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Operações Financeiras: juros ativos, juros passivos, descontos

financeiros obtidos e concedidos, Aplicações Financeiras.

Ao iniciar este capítulo, é preciso saber o que vem a ser juro. Você sabe o que é juro?
Segundo o dicionário Michaelis, juro pode ser:

“Taxa percentual incidente sobre valor ou quantia, numa unidade de tempo determinada;
Remuneração que uma pessoa recebe pela aplicação do seu capital; rendimento do dinheiro
aplicado”.

Se juro é a remuneração do dinheiro aplicado, o segundo passo é saber remuneração


para quem? Veja 2(dois) exemplos:
A empresa aplica um determinado valor no banco, obtendo um rendimento, conhecido
como uma receita financeira.
A Cia toma empréstimo junto ao banco, remunerando-o, tendo assim uma despesa
financeira.
Resumindo, quando se recebe juro obtém-se uma receita e quando se paga juro ocorre
uma despesa.

Juros Ativos e Juros Passivos


Juros Ativos e Juros Passivos são os nomes técnicos utilizados na contabilidade, a
palavra ativo e passivo que acompanha a palavra juro é apenas um adjetivo para
qualificar os juros como positivo ou negativo.

Juros Ativos: representam juros positivos, pois o adjetivo Ativo significa a favor da
empresa. Neste caso, a empresa recebeu os juros, logo, trata-se de uma Receita.

Ex: A empresa recebeu uma duplicata de seu cliente no valor de R$ 60.000,00 com juros
de 5,4% a.m, devido atraso de 8 dias. Calcule e contabilize na forma de diário:

5,4 / 100 = 0,0540 ---- 0,0540 / 30 = 0,0018 (por dia) ---- 0,0018 x 8 dias = 0,0144
R$ 60.000,00 x 0,0144 = R$ 864,00 (juros)

D – Banco 60.864,00
C – Juros Ativos 864,00 (receita financeira)
C – Duplicatas a Receber 60.000,00

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Juros Passivos: representam juros negativos para a empresa. Ocorre quando a empresa
para os juros, logo, trata-se de Despesa.

Ex: A empresa pagou uma duplicata junto ao fornecedor no valor de R$ 50.000,00 com
juros de 4,5% a.m, devido atraso de 5 dias. Calcule e contabilize na forma de diário:

4,5 / 100 = 0,0450 ---- 0,0450 / 30 = 0,0015 (por dia) ---- 0,0015 x 5 dias = 0,0075
R$ 50.000,00 x 0,0075 = R$ 375,00 (juros)

D – Fornecedores 50.000,00
D – Juros Passivos 375,00 (despesa financeira)
C – Banco 50.375,00

O resultado financeiro é o confronto das despesas financeiras e receitas financeiras, que


podem ser juros, variações monetárias, juros de clientes, rendimentos de aplicações
financeiras, descontos sobre duplicatas, etc.

Exercícios de Fixação:

1) São exemplos de despesas financeiras:

a) Aluguéis passivos
b) dividendos obrigatórios
c) comissões dos vendedores
d) impostos sobre o lucro
e) variações monetárias negativas

2) Uma empresa que consegue pagar uma duplicata com desconto, mas concede um
desconto na venda de seu produto, está respectivamente:

a) aumentando e diminuindo seu resultado bruto, apenas.


b) diminuindo seu resultado bruto e seu resultado operacional
c) aumentado seu resultado bruto e diminuindo o seu resultado operacional
d) aumentado o seu resultado operacional e diminuindo o seu resultado bruto
e) aumentando resultado bruto e seu resultado operacional

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 35


3) Não pode ser considerada uma despesa financeira:

a) Juros cobrados pelo fornecedor, devido pagamento em atraso.


b) Juros dos financiamentos de Bancos.
c) abatimentos concedidos aos clientes pelo fato dos produtos apresentarem defeitos.
d) desconto concedido ao cliente pelo pagamento antecipado da duplicata.
e) juros dos empréstimos bancários.

Descontos Financeiros Obtidos - são aqueles que a empresa recebe, após garantir a
condição imposta pelo fornecedor. Um exemplo de condição é o pagamento antecipado
de uma duplicata antes da data de vencimento, obtendo um desconto.

Exemplo: pagamento antecipado de uma nota promissória valor de R$ 36.000,00, com


desconto de 5%.

D – Nota Promissória a Pagar 36.000,00

C – Descontos Obtidos 1.800,00 (receita financeira)

C – Banco 34.200,00

Descontos Financeiros Concedidos - São aqueles que a cia concede aos seus clientes,
impondo-lhes alguma condição. Um exemplo de condição é a exigência de quitação da
dívida antes da data de vencimento, dando-lhe um desconto.

Exemplo: recebimento antecipado de uma duplicata no valor de R$ 63.000,00, com


desconto de 4%.

D – Banco 60.480,00
D – Descontos Concedidos 2.520,00 (despesa financeira)
C – Duplicatas a Receber 63.000,00
Operações Financeiras
As empresas quando possui excesso de caixa efetua aplicações financeiras com as
sobras de caixa e quando precisa de caixa normalmente capta recursos por meio de
empréstimos bancários.

A aplicação das sobras de caixa no mercado financeiro por meio de aplicações


financeiras, para não deixar os recursos parados na conta corrente são investimentos
temporários, de curtíssimos prazos e de liquidez imediata, uma vez que a empresa
poderá necessitar dos recursos para operacionalizar as suas operações. Essas
aplicações renderão juros sobre o valor aplicado. São também conhecidos como
operações financeiras ativas.

Agora quando a empresa tem insuficiência de caixa, precisa captar recursos e uma forma
dessa captação são os empréstimos bancários. Nesta operação a cia paga juros ao
credor sobre o valor emprestado. Os empréstimos são operações financeiras passivas.

