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TEXTOS
MÓDULO IV

INTERPRETAÇÃO DE

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Capítulo 23
(5ª edição)

TIPOLOGIA TEXTUAL

Os modos e os tipos de texto


Podemos destacar quatro maneiras de organizar um discurso: por meio da narração, descrição,
dissertação e argumentação. Muitas vezes, é importante ressaltar, utilizamo-nos de mais de
um recurso na elaboração de um único texto.

Narração
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A narração
É a modalidade de texto que se relaciona com objetos do mundo real. Na narração, o objetivo
do autor é contar um fato, relatar acontecimentos, reais ou imaginários.

A narração e os tempos verbais

Quanto aos tempos verbais, pode-se afirmar que nesse gênero de texto há predominância de
verbos no pretérito perfeito, já que o que se pretende é relatar acontecimentos que ocorreram
em um momento passado.

Ex.: “Tudo quieto, o primeiro cururu surgiu na margem, molhado, reluzente na semi-escuridão.
Engoliu um mosquito; baixou a cabeçorra; tragou um cascudinho; mergulhou de novo, e bum-
bum! Soou uma nota soturna do concerto interrompido.” (Lima, Jorge de. Calunga; O anjo.)

Entretanto, é comum também a presença da troca dos tempos verbais na narração – do pretérito
perfeito para o presente do indicativo –, quando o que se pretende é aproximar os
acontecimentos que ocorreram no passado do momento em que se os narra. É a utilização do
Presente do Indicativo no lugar do Pretérito Perfeito.

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Ex.: “A moça chega com sapatinho baixo, saia curta, cabelos lisos castanhos arrumados em
rabo-de-cavalo, sorri dentes branquinhos muito pequenos, como de primeira dentição, e fala o
senhor me deixa telefonar? de maneira inescapável.” (Ângelo, Ivan. Bar. – Adaptado)
Descrição

A descrição
É a modalidade de texto que trata das características de uma pessoa, de um objeto, de uma
paisagem ou de uma simples situação, em determinado período de tempo. É o tipo de texto que
lida com detalhamentos, pormenores do elemento que retrata.

Ex.: “O amor estava de chambre verde, recostado na cama cheia de almofadas. As mãos
branquíssimas descansando entrelaçadas na altura do peito. Ao lado, um livro aberto e cujo título
deixei para ler depois e não fiquei sabendo.” (Telles, Lygia Fagundes. A estrutura da bolha de
sabão.)
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A passagem do tempo na descrição


A descrição consiste não em fazer progredir uma história (tarefa da narração), mas em
interrompê-la, detendo-se em um personagem, um objeto, um lugar etc. Na descrição, não existe
relação de anterioridade e de posterioridade entre os enunciados, os movimentos ocorrem ao
mesmo tempo, sem haver progressão de um estado a outro. As ações reproduzidas na descrição
são simultâneas. Ao ocorrer progressão cronológica, tem-se o texto narrativo.

Ex.: “Cheguei em casa carregando a pasta cheia de papéis, relatórios, estudos, pesquisas,
propostas, contratos. Minha mulher, jogando paciência na cama, um copo de uísque na mesa
da cabeceira. (...) Os sons da casa: minha filha no quarto dela treinando empostação de voz, a
música quadrafônica do quarto do meu filho. (...) A copeira servia à francesa, meus filhos tinham
crescido, eu e a minha mulher estávamos gordos.” (Fonseca, Rubem. Passeio noturno.)

A narração e a descrição

A narração e a descrição
Vale lembrar que é muito comum que a narração contenha aspectos descritivos. No texto
narrativo, observa-se a presença constante não apenas da caracterização das cenas em que se
desenrola a trama, mas também a qualificação dos personagens que dela participam.

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Ex.: “Ouvi primeiro o ruído de cascos pisando a grama, mas continuei deitado de bruços na
esteira que havia estendido ao lado da barraca. Senti nitidamente o cheiro acre muito próximo.
Virei-me devagar, abri os olhos. O cavalo erguia-se interminável à minha frente. Em cima dele
havia uma espingarda apontada para mim e atrás da espingarda um velhinho de chapéu de
palha”.

QUESTÕES

COSEAC – UFF - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – 2019


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No Texto 1, predomina o tipo textual


A narrativo, porque apresenta um ponto de vista dinâmico.
B expositivo, já que expõe um drama a que todo brasileiro está sujeito.

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C descritivo, tendo em vista que descreve as ações do protagonista para chamar a polícia.
D argumentativo, pois o protagonista tenta convencer a polícia de que a situação na casa era
grave.
E injuntivo, uma vez que, ao proceder a queixa, o protagonista dá instruções para que a polícia
prenda o ladrão.

UFERSA – UFERSA - TRADUTOR E INTÉRPRETE DE LIBRAS – 2019

A MARCHA DA FOME
As migrações maciças só se reduzirão quando a cultura democrática se estender pela África e
demais países do Terceiro Mundo
Mário Vargas Llosa
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Quando em 13 de outubro de 2018 saíram da cidade hondurenha de San Pedro Sula,


eram umas poucas centenas. Três semanas depois, enquanto escrevo este artigo, são já quase
oito mil. Somou-se a eles uma grande quantidade de salvadorenhos, guatemaltecos,
nicaraguenses e sem dúvida também alguns mexicanos. Avançaram uns mil e tantos
quilômetros, andando dia e noite, dormindo no caminho, comendo o que gente caridosa e tão
miserável como eles mesmos lhes oferece ao passarem. Acabam de entrar em Oaxaca, e ainda
lhes falta metade do percurso.
São homens e mulheres e crianças pobres, muito pobres, e fogem da pobreza, da falta
de trabalho, da violência que antes era só dos maus patrões e da polícia, e agora é, sobretudo,
a das maras, essas quadrilhas de foragidos que os obrigam a trabalhar para elas, carregando
ou vendendo drogas, e, caso se neguem, matando-os a punhaladas e lhes infligindo atrozes
torturas.
Aonde vão? Aos Estados Unidos, claro. Por quê? Porque é um país onde há trabalho,
onde poderão economizar e mandar remessas a seus familiares que os salvem da fome e do
desamparo centro-americano, porque lá há bons colégios e uma segurança e uma legalidade
que em seus países não existe. Sabem que o presidente Trump disse que eles são uma
verdadeira praga de meliantes, de estupradores, que trazem doenças, sujeira e violência, e que
ele não permitirá essa invasão e mobilizará pelo menos 15.000 policiais, e que, se lhes atirarem
pedras, estes dispararão para matar. Mas, não se importam: preferem morrer tentando entrar no
paraíso à morte lenta e sem esperanças que os espera onde nasceram, ou seja, no inferno.
(…)
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O texto é um artigo de opinião, que, embora composto predominantemente por sequências
dissertativo-argumentativas, apresenta outros tipos textuais. O primeiro parágrafo do texto é
caracterizado por qual tipo textual?
A Descrição
B Argumentação
C Narração
D Injunção

UFRRJ – UFRRJ – ASSISTENTE SOCIAL – 2019


E estando Afonso Lopez, nosso piloto, em um daqueles navios pequenos, foi, por mandado do
Capitão, por ser homem vivo e destro para isso, meter-se logo no esquife a sondar o porto dentro.
E tomou dois daqueles homens da terra que estavam numa almadia: mancebos e de bons
corpos. Um deles trazia um arco, e seis ou sete setas. E na praia andavam muitos com seus
arcos e setas; mas não os aproveitou. Logo, já de noite, levou-os à Capitaina, onde foram
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recebidos com muito prazer e festa. A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados, de
bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Nem fazem mais
caso de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de mostrar a cara. Acerca disso
são de grande inocência. (...) O Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira,
aos pés uma alcatifa por estrado; e bem vestido, com um colar de ouro, mui grande, ao pescoço.
E Sancho de Tovar, e Simão de Miranda, e Nicolau Coelho, e Aires Corrêa, e nós outros que
aqui na nau com ele íamos, sentados no chão, nessa alcatifa. Acenderam-se tochas. E eles
entraram. Mas nem sinal de cortesia fizeram, nem de falar ao Capitão; nem a alguém.
A Carta de Pero Vaz de Caminha. Disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000283.pdf Acesso em 10/03/2019.
(Fragmento com adaptações)

Para mostrar ao Rei de Portugal o que encontrara na terra descoberta, Caminha utiliza-se de
diferentes modos discursivos. No trecho “A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados,
de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma.”, verifica-se o uso
de
A narração.
B argumentação.
C descrição.
D injunção
E dissertação.
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ITAME – PREFEITURA DE AVELINÓPOLIS – AUXILIAR ADMINISTRATIVO – 2019
Relato
Em Santos, onde morávamos, minha mãe me lia histórias, meu pai gostava de declamar
poesias. Foi em algum momento do ginásio – por volta do que hoje seria a sexta ou sétima série
– que li de começo a fim um romance: Inocência, de Taunay, é minha mais remota lembrança
de leitura de um romance brasileiro. Livro aberto nos joelhos, afundada de atravessado numa
poltrona velha e gorda, num quartinho com máquina de costura, estante de quinquilharias e uma
gata branca chamada Minie.
Até então, leitura era coisa doméstica. Tinha a ver apenas comigo mesma, com os livros que
havia na estante de quinquilharias de meu pai e com os volumes que avós, tias e madrinhas me
davam de presente. No cardápio destas leituras, Monteiro Lobato, as aventuras de Tarzan, os
volumes da Biblioteca das Moças. O sítio do Pica Pau Amarelo, as florestas africanas, castelos
e cidades europeias constituíam a geografia romanesca que preenchia meus momentos livres.
Mas um dia a escola entrou na história. Dona Célia, nossa professora de português, mandou
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a gente ler um livro chamado Inocência. Disse que era um romance. Na classe, tinha uma menina
chamada Maria Inocência. Loira desbotada, rica e chata. Muito chata. Alguma coisa em minha
cabeça dizia que um livro com nome de colega chata não podia ser coisa boa.
Foi por isso que com a maior má vontade do mundo comecei a leitura do romance de
Visconde de Taunay, de quem eu nunca tinha ouvido falar: visconde, para mim, era o de
Sabugosa. Fui lendo a frio, sem entusiasmo nenhum.
O presságio da chatice confirmava-se, até que apareceu o episódio das borboletas. Aí me
interessei pelo livro: um alemão corria caçando borboletas e depois dava a uma delas o nome
da heroína do livro... Gostei. Não muito, mas gostei. E passei a olhar o nome das borboletas com
olhos diferentes: alguma delas seria a papiloinnocentia da história? [...]
(Marisa Lajolo. Como e por que ler o romance brasileiro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. p. 15-
7.)

Nesse relato para caracterizar pessoas, lugares, objetos entre outros, é utilizado a
predominância de qual tipo de texto?
A Injuntivo.
B Narrativo.
C Descritivo.
D Dissertativo.

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Dissertação

A dissertação
Aquilo que chamamos didaticamente de dissertação consiste na exposição de ideias,
razões. Se, por um lado, na descrição e narração predominam termos concretos, que se referem
a pessoas do mundo, ao menos presumidamente, real, na dissertação, predominam os conceitos
abstratos, muitas vezes fora das esferas do tempo e do espaço. Não há, portanto, em princípio,
uma progressão temporal entre os enunciados, mas relações de natureza lógica (causa e efeito,
uma premissa e uma conclusão...).

