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Apostila de Eletrônica e Informática

CC Bruno Neves Baptista, CAHO2009

Ver2021
Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

1 Prefácio ..................................................................................................................... 3
2 Introdução ................................................................................................................. 3
3 Conceitos Básicos de Eletricidade e Eletrônica ....................................................... 4
3.1 Tipos de Tensão: Alternada e Contínua ............................................................. 5
3.2 Ferramentas e Instrumentos de Medição ......................................................... 11
3.2.1 Multímetro ou Multiteste .......................................................................... 11
3.2.2 Testador de Cabos de Rede ...................................................................... 14
3.2.3 Alicate de Crimpar.................................................................................... 15
3.2.4 Outras Ferramentas ................................................................................... 16
4 Informática.............................................................................................................. 17
4.1 Comunicação Serial ......................................................................................... 17
4.1.1.1 Conectores .......................................................................................... 17
4.1.1.2 Protocolo RS232 ................................................................................. 19
4.1.1.3 Confecção de Cabos ........................................................................... 20
4.1.1.4 Parâmetros de configuração da Comunicação Serial RS232.............. 21
4.1.1.5 Comprimento do Cabo Serial e Velocidade de Dados ....................... 23
4.1.2 Protocolo RS422 e RS485 ........................................................................ 24
4.1.3 Comparação entre RS232, RS422 e RS485 ............................................. 26
4.1.4 Conversores .............................................................................................. 27
4.2 Comunicação Ethernet (Rede) ......................................................................... 30
4.2.1 Topologia e Equipamentos de Redes ....................................................... 30
4.2.2 WAN, LAN e Roteadores e Modem ........................................................ 33
4.2.3 Configuração de uma Rede Ethernet ........................................................ 36
4.2.3.1 Número IP .......................................................................................... 36
4.2.3.2 Número de Máscara de Rede .............................................................. 37
4.2.3.3 Número DNS ...................................................................................... 38
4.2.3.4 Número Gateway ................................................................................ 38
4.2.3.5 Porta de Comunicação ........................................................................ 39
4.2.3.6 Proxy................................................................................................... 41
4.2.3.7 Endereço Físico (MAC) ..................................................................... 41
4.2.3.8 O Comando Ping ................................................................................ 42
4.2.3.9 IP Loopback (127.0.0.1) ..................................................................... 43
4.2.4 Protocolo TCP .......................................................................................... 43

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4.2.5 Protocolo UDP.......................................................................................... 45


4.3 Aplicativos Úteis.............................................................................................. 46
4.3.1 Aplicativo HERCULES SETUP UTILITY BY HW-GROUP ................ 46
4.3.2 Aplicativos TeraTerm e Hyperterminal .................................................... 47
4.3.3 Aplicativo GPSGate ................................................................................. 47
4.3.4 Aplicativo UltraVNC ................................................................................ 48
4.3.5 Aplicativo GPSPortChecker ..................................................................... 49
5 Aplicativo Advanced IP Scanner ............................................................................ 50
5.1.1 Aplicativo TextPad ou Notepad++ ........................................................... 50
6 Protocolo NMEA 0183 ........................................................................................... 51
6.1 Composição da Sentença NMEA0183............................................................. 51
6.2 Principais Sentenças NMEA ............................................................................ 52
7 Bibliografia: ............................................................................................................ 56

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1 Prefácio

Esta apostila foi elaborada a partir de uma necessidade dos Hidrógrafos em


conhecer assuntos da base para a atividade hidrográfica moderna. O conhecimento
Eletrônica e Informática faz-se necessário, uma vez que todas as atividades de
planejamento, aquisição de dados e processamento passam por elementos fundamentais
dessas duas áreas de conhecimento.

As orientações presentes nessa apostila são frutos de experiência coletada e não


possuem um embasamento teórico formal ou acadêmico. Por isso, é possível que algum
assunto tratado possua alguma incorreção.

2 Introdução

Com poucas exceções, os equipamentos atualmente utilizados são eletrônicos,


com softwares embarcados (firmwares) ou a própria aquisição é feita através de uma
estação de trabalho comum. Devido ao avanço tecnológico, os equipamentos por si só
tornaram-se um grande desafio frente ao operador. A quantidade de ajustes, formas de
funcionamento, volume de dados gerados e complexidade de instalação acabam
tornando-se um capítulo a parte em um Levantamento Hidrográfico (LH). Conhecer
todas as nuances envolvidas em um simples sistema monofeixe atual não é tarefa a ser
executada da noite para o dia.

A atividade de eletrônica faz-se mais presente na preparação dos equipamentos e


solução de problemas de comunicação. O conhecimento básico de eletrônica, protocolos
de comunicação e utilização de ferramentas específicas tornam qualquer problema
muito mais fácil de se resolver.

O conhecimento de informática tornou-se uma área fundamental para qualquer


etapa na atividade hidrográfica. No processamento de dados, por exemplo, faz-se
necessário desenvolver algoritmos em MatLab (scrips). Nada adianta possuir uma
sólida formação conceitual, fornecida nos Cursos de Aperfeiçoamento, e não possuir
conhecimentos básicos das ferramentas oferecidas em MatLab ou Excel. A internet é
bem povoada de com apostilas, resumos e instruções acerca da utilização desses
softwares. Por isso, a abordagem desses assuntos será de forma essencialmente prática
em sala de aula.

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3 Conceitos Básicos de Eletricidade e Eletrônica

A base para qualquer transmissão de dados via um meio físico é a eletricidade. A


comunicação se dá através do binário “0 e 1”, o que se traduz de forma prática em “com
tensão” e “sem tensão”, podendo variar entre voltagem positiva e negativa. Tem-se
então o elemento fundamental da eletrônica, o bit. A forma como a sequência de bits é
utilizada e como é tratada pelo computador é que traduz uma informação.

Figura 1 - Exemplo de bit fornecido através de uma tensão de 5 Volts

O entendimento da lei de ohm deve-se ser tratada com atenção, principalmente


na relação entre suas variáveis.

𝑉(𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠) = 𝑅(𝑂ℎ𝑚) 𝑥 𝐼(𝐴𝑚𝑝)

A potência também é outro conceito importante. Via de regra, todo equipamento


demanda uma potência proporcional para seu funcionamento e em um determinado
modo de operação, essa potência consumida é constante. Cada equipamento é projetado
para funcionar com base em uma tensão constante de entrada e consome a corrente
necessária para gerar a potência desejada.

Exemplo: Pode-se carregar um celular que necessite de uma mesma tensão, porém
demandem potências diferentes. Nesse caso o celular que demanda menos potência
apenas não utilizará a plena capacidade da fonte, o que não é um problema. O que não
pode ocorrer é aplicar tensão diferente daquela predeterminada pelo fabricante ou

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utilizar um equipamento que necessite de mais potência do que a fonte de energia pode
fornecer.

𝑃𝑜𝑡(𝑊𝑎𝑡𝑡) = 𝑉(𝑉𝑜𝑙𝑡𝑠)𝑥 𝐼 (𝐴𝑚𝑝)

𝑃𝑜𝑡(𝑊𝑎𝑡𝑡) = 𝑅(𝑂ℎ𝑚) 𝑥 𝐼 2 (𝐴𝑚𝑝)

3.1 Tipos de Tensão: Alternada e Contínua

A tensão Alternada é aquela fornecida naturalmente pelas tomadas de parede e


geradores. Normalmente possuem valores de 127V e 220V. Geradores de grande porte
podem fornecer 380V ou 440V. A característica principal da Tensão Alternada é sua
forma senoidal. Outra característica inerente à tensão alternada é sua frequência, sendo a
quantidade de comprimentos de onda por segundo (Hertz). No Brasil, a frequência
padrão é 60Hz. Os transformadores são os responsáveis por converter diferentes valores
entre tensão alternada. Deve-se ter especial atenção à capacidade do transformador.
Quanto maior potência for empregada, mais caro e maior será o transformador.

