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Duas populações mesodérmicas distintas com células progenitoras cardíacas multipotentes são
responsáveis pela formação do coração, uma formando o campo cardíaco primário e o segundo
campo cardíaco.
O campo primário é formado por meio dos cordões pareados bilaterais formandos pela linhagem
primitiva de células mesodérmicas, enquanto o segundo campo cardíaco é constituído de células
progenitoras cardíacas do mesoderma faríngeo.
Células da crista neural também contribuem para a formação do coração, formação do trato de saída
e artérias do arco faríngeo. Por volta do 18º dia o mesoderma lateral, composto por somatopleura e
esplancnopleura, origina os componentes do coração.
As células endocárdicas iniciais se separam do mesoderma para criar tubos cardíacos pareados
(campo cardíaco primário).
São três veias que drenam o sangue para o coração primitivo do embrião de 4 semanas, sendo elas
as veias vitelinas, umbilicais e cardinais comun
Veias vitelinas
A principal função dessa veia é que elas retornam o sangue pobre em oxigênio da vesícula
umbilical. As veias vitelinas acompanham o ducto onfaloentérico para dentro do embrião (que
conecta a vesícula umbilical com o intestino anterior). Após a passagem pelo septo transverso, as
veias vitelinas entram na extremidade vensa do coração, o seio venoso. Com o desenvolvimento, a
veia vitelina esquerda regride e a direita forma a maior parte do sistema porta hepático, assim como
uma porção da veia cava inferior (VCI).
Além disso, conforme o fígado primitivo cresce no septo transverso, os cordões hepáticos sofrem
anastomose ao redor dos espaços revestidos por endotélio, originando os sinusoides hepáticos, que
se conectaram às veias vitelinas
Veias Umbilicais
A principal função é o transporte de sangue bem oxigenado para o saco coriônico. As veias
umbilicais correm de cada lado do fígado, transportando o sangue bem oxigenado da placenta para
o seio venoso. A veia umbilical direita, durante a 7ª semana, desaparece, deixando a veia umbilical
esquerda como único vaso transportando sangue bem oxigenado da placenta para o embrião.
Conforme o fígado se desenvolve, as veias umbilicais perdem suas conexões com o coração e se
esvaziam no fígado. Dessa forma, a umbilical direita e parte cranial da esquerda (entre fígado e seio
venoso) se degeneram; já a parte caudal persiste e se a torna a veia umbilical (transporta sangue da
placenta para o embrião). Em seguida, um desvio venoso ocorre dentro do fígado, o ducto venoso,
conectando a veia umbilical à VCI, permitindo
que a maior parte do sangue vindo da placenta passe diretamente para o coração do embrião, sem
passar pela rede de capilares do fígado.
A principal função é o retorno do sangue pobre em oxigênio do corpo do embrião para o coração.
As veias cardinais anterior e posterior (que drenam porções cranial e caudal do embrião) se unem as
veias cardinais comuns e entram no seio venoso.
Os derivados adultos dessas veias são a raiz da veia ázigo e as veias ilíacas comuns. Por fim, as
veias subcardinais conectadas por meio de uma anastomose subcardinal vão formar o tronco da veia
renal esquerda, veias suprarrenais, gonadais e um segmento da VCI. Já a supracardinal esquerda,
caudal aos rins, se degenera, enquanto a direita se torna porção inferior da VCI
• Segmento hepático: derivado da veia hepática (porção proximal da veia vitelina direita) e
sinusoides hepáticos;
• Segmento pré-renal: derivado da subcardinal-supracardinal;
• Segmento renal: anastomose subcardinal-supracardinal;
• Segmento pós-renal: derivado da supracardinal direita
Os arcos faríngeos se formam entre a 4ª e 5ª semanas, sendo abastecidos pelas artérias dos arcos
faríngeos (ramo do saco aórtico, terminando na aorta dorsal).
São as células da crista neural que se separam em camadas do tubo neural e contribuem para a
formação do trato de saída do coração e para as artérias do arco faríngeo.
As artérias dorsais pareadas, inicialmente, correm através de todo o comprimento do embrião,
sendo, posteriormente, fundida em sua região caudal, formando uma única aorta. A aorta dorsal a
direita regrida e a esquerda se torna a aorta primitiva
As artérias intersegmentares são os 30 ou mais ramos da aorta dorsal que promovem o transporte de
sangue para os somitos e seus derivados.
Em região do pescoço, essas artérias se unem formando uma artéria longitudinal de cada lado, as
artérias vertebrais, perdendo a maioria das suas conexões com a aorta dorsal. No tórax, as artérias
persistem como as artérias intercostais.
No abdome, se tornam as artérias lombares, sendo que o quinto par a dá origem às artérias ilíacas
comuns. Por fim, na região sacral, as artérias intersegmentares formam as artérias sacrais laterais.
Nesse estágio, o coração em desenvolvimento é composto por um tubo endotelial fino, separado de
um miocárdio espesso por uma matriz gelatinosa de tecido conjuntivo, a geleia cardíaca.
O tronco arterioso está contínuo cranialmente ao saco aórtico, de onde surgem as artérias dos arcos
faríngeos. As células progenitoras do segundo campo cardíaco contribuem para a formação das
extremidades arterial e venosa do coração, lembrando que o seio venoso, como mencionado
anteriormente, recebe as veias umbilical, vitelina e cardinal comum do cório.
A extremidade arterial está fixada pelos arcos faríngeos e a venosa pelo septo transverso.
Devido a expressão gênica do gene Pitx2c em campo cardíaco esquerdo, o coração tubular sofre um
giro destro em aproximadamente 23 a 28 dias, formando uma alça direita em forma de U (alça
bulboventricular), resultando em um coração com ápice voltado para esquerda
Conforme o coração se inclina, o átrio e o seio venoso ficam dorsal ao tronco arterioso, bulbo
cardíaco e ventrículo. Além disso, o seio venoso desenvolve expansões laterais, os cornos dos seios
direito e esquerdo
Por fim, enquanto o coração se alonga e inclina gradualmente, também vai se invaginando na
cavidade pericárdica.
Inicialmente, está suspenso na parede dorsal pelo mesentério (mesocárdio dorsal), entretanto, a
porção central do mesentério se degenera, formando uma comunicação, o seio pericárdio
transverso. Assim o coração fica aderido somente às suas extremidades cranial e caudal
Esse sangue do seio venoso chega ao átrio primitivo, tendo seu fluxo controlado por válvulas
sinoatriais (SA). O sangue então passa através do canal atrioventricular (AV) para o ventrículo
primitivo. Ao contrair, o ventrículo bombeia o sangue através do bulbo cardíaco e do tronco
arterioso para o saco aórtico, sendo distribuídos para as artérias do arco faríngeo. O sangue, então,
passa para a aorta dorsal para distribuição ao embrião, placenta e vesícula umbilical.
A septação em canal AV, átrio e ventrículo primitivos e trato de saída se inicia no meio da 4ª
semana, terminando por volta da 8ª semana.
Na 5ª semana, essas estruturas são invadidas por células mesenquimais, aproximando e fundindo os
coxins AV, com formação de canal atrioventricular esquerdo e direito.
Após sinais indutores, as valvas septais se originam dos coxins endocárdicos superior e inferior
fundidos; e as valvas murais, camadas finas e chatas da parede, se originam da camada
mesenquimal. Os coxins endocárdios também originam o septo membranoso do coração.
O átrio primitivo é dividido em direito e esquerdo pela formação de dois septos (com posterior
fusão), os septum primum e septum secundum
O septum primum corresponde a uma fina membrana em forma crescente, que se desenvolve em
direção aos coxins endocárdicos que estão se fundindo no assoalho do átrio primitivo, dividindo-o
em esquerdo e direito.
O foramen primum corresponde a uma grande abertura, localizada entre as margens crescentes
livres e os coxins endocárdicos, funcionando como um desvio para o sangue oxigenado passar do
átrio direito para o esquerdo.
Esse forame vai se tornando menor conforme a dobra mesenquimal do septum primum se funde
com os coxins endocárdicos AV fusionados, até seu desaparecimento, com a formação do septo AV
primitivo.
Antes do foramen primum desaparecer, algumas perfurações produzidas por apoptose aparecem na
parte central do septum primum, assim surge uma segunda abertura no septum, o forame secundum.
A margem livre do septum primum se funde com o lado esquerdo dos coxins endocárdicos
fusionados, obstruindo o foramen primum. O foramen secundum garante o desvio do sangue
oxigenado para o átrio esquerdo.
O septum secundum, a segunda dobra muscular, cresce adjacente ao septum primum durante a 5ª ou
6ª semana. Conforme vai crescendo sobrepõe o foramen secundum no septo primum, formando
uma divisão incompleta entre o átrio, o forame oval. A porção cranial do septum primum aderido ao
átrio esquerdo vai desaparecendo gradualmente. A parte remanescente do septum, aderida aos
coxins endocárdicos fundidos forma a valva do forame oval
Ao final da 4ª semana, o corno direito torna-se maior que o esquerdo e o orifício sinoatrial (SA) vai
se movendo para direita, se abrindo na porção do átrio primitivo que corresponderá ao átrio direito
no adulto. Conforme esse aumento gradual do corno direito do seio venoso, ele passa a receber todo
o sangue da cabeça e do pescoço através da VCS e da placenta e das regiões inferiores do corpo
através da VCI.
Enquanto o corno direito do seio venoso se incorpora ao átrio direito, o corno esquerdo torna-se o
seio coronário.
A incorporação do corno direito ao átrio origina uma porção lisa na parede do átrio direito, interna e
externamente, chamada de sinus venarum e a outra parte da superfície interna anterior possui uma
característica trabeculada e rugosa tanto a parede atrial, quanto a aurícula direita (bolsa muscular
cônica).
Essas duas regiões, lisa e rugosa, derivadas do átrio primitivo são demarcadas internamente pela
crista terminal (parte cranial da valva SA direita) e externamente pelo sulco terminal.
Conforme o átrio se expande, a veia pulmonar primitiva e seus ramos vão sendo incorporados ao
átrio esquerdo, formando os orifícios separados das quatro veias pulmonares ao final da 8ª semana
2. CONHECER A MORFOFUNCIONALIDADE DO SISTEMA
CARDIACO
ANATOMIA DO CORAÇÃO
O coração encontrase no mediastino, uma região anatômica que se estende do esterno à coluna
vertebral, da primeira costela ao diafragma, e entre os pulmões.
O ápice pontiagudo é formado pela ponta do ventrículo esquerdo (a câmara inferior do coração) e
está situado sobre o diafragma.
A base do coração está do lado oposto ao ápice e constitui sua face posterior.
É formada pelos átrios (câmaras superiores) do coração, principalmente o átrio esquerdo
PERICARDIO
O pericárdio é a membrana que envolve e protege o coração. Ele desempenha várias funções
importantes. O pericárdio consiste em duas partes principais: o pericárdio fibroso e o pericárdio
seroso.
Pericárdio fibroso
O pericárdio fibroso é uma camada externa composta por tecido conjuntivo resistente. É
semelhante a uma bolsa que repousa sobre o diafragma e está fixada a ele.
A extremidade aberta do pericárdio fibroso está conectada aos tecidos conjuntivos dos vasos
sanguíneos que entram e saem do coração.
Essa camada evita a hiperdistensão do coração, fornece proteção e ancora o coração no mediastino.
O pericárdio fibroso próximo ao ápice do coração está parcialmente fundido ao tendão central do
diafragma, o que facilita a circulação do sangue pelo coração durante o movimento do diafragma,
como na respiração profunda.
O pericárdio seroso é uma camada mais profunda e fina, que forma uma dupla camada ao redor do
coração.
A camada externa, chamada lâmina parietal do pericárdio seroso, está fundida ao pericárdio fibroso.
A camada interna, chamada lâmina visceral do pericárdio seroso ou epicárdio, é uma das camadas
da parede do coração e adere firmemente à sua superfície.
Entre as camadas parietal e visceral do pericárdio seroso, existe uma fina película de líquido seroso
lubrificante conhecida como líquido pericárdico.
Esse líquido reduz o atrito entre as camadas do pericárdio seroso à medida que o coração se move.
O espaço que contém esse líquido é chamado de cavidade do pericárdio e contém apenas alguns
mililitros de líquido pericárdico.
A parede do coração é composta por três camadas distintas: o epicárdio (camada externa), o
miocárdio (camada intermediária) e o endocárdio (camada interna).
Epicárdio
A camada mais externa é chamada de lâmina visceral do pericárdio seroso. Essa camada fina e
transparente consiste em mesotélio. Abaixo do mesotélio, há uma camada variável de tecido
fibroelástico delicado e tecido adiposo.
O tecido adiposo é mais espesso nas faces ventriculares, onde abriga as principais artérias
coronárias e vasos cardíacos.
A quantidade de gordura varia de pessoa para pessoa, correspondendo à extensão geral de gordura
corporal e geralmente aumenta com a idade.
O epicárdio confere uma textura lisa e escorregadia à superfície externa do coração. Ele contém
vasos sanguíneos, vasos linfáticos e vasos que irrigam o miocárdio.
Miocárdio
As fibras musculares cardíacas são organizadas em feixes que circundam diagonalmente o coração,
gerando as poderosas contrações de bombeamento.
Essas fibras musculares são envolvidas e separadas por bainhas de tecido conjuntivo chamadas
endomísio e perimísio.
Embora o músculo cardíaco seja estriado como o músculo esquelético, é importante ressaltar que
ele é involuntário, assim como o músculo liso.
Endocárdio
O endocárdio, a camada mais interna, é uma fina camada de endotélio revestindo um tecido
conjuntivo fino.
Ele fornece um revestimento liso para as câmaras do coração e cobre as válvulas cardíacas. Esse
revestimento endotelial minimiza o atrito à medida que o sangue passa pelo coração.
O endocárdio está continuamente ligado ao revestimento endotelial dos grandes vasos sanguíneos
conectados ao coração.
CÂMARAS DO CORAÇÃO
As duas câmaras superiores são os átrios, responsáveis pela recepção de sangue dos vasos
sanguíneos que o retornam ao coração, conhecidos como veias.
As duas câmaras inferiores são os ventrículos, responsáveis por bombear o sangue para os vasos
sanguíneos chamados artérias.
Cada átrio possui uma estrutura enrugada em forma de saco na face anterior, chamada aurícula,
devido à sua semelhança com a orelha de um cão. A presença da aurícula aumenta discretamente a
capacidade do átrio, permitindo que ele contenha um maior volume de sangue.
A superfície do coração também apresenta sulcos que contêm vasos sanguíneos coronarianos e uma
quantidade variável de gordura. Cada sulco marca a fronteira externa entre duas câmaras do
coração.
O sulco coronário é profundo e circunda a maior parte do coração, demarcando a fronteira externa
entre os átrios acima e os ventrículos abaixo.
Na face esternocostal do coração, o sulco interventricular anterior é um sulco raso que marca a
fronteira externa entre os ventrículos direito e esquerdo.
Esse sulco continua ao redor da face posterior do coração como o sulco interventricular posterior,
que demarca a fronteira externa entre os ventrículos na face posterior do coração.
ÁTRIO DIREITO
O átrio direito é responsável por formar a margem direita do coração e recebe sangue de três veias:
a veia cava superior, a veia cava inferior e o seio coronário.
A parede posterior é lisa, enquanto a parede anterior é áspera devido à presença de cristas
musculares chamadas de músculos pectíneos, que também se estendem até a aurícula.
Entre o átrio direito e o átrio esquerdo, há uma partição fina chamada septo interatrial.
Nesse septo, destaca-se uma depressão oval conhecida como fossa oval, que é o remanescente do
forame oval, uma abertura presente no septo interatrial do coração fetal e que normalmente se fecha
logo após o nascimento.
O sangue passa do átrio direito para o ventrículo direito por meio da valva atrioventricular direita,
também chamada de valva tricúspide, pois é composta por três válvulas.
As valvas cardíacas são constituídas por tecido conjuntivo denso revestido pelo endocárdio.
VENTRICULO DIREITO
O ventrículo direito é responsável por formar a maior parte da face esternocostal do coração e
possui uma espessura média de cerca de 4 a 5 μm.
O interior do ventrículo direito apresenta cristas formadas por feixes elevados de fibras musculares
cardíacas chamadas de trabéculas cárneas.
Algumas dessas trabéculas cárneas são responsáveis por transmitir parte do sistema de condução do
coração.
As válvulas da valva atrioventricular direita estão conectadas às cordas tendíneas, que, por sua vez,
estão ligadas a músculos papilares em forma de cone chamados músculos papilares. Internamente, o
ventrículo direito é separado do ventrículo esquerdo por uma partição chamada de septo
interventricular.
O sangue passa do ventrículo direito através da valva do tronco pulmonar para uma grande artéria
chamada de tronco pulmonar. O tronco pulmonar se divide em artérias pulmonares direita e
esquerda, responsáveis por transportar o sangue até os pulmões. Vale ressaltar que as artérias
sempre levam o sangue para longe do coração.
ÁTRIO ESQUERDO
O átrio esquerdo possui uma espessura aproximadamente igual à do átrio direito e forma a maior
parte da base do coração.
Ele recebe o sangue dos pulmões por meio das quatro veias pulmonares.
Assim como o átrio direito, o interior do átrio esquerdo possui uma parede posterior lisa.
No entanto, ao contrário do átrio direito, a parede anterior do átrio esquerdo também é lisa, pois os
músculos pectíneos estão restritos à aurícula do átrio esquerdo.
O sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo por meio da valva atrioventricular
esquerda, anteriormente chamada de valva bicúspide ou mitral, que é composta por duas válvulas.
VENTRÍCULO ESQUERDO
O ventrículo esquerdo é a câmara mais espessa do coração, com uma média de 10 a 15 mm, e forma
o ápice do coração. Assim como o ventrículo direito, o ventrículo esquerdo possui trabéculas
cárneas e cordas tendíneas que ancoram as válvulas da valva atrioventricular esquerda aos músculos
papilares.
O sangue passa do ventrículo esquerdo através da valva da aorta, localizada na parte ascendente da
aorta. Uma porção do sangue da aorta é direcionada para as artérias coronárias, que se ramificam da
parte ascendente da aorta e fornecem sangue para a parede do coração.
A parte restante do sangue segue para o arco da aorta e para a parte descendente da aorta, que
percorre a região torácica e abdominal. Ramos do arco da aorta e da parte descendente da aorta
distribuem o sangue por todo o corpo.
Durante a vida fetal, existe um vaso sanguíneo temporário chamado ducto ou canal arterial, que
desvia o sangue do tronco pulmonar para a aorta. Isso faz com que apenas uma pequena quantidade
de sangue entre nos pulmões fetais não funcionais. Após o nascimento, o ducto arterial
normalmente se fecha, deixando um remanescente conhecido como ligamento arterial, que conecta
o arco da aorta e o tronco pulmonar.
ESPESSURA E FUNÇÃO DO MIOCARDIO
A espessura do miocárdio varia nas quatro câmaras do coração de acordo com suas funções. Os
átrios possuem paredes finas, entregando o sangue aos ventrículos adjacentes com menos pressão.
Por outro lado, os ventrículos bombeiam o sangue a distâncias maiores e sob maior pressão, por isso
suas paredes são mais espessas.
Embora os ventrículos direito e esquerdo atuem como duas bombas separadas, ejetando volumes
iguais de sangue simultaneamente, o ventrículo direito tem uma carga de trabalho menor.
Ele bombeia o sangue a uma curta distância para os pulmões, a uma pressão inferior e com
resistência ao fluxo sanguíneo pequena. Em contraste, o ventrículo esquerdo bombeia o sangue por
grandes distâncias para todas as outras partes do corpo, com maior pressão e maior resistência ao
fluxo sanguíneo.
Portanto, o ventrículo esquerdo trabalha muito mais arduamente do que o ventrículo direito para
manter o mesmo fluxo sanguíneo.
A anatomia dos dois ventrículos confirma essa diferença funcional, já que a parede muscular do
ventrículo esquerdo é consideravelmente mais espessa do que a parede do ventrículo direito.
Além disso, o lúmen do ventrículo esquerdo tem um formato mais ou menos circular, em contraste
com o ventrículo direito, cujo formato é discretamente semilunar.
Além do tecido muscular cardíaco, a parede do coração possui tecido conjuntivo denso que forma o
esqueleto fibroso do coração.
Esse esqueleto é composto por quatro anéis de tecido conjuntivo denso que circundam as valvas
cardíacas, se unem entre si e se fundem ao septo interventricular.
Além de fornecer uma estrutura de suporte para as valvas cardíacas, o esqueleto fibroso evita o
estiramento excessivo das valvas durante o fluxo sanguíneo. Também serve como ponto de fixação
para os feixes de fibras musculares cardíacas e atua como um isolante elétrico entre os átrios e
ventrículos.
Em comparação às fibras musculares esqueléticas, as fibras musculares cardíacas são mais curtas,
menos circulares em um corte transversal e apresentam ramificações, dando-lhes uma aparência
escalonada.
As extremidades das fibras estão conectadas às fibras vizinhas por discos intercalares, que contêm
desmossomos e junções comunicantes.
Essas junções permitem a transmissão de potenciais de ação entre as fibras vizinhas, permitindo que
todo o miocárdio se contraia de forma coordenada.
As mitocôndrias são maiores e mais numerosas nas fibras musculares cardíacas em comparação
com as fibras musculares esqueléticas. Elas ocupam 25% do espaço do citosol nas fibras cardíacas,
enquanto apenas 2% nas fibras esqueléticas.
As fibras musculares cardíacas possuem o mesmo arranjo de actina e miosina, bem como as
mesmas bandas, zonas e discos Z que as fibras musculares esqueléticas.
Os túbulos transversos no músculo cardíaco são mais largos, mas menos abundantes em
comparação com o músculo esquelético, havendo um único túbulo transverso por sarcômero no
disco Z.
O retículo sarcoplasmático das fibras musculares cardíacas é um pouco menor do que nas fibras
musculares esqueléticas, resultando em uma menor reserva intracelular de Ca²⁺ no músculo
cardíaco.
O potencial de ação, por outro lado, refere-se às variações rápidas do potencial de repouso das
células excitáveis, que variam de voltagens negativas a positivas, retornando a valores negativos
após a despolarização, ou seja, ao potencial de repouso, que possui valor negativo. Todo esse
processo é importante para que as células transmitam sinais e realizem suas funções.
TRANSPORTE DE MEMBRANA
Os canais iônicos são proteínas transportadoras que atravessam a membrana plasmática (proteínas
transmembrana), e eles são específicos, ou seja, pelo canal de sódio apenas atravessam íons Na+,
pelos canais de potássio apenas passam íons K+ e assim por diante e, além disso, a maioria desses
canais não ficam permanentemente abertos, sendo são controlados pela voltagem (canais
dependentes de voltagem), como os canais de sódio e os canais de potássio. Os canais dependentes
de voltagem possuem uma comporta de ativação e outra de inativação.
