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P. 75 – Em cada prática espacial desencadeadas por um grupo de sujeitos, (...) estão presentes
componentes da economia, da política, da subjetividade, da ideologia, do contrapoder, da
resistência, da cultura, etc.
P. 76 e 77 – Chaveiro e Pelá, fazem uma síntese de três períodos que marcam a história das
cidades relacionadas ao desenvolvimento do capitalismo no Brasil e no mundo: Do final do
século XIX até a década de 1930, foi um período conhecido como “Desejo de cidade”, nesse
período a cidade passou a ser vista como sinônimo de progresso irrefutável, enquanto as áreas
rurais passaram ser definidas como sinônimo de atraso. O período de 1950 ao início da década
de 1960, temos uma fase nomeada como a do “Direito à cidade”, nessa fase, o crescimento
das metrópoles e de seus problemas como a desigualdade social, fizeram emergir de um lado
movimentos sociais e ambientalistas que lutavam por mudanças sociais e por outro uma visão
hegemônica de grupos que viam com naturalidade a manutenção da desigualdade social,
exploração, etc. A fase atual é denominada como “Crise da Cidade”, onde a realidade de
desigualdades sociais, problemas ambientais, desemprego, etc. onde “a metrópole – como
realidade em crise, coincide com um processo demográfico de desmetropolização”.
P. 77-78 – Esse afastamento tem vários sintomas, entre eles o desenraizamento, que ocorre
especialmente migrantes, ex-camponeses e operários são impedidos de usufruir de
determinados espaços, ainda que configurados como públicos.
P. 78 – Outras características também estão presentes nessa nova cidade: o intenso fluxo, os
ruídos e as estratégias esterilizantes, que transformam parques, monumentos e praças em
objetos de fotografias, mais do que de vivência.
P. 81 – Não basta apenas ler a cidade e seus arranjos relativos ao modo de produção, e dele
em relação aos modos de existência ou às diferentes táticas de vida dos grupos sociais. É
preciso gerar instrumentos interpretativos que a vejam como uma realidade sócio-histórica,
expressando a densidade de um tempo e revelando a cultura e as práticas espaciais de um
lugar.
P. 82 – A pulsão dos sujeitos e sua luta pela vida conseguem gerar nesses espaços, contudo,
misturas qualificadas das culturas de ex-camponeses e de migrantes, juntamente com a
autonomia corporal da juventude, de tal maneira que as suas trajetórias de informação, a
riqueza do terciário informal, as maiores oportunidades de se comunicar, transformam a
periferia proletária num rico acontecimento da criatividade e de invenção.
P. 84 – No caso específico de Goiânia, expressão espacial de uma região que sofreu acelerada
transformação em sua estrutura socioeconômica – e deu um estado que verteu o seu território
em função da ligação direta com a economia globalizada por meio do agronegócio - , a
mesclagem e hibridação dos signos rurais e urbanos especificam a sua voz, a sua dinâmica e a
vida do sujeito que se relaciona com seus lugares. Embora singularizada, é cada vez mais,
universalizada. Nesses dois signos repousa o olhar que deseja interpretá-la.