Figura 2 - Transformador com potência máxima de saída Pot=12Vx500mA=6W

A tensão Contínua é aquela fornecida naturalmente por Baterias e Pilhas. A


característica principal da tensão contínua é sua forma constante. Os equipamentos
eletrônicos usam essa forma de energia.

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Figura 3 - Formas de Tensão Alternada e Contínua

A geração de tensão contínua além de ser custosa (pilha e bateria são muito
caros), possui uma capacidade de armazenamento bastante reduzida, quando comparado
com a geração de energia alternada. Sendo assim, a forma mais eficiente de gerar tensão
contínua é através de “Fontes”. As fontes convertem uma tensão alternada em contínua.
Os componentes de uma fonte linear elementar são transformador, ponte retificadora e
um capacitor amaciador.

Figura 4 - Diagrama de uma fonte elementar

O resultado final em uma fonte é uma tensão quase contínua. Uma variação
residual é chamada de Ripple. Quanto mais cara e melhor for o arranjo eletrônico da
fonte, menor será o Ripple.

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Outro tipo de fonte é a “Chaveada”. Este tipo de fonte possui um esquema


eletrônico mais complexo e seu funcionamento não será abordado. As fontes chaveadas
não necessitam de transformadores e capacitores grandes, e por isso podem fornecer
muita potência, porém mantendo peso e tamanho reduzidos. Esta é a fonte mais
utilizada hoje em dia (celulares, computadores, etc.). Outra vantagem da fonte chaveada
é que ela pode receber qualquer valor de tensão de entrada (110V~240V), sem a
necessidade de seleção de tensão. Atenção, não se deve confundir o nome “chaveada”
com uma chave se seleção de tensão. Este nome vem do princípio de funcionamento
desta fonte que, em uma etapa de seu funcionamento, chaveia a tensão (liga e desliga)
em uma frequência de 100Hz a 200Hz, de forma que no final se tenha uma tensão
contínua.

Figura 5 - Fonte Chaveada

Normalmente, ao observar as especificações de tensão de entrada em um


equipamento, designa-se “110V/240V” para equipamentos que necessitam alterar entre
as duas opções e “110V~240V” (ou “110V-240V”) para os equipamentos em que
qualquer valor de tensão entre 110V e 240V pode ser utilizado e a seleção da tensão é
automática.

Figura 6 - Exemplo de Fonte com e sem seleção de tensão de entrada.

Quando se deseja gerar uma energia alternada, tendo-se apenas um banco de


baterias, deve-se utilizar um Inversor. Este equipamento faz o processo inverso das

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fontes. Os NoBreaks são inversores com um sistema de recarga de bateria e


estabilizador em um só conjunto. Os inversores/NoBreaks, devem ser dimensionados
para que não apresentem mau funcionamento ou gerem onda uma onda de saída
inadequada.

Usualmente, para dimensionar um inversor/NoBreak, deve-se calcular o


somatório da potência necessária e multiplicar por 1,5, de forma que seja considerada a
eficiência do inversor/NoBreak e potência reativa.

Exemplo: Para alimentar um sistema básico de lancha de sondagem monofeixe:

• Dois Laptops: 2x65W = 130W;


• Um monitor LCD: 60W;
• GPT/SP – Transceiver: 150W;
• Posicionador: 10W; e
• Rádio VHF: 25W;
• TOTAL: 375W x 1,5 = 562VA (VoltAmpere).

Assim deverá ser usado um inversor/NoBreak de pelo, pelo menos, 600VA.

O voltampere (VA) é a unidade utilizada na medida de potência aparente em


sistemas elétricos de corrente alternada. Um circuito de corrente alternada diz-se que
transporta uma potência aparente (S) de 1 VA quando nele circula uma corrente eficaz
de 1 ampère com uma diferença de potencial eficaz de 1 Volt. Em sistemas de corrente
contínua e em sistemas de corrente alternada em fase, a potência aparente é igual à
potência ativa.

Um erro comum é pensar que aumentar o banco de baterias de um NoBreak irá


aumentar sua potência. Isso apenas irá disponibilizar mais tempo de utilização dos
equipamentos.

Quando não se dispõe de um Inversor, pode-se adaptar um NoBreak,


substituindo a bateria original por outra de maior capacidade (usualmente utiliza-se
bateria de carro ou caminhão). Alguns modelos de NoBrerak possuem um conector
próprio para esta ligação. Qualquer arranjo de baterias deve ser feito observando-se a
tensão necessária especificada pelo Inversor/NoBreak (normalmente 12V ou 24V).

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Figura 7 - NoBreak com conector externo para bateria

A ligação em paralelo de duas baterias iguais permite obter em saída o dobro da


capacidade das baterias sozinhas, mantendo a tensão nominal igual. Seguindo o
exemplo onde temos duas baterias de 12V 200Ah ligadas em paralelo teremos então em
saída uma tensão do 12V e uma capacidade total de 400Ah (Ampére/hora). A
capacidade identifica a máxima quantidade de carga que é possível ser armazenada.
Quanto maior for a capacidade maior será a quantidade de carga que pode ser
armazenada. Neste caso significa que com uma capacidade de 400Ah, o banco bateria
poderá oferecer teoricamente uma corrente de 400A por uma hora, ou então 200A por
duas horas ou também 100A por quatro horas, e assim sucessivamente.

Figura 8 - Ligação de Baterias em Paralelo

A ligação em série de duas baterias iguais permite obter em saída o dobro da


tensão nominal de cada uma das baterias, mantendo a idêntica capacidade. Seguindo o
exemplo onde temos duas baterias de 12V e 200 Ah conectadas em série, teremos em
saída uma tensão total de 24V e uma capacidade de 200 Ah

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Figura 9 - Ligação de Baterias em Série

Apesar de tensão de saída de um inversor/NoBreak comum ser alternada, esta


não é senoidal. É mais barato gerar uma tensão de saída semisenoidal (retangular) do
que senoidal, por isso não se pode ligar equipamentos com motor de indução em
inversor/NoBreak comuns. Os equipamentos com tensão de saída senoidal são
substancialmente mais caros. Fabricantes de equipamentos hidroceanográficos
recomendam o emprego de NoBreak com saída senoidal.

Figura 10 - Saída de Onda Senoidal e Semisenoidal

Outro aspecto a ser observado é quanto à qualidade da onda gerada, livre de


ruídos. Por exemplo, em uma varredura com o SideScanSonar EdgeTech 272TD,
quando foi alterado do gerador da embarcação de sondagem para um inversor portátil
(de baixa qualidade), a qualidade da varredura foi degradada devido à ruídos espúrios na

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tensão de saída do inversor. Normalmente todos os equipamentos são testados em


laboratório, porém recomenda-se testá-los com as mesmas configurações e montagem
que serão utilizados em campo.

Figura 11 - Onda Senoidal com Ruídos Espúrios

3.2 Ferramentas e Instrumentos de Medição

As ferramentas e instrumentos de medição são muito úteis e essenciais na


montagem de equipamentos e identificação de avarias. Em sua maioria são muito
simples de serem utilizadas e não demandam conhecimentos aprofundados sobre
eletrônica ou informática.

3.2.1 Multímetro ou Multiteste

Este instrumento é utilizado para realizar diversas medidas elétricas, como


tensão, resistência, continuidade, capacitância e corrente. O custo de um multímetro
varia entre R$ 15,00, superando facilmente os quatro dígitos. Multímetros da ordem de
R$ 100,00 já apresentam uma qualidade satisfatória. Cada equipamento possui
características distintas, porém o básico aplica-se a todos. Serão abordados os
multímetros digitais. Quando for realizar alguma medição, deve-se atentar para a escala
a ser selecionada. Normalmente avaria em multímetros são decorrentes de escala
incorreta.

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Figura 12 - Multímetros Digitais

O multímetro é composto de duas pontas de prova, uma vermelha e outra preta.


A ponta vermelha deve ser encaixada no terminal INPUT (ou V+) do multímetro e a
ponta preta no terminal COM (ou V-). A seguir serão apresentadas como se deve
realizar a medição para cada finalidade.

