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SUMÁRIO
1. Desenvolvimento Inicial Do
Coração E Vasos.............................................................. 3
2. Desenvolvimento De Veias Associadas
Ao Coração Embrionário............................................... 5
3. Desenvolvimento Da Veia Cava Inferior............ 9
4. Arcos Faríngeos, Artérias
Intersegmentares E Aorta..........................................10
5. Desenvolvimento Final Do Coração..................13
6. Circulação Através Do Coração Primitivo.......17
7. Septação Do Coração Primitivo..........................18
8. Septação Do Átrio Primitivo.................................19
Referências Bibliograficas..........................................31
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 3
Parede da vesícula
umbilical
Veia vitelina esquerda Cavidade da vesícula umbilical Átrio primitivo
Figura 2. Processo de fusão dos tubos cardíacos. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016.
HORA DA REVISÃO!
O coração tubular primitivo (derivado do campo primário) tem secundariamente associa-
do a ele durante o processo de torção cardíaca as vias de entrada (ductos atrioventricula-
res, atrial e sinusal) e saída (bulbo cardíaco), correspondentes ao segundo campo.
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 5
SAIBA MAIS!
São mais de 500 genes envolvidos no processo de desenvolvimento cardíaco, dentre eles os
membros da família de genes T-box, responsáveis pela determinação da linhagem, especifi-
cação das câmaras cardíacas, desenvolvimento de válvulas e septos e formação de sistema
condutor. O Hes-1, no endoderma e mesoderma faríngeo (segundo campo) representa um
papel essencial para o desenvolvimento do trato de fluxo de saída. Os genes hélice-alça-hé-
lice básicos, dHAND e eHAND, são expressos nos tubos endocardíacos primitivos (campo
primitivo) e os genes MEF2C e Pitx-2 expressos em células precursoras cardiogênicas antes
da formação dos tubos também parecem ser reguladores essenciais no desenvolvimento
cardíaco inicial.
CAMPOS CARDÍACOS
PRIMÁRIO SECUNDÁRIO
Linhagem primitivas das células mesodérmicas Células progenitoras do mesoderma faríngeo
Formação do miocárdio ventricular, parede do trato do
Formação dos tubos cardíacos pareados
fluxo de saída e crescimento e alongamento cardíaco
Genes envolvidos: dHAND, eHAND, MEF2C e Pitx-2 Genes envolvidos: Hes-1
Saco aórtico
Coração primitivo
Veia vitelina
Veia umbilical Saco coriônico
Vesícula umbilical
Artéria vitelina Cordão umbilical
que a maior parte do sangue vindo coração do embrião, sem passar pela
da placenta passe diretamente para o rede de capilares do fígado.
HORA DA REVISÃO!
Assim, a drenagem do coração, inicialmente, se dá pelas 3 veias supracitadas, que for-
mam o seio venoso e, posteriormente, pela VCI, raiz da veia ázigo e veia cava superior,
através da veia braquiocefálica esquerda.
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 9
V. cardinal anterior
V. cardinal anterior
V. cardinal comum
V. cardinal comum
V. cardinal posterior
V. cardinal posterior
Vv. Vitelina e umbilical
Tronco arterioso
Veia braquiocefálica
Futuro átrio direito
esquerda
VCI
V. braquiocefálica E.
V. jugular interna D.
V. subclávia E.
V. jugular externa D.
V. oblíqua
VCS VCI
V. ázigos V. hepática
VCI V. hemiázigo
V. suprarrenal D V. suprarrenal E.
V. renal D V. renal E.
V. espermática ou ovariana
V. espermática interna ou
interna D
v. ovariana E.
VCI V. ilíaca comum E.
V. Ilíaca externa
V. Ilíaca interna
V. sacral mediana
Veias cardinal, Segmento
Veias Veias Veias
umbilical e hepático
subcardinais supracardinais renais
vitelina
SAIBA MAIS!
Anomalias da veia cava (VC):
Pelas diversas transformações que ocorrem durante a formação da VCS e VCI, podem ocor-
rer algumas variações em suas formas adultas. Uma variação mais comum da VCI é pela
interrupção de seu curso abdominal, ficando a drenagem dos MMII, abdome e pélvis para o
coração sob responsabilidade do sistema de veias ázigos. Outra variação é a VCS dupla (por
anastomose que forma veia braquiocefálica esquerda ser pequena ou ausente, formando a
VCS derivada das veias cardinal anterior esquerda e cardinal comum).
Saco aórtico
Coração primitivo
Veia vitelina
Vesícula umbilical Veia umbilical Saco coriônico
Artéria vitelina Cordão umbilical
Figura 10. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016.
SAIBA MAIS!
