Você está na página 1de 4

Faroeste Caboclo

Renato Russo, autor de “Faroeste Caboclo”

Renato Russo, líder, vocalista e compositor da banda Legião Urbana, nasceu em


20 de março de 1960 e morreu em 11 de outubro de 1996. Apesar do tempo curto
de vida, Russo é considerado um dos maiores compositores e cantores do rock
brasileiro, deixando um legado musical com inúmeros sucessos.
Entre eles está “Faroeste Caboclo”, que Russo comparava a “Hurricane” de Bob
Dylan, tema que narra as desventuras de um homem condenado por um crime que
não cometeu. Quando questionado acerca do seu processo criativo, o autor contou
que escreveu a letra inteira num impulso, querendo dar voz à história de um
bandido, um “rebelde sem causa”, ao estilo de James Dean.

Fase do Trovador Solitário


Faroeste Caboclo

A música faroeste caboclo conta a história de um homem chamado João, que


mora em uma fazenda no interior de Santo Cristo. Muitos diziam “não tinha medo o
tal João de Santo Cristo”.
Com o tempo, deixou para trás o sofrimento da fazenda. Ele sentia como se
tivesse nascido condenado ao mal, como se a raiva que carrega e o caminho que
escolhe fossem vontade divina.
Quando ele era criança só pensava em ser bandido, em conta que seu pai
morreu com um tiro de um soldado. Com uma infância perturbada, começou a ir
para a igreja, só para roubar o dinheiro, que os velhinhos colocavam na caixa do
altar.
João sentia que era mesmo diferente dos outros, sentia que a fazenda não era o
seu lugar. Ele queria sair para ver o mar e as coisas que ele via na TV, juntou
dinheiro para poder viajar. De escolha própria, preferiu ficar sozinho.
João teve uma infância muito difícil. Quando criança, pegava todos as
menininhas da cidade. De tanto brincar de médico, virou perito no assunto. Nos
seus quinze anos foi mandado para o reformatório, onde alimentou seu ódio pela
vida.
Como ele não entendia como funcionava a vida, ficou cansado de tentar achar a
resposta para tanta descriminação por causa da sua classe e de sua cor. Então,
comprou uma passagem e foi direto a Salvador. Chegando lá, foi tomar um
cafezinho e encontrou um boiadeiro, com quem foi falar. E o boiadeiro possuía uma
passagem para Brasília, dizendo que “lugar melhor não há”.
Assim, João Santo Cristo vai parar na capital, e no ônibus, entrou no Planalto
Central. Ele ficou bestificado com a cidade. Saindo da rodoviária, viu as luzes de
Natal. Na mesma hora que viu, disse: “meu Deus! Mas que cidade linda!”
Alguns dias depois, chegou o Ano-Novo. Começou a trabalhar como aprendiz de
carpinteiro, ganhando cem mil por mês em Taguatinga. Toda sexta-feira ele ia para a
zona da cidade gastar todo o seu dinheiro em locais de prostituição e diversão
noturna, onde se cruza com diversas pessoas.
Em uma dessas noites, ele cruza com Pablo, que comandava um negócio de
entorpecentes na Bolívia. João, insatisfeito com o seu trabalho, que nem dava para
se alimentar e, cansado de tanto ouvir o noticiário, o qual sempre dizia que seu
ministro iria ajudar, acabou que não quis mais conversa e, decidiu que como Pablo,
ele iria se virar.
Com sua ambição, aliada à descrença nas leis e no governo, João foi levado a
plantar e vender drogas. Com sua venda indo bem, logo, ficou rico e acabou com
todos os traficantes dali. Fez amigos, frequentava a asa norte, ia para a festa de rock
para se libertar. Mas, de repente, sob má influência dos “boyzinhos” da cidade,
começou a roubar. Já no primeiro roubo, ele foi pego e foi pela primeira vez na
cadeia.
Quando João chegou lá, sofreu violência e estupro do seu corpo, logo o seu ódio
aumenta junto com seu desejo de vingança. E diz João: “vocês vão ver! Eu vou
pegar vocês!”
Após longos anos, João sai da prisão. Depois que sai, ele decide tornar-se
verdadeiramente um criminoso. João ficou destemido e temido no Distrito Federal.
Não tinha nenhum medo da polícia, capitão ou traficante, playboy ou general.
Em um certo dia, conheceu uma mulher chamada Maria Lúcia. Era uma mulher
linda. Logo que a viu, prometeu seu coração a ela. Passando algum tempo, João diz
à Maria Lúcia que quer se casar. João decide mudar de vida por amor e volta a ser
carpinteiro.
Passando um tempo, João continua vivendo uma vida honesta. Até que, em
uma certa tarde, vem um senhor de alta classe com dinheiro na mão, que faz uma
proposta irrecusável e diz que espera por uma resposta de João.
A proposta era que João voltasse ao crime, mas João não cede à tentação e diz
que, até mesmo os bandidos podem manter princípios e éticas. Antes de sair com
ódio no olhar, o velho disse: “você perdeu sua vida, meu irmão!” João logo sentiu
que sofreria as consequências de sua escolha. Após esse episódio, perde o controle
de sua vida. Com muitas preocupações, ele não foi trabalhar. Se embebedou e foi
substituído, e acabou perdendo seu emprego. Com esse pequeno deslize, voltou a
falar com Pablo. Assim, regressando ao mundo do crime.
Com duas escolhas, João se afasta de Maria Lúcia e da sua tentativa de viver
como um homem honesto.
Alguns meses depois, ele volta para ver Maria Lúcia, e encontra um tal de
Jeremias, traficante de renome. Jeremias imediatamente ficou sabendo dos planos
de Santo Cristo, e com João ele iria acabar.
João, que estava com Pablo, trouxe com ele uma Winchester 22. Então, Pablo
deu a arma a João, que decidiu usar a arma somente depois que Jeremias iniciasse
a briga. Jeremias, maconheiro sem vergonha, organizou a Rockonha e fez todo
mundo dançar. Desvirginava mocinhas inocentes. Dizia que era crente, mas nem
rezar sabia.
João, sem se importar com as ameaças de Jeremias, vai à casa de Maria Lúcia,
com planos de se casar com ela. Mas, chegando lá, Maria Lúcia e Jeremias haviam
se casado e um filho haviam feito.
João estava com puro ódio por dentro e, então, chamou a Jeremias para um
duelo. Disse então a Jeremias: “Amanhã às duas horas, na Ceilândia, em frente ao
lote catorze, é pra lá que eu vou! E você pode escolher as suas armas, que eu acabo
com você! Seu porco traidor! E mato também a Maria Lúcia! Aquela menina boçal,
a quem eu jurei meu amor!”
Algumas horas depois, viu um repórter na televisão, que deu a notícia do duelo
na TV, dizendo a hora, o local e a razão do duelo, e ficou pasmo.
Chegando sábado, às duas horas, todo o povo, sem demora, foram para lá
assistir. João, quando chega no local, é atingido nas costas por Jeremias, que logo
sorriu.
João, sentindo o sangue na garganta, olhou para o povo à sua volta. Lembrou-se
de quando era criança e de tudo que viveu até aquele exato momento, e nisso, o
Sol chegou aos seus olhos. E então, Maria Lúcia o reconheceu. Ela trazia consigo a
Winchester 22, que Pablo lhe havia entregado.
Então João disse: “Jeremias, eu sou homem, coisa que você não é! E não atiro
pelas costas. Olha para cá, filho da puta! Sem vergonha! Dá uma olhada no meu
sangue! Vem sentir o meu perdão!”
Jeremias, olhando para João, estando João com a winchester 22, deu cinco tiros
no bandido traidor. Maria Lúcia, vendo toda a situação, se arrepende e se senti
culpada e acaba atirando em si mesma, e morre ao lado de João, seu protetor.
Desse modo, o povo começou a declarar que, João de Santo Cristo, era Santo, visto
que sabia morrer
Algumas semanas depois, a alta burguesia da cidade, viu a história na tv, mas
não acreditaram. Acabou que João não conseguiu uma vida melhor, assim como
queria.
Quando veio a Brasília ver o presidente, embora quisesse ajudar o povo, foi
totalmente corrompido na cidade do crime e da política.

INTEGRANTES DO GRUPO:
VICTOR NUNES
DIOLANA BORGES
JEANE VITÓRIA
GEOVANNA DOS SANTOS
LUCAS ROCHA
ARTHUR PEREIRA DIAS SANTOS
NAYRA

Você também pode gostar