O sódio e potássio também são transportados para fora e para dentro da célula por meio da bomba
de potássio, que coloca 3 íons Na+ para fora ao mesmo tempo que permite a entrada de 2 íons K+
na célula.
O transporte através de proteínas transportadoras e bombas iônicas gasta cerca 20% da energia basal
do organismo, apenas para a manutenção das concentrações iônicas dentro e fora da célula.
Assim, as proteínas transportadoras e bombas iônicas permitem a troca de íons entre os meios
interno e externos à célula, promovendo os potenciais de repouso e de ação.
POTENCIAL DE REPOUSO
Todas as células possuem potenciais elétricos através de suas membranas, porém algumas células
são chamadas de excitáveis, que são as células neurais (neurônios) e as células musculares (lisas e
esqueléticas), isso porque elas apresentam a capacidade de autogeração de impulsos eletroquímicos
em suas membranas.
Além das células excitáveis, as células glandulares, macrófagos e células ciliadas também realizam
suas funções a partir dos potenciais elétricos.
Todas as células, no entanto, apresentam uma diferença de potencial elétrico através de suas
membranas, o que se deve ao fato do meio intracelular acumular cargas negativas, principalmente
devido às proteínas intracelulares (ânions), e o meio extracelular acumular cargas positivas,
representadas pelos íons de carga positiva. Os principais íons que promovem essa diferença de
potencial são o sódio (Na+), potássio (K+) e cloreto (Cl-). Isso caracteriza o potencial de repouso.
Em uma condição hipotética, ao adicionarmos soluções de íons em uma solução sem barreiras
físicas, os íons, através de movimentos randômicos, tenderão ao equilíbrio, ou seja, as
concentrações dos íons serão iguais em toda a solução.
No corpo humano, as membranas plasmáticas constituem barreiras físicas, que regulam a passagem
desses íons.
Assim, o neurônio, por exemplo, graças à sua membrana, apresenta concentrações iônicas
intracelulares diferentes das concentrações iônicas de seu meio extracelular, o que estabelece uma
diferença de carga.
Tanto no meio intracelular quanto no meio extracelular há cargas positivas e negativas, porém o
potencial de repouso é naturalmente negativo devido à carga negativa exercida pelas cadeias laterais
das proteínas intracelulares, e com isso ocorre uma atração de cargas positivas para o interior da
célula.
Quando a célula está em repouso, a membrana é permeável aos íons K+, ou seja, os canais de
potássio se encontram abertos quando a carga da membrana é negativa (potencial de repouso),
permitindo a saída desses íons para o meio extracelular, que são movidos pelo seu gradiente de
concentração.
Nesse momento, os canais de sódio estão fechados, assim não ocorre influxo de íons Na+ na célula.
Com isso, há uma diferença entre os dois lados da membrana, chamada de força de difusão ou
gradiente de concentração.
A saída de íons K+ deixa o meio intracelular com cargas negativas acumuladas (proteínas), o que
por sua vez, atrai os íons K+ para o meio intracelular (força elétrica), seguindo seu gradiente
bioelétrico, e esses movimentos de saída e entrada do potássio se equilibram, com isso, não há um
movimento real dessas cargas (movimento absoluto nulo), pois as forças de difusão e elétrica ficam
equilibradas, ou seja, a saída de um íon de potássio através da força de difusão é compensada pela
entrada de outro íon potássio através da força elétrica exercida pela carga negativa das proteínas
intracelulares.
A diferença entre as concentrações dos diferentes íons entre os dois meios se dá principalmente
pelos canais abertos de íons potássio, que aumenta a permeabilidade da membrana aos íons K+, e
pela bomba de sódio e potássio, que promove a entrada de dois átomos de potássio e saída de três
átomos de sódio da célula.
Essa diferença de potencial pode ser vista através do osciloscópio. Ao inserir dois eletrodos no lado
externo da membrana, é possível verificar uma ausência de potencial elétrico, demonstrada pela
voltagem em torno de 0 V.
Porém, ao inserir o eletrodo de medida dentro da célula, observa-se uma redução do potencial para
o valor de -80 mV, que é a diferença de potencial entre os meios intra e extracelular, ou seja, o
potencial de repouso, estabelecido pelas diferentes concentrações iônicas nos dois meios.
Isso ocorre, porque, como a membrana é permeável a pequenos íons inorgânicos, há grande
mobilidade desses íons, e com isso os fluidos intra e extracelular são eletricamente neutros, pois o
movimento que afeta a voltagem membranar se restringe a uma fina camada próxima às superfícies
da membrana não afeta a eletroneutralidade desses meios por ser relativamente pequeno.
O equilíbrio entre os íons que podem atravessar a membrana e os que não podem é chamado de
equilíbrio de Gibbs-Donnan, definido pelo equilíbrio que ocorrem entre as cargas das soluções.
Aqui é importante pontuar que partículas grandes carregadas negativamente, como as proteínas, que
não podem atravessar a membrana plasmática, atraem os íons de cargas positivas e repelem os íons
de carga negativa, estabelecendo um gradiente elétrico de concentração de íons.
FIBRAS AUTORRITMICAS
A rede de fibras musculares especializadas chamadas fibras autorritmicas sao responsaveis pela
atividade eletrica inerente e ritmica das contrações cardiacas, pois são autoexcitáveis.
Elas continuam estimulando o coração a contrair, mesmo após terem sido removidas do corpo -
como por exemplo quando o coração é retirado para ser transplantado para outra pessoa - e todos os
seus nervos foram seccionados
As fibras musculares cardíacas se conectam às fibras vizinhas por discos intercalares, que contem
desmossosmos e junções comunicantes.
1. Agem como marca-passo, definindo o ritmo da exitação elétrica que provoca a contração do
coração.
1.
Excitação cardiaca normalmente começa no nó sinoatrial (SA). As cels do SA nao tem potencial de
repouso estável.
Em vez disso, elas despolarizam repetida e espontaneamente ate um limiar.
Cada potencial de ação do no SA sae propaga ao longo de ambos os atrios via juncoes comunicantes
nos discos intercalares das fibras musculares atriais.
2.
Ao ser conduzido ao longo das fibras musculares atriais, o potencial de ação alcança o nó
atrioventricular (AV), local onde o potencial de ação se desacelera consideravelmente, como
resultado de varias diferenças na estrutura celular do nó AV.
Este atraso fornece tempo para os atrios drenarem seu sangue para os ventriculos
3.
A partir do nó AV, o potencial de ação entra no fascículo atrioventricular (AV) (feixe de His).
Este fascículo é o unico local em que os potenciais de ação podem ser conduzidos dos atrios para os
ventriculos. (Em outros lugares o esqueleto fibroso do coração isola eletricamente os atrios dos
ventriculos
4.
Depois da propagacao pelo fasciculo AV o potencial de ação entra nos ramos direito e esquerdo. Os
ramos se estendem ao longo do septo interventricular em direção ao apice do coração
5.
FIBRAS CONTRÁTEIS
O potencial de ação iniciado pelo nó SA propaga-se pelos sitema de condução e se espalha para
excitar as fibras musculares atriais e ventriculares atuantes, chamadas de fibras contráteis.
1. Despolarização:
Quando uma fibra contratil alcança seu limiar por um potencial de ação de fibras vizinhas, seus
canais de Na+ acionados por voltagem se abrem.
Estes canais de íons sódio são chamados de “rápidos” porque se abrem muito rapidamente em
resposta a despolarização no nível do limiar.
A abertura destes canais possibilita a entrada de Na + , porque o citosol das fibras contráteis é
eletricamente mais negativo do que o líquido intersticial e a concentração de Na + é mais elevada
no líquido intersticial.
É em parte decorrente da abertura dos lentos canais de Ca 2+ acionados por voltagem do sarcolema.
Quando estes canais se abrem, os íons cálcio se movem do líquido intersticial (que tem uma maior
concentração de Ca 2+ ) para o citosol.
Este influxo de Ca 2+ faz com que ainda mais Ca 2+ saia do retículo sarcoplasmático para o citosol
por canais adicionais de Ca 2+ da membrana do retículo sarcoplasmático.
Pouco antes da fase de platô começar, alguns desses canais de K + se abrem, possibilitando que os
íons potássio saiam da fibra contrátil.
Por isso, a despolarização é sustentada durante a fase de platô porque o influxo de Ca 2+ equilibra a
saída de K + .
A fase de platô dura cerca de 0,25 s, e o potencial de membrana da fibra contrátil está próximo de 0
mV. Para comparação, a despolarização em um neurônio ou de fibra muscular esquelética é muito
mais breve, de cerca de 1 ms (0,001 s), porque falta uma fase de platô.
3. Repolarização:
Substancias que alteram o fluxo de Ca2+ atraves dos lentos canais de Ca2+ influenciam a força das
contrações cardiacas.
A epinefrina por exemplo aumenta a força de contração melhorando o fluxo de Ca2+ para o citosol
------------------------------------------------------------------------
No musculo, o periodo refratario é o intervalo de tempo durante o qual uma segunda contração nao
pode ser acionada.
O periodo refratario de uma fibra muscular cardiaca dura mais tempo do que a contração
propriamente.
Como resultado, outra contração nao pode começar ate que o relaxamento esteja bem encaminhado.
Por isso a tetania (contração mantida) nao pode ocorrer no musculo cardiaco como no musc
esqueletico, pois se não o fluxo sanguineo cessaria no coração.
o feixe A-V que conduz os impulsos dos atrios para os ventriculos e os ramos direito e esquerdo do
feixe de fibras de Purkinje, que conduzem os impulsos cardiacos para todas as partes dos
ventriculos
Entretanto, as fibras do nodo sinusal se conectam diretamente as fibras musculares atriais, de modo
que qualquer potencial de ação que se inicie no nodo sinusal se difunde de imediato apra a parede
do musculo atrial.
A fibra sinusal tem negatividade de aproximadamente -55 a -60 mV comparada com -85 a -90 mV
da fibra muscular ventricular.
A explicação para esas menor negatividade é que as membranas celulares das fibras sinusais sao
mais permeaveis ao calcio e ao sodio, e as cargas positivas desses ions, que cruzam a membrana,
neutralizam boa parte da negatividade celular
Em virtude da alta concentração de íons sódio no líquido extracelular por fora da fibra nodal, além
do número razoável de canais de sódio já abertos, os íons positivos de sódio tendem a vazar para o
interior dessas células.
É por isso que, entre os batimentos cardíacos, o influxo de sódio positivamente carregado provoca
lento aumento do potencial de membrana de repouso em direção aos valores positivos.
O potencial “de repouso” gradualmente aumenta e fica menos negativo entre dois batimentos
cardíacos. Quando o potencial atinge o limiar de voltagem de cerca de −40 milivolts, os canais de
cálcio do tipo L são “ativados”, originando o potencial de ação.
Portanto, basicamente é o vazamento inerente das fibras do nodo sinusal que causa a autoexcitação.
Por que esse vazamento de íons sódio e cálcio não faz com que essas fibras permaneçam
continuamente despolarizadas? Dois eventos que acontecem durante o potencial de ação evitam este
estado de despolarização constante.
Primeiro, os canais de cálcio do tipo L se inativamem 100 a 150 milissegundos após sua abertura, e
segundo nesse mesmo tempo grande número de canais de potássio se abre.
Assim, o influxo de íons positivos (cálcio e sódio) cessa, enquanto ao mesmo tempo, grandes
quantidades de íons positivos de potássio se difundem para o exterior da fibra.
Esses dois efeitos negativam o potencial de membrana que volta a seu valor de repouso e, portanto,
põem fim ao potencial de ação. Na sequência, os canais de potássio permanecem abertos por mais
alguns décimos de segundo, permitindo, temporariamente, a saída de cargas positivas do interior da
célula, resultando em excesso de negatividade dentro da fibra; esse fenômeno se chama
hiperpolarização.
O estado de hiperpolarização leva de início os valores do potencial de membrana “de repouso” até
cerca de −55 a −60 milivolts, quando termina o potencial de ação.
Por que esse estado de hiperpolarização não se mantém permanentemente? A explicação é que pelos
próximos décimos de segundo, após o fim do potencial de ação, cada vez mais canais de potássio
vão progressivamente se fechando.
O vazamento das cargas de sódio e cálcio para o interior da célula mais uma vez desequilibra e
ultrapassa o efluxo de cargas de potássio, fazendo com que o potencial “de repouso” se eleve mais
uma vez para, por fim, atingir o limiar de descarga do potencial, em torno de −40 milivolts.
As extremidades das fibras do nodo sinusal conectam-se diretamente ao tecido musuclar atrial
circundante. Assim, potenciais de ação originados no nodo sinusal se propagam para diante por
essas fibras musculares atriais.
Desse modo, o potencial de ação se espalha por toda a massa muscular atrial e, por fim, ate o nodo
A-V.
A causa da maior evlocidade de conducao nas vias internodais anterior, media e posterior sao as
fibras condutoras especializadas, semelhantes as fibras de purkinje ventriculares.
O sistema condutor atrial é organizado de tal modo que o impulso cardiaco nao se propague dos
atrios aos ventriculos muito rapidamente.
Tal retardo permite que os atrios se contraiam e esvaziem seu conteudo nos ventriculos antes que
comece a contração ventricular.
Os responsáveis por esse retardo da transmissao para os ventriculos sao principalmente o nodo A-V
e suas fibras condutoras adjacentes.
Causa da condução lenta nas fibras transicionais, nodais e do feixe penetrante A-V
Explicada pelo reduzido numero de junções comunicantes entre as sucessivas celulas das vias de
conducao, de modo que existe grande resistencia para a passagem de ions excitatorios de uma fibra
condutora para a proxima.
A condução do nodo A-V pelo feixe AV para os ventriculos é feita pelas fibras de Purkinje
especializadas. Exceto em sua porcao inicial, onde atravessam a barreira fibrosa AV, elas tem
caracteristicas funcionais que sao praticamente opostas as das fibras do noso AV.
Sao fibras muito calibrosas, mesmo maiores que as fibras musculares normais do ventriculo, e
conduzem potenciais de ação com velocidade seis vezes maior que a do musculo ventricular comum
e 150 vezes maior que a velocidade de algumas fibras do nodo A-V.
Essa velocidade permite a transmissão quase instantanea do impulso cardiaco por todo o restante do
musculo ventricular.
A transmissão rapida dos potenciais de acao delas é creditada à permeabilidade muito alta das
juncoes comunicantes nos discos intercalados, entre as sucessivas cels que constituem as fibras de
purkinje.
Essas fibras tambem contem poucas miofibrilas, o que significa que elas pouco ou nada se contraem
durante a transmissão do impulso
Uma caract especial do feixe AV é a incapacidade, exceto em estados anormais, dos potenciais de
acao de serem conduzidos retrpgradamente para os atrios a partir dos ventriculos.
Esse fato impede a reentrada de impulsos cardiacos por essa via, dos ventriculos para os atrios,
permitindo apenas conducao anterograda dos atrios para os ventriculos.
Deve ser lembrado que, exceto pelas fibras do feixe A-V os atrios e os ventriculos sao
completamente separados por barreira fibroas continua.
Essa barreira normalmente funciona como isolante para evitar a passagem do impulso dos atrios
para os ventriculos por qualquer via que nao a anterograda pelo proprio feixe A-V
Uma vez tendo atingida toda a extremidade final das fibras de Purkinje o impulso é transmitido para
toda a mssa muscular ventricular pelas proprias fibras musculares.
O impulso normalmente se origina do nodo SA, porém em certas condições isso não acontece.
O nodo sinusal controla a ritmicidade cardiaca pois a descarga é consideravelmente mais rapida que
a autoexcitação natural do nodo A-V e das fibras de Purnkinje.
A cada descarga sinusal seu impulso é conduzido para o nodo AV e para as fibras de Purkinje
causando assim, a descarga de suas membranas excitaveis.
Entretanto, o nodo sinusal pode de novo atingir seu limiar antes que o nodo AV ou as fibras de P
atinjam seus proprios limiares de autoexcitação.
Portanto, o novo estimulo sinusal descarrega o nodo AV e as fibras de Purk antes que suas
autoexcitações ocorram.
No músculo cardíaco, um potencial de ação também inicia o acoplamento EC, contudo, o potencial
de ação origina-se espontaneamente nas células marca-passo do coração e se propaga para as
células contráteis através das junções comunicantes.
Outros aspectos do acoplamento EC cardíaco são similares aos processos encontra?dos na contração
dos músculos esquelético e liso.
(1)
Um potencial de ação que entra em uma célula contrátil se move pelo sarcolema e entra nos túbulos
T
(2)onde abre os canais de Ca2 dependentes de voltagem tipo L na membrana das células
(3) . O Ca2 entra nas células através desses canais, movendo-se a favor do seu gradiente
eletroquímico. A entrada de cálcio abre os canais liberadores de cálcio do tipo rianodínico (RyR) no
retículo sarcoplasmático
(5)A abertura múltipla de diferentes canais RyR se somam para criar o sinal de Ca2
A contração ocorre pelo mesmo tipo de movimento de deslizamento de filamentos que ocorre no
músculo esquelético
(8) Como no musculo esqueletico o Ca2+ é transportado de volta para o reticulo sarcoplasmatico
com a ajuda da Ca2+-ATPase.
(9) Entretanto no musculo cardiaco o Ca2+ tambem é removido de dentro da cel pelo trocador Na+-
Ca2+ (NCX)
(10) O sódio que entra na celula durante essa troca é removido pela Na+-K+-ATPase.
Os nervos parassimpaticos (vagos) distribuem-se majoritariamente para os nodos S-A e A-V, pouco
menos para a musculatura atrial e muito pouco para o musculo ventricular.
Os nervos simpaticos por outro lado distribuem-se por todas as porções do coração com forte
representação no musculo ventricular, bem como em outras áreas.
Além disso, a estimulação intensa dos vagos pode interromper por completo a excitacao ritmica do
nodo sinusal ou pode bloquear a transmissao do impulso cadiaco dos atrios para os ventriculos pelo
nodo AV
Esse processo provoca aumento da negatividade no interior das celulas, efeito esse conhecido como
hiperpolarização, que torna esses tecidos excitaveis muito menos excitaveis.
Alem disso, aumenta também a força de contração de toda a musculatura cardiaca, tanto atrial
quanto ventricular.
A estimulação maxima pode tripliacr a FC e duplicar a força de contração.
A norepinefrina por sua vez estimula os receptores adrenergicos beta 1 mediadores do efeito sobre a
FC.
O mecanismo pelo qual a estimulacao adrenergica beta 1 atua sobre as fibras musc do coracao ainda
nao esta totalmente esclarecido, mas acredita-se que aumente a permeabilidade das fibras aos ions
sodio e calcio, que torna o potencial de repouso mais positivo.
O aumento da permeabilidad aos ions calcio é no minimo paricalmente resposnavel pelo aumento
da força de contração do miocardio, sob a influencia de estimulo simpatico, ja que o Ca
desempenha potente papel na excitação e nos processos contrateis das miofibrilas
Enquanto uma camara do coração se contrai, a pressao arterial dentro dela aumenta.
SISTOLE ATRIAL
Durante a sistole atrial, que dura cerca de 0,1s, os atrios estao se contraindo. Ao mesmo tempo os
ventriculos estao relaxados:
2. A despolarização atrial causa a sistole atrial. Conforme o atrio se contrai, ele exerce pressao sobre
o sangue dentro dele, o que o força a passar atraves das valvas AV abertas para os ventriculos.
3. A sistole arial contribui com os ultimos 25mL de sangue ao volume ja existente em cada
ventriculo. O fim da sistole atrial é tambem o fim da diastole ventricular (relaxamento). Assim caad
ventriculo contem cerca de 130mL no final do seu periodo de relaxamento (diastole). Este volume
de sangue é chamado de volume diastólico final (VDF)
4. O complexo QRS no ECG marca o inicio da despolarização ventricular.
SISTOLE VENTRICULAR
Durante a sistole ventricular, que dura cerca de 0,3s, os ventriulos se contraem. Ao mesmo tempo,
os atrios estao relaxados na diastole atrial.
6. A contração continuada dos ventrículos faz com que a pressão no interior das câmaras aumente
acentuadamente. Quando a pressão ventricular esquerda ultrapassa a pressão aórtica em cerca de 80
milímetros de mercúrio (mmHg) e a pressão ventricular direita sobe acima da pressão no tronco
pulmonar (cerca de 20 mmHg), as valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem. Neste momento,
começa a ejeção de sangue do coração. O período durante o qual as valvas do tronco pulmonar e da
aorta estão abertas é a ejeção ventricular, que tem a duração de cerca de 0,25 s.
A pressão no ventrículo esquerdo continua subindo até cerca de 120 mmHg, e a pressão no
ventrículo direito sobe para cerca de 25 a 30 mmHg.
7. O ventrículo esquerdo ejeta cerca de 70 mℓ de sangue para a aorta, e o ventrículo direito ejeta o
mesmo volume de sangue para o tronco pulmonar. O volume remanescente em cada ventrículo no
final da sístole, cerca de 60 mℓ, é o volume sistólico final (VSF). O volume sistólico, o volume
ejetado a cada batimento por cada ventrículo, é igual ao volume diastólico final menos o volume
sistólico final: VS = VDF – VSF. Em repouso, o volume sistólico é de aproximadamente 130 mℓ –
60 mℓ = 70 mℓ.
PERIODO DE RELAXAMENTO
Durante o período de relaxamento, que dura cerca de 0,4 s, os átrios e os ventrículos estão
relaxados. Conforme aumenta a frequência cardíaca, o período de relaxamento tornase cada vez
mais curto, enquanto a duração da sístole atrial e da sístole ventricular se encurta apenas
discretamente.
10. Conforme os ventrículos continuam relaxando, a pressão cai rapidamente. Quando a pressão
ventricular cai abaixo da pressão atrial, as valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem e começa
o enchimento ventricular. A maior parte do enchimento ventricular ocorre logo após a abertura das
valvas do tronco pulmonar e da aorta. O sangue que fluiu para os átrios e ali se acumulou durante a
sístole ventricular então se desloca rapidamente para os ventrículos. No final do período de
relaxamento, os ventrículos estão cerca de 75% cheios. A onda P aparece no ECG, sinalizando o
início de outro ciclo cardíaco.
DEBITO CARDIACO
O DC é o volume de sangue ejetado pelo ventriculo esquerdo (ou VD) na aorta (ou tronco
pulmonar) a cada minuto.
O DC é igual ao volume sistolico (VS), o volume de sangue ejetado pelo ventriculo a cada
contração, multiplicado pela frequencia cardiaca FC.
