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Poetas universitário,
Poetas de Academia,
De rico vocabulário
Cheio de mitologia;
Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licença,
Pois mesmo sem português
Neste livrinho apresento
O prazer e o sofrimento De
um poeta camponês.
Poeta universitário,
Poeta de academia,
De rico vocabulário Cheio
de mitologia,
Talvez este meu livrinho
Não vá receber carinho,
Nem elogio e nem estima,
Mas garanto se fizer
E não instruí papel Com
poesia sem rima.
Se um doutor me perguntar
Se o verso sem rima presta,
Calado eu não vou ficar, A
minha resposta é esta:
— Sem a rima, a poesia
Perde alguma simpatia
E uma parte do primor;
Não merece muita palma,
É como o corpo sem arma E
o coração sem amor.
AUTOPSICOGRAFIA
Poeta é um fingidor
Fingi tão completamenti
Qui chega a fingi que é dor
A dor que muitô senti.
E os qui le o qui iscreve,
Na dor lida senti bem.
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Qui si chama o coração.
Fernando Pessoa
TURMA:1300
PROFESSORA: CIRLENE
DISCIPLINA: ABORDAGEM DE
ALFABETIZAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL