos complementares um na seção “Texto para discussão”, na
51

qual propõe uma atividade de discussão em grupo, e outro no decorrer do capítulo, na parte
destinada a ecologia de população, que comenta sobre a flutuação da população humana e as
projeções para o Brasil.

Livro 4: Biologia. Autor: LINHARES, Sérgio e GEWASDSZNAJDER, Fernando. (Fig. 20)


Editora: Ática. Vol. Único, 1ª edição, 2007.

Figura 20 – Capa do livro Biologia - (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007).

O livro é volume único, por tanto aborda todos os assuntos estudados no Ensino
Médio: Biologia geral, Biologia Celular, Histologia Animal, Seres Vivos, Anatomia e
Fisiologia Animal, Morfologia e Fisiologia Vegetal, Genética, Evolução e Ecologia. Nele há
um capítulo denominado “Relações entre seres vivos”, que aborda temas de interações
ecológicas e relações populacionais.
Os autores começam o capítulo diferenciando as relações intra-específicas
(homotípicas) das interespecíficas (heterotípicas). Colocam que, em geral, as relações podem
ser classificadas entre as relações harmônicas (positivas) e as desarmônicas (negativas).
Dentre as intra-específicas, são explicadas e exemplificadas as Sociedades, Colônias,
Canibalismo e Competição intra-específica. Já dentre as interespecíficas, os autores ratificam
a classificação das interações entre harmônicas e desarmônicas, sendo as primeiras:
52

Mutualismo, Protocooperação, Comensalismo; e as segundas: Amensalismo, Predatismo,


Parasitismo e Competição interespecífica (Fig. 21).

Figura 21 – Tabela de classificação das relações ecológicas (LINHARES e GEWASDSZNAJDER,


2007, p. 477).

Os autores abordam alguns conceitos ao longo do capítulo estudado, como dinâmica


populacional, seleção natural e artificial, e nichos ecológicos. Todos foram abordados,
principalmente, durante a explicação da interação Competição interespecífica e Parasitismo.
O primeiro aparece quando comentam sobre o princípio de exclusão competitiva estudado por
Gause com duas espécies de Paramecium: “em geral, criados em separados esses protozoários
crescem até um nível que aparentemente equivale ao limite da capacidade de sustentação do
ambiente” (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 481). Neste trecho os autores
referem-se ao K, a capacidade de suporte máxima do ambiente, esta é a quantidade de
biomassa que pode ser suportada quando toda a energia disponível que entre no sistema é
necessária para sustentar todas as estruturas e funções básicas, ou seja, quando a produção é
igual à respiração (ODUM e BARRETT, 2007).
Outro conceito é abordado juntamente com o de dinâmica populacional, quando os
autores mencionam a importância de estudos antes da introdução de espécies exóticas:
É preciso realizar vários estudos antes de se introduzirem os predadores ou parasitas porque a
introdução de uma espécie exótica, isto é, de um organismo que não é nativo da região, pode
provocar desequilíbrios ecológicos. Essa espécie pode ocupar o nicho de algumas espécies
nativa, competir com ela e provocar sua extinção. Há também o risco de crescimento
excessivo da nova população por não existirem naquele ambiente predadores ou parasitas
naturais (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 484, grifo nosso).
53

Esse conceito, nicho ecológico, é também citado em outros dois momentos, na


exemplificação da interação de Competição interespecífica:
Existem vários casos de animais diferentes que ocupam o mesmo tipo de nicho em hábitats
diferentes. Por exemplo, o pica-pau vive em várias florestas espalhadas pelo mundo. Seu bico
característico permite-lhe pegar larvas de insetos que estão atrás da casca das árvores. Nas
ilhas Galápagos, em vez de pica-pau há o pássaro-carpinteiro, que, não sendo especializado,
usa um espinho de cacto para realizar essa mesma tarefa. Costuma-se chamar de equivalentes
ecológicos espécies com nichos (grifo nosso) semelhantes que vivem em habitats diferentes
(LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 481, grifo dos autores).

O conceito de seleção natural aparece na outra citação do conceito de nicho ecológico,


quando os autores apresentam outra forma de definir a exclusão competitiva explicada
anteriormente pelos autores no capítulo: “[...] duas espécies não podem conviver no mesmo
hábitat e com o mesmo nicho indefinidamente, pois a competição será tão grande que apenas
uma – a mais adaptada – sobreviverá. A outra é eliminada ou emigra para outro hábitat”
(LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 481, grifos nosso).
Já a seleção artificial aparece juntamente com o conceito de dinâmica populacional na
seção “Aplique seus conhecimentos”, no qual os autores apresentam um pequeno texto sobre
a introdução de uma espécie exótica de coelho na Austrália e suas estratégias de controle
populacional dos mesmos:
Muitas tentativas foram feitas para diminuir a população de coelhos, até que em 1950 foi
introduzido um vírus transmitido por mosquitos, que lhes causou uma doença mortal. O
número de coelhos caiu, mas havia alguns resistentes ao vírus, e aos poucos, a população
voltou a crescer, embora sem atingir níveis tão altos quanto os anteriores. Em 1996, outro tipo
de vírus passou a ser usado contra os coelhos, e o número voltou a cair. Novamente, nem
todos foram atacados. Até hoje o coelho é considerado uma praga na Austrália e ainda
pesquisam vírus mais eficiente (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 484).

Neste texto, há inúmeros outros conceitos implícitos para o seu completo


entendimento, como:
 as mutações existentes em uma população para que essa seja capaz de adaptar-se as
imprevisíveis mudanças ambientais, sendo a introdução do vírus uma mudança ambiental;
 a ausência de predadores e parasitas dos coelhos na Austrália permitiu que eles
crescessem populacionalmente a densidades bastante elevadas, se não iguais, próximas a
capacidade de suporte máxima do ambiente;
 e a regulação populacional dos coelhos pelos seus parasitas introduzidos, os vírus.

Os conceitos apresentados no texto são reforçados no questionário que o seguem (Fig.


22), assim como abordados no capítulo são todos reforçados nos exercícios divididos em
seções tais como “Compreendendo o texto” (Fig. 23A), “Questões para análise” (Fig. 23B),
“Exame Nacional do Ensino Médio – Enem” (Fig. 23C).
54

Figura 22 – Exercícios propostos para a fixação dos conteúdos apresentados no texto e dos conceitos
relacionados à interação ecológica (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 484).

(C)
(A)

(B)

Figura 23 – Exercícios das seções “Compreendendo o texto” (A), “Questões para análise” (B) e
“Exame Nacional do Ensino Médio – Enem” (C) propostos para a fixação dos conteúdos apresentados
no capítulo e dos conceitos relacionados à interação ecológica (LINHARES e GEWASDSZNAJDER,
2007, (A) p. 484, (B) e (C) p. 487).
55

O capítulo apresenta adaptações das populações à interação Predatismo e cita algumas


à interação Parasitismo. No primeiro, as citadas são camuflagem, coloração de advertência e
mimetismo. Os autores alertam que esses artifícios podem tanto ser usados por predadores
quanto por presas, por exemplo, assim “para esta a camuflagem serve de defesa, pois a ajuda a
se esconder do predador. Para este, serve para facilitar sua aproximação até que dê o ataque”
(LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 482).
Já na interação Parasitismo são citadas inúmeras adaptações dos parasitas para sua
sobrevivência no hospedeiro:
[...] como órgãos de fixação (ventosas e espinhos) e grande capacidade de reprodução, o que
compensa a alta mortalidade, principalmente quando o parasita passa do corpo de um
hospedeiro para o de outro. Muitos parasitas são hermafroditas ou se reproduzem
assexuadamente, o que também contribui para o sucesso reprodutivo, pois muitas vezes é
difícil o encontro de dois parceiros sexuais. Em geral, as características que não conferem
nenhuma vantagem ao parasita estão atrofiadas. Os órgãos dos sentidos, os sistemas de
locomoção e o aparelho digestório são rudimentares ou estão ausentes (LINHARES e
GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 483).