DC = VS x FC
Este volume é proximo do volume total de sangue, que é de cerca de 5l em um homem adulto
tipico.
Assim, todo o volume de sangue flui pelas circulacoes pulmonar e sistemica a cada minuto.
Fatores que aumentam o volume sistolico ou fc normalmente elevam o DC.
Durante o exercicio leve, o volume sistolico pode aumentar para 100ml/batimento, e a fc para 100
bpm. O debito cardiaco entao seria de 10 l/min
Durante o exercicio intenso, mas ainda nao maximo, o dc pode chegar a 19,5l/min
As pessoas com cardiopatia grave podem ter pouca ou nenhuma reserva cardiaca, o que limita a sua
capaciadde de realizar ate mesmo as tarefas simples da vida diária.
Um coração saudável bombeia o sangue que entrou em suas câmaras durante a diástole anterior. Em
outras palavras, se mais sangue retornou ao coração durante a diástole, então mais sangue será
ejetado na próxima sístole.
Três fatores regulam o volume sistólico e garantem que os ventrículos esquerdo e direito bombeiem
volumes iguais de sangue:
(3) póscarga, a pressão que tem de ser sobrepujada antes que possa ocorrer ejeção do sangue a partir
dos ventrículos.
PRE-CARGA
A maior précarga (estiramento) nas fibras musculares cardíacas antes da contração aumenta a sua
força de contração.
A précarga pode ser comparada ao estiramento de uma faixa de borracha. Quanto mais esticada está
a faixa de borracha, com mais força ela retornará quando liberada.
Dentro de certos limites, quanto mais o coração se enche de sangue durante a diástole, maior será a
força de contração durante a sístole. Esta relação é conhecida como a Lei de FrankStarling do
coração.
A précarga é proporcional ao volume diastólico final (VDF) (o volume de sangue que enche os
ventrículos no final da diástole).
Normalmente, quanto maior é o VDF, mais forte é a contração seguinte.
Quando a frequência cardíaca aumenta, a duração da diástole é menor. Menos tempo de enchimento
significa um VDF menor, e os ventrículos podem se contrair antes que sejam devidamente
preenchidos.
Por outro lado, quando o retorno venoso aumenta, um maior volume de sangue flui para os
ventrículos, e o VDF é aumentado. Quando a frequência cardíaca ultrapassa cerca de 160 bpm, o
volume sistólico geralmente declina em decorrência do tempo de enchimento curto.
Nestas frequências cardíacas rápidas, o VDF é menor, e a précarga é menor.
As pessoas que têm frequências cardíacas de repouso mais lentas geralmente têm grandes volumes
sistólicos de repouso, porque o tempo de enchimento é prolongado e a précarga é maior.
A lei de FrankStarling do coração equaliza o volume ejetado pelos ventrículos direito e esquerdo e
mantém o mesmo volume de sangue que flui para as circulações sistêmica e pulmonar. Se o lado
esquerdo do coração bombeia um pouco mais de sangue do que o lado direito, o volume de sangue
que retorna para o ventrículo direito (retorno venoso) aumenta.
O aumento do VDF faz com que o ventrículo direito se contraia com mais força no próximo
batimento, trazendo os dois lados de volta ao equilíbrio.
PÓS-CARGA
A ejeção de sangue do coração começa quando a pressão no ventrículo direito excede a pressão no
tronco pulmonar (cerca de 20 mmHg), e quando a pressão no ventrículo esquerdo excede a pressão
na aorta (cerca de 80 mmHg).
Nesse momento, a pressão mais elevada no sangue faz com que os ventrículos pressionem as
válvulas semilunares a abrir. A pressão que precisa ser superada antes de que uma válvula semilunar
possa abrir é denominada póscarga.
Um aumento da póscarga faz com que o volume sistólico diminua, de modo que mais sangue
permanece nos ventrículos no final da sístole. As condições que podem aumentar a póscarga
incluem a hipertensão (pressão arterial elevada) e o estreitamento das artérias pela aterosclerose
Fornece informações da estrutura cardíaca, como tamanho e forma das câmaras cardíacas, assim
como a morfologia e função das valvas.
Além disso, pela possibilidade de avaliação em tempo real, permite a análise das funções sistólica e
diastóli-
ca.
A maior parte dos serviços realiza o ecocardiograma transtorácico (ETT), que é mais disponível e
não necessita de sedação do paciente. Porém, pode ser complementado pela ecocardiografia
transesofágica (ETE), que oferece uma resolução melhorada pela maior proximidade do transdutor
com as estruturas cardíacas.
Cada câmara e valva podem ser avaliadas qualitativamente e quantitativamente para definir
qualquer alterações no tamanho e forma do coração.
Para isso, são levados em consideração valores normais estabelecidos para várias estruturas
cardíacas.
ASPECTOS TÉCNICOS
O ecocardiograma pode ser realizado por diversos modos, como o modo M e o modo
bidimensional. O modo M é o modo unidimensional utilizado para medir distâncias e avaliar
movimentação das válvulas.
O efeito Doppler é utilizado para avaliar a movimentação dos fluidos, ou seja, o fluxo sanguíneo.
Dessa forma, pode-se avaliar a velocidade, a direção e o padrão do fluxo sanguíneo, principalmente
nas valvas cardíacas. O doppler pode ser pulsátil (abaixo) ou colorido, no qual há distinção do
sentido do sangue através das cores azul e vermelha.
A janela paraesternal é a principal, na qual se pode ter o eixo longo (longitudinal), no qual é
possível a observação das 4 câmaras cardíacas; e o eixo curto (transversal), em que pode-se
observar o VD, o VE e o septo interventricular. A janela subcostal é importante para avaliação do
pericárdio, podendo identificar um derrame pericárdico; a janela apical, por sua vez, consegue
identificar a presença de aneurismas apicais.
AVALIAÇÃO ESTRUTURAL
A avaliação estrutural da presença ou não de hipertrofia é feita pelo cálculo do índice de massa
(g/m²), com base na espessura da parede e o tamanho da câmara.
SE LIGA! Nos casos de insuficiência mitral, geralmente a FEVE está superestimada, porque nem
todo sangue que sai do VE vai para a aorta: uma parte desloca para o átrio esquerdo.
O método de Teichholz não é uma medida muito precisa, já que avalia apenas um corte, e um
pequeno erro de medida pelo examinador pode gerar um resultado bem discrepante; esse método
não deve ser usado em situações de alteração segmentar.
O método de Simpson leva em consideração 2 cortes, o que o torna mais preciso. A função
diastólica está relacionada com a IC diastólica, que pode ser dividida em disfunção diastólica grau 1
até grau 3 (padrão restritivo), através da observação das ondas E e A.
9. CONHECER OS FUNDAMENTOS DO
ELETROCARDIOGRAMA, SUA REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
NORMAL, E SUA RELAÇÃO COM AS FASES DO CICLO
CARDIACO
O ECG é composto pelo registro do potencial de ação produzido por todas as fibras musculares do
coração durante cada batimento cardíaco. O instrumento utilizado para registrar as alterações é um
eletrocardiógrafo.
Na prática clínica, posicionamse eletrodos nos braços e pernas (derivações dos membros) e em seis
posições do tórax (derivações torácicas) para registrar o ECG.
Em um registro típico, três ondas claramente reconhecíveis aparecem a cada batimento cardíaco.
A primeira, chamada onda P, é um pequeno desvio para cima no ECG. A onda P representa a
despolarização atrial, que se propaga do nó SA ao longo das fibras contráteis em ambos os átrios.
A segunda onda, denominada complexo QRS, começa com uma deflexão para baixo, continua
como uma grande onda vertical triangular, e termina como uma onda descendente. O complexo
QRS representa a despolarização ventricular rápida, conforme o potencial de ação se propaga ao
longo das fibras contráteis ventriculares.
A terceira onda é um desvio para cima em forma de cúpula chamada de onda T. Indica a
repolarização ventricular e ocorre apenas quando os ventrículos começam a relaxar. A onda T é
menor e mais larga do que o complexo QRS, porque a repolarização ocorre mais lentamente do que
a despolarização.
A onda T é mais plana do que o normal quando o músculo cardíaco não está recebendo oxigênio
suficiente – como por exemplo na doença da artéria coronária. A onda T pode estar elevada na
hiperpotassemia (nível de K + elevado no sangue).
A análise de um ECG também envolve medir os intervalos de tempo entre ondas, que são chamados
intervalos ou segmentos. Por exemplo, o intervalo PQ é o tempo desde o início da onda P até o
início do complexo QRS. Representa o tempo de condução do início da excitação atrial até o início
da excitação ventricular.
Dito de outro modo, o intervalo PQ é o tempo necessário para que o potencial de ação avance pelos
átrios, nó atrioventricular e fibras restantes do sistema de condução.
Quando o potencial de ação é forçado a desviar de um tecido cicatricial causado por distúrbios
como uma doença da artéria coronária e febre reumática, o intervalo PQ se alonga. O segmento ST,
que começa no fim da onda → e termina no início da onda T, representa o momento em que as
fibras contráteis ventriculares são despolarizadas durante a fase de platô do potencial de ação.
O segmento ST está elevado (acima da linha de base) no IAM e deprimido (abaixo da linha de base)
quando o músculo cardíaco não recebe oxigênio suficiente.
O intervalo QT se estende do início do complexo QRS até ao final da onda T. É o tempo a partir do
início da despolarização ventricular até o fim da repolarização ventricular.
O intervalo QT pode ser prolongado por dano miocárdico, isquemia miocárdica (diminuição do
fluxo sanguíneo) ou anormalidades de condução. Às vezes, é útil avaliar a resposta do coração ao
estresse do exercício físico (provas de esforço) (ver Distúrbios | Desequilíbrios homeostáticos no
final deste capítulo).
Embora artérias coronárias estreitadas consigam transportar sangue oxigenado suficiente enquanto a
pessoa está em repouso, elas não serão capazes de atender a um aumento da demanda miocárdica de
oxigênio durante o exercício extenuante. Esta situação cria alterações que podem ser vistas em um
eletrocardiograma.
Batimentos cardíacos anormais e um fluxo sanguíneo inadequado para o coração podem ocorrer
momentaneamente ou de modo imprevisível. Para detectar esses problemas, utilizase a
eletrocardiografia ambulatorial contínua.
Neste procedimento, a pessoa usa um monitor portátil (monitor Holter), que registra um ECG
continuamente por 24 h.
Eletrodos conectados ao tórax são conectados ao monitor, e as informações sobre a atividade do
coração são armazenadas no monitor e recuperadas mais tarde pela equipe médica
O termo sístole referese à fase de contração; a fase de relaxamento é a diástole. As ondas do ECG
predizem o momento da sístole e diástole atrial e ventricular. Em uma frequência de 75 bpm, a
sincronização é a seguinte
1. Um potencial de ação cardíaco surge no nó SA. Ele se propaga ao longo do músculo atrial e para
baixo em direção ao nó AV em cerca de 0,03 s. Enquanto as fibras contráteis atriais se
despolarizam, a onda P aparece no ECG.
2. Depois do início da onda P, os átrios se contraem (sístole atrial). A condução do potencial de ação
se desacelera no nó AV, porque as fibras têm diâmetros muito menores e menos junções
comunicantes. (O trânsito diminui de modo semelhante quando uma rodovia com quatro pistas se
estreita para uma só pista em uma área de reforma!) O 0,1 s de atraso resultante possibilita tempo
para os átrios se contraírem, aumentando assim o volume de sangue nos ventrículos antes de a
sístole ventricular começar
3. O potencial de ação se propaga rapidamente de novo depois de entrar no fascículo AV. Cerca de
0,2 s após o início da onda P, ele se propagou ao longo dos ramos, ramos subendocárdios e todo o
miocárdio ventricular. A despolarização progride para baixo pelo septo, para cima a partir do ápice,
e para fora da superfície do endocárdio, produzindo o complexo QRS. Ao mesmo tempo, ocorre a
repolarização atrial, mas esta normalmente não é evidente em um ECG, porque os complexos QRS
maiores a mascaram.
4. A contração das fibras contráteis ventriculares (sístole ventricular) começa pouco depois do
complexo QRS aparecer e continua durante o segmento ST. Conforme a contração prossegue do
ápice à base do coração, o sangue é espremido para cima em direção às válvulas semilunares.
5. A repolarização das fibras contráteis ventriculares começa no ápice e se espalha por todo o
miocárdio ventricular. Isso produz a onda T do ECG em cerca de 0,4 s depois do início da onda P.
6. Logo após a onda T começar, os ventrículos começam a relaxar (diástole ventricular). Em 0,6 s, a
repolarização ventricular está completa e as fibras contráteis ventriculares estão relaxadas.
Durante o próximo 0,2 s, as fibras contráteis dos átrios e ventrículos estão relaxadas. Em 0,8 s, a
onda P aparece novamente no ECG, os átrios começam a se contrair, e o ciclo se repete.
As arritmias podem ser causadas por fatores que estimulam o coração, como estrese, cafeína, álcool,
nicotina, cocaína e determinados fármacos que contêm cafeína ou outros estimulantes.
As arritmias também podem ser causadas por um defeito congênito, Doença da artéria coronária,
infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, valvas cardíacas defeituosas, doença reumática do
coração, hipertireoidismo e deficiência de potássio.
As arritmias são categorizadas de acordo com sua velocidade, ritmo e origem do problema.
As arritmias que começam nos átrios são chamadas arritmias supraventriculares ou atriais; aquelas
que se originam nos ventrículos são chamadas arritmias ventriculares.
Consiste em uma frequência cardíaca rápida, mas regular (160 a 200 bpm), que se origina nos
átrios.
Os episódios começam e terminam repentinamente e podem durar de alguns minutos a várias horas.
A TSV às vezes pode ser interrompida por manobras que estimulam o nervo vago (X) e diminuem a
frequência cardíaca.
Estes incluem fazer força como se tentasse evacuar, esfregar a área sobre a artéria carótida no
pescoço para estimular o seio carótico (não recomendado para pessoas com mais de 50 anos, uma
vez que pode causar um acidente vascular encefálico), e mergulhar o rosto em uma bacia com água
gelada.
O tratamento também pode envolver antiarrítmicos e destruição da via anormal por ablação por
radiofrequência
BLOQUEIO CARDÍACO
É uma arritmia do coração que ocorre quando as vias elétricas entre os átrios e os ventrículos estão
bloqueadas, retardando a transmissão de impulsos nervosos.
No bloqueio AV de segundo grau, alguns dos potenciais de ação a partir do nó SA não são
conduzidos ao longo do nó AV. O resultado são batimentos “perdidos” por causa da excitação que
nem sempre alcança os ventrículos.
é um batimento cardíaco que ocorre mais cedo do que o esperado e interrompe brevemente o ritmo
cardíaco normal. Muitas vezes, provoca uma sensação de um batimento cardíaco perdido seguido
por um batimento cardíaco mais forte. As CAPs se originam do miocárdio atrial e são comuns em
indivíduos saudáveis
O flutter atrial consiste em contrações atriais rápidas e regulares (240 a 360 bpm), acompanhadas de
um bloqueio atrioventricular (AV) em que alguns dos impulsos nervosos do nó SA não são
conduzidos pelo nó AV
É uma arritmia comum que afeta a maior parte das pessoas idosas em que a contração das fibras
atriais é assíncrona (e não em uníssono), de modo que o bombeamento atrial cessa completamente.
Os átrios podem bater a 300 a 600 bpm. Os ventrículos também podem acelerar, resultando em um
batimento cardíaco rápido (até 160 bpm). O ECG de um indivíduo com fibrilação atrial
normalmente não tem ondas P claramente definidas e complexos QRS (e intervalos RR)
irregularmente espaçados.
Como os átrios e ventrículos não batem no ritmo, o batimento cardíaco é irregular no tempo e força.
Em um coração de outro modo forte, a fibrilação atrial reduz a eficácia do bombeamento do coração
em 20 a 30%.
A complicação mais perigosa da fibrilação atrial é o AVE, porque o sangue pode estagnar nos átrios
e formar coágulos sanguíneos.
Um AVE ocorre quando parte de um coágulo sanguíneo obstrui uma artéria que irriga o encéfalo
Outra modalidade de arritmia, surge quando um foco ectópico, uma região do coração que não faz
parte do sistema de condução, tornase mais excitável do que o normal e causa a ocorrência de um
potencial de ação anormal ocasional.
Conforme a onda de despolarização se espalha a partir do foco ectópico, provoca uma contração
ventricular prematura (batimento).
As contrações ventriculares prematuras podem ser relativamente benignas e podem ser causadas por
estresse emocional, ingestão excessiva de estimulantes, como cafeína, álcool ou nicotina, e a falta
de sono. Em outros casos, os batimentos prematuros podem refletir uma doença subjacente
É uma arritmia que se origina nos ventrículos e é caracterizada por quatro ou mais contrações
ventriculares prematuras. Isso faz com que os ventrículos batam muito rápido (pelo menos 120
bpm) .
A TV está quase sempre associada à cardiopatia ou a um infarto agudo do miocárdio e pode evoluir
para uma arritmia muito grave chamada fibrilação ventricular.
É a arritmia mais mortal, em que as contrações das fibras ventriculares são completamente
assíncronas, de modo que os ventrículos palpitam em vez de se contraírem de modo coordenado.
Durante a fibrilação ventricular, o ECG não tem ondas P, complexos QRS nem ondas T claramente
definidos.
A causa mais comum da fibrilação ventricular é o fluxo inadequado de sangue ao coração em razão
de uma doença da artéria coronária, como ocorre durante um infarto agudo do miocárdio. Outras
causas são o choque cardiovascular, o choque elétrico, o afogamento, e níveis muito baixos de
potássio.
O choque elétrico é produzido por um aparelho chamado de desfibrilador e aplicado por meio de
dois grandes eletrodos em forma de pá pressionados contra a pele do tórax.
Os pacientes que têm um alto risco de morrer de perturbações do ritmo cardíaco agora podem
receber um desfibrilador cardioversor automático (AICD), um dispositivo implantado que monitora
o ritmo cardíaco e entrega um pequeno choque diretamente ao coração em caso de ocorrência de
uma perturbação de ritmo potencialmente fatal.
Do tamanho de um computador portátil, os DAE são utilizados por equipes de emergências e são
encontrados em frequência cada vez maior em locais públicos, como estádios, cassinos, aeroportos,
hotéis e shopping centers.
A desfibrilação também pode ser utilizada como um tratamento de emergência para a parada
cardíaca.
Entretanto, é importante reconhecer que muitos agentes antiarrítmicos não são bloqueadores
totalmente seletivos dos canais de Na+, K+ ou Ca2+; na verdade, muitos desses fármacos
bloqueiam mais de um tipo de canal.
So - Bloqueadores de sódio
B - Beta bloqueadores
K - Bloqueadores de canal de potássio
Ca - Bloqueadores de canal de cálcio
O bloqueio dos canais de Na+ deixa menos canais disponíveis para abrir em resposta à
despolarização da membrana, elevando, assim, o limiar para o disparo do potencial de ação e
lentificando a taxa de despolarização.
Ambos os efeitos estendem a duração da fase 4 e, por conseguinte, diminuem a frequência cardíaca.
Os fármacos da classe I ligam-se mais rapidamente aos canais de sódio abertos ou inativados do que
aos completamente repolarizados após a recuperação do ciclo de despolarização prévio.
Por isso, esses fármacos mostram maior grau de bloqueio em tecidos que são despolarizados
frequentemente. Essa propriedade é denominada dependência de uso (ou dependência de estado), e
possibilita a esses fármacos bloquearem células que estão disparando em uma frequência
anormalmente alta, sem interferir na frequência normal baixa de batimentos cardíacos.
Os fármacos da classe I são subdivididos em três grupos de acordo com seus efeitos na duração do
potencial de ação ventricular.
Mecanismo de Ação: Em comparação com os agentes antiarrítmicos da classe IA, que se ligam
preferencialmente aos canais de Na+ abertos, os fármacos da classe IB ligam-se aos canais de Na+
tanto abertos quanto inativados.
Por conseguinte, quanto maior o tempo durante o qual os canais de Na+ permanecem no estado
aberto ou inativado, maior o bloqueio passível de ser exercido pelos antiarrítmicos da classe IB.
Esses antiarrítmicos exercem relativamente pouco efeito sobre o tecido cardíaco normal.
Mecanismo de Ação
Os antiarrítmicos da classe IC são os mais potentes bloqueadores dos canais de Na+ e promovem
redução da condução elétrica tanto em células de potenciais rápidos como lentos, sem alterar a
repolarização.
São várias as gerações de antagonistas β, cada qual com propriedades farmacológicas ligeiramente
diferentes.
Mecanismo de Ação
Embora o coração seja capaz de bater por si próprio sem a inervação do sistema nervoso autônomo,
tanto as fibras simpáticas como as parassimpáticas inervam os nós SA e AV, e alteram, portanto, a
frequência de automaticidade.
A estimulação simpática libera norepinefrina, que se liga aos receptores β1-adrenérgicos nos tecidos
nodais. (Os receptores β1-adrenérgicos constituem o subtipo adrenérgico preferencialmente
expresso no tecido cardíaco).
Os antagonistas β1 afetam os potenciais de ação dos nós SA e AV por meio das seguintes ações:
Mecanismo de Ação
A abertura de canais de potássio está associada a efluxo de potássio, produzindo uma fase de platô
mais longa e prolongamento da repolarização. A capacidade dos bloqueadores dos canais de K+ de
aumentar a duração do platô é responsável tanto por seus usos farmacológicos quanto por seus
efeitos adversos.
A capacidade da amiodarona de exercer essa diversidade de efeitos pode ser explicada por seu
mecanismo de ação: alteração da membrana lipídica na qual se localizam canais iônicos e
receptores.
Em todos os tecidos cardíacos, amiodarona aumenta o período refratário efetivo por meio do
bloqueio dos canais de K+ responsáveis pela repolarização; esse prolongamento da duração do
potencial de ação diminui a reentrada.
Como potente agente de classe I, amiodarona bloqueia os canais de Na+ e, por conseguinte, diminui
a frequência de disparo nas células marca-passo; exibe bloqueio dos canais de Na+ dependente do
uso por sua ligação preferencial aos canais que estão na conformação inativada.
Esse fármaco antagoniza não seletivamente os receptores β-adrenérgicos (ação de classe II) e
aumenta a duração do potencial de ação ao bloquear os canais de K+ (ação da classe III).
Os fármacos da classe IV são os bloqueadores dos canais de cálcio não di-hidropiridinas verapamil
e diltiazem.
Mecanismo de Ação
Os fármacos que bloqueiam os canais de Ca2+ cardíacos atuam preferencialmente nos tecidos
nodais SA e AV, uma vez que esses tecidos marca-passo dependem das correntes de Ca2+ para a
fase de despolarização do potencial de ação.
