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A TOR Á

COMENTA DA

por Brian Kibuuka

edição bilíngue
hebraico-português

2020

Torah.indb 5 19/02/2020 10:15:18


© Fonte Editorial, 2019

Projeto gráfico, preparação e editoração:


Alessandra S. O. de Proença
Capa:
Eduardo de Proença
Revisão:
Brian Kibuuka

Versão do texto hebraico:


Bíblia Hebraica Sttutgartensia
Versão do texto em português:
Tradução Brasileira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip)

K46t
Kibuuka, Brian
A torá comentada : edição bilingue hebraico/ Brian Kibuuka.
São Paulo: Fonte Editorial, 2010.
1 050 p. il.

Inclui bibliografia.
isbn 978-65-80330-72-0

1. Torá 2. Literatura judaica 3. Estudo de livros bíblicos.


i. Título.

cdd 220.7

É vedada a reprodução de qualquer parte deste livro sem


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Às grandes mulheres da minha vida: minha mãe, Sônia,
minha esposa Edeny, minha filha, Aimée
e minhas irmãs, Gláucia e Samaly.
Ao Centro de Pesquisas da Religião (cpr/uefs)
e à doutora Elizete da Silva,
com admiração por seu trabalho
e gratidão por me acolher na
Universidade Estadual de Feira de Santana.
Ao Josenildo e família, pela amizade profunda.

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Conselho Editorial

Profa. Dra. Sandra Duarte de Souza


Universidade Metodista de S.Paulo (Umesp)
Prof. Dr. Luiz Alexandre Solano Rossi
puc-pr
Profa. Dra. Elaine Sartorelli
Universidade de São Paulo - usp
Prof. Dr. Frederico Pieper
Universidade Federal de Juiz de Fora
Prof. Dr. Andrés Torres Queiruga
Universidade de Santiago de Compostela
Prof. Dr. Helmut Renders
Universidade Metodista de S.Paulo (Umesp)
Prof. Dr. Ricardo Quadros Gouvêa
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Prof. Dr. Ronaldo de Paula Cavalcante
Faculdade Unida

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Sumário

Prefácio  17
Prof. Dr. Waldecir Gonzaga

Apresentação  21
O que é Torá?  21
A Torá e a Tanak  22
As dimensões dos cinco livros da Torá  25
A divisão atual dos cinco livros da Torá  25
A influência da divisão da Torá em outros livros da Bíblia  29
Exemplos breves de influências temáticas da Torá em João,
Mateus e Fílon  30
O estudo da composição da Torá  32
Um passo atrás: a autoria tradicional da Torá  33
A Torá de Moisés  33
O material legal da Torá  35

A história da pesquisa acadêmica da formação da Torá  36


A primeira elaboração da teoria das fontes  38
As primeiras elaborações da teoria dos fragmentos  38
O desenvolvimento da teoria dos documentos  40
Os quatro documentos da teoria documentária
de Reuss-Kuenen-Graf-Welhausen  41
A teoria documentária de Welhausen  42

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A hipótese dos suplementos  43
Hermann Gunkel, a Escola da História das Religiões
e a Formgeschichte  44
A pesquisa sobre o Israel pré-monárquico  46
A arqueologia bíblica  46
Perspectivas americanas: canônica e sociológica  47
A relação entre a tradição oral e os textos escritos  48
De volta à teoria documentária: Von Rad  49
O modelo básico da teoria documental
na década de 1960  50
Críticas à teoria documentária  51
As críticas de Van Seters, Schmid e Rendtorff  52
Israel pré-monárquico: novas teorias  54
Rose, o Javista e o Deutoronomista  54
Outras discussões em torno da teoria documental  55
A teoria das duas fontes de datação tardia  56
Variações na teoria composicional  57
O fim do Javista  58
Os textos Sacerdotais  59
O Código de Santidade (Levítico 17 a 26-27) e a edição
da Torá como a constituição ideal da comunidade do
Segundo Templo  60
Números como parte da edição da Torá no período Persa  61
O Código de Santidade e a sua Escola  62
As alternativas na composição da Torá e a
edição no período Persa  63
Concepções da edição da Torá no período Persa  66