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Exemplo Aplicações Financeiras: Em 01 de março de 2009, a Cia EBS efetuou aplicação
financeira de curto prazo no Banco SSB S/A, onde possui conta corrente, no valor de R$
3.250,00. No dia 31 de março, a empresa resgatou o valor de R$ 3.550,00. O banco
descontou 15% de imposto de renda.

Na aplicação:

D – Aplicações Financeiras 3.250,00


C – Banco 3.250,00

No resgate:

D – Banco 3.505,00
D – IRRF a Recuperar 45,00 (*)
C – Aplicações Financeiras 3.250,00
C – Receitas Financeiras 300,00

(*) este direito será abatido, por ocasião da apuração do IRPJ. A alíquota de IR retido
poderá variar de 22,5% a 15% em função do prazo de aplicação.

Exemplo Empréstimos Bancários: Em 15 de abril de 2009, a Cia NOVERMELHO efetuou


um empréstimo bancário, com juros pré-fixados de 9% a.m. no Banco LUCRO S/A, onde
possui conta corrente, no valor de R$ 12.000,00 com vencimento em 15 de maio de 2009.
O banco cobrou a TAC (taxa de abertura de crédito) equivalente a 0,25% sobre o
empréstimo principal.

Na contratação do empréstimo:

D - Banco 11.970,00
D - Tarifas Bancárias 30,00
C - Empréstimos a Pagar 12.000,00

D - Juros a Vencer 1.080,00 (ativo circulante)


C - Empréstimos a Pagar 1.080,00

Pelo reconhecimento da despesa de juros relativo ao mês de abril (15 dias)


D - Despesas de Juros 540,00
C - Juros a vencer 540,00 (ativo circulante)

Pelo pagamento do empréstimo bancário:


D - Empréstimos a pagar 13.080,00
C - Banco 13.080,00

Pelo reconhecimento da despesas de juros relativos ao mês de maio (15 dias)


D - Despesa de Juros 540,00
C - Juros a vencer 540,00

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Exercício de Fixação

EXPERTISE S/A
BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/12/2009 EM R$ (REAIS)
ATIVO PASSIVO
ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE
BANCO 82.075,00 SALÁRIOS A PAGAR 12.000,00
DUPLICATAS A RECEBER 140.000,00 FORNECEDORES 70.000,00
ESTOQUE 50.925,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO


IMOBILIZADO CAPITAL SOCIAL 200.000,00
VEÍCULOS 30.000,00 RESERVAS DE LUCROS 18.000,00
DEPRECIAÇÃO ACUMULADA (3.000,00)

TOTAL DO ATIVO 300.000,00 TOTAL DO PASSIVO + PL 300.000,00

Em 31/12/2009, a empresa possuía 150 televisores de 27 polegadas no seu estoque. Durante o


mês de janeiro/2010, ocorreram os seguintes fatos:

02/JAN – Recebimento antecipado de 90% das duplicatas. Foi concedido um desconto de 6%.

05/JAN – Pagamento dos salários do mês anterior.

08/JAN – Venda de 120 televisores, a vista, por R$ 900,00 cada.

11/JAN – Aplicação efetuada no Banco Kido S/A, no valor de R$ 200.000,00, com taxa de juros
pré-fixadas de 6% a.m. (juros simples).

15/JAN – Pagamento ao fornecedor, o valor constante no Balanço Patrimonial. Por falhas do


contas a pagar, foi pago com atraso, com juros de mora de 3% a.m. O pagamento deveria ser
efetuado no dia 05/JAN.

31/JAN – Provisão dos salários do mês no valor de R$ 12.000,00.

31/JAN – Contabilizar o rendimento da aplicação financeira, correspondente ao período de


janeiro/2010.

31/JAN – A taxa de depreciação dos veículos é de 20% a.a.

ICMS/PIS/COFINS – não cumulativo.

Vendas em São Paulo

Elaborar lançamentos na forma de diário, razonetes, Demonstração do Resultado do Exercício e


Balanço Patrimonial do mês de Janeiro/2010.

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 38


Demonstração do Resultado do Exercício da ________________ encerrado em __________________________

RECEITA BRUTA DE VENDAS

(-) DEDUÇÕES

Vendas Canceladas

Descontos Incondicionais

ICMS

PIS

COFINS

(=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS

(-) CMV

(=) LUCRO BRUTO

(-) DESPESAS OPERACIONAIS

Despesas com vendas

Despesas Gerais e Administrativas

(=) Resultado antes das Receitas e Despesas Financeiras

(-) Despesas e Receitas Financeiras

(=) Resultado antes dos tributos sobre o Lucro

(-) Imposto de Renda e Contribuição Social s/ Lucro Líquido

(=) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

DUPLICATAS DESCONTADAS

Quando as empresas necessitam de recursos financeiros, elas têm como uma das
alternativas captar recursos por meio das duplicatas emitidas junto aos seus clientes.
Esses títulos de crédito que garantem o recebimento de suas vendas.

De posse desses títulos de crédito, as empresas, havendo essa necessidade, transfere


essas duplicatas para os bancos por meio de endosso. Caso um dos seus clientes não
pague a duplicata, o banco debita na conta da empresa.

Exemplo:

A empresa desconta R$ 8.000,00 de duplicatas no banco DSR.O banco cobra R$ 400,00


de juros pelo prazo de 30 dias e despesa bancária de R$ 25,00. Esta operação foi
efetuada no dia 01/04/2009. Como contabilizar?