Em contrapartida, os bloqueadores dos canais de Ca2+ exercem pouco efeito sobre os tecidos
dependentes dos canais de Na+ rápidos, como fibras de Purkinje e músculos atrial e ventricular.
A principal ação terapêutica dos antiarrítmicos de classe IV consiste em tornar mais lenta a ascensão
do potencial de ação nas células do nó AV, resultando em diminuição da velocidade de condução
através do nó AV.
Artérias
Arteríolas
Capilares
Vênulas
Veias
As artérias de médio porte então se dividem em pequenas artérias, as quais por sua vez se dividem
em artérias ainda menores chamadas arteríolas.
Conforme as arteríolas entram em um tecido, se ramificam em diversos vasos minúsculos chamados
capilares.
As paredes finas dos capilares possibilitam a troca de substâncias entre o sangue e os tecidos do
corpo.
Grupos de capilares no tecido se unem para formar pequenas veias chamados vênulas.
Estas, por sua vez, se fundem para formar vasos sanguíneos progressivamente maiores chamados
veias.
As veias são os vasos sanguíneos que conduzem o sangue dos tecidos de volta para o coração.
A parede de um vaso sanguíneo é composta por três camadas, ou túnicas, de tecidos diferentes:
As três camadas estruturais de um vaso sanguíneo qualquer, da mais interna para a mais periférica,
são a túnica íntima, a túnica média e a túnica externa.
Modificações nessa estrutura básica respondem pelos cinco tipos de vasos sanguíneos e pelas
diferenças estruturais e funcionais entre os vários tipos de vasos.
TUNICA ÍNTIMA
A túnica íntima forma o revestimento interno de um vaso sanguíneo e está em contato direto com o
sangue que flui pelo lúmen, ou luz, do vaso.
Embora a túnica tenha várias partes, seus componentes teciduais contribuem minimamente para a
espessura da parede do vaso. Sua camada mais interna é chamada endotélio, que é contínuo com o
endocárdio.
O endotélio é uma lâmina fina de células planas que revestem a face interna de todo o sistema
circulatório (coração e vasos sanguíneos).
Até recentemente, as células endoteliais eram consideradas como pouco mais do que uma barreira
passiva entre o sangue e o restante da parede do vaso. Sabese agora que as células endoteliais são
participantes ativas em inúmeras atividades relacionadas com vasos, incluindo influências físicas
sobre o fluxo sanguíneo, secreção de mediadores químicos de ação local que influenciam o estado
contrátil do músculo liso sobrejacente ao vaso e assistência com a permeabilidade capilar.
Além disso, a sua face luminal lisa facilita o fluxo sanguíneo eficiente, reduzindo o atrito
superficial. O segundo componente da túnica íntima é uma membrana basal profunda ao endotélio.
Ela fornece uma base de apoio físico para a camada epitelial. Sua estrutura de fibras colágenas
confere à membrana basal substancial resistência à tração, além de resiliência ao estiramento e
distensão.
A parte mais externa da túnica íntima, que forma a fronteira entre a túnica íntima e a túnica média, é
a lâmina elástica interna.
A lâmina elástica interna é uma lâmina fina de fibras elásticas com número variável de aberturas
semelhantes a janelas (fenestrações) que lhe conferem o aspecto de um queijo suíço. Estas
fenestrações facilitam a difusão de materiais através da túnica íntima para a túnica média mais
espessa.
TUNICA MÉDIA
A túnica média é uma camada de tecidos muscular e conjuntivo que apresenta a maior variação
entre os diferentes tipos de vasos.
Na maioria dos vasos, é uma camada relativamente espessa que compreende células de músculo
liso e, principalmente, quantidades substanciais de fibras elásticas.
A principal função das células musculares lisas, que se estendem circularmente em torno do lúmen
como um anel circunda o dedo, é regular o diâmetro do lúmen.
A taxa de fluxo sanguíneo nas diferentes partes do corpo é regulada pela magnitude da contração do
músculo liso nas paredes de vasos específicos. Além disso, a magnitude da contração do músculo
liso em tipos específicos de vasos é crucial na regulação da pressão arterial.
TÚNICA EXTERNA
O revestimento externo de um vaso sanguíneo, a túnica externa, é composto por fibras elásticas e
colágenas. A túnica externa contém diversos nervos e, especialmente nos grandes vasos, minúsculos
vasos sanguíneos que irrigam o tecido da parede do vaso.
Esses pequenos vasos que fornecem sangue para os tecidos do vaso são chamados vasos dos vasos,
ou vasa vasorum. Eles são facilmente vistos em grandes vasos, como a aorta. Além da importante
função de fornecer nervos e vasa vasorum à parede do vaso, a túnica externa ajuda a ancorar os
vasos aos tecidos circundantes.
ARTÉRIAS
A parede de uma artéria tem as três túnicas de um vaso sanguíneo normal, mas tem uma espessa
túnica média muscular a elástica.
ARTERIAS ELÁSTICAS
Elas têm o maior diâmetro entre as artérias, mas suas paredes (cerca de 1/10 do diâmetro total do
vaso) são relativamente finas em comparação ao tamanho total do vaso.
Estes vasos são caracterizados por lâminas elásticas interna e externa bem definidas, juntamente
com uma túnica média espessa que é dominada por fibras elásticas, chamadas lamelas elásticas.
As artérias elásticas incluem os dois troncos principais que saem do coração (a aorta e o tronco
pulmonar), juntamente com os principais ramos iniciais da aorta, como o tronco braquiocefálico, a
artéria subclávia, a artéria carótida comum e a artéria ilíaca comum.
Conforme o sangue é ejetado do coração para as artérias elásticas, suas paredes se distendem,
acomodando facilmente o pulso de sangue. Quando elas se esticam, as fibras elásticas
momentaneamente armazenam energia mecânica, funcionando como um reservatório de pressão .
Como conduzem sangue do coração para as artérias médias, mais musculosas, as artérias elásticas
são também chamadas artérias condutoras.
ARTERIAS MUSCULARES
As artérias de médio porte são chamadas artérias musculares, porque sua túnica média contém mais
músculo liso e menos fibras elásticas do que as artérias elásticas.
A abundância de músculo liso, aproximadamente 75% da massa total, torna as paredes das artérias
musculares relativamente espessas.
Assim, as artérias musculares conseguem se dilatar e contrair mais para se ajustar à velocidade do
fluxo sanguíneo. As artérias musculares têm uma lâmina elástica interna bem definida, mas uma
lâmina elástica externa fina.
Estas duas lâminas elásticas formam os limites interno e externo da túnica média muscular.
Nas grandes artérias, a espessura da túnica média pode alcançar até 40 camadas de células
musculares lisas dispostas circunferencialmente, enquanto nas artérias menores, existem poucas
camadas (até mesmo 3).
Em comparação com as artérias elásticas, a parede do vaso das artérias musculares representa uma
porcentagem maior (25%) do diâmetro total do vaso.
Uma vez que as artérias musculares continuam ramificandose e, por fim, distribuem sangue para
todos os órgãos, elas são chamadas artérias distributivas.
A túnica externa muitas vezes é mais espessa do que a túnica média nas artérias musculares. Esta
camada externa contém fibroblastos, fibras colágenas e fibras elásticas, todos orientados
longitudinalmente.
A estrutura frouxa desta camada possibilita que ocorram alterações no diâmetro do vaso, mas
também impede o encurtamento ou a retração do vaso quando ele é seccionado.
Por causa da diminuição do tecido elástico nas paredes das artérias musculares, estes vasos não
conseguem dilatar e ajudar a impulsionar o sangue como as artérias elásticas.
Em vez disso, a espessa túnica média muscular é a principal responsável pelas funções das artérias
musculares.
ANASTOMOSES
A maioria dos tecidos do corpo recebe sangue de mais de uma artéria. A união dos ramos de duas ou
mais artérias que irrigam uma mesma região do corpo é chamada anastomose .
As anastomoses entre as artérias constituem vias alternativas para o sangue chegar a um tecido ou
órgão. Se o fluxo sanguíneo for interrompido por um curto período de tempo quando movimentos
normais comprimem um vaso, ou se o vaso for bloqueado por uma doença, lesão ou cirurgia, então
a circulação para essa parte do corpo não é necessariamente interrompida.
A via alternativa de fluxo sanguíneo para uma parte do corpo por meio de uma anastomose é
conhecida como circulação colateral.
As anastomoses também podem ocorrer entre veias e entre arteríolas e vênulas.
As artérias que não se anastomosam são conhecidas como artérias terminais. A obstrução de uma
artéria terminal interrompe a irrigação sanguínea a todo um segmento de órgão, provocando necrose
(morte) desse segmento.
Vias alternativas de sangue também podem ser fornecidas por vasos sem anastomose que irrigam
uma mesma região do corpo.
ARTERÍOLAS
Significando literalmente pequenas artérias, as arteríolas são abundantes vasos microscópicos que
regulam o fluxo sanguíneo para as redes capilares dos tecidos do corpo.
As arteríolas têm uma túnica íntima fina com uma lâmina elástica interna fina, fenestrada, que
desaparece na extremidade terminal.
A túnica média é constituída por uma a duas camadas de células musculares lisas que têm uma
orientação circular na parede do vaso.
A extremidade terminal da arteríola, a região chamada metarteríola, se afunila em direção à junção
capilar.
Na junção metarteríolacapilar, a célula muscular mais distal forma o esfíncter précapilar, que
monitora o fluxo sanguíneo para o capilar; as outras células musculares da arteríola regulam a
resistência (oposição) ao fluxo sanguíneo
A túnica externa da arteríola é constituída por tecido conjuntivo areolar contendo numerosos nervos
simpáticos amielínicos.
Esta inervação simpática, juntamente com as ações dos mediadores químicos locais, pode alterar o
diâmetro das arteríolas e, portanto, variar a velocidade do fluxo sanguíneo e a resistência ao longo
destes vasos.
As arteríolas têm uma participação essencial na regulação do fluxo sanguíneo das artérias para os
vasos capilares, regulando a resistência, a oposição ao fluxo sanguíneo decorrente do atrito entre o
sangue e as paredes dos vasos sanguíneos. Por isso, são conhecidas como vasos de resistência.
Quando o diâmetro do vaso sanguíneo é menor, o atrito é maior, de modo que há mais resistência.
A contração do músculo liso de uma arteríola provoca vasoconstrição, o que aumenta ainda mais a
resistência e diminui o fluxo sanguíneo para os vasos capilares irrigados por essa arteríola.
Em contrapartida, o relaxamento do músculo liso das arteríolas provoca vasodilatação, que diminui
a resistência e aumenta o fluxo sanguíneo para os vasos capilares.
A mudança do diâmetro da arteríola pode afetar também a pressão arterial: a constrição das
arteríolas aumenta a pressão arterial, e a dilatação das arteríolas diminui a pressão arterial
CAPILARES
O capilar, o menor dos vasos sanguíneos forma as curvas em U que conectam o efluxo arterial ao
retorno venoso.
Como os eritrócitos têm um diâmetro de 8 μm, frequentemente precisam se dobrar sobre si mesmos
a fim de passar em fila indiana pelos lumens desses vasos.
Os capilares formam uma rede extensa, , ramificados e interconectados, que passam entre cada
grupo de células do corpo. Esta rede constitui uma enorme área de superfície que entra em contato
com as células do corpo.
O fluxo do sangue de uma metarteríola para os capilares e para uma vênula póscapilar (vênula que
recebe sangue de um capilar) é chamada microcirculação do corpo.
A função primária dos capilares é a troca de substâncias entre o sangue e o líquido intersticial. Por
causa disto, estes vasos de paredes finas são chamados vasos de troca.
Capilares são encontrados perto de quase todas as células do corpo, mas seu número varia de acordo
com a atividade metabólica do tecido irrigado.
Como as paredes dos capilares são compostas por apenas uma única camada de células endoteliais
e uma membrana basal, uma substância do sangue precisa atravessar apenas uma camada de células
para alcançar o líquido intersticial e as células teciduais.
A troca de materiais ocorre apenas pelas paredes dos capilares e o início de vênulas; as paredes das
artérias, das arteríolas, da maioria das vênulas e das veias constituem uma barreira muito espessa.
Os capilares formam redes de ramificação extensas que aumentam a área de superfície disponível
para a troca rápida de materiais.
Na maioria dos tecidos, o sangue flui por apenas uma pequena parte da rede capilar quando as
necessidades metabólicas são baixas.
No entanto, quando um tecido está ativo, como um músculo em contração, toda a rede capilar se
enche com sangue.
Em todo o corpo, os capilares atuam como parte do leito capilar, uma rede de 10 a 100 capilares que
emerge de uma única metarteríola.
Em quase todo o corpo, o sangue flui por uma rede capilar de uma arteríola para uma vênula, como
se segue:
Capilares
Nesta via, o sangue flui de uma arteríola para os capilares e, em seguida, para as vênulas (vênulas
póscapilares).
Como observado anteriormente, nas junções entre a metarteríola e os capilares estão anéis de fibras
musculares lisas chamadas esfíncteres précapilares, que controlam o fluxo sanguíneo nos capilares
.
Quando os esfíncteres précapilares estão relaxados (abertos), o sangue flui para os capilares ;
quando os esfíncteres précapilares se contraem (se fecham parcial ou totalmente), o fluxo sanguíneo
nos capilares cessa ou diminui.
Tipicamente, o sangue flui de modo intermitente pelos capilares por causa da contração e do
relaxamento alternados da musculatura lisa das metarteríolas e dos esfíncteres précapilares.
Esta contração e esse relaxamento intermitentes, que pode ocorrer de 5 a 10 vezes por minuto, é
chamado vasomoção.
Canal preferencial:
A extremidade proximal de uma metarteríola está rodeada por fibras musculares lisas dispersas,
cuja contração e relaxamento ajudam a regular o fluxo sanguíneo.
A extremidade distal do vaso não tem músculo liso; assemelhase a um capilar e é chamado canal
preferencial. Este canal oferece uma rota direta para o sangue de uma arteríola para uma vênula,
sem passar pelos capilares.
O corpo contém três tipos diferentes de capilares: capilares contínuos, capilares fenestrados e vasos
sinusoides.
A maioria dos capilares é de capilares contínuos, em que as membranas plasmáticas das células
endoteliais formam um tubo contínuo, que é interrompido apenas por fendas intercelulares, lacunas
entre células endoteliais vizinhas.
Os capilares contínuos são encontrados na parte central do sistema nervoso, nos pulmões, no tecido
muscular e na pele.
Outro tipo de capilar do corpo são os capilares fenestrados. As membranas plasmáticas das células
endoteliais nesses capilares têm muitas fenestrações, pequenos poros com 70 a 100 nm de diâmetro.
Os capilares fenestrados são encontradas nos rins, nas vilosidades do intestino delgado, nos plexos
corióideos dos ventrículos no encéfalo, nos processos ciliares dos olhos e na maioria das glândulas
endócrinas.
Os vasos sinusoides são mais largos e mais sinuosos do que os outros capilares. Suas células
endoteliais têm fenestrações excepcionalmente grandes.
Além de ter uma membrana basal incompleta ou ausente , os vasos sinusoides têm fendas
intercelulares muito grandes, que possibilitam que as proteínas e, em alguns casos, até mesmo as
células do sangue passem de um tecido para a corrente sanguínea.
Por exemplo, as células do sangue recémformadas entram na corrente sanguínea por meio dos vasos
sinusoides da medula óssea.
Além disso, os vasos sinusoides contêm células de revestimento especializadas que são adaptadas à
função do tecido.
Os vasos sinusoides do fígado, por exemplo, contêm células fagocíticas que removem bactérias e
outros detritos do sangue. O baço, a adenohipófise e as glândulas paratireoides e suprarrenais
também têm vasos sinusoides.
VÊNULAS
Ao contrário de suas correspondentes arteriais de paredes espessas, as vênulas e veias têm paredes
finas que não mantêm facilmente a sua forma. As vênulas drenam o sangue capilar e iniciam o fluxo
de retorno do sangue de volta ao coração.
Como observado anteriormente, as vênulas que primeiro recebem sangue dos capilares são
chamadas vênulas póscapilares. Estas são as menores vênulas.
Elas têm junções intercelulares pouco organizadas (os contatos endoteliais mais fracos são
encontrados ao longo de toda a árvore vascular) e, portanto, são muito porosas. Atuam em
importantes locais de troca de nutrientes e escórias metabólicas e emigração de leucócitos.
Por esta razão, formam parte da unidade de troca microcirculatória, juntamente com os capilares.
Conforme as vênulas póscapilares se afastam dos capilares, adquirem uma ou duas camadas de
células musculares lisas dispostas circularmente.
Estas vênulas musculares têm paredes mais espessas, através das quais a troca com o líquido
intersticial não pode mais ocorrer.
As paredes finas das vênulas póscapilares e musculares são os elementos mais distensíveis do
sistema vascular; isso lhes possibilita expandir e servir como excelentes reservatórios de grandes
volumes de sangue. Foram mensurados aumentos de 360% no volume de sangue nas vênulas pós-
capilares e musculares.
VEIAS
Enquanto as veias mostram alterações estruturais conforme aumentam de tamanho de pequeno para
médio para grande, essas alterações não são tão evidentes como nas artérias.
As veias, em geral, têm paredes muito finas em relação ao seu diâmetro total (a espessura média é
menor do que 1/10 do diâmetro do vaso).
Embora as veias sejam compostas por, essencialmente, as mesmas três túnicas que as artérias, as
espessuras relativas dessas túnicas são diferentes. A túnica íntima das veias é mais fina do que a das
artérias; a túnica média das veias é muito mais fina do que a das artérias, com relativamente pouco
músculo liso e fibras elásticas. A túnica externa das veias é a mais espessa e é composta por
colágeno e fibras elásticas.
As veias não têm a lâmina elástica interna ou externa encontrada nas artérias .
São distensíveis o suficiente para se adaptar às variações de pressão e ao volume de sangue que
passa por elas, mas não são concebidas para suportar altas pressões.
O lúmen de uma veia é maior do que o de uma artéria comparável, e as veias frequentemente
parecem colabadas (achatadas) quando seccionadas. A ação de bombeamento do coração é um fator
importante no deslocamento do sangue venoso de volta ao coração.
A contração dos músculos esqueléticos dos membros inferiores também ajuda a impulsionar o
retorno venoso para o coração . A pressão sanguínea média nas veias é consideravelmente mais
baixa do que nas artérias.
A diferença de pressão pode ser observada quando o sangue flui de um vaso seccionado. O sangue
sai de uma veia seccionada em um fluxo lento e contínuo, mas jorra rapidamente de uma artéria
seccionada. A maioria das diferenças estruturais entre as artérias e as veias reflete esta diferença de
pressão.
Por exemplo, as paredes das veias não são tão fortes quanto as das artérias.
Muitas veias, especialmente as dos membros, também contêm válvulas, pregas finas de túnica
íntima que formam válvulas semelhantes a abas.
As válvulas da válvula se projetam para o lúmen, apontando para o coração . A baixa pressão
arterial nas veias possibilita que o sangue que retorna ao coração desacelere ou até mesmo retorne;
as válvulas auxiliam no retorno venoso impedindo o refluxo do sangue.
O seio venoso é uma veia com uma parede endotelial fina que não tem músculo liso para alterar seu
diâmetro. Em um seio venoso, o tecido conjuntivo denso circundante substitui as túnicas média e
externa no fornecimento de suporte.
Por exemplo, os seios venosos durais, que são apoiados pela duramáter, levam o sangue
desoxigenado do encéfalo para o coração.Outro exemplo de um seio vascular é o seio coronário do
coração.
Enquanto as veias seguem vias semelhantes às de suas artérias homólogas, elas diferem das artérias
em diversas maneiras, além das estruturas de suas paredes.
Em primeiro lugar, as veias são mais numerosas do que as artérias por vários motivos. Algumas
veias formam pares e acompanham artérias musculares de médio a pequeno porte. Estes conjuntos
duplos de veias escoltam as artérias e se conectam por canais venosos chamados veia anastomótica.
As veias anastomóticas cruzam a artéria acompanhante formando “degraus” entre o par de veias . A
maior quantidade de pares de veia ocorre no interior dos membros. A camada subcutânea profunda à
pele é outra fonte de veias. Estas veias, chamadas veias superficiais, atravessam a tela subcutânea
desacompanhadas de artérias paralelas.
Ao longo de seu curso, as veias superficiais formam pequenas conexões (anastomoses) com as veias
profundas que estão entre os músculos esqueléticos. Estas conexões possibilitam a comunicação
entre os fluxos sanguíneos profundo e superficial.
O fluxo sanguíneo pelas veias superficiais varia de um local para outro no interior do corpo. No
membro superior, as veias superficiais são muito mais espessas do que as veias profundas; atuam
como as principais vias dos capilares do membro superior de volta ao coração.
No membro inferior, o oposto é verdadeiro; as veias profundas atuam como as principais vias de
retorno.
Na verdade, as válvulas unidirecionais dos pequenos vasos anastomóticos possibilitam que o sangue
passe das veias superficiais para as veias profundas, mas evitam que o sangue passe no sentido
inverso.
A contração dos ventrículos produz a pressão arterial (PA), a pressão hidrostática exercida pelo
sangue nas paredes de um vaso sanguíneo.
A PA é mais alta na aorta e nas grandes artérias sistêmicas; em um adulto jovem em repouso, a PA
sobe para cerca de 110 mmHg durante a sístole (contração ventricular) e cai para cerca de 70 mmHg
durante a diástole (relaxamento ventricular).
A pressão arterial sistólica (PAS) é a maior pressão alcançada nas artérias durante a sístole e a
pressão arterial diastólica (PAD) é a pressão arterial mais baixa durante a diástole (Figura 21.8).
Conforme o sangue sai da aorta e flui ao longo da circulação sistêmica, sua pressão cai
progressivamente à medida que a distância do ventrículo esquerdo aumenta.
A pressão arterial diminui para cerca de 35 mmHg conforme o sangue passa das artérias sistêmicas
para as arteríolas sistêmicas e para os capilares, onde as flutuações de pressão desaparecem. Na
extremidade venosa dos capilares, a pressão sanguínea caiu para cerca de 16 mmHg.
A pressão sanguínea continua caindo conforme o sangue entra nas vênulas sistêmicas e então nas
veias, porque esses vasos estão mais distantes do ventrículo esquerdo.
Por fim, a pressão sanguínea alcança 0 mmHg quando o sangue flui para o ventrículo direito
O valor da pressão arterial média (PAM), a pressão sanguínea média nas artérias, pode ser estimado
como se segue:
Já vimos que o débito cardíaco é igual à frequência cardíaca multiplicada pelo volume sistólico.