Quanto à definição de Simbiose, os autores atentam para a utilização passada do termo


como sinônimo de Mutualismo, mas que “hoje esse termo é empregado para indicar qualquer
associação permanente entre organismos de espécies diferentes” (LINHARES e
GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 482). A mesma abordagem é dada a interação
Protocooperação. Primeiramente, é frisada a diferenciação desta interação com o Mutualismo,
na qual nesta a dependência de uma espécie pela outra torna a separação dos indivíduos
impossível. Em seguida, colocam as várias formas que a interação Protocooperação pode ser
chamada por cada autor, sendo “protocooperação, cooperação, ou mutualismo (alguns autores
usam o termo mutualismo em sentido amplo, para qualquer associação em que os dois
organismos sejam beneficiados)” (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 482, grifo
dos autores).
Na interação Comensalismo, depois de feita a sua definição, Linhares e
Gewasdsznajder (2007) colocam as demais classificações feitas por outros autores dentro
desta interação, tais como uma espécie que “usa os restos alimentares da outra; [...] qualquer
tipo de benefício recebido, como o transporte de uma espécie por outra (foresia), o uso de
outra espécie como abrigo (inquilinismo) e o uso de uma espécie como suporte para fixação
de uma planta (epifitismo) ou de um animal (epizoísmo)” (LINHARES e
GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 480).
A mesma consideração é feita para a interação Amensalismo, quando dizem que
“alguns autores consideram amensalismo a produção de antibióticos por certos fungos. Essas
substâncias inibem o crescimento de bactérias, o que tem sido amplamente empregado em
56

Medicina no combate a infecções. Nesse caso, o fenômeno pode ser chamado também de
antibiose” (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 482).
Já a Herbivoria é citada dentro da interação Predatismo, porém são feitas concessões.
Isso porque, apesar de ser definida como uma interação “semelhante ao predatismo, que
ocorre entre um animal herbívoro e as plantas das quais se alimenta” (LINHARES e
GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 482), são apresentadas classificação diferenciadas quanto ao
que ele aproveita da planta como alimento. Uma vez que, “um animal que come uma semente
ou uma planta inteira se comporta como um predador, pois destrói um indivíduo (um embrião,
no caso da semente), e um animal que come apenas parte de uma planta (um animal que pasta
um arbusto, por exemplo) se comporta mais como um parasita” (LINHARES e
GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 482).
A menção feita ao ser humano nas interações ecológicas apresentadas aparece apenas
no exercício das seções “Exame Nacional do Ensino Médio – Enem” (Fig. 24A) e
“Compreendendo o texto” (Fig. 24B) na interação Parasitismo e no controle populacional de
pragas agrícolas.

(A)

(B)

Figura 24 – Exercícios das seções “Exame Nacional do Ensino Médio – Enem” (A) e
“Compreendendo o texto” (B) propostos para a fixação dos conteúdos apresentados no capítulo e dos
conceitos relacionados à interação ecológica (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, (A) p. 487e
(B) p. 484).
57

Não é feita diferenciação entre os tipos de Competição, chamadas pelo autor de


Interespecífica, e de Parasitismo, como parasita e parasitóide. Dentro da interação Parasitismo
é apresentada como exemplo uma relação não tão mencionada, o Esclavagismo. Esta “ocorre
em algumas espécies de formiga, como a formiga-sanguinária. Elas atacam outras espécies de
formigas e capturam suas larvas e pupas, Depois que crescem, as formigas capturadas passam
a trabalhar como operárias, procurando comida para alimentar as formigas-sanguinárias”
(LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 482).
Os exemplos dados pelo autor são, em sua maioria, clássicos. Só é apresentado
exemplo com organismos brasileiros de forma explicita no Parasitismo, exemplificado com a
planta parasita, cipó-chumbo. No entanto, nas relações intra-específicas são apresentadas as
formigas saúvas, conhecidas por prejudicar as lavouras, exemplificando Sociedade, e as
caravelas, presentes no litoral nordeste, exemplificando Colônia. Outros exemplos de
organismos brasileiros aparecem em um exercício nas seções “Aplique seus conhecimento”
(Fig. 22, Exercícios 3 e 4) e “Compreendendo o texto” (Fig. 25)

Figura 25 – Exercício proposto que se utiliza de um exemplo brasileiro na interação Parasitismo


(LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 484).

Apesar de não incentivar a utilização de novas tecnologias aplicadas ao ensino, os


autores lançam mão de um texto complementar na seção “Aplique seus conhecimentos” e
uma atividade em grupo na seção “Sugestão de experimento”, na qual propõe uma atividade
de discussão baseada na construção de terrários. O capítulo fornece um formulário indicando
passo a passo o que fazer com materiais de fácil acesso (Fig. 26A). Em seguida, faz algumas
perguntas sobre o que aconteceu com os terrários em algumas semanas (Fig 26B).
58

(A)

(B)

Figura 26 – Montagem de um experimento (A) proposto para uma atividade de discussão em grupo
(B) (LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007, p. 488).
59

Livro 5: Biologia. Autor: SILVA JUNIOR, Cézar da e SASSON, Sezar. (Fig.27)


Editora: Saraiva. Vol. 3, 7ª edição, 2005.

Figura 27 – Capa do livro Biologia - (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005).

O livro do 3º ano aborda assuntos sobre Genética, Evolução Biológica e Ecologia.


Neste há um capítulo denominado “Interações biológicas na comunidade: relações entre seres
vivos”, que trata de temas de relações populacionais e interações ecológicas.
Os autores começam o capítulo apresentando um texto que demonstra como é
complexa a trama de interações presentes em uma comunidade. E propõe uma discussão entre
alunos sobre o assunto, o que pode aguçar a curiosidade dos mesmos. Nesse mesmo texto,
vários são os conceitos lançados, tais como seleção natural, co-evolução, adaptação às
interações, dificuldade de classificar Herbivoria como Predação ou Parasitismo, flexibilidade
na classificação das interações entre organismo.
Em seguida, os autores diferenciam as interações em harmônicas (positivas) e
desarmônicas (negativas) e em intra-específicas e interespecíficas. Dentre as intra-específicas,
são explicadas e exemplificadas as colônias, sociedades e Competição intra-específicas,
enquanto as interespecíficas são Mutualismo, Comensalismo, Predação, Parasitismo e
Amensalismo (Fig. 28).
60

Figura 28 – Tabela de classificação das relações ecológicas (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p.
379).

Os autores abordam alguns conceitos ao longo do capítulo estudado, como dinâmica


populacional, nichos ecológicos e cadeia trófica. O primeiro aparece na definição de
Competição, quando, depois de separá-la em intra-específica e interespecífica, comentam que
ambas são capazes de regular o tamanho das populações, fazendo parte da resistência
ambiental (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005), também conhecida como capacidade de
suporte máxima do ambiente (ODUM e BARRETT, 2007).
O dado conceito é mencionado, juntamente com outro conceito, quando o autor
introduz a interação Competição Interespecífica. Neste, o autor o faz retomando outro assunto
já estudado no livro: “Você já estudou o princípio de Gause (pág. 312), segundo o qual duas
espécies diferentes que ocupem nichos ecológicos semelhantes competem em todos os níveis.
Trata-se da competição interespecífica, um importante fator regulador do tamanho das
populações” (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 387, grifo nosso). Na Predação, aparece
na descrição de “algumas experiências de Gause com dois protozoários ciliados sobre efeitos
61

da predação” (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 388), na dinâmica presa-predador e no


caso norte-americano do controle da população de predadores e seus efeitos na das presas e na
produtividade primária (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005).
O último conceito abordado só é encontrado em dois exercícios do capítulo, um sobre
o conceito de cadeia trófica em si (Fig. 29A) e o outro sobre a interação presente em uma teia
alimentar (Fig. 29B). Os demais conceitos apresentados no capítulo são reforçados nos
exercícios propostos, divididos em seções tais como: “Questões e propostas para discussão”
(Fig. 30 e 31A e B) e “Teste” (Fig. 31C).

(B)

(A)

Figura 29 – Exercícios propostos para a fixação do conteúdo cadeia trófica: (A) cadeia trófica e (B)
reconhecimento de uma interação em uma teia trófica (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, (A) p. 400
e (B) p. 401).

Figura 30 – Exercício proposto para a fixação do conteúdo dinâmica populacional na seção “Questões
e propostas para discussão” (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 393).
62

(C)

(A)

(B)

Figura 31 – Exercícios propostos para a fixação do conteúdo nicho ecológico nas seções (A) e (B)
“Questões e propostas para discussão” e (C) “Teste” (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, (A) p. 395,
(B) p. 396 e (C) p. 399).

Quanto à definição de Simbiose, os autores afirmam usar uma que “não é a única
correta”, no entanto a “mais cômoda” (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 380). Isso
porque Simbiose, como muitos outros conceitos na Ecologia, não tem um vocabulário
definitivo, talvez por ser uma ciência nova (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005) e dinâmica
(ACIESP, 1997).
A palavra simbiose, por exemplo, classicamente significativa “associação entre dois seres
vivos, em que ambos se beneficiam”. Hoje em dia, no entanto, tendem-se a usar essa palavra
para designar qualquer tipo de associação, mesmo as desarmônicas. Um parasitismo ou um
predatismo poderiam ser classificados como simbiose (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p.
380).
63

O capítulo apresenta caixas de diálogo com notas a esclarecer ou a acrescentar ao


assunto abordado. Neste caso, os autores prosseguem sobre o vocabulário em ecologia,
demonstrando ainda a inconstância das definições nesta ciência (Fig. 32). Pois é nessa caixa
que colocam a diferenciação entre Mutualismo e Cooperação (Protocooperação). No entanto,
como “parece consolidar-se a tendência de usar a palavra mutualismo para ambos os casos”,
os autores assim o fazem (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 380).

Figura 32 – Exemplo de uma caixa de diálogo com nota sobre um assunto importante na página
(SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 380).

