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CLOREXIDINA

Antimicrobiano Tópico

SEM RESISTÊNCIA BACTERIANA

RELATÓRIO TÉCNICO

NEOBRAX Ltda

Tel_ : (81)9154-6087
E-mail: gracivan.clorexidina@bol.com.br
1. INTRODUÇÃO

A Clorexidina é um antibacteriano de características desinfetante e anti-séptica e


pode ser reputado como o mais eficaz de que se tem conhecimento. Sua característica
básica é ter efeito contra bactérias gram negativas e gram positivas, fungos sem no entanto
ter os efeitos secundários que a maioria apresenta.
O órgão máximo de saúde internacional filiado à ONU: o WHO (World Health
Organization), considerou a Clorexidina o desinfetante padrão em 1983, e desde então a
substância consta como “substância essencial” no relatório elaborado pela organização. Por
substâncias essenciais entenda-se que à elas deve-se dar prioridade no tratamento, são os
chamados produtos de primeira escolha.
Os três principais derivados da Clorexidina: o Digluconato (solução aquosa à 20%),
o cloridrato e o acetato, possibilitem seu emprego numa variedade surpreendente de
situações, tais sejam:
Indústria de açúcar e álcool
Indústria de alimentos
Indústria farmacêutica
Indústria cosmética
Indústria da ração animal
Indústria de papel e celulose
Atividade Médico - Hospitalar
Veterinária
Químico
Petroquímico
Curtumes
Outros segmentos

Aspectos comparativos da Clorexidina em relação a outros produtos encontrados


normalmente no mercado:

ProdutoAçãoEspectroToxidade Corrosividade Outros


comentáriosALCÓOLPrecipita proteínas e desnatura lipídiosAlgumas bactérias
Alguns vírus envelopados Esporos fúngicos + +Ineficiente contra o
Parvovírus e outros vírus não envelopados Muito volátilFORMOLDesagrega
grupos amino, hidroxila e sulfidrilaAlgumas bactérias Fungos Alguns vírus +
++ +Risco de carcinogenicidade e mutagenicidade COMPOSTOS
IODADOSReage com grupos amino e sulfidrila. Desagrega membranas
lipídicasAlgumas bactérias Esporos Fungos Alguns vírus + +Corrosivo
em condições de uso CLOROOxida enzimas. Altera permeabilidade da parede
celularAlgumas bactérias Poucos vírus Poucos fungos +++ ++
+Rapidamente neutralizado por material orgânico (urina, fezes) Altamente
corrosivoCOMPOSTOS FENÓLICOSDesnatura proteínas. Altera permeabilidade
da parede celularAlgumas bactérias Alguns vírus envelopados +++ +Podem
ser neurotóxicos GLUTARAL-DEÍDOGrupos sulfidrila. Coagulação do
citoplasmaBactérias Alguns fungos Esporos Vírus +++ +Toxidade
ambiental acima de 0,2 ppm/m³ÁCIDO PERACÉTICOAtua por oxidação. Grupos
sulfidrila e amôniaEsterilizante Bactericida Fungicida ++ +++O ácido
peracético é tóxico, corrosivo e altamente inflamável Tem odor
forteCLOREXIDI-NADesestrutura a função osmótica da membrana celular dos
microorganismosEsterilizante Fungicida Algicida Virucida Não é
tóxicaNão é corrosivaExtremamente eficaz e segura, pois não é absorvida pelo
organismoFonte “Desinfection in veterinary and Farm animal pratice”- A. H.
Linton - Blackwll Scientific Publication, 1988

2. INFORMAÇÕES ESSENCIAS

A Clorexidina é uma Bis-Biguanida e teve sua preparação divulgada por ROSE E


SWAIN (1956), e desde então, tem seu uso consagrado tanto nos países integrantes da
Comunidade Britânica, quanto nos Estados Unidos da América. Sua fórmula é a seguinte:

NH NH NH NH
   
NH-C - NH - C - NH (CH²)6 NH - C - NH - C - NH
 
Cl Cl
1,1 Hexamethylene bis 5 - (p-Clorophenyl-biguanide) ou
1,6 Di (N - p - clorofenilguanida) hexano

A Clorexidina é básica para a formação de sais estáveis com ácidos orgânicos e


inorgânicos. Sua ação antibacteriana e antifúngica é mais poderosa do que os derivados de
amônio quaternário bem como a de compostos fenólicos e derivados iodados. Face a esse
grau de atividade, pequenas concentrações de sais de Clorexidina são geralmente
suficientes para inibir o processo reprodutivo e exterminar a maioria das espécies
bacterianas, além o que, sendo praticamente isenta de toxicidade e de efeitos corrosivos,
proporciona extrema segurança no seu emprego.
Seu modo de ação se caracteriza por uma rápida absorção por parte das células do
microorganismo, resultando numa série de modificações citológicas que afetam sua
permeabilidade e suas propriedades óticas.
A quantidade de droga absorvida é proporcional à saída dos constituintes celulares.
As alterações que conduzem à extinção foram observadas e levaram à constatação que os
níveis máximos de saída dos constituintes celulares resultam da absorção da substância em
quantidades equivalentes tanto para a Escherichia coli quanto para o Staphylococcus
aureus (LAWRENCE, 1960).
HUGO E LONGWORTH (1964) conduziram uma série de experimentos avaliando
a captação da droga, a saída dos constituintes celulares e as alterações da turbidez, com
finalidade de determinar o processo ativo de Digluconato de Clorexidina. Concluíram que a
droga reage com a célula e a partir dos seus grupamentos lipofílicos, provoca uma
desorientação da membrana lipoprotéica obstando sua função de barreira osmótica. A partir
da reação inicial os eventos subsequentes dependem da concentração da substância
presente.
A formação de camadas de Clorexidina celular, previne a saída dos constituintes por
oclusão física observando-se a inativação das enzimas autolíticas e a desnaturação do
citoplasma. O acelerado aumento do índice de morte de bactéria, face a uma maior
concentração, sugere uma mudança no modo de ação da Clorexidina. Entre 50 e
100mcg/ml o grau de precipitação do citoplasma aumenta a 90% do RNA e 30% da
proteína. Este tipo de lesão é rápida e irreversível.
O precipitado do RNA e a Clorexidina são instáveis em meios ácidos e alcalinos,
sugerindo que as ligações iônicas são atribuíveis à interação da droga, carregada
positivamente, com grupos da molécula de RNA carregados negativamente.

3. TOXICOLOGIA

Os estudos iniciais foram realizados por FOULKES (1973) que determinou a dose
letal por vias oral e endovenosa, e a tolerância à administração crônica, concluindo que a
Clorexidina possui nível extraordinariamente baixo de toxicidade tanto para animais quanto
para o homem. Pesquisas suplementares foram realizadas por DAVIES et al. (1976)
confirmado conclusões anteriores e determinando para o Digluconato de Clorexidina o DL
50 de 22 mg/kg/dia na aplicação endovenosa, e a DL 50 de 1800 mg/kg/dia na
administração oral. Os resultados foram obtidos a partir de experimentos levados a efeito
com duas espécies de roedores (camundongos e coelhos) e uma ruminante (vacas).
HUBBEN (1977) constatou ausência de qualquer efeito nocivo decorrente da administração
oral do Digluconato de Clorexidina.
Quanto ao potencial carcinogênico foram testados quatro grupos de 224 ratos cada
um, que receberam doses de 5, 25 ou 50 mg/kg de peso corporal, durante dois anos. Os
piques de níveis sangüíneos ao término da posologia, caíram pela metade dentro de uma a
duas semanas. Os níveis de Digluconato de Clorexidina no pulmão, fígado, rins, nódulos
mesentéricos e outros nódulos linfáticos, bem como no sangue, foram determinados em
intervalos regulares durante a experimentação e nas três, seis e nove semanas seguintes ao
término da administração.
Nenhuma modificação histológica foi encontrada. A concentração no fígado estava
alta na fase final, mas caiu à metade após uma a duas semanas. Não se constatou incidência
de neoplasia nos grupos controle e tratados. A toxicidade oral aguda, extremamente baixa
em animais de laboratório, tem sido confirmada no homem nos últimos trinta anos de
experiência e uso irrestrito. MAILBACH (1977) levou a efeito testes de fotolexidade
(potencial causador de dermatite alérgica) e de fotosensibilidade, concluindo pela inteira
segurança no emprego humano da Clorexidina.
PEREIRA (1985) pesquisando a toxicidade aguda e crônica do Digluconato de
Clorexidina administrado por via oral em camundongos, constatou:

Incremento no ganho de peso em relação ao grupo controle,


Baixa significativa no número de mortes atribuível à inibição de infeções
intercorrentes nos grupos tratados,
Ausência de efeitos teratogênicos.

CASE (1976) e RUSHTON (1974) investigando a absorção percutânea, concluíram


ser a mesma praticamente nula.