Modos de texto: estrutura/organização do texto

SIM. Antes e
Relatar Verbos de ação.
NARRATIVO depois. Marca
acontecimentos. Conectores temporais.
fundamental.
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Caracterizar, NÃO. Tempo


qualificar cenas, congela. Fatos Substantivos.
DESCRITIVO
personagens ocorrem ao Adjetivos.
etc. mesmo tempo.

Discutir, Relações de subordinação.


abstrair, (Causa e Efeito).
DISSERTATIVO discorrer, Não é relevante. Aparecimento de
conceituar. Não testemunhos de autoridade,
descrever. dados estatísticos, exemplos.

O texto dissertativo expositivo

O texto dissertativo expositivo


É o texto que expõe ideias, explana, discute, revela o que o autor sabe sobre determinado
assunto. Sua linguagem é objetiva, clara, impessoal. Traz abordagem abrangente sobre um
tema, permitindo que o leitor desenvolva sua própria opinião sobre o assunto.

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Ex.: Desde o final do século XV, com a invenção de novos equipamentos de navegação
e as grandes descobertas, a Globalização se espalhou por todo o planeta, ao mesmo tempo em
que aumentava a influência européia no mundo. No século XIX, o telégrafo submarino reduziu o
tempo com que as informações, as ordens e as diversas decisões importantes chegavam a
diversos lugares do mundo – em pontos específicos, em quantidades limitadas e com alguma
defasagem de tempo. (Buarque, Cristovam. Admirável mundo atual – Adaptado)

QUESTÕES

CCV-UFC – UFC – TÉCNICO ESPECIALIZADO EM LÍNGUAGEM DE SINAIS – 2019


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Quanto à natureza, é correto afirmar que o texto em análise é, predominantemente:


A descritivo, porque descreve as características das línguas de sinais.
B narrativo, porque conta a história da língua de sinais da Nicarágua.
C injuntivo, porque ensina como aprender e reconhecer uma língua de sinais.
D expositivo, porque informa sobre as línguas de sinais em relação às faladas.
E argumentativo, porque defende as linguagens de sinais como línguas naturais.

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Texto Informativo

Há textos expositivos que apresentam informações sobre um objeto ou fato específico, sua
descrição, a enumeração de suas características, com o objetivo de aumentar o conhecimento
do leitor sobre determinado assunto. É o texto informativo. Com linguagem objetiva e impessoal,
este tipo de texto pressupõe acréscimo de informação para quem o lê. O texto dissertativo
informativo é o tipo de texto que procura tratar de assunto de interesse do leitor e busca a
novidade – algo que, ao menos presumidamente, seja desconhecido do público ao qual é
veiculado.

Ex.: “Recente documento, elaborado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
revela que o Brasil é um país mergulhado na sujeira: metade dos municípios não têm serviço de
esgoto sanitário, 70% do lixo das cidades são jogados em lixões e alagados (rios, lagos, mar,
etc.) e apenas poucos municípios fazem coleta seletiva de lixo.”
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QUESTÕES

QUADRIX – FDSBC - OFICIAL ADMINISTRATIVO - 2019

Por que a justiça é representada de olhos vendados, com balança e espada nas mãos?
Em sua versão romana, batizada Justitia, a mesma deusa passa a trazer também a espada e a
venda nos olhos.

A venda é um símbolo de imparcialidade: significa que ela não faz distinção entre aqueles que
estão sendo julgados. A balança indica equilíbrio e ponderação na hora de pesar, lado a lado,
os argumentos [contra os acusados e a favor deles]. A espada é um sinal de força. “A arma
implica que a Justiça não pede aos que estão brigando que aceitem sua decisão. Ela tem de ser
imposta, mesmo porque inevitavelmente descontentará um dos dois lados em conflito”, diz o
11
advogado Carlos Ari Sundfeld, professor de Direito Público da Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP). A Justiça é associada a figuras femininas desde a antiguidade. A deusa
egípcia Maat (cujo nome deu origem à palavra “magistrado”) muitas vezes era retratada com
uma espada na mão. Na Grécia, o papel cabia a Têmis, que já trazia uma balança na mão direita.
Em sua versão romana, batizada Justitia, a mesma deusa passa a trazer também a espada e a
venda nos olhos.
Para completar, a balança e a espada também são instrumentos de São Miguel, o arcanjo
justiceiro, que, apesar de já fazer parte da tradição judaica, passou a ser retratado assim nos
primeiros séculos do cristianismo.
(Adaptado de https://super.abril.com.br/)
O texto abaixo, se for considerado seu conteúdo e sua forma de construção, além de sua
linguagem, é classificado como:
A argumentativo.
B instrucional.
C narrativo.
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D informativo.
E poético.
O TEXTO DISSERTATIVO OPINATIVO

O texto dissertativo opinativo


Também chamado de argumentativo. Esse texto difere do dissertativo expositivo, pois,
além de expor o que se sabe sobre um assunto – e, muitas vezes, também informar –, o texto
dissertativo argumentativo tem por finalidade principal persuadir o leitor sobre determinado
assunto, modificar seu comportamento.
Ex.: “Viver ‘plugado’ a uma corrente de pessoas e informações pode ser divertido e útil.
Mas agride o que o ser humano tem de melhor e mais insubstituível: o seu gosto, o seu erro, a
sua miséria e sua glória.”

Modalizadores Textuais

Muitas vezes, o autor, com o intuito de transparecer seu posicionamento, utiliza-se de


algumas marcas linguísticas capazes de persuadir o leitor, tais como verbos na 1ª pessoa do
singular ou plural e expressões de modalidade – os modalizadores (vocábulos indicativos da
opinião do autor).

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“O dever do Estado é proteger a propriedade de todos da sanha de cada um e a
propriedade de cada um da sanha de todos. A pichação dos bens públicos ou particulares viola
ambos os princípios e, portanto, é dever da autoridade competente tomar medidas coercitivas.
Eu, como milhões de cidadãos, gosto de ver a minha cidade limpa. Faço minha parte, de um
lado mantendo meu muro pintado e de outro pagando impostos para que a Prefeitura faça o
mesmo com os nossos monumentos. Se os pichadores têm seus “direitos” de expressarem-se
livremente, eu também tenho os meus de querer minha cidade em ordem e bonita. Com uma
diferença: eu pago impostos para exercer a minha cidadania e eles, tão-somente, adquirem uma
lata de aerossol.”

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

Analise os trechos a seguir, classificando-os quanto ao modo de organização do discurso


(NARRAÇÃO, DESCRIÇÃO, DISSERTAÇÃO)
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1. Na manhã seguinte o seu primeiro desejo foi voltar à casa; mas não teve coragem; via o rosto
colérico da mãe, faces contraídas, narinas dilatadas pelo ódio, o olho direito saliente, a penetrar-
lhe até o fundo do coração.

2. Uma das maiores manifestações linguísticas na fronteira entre os séculos XX e XXI é a ideia
de globalização como um processo de internacionalização. O fato é que existe um vasto mercado
para exportação na América do Sul que não pode ser desconsiderado. Politicamente, esse é o
mercado do Brasil, e o Brasil é o mercado para sua viabilização.

3. Vários historiadores têm procurado entender a originalidade da monarquia brasileira


vinculando-a à chegada da família real ao Brasil em 1808. De fato, é no mínimo inusitado pensar
numa colônia sediando a capital de um império.

4. “Para um modesto país de Terceiro Mundo, temos algumas realizações na tecnologia. Nossos
aviões voltam a vender bem. Há ônibus da empresa brasileira Marcopolo rodando em
Washington. O último número da revista Shooting Times mostra uma nova pistola Taurus que
vai dar trabalho aos concorrentes. Exportamos insulina. Continuamos a exportar máquinas-
ferramentas e agora exportamos parte da programação de robôs da Brown Boveri.
Provavelmente construiremos com êxito algum pedacinho da nova estação espacial (quem sabe,
a churrasqueira). Tudo isso vai na direção certa, mas precisamos de mais. E, acima de tudo, não
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podemos esmorecer nesse esforço de inventar modas, tão próximas quanto possível da fronteira
tecnológica. Mas quando focalizamos a tecnologia do cotidiano descobrimos que a situação é
calamitosa. O botão salta da camisa. A calça encolhe ou desbota. A saia justa rasga, o tijolo
esfarinha na mão, a torneira vaza e a laje infiltra. A água limpa mareja no meio da parede, a
água usada não vai a lugar nenhum. A fechadura trava. O fio dá choque. A cadeira desaba, o
verniz se desgasta. O pastel dá dor de barriga. E o maldito envelope não fecha com a cola que
vem de fábrica. [...] É preciso que se ponha inteligência e atenção na tecnologia do cotidiano. É
essa tecnologia que permite aumentar a qualidade de vida do povão. Temos um programa
espacial. Quando tentamos, a coisa anda. [...]”

5. “Como uma ilha azul que se avista a distância, pouco a pouco ela ia ganhando contorno e
detalhes, e, já próxima, revelava formas originais e intrigantes – a silhueta elegante, forte, que
eu já vira outras vezes. Um certo ar de quem percorreu grandes distâncias em paz, e marcas de
beleza que só as viagens e o tempo trazem. Não era íntima conhecida mas uma paixão que me
perseguia havia um bom tempo. A escuna azul, um veleiro viajante de dois mastros que de
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tempos em tempos aparecia no Brasil, e que eu nunca deixava escapar sem uma pequena
abordagem. Rapa Nui, nome polinésio da Ilha da Páscoa, lindo nome para um barco azul e cheio
de histórias.”

6. “A exigência da perfeição física para as modelos profissionais é apenas o sintoma mais visível
de uma ansiedade que também massacra a mulher e o homem comuns. Para onde quer que se
olhe – televisão, publicidade, revistas femininas –, a pessoa vê rostos perfeitos e corpos
deslumbrantes, magros e nos lugares certos. Nem na rua a dona-de-casa pode andar em paz.
Do alto dos outdoors, moças e rapazes impecáveis estão olhando para ela. Pouco a pouco cria-
se um sentimento de insatisfação com o próprio corpo. [...] Não espanta que 90% das mulheres
e 60% dos homens se confessem tão aborrecidos com o rosto ou o corpo que não hesitariam
em recorrer a uma cirurgia embelezadora.”
7. A chuva caía meticulosamente, sem pressa de cessar. A palha do rancho porejava água, fedia
a podre, derrubando dentro da casa uma infinidade de bichos que a sua podridão gerava.

8. “Há muito tempo, os deuses navajos organizaram uma grande cerimônia de cura. ‘Que
caminhemos na beleza’, cantavam todos, pedindo que estivessem em harmonia com a terra
onde viviam. Mas alguma coisa andava errada: duas canções soavam ao mesmo tempo, duas
canções em idiomas diferentes. Ao perceber o que acontecia, a Mãe-Terra resolveu congelar a
cerimônia. Transformou todos os deuses em rochas e os aprisionou para sempre no espaço e
no tempo. E tudo caiu no silêncio.”
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9. “Quando a democracia surgiu na Grécia, por volta de 500 a.C., os atenienses fizeram questão
de traçar uma linha nítida entre as esferas pública e privada. O poder do Estado terminava onde
começava a privacidade do lar. No âmbito doméstico, reinava a vontade do patriarca, que tinha
o poder de determinar os direitos e deveres de seus filhos, mulher e escravos. Para os gregos,
não havia atividade mais apaixonante e gloriosa do que participar da condução da pólis. A
política era a maneira civilizada de decidir os destinos da nação por meio do diálogo e da
persuasão. O cidadão revelava sua grandeza de espírito e sua importância para a comunidade
no debate de ideias, na defesa de proposições e nas vitórias no âmbito público. Um homem que
levasse uma vida exclusivamente privada não passava de um insignificante animal doméstico,
incapaz de participar da elaboração das decisões políticas que afetavam os destinos da nação.
Se Aristóteles ressuscitasse no final do século XX, ficaria horrorizado com a interferência do
Estado na privacidade do cidadão. A sociedade moderna sequestrou a intimidade do indivíduo.
É inimaginável uma atividade pública ou privada que não seja regulamentada por lei, por estatuto
ou por norma. (...)”
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10. O combate à fome e à pobreza foi adotado pelo governo federal, a partir de 2003, como
política de governo. Dentro dessa política, por exemplo, foi criado o Programa Bolsa-Família que
beneficia mais da metade das famílias pobres do país. O programa é de responsabilidade do
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que tem hoje o maior orçamento já
investido no Brasil para combater a fome e promover o desenvolvimento Social – R$ 17 bilhões.

Outras modalidades do texto dissertativo

Além dos textos dissertativos expositivos e opinativos, observam-se nas provas outras
modalidades de textos. Entre elas, podemos citar as seguintes:

Texto didático
É aquele que transmite conhecimentos com o objetivo de ensinar. Apresenta riqueza de
detalhes e utiliza linguagem clara e objetiva. São os livros escolares, os textos de congressos.

Ex.: “A entrevista consiste em inquirir tecnicamente, de forma hábil, dentro de um plano e


sequência previamente estudados, levando o interrogado ou entrevistado a se pronunciar sobre
aquilo que desejamos saber e a emitir sua opinião, muitas vezes sem que formulemos a pergunta
diretamente. É a maneira racional de levar alguém a fornecer os informes e as informações que
possui em determinada área.
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Texto preditivo
É o texto que se utiliza de deduções com base em informações prévias. O texto preditivo
lida com probabilidades, não com certezas. São as previsões meteorológicas, os textos de
astrologia, as previsões na economia.

Ex.: “Noventa e sete por cento das espécies vivas, 80.000 proteínas produzidas pelo corpo e
bilhões de galáxias ainda não foram identificados. Quase nada sabemos da natureza do
Universo, da origem da Vida, do funcionamento dos climas, do desenvolvimento do embrião e
do cérebro.
Provavelmente não se descobrirá ainda no século XXI de onde surgiu o Universo, nem
como começou a vida na Terra, nem como o cérebro engendra o pensamento e a consciência,
nem se outras formas de vida existem em outros lugares. Em compensação, outras questões
que hoje não são formuladas serão resolvidas, pois se descobrirá que certas respostas
consideradas definitivas estavam totalmente equivocadas.”
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Texto polêmico
Neste texto, o objetivo do autor é demonstrar ao leitor mais de um ponto de vista sobre
um assunto, mesmo que em alguns textos se observe claramente a opinião do autor. O texto
polêmico permite ao leitor o contato com mais de um posicionamento sobre o tema explorado, o
que normalmente não ocorre no texto argumentativo.

Ex.: “O budismo faz tanto sucesso no Ocidente porque possui características que
correspondem às tendências da pós-modernidade neoliberal. Num mundo em que muitas
religiões se sustentam em estruturas autoritárias e apresentam desvios fundamentalistas, o
budismo apresenta-se como uma não religião, uma filosofia de vida que não possui hierarquias,
estruturas nem códigos canônicos. No budismo não há a ideia de Deus, nem de pecado.
Centrado no indivíduo e baseado na prática da yoga e da meditação, o budismo não exige
compromissos sociais de seus adeptos, nem submissão a uma comunidade ou crença em
verdades reveladas. Há, contudo, muitos budistas engajados em lutas sociais e políticas. Nessa
cultura do elixir da eterna juventude, em que o envelhecimento e morte são encarados, não como
destinos, mas como fatalidades, o budismo oferece a crença na reencarnação.” (Betto, Frei. Por
que o Budismo encanta o Ocidente?)

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Ainda que o autor emita seu juízo de valor ao longo do texto, seu objetivo é contrapor o
budismo às outras religiões, utilizando-se de uma comparação baseada no contraste entre as
características de ambos os elementos.

Texto injuntivo
É o texto que exprime instruções ao leitor com a finalidade de que ele execute ou não
determinada tarefa. Apresenta normalmente verbos no imperativo e pressupõe uma ação por
parte do interlocutor.

Ex.: “Quer manter a postura sempre perfeita? De manhã, antes de se vestir, amarre um fio de
linha em volta da cintura, sem deixar folga. Ele não deve apertar, mas precisa estar justo. Ao
longo do dia, ao sentir a presença do fio, coloque a barriga para dentro e endireite as costas.”

Tipos de textos: finalidade do texto


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1.Informativo: Informar, veicular conhecimento que o leitor desconhece. É mais específico do


que expositivo. Exs.: jornal, bula de remédio, etc. Tem por marcas linguísticas frequentes a
clareza e a precisão. Procura meios de atrair a atenção do leitor para o que é veiculado. Traz
implícita a ideia de que o conteúdo do texto é de interesse dos leitores.
2.Didático: Ensinar, também são informações que o leitor desconhece. Ex.: livros didáticos.
3.Expositivo: Expõe o que se sabe, sem opinar. Ex.: questões discursivas em concursos
públicos.

4.Opinativo: Também chamado de Argumentativo. Diferente do expositivo. Há a colocação da


opinião do autor. Ex.: os editoriais dos jornais.

5.Polêmico: Neste texto aparecem, ao menos, dois pontos de vista sobre um assunto. Ex.:
artigos que tratam de temas polêmicos – aborto, o sistema de reserva de quotas para negros
nas universidades etc.

6.Injuntivo: Tem por objetivo instruir em vista de uma ação. Ex.: manuais.

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QUESTÕES

CEPUERJ - UERJ - TÉCNICO EM ENFERMAGEM (REAPLICAÇÃO) – 2019


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A fala do médico pode ser considerada um exemplo do modo de organização textual:


a) argumentativo, uma vez que apresenta argumentos para defender a literatura como método
terapêutico
b) injuntivo, uma vez que apresenta instruções para a obtenção de uma vida saudável por meio
da terapia literária
c) narrativo, uma vez que narra situações em que a literatura pode ser empregada como um
recurso terapêutico
d) descritivo, uma vez que descreve os procedimentos terapêuticos necessários para viver
melhor com o auxílio da literatura

Enunciados de tipologia textual

A seguir, os enunciados mais comuns de provas de concursos públicos sobre o assunto:


“O texto deve ser classificado de forma mais adequada...”;
“Os textos narrativos/ informativos/ didáticos caracterizam-se por...”;
“O texto lido poderia ser classificado como...”;
“Quanto ao modo de organização do discurso, pode-se afirmar que o texto lido é...”;
“O texto lido deve ser considerado prioritariamente como...”;
“A finalidade principal desse texto é a de...”;
“O objeto maior do texto é...”, entre outros.

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QUESTÕES DE CONCURSO

1. FCC - CLDF – CONSULTOR LEGISLATIVOS – FINANÇAS PÚBLICAS – 2018


[Gestos e palavras]
Uma vez eu estava em Londres numa sala comum da classe média inglesa: a lareira acesa,
todo mundo com sua taça de chá, a família imersa naquela naturalidade (chega a parecer
representação) com que os ingleses aceitam a vida. Os ingleses, diz o poeta Pessoa, nasceram
para existir!
A certa altura um garoto de uns dez anos começou a contar uma história de rua, animou-se
e começou a gesticular. Só comecei a perceber o que se passava quando notei que aquele doce
sorriso mecânico, estampado em cada rosto de todas as pessoas da família, sumiu de repente,
como se uma queda de voltagem interior houvesse afetado o sorriso coletivo. Olhos de avó,
mãe, tias e tios concentraram-se em silêncio sobre o menino que continuava a narrativa com
uma inocência maravilhosa. Diante disso, uma das senhoras falou para ele com uma voz sem
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inflexões: “Desde quando a gente precisa usar as mãos para conversar?”


Vi deliciado o garoto recolher as mãos e se esforçar para transmitir o seu conto com o auxílio
exclusivo das palavras. O sorriso de todos iluminou de novo a sala: a educação britânica estava
salva.
Imaginemos um garoto italiano de dez anos que fosse coarctado* pela família em seus gestos
meridionais. Seria uma crueldade, uma afetação pedagógica, uma amputação social. Daí
cheguei à conclusão óbvia: os ingleses educam os filhos para que eles venham a ser ingleses,
os italianos, para que venham a ser italianos.
*Coarctar: reduzir-se a limites mais estritos; restringir, estreitar
(CAMPOS, Paulo Mendes. O amor acaba. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 209-
210)

Considerando-se o tipo de texto explorado pelo autor, verifica-se que ele é predominantemente
narrativo, pela insistente presença de segmentos como
A A certa altura um garoto de uns dez anos começou a contar uma história, embora ao final do
texto a expressão a conclusão óbvia anuncie um segmento argumentativo.
B aquele doce sorriso mecânico, conquanto haja alguma presença de discurso dissertativo,
como em Vi deliciado o garoto recolher as mãos.
C os ingleses educam os filhos para que eles venham a ser ingleses, ao lado de algumas
expressões descritivas como a educação britânica estava salva.

19
D coarctado pela família em seus gestos meridionais, contrastando com o segmento descritivo
Imaginemos um garoto italiano.
E Os ingleses, diz o poeta Pessoa, nasceram para existir, em apoio ao que há de descritivo na
expressão os ingleses aceitam a vida.

2. FCC - CLDF – CONSULTOR LEGISLATIVOS – REDAÇÃO PARLAMENTAR – 2018


Considere o texto abaixo.
A viola pode ter mais dificuldade em se libertar de sua linguagem natural não apenas pelo
preconceito que ainda persiste, mas por uma própria história sempre muito representativa na
chamada música caipira. Vilela lembra que, ao contrário do violão, que puxou linhagens a partir
de referências eruditas e populares, como Francisco Tárrega, Andrés Segovia, Baden Powell ou
Yamandú Costa, a viola “não tem uma escola definida”, não se academizou e pouco foi objeto
de peças clássicas escritas especialmente para ela. O que poderia se tornar sua produção menor
se reverte em liberdade. “Sobretudo os mais jovens estão trazendo uma gama de informações
surpreendentes”, diz Vilela.
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(MARIA, Julio. A moda da liberdade. O Estado de São Paulo, Caderno 2, C6, 29 de junho de
2018)

É correto afirmar:
A Trata-se de texto informativo e argumentativo que visa, por meio de exemplos e pontos de
vista, estabelecer ideias.
B O caráter injuntivo do texto é corroborado pela menção a autoridades musicais.
C O texto mescla objetividade e subjetividade, notadamente no que se refere aos usos
contemporâneos da viola caipira.
D Por se tratar de um texto apologético, o uso de argumentos de autoridade torna-se um
procedimento comum.
E O texto explora enunciados em que predomina a denotação, evidenciando seu caráter literário.