Na interação Comensalismo, depois de feita sua definição, Silva Junior e Sasson


(2205) alertam que não há apenas o Comensalismo alimentar:
[...] tradicionalmente, o termo comensalismo foi utilizado para designar relações alimentares
em que uma espécie se beneficiava dos restos alimentares da outra. No entanto, a tendência
atual é estender o conceito para qualquer tipo de relação, alimentar ou não, em que uma das
espécies se beneficia sem prejudicar a outra (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 382).

A dificuldade de classificar a Herbivoria é retomada, após o texto introdutório do


capítulo, em um exercício da seção “Questões e propostas para discussão” (Fig. 33). Já a
menção feita ao ser humano nas interações ecológicas apresentadas aparece em duas
situações, na legenda do exemplo de um parasita: “Lombrigas são parasitas do intestino
humano que podem atingir 35 cm de comprimento” (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p.
390) e como um exemplo de das possíveis relações entre seres vivos e entre esses e o
ambiente de um exercício da seção “Teste” (Fig. 34).
64

Figura 33 – Exercícios propostos para questionar a classificação da Herbivoria na seção “Questões e


propostas para discussão” (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 394).

Figura 34 – Exercício proposto que faz menção ao ser humano nas interações ecológicas (item III) na
seção “Questões e propostas para discussão” (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 394).

Não é feita diferenciação entre os tipos de Parasitismo, como parasita e parasitóide, e a


Competição é apenas mencionada a pelo espaço, ou de interferente, o territorialismo. Os
exemplos são, em sua maioria, clássicos.
Já os com organismos brasileiros só é feita uma menção da existência de espécies
vegetais nas matas brasileiras exercendo Epifitismo: “nas matas brasileiras, muitas plantas,
como as orquídeas, as bromélias e as samambaias, vivem sobre o tronco de árvores mais altas,
obtendo dessa forma maior suprimento de luz. Essa situação também chamada de epifitismo”
(SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 380, grifo dos autores). Enquanto, nas relações intra-
65

específicas são apresentadas as formigas saúvas, conhecidas por prejudicar as lavouras e as


caravelas, presentes no litoral nordeste e pouco estudadas no Brasil, representando as relações
Sociedade e Colônia, respectivamente.
Outros exemplos de organismos brasileiros aparecem em inúmeros exercícios (Fig. 34
e 35A) e, por vezes, é apenas citada uma região brasileira, onde pode ocorrer a dada interação,
como o Pantanal, na interação entre o jacaré e a piranha, e a Amazônia, entre tartarugas,
cobras e sanguessugas (Fig. 35B). Os organismos que aparecem são:
 Formigas saúvas (gênero Atta);
 Plantas parasitas cipó-chumbo e erva-de-passarinho;
 Larvas do mosquito Anófeles transmissor da malária (Fig. 35A) na região Nordeste e
Amazônia;
 Verme Ancylostoma duodenale causador da ancilostomose, muito comum em regiões
com pouco ou nenhum saneamento básico;
 Periquito conhecido como Tuim presente em quase todo o território brasileiro;
 E abelhas mamangavas (gênero Bombus) polinizadoras de muitas plantas,
principalmente do maracujá.

(B)
(A)

Figura 35 – Exemplo de exercício com organismos brasileiros (A) ou apenas citando uma região
brasileira onde pode ocorrer a dada interação (B) (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, (A) p. 402 e (B)
p. 400).
66

Apesar de não incentivar a utilização de novas tecnologias aplicadas ao ensino, os


autores lançam mão de um texto complementar na seção “Leitura” e duas atividades em grupo
no texto introdutório do capítulo e na seção “Desenvolvendo habilidades”. No primeiro, os
autores apresentam um texto, intitulado “O caso dos coelhos australianos: parasitas mais
adaptados”, que aborda as várias tentativas de controlar a população de coelhos, uma praga
introduzida, através da caça e da introdução de parasitas (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005,
p. 391).
As atividades em grupo são propostas de “discussão entre colegas” e posterior
apresentação ao professor (SILVA JUNIOR e SASSON, 2005, p. 392). No texto introdutório,
a base para a discussão são as incertezas e dificuldades de estabelecer uma classificação
dentre a complexa trama de interações presentes em uma comunidade. Enquanto na seção
“Desenvolvendo habilidades”, o capítulo fornece textos e gráficos sobre a distribuição de duas
espécies do gênero Geospiza, quanto ao comprimento do bico quando juntas e separadas em
ilhas de Galápagos e sugere que os alunos criem hipóteses sobre tais diferenças.

Livro 6: Biologia. Autor: PAULINO, Wilson Roberto. (Fig.36)


Editora: Ática. Vol. 3, 1ª edição, 2005.

Figura 36 – Capa do livro Biologia - (PAULINO, 2005).


67

O livro do 3º ano aborda assuntos sobre Genética, Evolução e Ecologia. Neste há um


capítulo denominado “Relações ecológicas”, que aborda temas de interações ecológicas.
O autor começa o capítulo diferenciando as relações intra-específicas, interespecíficas,
harmônicas (ou positivas) e desarmônicas (ou negativas). Colocam que podem ser divididas
em vários tipos, dentre elas as principais são Colônias, Sociedades, Inquilinismo,
Comensalismo, Mutualismo, Antibiose, Predatismo, Parasitismo e Competição (Fig. 37). No
entanto, as definições e os exemplos destas três últimas interações aparecem no capítulo
denominado “As populações naturais”, sendo apenas citadas no de interações ecológicas.

Figura 37 – Tabela de classificação das relações ecológicas (PAULINO, 2005, p. 230).

Nessa listagem de interações é possível verificar que o autor considera Inquilinismo


como relação à parte, e não, parte de outra interação, como Comensalismo. No entanto, ao
definir Comensalismo demonstra a semelhança das relações: “como sucede no inquilinismo, o
comensalismo é uma associação interespecífica harmônica, em que apenas uma espécie é
beneficiada, sem prejuízo para a outra espécie associada” (PAULINO, 2005, p. 226). Estas
são diferenciadas quanto ao benefício de um dos participantes, sendo o Comensalismo uma
relação de alimento e o Inquilinismo de proteção. O exemplo dado deste último foi o
Epifitismo de orquídeas e bromélias e a proteção do peixe-agulha pelo pepino-do-mar.
O autor aborda conceitos da Biologia para uma compreensão integrada das interações
ecológicas, como dinâmica populacional, evolução, hábitat, nichos ecológicos e cadeia
trófica. Todos foram abordados no capítulo anterior sobre relações populacionais,
principalmente, durante a explicação das interações Predatismo, Parasitismo e Competição. O
primeiro aparece no item “Fatores limitantes do crescimento populacional”, entre eles estão os
fatores bióticos, como Predatismo, Parasitismo e Competição e abióticos. Na interação
Predatismo:
[...] embora prejudicial à presa em termos de indivíduo, torna-se benéfico em termos de
espécie. De fato, os predadores evitam que as presas entrem em superpopulação, fato que
68

pode levá-las à morte pela fome, de forma mais significativa do que a própria ação predadora.
Além disso, os predadores exercem uma ação seletiva, já que as presas capturadas são, muitas
vezes, aquelas que apresentam menor capacidade de fuga em virtude de estados de doença,
velhice e outros fatores. Em geral, o elevado número de presas propicia um aumento no
número de predadores, que encontram farto alimento no ambiente. Em conseqüência, num
segundo momento, o número de presas diminui, o que acarreta uma redução na população
predadora. Isso, por sua, vez, permite a posterior recuperação da população de presas, que se
eleva, e assim sucessivamente (PAULINO, 2005, p. 206).

Na interação Parasitismo, o autor usa um exemplo da espécie humana para ilustrar tal
dinâmica: “Para a espécie humana, o predatismo, como fator limitante do crescimento
populacional, tem efeito praticamente nulo. O Parasitismo, porém, constitui um fator limitante
principalmente em regiões onde as condições de vida são precárias” (PAULINO, 2005, p.
208).
O mesmo é feito para a Competição, quando o autor apresenta vários organismos que
venham a competir com o ser humano por alimento, por exemplo, no caso do milho podemos
citar “percevejos-castanho (ataca e suga as raízes); a lagarta-elasmo (constrói galerias no
caule); a lagarta-rosca (secciona o caule); a lagarta-do-cartucho (destrói os grãos); os pulgões
(sugam a seiva das folhas); o gorgulho e a traça-do-milho (atacam os grãos armazenados)”
(PAULINO, 2005, p. 209), assim como roedores (alimentam de grãos armazenados) e fungos
(atacam os grãos armazenados).
Outro conceito é abordado juntamente com o de dinâmica populacional, o de evolução
ou co-evolução. Este aparece quando o autor apresenta a diferenciação entre histórias
evolutivas recentes ou antigas de duas espécies que interagem, a dizer:
De acordo com Eugene P. Odum, nas interações predador x presa “os efeitos de regulação
populacional tendem a ser aumentados quando as populações que interagem tiverem uma
história evolutiva comum, num ecossistema relativamente estável”. De fato, severas reduções
na população de presas, o que pode levar tanto presas como predadores à extinção, são
verificadas normalmente apenas quando a interação é de origem recente ou quando ocorre
uma grande perturbação no ecossistema (PAULINO, 2005, p. 207).