4. ESTUDOS RADIOGRÁFICOS

A Clorexidina é fortemente básica, normalmente distribuída sobre todos seus


átomos de nitrogênio e contém relativamente pequenos grupos lipofílicos. O balanço
hidrofílico / lipofílico é o maior fator determinante da atividade antibabacteriana numa
série de bis-biguanidas relacionadas.
O Digluconato de Clorexidina é fracamente tensoativo, reduzindo a tensão
superficial da água a cerca de 50 dynes/cm a 0,59% concentração em que forma micelas.
Isso indica que a molécula pode envolver-se sobre si mesma pois possui uma fase
hidrofílica e uma hidrofóbica. A Clorexidina sendo catiônica interage com a bactéria
porque conduz cargas negativas em sua superfície (pH fisiológico).
No caso da Escherichia coli, por exemplo, a absorção de pequenas quantidades de
Clorexidina lesa as camadas externas das paredes celulares, lesa os esferoplastos e torna a
bactéria vulnerável a uma série de substâncias, se constituindo por conseguinte num veneno
para a membrana citoplasmática. A reação com as soluções do citoplasma precipita a
pentose e o fósforo obstando assim a restauração dos co-reatores intermediários de
citoplasma tornando-o inviável.

5. ESPECTRO E ATIVIDADE

A Clorexidina mostrou ser ativa em altas diluições contra um grande número de


bactérias Gram (+) e Gram(-), lêvedos e fungos. As concentrações mínimas inibitórias
(MIC) se situam bem abaixo de 4%, NILSEN (1977) determinou a MIC para a maioria das
bactérias Gram (-) (inferior a 10 mcg/ml) e para a maioria dos fungos (inferior a
100mcg/ml).
Em ordem decrescente de suscetibilidade, os organismos testados foram agrupados
em coccus gram negativos, bacilos vegetativos gram positivos, bacilos gram negativos,
lêvedos Trichophyton spp., Actinomycetos e diversos fungos esporulados.
A atividade bactericida é mais rápida que a fungicida e esta é fortemente
dependente do pH, sendo sua atividade máxima alcançada com pH 8.
Resumimos que o espectro de atividade de Clorexidina está assim estabelecido:
 Bactérias Gram (+)
 Bactérias Gram (-)
 Fungos
 Algas
 Como coadjuvante no controle dos seguintes vírus: canine disemper virus,
equine influenza virus, transmissible gastroenteritis virus, hog cholera virus,
parainfluenza-3 virus, bovine rhinotracheitis virus, bovine virus diarrhea virus,
infectious bronchitis virus, Newcastle virus, Venezuelan equine encephalitis
virus, equine rhinopneumonitis virus, feline rhinotracheitis virus, equine arteritis
virus, pseudorabies virus, canine coronavirus.

Eficácia

Gráfico comparativo entre a quantidade necessária de Clorexidina e outros produtos


para o mesmo efeito anti-séptico / desinfetante.

3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0

Obs.: Bactérias estudadas:


Pseudomonas aeruginosas
Proteus vulgaris
Escherichia coli
Staphylococcus aureus

Fonte: Antimicrobial Activity Lawrence, 1960.

Concentrações mínimas inibitórias (MIC), NILSEN (1977)

1) BACTÉRIAS GRAM NEGATIVASMicroorganismosMIC


(PPM)MicroorganismosMIC (PPM)Aeromonas aerogenes Enterobacter cloacae
Escherichia coli Klebsiella aerogenes Klebsiella pneumoniae Neisseria gonorrhoae
Neisseria sp12.5 2.5 - 3.2 1.0 - 5.0 1.5 - 2.5 6.2 4.0 1.5 - 4.0Proteus marcescens Proteus
mirabilis Proteus morgani Proteus rettgeri Proteus vulgaris Pseudomonas aeruginosa
Pseudomonas fluorescens3.2 - 5.0 25 - 100 25 - 43 3.0 - 10 7.0 - 25 3.0 - 6.0 5.0 -
15.0Pseudomonas sp. Salmonella dublin Salmonella typhi Salmonella thyphosa Salmonella
pullorum Salmonella typhimurium10.0 - 20.0 2.5 - 15.0 1.6 2.5 7.0 14.0Serratia
marcescens (não pigmentado) Serratia marcescens (pigmentado) Shigella flexneri Shigella
sonnei Vibrio cholera25.0 50.0 - 75.0 1.5 1.6 7.0
2) BACTÉRIAS GRAM POSITIVASMicroorganismosMIC (PPM)MicroorganismosMIC
(PPM)Bacillus cereus Bacilllus megatherim Bacillus subtilis Clostridium botulinum
Clostridium novyi Clostridium perfringens Clostridium tetani Clostridium welchu
Corybacterim acnes Corynebacterim diphitheriae Corynebacterim xerosis Micrococcus
espécies3.0 1.0 1.4 - 3.0 3.5 1.8 14.0 7.0 70.0 10.0 - 15.0 8.0 7.5 1.5 - 6.0Mycobacterim
balnei Mycobacterim smegmatis Mycobacterim tuberculosis Sarcina lutea Staphylococcus
albuns Staphylococcus aureus Staphylococcus epidermidis Streptococcus faecalis
Streptococcus lactis Streptococcus mutans Streptococcus pneumoniae Streptococcus
pyogenes5.0 0.5 0.7 - 6.0 2.0 0.5 - 2.0 1.0 - 2.5 0.25 - 6.0 1.5 - 3.0 1.4 0.1 7.0 0.6 - 5