3. FCC - CLDF – CONSULTOR LEGISLATIVOS – REDAÇÃO PARLAMENTAR – 2018


Tive a sorte, entre muitas, de me criar onde a conversação era cravejada de particularidades
tão fascinantes quanto ininteligíveis ultramuros. Exemplo? Palanfrão, esquisitice de uso
exclusivo, que eu saiba, da família do meu pai, constituída por dois cariocas radicados em Belo
Horizonte (quase digo radicalizados, pois a cidade tinha apenas 9 anos de fundação).
Cheguei a pensar que se tratasse de carioquismo perdido nas Gerais. Por mais que procure
entre nativos do Rio de Janeiro, porém, ainda não encontrei quem saiba me dizer o que seja
palanfrão, esse quase palavrão que na casa da vovó Dora e do vovô Hugo designava assadeira,
20
ou, em Minas, tabuleiro desses de assar pão de queijo. O vocábulo mais próximo a que me
levaram os dicionários é palanfrório, “conjunto de palavras ou conversa desconexa, sem
importância; bolodório”, e, em outra acepção,” verbosidade ardilosa”.
(WERNECK, Humberto. Gasguitos na gagosa. In: O Estado de São Paulo, Caderno 2, C6, 10
de julho de 2018)

O texto possui caráter


A exortativo, com comandos específicos sobre léxicos regionais.
B informativo, com pretensão de veicular dados e divulgá-los.
C opinativo, ao demarcar usos da linguagem relacionados a lugares diversos.
D narrativo, em que se compartilham experiências passadas.
E dissertativo, que recolhe exemplos da vida pessoal do autor.

4. FGV - DPE-RJ - TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA - 2019


Texto 2
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“Em linhas gerais a arquitetura brasileira sempre conservou a boa tradição da arquitetura
portuguesa. De Portugal, desde o descobrimento do Brasil, vieram para aqui os fundamentos
típicos da arquitetura colonial. Não se verificou, todavia, uma transplantação integral de gosto e
de estilo, porque as novas condições de vida em clima e terras diferentes impuseram adaptações
e mesmo improvisações que acabariam por dar à do Brasil uma feição um tanto diferente da
arquitetura genuinamente portuguesa ou de feição portuguesa. E como arquitetura portuguesa,
nesse caso, cumpre reconhecer a de característica ou de estilo barroco”.
(Luís Jardim, Arquitetura brasileira. Cultura, SP: 1952)

Pela estrutura geral do texto 2, ele deve ser incluído entre os textos:
a) descritivos;
b) narrativos;
c) dissertativo-expositivos;
d) dissertativo-argumentativos;
e) injuntivos.

5. FGV – CÂMARA DE SALVADOR - ANALISTA LEGISLATIVO MUNICIPAL – 2018


Texto 1 – Orgânico por um bom motivo
Chico Junior, O Globo, 25/11/2017 (fragmento)
O mundo caminha para um consumo cada vez maior de alimento orgânico. A Dinamarca, por
exemplo, começou há 25 anos uma política agrícola-ambiental que vai torná-la, até 2020, o
21
primeiro país do mundo a ter sua produção de alimentos 100% orgânica. Está conseguindo isso
graças a um forte trabalho de conscientização e por intermédio de subsídios aos pequenos
agricultores.
Resumidamente, o alimento orgânico também pode ser chamado de agroecológico – a
agroecologia pode ser definida como o estudo da agricultura a partir de uma perspectiva
ecológica. É aquele produzido de forma sustentável, respeitando-se e não agredindo o meio
ambiente e não utilizando fertilizantes químicos e, muito menos, os defensivos agrícolas
químicos, os chamados agrotóxicos. Diga-se de passagem que o Brasil é o país que mais usa
agrotóxico no mundo, inclusive vários que são proibidos em diversas partes do planeta, banidos
da Europa e dos Estados Unidos.
A produção e consumo de orgânicos se dão por duas razões básicas: aumento do que
chamamos de consciência ecológica e o desejo de se consumirem alimentos mais saudáveis.
No Brasil caminha-se ainda lentamente, mas caminha-se, o que faz com que os produtos ainda
sejam caros e fora do alcance da maioria. Mas o fato é que a produção vem aumentando ano a
ano e os preços, de maneira geral, diminuindo.
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O segundo parágrafo do texto 1 deve ser classificado, em termos de gênero textual


predominante, como:
(A) informativo;
(B) instrucional;
(C) didático;
(D) publicitário;
(E) injuntivo.

6. CESPE – EMAP – CONHECIMENTOS BÁSICOS – CARGOS DE NÍVEL MÉDIO – 2018

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Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
O texto é predominantemente descritivo, na medida em que apresenta detalhadamente as
características dos portos na Antiguidade.
Certo
Errado

23
7. CESPE – IFF – CONHECIMENTOS GERAIS – 2018
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O texto CG2A1BBB tem, predominantemente, a função de

a) divertir o leitor.
b) informar o leitor.
c) dialogar com o leitor.
d) convencer o leitor de algo.
e) narrar um fato ao leitor.

24
8. CESPE – PGE - PE – ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA – 2019
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A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB2A1-I, julgue o item que se segue.
O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, devido, entre outros aspectos, à
presença de evidências e fatos históricos utilizados para validar a argumentação do autor.
25
Certo
Errado

9. CESPE – CGE - CE – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2019


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No texto CB1A1-II, predomina a tipologia


A) injuntiva.
B) narrativa.
C) descritiva.
D) expositiva.
E) argumentativa.

26
10.CESPE – PGE - PE – ASSISTENTE DE PROCURADORIA – 2019

Considerando as ideias, os sentidos e os aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item


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a seguir.
O texto apresenta estratégia argumentativa que visa aproximar o leitor das ideias desenvolvidas
pelo autor.
Certo
Errado

11. CESPE – STJ – CONHECIMENTOS BÁSICOS - CARGO 1 – 2018

27
Acerca do texto CB1A1BBB e de seus aspectos linguísticos, julgue o item que se segue.
O texto é essencialmente dissertativo-argumentativo e nele o autor expressa sua opinião a
respeito do assunto tratado.
Certo
Errado

12. CESPE - CGE - CE - CONHECIMENTOS BÁSICOS - 2019


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No texto CB1A1-II, predomina a tipologia


a) injuntiva.
b) narrativa.
c) descritiva.
d) expositiva.
e) argumentativa.
28
13. VUNESP – TJ-SP – ADMINISTRADOR JUDICIÁRIO – 2019
Procuram-se especialistas em evitar fraudes
A recente onda de escândalos de corrupção levou as empresas brasileiras a investir em uma
área ainda pouco conhecida no mercado: o compliance.
O profissional que atua nesse setor é responsável por receber denúncias, combater fraudes,
realizar investigações internas e garantir que a companhia cumpra leis, acordos e regulamentos
da sua área de atuação. Ele tem o papel importante de auxiliar a empresa a se proteger de
eventuais problemas de corrupção.
“Nos últimos anos, a área de compliance assumiu protagonismo nas empresas. É uma
profissão com salários altos já que as pessoas com experiência ainda são escassas no
mercado”, diz o advogado Thiago Jabor Pinheiro, 35.
“Como não existem cursos de graduação específicos de compliance, o estudante que se
interesse pela área pode direcionar seu curso para questões de auditoria, prevenção de fraude,
direito administrativo e governança corporativa”, diz Pinheiro.
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Apesar de sobrarem vagas nesse mercado, conseguir um emprego não é fácil. “É


fundamental que a pessoa seja atenta aos detalhes, entenda como funciona uma organização e
tenha fluência em inglês porque as melhores práticas vêm de fora do país, sobretudo dos EUA
e da Inglaterra”, diz o advogado.
Para Caroline Cadorin, diretora de uma consultoria, os candidatos precisam ter jogo de
cintura para lidar com as mais diversas situações. “Estamos falando de profissionais com forte
conduta ética, honestidade e que buscam a promoção da transparência. Hoje as empresas estão
cientes de seus papéis ativos no combate à corrupção, especialmente aquelas envolvidas em
projetos de órgãos públicos. As companhias que mantêm departamentos de compliance são
vistas como mais transparentes”, diz Cadorin.
(Larissa Teixeira. Folha de S.Paulo, 28.09.2017. Adaptado)
Analisando-se a organização do quinto parágrafo do texto, conclui-se que ele é:
A argumentativo-narrativo.
B estritamente argumentativo.
C descritivo-narrativo.
D estritamente descritivo.
E descritivo-argumentativo.

29
14. CRESCER CONSULTORIAS – PREFEITURA DE VARZEA GRANDE - AUXILIAR
ADMINISTRATIVO - 2019
A vírgula não foi feita para humilhar ninguém
Era Borjalino Ferraz e perdeu o primeiro emprego na Prefeitura de Macajuba por coisas
de pontuação. Certa vez, o diretor do Serviço de Obras chamou o amanuense para uma
conversa de fim de expediente. E aconselhativo:
— Seu Borjalino, tenha cuidado com as vírgulas. Desse jeito, o amigo acaba com o
estoque e a comarca não tem dinheiro para comprar vírgulas novas.
Fez outros ofícios, semeou vírgulas empenadas por todos os lados e foi despedido.
Como era sujeito de brio, tomou aulas de gramática, de modo a colocar as vírgulas em seus
devidos lugares. Estudou e progrediu. Mais do que isso, saiu das páginas da gramática
escrevendo bonito, com rendilhados no estilo. Cravava vírgulas e crases como ourives crava as
pedras. O que fazia o coletor federal Zozó Laranjeira apurar os óculos e dizer com orgulho:
— Não tem como o Borjalino para uma vírgula e mesmo para uma crase. Nem o
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presidente da República!
E assim, um porco-espinho de vírgulas e crases, Borjalino foi trabalhar, como escriturário,
na Divisão de Rendas de São Miguel do Cupim. Ficou logo encarregado dos ofícios, não só por
ter prática de escrever como pela fama de virgulista. Mas, com dois meses de caneta, era
despedido. O encarregado das Rendas, funcionário sem vírgulas e sem crases, foi franco:
— Seu Borjalino, sua competência é demais para repartição tão miúda. O amigo é um
homem de instrução. É um dicionário. Quando o contribuinte recebe um ofício de sua lavra
cuida que é ordem de prisão. O coronel Balduíno dos Santos quase teve um sopro no coração
ao ler uma peça saída de sua caneta. Pensou que fosse ofensa, pelo que passou um
telegrama desaforado ao Senhor Governador do Estado. Veja bem! O Senhor Governador.
E por colocar bem as vírgulas e citar Nabucodonosor em ofício de pequena corretagem,
o esplêndido Borjalino foi colocado à disposição do olho da rua. Com uma citação no Diário
Oficial e duas gramáticas debaixo do braço.
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CARVALHO, José Cândido de. In: Os mágicos municipais. Rio de Janeiro. José Olympio,
1984.
A tipologia textual predominante no texto é:
A Narrativa.
B Descritiva.
C Dissertativa.
D Injuntiva.
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15. IADES – CRN 3ª REGIÃO - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO - 2019
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O primeiro parágrafo é constituído por uma estrutura predominantemente

A descritiva, pois enumera as características de um vegetal de boa qualidade.