1. Tensão (CA ou CC)

Seleciona-se a opção de medição de tensão, normalmente apresentada pela letra


“V”. Deve-se atentar para a correta seleção do tipo de tensão corrente alternada (CA) ou
corrente contínua (CC). A Tensão mede-se em paralelo com o circuito, ou seja, coloca-
se a ponta de prova vermelha no positivo do circuito e a preta no negativo. Não há
problemas em inverter a polaridade, porém a indicação de tensão receberá um valor
negativo.

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Figura 13 - Exemplo de Medição de Tensão

2. Corrente

Para medirmos a intensidade de uma determinada corrente com um multímetro


digital, devemos colocar o multímetro em série com o ponto a ser medido. Eletricistas
normalmente utilizam um Alicate Amperímetro, que realiza a medição com base no
campo eletromagnético gerado pela corrente. A medição de corrente reveste-se de mais
cuidados, pois pode-se facilmente avariar o multímetro caso seja feita alguma ligação
errada. Os alicates amperímetros são mais recomendados para medição de corrente, pois
atuam de forma não invasiva no circuito e realiza a medição de corrente por indução
eletromagnética.

Figura 14 - Exemplo de Medição de Corrente

3. Resistência

Para executar a medida de resistência deve-se desligar todos os pontos da peça a ser
medida e encostarmos uma ponta de prova em cada terminal da peça, se for o caso de
medir a resistência de uma lâmpada incandescente encostamos uma ponta de prova na
rosca e outra na parte inferior e metálica do conector da lâmpada.

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Figura 15 - Exemplo de Medição de Resistência

4. Continuidade

Esta medição assemelha-se à medição de resistência, porém um sinal sonoro é


emitido quando a resistência for baixa (normalmente menor que 50 Ohm). Muito útil
para verificar curto-circuitos, integridade de fios, testar conectores, etc.

Figura 16 - Posição para Medição de Continuidade

3.2.2 Testador de Cabos de Rede


Equipamento simples e fácil de usar. Basta conectar as pontas do cabo de rede a ser
testado e verificar se todos os LEDs acendem em ambos os terminais. Recomenda-se
possuir um cabo padrão para sanar eventuais dúvidas quanto ao funcionamento do
equipamento de teste. Testadores de melhor qualidade indicarão a correta crimpagem e
o emprego dos pares corretos do cabo de rede.

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Figura 17 - Testador de Cabo de Rede

3.2.3 Alicate de Crimpar

Ferramenta utilizada para fazer os conectores do Cabo de Rede. Para redes com
vários computadores, nas duas pontas do cabo é feito o mesmo modelo EIA/TIA 568 (A
ou B) e para a UNICA situação que é rede ponto-a-ponto (um computador
DIRETAMENTE no outro) é utilizado o padrão EIA/TIA 568 A em uma ponta e
EIA/TIA 568 B na outra ponta. Essas duas configurações de cabo de rede são chamadas
de DIRETO e CROSSOVER, respectivamente.

Figura 18 - Alicate de Crimpar e padrão dos fios

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Figura 19 – Conector RJ45 Padrão EIA/TIA 568 A e B

Figura 20 - Tipos de Cabo de Rede (EIA TIA 568A e B)

3.2.4 Outras Ferramentas


• Pinças;
• Alicates diversos;
• Jogo de chaves de fenda e philips;
• Abraçadeiras plásticas;
• Ferro de Solda (110V e 220V) e estanho;
• Estilete;
• Fita isolante;
• Chaves Hallen;
• Chaves de Boca;
• Garras “jacaré” e conectores para baterias;
• Conectores DB9;
• Cabo Ethernet;
• Etc.

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4 Informática

Conhecimentos básicos de informática são muito importantes para o


desempenho da atividade hidrográfica. Praticamente todos os equipamentos operam
através de um computador, utilizando alguma forma de comunicação e sua operação é
através de um software.

A pouca familiarização com informática não é uma opção para um profissional


hidrógrafo. Não é necessário ser um expert em informática, porém torna-se
imprescindível conhecer o básico em protocolos de comunicação e configuração de
portas IP e montagem de cabos. As informações acerca de operação de software podem
ser encontradas em seus respectivos manuais que devem acompanhar qualquer atividade
de campo ou gabinete. Outra fonte indispensável de conhecimento são os HelpDesk dos
desenvolvedores, que normalmente respondem rapidamente e evitam desperdício de
tempo.

4.1 Comunicação Serial

A mais simples forma de comunicação entre equipamentos. Foi uma das


primeiras formas de comunicação desenvolvidas e muito utilizada até hoje. A literatura
acerca de qualquer protocolo de comunicação é muito extensa. Nesta apostila ela será
abordada de forma prática e simplificada.

Como o próprio nome diz, a comunicação serial se dá através de sequência de


bits, que em linguagem de máquina é “com tensão” ou “sem tensão”. Na ponta do
conector isso se traduz como uma variação de tensão entre os pinos. O protocolo a ser
utilizado vai definir como essa tensão será entendida como um bit e quais pinos serão
utilizados. Cada padrão possui características próprias, por exemplo: velocidade
máxima, arranjo dos pinos, máximo comprimento do cabo, conversores específicos, etc.

4.1.1.1 Conectores

Os conectores mais comuns para a comunicação serial são os DB9 e DB25,


porém os fabricantes desenvolvem conectores proprietários. O importante é saber que
forma de comunicação em um equipamento e identificar a função de cada pino do
conector. Em conectores proprietários, essa identificação consta no manual.

O DB9 é composto de 9 pinos, sendo o mais comum, seu custo gira em torno de
R$ 2,00 e é fácil de montar. Cada pino possui uma função específica que será
apresentada mais adiante.

Atenção! Não confunda DB9 com RGB (vídeo).

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Figura 21 - Conector DB9 e RGB (vídeo), respectivamente

Figura 22 - Conector DB9

O DB25 contempla todos os pinos dos padrões de conexão serial. Também é o


conector do antigo padrão para impressoras (comunicação em paralelo). Muito utilizado
com uma pinagem proprietária, de forma que possam ser utilizados outros protocolos de
comunicação em um mesmo conector.

Figura 23 - Conector DB25 Macho

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4.1.1.2 Protocolo RS232

O RS232 utiliza, basicamente, 3 fios do conector. Esses fios fazem a função de


transmissão de dados, recepção de dados e terra.

Sinais com tensão entre –3 volts e –25 volts com relação à terra (pino 5) são
considerados nível lógico “1” e tensões entre +3 volts e +25 volts são considerados
nível lógico “0”. A faixa de tensões entre –3 volts e +3 volts é considerada uma região
de transição para o qual o estado do sinal é indefinido. Obs.: Considere o valor até 15V
para RS232C e 25V para RS232D.

Figura 24 - Comunicação Serial RS232D

Figura 25 - Comunicação RS232C

Destaca-se que não é incomum encontrar sistemas de comunicação que


empregam RS232 e utilizam amplitude de tensão de 0-5V.

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4.1.1.3 Confecção de Cabos

Confecção dos cabos para RS232. Deve-se ter em mãos um ferro de solda,
estanho, decapador ou estilete, cabo de pelo menos 3 vias, chaves de fenda e conectores
DB9/DB25. As imagens abaixo mostram a pinagem do DB9 e DB25. Observe que a
função dos pinos é diferente para o macho e fêmea, pois o que é TX em um terminal,
deve ser o RX no outro terminal. No caso de cabos Macho-Macho ou Fêmea-Fêmea,
deve-se inverter os pinos 2-3.

Figura 26 - Cabo Serial DB9 Macho-Fêmea

Figura 27 - Cabo Serial DB9 Fêmea-Fêmea. A mesma pinagem aplica-se ao Macho-Macho

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Figura 28 - Pinagem DB9-DB25

Figura 29 - Adaptador DB9-DB25 e DB9M-DB9F

4.1.1.4 Parâmetros de configuração da Comunicação Serial RS232

• Porta: COM1, COM2... Apenas um programa pode utilizar uma porta por
vez;
• Baud Rate: Velocidade de comunicação em bits por segundo. Varia entre
300bps e 15200bps;
• Data Bits (Bit de Dados): Quantidade de bits de um pacote de dados.
Usualmente utiliza-se 7 ou 8. Deve-se verificar no manual do
equipamento;

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• Parity (Paridade): Paridade é um método de verificar a precisão dos


dados. Paridade é normalmente nula (não usada), mas pode ser par ou
ímpar;
• Stop Bit (Bit de Parada): São enviados no fim de cada byte transmitido
com o intuito de permitir que o receptor do sinal se sincronize.
Usualmente utiliza-se o valor “1”;
• Flow Control (Controle de Fluxo): Em desuso. A grande maioria dos
equipamentos não utiliza esse recurso.

Quando se configura uma comunicação serial RS232 deve-se atentar que ambos
os equipamentos devem estar igualmente configurados. A forma mais usual de
apresentar as configurações de uma comunicação serial é Porta Serial, seguida de:
BaudRate/DataBit/Parity/StopBit, por exemplo: COM1 9600/8/N/1.

Apesar o Windows disponibilizar uma janela para configuração de porta serial,


esta não tem função quando se utiliza a configuração diretamente em um Software.
Logo pode-se desconsiderar essas configurações.

Figura 30 - Esta tela de configuração pode ser desconsiderada

Para organizar as portas seriais do computador, pode-se alterar o número da


porta acessando o “Gerenciador de Dispositivos”, opção “Avançado...” nas
“Propriedades de Porta de Comunicações”. Recomenda-se reinicializar o computador
após alterar o número da porta.

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Figura 31 - Alterar o número da Porta Serial

4.1.1.5 Comprimento do Cabo Serial e Velocidade de Dados

O comprimento do cabo de dados e a escolha de velocidade de comunicação


muitas vezes são renegados ao segundo plano, porém deixar de observar alguns detalhes
pode fazer com que a comunicação seja perdida, mesmo com tudo “aparentemente”
funcionando e corretamente configurado.

O cabo de dados representa uma resistência à tensão gerada pelo transmissor que
deve ser recebida pelo receptor. Pela lei de Ohm, uma resistência irá diminuir a tensão
entre seus terminais, logo haverá uma diminuição não desejada na qualidade da
transmissão de pulsos. Por esse motivo, associado com inércia de corrente e
interferência eletromagnéticas, o comprimento do cabo de dados sofre uma diminuição
inversamente proporcional à velocidade de transmissão.

Na comunicação serial RS232, a mudança no estado do sinal de nível lógico “1”


para “0”, ou vice-versa, deve seguir diversas características. As interferências citadas no
parágrafo anterior dificultam o processo, gerando estados transientes não desejáveis.

Figura 32 - Exemplo de Mudança de Estado Lógico Satisfatório e Não Satisfatórios

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O tempo necessário para uma mudança de estado lógica satisfatória está


relacionado com a velocidade da conexão. Quanto maior a velocidade, menor deverá ser
o cabo serial.

Baud Rate (bps) Comprimento Máximo (m)


2400 60
4800 30
9600 15
19200 7,6
38400 3,7
57600 1,6
115200 1,5
Figura 33 - Tabela de BaudRate x Comprimento do Cabo

Além do comprimento do cabo a ser utilizado, a velocidade deve ser compatível


com o volume de dados gerados. Um caractere possui 1byte = 8 bits. Adicionado os bits
de parada, inicialização e paridade, teremos 12 bits por caractere, aproximadamente.

Desejamos transmitir dados de um posicionador que utiliza comunicação serial e


necessitamos as seguintes sentenças NMEA0183, com sua respectiva quantidade de
caracteres, aproximadamente:

• GPGGA: 80 caracteres = 80 x 12 = 960 bits;


• GPZDA: 32 caracteres = 32 x 12 = 384 bits;
• GPVTG: 32 caracteres = 32 x 12 = 384 bits;
• GPRMC: 60 caracteres = 60 x 12 = 720bits;
• TOTAL de bits para uma transmissão: ~2500 bits

Logo, caso selecionemos uma taxa de transmissão de 1Hz, a velocidade de 4800bps


será suficiente. Porém é desejável, para sondagens, uma taxa de transmissão superior.
Logo para 10Hz, teremos 10 x 2500 bits = 25000bps. Nesse caso, devemos selecionar
pelo menos 38400bps.

4.1.2 Protocolo RS422 e RS485

Os protocolos RS422 e RS485 são menos utilizados, porém são opções presentes
em alguns equipamentos e podem vencer a limitação de comprimento do cabo, como
ocorre no RS232. A desvantagem consiste na necessidade de utilizar conversores, pois
muitos equipamentos não possuem entrada nesses dois protocolos.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

Figura 34 - Conversores de Protocolos de Comunicação Serial

As normas RS-485 e RS-422 definem esquemas de transmissão de dados


balanceados que oferecem soluções robustas para transmitir dados em longas distâncias
em ambientes ruidosos.

Tanto a RS-485 quanto a RS-422 se caracterizam pela utilização de um meio de


comunicação diferencial (ou balanceado), denominado par trançado. Os circuitos
transmissores e receptores adotados nestas interfaces utilizam como informação a
diferença entre os níveis de tensão em cada condutor do par trançado. Os códigos
binários são identificados pela polaridade (+ ou -) da diferença de tensão entre os
condutores do par, ou seja, quando a tensão no condutor “+” for maior que no condutor
“-”, é caracterizado um nível lógico “1”; quando, ao contrário, a tensão no condutor “-”
for maior que no condutor “+”, é caracterizado um nível lógico “0”. Uma margem de
ruído de ±0,2 V é definida para aumentar a tolerância a interferências. Esta técnica
resulta no cancelamento de ruídos induzidos no meio de transmissão, pois se o mesmo
ruído é induzido nos 2 condutores, a diferença de tensão entre eles não se altera e a
informação é preservada. A interferência eletromagnética emitida por um barramento de
comunicação diferencial é também menor que a emitida por barramentos de
comunicação não diferenciais

O RS-422 descreve uma interface de comunicação operando em linhas


diferenciais capaz de interligar um dispositivo transmissor a até 10 receptores. O meio
físico definido para a RS-422 são dois pares trançados, sendo um utilizado para
comunicação no sentido do transmissor (usualmente o mestre) para os receptores
(usualmente escravos). O segundo par trançado é utilizado para comunicação dos
escravos para o mestre. Como múltiplos escravos precisam transmitir através de um
mesmo par de fios, estes precisam comutar seus transmissores de forma que em um
mesmo instante de tempo, somente o transmissor de um escravo esteja ativo. A
utilização de dois pares permite que no mesmo instante de tempo ocorram transmissão e
recepção de dados entre o mestre e um escravo. A possibilidade de transmissão e
recepção simultânea caracteriza a RS-422 como full-duplex.

25-56
Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

O RS-485 descreve uma interface de comunicação operando em linhas


diferenciais capaz de se comunicar com 32 “unidades de carga”. Normalmente, um
dispositivo transmissor/receptor corresponde a uma “unidade de carga”, o que faz com
que seja possível comunicar com até 32 dispositivos. Entretanto, existe dispositivos que
consomem frações de unidade de carga, o que aumenta o máximo número de
dispositivos a serem interligados. O meio físico mais utilizado é um par trançado.
Através deste único par de fios, cada dispositivo transmite e recebem dados. Cada
dispositivo aciona o seu transmissor apenas no instante que necessita transmitir,
mantendo-o desligado no resto do tempo de modo a permitir que outros dispositivos
transmitam dados. Em um determinado instante de tempo, somente um dispositivo pode
transmitir, o que caracteriza esta rede como half-duplex. Uma rede RS-485 pode
também utilizar 2 pares trançados, operando no modo full-duplex totalmente compatível
com RS-422.