D – Banco 7.575,00
D – Encargos Financeiros a Apropriar 400,00 (ativo circulante)
D – Tarifas Bancárias 25,00
C – Duplicatas Descontadas 8.000,00 (conta redutora do ativo circulante)

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 39


No final do mês a empresa recebe o aviso do Banco que o Cliente pagou o título. O que
fazer agora? Reconhece os juros e baixa a duplicata:

D – Juros Passivos 400,00


C – Encargos Financeiros a Apropriar 400,00 (ativo circulante)

D – Duplicatas Descontadas 8.000,00 (conta redutora do ativo circulante)


C – Duplicatas Receber 8.000,00

E se o cliente não efetuasse o pagamento do título. Como ficaria o lançamento?

D – Juros Passivos 400,00


C – Encargos Financeiros a Apropriar 400,00 (ativo circulante)

D – Duplicatas Descontadas 8.000,00 (conta redutora do ativo circulante)


C – Banco 8.000,00

Exercício de Fixação:

A) A empresa CAEX S/A em 31/05/2009, descontou no banco as seguintes duplicatas

Nº 0039 – valor de R$ 20.000,00 – vencimento 30/06/2009


Nº 0040 – valor de R$ 10.000,00 – vencimento 31/07/2009
Nº 0041 – valor de R$ 20.000,00 – vencimento 31/08/2009

Os valores negociados junto ao banco, foram: R$ 150,00 de despesas bancárias e juros à


taxa de 4% a.m. Calcule e contabilize, sabendo-se que todas as duplicatas foram
liquidadas nos respectivos vencimentos.

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B) A empresa CAEX S/A em 31/05/2009, descontou no banco as seguintes duplicatas

Nº 0039 – valor de R$ 25.000,00 – vencimento 30/06/2009


Nº 0040 – valor de R$ 10.000,00 – vencimento 31/07/2009
Nº 0041 – valor de R$ 20.000,00 – vencimento 31/08/2009

Os valores negociados junto ao banco, foram: R$ 120,00 de despesas bancárias e juros à


taxa de 5% a.m. Calcule e contabilize, sabendo-se que duplicata nº 0040 não foi
liquidada, apenas as 0039 e 0041.

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C) A empresa CAEX S/A em 31/05/2009, desconto no banco as seguintes duplicatas

Nº 0039 – valor de R$ 25.000,00 – vencimento 30/06/2009


Nº 0040 – valor de R$ 15.000,00 – vencimento 31/07/2009
Nº 0041 – valor de R$ 30.000,00 – vencimento 31/08/2009

Os valores negociados junto ao banco, foram: taxa de R$ 120,00 de despesas bancárias


e juros à taxa de 4% a.m. Calcule e contabilize, sabendo-se que duplicata nº 0041 não foi
liquidada, apenas as 0039 e 0040.

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D) A empresa CAEX S/A em 31/07/2009, descontou no banco as seguintes duplicatas

Nº 0040 – valor de R$ 15.000,00 – vencimento 31/08/2009


Nº 0041 – valor de R$ 30.000,00 – vencimento 30/09/2009

Os valores negociados junto ao banco, foram: R$ 120,00 de despesas bancárias e juros à


taxa de 5% a.m. Calcule e contabilize, sabendo-se que todas as duplicatas foram
liquidadas nos respectivos vencimentos.
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Cálculo e contabilização da Contribuição Social Sobre o Lucro (CSLL) e
Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);

A manutenção do Estado se dá através na sua grande maioria pela arrecadação de tributos.


Você sabe o que tributo? O CTN – Código Tributário Nacional em seu artigo 3º descreve:

“Tributo é toda prestação pecuniária compulsiva, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada”.

O CTN, ainda complementa em seu artigo 5º:

“os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. Mas seguindo a linhas de outros
doutrinadores, existem também As Contribuições Especiais, e os Empréstimos Compulsórios, pois
os mesmos possuem as mesmas características de tributo.

Por que o contribuinte tem que pagar imposto de renda?


O CTN, artigo 43º determina que a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica, que podem
ser: produto do capital (renda), do trabalho ou combinação de ambos, proventos de qualquer
natureza, acréscimos patrimoniais são passíveis de imposto de renda.

Fiscalmente, analisando as empresas jurídicas, por exemplo, a ocorrência dos lucros se dá por
meio das suas atividades operacionais e a lei determina que o fato gerador (ocorreu lucro) é
passível de imposto de renda. Além das leis, existe o RIR – Regulamento do Imposto de Renda,
que dá as diretrizes para o cálculo e recolhimento deste tributo.

O RIR/99 determina que sobre a base de cálculo será aplicada a alíquota de 15%. Além dessa
alíquota, a parcela da base de cálculo que exceder ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00
pelo número de meses do respectivo período de apuração ficará sujeita a incidência de adicional
de IRPJ, aplicando a alíquota de 10%.

Exemplificando, a Stilus S/A obteve um resultado positivo antes IR no valor de R$ 80.000,00 em


31/03/2008 (3 meses).
Lucro antes IRPJ - R$ 80.000,00

Imposto: R$ 80.000,00 x 15% - R$ 12.000,00


Imposto adicional: (R$ 80.000,00 – 60.000,00) x 10% - R$ 2.000,00
Total a Recolher R$ 14.000,00

D – IRPJ R$ 14.000,00 (Resultado)


C – PROVISÃO PARA IRPJ R$ 14.000,00 (Passivo Circulante) ou IRPJ A PAGAR
‘Professor EUCLIDES BEZERRA 43
De um modo geral, a CSLL segue o mesmo procedimento que o IRPJ. A alíquota atual é de 9%.
Utilizando a mesma base dos dados anteriores:
R$ 80.000,00 x 9% = R$ 7.200,00
D – CSLL R$ 7.200,00 (Resultado)
C – PROVISÃO PARA CSLL R$ 7.200,00 (Passivo Circulante) ou CSLL A PAGAR