Outro modo de calcular o débito cardíaco é dividir a pressão arterial média (PAM) pela resistência
(R):
DC = PAM/R.
Reorganizando os termos desta equação, você pode ver que PAM = DC × R.
Uma modesta diminuição pode ser compensada por mecanismos homeostáticos que ajudam a
manter a pressão sanguínea , mas se a diminuição no volume de sangue for maior do que 10% do
total, a pressão arterial diminui.
Por outro lado, tudo o que aumenta o volume de sangue, como a retenção de água no organismo,
tende a aumentar a pressão sanguínea.
RESISTENCIA VASCULAR
Tamanho do lúmen.
Quanto menor o lúmen de um vaso sanguíneo, maior é a sua resistência ao fluxo sanguíneo. A
resistência é inversamente proporcional diâmetro (d) do lúmen do vaso sanguíneo elevado à quarta
potência.
Quanto menor o diâmetro do vaso sanguíneo, maior a resistência que ele oferece ao fluxo
sanguíneo.
Por exemplo, se o diâmetro de um vaso sanguíneo diminui pela metade, a sua resistência ao fluxo
sanguíneo aumenta 16 vezes.
Viscosidade do sangue.
As pessoas obesas frequentemente têm hipertensão arterial (pressão arterial elevada) porque os
vasos sanguíneos adicionais em seu tecido adiposo aumentam o comprimento total de seus vasos
sanguíneos.
Estimase que se desenvolvam 650 km de vasos sanguíneos adicionais por cada quilograma
adicional de gordura.
A resistência vascular sistêmica (RVS), também conhecida como resistência periférica total (RPT),
referese a todas as resistências vasculares oferecidas pelos vasos sanguíneos sistêmicos.
Os diâmetros das artérias e veias são grandes, de modo que sua resistência é muito pequena, porque
a maior parte do sangue não entra em contato físico com as paredes do vaso sanguíneo. Os vasos
menores – arteríolas, capilares e vênulas – contribuem com a maior parte da resistência.
Uma função principal das arteríolas é controlar a RVS – e, por conseguinte, a pressão sanguínea e o
fluxo sanguíneo para tecidos específicos – alterando seus diâmetros. As arteríolas precisam
vasodilatar ou vasocontrair apenas um pouco para ter um grande efeito sobre a RVS.
Vários sistemas de feedback negativo interligados controlam a pressão arterial por meio do ajuste
do ritmo cardíaco, do volume sistólico, da resistência vascular sistêmica e do volume de sangue.
Alguns sistemas possibilitam ajustes rápidos para lidar com mudanças bruscas, como a queda da
pressão sanguínea no encéfalo que ocorre quando a pessoa levanta da cama; outros agem mais
lentamente para fornecer a regulação a longo prazo da pressão sanguínea.
O centro CV também controla sistemas de feedback negativo neurais, hormonais e locais que
regulam a pressão e fluxo sanguíneo a tecidos específicos.
Como os neurônios do centro CV se comunicam um com o outro, atuam em conjunto, e não estão
claramente separados anatomicamente, discutiremos eles aqui como um grupo.
O centro cardiovascular recebe informações das regiões superiores do encéfalo e dos receptores
sensitivos. Os impulsos nervosos descem do córtex cerebral, sistema límbico e hipotálamo para
afetar o centro cardiovascular. Por exemplo, mesmo antes de começar uma corrida, sua frequência
cardíaca pode aumentar em decorrência dos impulsos nervosos transmitidos do sistema límbico ao
centro CV.
Se a sua temperatura corporal aumentar durante uma corrida, o hipotálamo envia impulsos nervosos
para o centro CV. A resultante dilatação dos vasos sanguíneos da pele possibilita que o calor se
dissipe mais rapidamente pela superfície da pele.
Os três tipos principais de receptores sensitivos que fornecem informações ao centro cardiovascular
são os proprioceptores, os barorreceptores e os quimiorreceptores.
Estímulos parassimpáticos, transmitidos pelos nervos vagos (X), diminuem a frequência cardíaca.
Assim, influências simpáticas (estimuladoras) e parassimpáticas (inibidoras) opostas controlam o
coração.
O centro cardiovascular também envia continuamente impulsos para o músculo liso nas paredes dos
vasos sanguíneos por meio dos nervos vasomotores.
Estes neurônios simpáticos emergem da medula espinal em todos os nervos espinais torácicos e nos
primeiros um ou dois nervos espinais lombares e, em seguida, passam para os gânglios do tronco
simpático.
De lá, os impulsos se propagam ao longo dos neurônios simpáticos que inervam os vasos
sanguíneos das vísceras e áreas periféricas.
A região vasomotora do centro cardiovascular envia continuamente impulsos por estas vias às
arteríolas de todo o corpo, mas especialmente àquelas da pele e das vísceras abdominais.
O sistema nervoso regula a pressão sanguínea por meio de alças de feedback negativo que ocorrem
como dois tipos de reflexos: barorreceptores e quimiorreceptores.
Reflexos barorreceptores
Os barorreceptores, receptores sensitivos sensíveis à pressão, estão localizados na aorta, nas artérias
carótidas internas (artérias do pescoço que fornecem sangue ao encéfalo) e outras grandes artérias
do pescoço e do tórax. Eles enviam impulsos para o centro cardiovascular para ajudar a regular a
pressão sanguínea.
Os dois reflexos barorreceptores mais importantes são o reflexo do seio carótico e o reflexo da
aorta. Os barorreceptores da parede dos seios caróticos iniciam o reflexo do seio carótico, que ajuda
a regular a pressão sanguínea no encéfalo.
Os seios caróticos são pequenas ampliações das artérias carótidas internas direita e esquerda, um
pouco acima do ponto em que elas se ramificam da artéria carótida comum. A pressão arterial
distende a parede do seio carótico, o que estimula os barorreceptores. Os impulsos nervosos se
propagam dos barorreceptores do seio carótico para os axônios sensitivos nos nervos
glossofaríngeos (IX) para o centro cardiovascular no bulbo.
Os barorreceptores da parede da parte ascendente da aorta e arco da aorta iniciam o reflexo da aorta,
que regula a pressão arterial sistêmica.
Os impulsos nervosos dos barorreceptores aórticos chegam ao centro cardiovascular via axônios
sensitivos do nervo vago (X).
Quando a pressão arterial cai, os barorreceptores são menos distendidos e enviam impulsos
nervosos em uma frequência mais lenta ao centro cardiovascular. Em resposta, o centro CV diminui
a estimulação parassimpática do coração por meio dos axônios motores dos nervos vago e aumenta
a estimulação simpática do coração via nervos aceleradores cardíacos.
Reflexos quimiorreceptores
vários hormônios ajudam a regular a pressão arterial e o fluxo sanguíneo por meio da alteração no
débito cardíaco, alteração da resistência vascular sistêmica ou ajuste do volume total de sangue:
Epinefrina e norepinefrina.
Liberado pelas células do átrio do coração, o PNA reduz a pressão arterial ao causar vasodilatação e
promover a perda de sal e água na urina, o que reduz o volume sanguíneo. A Tabela 21.2 resume a
regulação da pressão arterial pelos hormônios.
Em tecidos como o coração e o músculo esquelético, em que a demanda por O2 e nutrientes e pela
remoção de escórias metabólicas pode aumentar em até dez vezes durante a atividade física, a
autorregulação é um contribuinte importante para o aumento no fluxo sanguíneo no tecido.
Durante uma conversa, por exemplo, o fluxo sanguíneo aumenta nas áreas motoras da fala quando
você está falando e aumenta nas áreas auditivas quando você está ouvindo.
Alterações físicas.
Além disso, o músculo liso das paredes das arteríolas exibe uma resposta miogênica – se contrai
com mais força quando é distendido e relaxa quando a distensão diminui.
Se, por exemplo, o fluxo sanguíneo por uma arteríola diminui, a distensão das paredes da arteríola é
reduzida. Como resultado, o músculo liso relaxa e produz vasodilatação, o que aumenta o fluxo
sanguíneo.
Vários tipos de células – incluindo leucócitos, plaquetas, fibras de músculo liso, macrófagos e
células endoteliais – liberam uma grande variedade de substâncias químicas que alteram o diâmetro
do vaso sanguíneo.
Outro importante vasodilatador liberado pelas células endoteliais é o óxido nítrico (NO). O trauma
tecidual ou inflamação provoca a liberação de cininas vasodilatadoras e histamina.
Nos miócitos tanto do músculo liso quanto cardíacos, o Ca2+ deflagra o processo de contração,
embora por mecanismos diferentes. Os bloqueadores dos canais de cálcio inibem a função dos
canais de Ca2+.
Nos músculo liso vascular, essa ação resulta em relaxamento, principalmente, nos leitos arteriais.
Esses fármacos também podem produzir efeitos inotrópicos e cronotrópicos negativos no coração.
CLASSES DE BCCs
Os BCCs são divididos em três classes químicas, cada uma com propriedades farmacocinéticas e
indicações clínicas diferentes.
Difenilalquilaminas
O verapamil é o representante dessa classe. Ele é o menos seletivo dos BCCs e apresenta efeitos
significativos nas células cardíacas e no músculo liso vascular.
Benzodiazepínico
O diltiazem é o representante dessa classe. Como o verapamil, o diltiazem afeta tanto as células
cardíacas quanto as do músculo liso vascular, mas apresenta efeito inotrópico cardíaco negativo
menos pronunciado quando comparado ao verapamil.
Di-Hidropiridinas
Todas as di-hidropiridinas apresentam uma afinidade pelos canais de cálcio vasculares maior do que
pelos canais de cálcio do coração.
Ações
Usos terapêuticos
• No tratamento da hipertensão, os BCCs podem ser usado como tratamento inicial ou adicional.
• Os BCCs são úteis no tratamento de pacientes hipertensos que também possuem asma, diabetes ou
doença vascular periférica, pois não apresentam o potencial de afetar adversamente essas condições.
Minoxidil e hidralazina são vasodilatadores arteriais disponíveis por via oral utilizados
ocasionalmente no tratamento a longo prazo da hipertensão.
Hidralazina é vasodilatador menos poderoso, cujo mecanismo de ação permanece incerto. Ambos
podem causar retenção compensatória de Na + e H2O, bem como taquicardia reflexa; esses efeitos
adversos são mais frequentes e mais graves com minoxidil do que com hidralazina.
NITROPRUSSETO DE SÓDIO
Além de redução excessiva da PA, o efeito adverso mais grave observado está associado ao
acúmulo de cianeto. Já foi constatada a ocorrência de acidose metabólica, hipotensão excessiva e
morte.
As artérias coronárias direita e esquerda originam-se dos seios da aorta correspondentes na região
proximal da parte ascendente da aorta, imediatamente superior à valva da aorta, e seguem por lados
opostos do tronco pulmonar.
As artérias coronárias suprem os átrios e os ventrículos; entretanto, os ramos atriais costumam ser
pequenos e não são facilmente observados no coração de um cadáver. A distribuição ventricular de
cada artéria coronária não é bem delimitada.
A artéria coronária direita (ACD) origina-se do seio direito da aorta em sua parte ascendente e passa
para o lado direito do tronco pulmonar, seguindo no sulco coronário. Próximo de sua origem, a
ACD geralmente emite um ramo do nó sinoatrial, ascendente, que irriga o nó SA. A ACD então
desce no sulco coronário e emite o ramo marginal direito, que irriga a margem direita do coração
enquanto segue em direção ao ápice do coração, porém sem alcançá-lo. Após emitir esse ramo, a
ACD vira para a esquerda e continua no sulco coronário até a face posterior do coração.
Na face posterior do coração, na cruz do coração – a junção dos septos interatrial e interventricular
entre as quatro câmaras cardíacas – a ACD dá origem ao ramo do nó atrioventricular, que irriga o nó
AV. Os nós SA e AV são parte do complexo estimulante do coração
O domínio do sistema arterial coronário é definido pela artéria que dá origem ao ramo
interventricular (IV) posterior (artéria descendente posterior em linguagem clínica).
O domínio da ACD é mais comum (aproximadamente 67%) ; a ACD dá origem ao grande ramo
interventricular posterior, que desce no sulco IV posterior em direção ao ápice do coração.
Esse ramo irriga áreas adjacentes de ambos os ventrículos e envia ramos interventriculares septais
perfurantes para o septo IV. O ramo terminal (ventricular esquerdo) da ACD continua por uma curta
distância no sulco coronário. Assim, no padrão mais comum de distribuição, a ACD supre a face
diafragmática do coração.
O átrio direito
A artéria coronária esquerda (ACE) origina-se do seio esquerdo da aorta em sua parte ascendente ,
passa entre a aurícula esquerda e o lado esquerdo do tronco pulmonar e segue no sulco coronário.
Em cerca de 40% das pessoas, o ramo do nó SA origina-se do ramo circunflexo da ACE e ascende
na face posterior do átrio esquerdo até o nó SA.
Quando entra no sulco coronário, na extremidade superior do sulco IV anterior, a ACE divide-se em
dois ramos, o ramo IV anterior (os médicos continuam a chamá-la de DA, a abreviação de seu
antigo nome – artéria “descendente anterior”) e o ramo circunflexo.
O ramo IV anterior supre partes adjacentes de ambos os ventrículos e, através de ramos IV septais,
os dois terços anteriores do SIV.
Em muitas pessoas, o ramo IV anterior dá origem ao ramo lateral (artéria diagonal), que desce sobre
a face anterior do coração.
O ramo circunflexo da ACE, menor, acompanha o sulco coronário ao redor da margem esquerda do
coração até a face posterior do coração.
O ramo marginal esquerdo do ramo circunflexo acompanha a margem esquerda do coração e supre
o ventrículo esquerdo. Na maioria das vezes, o ramo circunflexo da ACE termina no sulco
coronário na face posterior do coração antes de chegar à “cruz do coração” , mas em
aproximadamente um terço das pessoas, ele continua como um ramo que segue dentro do sulco IV
posterior ou adjacente a ele.
O átrio esquerdo
A maior parte do ventrículo esquerdo
Parte do ventrículo direito A maior parte do SIV (geralmente seus dois terços anteriores),
inclusive o feixe AV do complexo estimulante do coração, através de seus ramos IV septais
perfurantes
O nó SA (em cerca de 40% das pessoas
Variações das artérias coronárias. As variações nos padrões de ramificação e distribuição das
artérias coronárias são comuns.
No padrão dominante direito, mais comum, presente em cerca de 67% das pessoas, a ACD e a ACE
compartilham quase igualmente o suprimento sanguíneo do coração.
Em cerca de 15% dos corações, a ACE é dominante porque o ramo IV posterior é um ramo da
artéria circunflexa.
Há codominância em cerca de 18% das pessoas, nas quais os ramos das artérias coronárias direita e
esquerda chegam à cruz do coração e dão origem a ramos que seguem no sulco IV posterior ou
próximo dele. Algumas pessoas têm apenas uma artéria coronária.
Os ramos das artérias coronárias geralmente são considerados artérias terminais funcionais (artérias
que irrigam regiões do miocárdio que não têm anastomoses suficientes com outros grandes ramos
para manter a viabilidade do tecido em caso de oclusão).
Existem anastomoses entre as terminações das artérias coronárias direita e esquerda no sulco
coronário e entre os ramos IV ao redor do ápice do coração em cerca de 10% dos corações
aparentemente normais. O potencial de desenvolvimento dessa circulação colateral é provável na
maioria dos corações, se não em todos.
O coração é drenado principalmente por veias que se abrem no seio coronário e em parte por
pequenas veias que drenam para o átrio direito.
O seio coronário, a principal veia do coração, é um canal venoso largo que segue da esquerda para a
direita na parte posterior do sulco coronário.
O seio coronário recebe a veia cardíaca magna em sua extremidade esquerda e a veia
interventricular posterior e veia cardíaca parva em sua extremidade direita.
A veia ventricular esquerda posterior e a veia marginal esquerda também se abrem no seio
coronário.
A veia oblíqua do átrio esquerdo (de Marshall) é um vaso pequeno, relativamente sem importância
após o nascimento, que desce sobre a parede posterior do átrio esquerdo e funde-se à veia cardíaca
magna para formar o seio coronário (definindo o início do seio).
A veia oblíqua é o remanescente da VCS esquerda embrionária, que geralmente sofre atrofia
durante o período fetal, mas às vezes persiste em adultos, substituindo ou aumentando a VCS direita
Algumas pequenas veias anteriores do ventrículo direito começam sobre a face anterior do
ventrículo direito, cruzam sobre o sulco coronário e, em geral, terminam diretamente no átrio
direito; às vezes elas entram na veia cardíaca parva.
As veias cardíacas mínimas são pequenos vasos que começam nos leitos capilares do miocárdio e se
abrem diretamente nas câmaras do coração, principalmente os átrios. Embora sejam denominadas
veias, são comunicações avalvulares com os leitos capilares do miocárdio e podem conduzir sangue
das câmaras cardíacas para o miocárdio
Ela é também uma das principais causas da insuficiência cardíaca crônica e demência vascular.
A aterosclerose, que é uma resposta inflamatória crônica para o acúmulo de lipídios na parede
arterial, no início é tipicamente caracterizada por placas íntimas clinicamente silenciosas nas
artérias durante anos e até mesmo décadas.
A Iipoproteína lípase produzida localmente na artéria pode levar o LDL à matriz extracelular, e a
fosfolipase e ações da esfingomielinase podem contribuir para o aprisionamento de LDL. Uma vez
presas na parede da artéria, as partículas de LDL podem ser atacadas por enzimas como
mieloperoxidase e NADPH oxidases: elas podem também ser modif?cadas por oxidação não
enzimática.
As células T que são estimuladas a entrar na íntima podem reconhecer os antígenos apresentados
por macrófagos. Estes antígenos incluem os componentes de LDL, outras proteínas endógenas e
antígenos possivelmente microbianos. As células T intimais ativadas produzem citocinas T Hl, tais
como o interferon-'Y, TNF e linfotoxína, sendo todos fortemente pró-aterogênicos.
Com a entrada e ativação das células T e dos macrófagos, o acúmulo de lipídios na íntima conduz
ao processo da doença inflamatória crônica da aterosclerose.
Além das células Te dos macrófagos, a formação de ateroma também é estimulada por células
dendríticas que captam e apresentam os antígenos, e pelos mastócitos que secretam enzimas e
mediadores bioativos.
As partículas de lipoproteínas remanescentes ricas em triglicerídeos, que têm efeitos adversos sobre
a função endotelial, penetram no espaço subendotelial da íntima normal e das placas
ateroscleróticas, onde são retidas. A partícula de lipoproteína Lp(a) exerce as ações tanto pró -
aterogênicas quanto pró-trombóticas. Inversamente, as partículas de HDL antiaterogênicas
contrariam a formação de lesões ateroscleróticas.
Estas partículas medeiam o efluxo de colesterol das células, agindo como receptores de colesterol
entregues a partir de proteínas de transporte específicas denominadas proteínas ABC (tem cassete
de ligação ao ATP) Al e G 1.
Como uma resposta tecidual para este processo, as células musculares lisas formam uma estrutura
de capa subendotelial domínada por fibras de colágeno, que são produzidos por estas células.
A capa de colágeno estabiliza mecanicamente a placa e cria uma barreira entre os componentes
hemostáticos do sangue e do material trombogênico da placa.
Enquanto a placa não está muito avançada, a dilatação compensatória (da parede arterial
(remodelamento) impede que ela fique significativamente saliente no lúmen arterial. No entanto,
após o crescimento da placa a um tamanho suficiente, a artéria a remodela para dentro, muitas vezes
acompanhada por vasoconstrição exagerada ou paradoxal.
O processo aterosclerótico normalmente fica em silêncio por meses, anos e até mesmo décadas,
podendo nunca resultar em manifestações clínicas.
No entanto, se e quando a superfície da placa for danificada, a oclusão trombótica da artéria pode
ocorrer.
A continuidade da superfície pode ser danificada por fissuras (a chamada ruptura de placa,
observada em 60 a 80% dos casos de síndrome coronariana aguda) ou erosão da superfície (presente
em 20 a 40% dos casos com trombose coronariana, especialmente mulheres e jovens vítimas morte
de súbita coronariana).
O fator tecidual, expresso nas células musculares lisas vasculares e nos macrófagos da placa
aterosclerótica, é o iniciador celular primário da cascata de coagulação do sangue que leva à
formação de fibrina.
As placas com ruptura também tendem a ter um grande núcleo lipídico necrótico.
Por outro lado, as placas com erosões não têm um núcleo lipídico grande e mostram menos
inflamação em comparação com as placas com ruptura. Diversos membros da metaloproteinase de
matriz e famílias de proteinases de cisteína são encontrados em locais de ruptura de placa e têm sido
implicados neste fenômeno, mas seus efeitos sobre a composição e tamanho das lesões são
complexos.
A apoptose de células inflamatórias e células musculares lisas, que estão contidas na placa e podem
contribuir para a sua ruptura, pode ser iniciada por ativação do grupo receptor de morte da
superfamília de receptores de TNF.
Além disso, as células T ativadas inibem a síntese de matriz por produção de interferon-y, uma
citocina que inibe a formação de fibra de colágeno, bem como a proliferação das células musculares
lisas.
Embora uma série de fatores contribua para a aterotrombose, a sequência precisa de eventos ainda
não é conhecida. Do mesmo modo, o papel preciso da ativação das vias de coagulação e plaquetas
combinadas com a inibição da fibrinólise precisa ser definido.
A diminuição da concentração de colesterol ativa uma cascata de sinalização celular, que culmina
na ativação da proteína de ligação dos elementos reguladores de esteróis 2 (SREBP2), um fator de
transcrição que suprarregula a expressão do gene que codifica o receptor de LDL.
Estudos recentes também concluíram que a redução das LDL com o uso de estatinas pode diminuir
a mortalidade, mesmo na ausência de doença cardiovascular franca, constituindo a denominada
prevenção primária.
Apesar dessas reduções convincentes na porcentagem de risco em estudos clínicos de prevenção
tanto secundária quanto primária, é preciso assinalar que o uso de estatinas está associado a uma
redução maior de risco absoluto na prevenção secundária; o motivo pode ser o fato de os pacientes
nesse grupo de tratamento apresentarem maior risco absoluto de morte e obterem, portanto, um
benefício maior das estatinas.
É também importante assinalar que as estatinas demonstraram ser efetivas na redução do risco de
doença cardiovascular em pacientes de alto risco (p. ex., pacientes diabéticos) com níveis de
colesterol LDLmédios ou até mesmo abaixo da média.
O efeito das estatinas sobre os níveis de triglicerídios é mediado pela produção diminuída de VLDL
e depuração aumentada de lipoproteínas remanescentes pelo fígado.
A relação dose-resposta das estatinas não é linear: o maior efeito é observado com a dose inicial.