Torá: narrativas e mandamentos  67


A forma final da Torá  67
A Narrativa Primária e a Torá  69
A história de Israel e a história do mundo
na narrativa primária  70

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Vocação, exílio e saída: os exempla de Abrão e Moisés
e a intenção discursiva da Torá  73
Moisés vai ao Egito libertar Israel: metáfora para a Torá que
liberta os descendentes israelitas  76
A Torá: recurso normativo para a comunidade que
possui a memória do exílio  78
A Torá é constituída por narrativas e mandamentos
cuja relação é complexa  78
Os mandamentos da Torá auxiliam na manutenção
da fidelidade em um contexto de desafio
à permanência da fé  79
O desafio de manter a tradição em um ambiente
cultura de exílio  80
A Torá e os jovens  82

Os temas principais da Torá  82


A Terra Prometida  84
A bênção universal e a aliança  85
O cumprimento parcial dos votos  85
Referências  86

‫ בראשית‬Gênesis  95

Comentário ao Livro de Gênesis  97


Introdução  97
O nome do livro e a fórmula toledot  98
Temas de Gênesis  100
Geografia mundial  100
Família  101
O único Deus  103
A terra de Israel  106
As tribos  107
A história primitiva (Gênesis 1-11)  108
A criação do céu e da terra (Gênesis 1.1-2.4a)  108
A criação do homem e da mulher (Gênesis 2.4b-25)  113
O Jardim do Éden (Gênesis 2.8-17)  114

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A criação da mulher (Gênesis 2.18-24)  115
A queda (Gênesis 3)  115
O restante da história primitiva  116
O Dilúvio (Gênesis 6-9)  118
A criação da arca e do dilúvio (Gênesis 6-8)  119
A bênção divina (Gênesis 9.1-7)  120
O pacto de Deus com Noé e com toda a criação
(Gênesis 9.8-17)  121
A Torre de Babel (Gênesis 11.19)  122
A história dos Patriarcas e das Matriarcas
(Gênesis 12.1-50.26)  123
As histórias de matriarcas e patriarcas  124
A eleição e o chamado da família de Abraão
(Gênesis 12.1-9)  126
Aliança abraâmica  126
O ciclo de Isaque  127
Jacó  128
José  129
Exemplos de narrativas em Gênesis: um livro com
peculiaridades  130
Interlúdio: a destruição de Sodoma e o destino da
descendência de Ló (Gênesis 19.1-38)  131
O sacríficio de Isaque (Gênesis 22.1-19)  132
Jacó na Palestina (Gênesis 34.1-35.29)  132
O fim e o cerne de Gênesis: o testamento de Jacó
e a morte de José (Gênesis 49)  133
Referências  135
Gênesis — Bereshit  146

‫ שמות‬Êxodo  339

Comentário ao Livro de Êxodo  341


Introdução  341
A estrutura e o conteúdo do livro de Êxodo  342
A libertação do povo de Israel do Egito: revelação do
poder de Deus (Êxodo 1.1-15.21)  343

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A marcha do povo de Israel pelo deserto até o Sinai
(Êxodo 15.22-18.27)  343
A aliança do Sinai, seu conjunto de leis e as orientações
para a construção do tabernáculo, também chamado de
“tenda do encontro” (Êxodo 19.1-40.38)  344
Quadro histórico  345
Vocação e missão de Moisés (Êxodo 2.1-4.31)  347
A missão de Moisés  347
A revelação do nome de Yahweh (Êxodo 3.15)  349
A libertação de Israel do Egito (Êxodo 5.1-13.22)  351
As pragas do Egito: contexto e estrutura literária
(Êxodo 7.8-12.30)  351
A noite de Páscoa  353
A partida do Egito (Êxodo 14.31-15.21)  353
Israel no deserto (Êxodo 15.22-18.27)  354
A alinça do Sinai (Êxodo 19-24)  356
O anúncio solene da aliança (Êxodo 19.4-6)  356
A lei mosaica e os códigos legais da Antiguidade  357
A revelação do Decálogo (Êxodo 20.1-21)  359
O código da aliança (Êxodo 20.22-23.32)  360
Ratificação da aliança (Êxodo 24.1-8)  361
Sábado, sinal do pacto (Êxodo 20.8; 31.12-17)  361
Ruptura e renovação da aliança (Êxodo 32-34)  362
O significado global de Êxodo  363
Referências  364
Êxodo — Shemot  376