Exercício de Fixação: 1) Calcule e faça os lançamentos contábeis do IRPJ e a CSLL da Cia


SIMBA, sabendo-se que o Resultado Operacional anual foi de R$ 320.000,00.
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2) Calcule e faça os lançamentos contábeis do IRPJ e a CSLL da Cia MUFAZA, sabendo-se que o
Resultado Operacional mensal foi de R$ 360.000,00.
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3) Calcule e faça os lançamentos contábeis do IRPJ e a CSLL da Cia RAJAR, sabendo-se que o
Resultado Operacional em 30/06/2010 foi de R$ 390.000,00 e a empresa entrou em atividade em
01/04/2010.
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PROVISÃO PARA CRÉDITO DE LIQUIDAÇÃO DUVIDOSA – PCLD

A PCLD – Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa é uma conta redutora do ativo que
retifica a conta duplicatas a receber ou clientes, buscando apresentar as futuras inadimplências no
que diz respeito às vendas a prazo, apresentando o seu valor líquido de realização. Esta prática
atende ao Princípio Contábil da Prudência, que determina “a adoção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentarem alternativas
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio
líquido”.(Resolução CFC nº 750/93 - artigo 10)

Esta provisão é efetuada no final do encerramento do exercício, estimando quanto a empresa


deixará de receber, por meio de um percentual aplicado sobre as duplicatas a receber. Para um
controle mais próximo da realidade recomenda-se fazer um estudo minucioso junto as duplicatas
a receber, diminuindo cada vez os seus riscos e com isso as suas perdas.

A constituição da PCLD tem como contrapartida uma conta de Despesas com Crédito de
Liquidação Duvidosa (DCLD), que faz parte do grupo de Despesas com Vendas, sendo uma
despesa operacional. O lançamento a ser efetuado é assim:

D – DCLD xxxxxx (Despesas com Vendas – DRE)


C – PCLD xxxxxx (Ativo circulante – conta redutora – BALANÇO PATRIMONIAL)

Até o ano de 1976, o FISCO determinava um percentual que era aplicado sobre as duplicatas a
receber, na qual a despesa era dedutível para fins de Lucro Real, mas com a promulgação da Lei
nº 9.430/96 as regras foram alteradas, seguindo as seguintes regras, a partir de 01 de janeiro de
1977:

I. com declaração de insolvência do devedor, em sentença emanada do Poder Judiciário;


II. sem garantia, de valor:
a) até R$ 5.000,00, por operação, vencidos há mais de seis meses, independentemente de iniciados
os procedimentos judiciais para o seu recebimento;
b) acima de R$ 5.000,00 até 30.000,00, por operação, vencidos há mais de um ano,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento, porém mantida
a cobrança administrativa;
c) superior a R$ 30.000,00, vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e mantidos os
procedimentos judiciais para o seu recebimento;
III. Com garantia (proveniente de vendas com reserva de domínio, de alienação fiduciária em garantia
ou de operações com outras garantias reais, tais como o penhor de bens móveis e a hipoteca de
bens), vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais
para o seu recebimento ou o arresto das garantias;
IV. contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente à
parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar.

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Observação 1: Não se deve calcular a provisão sobre direitos provenientes de vendas com
reserva de domínio, de alienação fiduciária em garantia ou de operações com garantia real.

Observação 2: É proibida a dedução de perdas relativas a dívidas cujos responsáveis sejam


empresas controladoras, controladas, coligadas ou interligadas.

Vamos fazer o ciclo completo!


Constituição
A empresa PROVENDA LTDA no final do exercício de 2008, possui um saldo na conta duplicatas
a receber no valor de R$ 350.000,00. Pelo estudo dos exercícios anteriores, verificou que as
perdas ocorridas nos últimos três exercícios foram de 4%, sendo este percentual a ser aplicado:

R$ 350.000,00 x 4% = R$ 14.000,00

D – DCLD 14.000,00 (Despesas com Vendas – DRE)


C – PCLD 14.000,00 (Ativo circulante – conta redutora – BALANÇO PATRIMONIAL)

Provisão Suficiente
Durante o mês de janeiro de 2009, depois de esgotados todos os recursos disponíveis na
cobrança, uma duplicata no valor de R$ 6.500,00 tornou-se incobrável. A empresa ainda recebeu
neste período o montante de R$ 280.000,00. O título que se tornou incobrável precisa ser baixado
da contabilidade. Lembre-se que a empresa possuía R$ 350.000,00 em duplicatas a receber.

Lançamento contábil no diário:


D – PCLD 6.500,00 (AC – conta redutora – BALANÇO PATRIMONIAL)
C – DUPLICATAS A RECEBER 6.500,00 (AC – BALANÇO PATRIMONIAL)
Quais são os saldos das DUPLICATAS A RECEBER e da PCLD no final de janeiro de 2009?
Duplicatas a Receber PCLD
350.000,00280.000,00 6.500,00 14.000,00
6.500,00 7.500,00
63.500,00

Provisão Insuficiente
Durante o mês de abril, mais uma duplicata tornou-se incobrável, obrigando a ser efetuada a
baixa na contabilidade. O valor da duplicata a receber era de R$ 8.000,00, maior que o saldo que
constava na provisão. Durante o período de fevereiro a abril a empresa, havia recebido o
montante de R$ 40.000,00. Vamos ao lançamento!