Esse conceito também está presente na lista de adaptações de predadores e presas que
Paulino (2005) apresenta, sendo estas, resultado da interação entre as espécies ao longo do
tempo e pode variar de uma espécie a outra. Alguns exemplos:
 Predadores: “capacidade de deslocamentos rápidos no ambiente, como sucede com
guepardos e aves de rapina; faro aguçado, como em lobos e coiotes [...]” (PAULINO, 2005, p.
207).
 Presas: “capacidade de passar relativamente despercebidas no ambiente, como o
gafanhoto na grama verde ou a lebre branca ártica na neve; capacidade de deslocamento
rápidos no ambiente, como zebras e antílopes [...]” (PAULINO, 2005, p. 207).
69

Outra adaptação à Predação apresentada no capítulo de interações ecológicas é o


mimetismo. Este é apresentado em um texto complementar, no qual o autor o divide em
mimetismo homocrômico (imita a cor do meio onde vive), homotípico (imita a forma de
objetos do ambiente) e batesiano (imita outro organismo venenoso).
Os conceitos de nicho ecológico e hábitat são totalmente definidos, assim como foi o
de dinâmica populacional quando apresentado pela primeira vez. Esses aparecem na interação
Competição:
A exploração de nichos muitos próximos por duas espécies que vivem no mesmo hábitat
pode determinar uma forte competição entre elas. Nessas condições, admite-se que duas
espécies não poderiam explorar com sucesso, durante muito tempo, nichos muito
semelhantes, na mesma área. A forte competição promoveria a mudança de hábitat
(migração) ou de nicho (alteração no hábito alimentar, por exemplo) ou a redução
populacional e até mesmo a extinção da espécie menos adaptada ao ambiente (PAULINO,
2005, p. 207, grifo nosso).

Assim, o autor conclui que se pode “conceituar a competição como uma interação
ecológica em que ocorre sobreposição de nichos ecológicos num mesmo hábitat. Quanto
maior a sobreposição dos nichos considerados, mais acirrado se torna o mecanismo
competitivo” (PAULINO, 2005, p. 213). Todos os conceitos apresentados são reforçados nos
exercícios em seções tais como “Organizando o conhecimento” (Fig. 38A) e “Roteiro para
auto-avaliação” (Fig. 38B e C). Inclusive, o conceito de cadeia trófica que só aparece nos
exercícios (Fig. 38D).
70
(A) (B)

(D)

(C)

Figura 38 – Exercícios das seções “Organizando o conhecimento” (A) e “Roteiro para auto-avaliação”
(B), (C) e (D) propostos para a fixação dos conteúdos apresentados no capítulo e dos conceitos
relacionados à interação ecológica (PAULINO, 2005, (A) p. 213, (B) p. 216 e (C) p. 218, (D) p. 236).

Não há menção à Simbiose neste capítulo, no entanto, o autor faz uma divisão do
Mutualismo em obrigatório e não-obrigatório (Protocooperação), no qual no primeiro há uma
interdependência fisiológica que a separação acarretaria num “sério desequilíbrio metabólico,
que pode até levá-lo a morte” (PAULINO, 2005, p. 227), e no segundo, as vantagens obtidas
pela interação podem ser “dispensadas sem causar desequilíbrio metabólico para os
envolvidos” (PAULINO, 2005, p. 227).
Quanto ao Amensalismo, o autor considera o mesmo que Antibiose, ele define a
interação como uma espécie que “bloqueia ou inibe o desenvolvimento ou a reprodução de
outra espécie, denominada amensal, por intermédio da liberação de substâncias tóxicas”
(PAULINO, 2005, p. 230). Já a Herbivoria não é citada explicitamente no texto, mas aparece
em um exercício (Fig. 38A) e em uma caixa de diálogo que diz:
Na visão de alguns ecologistas, um animal que come uma semente pode ser considerado um
predador, já que está destruindo fisicamente um organismo, no caso do embrião que a
semente abriga. E, ao devorar uma folha, um animal pode ser considerado parasita de planta,
uma vez que estará lesando um órgão do individuo, no caso, a própria folha (PAULINO,
2005, p. 209).
71

A menção feita ao ser humano nas interações ecológicas apresentadas aparece em


várias partes do capítulo de interações ecológicas, quanto no de relações populacionais.
Como, por exemplo, no item “Ação predadora e equilíbrio biológico” da interação
Predatismo, que fala do efeito prejudicial da sobre-caça de predadores sobre as populações de
presas e vegetação natural e agricultura.
No Parasitismo, aparece no exemplo de parasitas que causam doenças como o
protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas e Taenia solium, causador da
teníase; e de parasitas que trazem benefícios, como no “caso de vírus e bactérias que causam
doenças nas pragas da lavoura [...] E, consequentemente, à espécie humana” (PAULINO,
2005, p. 209).
Na Competição, seres humanos e insetos competem por alimento, como grãos e
vegetais cultiváveis. No Comensalismo, o protozoário Entamoeba nutre-se de restos de
alimentos da digestão dos intestinos humanos.
Já no caso do Mutualismo, o homem aparece como causador de poluição,
principalmente as das cidades industrializadas, que impedem a presença de liquens. Assim
também aparece nas interações intra-específicas, ao mencionar em uma caixa de diálogo que,
por causa dos desmatamentos e uso de pesticidas, há uma redução da população dos principais
predadores dos cupins, como tamanduá, lacraias, cobras, lagartos e pássaros diversos. Alguns
cupins também podem ser pragas da agricultura. E, por fim, aparece no exercício da seção
“Roteiro para auto-avaliação” (Fig. 39) referente à interação Parasitismo.

Figura 39 – Exercício da seção “Roteiro para auto-avaliação” com citação do ser humano na
interação Parasitismo (PAULINO, 2005, p. 236).

Não é feita a diferenciação entre os tipos de Competição, chamadas pelo autor de


Interespecífica, e de Parasitismo, como parasita e parasitóide. Os exemplos dados pelo autor
72

são, em sua maioria, clássicos. É apresentado exemplo com organismos brasileiros de forma
explicita no Parasitismo, exemplificado com o protozoário Trypanosoma cruzi, causador da
doença de Chagas; e no Amensalismo é relatado o caso de uma maré vermelha:
No Brasil, o primeiro caso documentado data de 1944, na cidade de Recife: foi chamado de
“febre de Tamandaré”. O caso mais conhecido, porém, ocorreu em março de 1978 na costa
sul do Brasil, quando se constatou a morte de toneladas de peixes, moluscos, crustáceos e
aves marinhas. Embora o diagnóstico do fenômeno tenha sido tardio, ainda foi possível contar
cerca de 60 mil dinoflagelados por litro de água colhida do mar. As toxinas liberadas pelas
algas têm efeito neurotóxico, podendo levar à morte animais diversos, como peixes,
crustáceos e moluscos (PAULINO, 2005, p. 230).

No entanto, nas relações intra-específicas são apresentadas as formigas saúvas,


conhecidas por prejudicar as lavouras, e as caravelas, presentes no litoral nordeste,
exemplificando Sociedade e Colônia, respectivamente. Outro exemplo de organismo
brasileiro aparece em um texto complementar na seção “Biologia em todos os tempos –
Aprendendo e investigando aplicações, contextos e interdisciplinaridade”, que apresenta um
texto, intitulado “Parceria entre formigas e árvores”, que aborda a interação Protocooperação
entres essas espécies amazônicas, na qual a formiga faz seu ninho nas partes ocas de caules e
galhos onde ficam “protegidas contra ataques de animais para as quais servem de alimento.
Por sua vez, as formigas fornecem proteção ás árvores, atacando e repelindo muitos animais
herbívoros, desde outros insetos até vertebrados” (PAULINO, 2005, p. 237).
Apesar de não incentivar a utilização de novas tecnologias aplicadas ao ensino, os
autores lançam mão de textos complementares ao longo do capítulo de interações ecológicas
como os intitulados: “Competição nos campos de cultura” e “Mimetismo, discrição a toda
prova!”, e na seção “Biologia em todos os tempos – Aprendendo e investigando aplicações,
contextos e interdisciplinaridade”, na qual propõe atividades em grupo para trabalhar as idéias
propostas nos texto.
73