B dissertativa, pois expressa uma opinião contrária ao ato praticado por um feirante ao tentar
enganar um cliente.
C narrativa, pois relata um acontecimento que serve como exemplo para uma informação
declarada no início do segundo parágrafo.
D descritiva, pois registra uma série de características dos tipos humanos que frequentam as
feiras populares e dos que trabalham nesse ramo.
E dissertativa, pois explica as principais diferenças entre os alimentos bons e os ruins.

16. FCM – PREFEITURA DE GUARANI - MG – TÉCNICO ADMINISTRATIVO – 2019


“Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava
com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.”
Esse fragmento é uma sequência textual predominantemente
A descritiva.
B expositiva.
C informativa.
D argumentativa.

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17. IF - ES – IF - ES – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – 2019
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Leia as considerações sobre tipologia e gênero do texto de referência.


I – Trata-se de um artigo de opinião em que as autoras expõem seu ponto de vista sobre a
importância da mudança de hábitos alimentares por meio da redução de ingestão de
carboidratos.
II – Por ser um texto do tipo narrativo, as autoras introduzem a fala de uma pesquisadora com a
finalidade de informar o leitor sobre o tema tratado.
III – O texto pertence ao gênero reportagem, pois apresenta fatos científicos sobre o desejo pelo
consumo de carboidratos, além de expor informações de recentes pesquisas acerca do tema.
IV – Predomina no texto a tipologia descritiva, dado o seu objetivo comunicativo de transmitir ao
leitor um conjunto de detalhes acerca da percepção de sabores.
V – Encontramos no texto a predominância da tipologia expositiva, pois através de linguagem
objetiva e impessoal as autoras almejam explicar, avaliar e refletir sobre a temática em questão.

Estão CORRETAS as declarações feitas em:


A I e V apenas.
B II e III apenas.
C II e IV apenas.
D III e IV apenas.
E III e V apenas.

32
18. INSTITUTO AOCP – PC-ES - AUXILIAR PERÍCIA MÉDICO-LEGAL - 2019
Policiamento comunitário
A polícia pode adotar diferentes formas de policiamento. Uma delas é o policiamento
comunitário, um tipo de policiamento que se expandiu durante as décadas de 1970 e 1980
quando as polícias de vários países introduziram uma série de inovações em suas estruturas e
estratégias para lidar com o problema da criminalidade.
Apesar de essas experiências terem diferentes características, todas tiveram um aspecto
comum: a introdução ou o fortalecimento da participação da comunidade nas questões de
segurança.
Isso significa que as pessoas de uma determinada área passaram não só a participar das
discussões sobre segurança e ajudar a estabelecer prioridades e estratégias de ação como
também a compartilhar com a polícia a responsabilidade pela segurança da sua região. Essas
mudanças tiveram como objetivo melhorar as respostas dadas aos problemas de segurança
pública, tornando tanto a polícia mais eficaz e reconhecida como também a população mais ativa
e participativa nesse processo.
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É interessante notar que a Constituição brasileira ratifica esse tipo de policiamento ao


estabelecer, em seu artigo 114, que a segurança pública não é apenas dever do Estado e direito
dos cidadãos, mas responsabilidade de todos.
Essa nova forma de “fazer a segurança pública” é também resultado do processo de
democratização das polícias. Em sociedades democráticas, as polícias desempenham várias
outras funções além de lidar com o crime. Exige-se que ela esteja constantemente atenta aos
problemas que interferem na segurança e bem-estar das pessoas e atenda às necessidades da
população tanto de forma reativa (pronto-atendimento) como também pró-ativa (prevenção).
Os cidadãos, por sua vez, têm o direito e a responsabilidade de participar no modo como
esse policiamento é realizado
SÃO PAULO. Manual de Policiamento Comunitário: Polícia e Comunidade na Construção da Segurança [recurso
eletrônico] / Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP). – Dados eletrônicos. -
2009. Disponível em https://jundiai.sp.gov.br/administracao-e-gestao-de-pessoas/wp-
content/uploads/sites/16/2016/02/Manual-Policiamento-Comunitario-SENASP-MJ.pdf > Acesso em 12 fev. 2019.
Tendo em vista a tipologia e a formulação textual, é correto afirmar que o Texto I é,
predominantemente,
A dissertativo.
B injuntivo.
C narrativo.
D expositivo.
E argumentativo.

33
19. IADES - AL - GO – CONTADOR - 2019
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Com relação à tipologia, assinale a alternativa correta.


A O primeiro parágrafo corresponde à introdução de um texto argumentativo, em que se
apresenta um ponto de vista acerca do bicameralismo.
B O texto apresenta características de texto argumentativo e injuntivo, visto que pretende
convencer o leitor da importância de haver duas Casas no Brasil.
C O primeiro parágrafo corresponde à introdução de um texto narrativo, em que se apresenta a
história do bicameralismo.
D O texto é predominantemente descritivo, uma vez que objetiva pormenorizar o funcionamento
do Poder Legislativo na Inglaterra e no Brasil, respectivamente.
E O texto é predominantemente informativo, já que pretende apenas apresentar os fatos que
compõem a história do bicameralismo no Brasil.

34
20. INSTITUTO AOCP – PC-ES - INVESTIGADOR - 2019
Dicas de Segurança: Em casa
• Em sua residência, ao atender um chamado, certifique-se de quem se trata, antes mesmo de
atendê-lo. Em caso de suspeita, chame a Polícia.
• À noite, ao chegar em casa, observe se há pessoas suspeitas próximas à residência. Caso
haja suspeita, não estacione; ligue para a polícia e aguarde a sua chegada.
• Não mantenha muito dinheiro em casa e nem armas e joias de muito valor.
• Quando for tirar cópias de suas chaves, escolha chaveiros que trabalhem longe de sua casa.
Dê preferência a profissionais estabelecidos e que tenham seus telefones no catálogo telefônico.
• Evite deixar seus filhos em casa de colegas e amigos sem a presença de um adulto
responsável.
• Cuidado com pessoas estranhas que podem usar crianças e empregadas para obter
informações sobre sua rotina diária.
• Cheque sempre as referências de empregados domésticos (saiba o endereço de sua
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

residência).
• Utilize trancas e fechaduras de qualidade para evitar acesso inoportuno. O uso de fechaduras
auxiliares dificulta o trabalho dos ladrões.
• Não deixe luzes acesas durante o dia. Isso significa que não há ninguém em casa.
• Quando possível, deixe alguma pessoa de sua confiança vigiando sua casa. Utilize, se
necessário, seu vizinho, solicitando-lhe que recolha suas correspondências e receba seus
jornais quando inevitável.
• Ao viajar, suspenda a entrega de jornais e revistas.
• Não coloque cadeados do lado de fora do portão. Isso costuma ser um sinal de que o morador
está viajando.
• Cheque a identidade de entregadores, técnicos de telefone ou de aparelhos elétricos.
• Insista com seus filhos: eles devem informar sempre onde estarão, se vão se atrasar ou se
forem para a casa de algum amigo. É muito importante dispor de todos os telefones onde é
possível localizá-los.
• Verifique se as portas e janelas estão devidamente trancadas e jamais avise a estranhos que
você não vai estar em casa.
Adaptado de https:<//sesp.es.gov.br/em-casa>. Acesso em: 30/jan./2019.

O texto de apoio, por caracterizar-se como uma lista de instruções ao público alvo, apresenta,
predominantemente, o discurso
A argumentativo.
35
B narrativo.
C relatado.
D injuntivo.
E preditivo.

21. UFTM – BIOMÉDICO – 2019


A saúde mental dos jovens brasileiros: Como prevenir?

A ocorrência de vários suicídios de adolescentes em curto espaço de tempo não é um


fenômeno restrito à atualidade. No século 18, um famoso livro, Os Sofrimentos do Jovem
Werther, tornou-se um marco do Romantismo e uma febre entre os jovens. Nele conta-se a
história de um adolescente que vive uma paixão impossível por uma mulher na casa dos trinta
anos.
A estratégia adotada pelo autor do livro, Johann Wolfgang von Goethe – ele deixou para o exame
do leitor as cartas trocadas pelo casal de amantes –, fez a narrativa parecer muito crível.
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

Adolescentes passaram a se matar vestidos como nas ilustrações do livro, tendo-o em mãos e
usando o mesmo método letal – um tiro de pistola. Ensinado nos cursos de Jornalismo, o Efeito
Werther acabou por reforçar o tabu social de evitar o assunto, e nada se publicava sobre suicídio.
Os tempos mudaram. Nos dias atuais, a internet tornou-se a nova ameaça a angariar
jovens para a morte. O suicídio é assunto nas redes sociais virtuais e seriados, caso do 13
ReasonsWhy, que gira em torno do suicídio de uma adolescente. Mas, com certeza, a natureza
do suicídio juvenil da atualidade muito se distancia dos suicídios românticos [no quesito literatura]
de três séculos atrás. O que estaria acontecendo? Como compreender melhor esse fenômeno?
Como evitar que jovens vulneráveis o cometam?
Precisamos conversar sobre isso, pois a mortalidade por suicídio vem crescendo no
Brasil. Diariamente, 32 pessoas tiram a própria vida, segundo estatísticas do Ministério da
Saúde. De 2005 a 2016, de acordo com os últimos dados oficiais disponíveis, o suicídio de
adolescentes entre 10 e 14 anos aumentou 31%; e entre aqueles que estão na faixa dos 15 aos
19 anos o aumento é de 26%. Na população indígena, há uma tragédia silenciosa: metade do
elevado número de suicídios é cometido por adolescentes.
No espectro do comportamento autoagressivo, o suicídio é a ponta de um iceberg. Estima-
se que o número de tentativas de suicídio supere o de suicídios em pelo menos dez vezes. O
grau variável da intenção letal é apenas um dos componentes da tentativa de tirar a própria vida.
O ato também representa uma comunicação, que pode funcionar como denúncia, grito de
socorro, vingança ou a fantasia de renascimento. Por isso, ideias, ameaças e tentativas – mesmo
aquelas que parecem calculadas para não resultarem em morte – devem ser encaradas com
36
seriedade, como um sinal de alerta a indicar sofrimento e atuação de fenômenos psíquicos e
sociais complexos. Não devemos banalizá-las.
O mundo psíquico de um adolescente está em ebulição, ainda não atingiu a maturidade
emocional. Há maior dificuldade para lidar com conflitos interpessoais, término de
relacionamentos, vergonha ou humilhação e rejeição pelo grupo social. A tendência ao
imediatismo e à impulsividade implica maior dificuldade para lidar com a frustração e digerir a
raiva. Perfeccionismo e autocrítica exacerbada, problemas na identidade sexual, bem como
bullying, são outros fatores que se combinam para aumentar o risco.
Um adolescente pode ter centenas de likes na rede social virtual, mas pouquíssimos, ou
nenhum, seres humanos reais com quem compartilhar angústias. O mundo adulto, como um
ideal cultural alcançável por pequena parcela de vencedores, fragiliza a autoestima e a
autoconfiança de quem precisa encontrar o seu lugar em uma sociedade marcada pelo
individualismo, pelo exibicionismo estético, pela satisfação imediata e pela fragilidade dos
vínculos afetivos.
Quando dominados por sentimentos de frustração e desamparo, alguns adolescentes veem na
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

autoagressão um recurso para interromper a dor que o psiquismo não consegue processar.
Quando o pensar não dá conta de ordenar o mundo interno, o vazio e a falta de sentido fomentam
ainda mais o sofrimento, fechando-se assim um círculo vicioso que pode conduzir à morte. Nos
suicídios impulsivos, a ação letal se dá antes de haver ideias mais elaboradas capazes de dar
outro caminho para a dor psíquica. O ato suicida ocorre no escuro representacional, como um
curto-circuito, um ato-dor.
Há, também, os suicídios que se vinculam a transtornos mentais que incidem na
adolescência, como a depressão, o transtorno afetivo bipolar e o abuso de drogas. Diagnóstico
tardio, carência de serviços de atenção à saúde mental e inadequação do tratamento agravam
a evolução da doença e, em consequência, o risco de suicídio.
Pensamentos suicidas são frequentes na adolescência, principalmente em épocas de
dificuldades diante de um estressor importante. Na maioria das vezes, são passageiros; por si
só não indicam psicopatologia ou necessidade de intervenção. No entanto, quando os
pensamentos suicidas são intensos e prolongados, o risco de levar a um comportamento suicida
aumenta.
Prevenção do suicídio entre os adolescentes não quer dizer evitar todos os suicídios, e
sim uma só morte que possa ser evitada, a do adolescente que está ao seu lado. O que fazer?
De modo simplificado, sugerimos três passos. Memorize o acrônimo ROC: Reparar no Risco,
Ouvir com atenção, Conduzir para um atendimento.

37
A prevenção do suicídio, ainda que não seja tarefa fácil, é possível. Não podemos silenciar sobre
a magnitude e o impacto do suicídio de adolescentes em nossa sociedade. Não todas, mas
considerável porção de mortes pode ser evitada.

A estruturação do texto pode ser definida como:


a) Didática, pois se dedica à organização de conhecimentos.
b) Argumentativa, pois apresenta uma tese e argumentos.
c) Publicitária, pois reúne uma série de fatos da atualidade.
d) Narrativa, pois mostra uma sequência cronológica de ações.

22. IBADE – SEE - AC – LÍNGUA PORTUGUESA – 2019


UMA PROIBIÇÃO NECESSÁRIA
Um assunto que vem despertando a atenção não só da comunidade acadêmica, mas da
sociedade como um todo, é a proibição do uso de celulares e bonés pelos estudantes em sala
de aula. A discussão acirrou-se após a restrição do uso desses objetos em algumas escolas.
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

Apesar da polêmica instaurada, cremos que a vedação é a melhor solução.


No que se refere ao celular, a proibição do seu uso em sala de aula é uma medida que se
harmoniza com o ambiente em que o estudante está. A sala de aula é um local de aprendizagem,
onde o discente deve se esforçar ao máximo para extrair do professor os conhecimentos da
matéria. Nesse contexto, o celular é um aparelho que só vem dificultar a relação ensino-
aprendizagem, visto que atrapalha não só quem atende, mas todos os que estão ao seu redor.
Quanto ao boné, a restrição de seu uso em sala de aula se deve a uma questão de educação
e de respeito pela figura do mestre. Deve-se ter em mente que o professor, assim como os pais
e as autoridades religiosas, merece todo o respeito no exercício do seu ofício, que é o de
transmitir conhecimentos. Do mesmo modo que é mal-educado sentar-se à mesa com um
chapéu na cabeça, assistir a uma aula usando um boné também o é.
Por outro lado, alguns entendem que o Estado não poderia proibir os celulares e os bonés
em sala de aula, visto que violaria o direito da pessoa de ir e vir com seus bens. Entretanto,
devemos ter em mente que não existe direito absoluto: todos são relativos e, sempre que há um
conflito entre eles, deve-se realizar uma ponderação de valores, a fim de determinar qual
prevalecerá. No caso em análise, o direito da coletividade {alunos e professores) prevalece sobre
o direito individual de usar o celular ou o boné em sala de aula.
Desse modo, percebe-se que há razoabilidade nos objetivos pretendidos pela proibição, visto
que beneficia toda a comunidade acadêmica. Os estudantes devem se conscientizar de que
escola é sinônimo de aprendizagem e de que todo o esforço deve ser feito para valorizar o
processo de ensino e a figura do professor.
38
Disponível em: <http://thunderms1.blogspot.com/2009/05/ modelo-de-
dissertação_12.html>.Acesso em: 12 dez. 2018

Sabe-se que o artigo de opinião é um gênero textual que objetiva explicitar o ponto de vista de
seu produtor a respeito de um tema específico. Com base nisso, pode-se dizer que a tipologia
textual em que se enquadra é a:
A descritiva
B dissertativa
C expositiva
D injuntiva
E narrativa

TREINAMENTO DE QUESTÕES DE TIPOLOGIA TEXTUAL

1. FGV – AL – RO – ANALISTA LEGISLATIVO – ADMINISTRAÇÃO – 2018


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Observação
Vivemos tão apressados que estamos perdendo a habilidade de observar detalhadamente
o que nos cerca. Por outro lado, somos tão bombardeados por imagens e por estímulos visuais
que, para nos proteger do excesso, aprendemos a não perceber o que está em volta,
aprendemos a nos proteger. Por isso, a propaganda fica cada vez mais agressiva. Os produtos
precisam, a qualquer custo, chamar a atenção do possível comprador, até que sejamos capazes
de “ver sem olhar”. Ou seja, mesmo sem estarmos interessados, não podemos escapar de
perceber uma imagem de propaganda.
Isso nos tem levado à autoproteção ou a uma atitude passiva, já que não é preciso fazer
nenhum esforço, pois a propaganda e as imagens se encarregam de nos invadir.
Entretanto, para apreciar a arte e saber ler imagens, uma primeira habilidade que
precisamos renovar, estimular e desenvolver é a observação. Ela deve deixar de ser passiva
para tornar-se ativa, voluntária: observo o que quero, porque quero, como quero, da forma que
quero, quando quero observar.
Se pedirmos a um amigo que descreva alguém, ele pode dizer genericamente: alto,
magro, de meia-idade: ou então ser bem específico: tem aproximadamente 1 metro e oitenta, é
magro, está vestido com uma calça azul, camisa branca, tênis, jaqueta de couro marrom, tem
cabelos escuros, encaracolados, curtos, olhos azuis, usa costeletas, tem um sinal escuro do lado
direito do rosto e cerca de 40 anos.

39
Essa segunda descrição é mais detalhada e demonstra mais observação. Naturalmente,
se eu estiver procurando tal pessoa, a partir dessa descrição detalhada, posso encontrá-la com
mais facilidade.
OLIVEIRA, J. e GARCEZ, L. Explicando a Arte. Ed. Nova Fronteira. 2001.

O penúltimo parágrafo do texto traz exemplos de textos descritivos. A característica determinante


desse modo de organização textual é
(A) o fornecimento de informações.
(B) a apresentação de diferentes pontos de vista.
(C) o relato de fatos em sucessão cronológica.
(D) a tentativa de convencimento do leitor.
(E) a indicação de dados de um objetivo.

2. FGV – CÂMARA DE SALVADOR - ANALISTA LEGISLATIVO MUNICIPAL – 2018


Texto 2 – Intercâmbio de alimentos
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Renato Mocelline/Rosiane de Camargo, História em debate. São Paulo: Editora do Brasil, p. 72.
A chegada dos europeus à América foi o começo de uma das transformações mais
revolucionárias nos hábitos alimentares dos seres humanos.
Nos primeiros anos da conquista, os espanhóis resistiram a comer produtos nativos
americanos, por isso trouxeram consigo plantas e animais de sua terra natal. Todavia, os
espanhóis enviavam à Europa todos os alimentos exóticos que os nativos lhes ofereciam para,
de alguma forma, apaziguar a Coroa pelas dificuldades que tinham de encontrar os tão
desejados metais preciosos.
Progressivamente, por meio dessa troca entre América e Europa, a flora e a fauna de
ambos os continentes foram modificadas, pois diversas plantas e animais adaptaram-se aos
novos climas. Com isso, a dieta dos habitantes das duas regiões foi enriquecida.

O texto 2 deve ser considerado prioritariamente:


(A) narrativo, por estruturar-se em etapas cronológicas;
(B) dissertativo-expositivo, por organizar-se em informações sem ligações de
causa/consequência;
(C) dissertativo-argumentativo, por apresentar um pensamento que é defendido no decorrer do
texto;
(D) descritivo, por mostrar características e qualidades das pessoas e coisas referidas;
(E) injuntivo, por indicar, de forma didática, os caminhos a serem seguidos no estudo da
alimentação na História.
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3. FGV – CÂMARA DE SALVADOR - ASSISTENTE LEGISLATIVO MUNICIPAL – 2018
Texto 1– Guerra civil
Renato Casagrande, O Globo, 23/11/2017
O 11º Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostrando o crescimento das mortes
violentas no Brasil em 2016, mais uma vez assustou a todos. Foram 61.619 pessoas que
perderam a vida devido à violência. Outro dado relevante é o crescimento da violência em alguns
estados do Sul e do Sudeste.
Na verdade, todos os anos a imprensa nacional destaca os inaceitáveis números da violência
no país. Todos se assustam, o tempo passa, e pouca ação ocorre de fato. Tem sido assim com
o governo federal e boa parte das demais unidades da Federação. Agora, com a crise, o
argumento é a incapacidade de investimento, mas, mesmo em períodos de economia mais forte,
pouco se viu da implementação de programas estruturantes com o objetivo de enfrentar o crime.
Contratação de policiais, aquisição de equipamentos, viaturas e novas tecnologias são medidas
essenciais, mas é preciso ir muito além. Definir metas e alcançá-las, utilizando um bom método
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de trabalho, deve ser parte de um programa bem articulado, que permita o acompanhamento
das ações e que incentive o trabalho integrado entre as forças policiais do estado, da União e
das guardas municipais.
O texto 1 é parte de uma coluna de um jornal carioca e pertence ao seguinte gênero:
(A) descritivo, pois nos dá características e qualifica o estado de violência no Brasil;
(B) narrativo, pois fornece ao leitor uma sequência progressiva de ideias até a conclusão;
(C) descritivo-narrativo, pois mistura os dois traços destacados nas opções anteriores;
(D) dissertativo-expositivo, pois registra, de forma isenta, dados objetivos sobre um de nossos
maiores problemas;
(E) dissertativo-argumentativo, pois defende ideias sobre as providências a serem tomadas no
combate à violência.

4. FGV – MPE - AL – ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO – ADMINISTRADOR DE REDE –


2018
OPORTUNISMO À DIREITA E À ESQUERDA
Numa democracia, é livre a expressão, estão garantidos o direito de reunião e de greve,
entre outros, obedecidas leis e regras, lastreadas na Constituição. Em um regime de liberdades,
há sempre o risco de excessos, a serem devidamente contidos e seus responsáveis, punidos,
conforme estabelecido na legislação.