‫ ויקרא‬Levítico  543

Comentário ao Livro de Levítico  545


Introdução  545
O tema da santidade e a estrutura geral de Levítico  546
A estrutura de Levítico  547
Sacerdotes em Israel  549
O contexto cúltico em Israel  551
Pureza e impureza  551

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Lugares sagrados  552
Povo sagrado  553
Ofertas  553
Tempos santos  555
Relação de festas  559
Continuum da santidade  559
Lendo Levítico como um livro  560
Referências  561
Levítico — Vayikrá  566

‫ במדבר‬Números  687

Comentário ao Livro de Números  689


Introdução  689
As relações entre Êxodo e Números  689
As relações entre Números e Levítico  690
As relações entre Números e Deuteronômio  690
Estruturas literárias de Números  691
O primeiro e o segundo Censo  691
As três grandes etapas da jornada  692
Os preparativos para a marcha: a continuação
do Código Sacerdotal (Números 1.1 a 10.10)  692
A jornada continua (Números 10.11 a 20.20)  694
A primeira unidade literária  694
A segunda unidade literária  695
Ofertas, rebeliões, purificação e cura  696
Eventos na Transjordânia (Números 22.21 a 36.13)  697
Números e a narrativa da nação guiada por sacerdotes  698
O deserto como metáfora para a desterritorialização
do exílio  699
Memória e tradição em Números  701
Liderança em Números  701
O profeta Moisés  702
O sacerdote Fineias  703
Os redatores de Números  704
Referências  706

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Números — Bamidbar  710

‫ דברים‬Deuteronômio  883

Comentário ao Livro de Deutorônomio  885


Introdução  885
O lugar do Deuteronômio na Torá  886
Os antecedentes do Deuteronômio  887
A estrutura do Deuteronômio  888
Processo de formação do Deuteronômio  888
Síntese dos temas do Deuteronômio  889
Deuteronômio 34, Josué 1 e o encerramento
editorial da Torá  891
Divisões internas do Pentateuco como uma pista
para sua organização editorial da Torá  893
A profissão de fé de Deutoronômio 6.4  893
A eleição de Israel  894
O anúncio de um profeta como Moisés
(Deuteronômio 18.15-19)  895
O santuário único e seus usos
(Deuteronômio 12.2-16.17)  895
A liderança comunitária (Deuteronômio 16.18-18.22)  897
Poder judiciário e militar (Deuteronômio 19.1-21.9)  899
A vida civil e familiar (Deuteronômio 21.10-25.19)  900
Notas litúrgicas (Deuteronômio 26.1-19)  902
A aliança é promulgada (Deuteronômio 27.1-28-69)  902
Epílogo (Deuteronômio 32.1-34-12)  903
A pesquisa do Deuteronômio  903
A composição do Deuteronômio  904
Revisões pós-Deuteronômicas  906
Referências  906
Deuteronômio — Devarim  912