Figura 35 - Resumo da pinagem para os padrões RS232, RS422 e RS485

4.1.3 Comparação entre RS232, RS422 e RS485

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

RS-232 é a interface serial mais comum e embarcado como componente padrão


na maioria dos computadores de mesa compatíveis com Windows. O RS-232 permite
apenas um transmissor e um receptor em cada linha. O RS-232 também utilize um
método de transmissão Full-Duplex. A maioria dos dispositivos são limitados em 115,2
kbits/segundo.

RS-422 (Norma EIA RS-422-A) é a conexão serial utilizada nos computadores


Apple (antigamente). Ela fornece um mecanismo para transmitir dados a até 10
Mbits/segundo. O RS-422 envia cada sinal utilizando 2 fios para aumentar a máxima
taxa de transmissão e comprimento do cabo. O RS-422 é especificado, também, para
aplicações multiponto onde apenas um transmissor é conectado a, e transmite em, um
barramento de até 10 receptores.

RS-485 é uma melhoria do RS-422 e expande nas capacidades. O RS-485 foi


feito para consignar a limitação multiponto do RS-422, permite até 32 dispositivos para
comunicar através da mesma linha de dados. Qualquer dos dispositivos escravos em um
barramento RS-485 pode comunicar com qualquer outro dos 32 dispositivos escravos
sem atravessar um dispositivo mestre. Visto que o RS-422 é um subconjunto do RS-
485, todo dispositivo RS-422 pode ser controlado pelo RS-485. Ambos os protocolos
possuem capacidade multiponto, mas o RS-485 permite até 32 dispositivos e o RS-422
tem um limite de 10. Para ambos os protocolos de comunicação, você deve fornecer sua
própria terminação.

Figura 36 - Comparação entre os Protocolos de Comunicação Serial

4.1.4 Conversores

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

Os computadores modernos, principalmente os laptops, não dispões de Porta


Serial. Faz-se necessários utilizar conversores para as mais diversas aplicações. Serão
apresentados os tipos de conversores mais comuns e suas vantagens e desvantagens.

Conversor Serial-USB

O mais comum deles. Custo inicial de aproximadamente R$ 50,00, porém


apresenta elevada taxa de avaria e erros. Por ser portátil, pode ser utilizado em
computadores diferentes. Recomenda-se conectá-los um de cada vez, com cerca de 5s
de diferença, apenas após a inicialização com computador. Pode ser utilizado em HUBs
USB. O conversor é composto por uma circuito integrado (CI) e um conversor de nível
lógico.

Figura 37 - Conversor Serial-USB

Figura 38 - Esquema básico de conversor USB-RS232, com chipset e conversos de nível lógico.

O CI é responsável por realizar a comunicação do protocolo USB para TTL


(transistor-to-transistor logic). Como um lado dessa comunicação é USB, depende-se de
driver instalado no computador para que o sistema operacional (SO) entenda o
funcionamento do CI e realize a conversão corretamente. Temos nesse ponto um dos
principais motivos de mau funcionamento.

O mercado é saturado por CI de baixa qualidade ou falsificados. O segundo


dispensa comentários, entretanto, muitas vezes é quase impossível saber se o
componente é original ou não.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

A maioria de fabricantes de CI não empregam muitos esforços para desenvolver


drivers de boa qualidade, o que resulta em falhas de compatibilidade e conflitos. Segue
uma lista de alguns desenvolvedores.

• Prolific.
• CH340.
• CP21xx.
• Moschip.
• FTDI.

Os chipsets FTDI e Moschip são mais confiáveis e seus drivers apresentam


menos problemas, porém são mais caros. Um conversos USB-RS232 com chipset FTDI
custa em torno de R$300,00.

O conversor de nível lógico apenas realiza trata as tensões do TTL para o padrão
RS232.

Placa PCI/PCI-e – Serial

Esta é a opção mais recomendada para computadores de mesa. Não apresenta


problemas quanto à confiabilidade e dificilmente apresenta avaria. Placas com mais de
duas portas são difíceis de encontrar e muito caras. Uma placa com suas saídas pode ser
comprada por R$ 40,00 e com quatro saídas custa cerca de R$150,00.

Figura 39 - Placa PCI-Serial

Placa PCMCIA/Express Card-Serial

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

Esta é a placa mais recomendada para Laptops. Apresenta as mesmas vantagens


que a PCI-Serial, porém é mais cara e difícil de encontrar no mercado. Custa
aproximadamente R$100,00.

Figura 40 - Placas Express Card - Serial

Todos os conversores necessitam de drivers específicos. Recomenda-se


manter um backup de todos os drivers que acompanham os conversores, pois é
comum drivers baixados da internet não funcionarem.

4.2 Comunicação Ethernet (Rede)

A maioria dos equipamentos modernos possuem conexão ethernet. Esta forma


de conexão apresenta diversas vantagens para o usuário comum. Os equipamentos com
conexão ethernet, normalmente, possuem uma interface gráfica de configuração que
independe de software pré-instalado. Esta interface gráfica pode ser acessada através de
qualquer browser de internet (ver detalhes de configuração do browser).

Os conhecimentos necessários para realizar uma configuração ethernet básica de


um equipamento não diferencia dos parâmetros de qualquer computador comum. A
diferença está na configuração dos protocolos de comunicação que quais informações
serão tramitadas.

4.2.1 Topologia e Equipamentos de Redes

A topologia de rede é o padrão no qual o meio de rede está conectado aos


computadores e outros componentes de rede. Essencialmente, é a estrutura topológica

30-56
Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

da rede, e pode ser descrito fisicamente ou logicamente. Há várias formas nas quais se
pode organizar a interligação entre cada um dos nós (computadores ou equipamentos)
da rede. A topologia física é a verdadeira aparência ou layout da rede, enquanto a lógica
descreve o fluxo dos dados através da rede. As ligações de rede podem ser feitas através
de cabo e conectores RJ45 ou através de redes wifi. A confecção de cabos de rede já foi
abordada anteriormente.

Figura 41 - Diversos tipos de Topologia de Redes

Por serem mais utilizadas em aplicações hidrográficas, vamos apresentas apenas


duas delas: Ponto-a-Ponto (adhoc) e Estrela.

A topologia Ponto-a-Ponto é a mais simples. Une dois computadores, através de


um meio de transmissão qualquer. Dela pode-se formar novas topologias, incluindo
novos nós em sua estrutura. Por exemplo: A comunicação da GPT (Transceiver) do
Ecobatímetro EA400/600 com o terminal de aquisição de dados (computador comum) é
realizada através de uma conexão ponto-a-ponto. Deve-se ter especial atenção que nos
casos desse tipo de conexão deve-se utilizar cabo Crossover.

Não devemos confundir topologia ponto-a-ponto com peer-to-peer (ou P2P), que
não é bem uma topologia, mas uma arquitetura de sistemas distribuídos onde cada nó da
rede age como cliente e servidor.

Figura 42 - Topologia Ponto-a-Ponto

A mais comum atualmente, a topologia em estrela utiliza cabos de par trançado e


um concentrador como ponto central da rede. O concentrador se encarrega de
retransmitir todos os dados para todas as estações, mas com a vantagem de tornar mais
fácil a localização dos problemas, já que se um dos cabos, uma das portas do
concentrador ou uma das placas de rede estiver com problemas, apenas o nó ligado ao
31-56
Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

componente defeituoso ficará fora da rede. Esta topologia se aplica apenas a pequenas
redes, já que os concentradores costumam ter apenas oito ou dezesseis portas. Em redes
maiores é utilizada a topologia de árvore, onde temos vários concentradores interligados
entre si por comutadores ou roteadores.

Figura 43 - Topologia Estrela

O concentrador normalmente é um hub, Switch ou Roteador. O hub é um


dispositivo que tem a função de interligar os computadores de uma rede local. Sua
forma de trabalho é a mais simples se comparado ao switch e ao roteador: o hub recebe
dados vindos de um computador e os transmite às outras máquinas. No momento em
que isso ocorre, nenhum outro computador consegue enviar sinal. Sua liberação
acontece após o sinal anterior ter sido completamente distribuído.