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 46


Lançamento contábil no diário:
D – PCLD 7.500,00 (AC – conta redutora – BALANÇO PATRIMONIAL)
D – Perdas com Cliente 500,00 (Despesas com Vendas – DRE)
C – DUPLICATAS A RECEBER 8.000,00 (AC – BALANÇO PATRIMONIAL)

Quais são os saldos das DUPLICATAS A RECEBER e da PCLD no final de abril de 2009?
Duplicatas a Receber PCLD PERDAS C/ CLIENTES
63.500,00 40.000,00 7.500,00 7.500,00 500,00
8.000,00
15.500,00

Reversão do saldo existente e a constituição de uma nova PCLD


Imagine que no final do exercício não foi utilizado o saldo da PCLD na sua totalidade, neste caso,
o saldo precisa ser baixado e constituído uma nova provisão, da seguinte forma:
Saldo da PCLD – R$ 9.000,00
Lançamento contábil no diário:
D – PCLD 9.000,00 (AC – conta redutora – BALANÇO PATRIMONIAL)
C – Recuperação de Despesas 9.000,00 (dedução das Despesas com Vendas – DRE) *

* Pode-se utilizar a conta com o nome “Outras Receitas Operacionais” , “Receitas Eventuais” ou
ainda “ Reversão de Provisões”

Complementação de Saldo Existente


A empresa em 31/12/209 possuía um saldo de duplicatas a receber no valor de R$ 400.000,00 e
uma PCLD de R$ 9.000,00 e adota o sistema de complementação, eliminado a reversão do saldo
existente. A taxa a ser aplicada pelos estudos foi de 4%. Vamos ao lançamento:

R$ 400.000,00 x 4% = R$ 16.000,00
(-) saldo constante na PCLD = R$ 9.000,00
Saldo a provisionar = R$ 7.000,00

D – DCLD 7.000,00 (Despesas com Vendas – DRE)


C – PCLD 7.000,00 (Ativo circulante – conta redutora – BALANÇO PATRIMONIAL)

PCLD DCLD
9.000,00 7.000,00
7.000,00
16.000,00

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 47


Exercício 1
NEVER FORGET S/A
Balanço Patrimonial encerrado em 31/12/2008 - em R$

Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Banco 189.897,00 Fornecedores 618.000,00
Duplicatas a Receber 196.400,00 Salários a Pagar 12.000,00
PCLD (5.892,00)
Estoques 449.595,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 200.000,00

Total do Ativo 830.000,00 Total do Passivo + PL 830.000,00


A empresa Never Forget S/A compra e vende guitarra. No final do ano de 2008, possuía em seu
estoque 900 unidades. Durante o ano de 2009 ocorreram os seguintes fatos:
a) 05/JANEIRO – Pagamento dos salários constante no Balanço Patrimonial.
b) 15/MARÇO - Venda de 500 guitarras por R$ 1.490,00 cada. Nesta transação foi concedido um
desconto de 4%. A cia recebeu 50% a vista e o saldo para receber proporcionalmente em 4 vezes:
dupl. 084 - 15/MAIO / dupl. 085 - 31/DEZEMBRO / dupl. 086 - 31/JANEIRO/2010 e dupl. 087 -
01/MARÇO/2010.
c) 30/ABRIL - Descontado as seguintes duplicatas constante no Balanço Patrimonial, junto ao
Banco EBS S/A, com juros de 5% a.m.
duplicata nº 082 – R$ 100.000,00 – vencimento – 30/05/2009
duplicata nº 083 – R$ 92.000,00 – vencimento – 30/05/2009
OBS: A duplicata 081 – R$ 4.400,00 está a 4 meses atrasada.
d) 30/ABRIL - Foi pago todo o valor devido aos fornecedores.
e) 30/MAIO - a empresa recebeu a duplicata vencida em 15/MAIO, com juros de 4% a.m.
f) 30/MAIO – O Banco emitiu aviso que as duplicatas descontadas foram liquidadas.
g) 15/JULHO – Após todas as tentativas legais, a duplicata 081 foi considerada incobrável,
devendo assim proceder a sua baixa.
h) 31/DEZEMBRO – Provisão dos salários do período no valor de R$ 12.567,00
i) 31/DEZEMBRO – Constituição do complemento da PCLD a taxa de 3%.
ICMS/PIS/COFINS – não cumulativo – Vendas em São Paulo
IRPJ – 15% + 10% se houver adicional e CSLL – 9%
Efetuar o diário, DRE e Balanço Patrimonial do ano de 2009.

Exercício 2 - Utilizando o Balanço Patrimonial abaixo e sabendo-se que durante o mês de


janeiro/2010, ocorreram os seguintes fatos:

a) 10/jan – Recebimento de 60% das duplicatas a receber constante no Balanço Patrimonial


de 31/12/2009;
b) 15/jan - Venda a prazo de 64% do seu estoque por R$ 80.000,00.
c) 20/jan - O Banco emitiu aviso que 46% das duplicatas descontadas foram liquidadas.

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 48


d) 31/jan - um de seus clientes entrou em falência, tornando uma de suas duplicatas
incobrável, no valor de R$ 3.600,00.

ICMS/PIS/COFINS – não cumulativo – Vendas em São Paulo


IRPJ – 15% + 10% se houver adicional e CSLL – 9%
Efetuar o diário, DRE e Balanço Patrimonial do mês de janeiro/2011.