Cada duplicação subsequente da dose produz, em média, uma redução adicional de 6% nos níveis
de LDL, às vezes, referida como “regra dos 6”.
O reagente de fase aguda mais bem caracterizado é a proteína C reativa (PCR). Em recente ensaio
clínico randomizado de grande porte, realizado em pacientes com risco moderado de desenvolver
doença cardiovascular e com níveis basais elevados de PCR, o emprego de uma estatina reduziu a
morbidade e a mortalidade cardiovasculares, mesmo quando esses pacientes não apresentavam
concentrações elevadas de colesterol LDL.
RESUMO DO MECANISMO
Mecanismo de redução das LDL por estatinas: As estatinas inibem competitivamente a HMG-CoA
redutase, a enzima que catalisa a etapa que limita a velocidade de biossíntese do colesterol.
As estatinas inibem competitivamente a HMG-CoA redutase, a enzima que catalisa a etapa que
limita a velocidade debiossíntese do colesterol.
Isso produz um aumento na expressão celular dos receptores de LDL, promovendo a captação de
partículas de LDL e culminando na diminuição das concentrações de colesterol LDL no plasma
CONTINUANDO..
Como evidência de reversão da disfunção endotelial durante a terapia com estatinas, observa-se
melhora na resposta vasodilatadora do endotélio ao NO.
Como a trombose está na raiz da maioria das síndromes coronarianas agudas, sua redução pode
contribuir para o beneficio das estatinas no que diz respeito a sobrevida.
Por fim, a estabilidade da placa aumenta durante a terapia com estatinas, na medida em que o
revestimento fibroso da placa rica em lipídios torna-se mais espesso.
Esse efeito pode ser atribuível a uma diminuição da infiltração de macrófagos e inibição da
proliferação do músculo liso vascular.
Esses fármacos são considerados terapia de primeira linha para níveis aumentados de LDL, e seu
uso é respaldado por vários ensaios clínicos demonstrando que as estatinas diminuem tanto a
mortalidade cardiovascular quanto a taxa de mortalidade total.
O AVE também é reduzido.
Em geral, as estatinas são bem toleradas; a incidência de efeitos adversos é mais baixa com as
estatinas que com qualquer uma das outras classes de fármacos hipolipemiantes.
O principal efeito adverso consiste em miopatia e/ou miosite com rabdomiólise, consistindo esta
última em complicação muito rara, que ocorre principalmente com altas doses das estatinas mais
potentes.
Por fim, em pacientes que necessitam de redução dos níveis de LDL e que estão fazendo uso de
fármacos que são metabolizados pelo citocromo P450 – como determinados antibióticos,
bloqueadores dos canais de cálcio, varfarina e inibidores da protease, é preferível administrar uma
estatina que não seja metabolizada por enzimas do citocromo P450.
Durante o procedimento, é possível medir a pressão arterial em diferentes partes do coração, bem
como obter informações sobre o débito cardíaco (a quantidade de sangue bombeada pelo coração) e
a resistência vascular.
O cateterismo cardíaco também pode ser usado para realizar biópsias do músculo cardíaco, inserir
dispositivos como marcapassos ou realizar intervenções terapêuticas, como angioplastia.
A angiografia coronariana, por outro lado, é um tipo específico de cateterismo cardíaco que se
concentra na avaliação das artérias coronárias, que são responsáveis pelo suprimento de sangue ao
músculo cardíaco.
Durante a angiografia coronariana, um contraste iodado é injetado nas artérias coronárias através de
um cateter especial, permitindo que elas sejam visualizadas em raios-X.
Isso permite ao médico identificar obstruções, estreitamentos ou bloqueios nas artérias coronárias
que possam interferir no fluxo sanguíneo para o coração.
Se uma obstrução significativa for encontrada, o médico pode optar por realizar uma angioplastia
coronariana, que é uma intervenção terapêutica para abrir as artérias obstruídas e restaurar o fluxo
sanguíneo adequado.
CONTINUAÇÃO SANAR
Tem o objetivo de obter imagens radiográficas das artérias coronárias e das câmaras cardíacas
(angiografia e ventriculografia) e medir as pressões cardíacas (hemodinâmica).
Dentre eles, tem-se a diminuição da estenose arterial (lesões obstrutivas); abertura as válvulas
estreitas ou fechamento dos defeitos intracardíacos (através das técnicas percutâneas minimamente
invasivas).
SE LIGA! Importante atentar-se para o risco de nefropatia induzida por contraste, cujo maior risco
está nos pacientes com história de IRA/IRC, diabéticos, idosos e portadores de ICC. Esses pacientes
devem ser submetidos a um processo de prevenção, com escolha de um contraste hipo ou iso-
osmolar, menor volume e hidratação pré e pós-procedimento.
ASPECTOS TÉCNICOS
O paciente é colocado sobre a mesa de cateterismo cardíaco e centrado sob o braço em formato da
letra C do aparelho de radioscopia. Após a preparação, o anestésico local é administrado no local de
acesso vascular
O acesso vascular mais utilizado atualmente é o braquial, pela menor taxa de sangramento, porém
pode ser realizado também o femoral.
Os cateteres especialmente moldados estão assentados e conectados a diversos outros para medir a
pressão e injetar meios de contraste radiográficos.
A determinação precisa da gravidade de uma lesão permanece um desafio nas lesões intermediárias.
Pode-se lançar mão da correlação com a clínica, com outros exames que demonstram isquemia ou
então de métodos adicionais durante o próprio cateterismo.
As artérias coronárias podem ser vistas de diversos ângulos, com a movimentação do aparelho.
Durante o cateterismo, podem ser visualizadas as chamadas pontes miocárdicas, nas quais uma
pequena parte da artéria se encontra dentro do miocárdio (e não no epicárdio, sua localização
habitual).
Devido a isso, a imagem pode parecer como uma pequena obstrução do fluxo ao exame e pode
gerar angina no paciente, mas geralmente não leva à infarto.
Em contraposição, o paciente pode ser encaminhado também para a cirurgia com enxer?to do
bypass arterial coronário (EBAC). A angioplastia (revascularização) tem algumas indicações, como:
SCA de alto risco (angina recorrente, instabilidade hemodinâmica, troponina elevada e presença de
arritmias); DAC estável se FEVE 70% em geral seguem para angioplastia; lesões
COMPLICAÇÕES
No cateterismo cardíaco diagnóstico, os riscos são menos de 0,2% de morte, menos de 0,5% para
infarto do miocárdio, 0,07% para acidente vascular cerebral, menos de 0,5% para arritmia grave, e
menos de 1% para as principais complicações vasculares, como a trombose e hemorragia.
Quando os vasos sanguíneos são danificados ou sofrem ruptura, a resposta hemostática precisa ser
rápida, localizada na região do dano e cuidadosamente controlada para que seja efetiva.
Quando bemsucedida, a hemostasia evita hemorragia, que consiste na perda de grande volume de
sangue dos vasos. Os mecanismos hemostáticos conseguem evitar a hemorragia de vasos
sanguíneos pequenos, porém as hemorragias substanciais de vasos maiores demandam intervenção
médica.
ESPASMO VASCULAR
Quando artérias ou arteríolas são danificadas, o músculo liso arranjado de forma circular em suas
paredes contraise de imediato, uma reação chamada de espasmo vascular.
O espasmo vascular reduz a perda de sangue por vários minutos a algumas horas, tempo durante o
qual os outros mecanismos hemostáticos entram em ação. O espasmo é provavelmente causado pelo
dano ao músculo liso, por substâncias liberadas de plaquetas ativadas e por reflexos iniciados pelos
receptores de dor.
Dentro de muitas vesículas são encontrados fatores de coagulação, ADP, ATP, Ca 2+ e serotonina.
Também estão presentes enzimas que produzem tromboxano A2, uma prostaglandina; fator
estabilizador da fibrina, que ajuda a fortalecer o coágulo sanguíneo; lisossomos; algumas
mitocôndrias; sistemas de membrana que captam e armazenam cálcio e fornecem canais para
liberação dos conteúdos dos grânulos; e glicogênio.
Também dentro das plaquetas é encontrado o fator de crescimento derivado das plaquetas (PDGF),
um hormônio que promove a proliferação de células endoteliais vasculares, fibras de músculo liso
vascular e fibroblastos com objetivo de ajudar o reparo das paredes danificadas dos vasos
sanguíneos.
2. Essa adesão ativa as plaquetas e suas características mudam de maneira drástica. As plaquetas
estendem muitas projeções que possibilitam entrar em contato e interagir umas com as outras; as
plaquetas começam a liberar os conteúdos das suas vesículas. Essa fase é chamada de reação de
liberação das plaquetas. O ADP liberado e o tromboxano A2 desempenham um papel essencial na
ativação das plaquetas vizinhas. A serotonina e o tromboxano A2 atuam como vasoconstritores,
promovendo e sustentando a contração do músculo vascular liso, o que diminui o fluxo de sangue
pelo vaso lesado.
3. A liberação de ADP torna as outras plaquetas da área visguentas, e essa condição das plaquetas
recémrecrutadas e ativadas promove sua adesão às plaquetas originalmente ativadas. Essa
aglomeração de plaquetas é chamada de agregação plaquetária. Por fim, o acúmulo e a fixação de
numerosas plaquetas formam uma massa chamada de tampão plaquetário.
O tampão plaquetário pode cessar a perda de sangue por completo se o orifício no vaso sanguíneo
não for muito grande.
COAGULAÇÃO DO SANGUE
Normalmente, o sangue permanece em seu estado líquido enquanto se encontra no interior dos
vasos sanguíneos. Se for coletado do corpo, no entanto, tornase espesso e forma um gel.
O processo de formação do gel, chamado de coagulação, consiste em uma série de reações químicas
que culmina na formação de filamentos de fibrina.
Se o sangue coagula com muita facilidade, uma das consequências pode ser trombose – coagulação
em um vaso sanguíneo não danificado. Se o sangue demora muito tempo para coagular, pode
ocorrer hemorragia.
A maioria dos fatores de coagulação é identificada por numerais romanos que indicam a ordem da
sua descoberta (não necessariamente a ordem da sua participação no processo de coagulação).
A coagulação consiste em uma cascata complexa de reações enzimáticas na qual cada fator de
coagulação ativa várias moléculas do fator seguinte em uma sequência fixa. Por fim, formase a
proteína insolúvel fibrina. A coagulação pode ser dividida em três estágios
1. Duas vias, chamadas de via extrínseca e intrínseca, que serão descritas brevemente, levam à
formação de protrombinase. Uma vez formada a protrombinase, as etapas envolvidas nas duas fases
seguintes da coagulação são as mesmas tanto na via intrínseca quanto na extrínseca e, juntas, essas
duas fases são chamadas de via comum.
3. A trombina converte fibrinogênio solúvel (outra proteína plasmática formada pelo fígado) em
fibrina insolúvel. A fibrina forma os filamentos do coágulo.
VIA EXTRÍNSECA
A via extrínseca da coagulação sanguínea apresenta menos etapas que a via intrínseca e ocorre
rapidamente – em uma questão de segundos se o traumatismo for importante.
É assim chamada porque uma proteína tecidual chamada de fator tecidual (FT), também conhecida
como tromboplastina, passa para o sangue a partir de células do lado de fora dos vasos sanguíneos
(extrínsecas aos) e inicia a formação da protrombinase. O FT é uma mistura complexa de
lipoproteínas e fosfolipídios liberada das superfícies de células danificadas.
Na presença de Ca 2+ , o FT começa uma sequência de reações que, por fim, ativa o fator de
coagulação X.
Uma vez ativado, o fator X se combina com o fator V na presença de Ca 2+ para formar a enzima
ativa protrombinase, completando a via extrínseca.
VIA INTRÍNSECA
A via intrínseca da coagulação sanguínea é mais complexa que a via extrínseca e ocorre mais
lentamente, em geral em alguns minutos.
A via intrínseca é assim chamada porque seus ativadores ou estão em contato direto com o sangue
ou estão contidos no sangue (intrínsecos ao): não há necessidade de dano tecidual externo.
Se as células endoteliais se tornam rugosas ou são danificadas, o sangue pode entrar em contato
com as fibras de colágeno no tecido conjuntivo ao redor do endotélio do vaso sanguíneo.
Além disso, o trauma às células endoteliais causa danos às plaquetas, resultando na liberação
plaquetária de fosfolipídios. O contato com as fibras de colágeno (ou com as paredes de vidro do
tubo de coleta de sangue) ativa o fator de coagulação XII , que começa uma sequência de reações
que, por fim, ativa o fator de coagulação X. Fosfolipídios plaquetários e Ca 2+ também podem
participar da ativação do fator X.
Uma vez ativado, o fator X se combina com o fator V para formar a enzima ativa protrombinase
(assim como acontece na via extrínseca), completando a via intrínseca
VIA COMUM
Na primeira alça de feedback positivo, que envolve o fator V, acelera a formação de protrombinase.
A protrombinase, por sua vez, acelera a produção de mais trombina e assim por diante.
Na segunda alça de feedback positivo, a trombina ativa plaquetas, que reforçam sua agregação e a
liberação dos fosfolipídios plaquetários.
RETRAÇÃO DO COÁGULO
Uma vez formado, o coágulo tampa a área rompida do vaso sanguíneo e, dessa forma, interrompe a
perda de sangue.
Com a retração do coágulo, as margens do vaso danificado são aproximadas, diminuindo o risco de
mais dano.
Durante a retração, um pouco de soro pode escapar por entre os filamentos de fibrina, sem perder
elementos figurados do sangue. A retração normal depende da concentração adequada de plaquetas
no coágulo, que liberam fator XIII e outros fatores, fortalecendo e estabilizando o coágulo.
Por fim, os fibroblastos formam tecido conjuntivo na área rompida e novas células endoteliais
reparam o revestimento do vaso.
Embora a vitamina K não esteja envolvida na formação do coágulo propriamente dito, ela é
necessária para a síntese de quatro fatores de coagulação.
Normalmente produzida por bactérias que habitam o intestino grosso, a vitamina K é lipossolúvel e
pode ser absorvida pelo revestimento do intestino passando para o sangue se a absorção de lipídios
for normal.
Com frequência, as pessoas que sofrem de distúrbios que retardam a absorção de lipídios (p. ex.,
liberação inadequada de bile no intestino delgado) apresentam sangramento descontrolado em
consequência da deficiência de vitamina K.
Muitas vezes ao longo do dia, pequenos coágulos começam a se formar, quase sempre em um local
de pequena rugosidade ou em uma placa aterosclerótica em desenvolvimento dentro de um vaso
sanguíneo.
Uma vez que a coagulação do sangue envolve amplificação e ciclos de feedback positivo, o coágulo
tende a crescer, criando um potencial para comprometer o fluxo sanguíneo através de vasos não
danificados.
O sistema fibrinolítico dissolve pequenos coágulos inapropriados; além disso, desfaz coágulos em
um local danificado desde que o dano esteja reparado.
Entre essas substâncias estão a trombina, o fator XII ativado e o ativador do plasminogênio tecidual
(tPA), que é sintetizado nas células endoteliais da maioria dos tecidos e liberado no sangue.
Uma vez formada, a plasmina consegue dissolver um coágulo por meio da digestão dos filamentos
de fibrina e inativação de substâncias como fibrinogênio, protrombina e fatores V e XII
Mesmo que a trombina exerça efeito de feedback positivo na coagulação do sangue, a formação do
coágulo normalmente permanece restrita ao local do dano.
Um coágulo não se estende além do local lesado na circulação geral, em parte porque a fibrina
absorve trombina no coágulo. Outro motivo para a formação localizada de coágulo é a dispersão de
parte dos fatores de coagulação pelo sangue, cujas concentrações não são altas o suficiente para
promover a coagulação disseminada.
Entre essas substâncias, incluímos a antitrombina, que bloqueia a ação de vários fatores, inclusive
XII, X e II (protrombina); a heparina, um anticoagulante produzido pelos mastócitos e basófilos,
que se combina à antitrombina e aumenta sua efetividade no bloqueio da trombina; e a proteína C
ativada (PCA), que inativa os dois principais fatores de coagulação não bloqueados pela
antitrombina e intensifica a atividade dos ativadores de plasminogênio.
Lactentes que não possuem a capacidade de produzir PCA devido a mutação genética em geral
morrem por conta de coágulos sanguíneos durante o primeiro ano de vida.
COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR
Apesar dos mecanismos fibrinolíticos e anticoagulantes, não raro, coágulos sanguíneos se formam
dentro do sistema circulatório. Tais coágulos podem ser iniciados por superfícies endoteliais rugosas
de um vaso sanguíneo resultantes de aterosclerose, traumatismo ou infecção. Essas condições
induzem à adesão de plaquetas.
Coágulos intravasculares também podem se formar quando o sangue flui muito lentamente (estase),
possibilitando que fatores de coagulação se acumulem no local em concentrações altas o suficiente
para iniciar a coagulação.
A coagulação em um vaso sanguíneo não rompido (normalmente uma veia) é chamada de trombose.
O coágulo, chamado trombo, pode se dissolver por si só, espontaneamente. Se permanecer intacto,
no entanto, o trombo pode se deslocar e ser levado pelo sangue.
Tempo de sangramento
Contagem de plaquetas
Avaliação da função plaquetária
HEMOSTASIA PRIMÁRIA
CONTAGEM DE PLAQUETAS
É geralmente feita em sangue total anticoagulado com EDTA, usando-se contadores automáticos de
células.
Esses aparelhos são capazes ainda de avaliar a distribuição do volume plaquetário, observando a
presença de plaquetas grandes, regenerativas.
A enumeração das plaquetas pode ser feita também em lâmina, pelo método de Fonio, cuja precisão
é menor, mas permite a análise da morfologia plaquetária.
A observação da lâmina também permite descartar a falsa trombocitopenia, uma aglutinação
plaquetária que ocorre in vitro e que é induzida pela presença do EDTA, com a participação de
proteínas plasmáticas.
TEMPO DE SANGRAMENTO
O objetivo é tornar o método mais sensível e útil nos estudos de altera?ção da função plaquetária
como trombopatias e doença de von Willebrand.
É importante lembrar que a sensibilidade da técnica de Duke é baixa, podendo deixar de detectar
alterações da hemostasia primária capazes de provocar sangramento intraoperatório.
AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA
A ristocetina não é agente agregante plaquetário, pois produz apenas aglutinação das plaquetas na
presença de fator de von Willebrand e da glicoproteína Ib da membrana plaquetária, sendo útil na
investigação da doença de von Willebrand e na púrpura de Bernard-Soulier.
CITOMETRIA DE FLUXO
METODOS COAGULOMÉTRICOS
Os métodos coagulométricos baseiam-se na formação do coágulo de fi brina, que pode ser
visualizado no tubo, nas técnicas manuais, ou detectado fotometricamente, através dos aparelhos
denominados coagulômetros.
TEMPO DE PROTROMBINA
Dessa forma, o TP mede os fatores envolvidos na via extrínseca e na via comum, sendo
independente da via intrínseca.
O TP depende do nível dos fatores vitamina K dependentes (II, VII e X) e é usado no controle de
pacientes em uso de anticoagulantes orais.
O TP pode ser expresso pela Relação (R) do tempo obtido com o plasma do paciente e o tempo de
um pool de plasmas de indivíduos normais. Ele também pode ser expresso em Atividade de
Protrombina (AP).
Portanto, foi necessário padronizar os resultados para estabelecer uma zona terapêutica comum e
utilizável em todo o mundo. Essa padronização é feita por meio da determinação do Índice de
Sensibilidade Internacional (ISI) de cada tromboplastina.
Com base nesse ISI, pode-se calcular o chamado RNI (Razão Normatizada Internacional), que
corresponde à relação do TP do paciente com o TP normal, considerando o uso da tromboplastina
de referência.
Ele é bastante sensível à presença de heparina, sendo o teste de escolha para a sua monitorização. O
resultado deve ser expresso pela relação entre o tempo obtido para o doente e o tempo do normal do
dia.
Os valores em segundos variam com o ativador e a cefalina utilizados, de modo que a expressão dos
resultados em segundos não é recomendada
TEMPO DE TROMBINA
O tempo de trombina é obtido após adição de trombina em baixa concentração ao plasma puro, de
maneira que o tempo de coagulação é infl uenciado pela concentração de fibrinogênio e pela
presença de inibidores da formação de fibrina, tais como a heparina
ANTICOAGULANTE LUPICO
Existem algumas técnicas que visam aumentar a sensibilidade do teste para a pesquisa de
anticoagulante lúpico, usando-se fosfolipídeos especialmente desenhados para melhorar o
reconhecimento pelo anticorpo.
Assim, alguns reagentes para TTPA são mais sensíveis à sua presença. O TTPA com o veneno da
víbora Russel diluído contém um ativador de fator X, sendo bastante sensível à presença de
anticoagulante lúpico, mas não detecta inibidores de fatores VIII e IX
FIBRINOGENIO
O fi brinogênio pode ser medido por teste baseado no tempo de coagulação do plasma por alta
concentração de trombina, ou método de Clauss, e por avaliação da densi?dade óptica do coágulo.
Os valores da medida pelo método coagulométrico são em geral menores que aqueles obtidos pela
avaliação da densidade óptica, mas ambos os métodos correlacionam-se bem.
DOSAGEM DE FATORES
A dosagem de fatores pode ser feita individualmente, utilizando-se um plasma deficiente apenas no
fator que se quer determinar.
Esse plasma tem um tempo de coagulação (TP ou TTPA) bastante prolongado por causa da ausência
de um único fator, mas ele contém níveis normais dos demais fatores, de modo que a adição de um
plasma normal vai encurtar o tempo proporcionalmente à concentração do fator presente no plasma
normal.
O plasma deficiente no fator em questão pode ser obtido de indivíduo congenitamente deficiente ou
artifi cialmente, pela imunoadsorção.
Os plasmas defi cientes disponíveis no mercado, em sua maioria, são obtidos pela depleção artifi
cial do fator a ser dosado.
A identificação do estado de ativação in vivo da coagulação permite identifi car indivíduos expostos
a maior risco de trombose e melhor aplicar medidas profi láticas.
Desse modo, foi necessário desenvolver métodos altamente específi cos e sensíveis para detecção
de peptídeos que são liberados durante o processo de ativação dos zimogênios.
Assim foram desenvolvidos métodos imunológicos para a quantifi cação de: fragmento 1+2 da
protrombina (F1+2), resultante da ação do fator Xa sobre a molécula de protrombina; fi
brinopeptídeo A, resultante da ação da trombina sobre a molécula do fibrinogênio.
ANTITROMBINA
A determinação de antitrombina no plasma pode ser feita por método funcional, usando substrato
cromogênico, ou por método imunológico, geralmente por nefelometria.
O método funcional deve ser preferido na investigação de trombofi lia, pois o método imunológico
não detecta defi - ciência funcional da proteína.