DESTINO DAS ARTÉRIAS VITELINAS E UMBILICAIS
Os ramos ventrais não pareados da aorta dorsal abastecem a vesícula umbilical, o alantoide
e o córion. As artérias vitelinas passam para a vesícula umbilical e depois para o intestino
primitivo, que se forma a partir da porção incorporada da vesícula umbilical. Somente três
derivados da artéria vitelina permanecem: tronco arterial celíaco (para o intestino anterior),
artéria mesentérica superior (para o intestino médio) e artéria mesentérica inferior (para o
intestino posterior).
Em relação às artérias umbilicais pareadas através do cordão umbilical primitivo, se tornam
contínuas com vasos no córion (porção embrionária da placenta) e fazem o transporte de
sangue pobre em oxigênio para a placenta. As porções proximais dessas artérias se tornam
as artérias iliacas internas e artérias vesicais supriores. As distais se modificam e formam os
ligamentos umbilicais médios.
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 13
Arcos aórticos
Art. Mesentérica
Inferior
Suco neural
Aorta dorsal
Mesocárdio dorsal
Intestino anterior Cavidade pericárdica
Epicárdio
Tubos cardíacos (pericárdio visceral)
endocárdicos em fusão
Âmnio
Parede do
tubo cardíaco
Geleia cardíaca
Miocárdio
Pericárdio parietal
Tubos cardíacos
Figura 14. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016.
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 15
Tronco arterial
Bulbo cardíaco
Ventrículo
Átrio
Seio venoso
1ª artéria do
Futuro prosencéfalo arco faríngeo Suco neural Artéria do 1º Artéria do 2º
Prega neural
Faringe primitiva Bulbo arco faríngeo arco faríngeo
cardíaco
Bulbo Tronco arterioso Futuro
Ventrículo
Cavidade cardíaco ventrículo E
pericárdica
Miocárdio Ventrículo
Átrio
Tubos cardíacos Futuro ventrículo D
primitivo
endocárdicos Átrio primitivo
Seio venoso Veia cardinal
Parede da vesícula
comum
umbilical
Átrio primitivo Veia umbilical Veia umbilical Veia vitelina
Figura 16. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016.
Seio pericárdico
transverso
Seio venoso
Átrio
Borda cortada do
pericárdio parietal
Figura 17. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
Tronco arterioso
Átrio primitivo
Bulbo cardíaco
Figura 18. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 17
VCS
Coxins endocárdicos
atrioventriculares fusionados
Seta passando através do canal
atrioventricular direito
Figura 21. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
SAIBA MAIS!
A formação dos coxins endocárdicos e sua transformação epitelial-mesenquimal parece estar
associada a via de sinalização mediada por fator de crescimento β (TGF- β1 e TGF-β2), prote-
ínas morfogenéticas ósseas, proteínas dedo de zinco, Slug e quinase semelhante ao receptor
de ativina.
8. SEPTAÇÃO DO ÁTRIO
PRIMITIVO
O átrio primitivo é dividido em direi-
to e esquerdo pela formação de dois
septos (com posterior fusão), os sep-
tum primum e septum secundum.
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 20
Septum secundum
Orifício do seio venoso Septum primum
Fusão do septum primum com
os coxins endocárdicos
Foramen secundum Coxins endocárdicos
fusionados
Canal atrioventricular
esquerdo
Septo interventricular
Figura 22. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
AD AD AE
VD VD VE
Septum primum AD AE
Foramen primum
Coxins endocárdicos
dorsais
Figura 23. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
Foramen primum
Coxins endocárdicos
fusionados
Septum secundum em
desenvolvimento
Foramen secundum
Septum secundum
Foramen primum
fechado
Septo AV primitivo
Figura 24. Seta azul: sangue pouco oxigenado/ Seta vermelha: sangue bem oxigenado. Fonte: MOORE. Embriologia
clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 22
Septum secundum
(parte inferior)
Forame oval
Septum secundum
(parte inferior)
Figura 25. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 23
SE LIGA! Antes do nascimento o forme oval permite que a maior parte do sangue oxigenado
que entra no átrio direito a partir da VCI passe para o átrio esquerdo. Ele também previne a
passagem de sangue na direção oposta, pois o septum primum se fecha contra o septum se-
cundum (valva do forame oval). Já após o nascimento, o forame oval se fecha funcionalmente,
devido à pressão no átrio esquerdo ser maior que no direito. Com aproximadamente 3 meses,
a valva do forame oval se funde com o septum secundum, formando a fossa oval. Assim, o
septo interatrial se torna uma divisão completa entre os átrios.
Septum secundum
Septum secundum
Desvio
Fossa oval
Átrio primitivo
Veia cardinal
anterior esquerda
Futura veia cava superior
Figura 27. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
Aorta
Septum secundum
Crista terminal
Septum primum
Parte rugosa da
parede atrial
Valva do seio coronário
Figura 28. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
SE LIGA! A região cranial da valva SA forma a crista terminal que separa a porção lisa e rugo-
sa do átrio, enquanto a região caudal da valva SA forma as válvulas da VCI e do seio coronário.