41
É o que precisa acontecer no rescaldo da greve dos caminhoneiros, concluídas as
investigações, por exemplo, da ajuda ilegal de patrões ao movimento, interessados em se
beneficiar do barateamento do combustível.
Sempre há, também, o oportunismo político-ideológico para se aproveitar da crise.
Inclusive, neste ano de eleição, com o objetivo de obter apoio a candidatos. Não faltam, também,
os arautos do quanto pior, melhor, para desgastar governantes e reforçar seus projetos de poder,
por mais delirantes que sejam. Também aqui vale o que está delimitado pelo estado democrático
de direito, defendido pelos diversos instrumentos institucionais de que conta o Estado – Polícia,
Justiça, Ministério Público, Forças Armadas etc.
A greve atravessou vários sinais ao estrangular as vias de suprimento que mantêm o
sistema produtivo funcionando, do qual depende a sobrevivência física da população. Isso não
pode ser esquecido e serve de alerta para que as autoridades desenvolvam planos de
contingência.
O Globo, 31/05/2018.
O texto, em sua organização, deve ser caracterizado como
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(A) narrativo, já que expõe uma série de fatos.


(B) argumentativo, pois defende uma tese.
(C) expositivo, já que informa fatos recentemente ocorridos.
(D) descritivo, porque fornece características e qualidades.
(E) poético, pois expõe uma realidade de forma sentimental.

5. FGV – MPE - AL – TÉCNICO DO MINISTÉRIO PÚBLICO – GERAL – 2018


NÃO FALTOU SÓ ESPINAFRE
A crise não trouxe apenas danos sociais e econômicos. Mostrou também danos morais.
Aconteceu num mercadinho de bairro em São Paulo. A dona, diligente, havia conseguido
algumas verduras e avisou à clientela. Formaram-se uma pequena fila e uma grande discussão.
Uma senhora havia arrematado todos os dez maços de espinafre. No caixa, outras freguesas
perguntaram se ela tinha restaurante. Não tinha. Observaram que a verdura acabaria estragada.
Ela explicou que ia cozinhar e congelar. Então, foram ao ponto: caramba, havia outras pessoas
na fila, ela não poderia levar só o que consumiria de imediato?
“Não, estou pagando e cheguei primeiro”, foi a resposta.
Compras exageradas nos supermercados, estoques domésticos, filas nervosas nos
postos de combustível – teve muito comportamento na base de cada um por si.
Cabem nessa categoria as greves e manifestações oportunistas. Governo, cedendo,
também vou buscar o meu – tal foi o comportamento de muita gente.
Carlos A. Sardenberg, in O Globo, 31/05/2018.
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O texto é construído a partir de uma narrativa. A característica fundamental desse modo de
organização do texto é a de
(A) destacar características de pessoas e lugares.
(B) apresentar ideias fundamentadas em argumentos.
(C) convencer pessoas a mudar crenças e atitudes.
(D) expor fatos e acontecimentos em ordem cronológica.
(E) relatar episódios da vida cotidiana de carga humorística.

6. CESPE – SEDF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2017


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O trecho “Sofia (...) em obséquios” (. 4 a 10) é predominantemente narrativo, o que se comprova


pelas formas verbais flexionadas no pretérito imperfeito, empregadas pelo narrador para
apresentar ações rotineiras de Sofia.
Certo
Errado

43
7.CESPE – SEDF – PROFESSOR PORTUGUÊS – 2017
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Com referência às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
O texto é predominantemente argumentativo, o que pode ser comprovado pela seleção de
palavras que remetem às posições e às opiniões dos seus autores.
Certo
Errado

44
8.CESPE – SEDF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2017
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No que se refere às ideias e aos sentidos do texto CB2A6AAA e à sua classificação quanto ao
tipo e ao gênero textual, julgue o próximo item.
O texto classifica-se como injuntivo, já que visa instruir o leitor a pensar de forma diversa da que
pensam “os pedagogos da prosperidade” (l. 1 e 2).
Certo
Errado

45
9. CESPE – TCE - PE – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2017
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Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o próximo item.
O autor emprega recursos do tipo textual narrativo para explicar o funcionamento da democracia
direta ateniense.
Certo
Errado

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10. CESPE – TRF – 1ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2017
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Com relação aos aspectos linguísticos do texto CB2A1AAA, julgue o próximo item.
O texto é predominantemente argumentativo, uma vez que nele se defende determinado
posicionamento com relação à avaliação acerca da exigibilidade ou não de procedimento
licitatório prévio para a contratação de advogados.
Certo
Errado

11. VUNESP – PC – SP – AGENTE DE TELECOMUNICAÇÃO POLICIAL – 2018


Frei Caneca e a Virgem Maria
No dia 13 de janeiro de 1825, um condenado caminhava com passos firmes na direção da
forca, no centro do Recife. Era o frei Joaquim do Amor Divino Caneca, o lendário Frei Caneca,
lutador incansável pela independência do Brasil. Ele tinha participado da revolta da
Confederação do Equador, sufocada pelo governo de Pernambuco. Vestia o hábito da
Irmandade da Madre de Deus. Sob o olhar curioso da multidão, foi submetido ao degradante
ritual da desautoração*, perdendo os direitos eclesiásticos, para que pudesse enfrentar o suplício
da forca.
Impassível e altivo, deixou que os monges despissem suas vestes sagradas. Permaneceu
firme quando recebeu na tonsura** o golpe simbólico da excomunhão. O carrasco já se
47
preparava para o gesto fatal, quando recuou, com o rosto pálido, dizendo que a Virgem Maria
estava junto ao condenado. Veio então o ajudante do carrasco, que também se recusou a
executar Frei Caneca, diante da visão da Virgem Maria. Aí foram buscar dois escravos. E esses,
mesmo duramente açoitados, negaram-se a participar da execução. O juiz mandou trazer dois
presos da cadeia pública e lhes ofereceu a liberdade em troca da execução de Frei Caneca. E
eles igualmente se negaram, alegando a visão da Virgem Maria.
Mas era preciso matar Frei Caneca de qualquer jeito, como exemplo para desencorajar futuros
conspiradores. O juiz então ordenou que ele fosse fuzilado. Percebendo que os soldados
tremiam com as armas na mão, Frei Caneca procurou exortá-los:
– Vamos, meus amigos. Não me façam sofrer muito. Virgem Maria há de compreender os
vossos temores. Tenham fé, ela já os perdoou.
E os tiros provocaram um arrepio na multidão silenciosa.
(Eloy Terra. 500 anos: Crônicas pitorescas da história do Brasil. Adaptado)
*Desautoração: privação da dignidade do cargo, como medida punitiva.
**Tonsura: corte redondo dos cabelos no topo da cabeça dos clérigos.
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Considerando-se as características do texto, é correto afirmar que se trata do tipo


A dissertativo, com discussão de ideias.
B dissertativo, com pontos de vista de personagens.
C narrativo, com apresentação de uma tese.
D descritivo, com caracterização de ambiente.
E narrativo, com exposição de fatos.

12. VUNESP – UFTM – ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – 2018


Anuncia-se o assunto na introdução. Ao se receber uma visita, a primeira coisa é abrir-lhe
a porta. Da mesma forma, na exposição, é preciso abrir o assunto.
A introdução encerra, implicitamente, toda a exposição, dando ideia de como será
desenvolvida. Para tal, ela precisa conter certa dose de entusiasmo. Não há por que se precipitar
de chofre* sobre o assunto. Carece incitar, previamente, o auditório. Acender
os flashes principais da exposição, prestando atenção para o ponto de partida. Preparar-se para
a marcha inicial. Não se começa a viagem sem se saber o destino; fazem-se provisões e
previsões; avisam-se os amigos e hotéis.
A introdução é o espaço onde se anuncia, se coloca, se promete, se desperta... Introduzir
é convidar. Mas para que se possa pensar “o que vou dizer” é preciso haver refletido sobre o
assunto.
(Edivaldo Boaventura, Como ordenar as ideias. Adaptado)
48
* de chofre: repentinamente

Na introdução do texto lido, as informações organizam-se por meio de uma


A oposição, recurso também presente na passagem: “Não há por que se precipitar de chofre
sobre o assunto. Carece incitar, previamente, o auditório.”
B comparação, recurso também presente na passagem: “Preparar-se para a marcha inicial. Não
se começa a viagem sem se saber o destino”.
C síntese, recurso também presente na passagem: “A introdução é o espaço onde se anuncia,
se coloca, se promete, se desperta... Introduzir é convidar.”
D explicação, recurso também presente na passagem: “A introdução encerra, implicitamente,
toda a exposição, dando ideia de como será desenvolvida.”
E hipótese, recurso também presente na passagem: “Mas para que se possa pensar “o que vou
dizer” é preciso haver refletido sobre o assunto.”

13. FCC – DPE - AM – ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA – 2018


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Crônica de gente pouco importante: Manaus, século XIX


Sei que vocês nunca ouviram falar de Apolinária. Nem poderiam. Ela faz parte de um conjunto
de pessoas que jamais usufruíram de notoriedade.
Era junho de 1855 quando Apolinária, 24 anos, cabinda, africana livre, afinal desembarcou
no porto de Manaus. No início do século XIX, quando o tráfico de escravos se tornou ilegal como
parte de um conjunto de acordos internacionais, os africanos livres eram os indivíduos que
compunham a carga dos navios apreendidos no tráfico ilícito. Pela lei de 1831, se a apreensão
ocorresse em águas brasileiras, eles ficavam sob tutela estatal e deviam prestar serviços ao
Estado ou a particulares por 14 anos até sua emancipação. Com isso, os africanos livres
chegaram aos quatro cantos do Império, inclusive ao Amazonas.
Apolinária foi designada para trabalhar na recém-instalada Olaria Provincial. Suas crianças
foram junto. Ali já estavam outros africanos livres que, além da fabricação de telhas, potes e
tijolos, também eram responsáveis pela supervisão do trabalho dos índios que vinham das
aldeias para servir nas obras públicas. Eram cerca de 20 pessoas que viviam no mesmo lugar
em que trabalhavam e assim foi até 1858, quando a olaria foi fechada para se transformar em
uma nova escola: os Educandos Artífices.
A rotina na Olaria era dura e foi com alegria que Apolinária soube que seria a lavadeira dos
Educandos. Diferente dos outros, não ia precisar se mudar para o outro lado do igarapé. Podia
continuar ali com os filhos, o marido Gualberto, o cozinheiro Bertoldo e Severa, filha de Domingos
Mina. O salário não era grande coisa, mas a amizade antiga com Bertoldo garantia alimento
extra à mesa para todos. A tranquilidade durou pouco. O diretor dos Educandos, certamente mal
49
informado pela boataria maledicente, a demitiu do cargo alegando que era ladra e dada a
bebedeiras. Menos de 3 meses depois, Apolinária já estava de volta ao trabalho nas obras
públicas, com destino incerto.
Sou incapaz de dizer mais alguma coisa sobre o que aconteceu com Apolinária porque ela
desapareceu da documentação, mas os fragmentos de sua vida que pude recuperar são
poderosos para iluminar cenas da vida desta cidade que estavam nas sombras. A presença
negra no Amazonas é tratada de modo marginal na historiografia local e só muito recentemente
vemos mudanças neste cenário. Há ainda muitas zonas de silêncio. A história de Apolinária nos
ajuda a colocar problemas novos, entre eles, o fato de que a trajetória dessas pessoas que
cruzaram o Atlântico e, depois, o Império permite acessar um mundo bem pouco visível na
história do Brasil: a diversidade de experiências que uniram índios, escravos, libertos e africanos
livres no mundo do trabalho no século XIX.
Falar dessa gente pouco importante é buscar dialogar com personagens reais e concretos. Suas
vidas comuns foram, de fato, extraordinárias, cada uma a seu modo. Seres humanos
verdadeiros, que fazem a História acontecer todos os dias.
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(Adaptado de: Patrícia Sampaio. Disponível em: http://amazoniareal. com.br. 06.08.2014)


O texto tem caráter
A literário, o que se justifica pelo discurso ficcional, e representa de modo estereotipado e cômico
alguns personagens à margem dos registros históricos oficiais.
B documental, embora não exclua certa subjetividade, e chama a atenção para a importância de
pessoas comuns na construção da identidade amazonense.
C confessional, visto que tem como ponto de partida a experiência de vida da autora, e destaca
a trajetória de homens comuns que ganharam notabilidade com o tempo.
D jornalístico, haja vista ater-se a fatos da esfera pública, e objetiva informar os leitores sobre
como Manaus se construiu a partir do trabalho escravo.
E didático, por divulgar informações de maneira categórica e impessoal, e assume um tom
apelativo ao apresentar figuras públicas de prestígio como pessoas do povo.