3) FUNGOSMicroorganismosMIC (PPM)MicroorganismosMIC (PPM)Aspergillus niger


Aspergillus vesicolor Blastomuces dermatitidis Candida albicans Candida parasilosis
Cladoporium espécies Crytococcus espécies Debariomyces espécies Microsporum audonini
Microsporum canis200.0 75.0 25.0 6.0 - 12.5 30.0 75.0 20.0 10.0 14.0 18.5 Micrsoporum
gypseum Mucos plubeus Penicillium notatum Penicillium roqueforti Rhizopus nigricans
Saccharomyces cerevisias Saccharomyces ellipsoideus Sporendonemina espécies
Trichoderma viride Trichophiton abdonini14.0 125.0 200.0 150.0 175.0 50.0 50.0 50.0
125.0 14.0

6. VANTAGENS

6.1 Baixíssima toxidez

A Clorexidina tem uma DL 50 oral de 1800 mg/kg/dia que lhe confere elevado grau
de segurança no manuseio e uso na desinfecção.
A Clorexidina é largamente usada na composição de cremes dentais, loções infantis,
detergentes medicinais e em diversas áreas da medicina.

6.2 Não causa resistência microbiológica

A Clorexidina não permite que os microorganismos desenvolvam espécies


resistentes, confirmados por trabalhos internacionais que determinaram a resistência
bacteriana da Clorexidina.
Esta característica é particularmente importante oferecendo um alto grau de
segurança no seu uso antibacteriano, não encontrado em outros biocidas normalmente
usados para a mesma finalidade. Desta maneira a Clorexidina torna-se um biocida eficaz e
econômico, além de seguro, não necessita revezamento.

6.3 Efeito residual

A Lactona, um dos componentes do Digluconato de Clorexidina, confere a


aderência da substância às superfícies e mantêm sua atividade residual por período
prolongado, não permitindo sua volatilização.

6.4 Não é corrosiva

A Clorexidina não ataca aço comum, aço inoxidável, alumínio, latão, cobre,
borracha sintética ou natural, mármore, azulejo, cerâmica, plásticos, madeira, pintura, etc.,
preservando os equipamentos.
A Clorexidina não irrita a pele dos manipuladores em caso de contato com o
concentrado, nem exala gases tóxicos desagradáveis durante o preparo ou durante o uso
normal na desinfecção.

6.5 Não é volátil

A solução de Digluconato de Clorexidina, quando aplicada em qualquer gênero de


superfícies ou ambientes, permanece ativo por tempo prolongado, dada as características da
molécula de não volatilizar em contato com o ar, o que não ocorre com outros produtos,
tais como: ácido peracético, compostos iodados, hipoclorito de sódio, óxido de cloro ou
cloro gasoso.
Desta forma a clorexidina proporciona alto grau de segurança, mantendo sua ação
antimicrobiana por tempo prolongado no ambiente tratado.

6.6 Ausência de odor

A Clorexidina pode ser usada em ambiente onde estejam sendo manipulados ou


armazenados alimentos sem o perigo de contaminar com cheiro estranho , como no caso
dos fenóis e do ácido peracético.

6.7 Não é poluente

A Clorexidina é segura para o meio ambiente por não conter metais pesados ou
substâncias causadoras de eutroficação. É biodegradável.