A valva SA esquerda funde-se ao septum secundum e é incorporada a ele no septo interatrial.
Já no átrio esquerdo, a maior parte da parede é lisa devido a incorporação da veia pulmonar
primitiva, apesar da existência da aurícula esquerda (trabeculada e rugosa) derivada do átrio
primitivo, assim como a aurícula direita. A veia pulmonar primitiva se desenvolve de uma pro-
tuberância na parede atrial dorsal, à esquerda do septo primum.
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 26
Veias pulmonares
Átrio esquerdo
Átrio esquerdo primitivo
primitivo
Figura 29. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
Figura 30. Fonte: MOORE. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016
SE LIGA! Os mioblastos migram para as paredes das veias pulmonares, originando o múscu-
lo cardíaco pulmonar, entretanto, com funcionalidade desconhecida.
SAIBA MAIS!
Existem algumas desordens envolvendo conexões pulmonares totais e parciais, que podem
culminar em uma confluência das veias pulmonares em uma veia sistêmica, e não diretamen-
te no átrio.
Nas anomalias parciais, a veia anômala se conecta a uma veia sistêmica, resultando na mis-
tura de sangue oxigenado da circulação pulmonar com o sangue venoso sistêmico antes de
retornar para o lado direito do coração. A variante mais comum é a veia pulmonar superior
esquerda se conectar à veia inominada esquerda, que, por sua vez drena para a veia cava
superior.
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 27
VCS
VPDS AE VPES
Pulmão
AD VPEI
VPDI
Veia inominada
Veia pulmonar
VCS
superior E
anômala
Átrio D
Veia pulmonar
inferior E
normal
SAIBA MAIS!
Outra variante que pode ocorrer é a conexão da veia pulmonar superior D diretamente com
a VCS. A gravidade do quadro está relacionada ao grau do shunt da esquerda para a direita,
sendo em muitos assintomático e não necessitando de intervenção. Já nas anomalias totais
todas as veias pulmonares confluem nessa veia sistêmica, levando a um defeito congênito
cianótico, sendo a variante supracardíaca a mais comum.
Veia
inominada
Veia
Coletor vertical
Veias
pulmonares
AE
VE
Conexão futura
Figura 33. A veia inominada coleta o sangue venoso do lado esquerdo da cabeça e do braço esquerdo e deságua na
VCS. A veia vertical une-se ao coletor das 4 veias pulmonares com a veia inominada. A correção é feita por meio da
oclusão da veia vertical e conexão do coletor das veias pulmonares com o AE. Fonte: https://cardiopatiascongenitas.
net/introcc/tipos_cc/dvpat/
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 29
A esquerda regride e a
Linhagem Derivado da veia
direita forma parte do Origem das células
primitivas das células hepática e Sinusoides
sistema porta hepático da crista neural
mesodérmicas hepáticos
e porção da VCI
Abastecidos
Formação dos tubos SEGMENTO
VEIAS UMBILICAIS pelas artérias do
cardíacos pareados PRÉ-RENAL
arco faríngeo
Derivado da
Células progenitoras do VEIAS CARDINAIS ARCOS
anastomose sub/
mesoderma faríngeo COMUNS INTERSEGMENTARES
supracardinais
As cardinais
posteriores formam Em região do
Genes envolvidos: Derivado da
a raiz da veia ázigo pescoço formam as
Hes-1 e as veias ilíacas e supracardinal direita
artérias vertebrais
veias ilíacas comuns
Subcardinais formam
o tronco da veia Em tórax as artérias
renal esquerda, veias persistem como
suprarrenais, gonadais intercostais
e um segmento da VCI
Supracardinal esquerda
se degenera, enquanto Em abdome se tornam
a direita forma a as artérias lombares
porção inferior da VCI
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 30
EMBRIOLOGIA CARDÍACA
CIRCULAÇÃO NO
DESENVOLVIMENTO FINAL SEPTAÇÃO
CORAÇÃO PRIMITIVO
Sangue é bombeado a
Formado pelo tubo endotelial partir do bulbo cardíaco e tronco ÁTRIO PRIMITIVO
arterioso para o saco aórtico
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
MOORE KL; PERSAUD TVN; TORCHIA MG. Embriologia clínica. 10ª ed, Elsevier, 2016.
TOWSEND Jr CM; BEAUCHAMP RF; EVERS BM; MATTOX KL. Sabiston Textbook of Sur-
gery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice, 20th edition, Philadelphia Saunders-
-Elsevier, 2017.
DOHERTY GM. Current Diagnosis and Treatment – Surgery. 13th edition, McGraw-Hill Lan-
ge, 2010.
SORIANO, BD., FULTON, DR. Partial anomalous pulmonary venous connection. Uptodate,
2019.
SORIANO, BD., FULTON, DR. Total anomalous pulmonary venous connection. Uptodate,
2019.
EMBRIOLOGIA CARDÍACA I 32