O switch é um aparelho muito semelhante ao hub, mas tem uma grande


diferença: os dados vindos do computador de origem somente são repassados ao
computador de destino. Isso porque os switchs criam uma espécie de canal de
comunicação exclusiva entre a origem e o destino. Dessa forma, a rede não fica "presa"
a um único computador no envio de informações. Isso aumenta o desempenho da rede
já que a comunicação está sempre disponível, exceto quando dois ou mais
computadores tentam enviar dados simultaneamente à mesma máquina. Essa
característica também diminui a ocorrência de erros (colisões de pacotes, por exemplo).

O Roteador é um Switch com a capacidade de efetuar o roteamento de IPs. Caso


a porta WAN esteja sem uso, seu funcionamento se assemelha ao switch.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

Figura 44 - Switch e HUB

4.2.2 WAN, LAN e Roteadores e Modem

Até agora vimos como uma rede pode ser “montada” fisicamente, através de
uma topologia. Veremos como essa rede, que passaremos a chamar de LAN (Local
Area Network), se conecta à internet.

Quando temos a internet de nossas casas, trabalho e até mesmo Navios, a


topologia passa a ter outra quando pensamos na estrutura exterior à nossa rede local.
Não entraremos em detalhes, mas a topologia passa de “estrela” para “árvore” ou até
mesmo “hirárquica”. O importante é diferenciar a LAN, MAN e WAN.

LAN - (Local Area Network) são redes utilizadas na interconexão de Computadores e


etc com a finalidade de troca de dados. Tais redes são denominadas locais por cobrirem
apenas uma área limitada

MAN - (Metropolitan Area Network) é qualquer rede que atue dentro de uma área
metropolitana. São consideradas MAN quando a área de cobertura passa dos 10 Km

WAN - (Wide Area Network) é uma Rede de área alargada ou Rede de longa distância,
também conhecida como Rede geograficamente distribuída, é uma rede de
computadores que abrange uma grande área geográfica, com frequência um país ou
continente.

Roteador é um dispositivo que encaminha pacotes de dados entre redes de


computadores, criando um conjunto de redes de sobreposição. Um roteador é conectado
a duas ou mais linhas de dados de redes diferentes. Quando um pacote de dados chega,
em uma das linhas, o roteador lê a informação de endereço no pacote para determinar o
seu destino. Ou seja, um Roteador é a porta de saída e entrada de uma rede local para
uma rede externa. Logo, teremos um IP interno e um IP externo.

IPs são números que identificam computadores ou dispositivos em uma rede e


mais a frente será tratado com mais detalhes. Um roteador possui diversas portas LAN e

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

uma (ou mais) porta WAN. Nas portas LAN, devem ser conectados os dispositivos da
rede local. O acesso externo à rede será através da porta WAN.

Figura 45 – Roteador e sua função em uma rede

Figura 46 - Exemplo de Rede e Roteamento

O modem é um equipamento que efetua a conversão de dados analógicos/digitais


para digitais, sendo o responsável por “converter” um sinal recebido por uma linha
telefônica (ADSL), cabo coaxial ou rede de telefonia 4G, para um sinal digital. Hoje em
dia é comum encontrar equipamentos que integram Modem+Roteador.

Figura 47 - Exemplos de Modems com entrada para Cabo Coaxial e linha telefônica (ADSL)

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

Por último, será apresentado o Access Point. Este equipamento não é largamente
utilizado em hidrografia como os demais apresentados acima, porém possui funções que
podem ser soluções muito práticas caso seja necessário comunicações wireless.

O Access Point é muito confundido com o roteador, por possuir uma de duas
funções parecidas com o roteador wireless, porém o AP possui diversos outros modos
de operação.

• Modo Access Point – Recebe o sinal de rede via cabo e distribui via Wifi;

Figura 48 - Modo Access Point

• Modo Cliente – Recebe o sinal de internet via Wifi e distribui pelo cabo de rede;

Figura 49 - Modo Cliente

• Modo Bridge (Ponte) – Similar ao Modo Cliente, porém recebe o sinal de outra
LAN;

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

Figura 50 - Modo Bridge

• Modo Universal Repeater – Replica o sinal Wifi (Também conhecido com


Range Extender);

Figura 51 - Modo Repeater

• Modo WDS Repeater – Similar ao Universal Repeater, porém utiliza o


protocolo proprietário WDS;

4.2.3 Configuração de uma Rede Ethernet

4.2.3.1 Número IP

Uma rede é organizada com base em números IP (Internet Protocol). O endereço


IP, na versão 4 do IP (IPv4), é um número de 32 bits oficialmente escrito com quatro
octetos (Bytes) representados no formato decimal como, por exemplo, "192.168.1.3".
Cada octeto pode variar de 0 até 255, pois representa a quantidade de possibilidades
para um número de 8 bits (28=256). Os números 0 e 255 são reservados para representar
a configuração de redes e não devem ser utilizados para designar dispositivos.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

A estrutura do número IP é hierarquizada, ou seja, o computador cujo IP é


AAA.BBB.CCC.DDD (192.168.1.5, por exemplo) pertence à uma rede “subordinada” à
subrede “CCC”, que por sua vez pertence à subrede “BBB”, e assim sucessivamente.
Logo, apresentamos o conceito de máscara de subrede.

4.2.3.2 Número de Máscara de Rede

Uma subrede é a divisão de uma rede de computadores. Para criar subredes,


qualquer máquina tem que ter uma máscara de subrede que define qual parte do seu
endereço IP será usado como identificador da subrede e como identificador do host.

Uma máscara de subrede, também conhecida como subnet mask ou netmask, é


um número de 32 bits usado em um IP para separar a parte correspondente à rede
pública, à subrede e aos hosts. Não iremos citar como funciona a organização do
número de máscara de rede, apenas será exemplificado.

Uma rede com uma máscara 255.255.255.0 irá possuir uma faixa de IP que irá
variar apenas sem seu último octeto, por exemplo (192.168.0.x):

• 192.168.0.1;
• 192.168.0.2; ... até
• 192.168.0.254.

Uma rede com uma máscara 255.255.0.0 irá possuir uma faixa de IP que irá
variar os dois últimos octetos, por exemplo (192.168.y.x):

• 192.168.0.1; ... até


• 192.168.0.254;
• 192.168.1.1; ... até
• 192.168.1.254; ... até
• 192.168.254.254.

Ou seja, a quantidade de dispositivos conectados em uma rede com máscara do


segundo exemplo é substancialmente maior.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

Figura 52 - Exemplo de Hierarquização de IPs, com seus IP internos e externos, Roteadores e Gateway.

4.2.3.3 Número DNS

Todos os endereços de internet são definidos por um número IP. Porém seria
muito difícil que um usuário comum recordasse um número “98.139.102.145” quando
deseja-se acessar a página do Yahoo. Logo, criou-se os Doman Neme System (DNS) que
são grandes “resolvedores” de número IP. Logo, o usuário irá digitar
www.yahoo.com.br. O servidor DNS do provedor local irá resolver esse nome e
direcionará a solicitação de conexão ao IP “98.139.102.145”. Na prática, é o mesmo que
digitar esse IP diretamente no navegador. Para identificar o IP de um site, basta usar a
ferramenta “nslookup” no prompt do Windows.

4.2.3.4 Número Gateway

O Número Gateway é o número IP interno do dispositivo que irá se conectar


externamente (Roteador).

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

As Propriedades de Conexão de Rede (Painel de Controle do Windows)


mostram cada um desses números mencionados. Adicionalmente, a configuração pode
ser automática. Nesse caso, o roteador terá seu serviço Dynamic Host Configuration
Protocol (DHCP) habilitado. Muitos equipamentos necessitam de configurações
manuais, que são chamadas de “IP Estático”. Todos os endereços a serem configurados
constarão no manual do equipamento.