7. USOS DA CLOREXIDINA

7.1 Desinfecção de equipamentos:


Digluconato de Clorexidina solução aquosa a 20% foi especialmente desenvolvido
para situações de contaminação bacteriana e/ou fúngica que requeiram um produto versátil
e de amplo espectro de ação, como nas indústrias da fabricação de alimentos, bebidas,
conservas, sucos concentrados, etc. A produção de bebidas e alimentos por sua vez, requer
baixíssimo índice de contaminação e, não raro, entrando pela área da esterilidade total.
O Digluconato de Clorexidina, pelas suas características físico-químicas, é um
produto que se adapta a todos tipo de uso graças a sua alta atividade antibacteriana
estendendo-se para os fungos, algas e alguns vírus. O Digluconato não exala gases, não é
tóxico para o homem ou para qualquer espécie animal, não é corrosivo e preserva os
equipamentos. Não sendo volátil, tem sua atividade prolongada por longos períodos,
podendo chegar a mais de 30 dias, fato importante na fabricação de produtos perecíveis. A
dosagem e extremamente flexível de acordo com as necessidades de cada produto, tipo de
equipamento, etc. Como algicida, por exemplo, 1 Kg de Digluconato de Clorexidina pode
tratar até 30.000 Lts. de água limpa para uso industrial ou refrigeração.

7.2 Desinfetante Hospital:

A Clorexidina é o mais poderoso e seguro desinfetante hospitalar. Em testes


realizados na USP, Instituto de Ciência Biomédicas - Departamento de Microbiologia e
Imunologia, a Clorexidina mostrou-se eficaz na diluição de 2,5% e, 5 minutos contra cepas
de Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e Salmonella
choleraesuis.

Observação: Laudo de 19-01-88

 Diluições para uso Médico/Cirúrgico

 Assepsia pré-operatória: Lavar com solução de Clorexidina a 1:25.


 Assepsia do campo operatório: Lavar com solução de Clorexidina a 1:200.
 Instrumentos cirúrgicos: Deixar o material imerso por 30 segundos, em solução
aquosa de Clorexidina 1:1000.
 Desinfecção do ambiente: Desinfetar o ar borrifando no ambiente uma solução
de Clorexidina 1:5000.

7.3 Indústria Laticinista:

 Queijos - Fabricação e conservação

 Tratamento da Salmoura: Diluir numa proporção de 1:3000 litros de salmoura,


fazer aplicação periódica em intervalos regulares que variam de 15 a 21 dias,
dependendo da contaminação da indústria. Obteve-se uma redução de 96% na
contagem global de microorganismos, segundo FURTADO (1989).
 Casca do queijo: Diluir a 1:1500. A imersão dos queijos na solução
proporcionou uma queda acentuada do crescimento de mofos na casca dos
queijos, segundo FURTADO (1989).
 Desinfecção de equipamentos, utensílios e instalações de indústria: Pulverizar
após pré-lavagem simples com águas limpa, uma solução de Clorexidina de
1:1000.

 Leite - Ordenha e Armazenamento

 Prevenção de mastite em gado leiteiro: Lavagem de tetas e úberes da vaca


(diluição 1:40), mãos de manipuladores (diluição 1:100) e equipamentos,
utensílios e instalações de ordenha (diluição 1:1000), com o objetivo de
diminuir a carga microbiana presente.
 Desinfecção de equipamentos envolvidos na extração do leito: baldes, latões,
teteiras, etc. (diluição 1:1000).

7.4 Indústria de produtos cárneos:

A Clorexidina é o mais eficaz biocida e desinfetante para indústrias de produtos


cárneos. Testes da Universidade Federal de Santa Maria - centro de Ciências Rurais Dptº
de tecnologia e Ciência dos alimentos comprova que o Digluconato de Clorexidina a
1:2000 é eficaz para as bactérias. Indicando também para degermação das mãos por não
lesar a epiderme, não causar alergia ou irritação.

 Frigoríficos

Câmaras frias - Lavar com detergente comum, enxaguar e voltar a enxaguar com
solução de Clorexidina 1:2000 (Aspergillus Flavus) até 1:500.

Obs.: Pulverizar mesmo com produto estocado.

 Embutidos / Equipamentos

A Clorexidina combate a afla toxina causada pelo Aspergillus Flavus. Pulverizar a


1:5000 (Universidade Federal de Santa Maria - RS - Laudo de 29-04-88).