5. DISCUSSÃO

O tema interações ecológicas foi abordado por todos os autores como previsto pelas
orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM+) de
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, que apresenta como um dos seis temas
estruturadores das principais áreas de interesse da Biologia, as interações entre seres vivos
(BRASIL, 2005). E como tal, os capítulos dedicados ao tema levaram isso em consideração
ao abordarem tanto as relações dentro de populações (intra-específicas) quanto entre
populações (interespecíficas). Neste momento é que apareceram as divergências, pois
segundo a revisão conceitual realizada, inúmeras são as formas de se classificar as interações,
principalmente, as interespecíficas (Tabela 2), foco deste estudo.
Por exemplo, Amensalismo que foi citada em 66,67% dos livros didáticos (Tabela 3),
também aparece em 75% dos livros consultados para a revisão (Tabela 2). Já Protocooperação
apareceu em todos os livros didáticos, porém de formas diferentes, ora como tal, ora como
Mutualismo facultativo (Tabela 3), enquanto nos livros consultados para a revisão só apareceu
nos livros do autor Eugene Odum – Odum (1988) e Odum e Barrett (2007) –, que o separou
do Mutualismo (Tabela 2). De acordo com a bibliografia consultada pelos autores dos livros
didáticos, o autor mais utilizado como base para esse assunto é o Odum (1988), juntamente
com Bewer (1994) e Ricklefs (2003). O que condiz com a classificação dada ao Mutualismo.
Porém, a interação designada como Neutralismo que é citada por estes autores, não apareceu
em nenhum livro didático (Tabela 3). Não é citada também a provável utilização de outros
para complementar o assunto.
A abrangência na forma de classificar as interações ecológicas pelos livros de
referência pode ter permitido a apresentação de outras interações pelos livros didáticos, como
Inquilinismo, Herbivoria, Antibiose e Sinfilia. O que pode gerar confusões quando os mesmos
fazem associações com as demais interações, como no caso do Inquilinismo, que ora é
apresentado como semelhante ao Comensalismo, ora considerado parte do Amensalismo
(LINHARES e GEWASDSZNAJDER, 2007 e PAULINO, 2005) ora parte da Competição
(LAURENCE, 2005). O contrário pôde ser visto para Herbivoria, a sua natureza dúbia (ora
Predação, ora Parasitismo) foi apresentada com clareza pela maioria dos livros didáticos. No
caso da Simbiose, os autores assumiram existir uma imprecisão quando a definição, porém
74

além de demonstrarem tal dificuldade, todos determinam uma que melhor lhe convêm e
assumem para o seu livro, como diz Silva Junior e Sasson (2005) ao utilizar a expressão “mais
cômoda” (p. 380).
O mesmo resultado foi observado por Rocha e colaboradores (2007) ao analisar o
conteúdo de evolução e diversidade biológica em 20 livros didáticos de Ensino Médio,
incluindo os seis utilizados no presente trabalho. Os autores detectaram que equívocos
difundidos no meio da biologia evolutiva no ensino superior, como o mal uso de termos
científicos, de definições e de concepções básicas relacionadas, também foram encontrados
nos livros didáticos. Esse mesmo grupo de pesquisadores foi responsável pela seleção dos
livros didáticos que compuseram o Guia de Biologia do Programa Nacional do Livro para o
Ensino Médio (PNLEM/2009).
No PCNEM+ (2005), é proposto que no tema interações ecológicas seja desenvolvida
a concepção de que os seres vivos estabelecem relações, do funcionamento do planeta e da
idéia de que as modificações ocorridas em determinados componentes do sistema interferem
em muitos outros. Desta forma, tendo a percepção de que as interações podem ser alteradas e
desorganizadas definitivamente ou por um longo tempo, até que se equilibrem novamente.
Além disso, deve ser desenvolvida a instrumentalização para participação em debates
relativos às questões ambientais.
No entanto, neste trabalho, o ser humano esteve sempre relacionado com a interação
Parasitismo e, em menos vezes, com Competição. O que pode dar uma idéia de que não só os
seres humanos são separados da natureza, como ela nos faz mal. O único autor que se
destacou dos demais neste caso foi Paulino (2005), pois demonstrou a integração do homem
na maioria das interações: Predação, Parasitismo, Comensalismo, Mutualismo, Competição e
Amensalismo.
Os exemplos citados pelos autores eram, em sua maioria, clássicos. Ou seja, exemplos
já amplamente difundidos nos livros texto do assunto. O que por um lado ajuda a simplificar,
pois são todos exemplos claros, por outro lado, dificulta a fixação do conteúdo. Isso porque,
muitas vezes são exemplos europeus ou norte-americanos, não sendo próximos da realidade
do leitor brasileiro.
A maioria dos autores apresentou, pelo menos, um exemplo com espécies ou regiões
brasileiras nos exercícios oferecidos pelo capítulo, com exceção de Amabis e Martho (2005).
Por conseguinte, a ciência, apresentada nos trabalhos científicos realizados no País, encontra-
se pouco utilizada como instrumento para interpretar a realidade. Portanto, apesar do Guia de
75

Biologia do PNLEM/2009 (BRASIL, 2008) afirmar que, de forma geral, todos os livros
apresentaram contextualização dos conhecimentos científicos, o tema em questão foi
abordado de modo descontextualizado da realidade do leitor. Em contraponto, todos
contextualizaram e integraram o tema com outros conceitos da Biologia, como dinâmica
populacional, nicho ecológico, cadeia trófica e evolução.
Do mesmo modo, Vaniel e Bemvenuti (2006), com livros de Ensino Fundamental,
demonstraram que a maioria não faz relação da teoria com a prática, nem mesmo mostram a
importância dos conteúdos com o cotidiano. No entanto, 70% dos livros abordaram o
conteúdo no contexto nacional, dando maior amplitude de idéias e conhecimento das regiões
do País. Para Sandrin e colaboradores (2005), a maioria dos livros caracterizou-se pela falta
de contextualização, assim como Casagrande (2006). Além disso, também encontraram mais
problemas nos livros de Ensino Fundamental do que nos do Ensino Médio (Sandrin et al.,
2005).
Além do conteúdo, todo livro didático tem o compromisso de ajudar a desenvolver
competências e habilidades, no caso na área de Ciência Natureza, Matemática e suas
Tecnologias, que envolvem Biologia, Química, Física e Matemática. Estas disciplinas devem
compreender as ciências como construções humanas, relacionando o desenvolvimento
científico com a transformação da sociedade; entender e aplicar métodos e procedimentos
próprios das Ciências Naturais; entender a relação entre o desenvolvimento das ciências e o
tecnológico, e associar as diferentes tecnologias aos problemas que se propuseram e propõem
solucionar; entender o impacto das tecnologias na sua vida pessoal, nos processos de
produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social; entre outras (BRASIL,
2000).
Neste intuito, alguns autores foram capazes de, através de seus exemplos e exercícios,
contribuírem para a construção das seguintes habilidades e competências:
 Identificar variáveis relevantes e selecionar os procedimentos necessários para
produção, análise e interpretação de resultados de processos ou experimentos científicos e
tecnológicos (BRASIL, 2000), como no caso do Linhares e Gewasdsznajder (2007) ao sugerir
em um exercício o passo a passo de um experimento de terrário;
 Apropriar-se dos conhecimentos da área e entender o funcionamento do mundo
natural, planejar, executar e avaliar ações de intervenção na realidade natural (BRASIL,
2000), como no caso do Lopes e Rosso (2006), ao apresentar um texto complementar sobre o
76

desequilíbrio ecológico causado por DDT em animais próximos do homem, como


pernilongos, baratas, lagartos e gatos;
 Relacionar a estabilidade dos ecossistemas com a complexidade das interações
estabelecidas entre os organismos das populações na natureza (BRASIL, 2005), como
novamente no caso do DDT e seu resultado na teia trófica que compunha o pernilongo
(LOPES e ROSSO, 2006);
 Compreender o caráter aleatório e não-determinístico dos fenômenos naturais e sociais
(BRASIL, 2000), como no caso do Paulino (2005) quando descreve uma maré vermelha
ocorrida no Brasil em 1944, na cidade de Recife, conhecida como “febre de Tamandaré”;
 Identificar, analisar e aplicar conhecimentos sobre valores de variáveis, representados
em gráficos, diagramas ou expressões algébricas (BRASIL, 2000 e 2005), como todos os
autores ao demonstrarem ou em exemplos, ou em exercícios tais ferramentas;
 Reconhecer que os seres vivos em um ecossistema mantêm entre si múltiplas relações
de convivência indiferente ou de ajuda mútua com alguns e de conflito com outros, a ponto de
prejudicá-los ou de se prejudicar (BRASIL, 2005), como novamente no caso do DDT e seu
resultado na teia trófica que compunha o pernilongo, que vinha a ser o transmissor da malária
(LOPES e ROSSO, 2006);
 Realizar previsão de tendências, extrapolações e interpolações, e interpretações e os
relacionado a contextos sócio-econômicos, científicos ou cotidianos (BRASIL, 2000). E
avaliar o significado das interações estabelecidas entre os indivíduos para o conjunto das
espécies envolvidas e para o funcionamento do sistema (BRASIL, 2005). Essas duas
habilidades podem ser vistas na abordagem da dinâmica populacional na população de pragas,
presas e predadores, na qual alguns relacionaram com fatores sociais, o exemplo dado pela
proibição da caça dos veados e o incentivo da de seus predadores no Planalto de Kaibab
(EUA) (AMABIS e MARTHO, 2005).