Figura 53 - Propriedades da Conexão de Rede

4.2.3.5 Porta de Comunicação

Toda comunicação se faz através de uma “Porta”. Quando um Firewall está


ativado, basicamente, as portas de comunicação estão fechadas, sendo abertas quando
alguma solicitação é feita. Permanecem abertas algumas portas padrão, como por
exemplo a porta 80, responsável pela comunicação comum em um navegador.
Aplicativos, como Skype, utilizam portas específicas de conexão. Dessa forma, pode-se
tramitar diferentes informações através de um mesmo IP, sem interferência.

Por exemplo: Temos um posicionador ligado à rede, com IP 192.168.203.151.


Sua interface de dados está configurada das seguinte forma:

• GPGGA (1Hz) – Navegação - Porta 2050; e


• GPGGA (20Hz) – Sondagem – Porta 2020.

Dessa forma, temos duas possibilidades diferentes de aplicação (navegação e


sondagem) para o mesmo posicionador.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

Para referenciar a porta em um determinado IP, quando não houver espaço


específico para digitar o número da porta, basta digitar “:<porta>” após o número IP.
Faça o teste: em um navegador qualquer, digite www.google.com.br:1234 e observe que
não haverá conexão, pois, a porta está incorreta. Agora substitua a porta “1234” por
“80” e observe que a conexão será satisfatória, pois 80 é a porta padrão de navegação na
internet.

Figura 54 - IP e porta em campos diferentes

Figura 55 - Exemplo de designação de porta logo após o número IP

Figura 56 - Comparação entre TCP e UDP.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

4.2.3.6 Proxy

Proxy é um servidor intermediário que atende a requisições repassando os dados


do cliente à frente: um usuário (cliente) conecta-se a um servidor proxy, requisitando
algum serviço, como um arquivo, conexão, página web, ou qualquer outro recurso
disponível no outro servidor.

Um servidor proxy pode, opcionalmente, alterar a requisição do cliente ou a


resposta do servidor e, algumas vezes, pode disponibilizar este recurso mesmo sem se
conectar ao servidor especificado. Pode também atuar como um servidor que armazena
dados em forma de cache em redes de computadores. São instalados em máquinas com
ligações tipicamente superiores às dos clientes e com poder de armazenamento elevado.
Esses servidores têm uma série de usos, como filtrar conteúdo, providenciar anonimato,
entre outros.

4.2.3.7 Endereço Físico (MAC)

O número MAC é chamado de endereço físico, por se tratar única e


exclusivamente de uma placa de rede, seja com fio ou sem fio. Endereços MAC também
são utilizados para diferenciar conexões Bluetooth. A única forma de identificar uma
máquina, sem ambiguidades, é conhecendo seu endereço MAC. Trata-se de um número
composto de seis grupos hexadecimais, onde os dois primeiros identificam o fabricante
e os dois últimos o número de série.

Figura 57 - Destaca-se o endereço MAC

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

4.2.3.8 O Comando Ping

Ping é um utilitário para testar a conectividade entre equipamentos. É um


comando disponível praticamente em todos os sistemas operacionais. Seu
funcionamento consiste no envio de pacotes para o equipamento de destino e na
"escuta" das respostas. Se o equipamento de destino estiver ativo, uma "resposta" (o
"pong", uma analogia ao jogo de ping-pong) é devolvida ao computador solicitante.

Para utilizar o Ping, basta digitar no prompt do Windows: “Ping <IP>”. Caso
haja resposta, aparecerá algo similar à janela abaixo.

Figura 58 - Resposta positiva do comando Ping

Caso haja alguma falha de conectividade, será apresentada algo da seguinte


forma. Nesse caso foi testada a conectividade até o host 192.168.1.45, sem sucesso.

Figura 59 - Exemplo de Ping sem resposta

Deve-se investigar primeiramente as configurações do host 192.168.1.45, para


posteriormente verificar a integridade da ligação física até o destino.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

4.2.3.9 IP Loopback (127.0.0.1)

Chama-se o IP de loopback (127.0.0.1) o IP que faz referência à mesma


máquina. Normalmente este IP é utilizada para testar o funcionamento da placa de rede.
Ele faz referência ao próprio host. Por exemplo, pode-se fazer um ping para o loopback
a fim de verificar o correto funcionamento da placa de rede, mesmo que não haja
conexão de rede ativa. Esta ferramenta é muito útil para transmitir dados entre softwares
da mesma máquina, eliminando a necessidade de portas seriais. Por exemplo: transmitir
os dados de profundidade do EA400 para o Hypack, quando ambos os softwares estão
sendo executados no mesmo computador.

4.2.4 Protocolo TCP

De uma forma simples, o TCP/IP é o principal protocolo de envio e recebimento


de dados na internet. TCP significa Transmission Control Protocol (Protocolo de
Controle de Transmissão) e o IP, Internet Protocol (Protocolo de Internet).

Protocolo é uma espécie de linguagem utilizada para que dois terminais


consigam se comunicar. Por mais que duas máquinas estejam conectadas à mesma rede,
se não “falarem” a mesma língua, não há como estabelecer uma comunicação. Então, o
TCP/IP é uma espécie de idioma que permite às aplicações conversarem entre si.

Deixando qualquer definição formal para segundo plano, veremos como se


configura o envio e recebimento de informação pelo protocolo TCP/IP.

O protocolo TCP caracteriza-se definir um equipamento (computador, GPS,


Ecobatímetro, etc.) como um servidor de uma determinada informação. Quando algum
equipamento necessita essa informação, deve solicitá-la e aí passa a haver uma conexão
entre o emissor e receptor. Dessa forma, diz-se que o protocolo TCP é uma forma de
conexão com recibo, ou seja, para que uma próxima informação seja enviada, o receptor
deve acusar ter recebido o pacote anterior.

A configuração se dará através de um software, onde no servidor deverá ser


selecionada a informação a ser transmitida e a porta. O equipamento destinatário deve
apontar para o IP do servidor e para a porta.

Para exemplificar, será utilizado o Software “GPS Gate”. Na figura abaixo pode-
se observar na janela de configuração output, a opção de “TCP Server” e a porta 20175
como saída de dados e um simulador GPS como entrada de dados.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

Figura 60 - Software GPSGate com simulador GPS como Entrada de Dados e TCP Server como saída de dados

Para exemplificar a recepção, iremos conectar ao computador servidor cujo IP é


192.168.1.27, através da porta 20175. Essa conexão será ilustrada tanto pelo navegador.
Pode-se observar as sentenças NEMA sendo recebidas na tela do Navegador.

Figura 61 - Tela do Navegador Firefox conectado ao computador cujo IP é 192.168.1.27 e porta 20175

Nesse caso, quando o servidor ou a recepção for interrompido, não haverá mais
fluxo de dados na rede, eliminando transferências desnecessárias de dados.

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

4.2.5 Protocolo UDP

Na internet há uma extensa literatura sobre o protocolo UDP. Vamos para parte
prática. Esse protocolo simplesmente envia uma informação para um IP específico
através de uma porta determinada. Para o equipamento que está enviando a informação,
não importa se o destinatário está recebendo ou se há fluxo de dados sem necessidade.
Uma vez que o dispositivo conhecido como Sender (transmissor) foi configurado, este
irá disparar os pacotes, independentemente se haverá recepção ou não.

A configuração se dará através de um software, onde no servidor será


configurado com o IP de destino e uma porta. Pronto! O recebedor deverá “escutar”
pela porta configurada no sender e esperar a informação chegar.

Para exemplificar, será utilizado o Software “GPS Gate”. Na figura abaixo pode-
se observar na janela de configuração output, a opção de “UDP Sender” e a porta 20175
como saída de dados e um simulador GPS como entrada de dados.

Figura 62 - Software GPSGate com simulador GPS como Entrada de Dados e UDP Sender como saída de
dados

Para exemplificar a recepção, iremos utilizar um aplicativo que suporta o


protocolo UDP (O navegador de internet utiliza o protocolo TCP). O software
HERCULES possui esse recurso, bem como diversos outros em aplicação hidrográfica
(Ex.: EA400/600, Hypack, Sippican XBTMK21, Radar FT250). Na figura abaixo pode-

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Eletrônica e Informática. CC Bruno Neves, Rev2021

se observar a aba UDP e indicada a porta 20175. Observa-se as sentenças NEMA sendo
recebidas na janela “Received Data”.