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Prefácio

Antes de mais nada, manifesto a minha alegria e gratidão pelo con-


vite que me foi dirigido pelo Prof. Brian Gordon Lutalo Kibuuka
para escrever o prefácio a este seu livro, A Torá Comentada, que
certamente vem trazer significativas colaborações para o estudo e
o conhecimento da Palavra de Deus, especialmente no que tange ao
conjunto dos cinco livros do Pentateuco.
Brian utiliza uma linguagem agradável e acadêmica, trazendo
inclusive textos hebraicos transliterados e textos gregos originais,
mas sempre apresentando a tradução para a língua portuguesa, a fim
de facilitar o acesso aos que não conhecem o hebraico, que é a língua
bíblica original na qual foram escritos estes livros, e o grego, língua
da versão da Setenta ou de outros textos extrabíblicos aqui apresen-
tados. O que temos em termos de Pentateuco em grego é tradução
ou versão do hebraico para o grego da Setenta. Mas esta é tradução,
enquanto que o hebraico é a língua original para os livros da Torá.
Sabemos das lacunas que temos de textos produzidos nos estudos
bíblicos acadêmicos diretamente em língua portuguesa. No Brasil,
nós contamos com textos traduzidos de outros idiomas para a nossa
amada língua portuguesa. Então, ver este texto sendo produzido e
publicado por alguém de nossa língua materna é, por si só, causa de
grande alegria, ainda mais por alguém com a envergadura do Prof.
Brian Kibuuka, quem tem atuado na área acadêmica e tem igualmente
atuação pastoral, podendo conferir pastoralmente a seus avanços

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18  A Torá Comentada

acadêmicos, como homem de Deus e desejoso de ajudar a Igreja a


crescer, facilitando o acesso aos frutos de seus estudos e de tantos
outros que também atuam nesta área tão bonita, que é a Teologia
Bíblica.
O conjunto da Torá, ou seja, do Pentateuco, é o de maior aceitação
e entendimento entre as correntes do Judaísmo e do Cristianismo,
quanto ao número e à ordem. Pouquíssimas listas bíblicas antigas,
mesmo entre os Padres da Igreja, ousaram inverter esta ordem ou
incluir outros livros na mesma categoria, como é o caso do cânon de
Melitão de Sardes e do cânon de Leôncio de Bizâncio, que trazem
uma ordem invertendo Levítico e Números, a saber: “Gênesis, Êxodo,
Números, Levítico, Deuteronômio, Josué, ...” ou do cânon Jerusa-
lemitano, que coloca o livro de Josué logo após Levítico e antes do
Deuteronômio, da seguinte forma: “Gênesis, Êxodo, Levítico, Josué,
Deuteronômio, Números,...”. Mas estas alterações são exceções muito
raras. Isso talvez tenha até auxiliado alguns estudiosos a falarem de
um Hexateuco (Ἑξάτευχος: seis livros) ao invés de um Pentateuco
(Πεντάτευχος: cinco livros), contemplando, assim, a realização da
Promessa, com a entrada do povo na Terra Prometida. Mas a unani-
midade concorda com o Pentateuco.
Vista a proeminência do Pentateuco, para muitos ele constitui-se
numa espécie de “cânon dentro do cânon”, pois é o conjunto de maior
valor dentro da estrutura do cânon do inteiro Antigo Testamento,
além de ser, de fato, o de menor dificuldade de aceitação. Neste sen-
tido, bastaria recordar que o conjunto dos cinco livros do Pentateuco
também se constitui no menor cânon do Antigo Testamento aceito
por uma corrente do judaísmo, chamado de Pentateuco Samaritano,
visto que os samaritanos aceitam apenas e tão somente os cinco
livros do Pentateuco como sendo inspirados e revelados por Deus.
Para eles todos os demais livros do Antigo Testamento são heréticos.
O judaísmo, enquanto tal, e o cristianismo, em suas diversas cor-
rentes, aceitam os livros do Pentateuco e os demais livros do Antigo
Testamento, ou seja: os proféticos (maiores e menores), os históricos
e os sapienciais (poéticos e líricos). Na Bíblia Hebraica entraram
apenas os livros protocanônicos, enquanto que os livros deuterocanô-
nicos e alguns apócrifos, como temos na definição de Sixto de Siena
(Itália, 1566), entraram na versão grega da Setenta e, por meio dela,