O nível de antitrombina está reduzido em pacientes em uso de heparina, de modo que o diagnóstico
de deficiência congênita não pode ser fi rmado nessa situação.
PROTEINA C
A dosagem de proteína C pode ser feita por método imunológico ou por métodos funcionais, que se
baseiam na ativação da proteína C pelo veneno de víbora Agkidostrom contorcilium. A ação da
proteína C ativada é medida sobre um substrato cromogênico específi co ou sobre a coagulação do
plasma, uma vez que ela prolonga o TTPA por inativar os fatores Va e VIIIa
PROTEINA S
ANTIPLAQUETÁRIOS
ACIDO ACETILSALICÍLICO
A estimulação das plaquetas por trombina, colágeno e ADP resulta na ativação das fosfolipases de
membrana das plaquetas que liberam ácido araquidônico dos fosfolipídeos da membrana.
O ácido araquidônico é convertido inicialmente em prostaglandina H2 pela COX-1.
O ácido acetilsalicílico (AAS) inibe a síntese do tromboxano A2 por acetilação do resíduo serina no
centro ativo da COX-1, inativando irreversivelmente a enzima. Isso desloca o equilíbrio dos
mediadores químicos em favor dos efeitos antiaglutinantes da prostaciclina, prevenindo a
aglutinação plaquetária. O efeito inibitório é rápido, e a supressão da tromboxano A2 e a
consequente supressão da aglutinação das plaquetas induzida pelo AAS persistem por toda a vida da
plaqueta, que é 7 a 10 dias aproximadamente. A administração repeti?da do AAS tem efeito
acumulativo na função das plaquetas.
SE LIGA! O AAS é o único fármaco antiplaquetário que inibe irreversivelmente a função das
plaquetas.
Por via oral, o AAS é absorvido por difusão passiva e rapidamente hidrolisado a ácido salicílico no
fígado. O ácido salicílico é biotransformado no fígado, e parte é excretada inalterada com a urina.
O AAS é usado no tratamento profilático da isquemia cerebral transitória, para reduzir a incidência
de infarto agudo do miocárdio (IAM) recorrente e para diminuir a mortalidade nas situações de
prevenção do IAM primário e secundário.
Ocorre inativação completa das plaquetas com 75 mg diários de AAS. A dose de AAS recomendada
vai de 50 a 325 mg/dia
Dosagens mais altas de AAS aumentam sua toxicidade, bem como a probabilidade de inibir também
a produção de prostaciclina. O tempo de sangramento é alongado com o tratamento com AAS,
causando complicações que incluem aumento da incidência de acidente cerebral hemorrágico
(AVCh) e sangramento gastrintestinal (GI), especialmente com dosagens mais elevadas.
Anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno, inibem a COX-1 por competição transitória
no centro catalítico.
Por isso, AAS de liberação imediata deve ser tomado no mínimo 60 minutos antes ou pelo menos 8
horas depois do ibuprofeno.
Embora o celecoxibe (um inibidor seletivo da COX-2) não interfira na ativida?e antiaglutinante do
AAS, há alguma evidência de que ele pode contribuir para os eventos cardiovasculares, deslocando
o equilíbrio dos mediadores químicos em favor do tromboxano A2
Os inibidores do receptor P2Y12 ADP, o que também bloqueia a aglutinação das plaquetas. Esses
fármacos inibem a ligação do ADP aos seus receptores nas plaquetas e, assim, inibem a ativação dos
receptores de GP IIb/IIIa necessários para que as plaquetas se liguem ao fibrinogênio e umas às
outras.
Além disso, é usado para prevenir eventos trombóticos associados com intervenção coronária
percutânea (ICP) com ou sem stent coronário. A ticlopidina é indicada para a prevenção de ataques
isquêmicos transitórios (AITs) e AVEs em pacientes com evento trombótico cerebral prévio.
Estes fármacos requerem doses de carga para efeito antiplaquetário mais rápido. Alimentos
interferem com a absorção da ticlopidina, mas não com os demais.
A eliminação dos fármacos e seus metabólitos ocorrem por via renal e fecal. O clopidogrel é um
pró-fármaco, e sua eficácia terapêutica depende totalmente do metabólito ativo produzido via
biotransformação pela CYP2C19.
Os inibidores do receptor P2Y12 ADP podem prolongar o tempo de sangramento, para o que não
existe antídoto.
A ticlopidina é associada com graves reações hematológicas que limitam seu uso, como
granulocitose, agranulocitose, púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e anemia aplástica.
Representantes:
O eptifibatida é um peptídeo cíclico que se liga ao GP IIb/IIIa no local que interage com a
sequência arginina-glicina-ácido aspártico do fibrinogênio.
O abciximabe é administrado em bólus intravenoso (IV), seguido de infusão IV, alcançando o pico
de inibição das plaquetas em 30 minutos.
Após interromper a infusão, a função plaquetária gradualmente retorna ao normal, com o efeito
antiplaquetário persistindo entre 24 e 48 horas.
Esses fármacos são administrados por via IV, junto com heparina e AAS, como um auxiliar da ICP
para a prevenção de complicações cardíacas isquêmicas.
O abciximabe também está aprovado para pacientes com angina instável que não respondem ao
tratamento médico convencional quando a ICP é planejada para as próximas 24 horas.
O principal efeito adverso destes fármacos é o sangramento, especialmente se forem usados com
anticoagulantes
OUTRAS CLASSES
Dipiridamol
O dipiridamol tem biodisponibilidade variável por administração oral e liga- -se extensamente às
proteínas. Sofre biotransformação hepática, por glicuronidação, e é excretado principalmente com
as fezes.
Epoprostenol
O epoprostenol (PGI2), um agonista dos receptores prostanoides IP, causa vasodilatação bem como
inibe a agregação plaquetária.
É adicionado ao sangue que ingressa no circuito de diálise para prevenir trombose durante a
hemodiálise, especialmente em pacientes com contraindicação ao uso de heparina.
Ele também é utilizado na hipertensão pulmonar grave e no choque circulatório associado a sepse
meningocócica. Ele é instável em condições fisiológicas e tem meia- -vida de 3 minutos, razão pela
qual deve ser administrado por via intravenosa. Os efeitos adversos relacionados à sua ação
vasodilatadora incluem rubores, cefaleia e hipotensão.
Cilostazol
O cilostazol e seus metabólitos ativos inibem a fosfodiesterase tipo III que previne a degradação do
AMPc, aumentando, assim, os seus níveis nas plaquetas e nos tecidos vasculares.
O aumento nos níveis de AMPc nas plaquetas e nos vasos previne a aglutinação das plaquetas e
promove a vasodilatação, respectivamente.
O cilostazol altera de modo favorável o perfil lipídico, causando diminuição nos triglicerídeos
plasmáticos e aumentando a lipoproteína de alta densidade colesterol (HDL).
Está aprovado para a diminuição dos sintomas da claudicação intermitente.
Como tal, esse fármaco tem várias interações farmacológicas que exigem modificação da dosagem.
Os efeitos adversos mais comuns são cefaleia e sintomas GI (diarreia, fezes anormais, dispepsia e
dor abdominal).
ANTICOAGULANTES
As mais usadas são a heparina não fracionada (HNF) e a de baixo peso molecular (HBPM).
Ambas possuem mesma função (aceleram a inativação dos fatores de coagulação pela
antitrombina), mesmo uso terapêutico e mesmos efeitos adversos, apenas divergindo quanto ao
mecanismo de ação e farmacocinética.
As HNF consistem numa mistura de glicosaminoglicanos aniônicos de cadeias retas, com ampla
faixa de massas moleculares.
• Mecanismo de ação: O efeito anticoagulante da HNF ocorre por meio de sua interação com
antitrombina III (ATIII), resultando numa rápida inativação da coagulação. Essa alfa-globulina que
atua inibindo os fatores IIa (trombina), Xa, IXa, XIa e XIIa. A HNF apenas acelera essa inibição.
Após a ligação com a ATIII, há uma alteração conformacional na HNF que ajuda na catálise de
inúmeras outras ATIII;
• Farmacocinética: Não são bem absorvidas pelo trato gastrointestinal, sendo administradas por via
subcutânea ou intravenosa contínua (sempre titulando sua dose visando um tempo de
tromboplastina parcial ativado – TTPa – igual a 1,5 e 2,5 vezes o valor de referência). Sua ativação
em minutos, por via IV, e em 1-2 horas, por via SC. Pode se ligar com diversas proteínas
plasmáticas, o que reduz sua meia-vida para 1,5 h aproximadamente. Possuem como antídoto o
sulfato de protamina, ajudando na reversibilidade de ação
• Farmacocinética: São administradas via SC, tendo ativação máxima após 4 h da injeção. Por conta
da previsibilidade do efeito anticoagulante, a monitoriza?ção dos valores de coagulação não é
necessária, sendo o teste preconizado à dosagem dos níveis de anti-Xa. Por conta da redução na sua
conformação, quando comparada com a HNF, há uma redução na ligação dela a proteínas
plasmáticas, tendo uma meia-vida de 3 a 12 horas. Diferente da HNF, ela não possui antídoto para
reversão rápida de sua ação
Seus principais efeitos adversos são: sangramento (pode ser controlado interrompendo o tratamento
ou usando sulfato de protamina, o infundindo lentamente), trombocitopenia (deve ser interrompido
se for acentuada) e osteoporose (tratamento prolongado).
Vale lembrar que esses efeitos são mais potentes em pacientes com HNF que HBPM.
ARGATROBANA
Esse anticoagulante é um inibidor direto de trombina, sendo usado na prevenção de trombose em
pacientes com trombocitopenia induzida por heparina (TIH) e em pacientes que serão submetidos à
intervenção coronária percutânea (ICP). Ao ser optado esse tratamento, devemos monitorar o TTPa,
hemoglobina e hematócrito do paciente.
Contudo, pode ser administrado em pacientes com doença renal já que seus subprodutos e
metabólitos não são nefrotóxicos.
Como todo anticoagulante, seu efeito adverso principal é o sangramento
BIVALIDURINA E DESIRUDINA
Derivados da saliva de sanguessugas, grosso modo, eles são inibidores da trombina. Em outras
palavras, são inibidores diretos seletivos das trombinas e possuem ação reversível.
Ademais, eles atuarão tanto nos sítios enzimáticos associados à coágulos como nos centros
catalíticos de enzimas (trombinas) livres. Como é de esperar, por serem fármacos que inibem
trombina, pacientes que estão fazendo o seu uso podem apresentar aumentos do TTPa e devem,
portanto, ser monitorizados regularmente.
Por fim, na prática clínica, os dois medicamentos são administrados em via intravenosa.
Por outro, a desirudina é, comumente, utilizada para tromboprofilaxia de indivíduos acamados e que
tenham sido submetidos a grandes cirurgias como uma substituição de bacia.
FONDAPARINUX
É usado como tratamento de TVP e TEP, além de servir como profilaxia de trombose venosa em pa?
cientes acamados após cirurgias ortopédicas e abdominais.
É administrado por via SC e tem farmacocinética previsível e, por isso, não necessita de
monitorização de mesma magnitude que a HNF.
Possui meia-vida de 17-21 horas e é eliminada, praticamente inalterado, por via urinária.
Seus efeitos adversos são: sangramento e trombocitopenia (menos acentuada que a causada pela
heparina).
DABIGRATANA
Esse anticoagulante consiste num inibidor direto de trombina de ação lenta, aumentando a
velocidade na ação inibitória da ATIII na trombina livre e na ligada ao coágulo.
Seu uso terapêutico é recomendado na profilaxia de AVE e tromboembolismo nos pacientes com
fibrilação atrial não valvar. É uma alternativa à enoxaparina na profilaxia de trombose em cirurgia
ortopédicas por possuir farmacocinética previsível, não precisando de monitorização.
É administrado por via oral e então, dentro de duas horas, dá início a sua atividade.
Por ser intensamente hidrolisado, é necessário ser ingerido com cápsulas para garantir sua potência.
É, em seguida, plenamente absorvido pelo trato GI e em pH ácido tal que o uso de inibidor de
bomba de próton pode reduzir sua absorção.
Ainda, é na sua forma pró-fármaco (etexilato de dabigatrana) que ocorre a absorção, não havendo
interação com alimentos.
Seus efeitos adversos consistem em: hemorragia; dispepsia; dor abdominal; esofagite.
Já suas contraindicações são mais relevantes: pacientes com válvulas cardíacas prostéticas
mecânicas (C.I. absoluta) ou bioprostéticas (C.I. relativa).
Deve-se ter cautela com seu uso, principalmente em pacientes com insuficiência renal, pois há,
neles, um maior risco de sangramento
Rivaroxabana e Apixabana
Ambos anticoagulantes são inibidores do fator Xa, se ligando ao centro ativo des?sa enzima e
impedindo a conversão de protrombina em trombina.
Da mesma forma que dabigatrana, para eles não há exigência de uso de monitoramento. O
rivaroxabano é recomendado para a profilaxia tromboembólica (TEP, TVP e AVE) em pacientes
com fibrilação atrial não valvar.
É bem absorvido pelo trato GI, principalmente quando há ingestão de alimento, se ligando
facilmente à proteína plasmática, sendo biotransformado por via hepática, formando metabólitos
inativos que serão eliminados pela urina e fezes.
Cerca de 1/3 do medicamento original é ex?cretado via urinária. O apixabano é indicado como
profilaxia de AVE na fibrilação atrial não valvar. Também é bem absorvido pela mucosa
gastrointestinal, sendo metabolizado no fíga?do. 27% do fármaco original é excretado por via renal.
Por fim, sua contraindicação consiste em pacientes com disfunção renal grave, apresentando
clearence de creatina
VARFARINA
Deve ser administrada juntamente com monitoramento das funções hemostáticas, tendo o INR
como padrão, por conta de seu índice terapêutico estreito.
Sendo assim, o objetivo de seu tratamento é manter, para a maioria dos pacientes, um INR entre 2 e
3.
Com exceção dos pacientes que possuam válvulas mecânicas, em que seu INR deve estar entre 2,5 e
3,5.
O mecanismo de ação desse antagonista consiste na inibição da enzima que reduz a vitamina K em
cofator necessário para produção dos fatores de coagulação. Essa enzima é conhecida como
vitamina K-epóxido-redutase.
Sendo assim, após essa vitamina sofrer a oxidação durante a produção do resíduo de γ-
carboxiglutamila, a varfarina inibe a redução, produzindo menos vitamina K reduzida para
formação de mais fatores de coagulação.
A varfarina possui rápida absorção pelo trato GI, tendo biodisponibilidade de 100% e se ligando
bem à albumina (evitando sua difusão para líquor, urina e leite materno).
São biotransformados no fígado e seus metabólicos são eliminados na urina e fezes. Seu efeito
farmacológico é: potencializado por intoxicação aguda de álcool, amio?darona, fl uconazol,
metronidazol e sulfametoxazol com trimetoptima; atenuado por consumo crônico de álcool,
barbitúricos, dicloxacilina e rifampicina.
Como efeitos adversos, a varfarina apresenta: hemorragia; dermatite; necrose da mama, da parede
abdominal, pênis e pele nas extremidades inferiores; irritação gastrointestinal, urticária; elevação
das transaminases.
Seu antídoto consiste na administração de vitamina K por via oral ou IV, e depende da gravidade,
tendo reversão dos sintomas após 24 horas.
Como contraindicação absoluta temos a gestação, devido a sua alta potência teratogênica.
Assim, em gravidades, o recomendado é heparina.
Definição
Uma deficiência de qualquer uma dessas proteínas da via intrínseca da coagulação resulta em
formação inadequada de trombina em locais de lesão vascular.
Epidemiologia
De modo geral, as hemofilias são muito mais comuns do que os distúrbios de coagulação
autossômicos recessivos 1 que tipicamente envolvem a progênie de relacionamentos consanguíneos
e exigem a herança de dois alelos defeituosos para que a doença se manifeste.
Fisiopatologia
Fatores geneticos:
Assim como ocorre com outras doenças recessivas ligadas ao sexo, os genes para os fatores VIII e
IX estão localizados no braço longo do cromossomo X.
Homens com alelo defeituoso em seu único cromossomo X transmitem esses genes a todas as suas
filhas, que são portadoras obrigatórias, mas a nenhum de seus filhos.
Defeitos moleculares graves predominam, com 40% a 50% dos casos de hemofilia A grave
evoluindo de uma única inversão no intron 22 (o maior dos introns do fator VIII).
Essa inversão resulta da recombinação e da translocação do DNA dentro do intron 22 do gene do
fator VIII, com áreas de DNA "não funcional" extragênico, mas homólogo, localizadas a distância
do intron 22.
Outros defeitos moleculares graves encontrados menos comumente incluem grandes deleções no
gene ( 5% a 10%) e mutações nonsense (10% a 15%). As proteínas codificadas resultantes dessas
mutações são defeituosas e não expressam qualquer atividade do fator Vlll. As hemofilias
Os genes do fator de coagulação que sofreram mutações responsáveis pelas hemofilias podem
também codificar a produção de proteínas não funcionais defeituosas que circulam no plasma e são
detectados com níveis quantitativos normais por imunoensaios, mas não por ensaios funcionais
Manifestações Clínicas
As hemofilias A e B são clinicamente indistinguíveis entre si, com sua gravidade clínica
correspondendo inversamente aos níveis séricos circulantes de atividade coagulante dos fatores VIII
ou IX.
Diversos estudos descobriram uma alta frequência de sangramento, fator mais importante de uso e
hospitalizações mais frequentes em hemofilia A, sugerindo uma gravidade clínica maior do que na
hemofilia B.
Os indivíduos com menos de 1% da atividade normal do fator VlII ou IX têm doença grave
caracterizada por eventos hemorrágicos espontâneos frequentes nas articulações (hemartrose) e
tecidos moles e por hemorragia profusa com traumatismo ou cirurgia.
Embora o sangramento espontâneo seja incomum em deficiências leves (>5% da atividade normal),
o excesso de sangrarnento tipicamente ocorre com trauma ou cirurgia.
Um curso clínico de gravidade moderada está associado a níveis de fator VlII ou IX entre 1% e 5%.
Aproximadamente 60% de todos os casos de hemofilia A são clinicamente graves, enquanto apenas
20% a 45% dos casos de hemofilia B são graves.
Os joelhos são os locais mais proeminentes de sangramentos espontâneos, seguidos dos cotovelos,
tornozelos, ombros e quadris; os punhos são menos comumente envolvidos.
Ao exame físico, a articulação está edemaciada, quente e dolorosa à palpação, com eritema da pele
sobrejacente. A mobilidade articular é comprometida pela dor e rigidez, e a articulação geralmente é
mantida em uma posição flexionada. A reposição imediata ou precoce de fatores de coagulação
deficientes aos níveis hemostáticos normais rapidamente reverte a dor.
O tratamento ideal inclui repouso, gelo, concentrado do fator deficiente e elevação do membro
(RICE). O edema e a imobilidade da articulação melhoram à medida que o hematoma intra-articular
regride.
A aspiração com agulha intra-articular do local de sangramento não é recomendada devido ao risco
de infecção.
Períodos curtos de corticosteroides orais podem ser úteis para reduzir os sintomas articulares
agudos em crianças, mas raramente são usados em adultos.
Forças mecânicas anormais pela sustentação de carga podem produzir subluxação, mau
alinhamento, perda da mobilidade e deformidades permanentes nos membros inferiores
.
Essas alterações são acompanhadas de dor crônica, edema, artrite e incapacidade. O exame
radiográfico eclínico das hemartroses crônicas frequentemente subestima a extensão do dano ósseo
e articular; ressonância magnética seriada é superior à radiografia ou tomografia computadorizada e
é o método mais sensível e específico para diagnóstico e monitoramento precoces e de progressão
da doença.
Os hematomas intramusculares são responsáveis por cerca de 30% dos eventos hemorrágicos em
indivíduos com hemofilia e raramente impõem risco de vida ao paciente. Geralmente eles são
precipitados por traumatismo físico ou iatrogênico (p. ex., após injeção intramuscular) e podem
comprometer a função sensitiva e/ou motora e a circulação arterial quando aprisionam e
comprimem estruturas vitais em compartimentos fasciais fechados.
Os sangramentos de membranas mucosas são muito comuns e podem ser excessivos pela
degradação dos coágulos de fibrina pelas enzimas fibrinolíticas contidas nas secreções.
Tratamento
Dados indicam que a morbidade, a mortalidade e o custo global dos cuidados para indivíduos com
hemofilia são reduzidos significativamente se os pacientes forem atendidos pelos HTCsabrangentes
que tem experiência multidisciplinar e capacidade laboratorial para coordenar e monitorar as
necessidades específicas desses pacientes.
A meta de terapia de reposição pretende atingir níveis plasmáticos de atividade dos fatores VIII e
IX de 25% a 30% para sangramentos espontâneos ou traumáticos menores (p. ex, hemartroses,
hematúria persistente), pelo menos uma atividade de 50% dos fatores de coagulação para o
tratamento ou prevenção de hemorragias graves (p. ex., cirurgia odontológica importante, terapia de
reposição de manutenção após traumatismo importante ou trauma), e 80% a 100% da atividade para
qualquer evento hemorrágico com risco de vida ou risco de perda de membros (p. ex., cirurgia de
grande porte, traumatismo).
A reposição em geral é mantida por 10 a 14 dias após cirurgia de grande porte para permitir a
cicatrização apropriada da ferida.
Se essas preparações prolongarem a circulação dos fatores VIIIe IX com eficácia e segurança
semelhantes ao padrão de produtos recombinantes, eles podem permitir esquemas posológicos mais
simples e menos fatores de infusões intravenosas.
HEMOFILIAS ADQUIRIDAS
Epidemiologia e Fisiopatologia
Em contraste com inibidores de aloanticorpos em homens hemofílicos, que são direcionados contra
o fator de coagulação infundido estranho, inibidores de autoanticorpos são direcionados contra um
fator autólogo de coagulação, mais comumente o fator VIII.
Embora metade dos pacientes com inibidores de autoanticorpos não apresentem uma causa básica
óbvia, as doenças autoimunes, os distúrbios linfoproliferativos, as reações medicamentosas
idíossincrásicas, a gravidez e a idade avançada estão associadas à outra metade
Manifestações Clinicas e Diagnóstico
Os eventos hemorrágicos maciços, mesmo mais graves do que em pa?cientes hemofílicos com
aloanticorpos, podem ocorrer em aqueles com autoanticorpos em razão de um retardo no
diagnóstico e tratamento.
Para hemostasia, a atividade bypass do fator VIiaou do fator VIII recombinante é comumente
utilizada em doses semelhantes às usadas para atingir a hemostasia com aloanticorpo.