O processo de construção destas e demais habilidades e competências deve ser


realizado durante um processo ensino-aprendizagem bilateral, dinâmico e coletivo. De tal
modo, que a parceria entre o professor e o alunado e destes entre si é necessária. Por tanto,
diversas são as estratégias que propiciam a instalação de uma relação dialógica em sala de
aula e a obtenção de informação (BRASIL, 2005). Como, por exemplo, a presença da
tecnologia e o uso de recursos de comunicação, como vídeos e infográficos; as técnicas de
trabalho em equipe; o uso de sistemas de indicadores sociais e as tecnologias de planejamento
77

e gestão (BRASIL, 2000). Apesar disso tudo, nenhum dos livros incentivou a utilização de
novas tecnologias aplicadas ao ensino.
No entanto, todos os autores utilizaram textos complementares e atividades em grupo,
práticas ou debate. Neste caso, com exceção de Amabis e Martho (2005). Essas atividades
complementares permitem que os alunos desenvolvam competências de julgar e elaborar
ações de intervenção, construir argumentações consistentes para se posicionar relativamente
às questões ambientais, formular diagnósticos e propor soluções para os problemas
apresentados com base nos conhecimentos científicos (BRASIL, 2005).
78

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando as análises realizadas é possível verificar que as interações ecológicas


são abordadas em todos os livros didáticos do Ensino Médio estudados de forma um pouco
confusa, refletindo a mesma confusão na classificação do tema nos diferentes livros de
referência. Apesar disso, seguem a maioria das orientações do PCN e do PCNEM+, o que
permite ampliar o entendimento do alunado sobre o mundo vivo (BRASIL, 2005). Embora,
dificultem a compreensão da singularidade da vida humana em relação aos demais seres
vivos. Sobretudo, pela sua incomparável capacidade de intervenção no meio. Além disso, os
autores sempre apresentaram os seres humanos como a parte prejudicada na interação
Parasitismo e Competição.
Vale ressaltar que o conteúdo de interações ecológicas da forma como foi apresentado
nos livros pesquisados favorece o desenvolvimento de modos de pensar e agir dos alunos, por
meio das atividades de grupo, prática e debates. Estas permitem ao alunado se situar no
mundo e dele participar de modo consciente e consequente (BRASIL, 2005).
Sugerem-se aos autores que os livros didáticos apresentem o conteúdo de interações
ecológicas de forma mais aprofundada, dinâmica e interligada com outros conceitos das
Ciências Biológicas. Do mesmo modo, dando mais destaque aos exemplos brasileiros, as
consequencias de intervenções humanas e a integração do ser humano em todas as interações
abordadas, demonstrando como esse pode prejudicar e beneficiar, assim como ser prejudicado
e beneficiado.
Ressaltam-se, também, a importância das atividades em grupo, práticas ou debates,
que mesmo sendo utilizadas em todos os livros, devem ser voltadas para a realidade do leitor
em questão. Como a utilização de publicações desde científicas à artigos de jornais, revistas e
sites, além de programas televisionados do cotidiano do aluno, assim aproximando-o ainda
mais do conteúdo no seu dia-a-dia. Desta forma, estimulando a interdisciplinaridade com o
conteúdo. Outra sugestão seria a inclusão na legenda da referência geográfica dos organismos
exemplificados, contribuindo para um maior conhecimento da distribuição e caracterização
dos ecossistemas no seu contorno.
Além disso, este trabalho foi capaz de detectar a necessidade de uma unificação da
classificação das interações ecológicas, para que não suscite em confusões por parte de
pesquisadores, nem por parte de leigos.
79

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480 p.
86

ANEXOS
87

Anexo A - Roteiro de análise documental

Coleção: sim ( ) não ()


Nome da Editora:
Nome do Livro:

1. O livro aborda o tema interação ecológica? ( ) Sim ( ) Não

2. O livro apresenta um capítulo dedicado ao assunto? ( ) Sim ( ) Não

3. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo ( ) Comensalismo ( ) Competição


( ) Neutralismo ( ) Mutualismo ( ) Parasitismo ( ) Predação
( ) Protocooperação ( ) Outros
Obs.:

4. O capítulo apresenta outros conceitos da Biologia para uma compreensão integrada do


assunto? ( ) Sim ( ) Não
4.1. Quais? ( ) Genética ( ) Cadeia Trófica ( ) Seleção Natural ( ) Evolução
( ) Sucessão Ecológica ( ) Homeostase do Ecossistema ( ) Diversidade ( ) Outros
Obs.:

5. O capítulo aborda adaptações das populações às interações? ( ) Sim ( ) Não


5.1. Quais? ( ) Mimetismo ( ) Defesas Mecânicas ( ) Defesas Químicas
( ) Defesas Comportamentais ( ) Coloração advertida ou apostemática ( ) Outras

6. A interação Mutualismo é diferenciada de Simbiose? ( ) Sim ( ) Não

7. A interação Protocooperação é mencionada? ( ) Sim ( ) Não


7.1 Como? ( ) Mutualismo facultativo ( ) Outra interação ( ) Outra forma

8. São mencionadas as doenças associadas ao parasitismo? ( ) Sim ( ) Não


8.1. Em quais organismos? ( ) Homem ( ) Outros organismos

9. O capítulo demonstra a integração do ser humano com as interações ecológicas?


( ) Sim ( ) Não
9.1. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo ( ) Comensalismo
( ) Competição ( ) Neutralismo ( ) Mutualismo ( ) Parasitismo ( ) Predação
( ) Protocooperação ( ) Outros

10. É feita a diferenciação entre parasita e parasitóide? ( ) Sim ( ) Não

11. O capítulo diferencia os tipos de competição existentes? ( ) Sim ( ) Não


11.1 Quais? ( ) Competição exploradora ( ) Competição interferente ( ) Outras

12. A interação Herbivoria é mencionada? ( ) Sim ( ) Não


12.1 Como? ( ) Predação ( ) Parasitismo ( ) Outra interação ( ) Outra forma
88

13. Os exemplos apresentados são relacionados a contextos da realidade brasileira? (O uso de


organismos típicos da fauna e flora brasileiras). ( ) Sim ( ) Não

14. Há, no capítulo ilustrações para exemplificar as interações? ( ) Sim ( ) Não


14.1. Quais? ( ) Gráficos ( ) Tabelas ( ) Esquemas ( ) Figuras
14.2. Estes são explicados no texto? ( ) Sim ( ) Não

15. O capítulo apresenta textos complementares, científicos, reportagens jornalísticas, entre


outros? ( ) Sim ( ) Não

16 O capítulo apresenta novas tecnologias aplicadas ao ensino, como recursos computacionais


e internet? ( ) Sim ( ) Não

17 O capítulo incentiva atividades práticas e complementares em grupo, como experimentos e


observações? ( ) Sim ( ) Não
89

Anexo B - Roteiro de análise documental


LAURENCE J.
Coleção: sim ( ) não (X)
Nome da Editora: Editora Nova Geração
Nome do Livro: Biologia

1. O livro aborda o tema interação ecológica? (X) Sim ( ) Não

2. O livro apresenta um capítulo dedicado ao assunto? (X) Sim ( ) Não

3. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo (X) Comensalismo (X) Competição


( ) Neutralismo (X) Mutualismo (X) Parasitismo (X) Predação
(X) Protocooperação (X) Outros
Obs.: Canibalismo, Competição intra-específica, Sociedade, Colônia, Inquilinismo, Antibiose,
Sinfilia.

4. O capítulo apresenta outros conceitos da Biologia para uma compreensão integrada do


assunto? (X) Sim ( ) Não
4.1. Quais? ( ) Genética ( ) Cadeia Trófica ( ) Seleção Natural ( ) Evolução
( ) Sucessão Ecológica ( ) Homeostase do Ecossistema ( ) Diversidade (X) Outros
Obs.: Dinâmica populacional, Nicho ecológico e Evolução.

5. O capítulo aborda adaptações das populações às interações? ( ) Sim (X) Não


5.1. Quais? ( ) Mimetismo ( ) Defesas Mecânicas ( ) Defesas Químicas
( ) Defesas Comportamentais ( ) Coloração advertida ou apostemática ( ) Outras

6. A interação Mutualismo é diferenciada de Simbiose? (X) Sim ( ) Não

7. A interação Protocooperação é mencionada? (X) Sim ( ) Não


7.1 Como? ( ) Mutualismo facultativo (X) Outra interação ( ) Outra forma

8. São mencionadas as doenças associadas ao parasitismo? (X) Sim ( ) Não


8.1. Em quais organismos? (X) Homem (X) Outros organismos

9. O capítulo demonstra a integração do ser humano com as interações ecológicas?


(X) Sim ( ) Não
9.1. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo ( ) Comensalismo
( ) Competição ( ) Neutralismo ( ) Mutualismo (X) Parasitismo ( ) Predação
( ) Protocooperação ( ) Outros

10. É feita a diferenciação entre parasita e parasitóide? ( ) Sim (X) Não

11. O capítulo diferencia os tipos de competição existentes? ( ) Sim (X) Não


11.1 Quais? ( ) Competição exploradora ( ) Competição interferente ( ) Outras
12. A interação Herbivoria é mencionada? ( ) Sim (X) Não
12.1 Como? ( ) Predação ( ) Parasitismo ( ) Outra interação ( ) Outra forma
90