POWER S/A - BALANÇO PATRIMONIAL ENCERRADO EM 31/12/2009 – em R$ (Reais)

ATIVO PASSIVO

Banco 61.000,00 Salários a Pagar 14.000,00

Duplicatas a Receber 120.000,00

Duplicatas Descontadas (24.000,00)

PCLD (3.000,00)

Estoque 40.000,00 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Capital Social 150.000,00

Reservas de Lucros 30.000,00

TOTAL 194.000,00 TOTAL 194.000,00

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‘Professor EUCLIDES BEZERRA 49


Cálculo e Contabilização Folha de Pagamento e Encargos Sociais
Folha de Pagamento de salários é um documento no qual são relacionados os nomes dos
empregados da empresa com cargo, data de admissão, o valor bruto dos vencimentos, os
descontos e adiantamentos e o valor líquido que cada um tem a receber.
A mais simples folha de pagamento possui: o valor bruto dos salários, o valor do desconto do
INSS e o valor líquido que os empregados receberão. Para tanto, temos que conhecer as tabelas
abaixo:

Salário de Contribuição do INSS - R$ (jul/2011)


Alíquota para fins de Recolhimento do INSS (%)

até 1.107,52 8%

de 1.107,53 a 1.845,87 9%

de 1.845,88 a 3.691,74 11%

Teto de Contribuição do INSS R$ 406,09

Salário Família – jul/2011


R$ 29,43 para quem ganha até R$ 573,91
R$ 20,74 para quem ganha até R$ 862,60

Imposto de Renda - base - abril/2011

Rendimento Alíquota Deduções


Até R$ 1.566,61 isento -
De R$ 1.566,62 a R$ 2.347,85 7,50% R$ 117,49
De R$ 2.347,86 a R$ 3.130,51 15% R$ 293,58
De R$ 3.130,52 a R$ 3.911,63 22,50% R$ 528,37
Acima R$ 3.911,63 27,50% R$ 723,95

Deduções para empregado assalariado: R$ 157,47 por dependente;


pensão alimentícia paga por acordo judicial ou por escritura pública;
contribuição à previdência social;
R$ 1.566,61 por aposentadoria a quem já completou 65 anos de idade;
contribuições à previdência privada.

Além dos salários dos empregados, o empregador precisa pagar também os encargos que
incidem sobre a folha de salários, como o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e a
parte patronal da contribuição da Previdência Social.

Vamos a um exemplo prático, A empresa contratou um empregado para o cargo de assistente


contábil, no dia 01/julho/2011, por um salário de R$ 2.500,00, sem dependentes, devendo efetuar
o pagamento líquido no dia 05/agosto/2011. Como calcular e contabilizar?

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 50


No mês de julho é contabilizado a provisão da folha de salários, da seguinte forma:
D – Despesas com salários 2.500,00
C – Salários a Pagar 2.500,00

Depois temos que efetuar os descontos, primeiramente da contribuição da Previdência Social.


Neste caso, ficaria assim: R$ 2.500,00 x 11% (ver tabela) = R$ 275,00

D – Salários a Pagar 275,00


C – Contribuições de Previdência a Recolher 275,00 (passivo circulante)

Devido este empregado não possuir dependente e o valor ser acima do limite do salário família,
não receberá este benefício, mas o valor pode ser passível de imposto de renda. Vamos ver? A
base para o IRRF (imposto de renda retido na fonte) será R$ 2.500,00 – R$ 275,00 = R$ 2.225,00.
Pela tabela do imposto de renda, deve ser aplicado 7,5%. Qual será o valor a ser descontado?
R$ 2.225,00 x 7,5% = R$ 166,88 – R$ 117,49 (dedução que consta na tabela) = R$ 49,39 (valor a
ser descontado. Vamos contabilizar!

D – Salários a Pagar 49,39


C – IRRF a Recolher 49,39 (passivo circulante)

Com esses lançamentos o empregado irá receber no mês seguinte o valor líquido de R$ 2.175,61
Após a contabilização da folha, a empresa precisa apropriar os encargos sociais, sendo eles a
Previdência Social e o FGTS. Seguindo o nosso exemplo os valores seriam:
Previdência Social – parte da empresa – R$ 2.500,00 x 26,8% = R$ 670,00
FGTS – R$ 2.500,00 X 8% = R$ 200,00

D – Contribuições de Previdência 670,00 (despesa administrativa ou c/vendas)


C – Contribuições de Previdência a Recolher 670,00 (passivo circulante)

D – FGTS 200,00 (despesa administrativa ou c/vendas)


C – FGTS a Recolher 200,00 (passivo circulante)
Notas:
Os 26,8% devidos pela empresa sobre o total bruto da Folha de Pagamento para a Previdência
Social tem o seguinte destino:

- para a própria Previdência Social ..............................20,0%


- para o Seguro Acidente do Trabalho (SAT).................1,0%
- para terceiros:
Salário Educação...........................................................2,5%
INCRA............................................................................0,2%
SENAI/SENAC/SENAT…..............................................1,0%
SESI/SESC/SEST.........................................................1,5%
SEBRAE…………………........………………….......……0,6%
Total……………………………...........…….………..….26,8%

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 51


A porcentagem destinada ao Seguro Acidente do Trabalho – SAT poderá ser de 1%, 2% ou 3%,
conforme o risco de acidente do trabalho da atividade preponderante da empresa seja
considerado leve, médio ou grave.

Os percentuais apresentados neste item relativos às retenções sobre a Folha de Pagamento e à


parte patronal, podem ser freqüentemente alterados pela Previdência Social. Portanto, na vida
prática, deve-se ficar atento a possíveis mudanças na legislação federal para efetuar os cálculos
corretamente.

Utilizamos a conta de despesa correspondente, mas podemos utilizar a conta de encargos sociais.

Quanto a conta Contribuições de Previdência, pode-se utilizar a conta INSS.

Exercício de Fixação

Contabilizar a folha de salários de julho/2011, que será paga no mês seguinte, com os seguintes
dados:

Empregados cargo salário dependentes

Kelly Silva Recepcionista R$ 1.200,00 não possui

Geane Oxford Gerente Financeira R$ 4.800,00 2

Contabilizar a folha de salários de agosto/2011, que será paga no mês seguinte, com os seguintes
dados:

Empregados cargo salário dependentes

Carol Santos Auxiliar Contábil R$ 1.500,00 1

Mariana Xaiane Controller Senior R$ 8.500,00 não possui

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 52


Outros tipos de descontos - Adiantamento de Salários
Normalmente as empresas concedem adiantamento de salários a seus empregados,
correspondente a 40% do salário normal e efetua o desconto no momento do pagamento. Veja o
exemplo: O empregado ganha R$ 1.960,00 por mês. A empresa paga os salários do dia 05 de
cada mês e concede adiantamento salarial de 40% todo dia 20 de cada mês.