Os estudos clínicosestão em andamento para avaliar a utilidade de Vilade ação longa bem como
formas geneticamente preparadas da proteína de fator VIIIsuíno.
Se esses agentes também são eficazes para erradicação de longa duração de inibidores
autoanticorpos não é conhecida; a questão não foi estudada em ensaios clínicos,controlados e
randomizados. Altas doses intravenosas de gamaglobulina podem ser úteis como terapia adjuvante.
A hipertensão arterial é a principal causa de morte no mundo e a causa mais comum de uma
consulta ambulatorial a um médico; ela é o fator tratável mais facilmente reconhecido de AVC ,
infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca , doença vascular periférica, dissecção aórtica,
fibrilação atrial e doença renal em estágio terminal.
Atualmente, cerca de 54% dos acidentes vasculares cerebrais e 47% das doenças isquêmicas do
coração no mundo são atribuíveis à pressão arterial elevada.
O controle da pressão arterial geralmente requer tratamento empírico com várias classes de
medicação por prescrição. A carga de comprimidos, os custos de medicamentos de prescrição, os
efeitos colaterais dos medicamentos e o tempo insuficiente para a orientação do paciente
contribuem para a não adesão à medicação.
Os médicos podem ser demasiado lentos para iniciar e intensificar a medicação da pressão arterial.
A modificação do estilo de vida (particularmente dieta e exercício) pode abaixar um pouco a
pressão arterial, mas a redução raramente é suficiente para elimi?nar a necessidade de medicação.
Por todas estas razões, a pressão arterial é controlada para um valor abaixo de 140/90 mm Hg em
menos de um terço dos indivíduos afetados, mesmo em países de renda mais elevada com os mais
avançados sistemas de cuidados de saúde .
O tratamento eficaz exige a continuidade dos cuidados por um médico experiente e envolvimento
ativo continuado de um paciente orientado.
Esta elevação na pressão arterial depen?dente da idade não constitui uma parte essencial da biologia
humana. Em sociedades menos industrializadas nas quais o consumo de calorias e sal é baixo, as
pressões arteriais permanecem baixas e não sobem com a idade.
Nas sociedades industrializadas, a pressão diastólica sobe até a idade de 50 anos e diminui daí em
diante, produzindo uma elevação progressiva na pressão de pulso (pressão sistólica menos pressão
diastólica).
Diferentes problemas hemodinâmicos são responsáveis pela hipertensão em indivíduos mais jovens
e idosos.
Os pacientes que desenvolvem hipertensão antes de 50 anos de idade tipicamente têm hipertensão
sistólica e diastôltca combinadas: pressão sistólica acima de 140 mm Hg e pres?são diastólica acima
de 90 mm Hg.
Por outro lado, a maioria dos pacientes que desenvolvem hipertensão após os 50 anos têm
hipertensão sistólica isolada: pressão sistólica acima de 140 mm Hg, porém pressão diastólica
abaixo de 90 mm Hg (geralmente abaixo de 80 mm Hg).
Quando a velocidade da onda de pulso aumenta suficientemente, o retorno rápido do pulso arterial
desde a periferia aumenta a pressão sistólica (em vez da diastólica) central.
A carga sistólica aumentada sobre o ventriculo esquerdo aumenta as demandas de oxigênio do
miocárdio, enquanto o escoamento diastólico rápido compromete a perfusão miocárdica.
Enquanto a população envelhece, a hipertensão descontrolada ocorre mais em pacientes idosos com
hipertensão sistólica isolada
Gênero e Etnia
Antes dos 50 anos, a hipertensão é menos comum em mulheres do que homens, sugerindo um efeito
protetor do estrógeno. Após a menopausa, a hipertensão é mais comum em mulheres do que em
homens.
FISIOPATOLOGIA
Em 90% a 95% dos pacientes hipertensos, uma única causa reversível da pressão arterial elevada
não pode ser identificada, daí o termo hipertensão primária.
Nos 5% a 10% restantes, um mecanismo mais individualizado pode ser identificado, e a condição é
chamada hipertensão secundária ou identificável.
No nível do sistema de órgãos, a hipertensão é consequente a um ganho de função das vias que
promovem vasoconstrição e retenção de sódio pelo rim, ou uma perda de função das vias que
promovem vasodilatação e excreção renal de sódio.
Os mecanismos subjacentes pelos quais o ganho de peso promove hipertensão não foram
completamente compreendidos, mas o acúmulo de evidências indica volume plasmático expandido
mais hiperatividade simpática.
Acredita-se que a hiperatividade simpática seja uma tentativa compensadora de queimar gordura,
mas à custa de vasoconstrição periférica, retenção de sal e água e hipertensão.
Em alguns indivíduos obesos, a apneia do sono é uma causa importante de hipertensão. A redução
da saturação arterial de oxigênio de forma repetida sensibiliza os quimiorreceptores do corpo
carotídeo, causando hiperatividade simpática sustentada mesmo durante as horas de vigília.
Entretanto, a variabilidade interindividual nas respostas da pressão arterial à carga diária de sódio e
à sua restrição indica um importante suporte genético
A concordância das pressões arteriais é maior nas famílias do que em indivíduos não parentes,
maior entre gêmeos monozigóticos do que entre gêmeos dizigóticos, e maior entre irmãos
biológicos do que entre irmãos adotivos vivendo no mesmo domicílio. Tanto quanto 70% da
agregação familiar da pressão arterial é atribuída a genes compartilhados, em vez de a ambiente
compartilhado.
O regulação complexa da pressão arterial tem impedido a análise genética da hipertensão humana
primária, com os primeiros estudos genômicos de associação positivos sugerindo múltiplos alelos,
cada um com efeitos muito pequenos.
As mutações em 20 genes de manipulação de sal provocam síndromes ultrarraras de hipotensão de
início precoce grave (síndromes perdedoras de sal) ou hipertensão (todos herdeiros de traços
mendelianos).
A relevância clínica destas mutações para hipertensão primária comum tem sido limitada, embora
os dados recentes indiquem que as mutações heterozígótícas em genes subjacentes às síndromes
pediátricas perdedora de sal (de Bartter e Gitelman) estão presentes em 1 a 2% da população adulta,
e conferem resistência contra a hipertensão primária.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
A hipertensão foi denominada de assassina silenciosa, uma doença crônica assintomática que
silenciosamente lesiona os vasos sanguíneos, coração, cérebro e rins se não for detectada e tratada.
Embora cefaleias sejam comuns nos pacientes com hipertensão branda a moderada, os episódios de
cefaleia não se correlacionam com as flutuações na pressão arterial ambulatorial.
Em vez disso, eles se correlacionam com o conhecimento do indivíduo sobre seu diagnóstico.
A renina é enzima proteica liberada pelos rins quando a pressão arterial cai para níveis muito
baixos. Sua resposta consiste em elevar a pressão arterial de diversos modos, contribuindo para a
correção da queda inicial da pressão
Quando a pressão arterial cai, reações intrínsecas dos rins fazem com que muitas das moléculas de
pró-renina nas células JG sejam clivadas, liberando renina. A maior parte da renina é liberada no
sangue que perfunde os rins para circular pelo corpo inteiro.
Entretanto, pequenas quantidades de renina permanecem nos líquidos locais dos rins onde exercem
diversas funções intrarrenais.
A renina é enzima, e não substância vasoativa. Ela age enzimaticamente sobre outra proteína
plasmática, a globulina referida como substrato de renina (ou angiotensinogênio), liberando
peptídeo com 10 aminoácidos, a angiotensina I.
A angiotensina I tem ligeiras propriedades vasoconstritoras, mas não suficientes para causar
alterações significativas na função circulatória.
A renina persiste no sangue por 30 minutos a 1 hora e continua a causar a formação de angiotensina
durante todo esse tempo
Alguns segundos após a formação de angiotensina I, dois aminoácidos adicionais são removidos da
angiotensina I, formando o peptídeo de oito aminoácidos angiotensina II. Essa conversão ocorre, em
grande parte, nos pulmões, enquanto o sangue flui por seus pequenos vasos catalisados pela enzima
conversora de angiotensina presente no endotélio dos vasos pulmonares.
Outros tecidos, tais como rins e vasos sanguíneos, também contêm enzimas conversoras e, portanto,
formam localmente angiotensina II.
A angiotensina II é vasoconstritor extremamente potente, e ela afeta a função circulatória por outros
modos. Entretanto, ela persiste no sangue por apenas 1 ou 2 minutos por ser rapidamente inativada
por múltiplas enzimas sanguíneas e teciduais, coletivamente chamadas de angiotensinases.
A angiotensina II exerce dois efeitos principais capazes de aumentar a pressão arterial. O primeiro,
a vasoconstrição em muitas áreas do corpo, ocorre com muita rapidez. A vasoconstrição se dá, de
modo muito intenso, nas arteríolas e com intensidade muito menor nas veias. A constrição das
arteríolas aumenta a resistência periférica total, elevando, dessa forma, a pressão arterial.
Além disso, a leve constrição das veias promove o aumento do retorno venoso do sangue para o
coração, contribuindo para o maior bombeamento cardíaco contra a pressão elevada.
O segundo meio principal, pelo qual a angiotensina II eleva a pressão arterial, é a diminuição da
excreção de sal e de água pelos rins.
Essa ação eleva lentamente o volume do líquido extracelular, o que aumenta a pressão arterial
durante as horas e dias subsequentes. Esse efeito a longo prazo, agindo pelo mecanismo de controle
do volume do líquido extracelular, é ainda mais potente que a vasoconstrição aguda na elevação
eventual da pressão arterial.
Portanto, em alguns casos, esse pode ser o mecanismo salvador da vida para o corpo, em especial
no choque circulatório.
Note também que o sistema vasoconstritor renina-angiotensina precisa de cerca de 20 minutos para
ser ativado.
Desse modo, seu controle da pressão arterial é mais lento que os reflexos nervosos e o sistema
simpático norepinefrina-epinefrina
2. Fazendo com que as glândulas adrenais secretem aldosterona que, por sua vez, aumenta a
reabsorção de sal e de água pelos túbulos renais. Assim, quando quantidades excessivas de
angiotensina II circulam no sangue, todo o mecanismo renal a longo prazo para o controle dos
líquidos corporais é automaticamente ajustado para manter a pressão arterial acima da normal
A angiotensina exerce diversos efeitos diretos, que fazem com que os rins retenham sal e água. Um
deles é a constrição das arteríolas renais, o que diminui o fluxo sanguíneo pelos rins.
O lento fluxo sanguíneo reduz a pressão nos capilares peritubulares, provocando a rápida
reabsorção de líquido pelos túbulos.
A angiotensina II tem também importantes ações diretas sobre as células tubulares para aumentar a
reabsorção de sal e de água.
Os efeitos combinados da angiotensina II podem reduzir por vezes o débito urinário para menos que
um quinto do normal
Essa elevação causa a retenção de água, como explicado antes, aumentando o volume do líquido
extracelular e provocando, de forma secundária, maior elevação da pressão arterial a longo prazo.
Desse modo, tanto o efeito direto da angiotensina sobre os rins quanto seu efeito por meio da
aldosterona são importantes no controle da pressão arterial a longo prazo. Entretanto, uma pesquisa
em nosso laboratório sugeriu que o efeito direto da angiotensina sobre os rins seja talvez três ou
mais vezes mais potente que o efeito indireto por meio da aldosterona — embora este seja o mais
conhecido.
Uma das mais importantes funções do sistema renina-angiotensina é a de permitir que a pessoa
ingira quantidades muito pequenas ou muito grandes de sal, sem apresentar grandes variações do
volume do líquido extracelular ou da pressão arterial.
Então, a pressão arterial elevada aumenta o fluxo sanguíneo pelos rins, além de outros efeitos, reduz
a secreção de renina para nível muito mais baixo e provoca, sequencialmente, a redução da retenção
renal de sal e água, a quase normalização do volume do líquido extracelular e, por fim, a quase
normalização da pressão arterial.
Ao contrário, quando a ingestão de sal diminui para abaixo da normal ocorrem efeitos opostos.
Quando se reduz a ingestão de sal até apenas 1/10 parte do normal, a pressão arterial quase não se
altera enquanto o sistema renina-angiotensina funciona normalmente.
Assim, o sistema renina-angiotensina é talvez o sistema mais potente do organismo para acomodar
amplas variações na ingestão de sal, com alterações mínimas na pressão arterial.
A inervação simpática via receptores no músculo liso vascular causa vasoconstrição (p. 490).
Essa é uma resposta adaptativa que visa conservar o volume de líquido corporal.
Vários hormônios também influenciam a resistência arteriolar. Entre os mais importantes estão a
angiotensina II, um potente vasoconstritor, e as prostaglandinas, que atuam como vasodilatadoras.
Esses mesmos hormônios podem afetar o coeficiente de filtração devido à sua atuação sobre os
podócitos ou sobre as células mesangiais. Os podócitos alteram o tamanho das fendas de filtração
glomerular. Se as fendas se alargam, ocorre um aumento na área de superfície disponível para a
filtração, e a TFG aumenta.
A contração das células mesangiais evidentemente altera a área de superfície do capilar glomerular
disponível para a filtração. Temos ainda muito que aprender sobre esses processos, os quais estão
sendo ativamente investigados por fisiologistas.
CGTP
O sistema nervoso autônomo desempenha um papel fundamental no controle das funções renais,
permitindo a regulação e o equilíbrio dos processos internos do sistema urinário. O sistema nervoso
autônomo é composto por duas subdivisões principais: o sistema nervoso simpático e o sistema
nervoso parassimpático. Ambas as divisões trabalham em conjunto para garantir o funcionamento
adequado dos rins.
O sistema nervoso simpático é responsável por regular a resposta de "luta ou fuga" do organismo e
exerce influência sobre o sistema renal por meio de fibras nervosas que se originam na medula
espinhal. Quando ativado, o sistema simpático causa a constrição dos vasos sanguíneos que suprem
os rins, diminuindo o fluxo sanguíneo renal. Isso ocorre como parte de uma resposta adaptativa do
corpo para preservar a pressão arterial em situações de estresse ou perigo. Além disso, o sistema
simpático estimula a liberação de renina, uma enzima produzida pelas células especializadas do rim
chamadas células justaglomerulares. A renina é essencial para a regulação da pressão arterial e para
o controle da reabsorção de água e sal nos túbulos renais.
Por outro lado, o sistema nervoso parassimpático trabalha em conjunto com o simpático para
garantir um equilíbrio homeostático no sistema urinário. O parassimpático atua principalmente
durante os períodos de repouso e digestão, promovendo a vasodilatação dos vasos sanguíneos
renais, aumentando assim o fluxo sanguíneo para os rins. Esse aumento do fluxo sanguíneo renal é
importante para a filtração adequada do sangue nos glomérulos renais, onde ocorre a formação da
urina. Além disso, o parassimpático inibe a liberação de renina e favorece a reabsorção de água nos
túbulos renais, ajudando a regular o volume de urina produzido.
Em resumo, o sistema nervoso autônomo exerce controle sobre as funções renais por meio das suas
divisões simpática e parassimpática. Enquanto o sistema simpático atua para ajustar o fluxo
sanguíneo renal e regular a pressão arterial, o sistema parassimpático promove a vasodilatação renal
e a reabsorção de água nos túbulos renais. A interação dessas duas divisões é essencial para manter
o equilíbrio hidroeletrolítico e a homeostase no sistema urinário.
Furosemida ,torsemida ,bumetanida e acido etacinico têm ação no ramo ascendente da alça de
henle, apresentam maior eficacia de mobilizar Na Cl,a bumetanida e torsemida é muito mais potente
do que a furesimida, atuam bloqueando a reabsorção de Na+ e cloreto ,mesmo naqueles que tenham
má função renal ou naqueles que não respondem ao tiazidicos.
Os diurético de alça causam diminuição da resistência vascular renal do fluxo sanguíneo
Raramente são usados isoladamente , mas são comuns usados nos sintomas de insuficiência
cardíaca e edema
Mecanismos de ação:
Ações:
Atuam rapidamente em pacientes em que outros diuréticos não funcionem ,ao contrario dos
tiazidicos aumentam o conteúdo na urina , não causa hipopotasemia porque no túbulo contorcido
distal o Ca a é absorvido
Usos terapêuticos:
Primeira escolha em edema pulmonar agudo e dema periferico,causado pela ICC ou insuficiencia
renal,são uteis no tratamento da hipercalemia pois causam deplessão de Ca e da hiperpotassemia
Farmacocinética:
ADM por via oral ou parenteral ,duração curta de (2-4 hrs) ,secretados na urina
Efeitos adversos:
Hiperuricemia: a furosemida e o acido etacrinico competem com o ácido úrico ,bloqueando assim
sua excreção, ataques de gota
Hipovolemia aguda: Causam redução rápida e grave do volume ,com possibilidade de choque
hipotenção e arritimias
Hipomagnesemia
TIAZIDICOS
São derivados das sulfonamidas. Todos os tiazidicos afetam o túbulo contorcido distal.
Os tiazidicos são algumas vezes denominados diuréticos de teto baixo ,pois o aumento da
dosagem ,não promove resposta diurética adicional
Com o tratamento prolongado ,o volume do plasma volta ao normal , mas persiste o efeito
hipotensor , relacionado com a diminuição da resistência periférica .
Com excessão.da metolazona ,os tiazidicos não são eficazes em pacientes com função renal
inadequada .Nessas pacientes podem ser necessário diureticos de alça .
Mecanismo de ação
Ações :
Perda de K: Como os tiazidicos aumentam o Na no filtrado ,que chega ao túbulo distal ,ai o K é
trocado por Na,com o uso prolongado pode dar perda contínua de K,por isso deve ser medidos.
Usos terapêuticos
-hipertensão
insuficiência cardíaca :Os diuréticos de alça são de escolha para reduzir o volume extracelular
hipercalciúria: Pois inibem a excreção de Ca -benéfico para pacientes com cálculos de oxalato de
cálcio no trato urinário.
diabetes insípido:Produzem urina hiperosmolar .O volume urinário pode cair de 11L/dia para
aproximadamente 3L/dia .
Farmacocinética
São eficazes por via oral ,leva de 1 a 3 semanas para reduzir a PA e tem meia vida -prolongada
Todos são secretados de ácido orgânico.
Efeitos adversos:
hiponatremia :elevação HAD ,resultante da hipovolemia ,bem como na capacidade diluidora do rim
e ao aumento da sede. Limitar a ingestão de água e reduzir a dose do diurético pode evitar a
hiponatremia
Desde então, enalapril, lisinopril, quinapril, ramipril, bezenapril, moexpril, fosinopril, trandolapril e
perinopril foram disponibilizados.
Ações
Os IECAs diminuem a pressão arterial reduzindo a resistência vascular periférica sem aumentar
reflexamente o débito cardíaco, a frequência cardíaca ou a contratili?dade cardíaca. Esses fármacos
bloqueiam a ECA que hidrolisa a angiotensina I para formar o potente vasoconstritor angiotensina
II.
A ECA também degrada a bradicinina, um peptídeo que aumenta a produção de óxido nítrico e
prostaciclinas nos vasos sanguíneos. Esses últimos são vasodilatadores. Os IECAs diminuem os
níveis de an?giotensina II e aumentam os níveis de bradicinina.
Usos terapêuticos
• Os IECAs são fortemente indicados para o uso em pacientes com nefropatia diabética, pois
retardam a progressão dessa entidade nosológica e diminuem a albuminúria. Os efeitos benéficos na
função renal resultam da diminuição da pressão intraglomerular devido à vasodilatação da arteríola
eferente.
• Os IECAs são usados no cuidado de paciente após infarto do miocárdio e são fármacos de
primeira escolha no tratamento de pacientes com disfunções sistólicas.
• Os IECAs são os fármacos de primeira escolha para tratar insuficiência cardíaca, os pacientes
hipertensos com DRC e os pacientes com risco elevado de doença arterial coronariana.
Farmacocinética
Todos são convertidos no metabólito ativo no fígado, exceto o captopril e o lisinopril, que, dessa
forma, podem ser preferidos para o tratamento de hipertensão em pacientes com grave insuficiência
hepática.
Os IECAs são eliminados primariamente pelos rins e necessitam, por essa razão, terem suas doses
ajustadas em pacientes com insuficiência renal. As únicas exceções a essa regra são o fosinopril e o
moexpril. O enalapril é o único IECA disponível para o uso intravenoso.
Efeitos Adversos
Os efeitos adversos mais comuns são tosse seca, erupções cutâneas, febre, alteração do paladar,
hipotensão e hipercalemia. A tosse seca ocorre em aproximadamente em 10% dos pacientes, sendo
decorrente provavelmente do aumento dos níveis de bradicinina e substância P na árvore
traqueobrônquica.
O aumento dos níveis de bradicinina também pode ocasionar angioedema, um evento raro.
Os IECAs ainda podem induzir malformações fetais e, por isso, são contraindicados na gravidez.
Ações Os BRAs bloqueiam os receptores AT1, diminuindo a sua ativação pela angioten?sina. Seus
efeitos farmacológicos são simulares aos do IECAs por produzirem dila?tação arteriolar e venosa e
bloqueio da secreção de aldosterona, reduzindo, assim, a pressão arterial e diminuindo a retenção de
sal e água. Os BRAs se ligam ao receptor AT1 com alta afinidade, tendo uma seletividade 10.000
vezes maior para o recep?tor AT1 do que para o AT2
A inibição das respostas biológicas à angiotensina II é máxima e não pode ser restaurada na
presença de BRA, independentemente da concentração de angioten?sina II. Esses fármacos inibem
de maneira potente e de modo seletivo a maioria dos efeitos biológicos da angiotensina II, incluindo
a contração do músculo liso vascular, as respostas pressóricas rápidas, as respostas pressóricas
lentas, a sede, a libera?ção de vasopressina, a secreção de aldosterona, a liberação de catecolaminas
pelas suprarrenais, o aumento da neurotransmissão noradrenérgica, o aumento do tônus simpático,
as alterações da função renal e a hiperplasia e hipertrofia celulares.
Efeitos Adversos
Em geral, os BRAs são bem tolerados. Quando ocorrem, os efeitos colaterais as?semelham-se
àqueles descritos sobre os IECA. A incidência de angioedema e tosse é muito menor do que aquela
observada com IECAs. Assim como esses, os BRAs também têm potencial teratogênico e devem
ser interrompidos durante a gravidez. Em pacientes cuja pressão sanguínea ou função renal
dependem muito do Sistema Renina-Angiotensina (SRA) (estenose da artéria renal, por exemplo)
os BRAs podem provocar hipotensão, oligúria, azotemia progressiva ou insuficiência renal aguda.
Paciente com doença renal ou em uso de suplementos de potássio ou ainda diuréticos poupadores de
potássio estão sujeitos a hipercalemia quando BRAs se fazem presentes.