13. Os exemplos apresentados são relacionados a contextos da realidade brasileira? (O uso de


organismos típicos da fauna e flora brasileiras). ( ) Sim (X) Não

14. Há, no capítulo ilustrações para exemplificar as interações? (X) Sim ( ) Não
14.1. Quais? ( ) Gráficos ( ) Tabelas (X) Esquemas (X) Figuras
14.2. Estes são explicados no texto? (X) Sim ( ) Não

15. O capítulo apresenta textos complementares, científicos, reportagens jornalísticas, entre


outros? (X) Sim ( ) Não

16 O capítulo apresenta novas tecnologias aplicadas ao ensino, como recursos computacionais


e internet? ( ) Sim (X) Não

17 O capítulo incentiva atividades práticas e complementares em grupo, como experimentos e


observações? (X) Sim ( ) Não
91

Anexo C - Roteiro de análise documental


AMABIS, JM e MARTHO, GR.
Coleção: sim (X) não ( )
Nome da Editora: Editora Moderna
Nome do Livro: Biologia

1. O livro aborda o tema interação ecológica? (X) Sim ( ) Não

2. O livro apresenta um capítulo dedicado ao assunto? (X) Sim ( ) Não

3. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo (X) Comensalismo (X) Competição


( ) Neutralismo (X) Mutualismo (X) Parasitismo (X) Predação
(X) Protocooperação (X) Outros
Obs.: Competição intra-específica, Sociedade, Colônia, Herbivoria, Inquilinismo.

4. O capítulo apresenta outros conceitos da Biologia para uma compreensão integrada do


assunto? (X) Sim ( ) Não
4.1. Quais? ( ) Genética (X) Cadeia Trófica ( ) Seleção Natural (X) Evolução
( ) Sucessão Ecológica ( ) Homeostase do Ecossistema ( ) Diversidade (X) Outros
Obs.: Dinâmica populacional e Nicho ecológico.

5. O capítulo aborda adaptações das populações às interações? ( ) Sim (X) Não


5.1. Quais? ( ) Mimetismo ( ) Defesas Mecânicas ( ) Defesas Químicas
( ) Defesas Comportamentais ( ) Coloração advertida ou apostemática ( ) Outras

6. A interação Mutualismo é diferenciada de Simbiose? (X) Sim ( ) Não

7. A interação Protocooperação é mencionada? (X) Sim ( ) Não


7.1 Como? ( ) Mutualismo facultativo (X) Outra interação ( ) Outra forma

8. São mencionadas as doenças associadas ao parasitismo? ( ) Sim (X) Não


8.1. Em quais organismos? ( ) Homem ( ) Outros organismos

9. O capítulo demonstra a integração do ser humano com as interações ecológicas?


( ) Sim (X) Não
9.1. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo ( ) Comensalismo
( ) Competição ( ) Neutralismo ( ) Mutualismo (X) Parasitismo ( ) Predação
( ) Protocooperação ( ) Outros

10. É feita a diferenciação entre parasita e parasitóide? ( ) Sim (X) Não

11. O capítulo diferencia os tipos de competição existentes? ( ) Sim (X) Não


11.1 Quais? ( ) Competição exploradora ( ) Competição interferente ( ) Outras

12. A interação Herbivoria é mencionada? (X) Sim ( ) Não


12.1 Como? ( ) Predação ( ) Parasitismo (X) Outra interação ( ) Outra forma
92

13. Os exemplos apresentados são relacionados a contextos da realidade brasileira? (O uso de


organismos típicos da fauna e flora brasileiras). ( ) Sim (X) Não

14. Há, no capítulo ilustrações para exemplificar as interações? (X) Sim ( ) Não
14.1. Quais? (X) Gráficos (X) Tabelas (X) Esquemas (X) Figuras
14.2. Estes são explicados no texto? (X) Sim ( ) Não

15. O capítulo apresenta textos complementares, científicos, reportagens jornalísticas, entre


outros? (X) Sim ( ) Não

16 O capítulo apresenta novas tecnologias aplicadas ao ensino, como recursos computacionais


e internet? ( ) Sim (X) Não

17 O capítulo incentiva atividades práticas e complementares em grupo, como experimentos e


observações? ( ) Sim (X) Não
93

Anexo D - Roteiro de análise documental


LOPES, S e ROSSO, S.
Coleção: sim ( ) não (X)
Nome da Editora: Editora Saraiva
Nome do Livro: Biologia

1. O livro aborda o tema interação ecológica? (X) Sim ( ) Não

2. O livro apresenta um capítulo dedicado ao assunto? (X) Sim ( ) Não

3. Quais são as interações abordadas? (X) Amensalismo (X) Comensalismo (X)


Competição
( ) Neutralismo (X) Mutualismo (X) Parasitismo (X) Predação
(X) Protocooperação (X) Outros
Obs.: Canibalismo, Competição intra-específica, Sociedade, Colônia, Inquilinismo.

4. O capítulo apresenta outros conceitos da Biologia para uma compreensão integrada do


assunto? (X) Sim ( ) Não
4.1. Quais? ( ) Genética (X) Cadeia Trófica ( ) Seleção Natural ( ) Evolução
( ) Sucessão Ecológica ( ) Homeostase do Ecossistema ( ) Diversidade (X) Outros
Obs.: O capítulo é dividido em Ecologia de populações e interação entre seres vivos. Na
primeira parte, há Dinâmica populacional e Nicho ecológico.

5. O capítulo aborda adaptações das populações às interações? ( ) Sim (X) Não


5.1. Quais? ( ) Mimetismo ( ) Defesas Mecânicas ( ) Defesas Químicas
( ) Defesas Comportamentais ( ) Coloração advertida ou apostemática ( ) Outras

6. A interação Mutualismo é diferenciada de Simbiose? (X) Sim ( ) Não

7. A interação Protocooperação é mencionada? (X) Sim ( ) Não


7.1 Como? ( ) Mutualismo facultativo (X) Outra interação ( ) Outra forma

8. São mencionadas as doenças associadas ao parasitismo? (X) Sim ( ) Não


8.1. Em quais organismos? (X) Homem ( ) Outros organismos

9. O capítulo demonstra a integração do ser humano com as interações ecológicas?


(X) Sim ( ) Não
9.1. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo ( ) Comensalismo
(X) Competição ( ) Neutralismo ( ) Mutualismo (X) Parasitismo ( ) Predação
( ) Protocooperação (X) Outros
Obs.: Competição intra-específica.

10. É feita a diferenciação entre parasita e parasitóide? ( ) Sim (X) Não

11. O capítulo diferencia os tipos de competição existentes? ( ) Sim (X) Não


11.1 Quais? ( ) Competição exploradora ( ) Competição interferente ( ) Outras

12. A interação Herbivoria é mencionada? (X) Sim ( ) Não


94

12.1 Como? (X) Predação ( ) Parasitismo ( ) Outra interação ( ) Outra forma

13. Os exemplos apresentados são relacionados a contextos da realidade brasileira? (O uso de


organismos típicos da fauna e flora brasileiras). ( ) Sim (X) Não

14. Há, no capítulo ilustrações para exemplificar as interações? (X) Sim ( ) Não
14.1. Quais? ( ) Gráficos ( ) Tabelas (X) Esquemas (X) Figuras
14.2. Estes são explicados no texto? (X) Sim ( ) Não

15. O capítulo apresenta textos complementares, científicos, reportagens jornalísticas, entre


outros? (X) Sim ( ) Não

16 O capítulo apresenta novas tecnologias aplicadas ao ensino, como recursos computacionais


e internet? ( ) Sim (X) Não

17 O capítulo incentiva atividades práticas e complementares em grupo, como experimentos e


observações? (X) Sim ( ) Não
95

Anexo E - Roteiro de análise documental


LINHARES, S e GEWASDSZNAJDER, F.
Coleção: sim ( ) não (X)
Nome da Editora: Editora Ática
Nome do Livro: Biologia

1. O livro aborda o tema interação ecológica? (X) Sim ( ) Não

2. O livro apresenta um capítulo dedicado ao assunto? (X) Sim ( ) Não

3. Quais são as interações abordadas? (X) Amensalismo (X) Comensalismo (X)


Competição
( ) Neutralismo (X) Mutualismo (X) Parasitismo (X) Predação
(X) Protocooperação (X) Outros
Obs.: Canibalismo, Competição intra-específica, Sociedade, Colônia.

4. O capítulo apresenta outros conceitos da Biologia para uma compreensão integrada do


assunto? (X) Sim ( ) Não
4.1. Quais? ( ) Genética ( ) Cadeia Trófica (X) Seleção Natural ( ) Evolução
( ) Sucessão Ecológica ( ) Homeostase do Ecossistema ( ) Diversidade (X) Outros
Obs.: Dinâmica populacional e Nicho ecológico.

5. O capítulo aborda adaptações das populações às interações? (X) Sim ( ) Não


5.1. Quais? (X) Mimetismo ( ) Defesas Mecânicas ( ) Defesas Químicas
( ) Defesas Comportamentais (X) Coloração advertida ou apostemática (X) Outras
Obs.: Estruturas morfológicas dos parasitas para se adaptar ao hospedeiro.