7.5 Frutas frescas (maçã) / Suco natural de fruta:

 Prevenção contra fungos (Penicillium expansum): Durante e/ou após lavar os


frutos com uma solução de Clorexidina a 1:1000. Desinfecção de câmaras frias,
termonebulizar com uma solução de 1:1000.
 Indústria de suco natural de frutas: Usar uma diluição variando de 1:500 a
1:1000 em equipamentos da linha de produção e envase (Crusher, Pasteurizador,
Cubas, etc.). Aplicar sobre as superfícies previamente lavadas, deixar secar
antes.

Laudo da EMBRAPA - “Recomendações para o controle pós-colheita das podridões


de maçãs” - Profª Dr.ª Rosa Maria Sanhueza - Estação experimental de Vacaria -
RS, 1996.
7.6 Água de refrigeração:

Biocida único: Dosar a Clorexidina na bacia da torre duas vezes por semana na
razão de 1:8000. Obs.: Não há necessidade de outros biocidas para alternar como de hábito.

Fungicida: Borrifar Clorexidina diluída em 1:500 na área interna (enchimento) das


torres para preservação da madeira.

7.7 Armazéns e silos de grãos na prevenção de fungos:

Paredes e tetos: Lavar com detergente comum, enxaguar e guardar secagem


pulverizar uma solução de 1:500 a 1:6000 dependendo do desafio.

7.8 Avicultura:

A Clorexidina, em suas diferentes formas de apresentação: Digluconato, cloridrato e


acetato, já foram utilizadas em diversas situações, que nos permitiram as seguintes
conclusões:

Estudos sobre Escherichia coli e Staphylococcus aureus demonstraram ausência de


crescimento de germinação dos esporos na diluição de até 1:1500 e um
crescimento discreto na diluição de até 1:2500.
A ação sobre germes esporulados (esporos do Bacilus anthracis) demonstram
ausência de germinação dos esporos na diluição de até 1:1500.
Ação da Clorexidina em presença de matéria orgânica revelou que em diluição de
1:4000 com 1 minuto não houve crescimento e 1:5000 com 10 minutos, também
não houve crescimento bacteriano. (Salmonella thiphymurium, Escherichia coli,
Staphylococcus aureus, Bacillus anthracis.)
Estudos da toxicidade por ingestão na água da bebida não revelou nenhuma
toxicidade em diluição acima de 1:1000.
Atividade germicida na água dos bebedouros de consumo dos aviários revelou
completa esterilização da água em diluição de 1:5000.
Clorexidina é um poderoso fungicida: Como tal a sua eficiência foi comprovada na
presença dos Aspergillus niger, Aspergillus fumigatus na diluição de 1:400 em 5
minutos. Rosa e Cruz, UFRJ.
A Clorexidina é algicida com 1 ppm de concentração. A Clorexidina foi avaliada no
Instituto Biológico de São Paulo e seu poder algicida ficou comprovado no teste
com a alga Chorollella vulgaris (CCAP 211 11b) onde 1 ppm após 96 h inibiu
100%.
Para lavagem de ovos tendo em vista eliminar bactérias depositadas na casca do
ovo, que possuem contaminar o animal logo nos seus primeiros dias de vida:
Pulverizar com solução 1:1000/1500.
Para aviários/galpões, local rico em bactérias e fungos, pulverizar com uma solução
de 1:1000/2000.
Para incubatórios, ação bactericida, solução de 1:3000/4000, ação fungicida,
solução de 1:500/1500.
Para embutidos/equipamentos: Pulverizar com solução de 1:500, para combater a
afla-toxina causada pelo Aspergillus Flavus.

 Clorexidina na ração

Sob a forma de Cloridrato é indicado como promotor de crescimento e coadjuvante


no controle da coccidiose de aves e suínos. Equilibra a flora intestinal, evita o
espessamento da mucosa intestinal, reduz a passagem de nutrientes, melhora a absorção de
nutrientes e atua no metabolismo protéico melhorando a digestão das proteínas.

Homogeneizar a ração com 10 / 20 ppm.

Não permitindo o desenvolvimento de espécies resistentes, a Clorexidina oferece


segurança de atividade e resultados. Como promotor de crescimento na dosagem de 8 a 15
ppm e como coadjuvante na Coccidiose entre 7 e 12 ppm. Não é absorvido.

Prof. Luiz F. T. Albino / Horácio S. Rostaguo et al., UFV - MG.

7.9 Suínos:

Pocilgas: Bebedouros para leitões para evitar diarréia. Pulverizar ambiente com
uma solução de Digluconato de Clorexidina como coadjuvante no tratamento de doenças
respiratórias.

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