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O primeiro texto a ser apresentado foi o da autora Paula Vidal, que produziu
uma etnografia que descreve como funcionam as delegacias da Polícia Federal e como
seus atores interagem dentro da instituição. Dentre as diversas questões trazidas pela
autora, duas questões vejo que são importantes de serem ressaltadas: primeiro, como a
questão da burocracia e da tradição cartorial está presente nas instituições brasileiras; e
segundo, a diferença entre inquérito e a investigação policial – que vai se relacionar
com o trabalho desenvolvido pela Prof.ª Vivian Paes sobre como se procede a
investigação policial na França em perspectiva comparada com o Brasil.
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principalmente os que são produzidos por atores que possuem a fé pública, são
importantes. Isto, durante o debate feito na aula, se percebeu que não é algo exclusivo
das instituições policiais e nem do judiciário, mas das instituições brasileiras num geral.
Um grande exemplo disto é a própria Universidade, que produz muitos documentos,
como memorandos e ofícios, como também muitos processos que acabam se perdendo
dentro da própria instituição. Outros pesquisadores também estudam sobre essa
burocracia “à brasileira”, como foi citada a pesquisadora e Prof.ª Ana Paula Mendes de
Miranda, que tem uma vasta produção de trabalhos sobre o tema.
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no trabalho da Prof.ª Vivian Paes, e o inquérito brasileiro. A investigação pode ser
sigilosa, mas a partir do momento em que ela se torna um inquérito, o sujeito
investigado no inquérito deveria saber o que consta nele e isto não ocorre no Brasil. O
que está escrito não é passado para os sujeitos envolvidos, e assim como comentado
anteriormente, mesmo que o inquérito seja arquivado, as informações que constam nele
não desaparecem, diferente de como ocorre no caso dos EUA, como comentou o Prof.º
Kant. E se caso o Ministério Público decidir abrir a denúncia, inquérito fica entranhado
dentro do processo judicial, então ele começa a fazer parte do processo judicial. Isto
demonstra um grande paradoxo do próprio sistema e expõe uma prática que apenas
ocorre no Brasil, como aponta do Prof.º Kant.
Mas para entender o nosso próprio sistema e saber sobre o que criticar e como
fazer isto, é necessário conhecer desde a ação de um policial até como uma sentença é
produzida, e quais são as moralidades e relações que estão por trás disto.
Referências Bibliográficas
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i
Somente o que é considerado crime que se faz necessário convocar um “juiz de instrução”; nos casos de contravenção
e delito, apenas o promotor, que também é juiz, é chamado.
ii
“Capítulo 4: ‘Oitiva de Testemunhas em Sede Policial: Confusão com o que ainda não é processo! ‘ ” (VIDAL, 2013)
iii
(VIDAL, 2013. Pgs 82-83)