Figura 63 - Exemplo de Recepção pelo Protocolo UDP

Nesse caso, o sender continuará transmitindo continuamente os dados, mesmo


que o recebedor seja eliminado.

4.3 Aplicativos Úteis

Serão apresentados alguns aplicativos utilizados para testar comunicação e


outras ferramentas úteis. Como todos eles dispõe de manual, serão apresentadas apenas
as funcionalidades. Os detalhes de operação não serão abordados.

4.3.1 Aplicativo HERCULES SETUP UTILITY BY HW-GROUP

Este software contempla todas as principais formas de comunicação empregadas


usualmente. Esta é a principal ferramenta para testar comunicação Serial, TCP e UDP.
Apesar de possuir muitos recursos, sua utilização é muito prática e simples.

Site: http://www.hw-group.com/products/hercules/index_en.html

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Figura 64 - Hercules

4.3.2 Aplicativos TeraTerm e Hyperterminal

Esses dois aplicativos geram um terminal de comunicação, sendo que o


Hyperterminal era nativo apenas até o WindowsXP. São úteis quando é necessário fazer
alguma programação via terminal telnet. Não são os mais práticos para testar
comunicação.

Site: http://www.ayera.com/teraterm/

4.3.3 Aplicativo GPSGate

Este software é capaz de receber dados por diversos protocolos e convertê-los


para outros. Por exemplo, recebe-se dados via porta serial e exporta para TCP, ou UDP
ou Seriais Virtuais, etc. Pode-se inclusive fazer a multiplexação de informações e
integrar em uma única porta dados provenientes dos mais diversos sensores.

Site: http://gpsgate.com/

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Figura 65 - GPSGate

4.3.4 Aplicativo UltraVNC

Este software é um terminal de acesso remoto entre computadores. Muito útil


quando deseja-se espelhar (ou até mesmo controlar) a tela de um computador para
outro, sem a necessidade de passagem de cabos (apenas os cabos de rede já existentes).
Sua aplicação pode ser variada, porém se mostrou útil para geral a tela do Timoneiro em
uma sondagem.

Site: http://www.uvnc.com/

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Figura 66 - UltraVNC

4.3.5 Aplicativo GPSPortChecker

O GPSPortChecker é um subaplicativo do navegador OziExplorer. Ele rastreia


as portas seriais e procura por sentenças NEMA com dados GPS. Muito útil para
descobrir qual porta de BaudRate está sendo recebido dados de posição. Deve-se ter
certeza que a comunicação serial está funcionando perfeitamente.

http://www.oziexplorer3.com/utils/gps_port_checker.html

Figura 67 - GPSPortChecker

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5 Aplicativo Advanced IP Scanner

Este aplicativo “varre” a rede a procura de IPs ativos, relacionando o IP, Nome,
MAC dos dispositivos encontrados. Muito útil para verificar se um equipamento está
ligado e qual seu IP.

Site: http://www.advanced-ip-scanner.com/br/

Figura 68 - Advanced IP Scanner

5.1.1 Aplicativo TextPad ou Notepad++

Uma excelente opção frente ao NotePad do Windows. Possui capacidade de ler


arquivo TXT de maior tamanho e possui ferramentas de seleção de texto por colunas.

Site: http://www.textpad.com/

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Figura 69 - TextPad

6 Protocolo NMEA 0183

NMEA 0183, ou simplesmente NMEA, é um conjunto de especificações de


dados e elétricas para comunicação de dispositivos eletrônicos de navegação tais como
Anemômetros, ecobatímetros, agulha giroscópica, piloto automático, receptores GPS,
Radares e muitos outros tipos de instrumentos.

As informações do NMEA são no formato ASCII, ou seja, alfanumérico. Cada


sentença possui uma formatação própria e pode ser facilmente identificada pelos seus
primeiros seis caracteres.

6.1 Composição da Sentença NMEA0183

O formato de uma sentença NMEA obedece o seguinte formato:

$XXYYY,zzzzzzzzzz,zzzz,zzzzzzz,zzzz,zzzzzz,zzz,zzz,.....zzzz,*nn<CR><LF>

O primeiro caractere sempre será um “$”.

• XX é o Talker Identifier. Esses dois caracteres identificam a origem da


mensagem, ou seja:
o GP – GPS;
o GL – GLONASS;
o SD – Ecobatímetro;
o RA – Radar;

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o AP – Piloto Automático;
o EC – ECDIS;
o HE – Giroscópica;
o Qualquer outro identificador proprietário;
o Etc.
• YYY é o indicador da sentença. Identifica o padrão de organização das
informações, ou seja:
o ALM – Almanaque GPS;
o DPT – Profundidade;
o GGA – Fixo GPS;
o GLL – Posição Geográfica;
o GSA – DOP;
o GSV – Satélites Visíveis;
o HDT – Proa (giro);
o RMC – Dados mínimos recomandados para navegação;
o RSA –Rudder Sensor Angle;
o VTG – Rumos e Veloc no fundo;
o ZDA – Data-Hora;
o Etc.
• *nn é o CheckSum. Além de identificar o fim da sentença, o número
depois do “*” é a quantidade, hexadecimal, de caracteres contidos na
sentença NMEA. Caso haja uma falha na comunicação e perda de algum
caractere, isso será identificado nesse campo. Caso seja verificada uma
inconsistência na recepção da sentença NMEA, ela será descartada.
• <CR><LF> - Carriage Return e Line Feed- são caracteres não
imprimíveis que indicam “retornar cursor” e “pular linha”. Esses
caracteres são os responsáveis por manter uma sentença por linha

Não é necessário decorar todas as sentenças, porém deve-se identificar as


principais e ter uma ideia de como se organizam.

6.2 Principais Sentenças NMEA

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Figura 70 - Sentença GGA

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Figura 71 - Sentença GLL

Figura 72 - Sentença RMC

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Figura 73 - Sentença VTG

Figura 74 - Sentença ZDA

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Figura 75 - Sentença DBT

7 Bibliografia:
http://www.fiz-ix.com/2013/02/introduction-to-arduino-serial-communication/

http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/conteudo/3793-diferenca-entre-corrente-
alternada-e-continua/

http://my.opera.com/gfernandes/blog/index.dml/tag/Amplificador%20Transistorado

http://www.refrigeracao.net/Cursos/eletronica/fonte_alimentacao_chaveada.htm

http://www.somaovivo.mus.br/artigos/eletricidade-e-sonorizacao-parte-5-filtragem-
estabilizacao-e-suprimento-alternativo-de-energia/

http://www.4x4brasil.com.br/forum/ford/61918-diodo-ou-rebimboca-da-parafuseta.html

http://verteck.blogspot.com.br/2011/02/como-usar-um-multimetro.html

http://www.evandroos.eti.br/?p=37

http://www.ficheiro.com.br/crimpagem-de-cabos-par-trancado-hub-e-crossover/

http://www.mpptsolar.com/pt/baterias-serie-paralelo.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/RS-232

http://www.professores.aedb.br/arlei/AEDB/Arquivos/rs232.pdf

http://www.rogercom.com/PortaSerial/PortaSerial.htm

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https://opengear.zendesk.com/entries/21745261-RS232-RS422-RS485-standard-DB-
connector-pinout

http://digital.ni.com/public.nsf/allkb/DE153F74C4BF3AD8862576AB006C1AAF

http://pt.wikipedia.org/wiki/Topologia_de_rede

http://mundorealista.com/tecnologia/2012/07/17/curso-de-redes-parte-2-topologia-de-
redes/

Wikipédia

http://www.cooperati.com.br/2011/09/29/roteamento-estatico-no-linux/

http://www.usglobalsat.com/downloads/NMEA_commands.pdf

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