R$ 1.960,00 x 40% = R$ 784,00

Lançamento contábil no dia 20

D – Adiantamento de Salários 784,00 (Balanço Patrimonial – ativo circulante)


C – Banco 784,00

No dia 30, contabiliza-se a folha e efetua a baixa do adiantamento de salário, debitando a conta
salário a pagar.

Concessão de Vale Transporte


De acordo com a Lei nº 7.418, de 16/12/1985, todo trabalhador tem direito ao vale transporte, para
se deslocar da residência para o trabalho e vice-versa.

O empregado que recebe o vale transporte colabora com o custeio de até 6% do seu salário com
este benefício e a empresa arca com a diferença.

Veja o exemplo:

O empregado utiliza o total de 4 conduções por dia no percurso da residência para a empresa,
tendo um custo mensal de R$ 235,40 para 22 dias úteis. O empregado ganha o valor mensal de
R$ 1.000,00

A empresa adquire o vale transporte e contabiliza assim:

D – Adiantamento de Vale Transporte 235,40 (Ativo circulante)


C – Banco 235,40

Na contabilização da folha (no final do mês), a empresa desconta o vale transporte e baixa o saldo
para despesa:

R$ 1.000,00 x 6% = R$ 60,00

D – Salários a Pagar 60,00


C – Adiantamento de Vale Transporte 60,00

D – Despesas c/ vale transporte 175,40


C – Adiantamento de Vale Transporte 175,40

Exercício de Fixação

Com base nos dados abaixo, contabilize: adiantamento de 40%, o vale transporte e a folha de
salários de agosto/2011, que será paga no mês seguinte:

Empregados cargo salário dependentes vale transporte

Marina Santos Assistente Adm R$ 2.800,00 2 R$ 235,40

Gilberto Silva Office-boy R$ 1.000,00 não possui R$ 177,10


‘Professor EUCLIDES BEZERRA 53
Cálculo e Contabilização Provisão de Férias e 13º Salário
Férias é sinônimo de descanso e é direito do empregado, que deve ser concedido anualmente
pelo empregador, para o mesmo descansar, sem prejuízo da remuneração. (art. 129 – CLT –
Consolidação das Leis do Trabalho).

Além das férias, o empregado tem o direito ao acréscimo de 1/3 do salário normal.

Se o empregador é obrigado a conceder férias aos seus empregados, estes valores devem ser
provisionados mensalmente. E a Receita Federal deve aceitar esta provisão, conforme determina
o artigo 337 do RIR/99:

“Art. 337. O contribuinte poderá deduzir, como custo ou despesa operacional, em cada período de
apuração, importância destinada a constituir provisão para pagamento de remuneração
correspondente a férias de seus empregados (Decreto-Lei nº 1.730, de 1979, art. 4º, e Lei nº 9.249, de
1995, art. 13, inciso I).

§ 1º O limite do saldo da provisão será determinado com base na remuneração mensal do


empregado e no número de dias de férias a que já tiver direito na época do encerramento do período
de apuração (Decreto-Lei nº 1.730, de 1979, art. 4º, § 1º).

§ 2º As importâncias pagas serão debitadas à provisão, até o limite do valor provisionado (Decreto-
Lei nº 1.730, de 1979, art. 4º, § 2º).

§ 3º A provisão a que se refere este artigo contempla a inclusão dos gastos incorridos com a
remuneração de férias proporcionais e dos encargos sociais, cujo ônus cabe à empresa.”

Isto quer dizer que o empregador efetua a provisão proporcional mensal do valor que pagará ao
empregado, e no momento da concessão das férias, efetua a sua baixa. Vamos ao exemplo:

O empregado entrou na empresa no dia 01 de agosto de 2011.

O seu salário mensal é de R$ 2.868,00

Vamos aos cálculos!

R$ 2.868,00 / 12 meses = R$ 239,00 = 1/12 e,

Mais 1/3 = R$ 239,00 / 3 = R$ 79,67

A provisão de férias será = R$ 239,00 + R$ 79,67 = R$ 318,67

Diário em 31 de agosto de 2011.

D – Férias 318,67 (DRE – despesa administrativa/ ou Vendas)


C – Provisão de Férias 318,67 (Balanço Patrimonial – passivo circulante)

Além da provisão das férias, é preciso efetuar a provisão dos encargos sociais incidentes sobre as
férias, que são: o INSS e o FGTS.
Previdência Social (INSS) – R$ 318,67 x 26,8% = R$ 85,40
FGTS – R$ 318,67 X 8% = R$ 25,49
D – Contribuições de Previdência 670,00
C – Provisão para Contribuições de Previdência s/ Férias 670,00 (passivo circulante)

D – FGTS 25,49
C – Provisão para FGTS s/ Férias 25,49 (passivo circulante)

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 54


O 13º (décimo terceiro salário) também é um direito do trabalhador, na qual o empregado recebe
um salário proporcional ao período que esteve à disposição do empregador durante o ano. Isto
quer dizer que se o empregado entrou em 10 de setembro de 2011, terá direito neste ano a
proporção de 4/12 do seu salário, a título de 13º salário.

Para fins de cálculos do valor de 13º salário, considera-se mês integral a fração igual ou superior
a 15 dias trabalhados.

O 13º salário é pago em duas parcelas: a primeira por ocasião das férias, nos meses de fevereiro
a 30 de novembro e a segunda parcela até o dia 20 de dezembro.