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Prefácio  19

passaram ao cristianismo, que nasceu e se desenvolveu com a versão


grega em mãos. Aliás, a maior parte das citações do Novo Testamento
foi tirada da versão Setenta grega e não do texto hebraico.
A palavra Torá poderia ser entendida e aplicada em seu uso no
lato sensu, significando todo o Antigo Testamento, no sentido de que
todo ele é “lei” e “instrução” divina para nós. Mas não é este o caso.
Aqui, a palavra Torá, mantendo o seu sentido mais original, é usada
no stricto sensu, indicando tão somente os cinco primeiros livros da
Bíblia, ou seja, o conjunto dos livros do Pentateuco, a saber: Gênesis,
Êxodo, Levítico, Número e Deuteronômio, na consagrada ordem do
cânon bíblico.
A própria estrutura do livro do Prof. Brian Kibuuka facilita o estudo
da Torá. Como é de se esperar de um texto como este, ele conta com
uma densa introdução, na qual o professor explica o que é a Torá e
seu rolo dentro da macro estrutura da Tanak, um acróstico formado
a partir das iniciais das três palavras que constituem as três divisões
que temos na Bíblia Hebraica, isto é: Torah (Lei, instrução), Nebi’îm
(Profetas) e Ketubîm (Escritos), enquanto que as nossas Bíblias con-
tam com outras divisões para o Antigo Testamento, mas sempre se
iniciando pelos cinco livros do Pentateuco (Torá), mantendo, assim,
a unidade com o cânon hebraico.
Desde os tempos do Antigo Testamento, a Torá foi atribuída a
Moisés, o grande “homem de Deus” (cf. Dt 33,1; Js 14,6; 1Cr 23,14;
2Cr 30,16; Esd 3,2; Sl 90,1), do qual a Lei levou seu nome, a tal pondo
que passou a ser chamada de “Lei Moisés” (cf. Js 8,31-32; 1Rs 2,3; 2Rs
14,6; 2Cr 23,18; Esd 3,2; Nee 8,1; Dn 9,11.13; Ml 4,4; Lc 2,22; 24,44; Jo
7,23; At 13,39; 1Cor 9,9; Hb 10,28 etc.), visto ser tida como “escrita por
Moisés” (Dt 31,9; Jo 1,17.45). O carinho e admiração por Moisés são
tão grandes que os textos sagrados afirmam que “em Israel nunca
mais surgiu um profeta como Moisés” (Dt 34,10). De fato, Moisés
foi o grande instrumento de Deus para a libertação da escravidão do
Egito (cf. Ex 32), aquele que conduziu o povo pelo deserto durante
a inesquecível e longa jornada da libertação e saída dos hebreus da
terra do Faraó, onde ele já “era muito conhecido e famoso” (Ex 11,3),
marcando fortemente as Escrituras Sagradas a partir da Teologia do
Êxodo; aquele que Deus chamou para realizar a longa e dura cami-
nhada de quarenta anos até chegar ao Monte Nebo, às portas da Terra

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20  A Torá Comentada

Prometida, sem sequer poder entrar e habitar nela, pois morreu às


suas portas (Dt 34,1-5); aliás, sem sequer ter direito a ser recordado
em sua sepultura, como lugar físico a ser visitado, pois não se sabe
onde exatamente seu corpo foi depositado (Dt 34,6).
A atribuição da autoria do Pentateuco a Moisés, muito mais que
uma questão de autoria da escrita do texto, ela se baseia na questão
da autoridade da pessoa e figura do grande líder deste momento
inesquecível na vida e história do povo eleito de Deus, Moisés, aquele
que foi chorado na morte (Dt 34,8), recordado nas muitas tradições
religiosas que Jesus encontrou em Israel em sua época e que temos
até hoje em nossa tradição judaico-cristã.
Enfim, este é um livro que vem para compartilhar e agregar conhe-
cimentos. Ele deverá nos ajudar nos estudos e pesquisas acadêmicas,
sempre voltados para uma teologia bíblico-pastoral, tendo em vista o
crescimento da fé de nosso povo, que quer cada vez mais compreender
e viver a Palavra de Deus. Alia iacta est! Boa leitura e bons estudos
a todos os que tiverem a felicidade de entrar em contato com esta
obra do Prof. Brian Kibuuka: A Torá Comentada.

Prof. Dr. Pe. Waldecir Gonzaga


Diretor e professor do Departamento
de Teologia da puc-Rio

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