6. A interação Mutualismo é diferenciada de Simbiose? (X) Sim ( ) Não

7. A interação Protocooperação é mencionada? (X) Sim ( ) Não


7.1 Como? ( ) Mutualismo facultativo (X) Outra interação ( ) Outra forma

8. São mencionadas as doenças associadas ao parasitismo? ( ) Sim (X) Não


8.1. Em quais organismos? ( ) Homem ( ) Outros organismos

9. O capítulo demonstra a integração do ser humano com as interações ecológicas?


(X) Sim ( ) Não
9.1. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo ( ) Comensalismo
( ) Competição ( ) Neutralismo ( ) Mutualismo (X) Parasitismo ( ) Predação
( ) Protocooperação ( ) Outros

10. É feita a diferenciação entre parasita e parasitóide? ( ) Sim (X) Não

11. O capítulo diferencia os tipos de competição existentes? ( ) Sim (X) Não


11.1 Quais? ( ) Competição exploradora ( ) Competição interferente ( ) Outras

12. A interação Herbivoria é mencionada? (X) Sim ( ) Não


12.1 Como? (X) Predação (X) Parasitismo ( ) Outra interação ( ) Outra forma
96

13. Os exemplos apresentados são relacionados a contextos da realidade brasileira? (O uso de


organismos típicos da fauna e flora brasileiras). (X) Sim ( ) Não

14. Há, no capítulo ilustrações para exemplificar as interações? (X) Sim ( ) Não
14.1. Quais? (X) Gráficos (X) Tabelas (X) Esquemas (X) Figuras
14.2. Estes são explicados no texto? (X) Sim ( ) Não

15. O capítulo apresenta textos complementares, científicos, reportagens jornalísticas, entre


outros? (X) Sim ( ) Não

16 O capítulo apresenta novas tecnologias aplicadas ao ensino, como recursos computacionais


e internet? ( ) Sim (X) Não

17 O capítulo incentiva atividades práticas e complementares em grupo, como experimentos e


observações? (X) Sim ( ) Não
97

Anexo F - Roteiro de análise documental


SILVA JUNIOR, C e SASSON, S.
Coleção: sim (X) não ( )
Nome da Editora: Editora Saraiva
Nome do Livro: Biologia

1. O livro aborda o tema interação ecológica? (X) Sim ( ) Não

2. O livro apresenta um capítulo dedicado ao assunto? (X) Sim ( ) Não

3. Quais são as interações abordadas? (X) Amensalismo (X) Comensalismo (X)


Competição
( ) Neutralismo (X) Mutualismo (X) Parasitismo (X) Predação
( ) Protocooperação (X) Outros
Obs.: Competição intra-específica, Sociedade, Colônia.

4. O capítulo apresenta outros conceitos da Biologia para uma compreensão integrada do


assunto? (X) Sim ( ) Não
4.1. Quais? ( ) Genética (X) Cadeia Trófica ( ) Seleção Natural ( ) Evolução
( ) Sucessão Ecológica ( ) Homeostase do Ecossistema ( ) Diversidade (X) Outros
Obs.: Dinâmica populacional e Nicho ecológico.

5. O capítulo aborda adaptações das populações às interações? ( ) Sim (X) Não


5.1. Quais? ( ) Mimetismo ( ) Defesas Mecânicas ( ) Defesas Químicas
( ) Defesas Comportamentais ( ) Coloração advertida ou apostemática ( ) Outras

6. A interação Mutualismo é diferenciada de Simbiose? (X) Sim ( ) Não

7. A interação Protocooperação é mencionada? (X) Sim ( ) Não


7.1 Como? ( ) Mutualismo facultativo (X) Outra interação ( ) Outra forma

8. São mencionadas as doenças associadas ao parasitismo? ( ) Sim (X) Não


8.1. Em quais organismos? ( ) Homem ( ) Outros organismos

9. O capítulo demonstra a integração do ser humano com as interações ecológicas?


(X) Sim ( ) Não
9.1. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo ( ) Comensalismo
( ) Competição ( ) Neutralismo ( ) Mutualismo (X) Parasitismo ( ) Predação
( ) Protocooperação ( ) Outros

10. É feita a diferenciação entre parasita e parasitóide? ( ) Sim (X) Não

11. O capítulo diferencia os tipos de competição existentes? ( ) Sim (X) Não


11.1 Quais? ( ) Competição exploradora ( ) Competição interferente ( ) Outras
12. A interação Herbivoria é mencionada? (X) Sim ( ) Não
12.1 Como? (X) Predação (X) Parasitismo ( ) Outra interação ( ) Outra forma
98

13. Os exemplos apresentados são relacionados a contextos da realidade brasileira? (O uso de


organismos típicos da fauna e flora brasileiras). (X) Sim ( ) Não

14. Há, no capítulo ilustrações para exemplificar as interações? (X) Sim ( ) Não
14.1. Quais? (X) Gráficos (X) Tabelas (X) Esquemas (X) Figuras
14.2. Estes são explicados no texto? (X) Sim ( ) Não

15. O capítulo apresenta textos complementares, científicos, reportagens jornalísticas, entre


outros? (X) Sim ( ) Não

16 O capítulo apresenta novas tecnologias aplicadas ao ensino, como recursos computacionais


e internet? ( ) Sim (X) Não

17 O capítulo incentiva atividades práticas e complementares em grupo, como experimentos e


observações? (X) Sim ( ) Não
99

Anexo G - Roteiro de análise documental


PAULINO, WR.
Coleção: sim (X) não ( )
Nome da Editora: Editora Ática
Nome do Livro: Biologia

1. O livro aborda o tema interação ecológica? (X) Sim ( ) Não

2. O livro apresenta um capítulo dedicado ao assunto? (X) Sim ( ) Não

3. Quais são as interações abordadas? (X) Amensalismo (X) Comensalismo (X)


Competição
( ) Neutralismo (X) Mutualismo (X) Parasitismo (X) Predação
( ) Protocooperação (X) Outros
Obs.: Competição intra-específica, Sociedade, Colônia, Inquilinismo.

4. O capítulo apresenta outros conceitos da Biologia para uma compreensão integrada do


assunto? (X) Sim ( ) Não
4.1. Quais? ( ) Genética (X) Cadeia Trófica ( ) Seleção Natural (X) Evolução
( ) Sucessão Ecológica ( ) Homeostase do Ecossistema ( ) Diversidade (X) Outros
Obs.: O capítulo anterior de dinâmica populacional aborda três interações por completo
(Competição, Parasitismo e Predação), por tanto será considerado na análise. Dinâmica
populacional e Nicho ecológico.

5. O capítulo aborda adaptações das populações às interações? (X) Sim ( ) Não


5.1. Quais? (X) Mimetismo ( ) Defesas Mecânicas ( ) Defesas Químicas
( ) Defesas Comportamentais ( ) Coloração advertida ou apostemática (X) Outras
Obs.: Adaptações morfológicas a predação.

6. A interação Mutualismo é diferenciada de Simbiose? ( ) Sim (X) Não

7. A interação Protocooperação é mencionada? (X) Sim ( ) Não


7.1 Como? (X) Mutualismo facultativo ( ) Outra interação ( ) Outra forma

8. São mencionadas as doenças associadas ao parasitismo? (X) Sim ( ) Não


8.1. Em quais organismos? (X) Homem ( ) Outros organismos

9. O capítulo demonstra a integração do ser humano com as interações ecológicas?


(X) Sim ( ) Não
9.1. Quais são as interações abordadas? ( ) Amensalismo ( ) Comensalismo
(X) Competição ( ) Neutralismo ( ) Mutualismo (X) Parasitismo ( ) Predação
( ) Protocooperação ( ) Outros

10. É feita a diferenciação entre parasita e parasitóide? ( ) Sim (X) Não


11. O capítulo diferencia os tipos de competição existentes? ( ) Sim (X) Não
11.1 Quais? ( ) Competição exploradora ( ) Competição interferente ( ) Outras

12. A interação Herbivoria é mencionada? (X) Sim ( ) Não


100

12.1 Como? (X) Predação (X) Parasitismo ( ) Outra interação ( ) Outra forma

13. Os exemplos apresentados são relacionados a contextos da realidade brasileira? (O uso de


organismos típicos da fauna e flora brasileiras). (X) Sim ( ) Não

14. Há, no capítulo ilustrações para exemplificar as interações? (X) Sim ( ) Não
14.1. Quais? ( ) Gráficos (X) Tabelas (X) Esquemas (X) Figuras
14.2. Estes são explicados no texto? (X) Sim ( ) Não

15. O capítulo apresenta textos complementares, científicos, reportagens jornalísticas, entre


outros? (X) Sim ( ) Não

16 O capítulo apresenta novas tecnologias aplicadas ao ensino, como recursos computacionais


e internet? ( ) Sim (X) Não

17 O capítulo incentiva atividades práticas e complementares em grupo, como experimentos e


observações? (X) Sim ( ) Não

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