Assim como as férias, o 13º salário precisa ser provisionado, seguindo o princípio da
competência.

Essa despesa também é dedutível perante o fisco, conforme determina o artigo 338 do RIR/1999:

“Art. 338. O contribuinte poderá deduzir, como custo ou despesa operacional, em cada período de
apuração, importância destinada a constituir provisão para pagamento de remuneração
correspondente ao 13º salário de seus empregados (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso I).

Parágrafo único. O valor a ser provisionado corresponderá ao valor resultante da multiplicação de


um doze avos da remuneração, acrescido dos encargos sociais cujo ônus cabe à empresa, pelo
número de meses relativos ao período de apuração”.

Exemplo: O empregado ganha R$ 3.600,00 por mês e a empresa precisa fazer a provisão de
1/12. Como fazer a provisão?

Valor do salário (R$ 3.600,00) / 12 = R$ 300,00 (valor da provisão de 13º salário – mensal)

O lançamento no diário será assim:

D – 13º Salário 300,00 (DRE – despesa administrativa/ ou Vendas)


C – Provisão para 13º Salário 300,00 (Balanço Patrimonial – passivo circulante)

Além da provisão do 13º salário, também é preciso efetuar a provisão dos encargos sociais.

Previdência Social (INSS) – R$ 300,00 x 26,8% = R$ 80,40


FGTS – R$ 300,00 X 8% = R$ 24,00
D – Contribuições de Previdência 80,40
C – Provisão para Contribuições de Previdência s/ 13º Salário 80,40 (passivo circulante)

D – FGTS 24,00
C – Provisão para FGTS s/ Férias 24,00 (passivo circulante)

Exercício de Fixação

Com base nos dados abaixo, contabilize: as provisões de férias e 13º salário do mês de
agosto/2011:

Empregados cargo salário

Marina Santos Assistente Adm R$ 2.800,00


Gilberto Silva Office-boy R$ 1.000,00
Geane Oxford Gerente Financeira R$ 4.800,00

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 55


BALANÇO PATRIMONIAL

Conceito – é a demonstração contábil que apresenta, de forma qualitativa e quantitativa, a


composição dos bens, direitos, obrigações e a situação líquida da empresa em um determinado
momento. Costuma-se dizer que o Balanço Patrimonial é a fotografia tirada em uma data,
normalmente no dia 31 de dezembro.
Composição do Balanço Patrimonial – o balanço possui o ativo, passivo e a diferença entre ambos
será o patrimônio líquido.

Ativo – é o conjunto de bens e direitos de propriedade da entidade. São os itens positivos do


patrimônio, que trazem benefícios, proporcionam ganho para a entidade. Representa as
aplicações de recursos no patrimônio.

Passivo – são as obrigações exigíveis da entidade, ou seja, as dívidas que serão cobradas a
partir da data de seu vencimento, junto a terceiros, bem como os valores aplicados pelos
proprietários no negócio. Representa as origens de recursos no patrimônio.

Patrimônio Líquido – representa os recursos obtidos para aplicação no ativo proveniente dos
sócios. Representa a obrigação da entidade para com os sócios. A diferença entre bens e direitos
e as obrigações junto a terceiros, corresponde ao patrimônio líquido. Faz parte também do
patrimônio líquido o resultado apurado entre a receita e a despesa.

Finalidade do Balanço Patrimonial:


Demonstrar a situação econômica e financeira da empresa, fornecimento de dados para
planejamento futuro, auxiliar no controle, prestar contas aos sócios e sociedade, cumprir as
exigências de aspectos societários, comerciais e fiscais, entre outros.

Classificação básica do Balanço Patrimonial

A lei societária determina que no Ativo, as contas devem ser agrupadas em ordem decrescente de
grau de liquidez, sendo: Ativo Circulante, Ativo Não Circulante, composto por: Realizável a Longo
Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível.

No Passivo, as contas devem ser agrupadas em ordem decrescente de grau de exigibilidade,


sendo: Passivo Circulante, Passivo Não Circulante.

No Patrimônio Líquido as contas são: Capital Social, Reservas de Capital, as Reservas de Lucros,
Ajuste de Avaliação Patrimonial, Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados.

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 56


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Conceito – é a demonstração contábil que apresenta, de forma objetiva as receitas e as


despesas da empresa durante um determinado período de uma forma dedutiva, evidenciando o
resultado econômico da cia.

As empresas devem seguir a lei societária, conforme modelo previsto no artigo 187:

Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:


I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;

II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro
bruto;

III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas
gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; (Redação dada pela
Lei nº 11.941, de 2009)

V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto;

VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, mesmo


na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de
empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
2009)

VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social.

§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:

a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em


moeda; e

b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas


receitas e rendimentos.

§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) (Revogado pela Lei nº 11.638,de
2007)

‘Professor EUCLIDES BEZERRA 57


Bibliografia
ARAÚJO, I. P. S. Introdução à Contabilidade. 13. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009.

BORINELLI, M. L. PIMENTEL, R. C Curso de Contabilidade para Gestores, Analistas e Outros


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CASTILHO, E., et al. Introdução à Lógica Contábil. 1. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.

CHAGAS, G. Contabilidade Geral Simplificada. 2. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.

Código Civil – 11ª edição - Editora Saraiva, 2005.

CF – Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial, 2009.

CTN – Código Tributário Nacional. 8. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002.

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – 29ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002.

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Entendendo o Código Civil – CRC-SP e IOB – Ed. Thomson, 2003.

FERREIRA J. R. Resumo de Contabilidade Geral. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Ferreira, 2009.

FERREIRA, A. B de H. Mini Aurélio Século XXI Escolar: O minidicionário da Língua Portuguesa. 4.


ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001.

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‘Professor EUCLIDES BEZERRA 58

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