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14. CS - UFG – UFG – ENFERMEIRO – 2018
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Por sua estrutura discursiva e progressão temática, o excerto apresentado se caracteriza por
uma sequência textual
A descritiva, com abundância de detalhes da ciência animal.
B argumentativa, em defesa da função da ciência política.
C narrativa, relatando o evento de classificação das artes.
D injuntiva, determinando a forma de direção dos animais.

15. UTFPR – UTFPR – TÉCNICO DE LABORATÓRIO – 2018


TEXTO BASE PARA A QUESTÃO.
“Requerimento é o instrumento por meio do qual o signatário pede, a uma autoridade pública,
algo que lhe pareça justo ou legal. O requerimento pode ser usado por qualquer pessoa que
tenha interesse no serviço público, seja, ou não, servidor público. Deve ser dirigido à autoridade
competente para receber, apreciar e solucionar o caso, podendo ser manuscrito ou
digitado/datilografado. Uma vez que o requerimento é veículo de solicitação sob o amparo da
lei, somente pode ser dirigido a autoridades públicas. Pedidos a entidades particulares fazem-
se por carta ou, quando provenientes de órgão público, por ofício. Podem-se, no entanto, dirigir
requerimentos a colégios particulares. Esses, com efeito, exercem, por uma espécie de
delegação, atividades próprias do poder público, pelo qual têm seus serviços rigidamente
regulados e fiscalizados”. (Adalberto J. Kaspary – Redação Oficial – Normas e Modelos)
Disponível em: http://www.cmvciriaco.com.br/ informacoes/imprensa/REQUERIMENTO.PDF.
Acesso em 18/03/2018 às 20h46.
51
O texto em questão pertence, predominantemente, à tipologia textual:
A narração.
B dissertação.
C descrição.
D injunção.
E exposição.

16. AOCP – SUSIPE- PA – AGENTE PRISIONAL – 2018


TEXTO II
IBGE: 24,8 milhões das pessoas de 14 a 29 anos
não frequentam escolas no país
21/12/2017 11h43 - Rio de Janeiro
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2016 divulgada
hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que 24,8 milhões das
pessoas de 14 a 29 anos de idade não frequentavam escola, cursos pré-vestibular, técnico de
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nível médio ou de qualificação profissional no ano passado.


As razões mais frequentes para não estarem estudando foram por motivo de trabalho, seja
porque trabalhava, estava procurando trabalho ou conseguiu trabalho que iria começar em breve
(41%); não tinha interesse em continuar os estudos (19,7%); e por ter que cuidar dos afazeres
domésticos ou de criança, adolescente, idosos ou pessoa com necessidades especiais (12,8%).
Os motivos relacionados ao mercado de trabalho para não ir à escola foram mais frequentes
entre os homens (50,5%). Além disso, entre eles, 24,1% disseram não ter interesse, e 8,2% já
tinham concluído o nível de estudo que desejavam.
Para as mulheres, o motivo relacionado a trabalho para não estudar também foi o mais
frequente (30,5%); 26,1% delas alegaram ter que cuidar dos afazeres domésticos ou de criança,
adolescente, idosos ou pessoa com necessidades especiais, proporção 30 vezes superior à
observada entre os homens; e 14,9% não tinham interesse.
No Brasil, em 2016, havia 51,6 milhões de pessoas de 14 a 29 anos de idade. Desse total,
13,3% estavam ocupadas e estudavam; 20,5% não trabalhavam e não estudavam; 32,7% não
trabalhavam, mas estudavam e 33,4% estavam ocupadas e não estudavam. [...]
Com relação à forma como o texto se estrutura, conclui-se que ele é, predominantemente,
A argumentativo.
B dialogal.
C expositivo.
D injuntivo.
E narrativo.
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17. IADES – CFM - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO – 2018

Acerca da tipologia textual utilizada no texto, bem como das características desse tipo de texto,
assinale a alternativa correta.
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A A linguagem utilizada no texto, uma reportagem de jornal, mostra-se inadequada para essa
tipologia, uma vez que há presença constante, no texto, de figuras de linguagem.
B O uso de depoimentos, em reportagens jornalísticas, é desaconselhado, visto que altera o
nível de linguagem do texto, que deve ser formal.
C O texto, por ser considerado um texto formal, deveria ter sido escrito de forma impessoal, sem
a utilização da primeira pessoa do singular.
D O texto, apesar de pertencer à tipologia jornalística, apresenta, também, características típicas
de textos dissertativos, uma vez que apresenta uma análise de tema.
E A estrutura de uma notícia, como é o caso do texto, não foi respeitada porque não apresenta,
como elemento obrigatório, o lead.

53
18. IADES – ARCON - PA – TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS – 2018
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Quanto ao modo como as informações estão organizadas, o texto é, predominantemente,


A dissertativo, pois tem o intuito principal de informar o leitor, por meio da exposição de ideias,
a respeito do trabalho desenvolvido pela Arcon-PA em relação ao serviço de transporte público
hidroviário.
B narrativo, pois gira em torno, principalmente, de uma sequência cronológica dos fatos que
constituem a origem do GTH da Arcon-PA.
C descritivo, pois se concentra no registro das características que diferenciam o GTH do GTT.
D dissertativo, pois defende uma opinião favorável à criação do GTH com o intuito de convencer
o leitor.
E narrativo, pois apresenta a evolução, no tempo e no espaço, do trabalho desenvolvido pela
Arcon-PA em relação ao serviço de transporte público hidroviário.

54
19. IADES – APEX BRASIL – ANALISTA JURÍDICO – 2018
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Com relação à tipologia textual, assinale a alternativa certa.


A O primeiro parágrafo do texto poderia ser considerado como a introdução de um texto
argumentativo, em que se apresenta uma ideia que será defendida: o aumento das exportações
brasileiras para os Estados Unidos da América (EUA) e a China.
B O terceiro parágrafo do texto é predominantemente narrativo, visto que narra fatos que se
sucederam ao longo do tempo nos EUA e na China.

55
C O quarto parágrafo do texto descreve objetivamente a exportação de siderúrgicos, pelo que
pode ser considerado como essencialmente descritivo.
D O texto mescla características de texto argumentativo e de texto descritivo.
E O texto é predominantemente informativo.

20. IADES – APEX BRASIL – ASSISTENTE – 2018


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Com relação à tipologia textual, assinale a alternativa correta.


A O texto é predominantemente argumentativo, visto que defende uma ideia acerca do comércio
exterior de alguns países.
B O texto é predominantemente narrativo, pois narra fatos ocorridos em alguns países do mundo,
quanto ao comércio destes.
C O texto é predominantemente informativo, uma vez que busca transmitir informações a
respeito do comércio exterior e da respectiva relevância para a economia mundial.
D O texto é predominantemente descritivo, o que se verifica pelo emprego de um número
expressivo de substantivos e adjetivos, cuja função no texto é caracterizar o comércio exterior.
E O texto apresenta características de mais de um tipo textual, com trechos argumentativos
(como o primeiro parágrafo) e trechos descritivos (como o segundo parágrafo).

56
Capítulo 24
(5ª edição)

ESTRUTURAÇÃO ARGUMENTATIVA

Ao argumentarmos, expomos o assunto de modo pessoal (nosso ponto de vista ou tese),


podendo também utilizar outros pontos de vista a respeito do mesmo tema (ideia principal).
Assim, no intuito de defendermos nossa tese, oferecemos argumentos que a apoiem. Para isso,
estruturamos nossas ideias em uma sequência lógica, progressiva e correta.

Um plano de dissertação deve conter três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.


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1. Introdução
Inicialmente se faz a introdução, que determinará o desenrolar do desenvolvimento. É neste
momento em que se apresenta o tema a ser discutido, a ideia-núcleo ou ideia principal, a tese.

2. Desenvolvimento
Na segunda fase do texto argumentativo, faz-se a análise crítica dos argumentos usados de
apoio para sua tese. Cada argumento é exposto em um parágrafo próprio. Dois a três parágrafos
é o padrão do desenvolvimento de um texto argumentativo. Ao argumento que normalmente
inicia o parágrafo de desenvolvimento dá-se o nome de tópico frasal.
Inicia-se, portanto, cada parágrafo do desenvolvimento com o que denominamos de tópico frasal
– que se constitui na ideia que irá direcionar o parágrafo, sendo, portanto, sua base. A seguir,
desenvolve-se a discussão iniciada pelo tópico frasal, na qual são utilizados diversos recursos
que servirão de apoio para o argumento defendido – exemplos, comparações, narrativas,
descrições, opiniões próprias – de forma coerente e organizada.

3. Conclusão
O parágrafo final é reservado à conclusão, na qual o autor retoma a ideia-núcleo, reescrevendo-
a e acrescentado-lhe, em geral, um juízo crítico, de forma a enriquecer os argumentos
defendidos. É o momento em que o autor opina, critica e, muitas vezes, oferece soluções
concretas ao problema discutido ao longo da argumentação.
57
QUALIDADE DE VIDA
Estudo de uma tipologia textual – Educação/UFRJ

É de conhecimento geral que a qualidade de vida nas regiões rurais é, em alguns


aspectos, superior à da zona urbana, porque no campo inexiste a agitação das grandes
metrópoles, há maiores possibilidades de se obterem alimentos adequados e, além do mais, as
pessoas dispõem de maior tempo para estabelecer relações humanas mais profundas e
duradouras.
Ninguém desconhece que o ritmo de trabalho de uma metrópole é intenso. O espírito de
concorrência, a busca de se obter uma melhor qualificação profissional, enfim, a conquista de
novos espaços lança o ambiente urbano em meio a um turbilhão de constantes solicitações.
Esse ritmo excessivamente intenso torna a vida bastante agitada, ao contrário do que se poderia
dizer sobre os moradores da zona rural.
Por outro lado, nas áreas campestres há maior qualidade de alimentos saudáveis. Em
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contrapartida, o homem da cidade costuma receber gêneros alimentícios colhidos antes do


tempo de maturação, para garantir maior durabilidade durante o período de transporte e
comercialização.
Ainda convém lembrar a maneira como as pessoas se relacionam nas zonas rurais. Ela
difere da convivência habitual estabelecida pelos habitantes metropolitanos. Os moradores das
grandes cidades, pelos fatos já expostos, de pouco tempo dispõem para alimentar relações
humanas mais profundas.
Por isso tudo, entendemos que a zona rural proporciona a seus habitantes maiores
possibilidades de viver com tranquilidade. Só nos resta esperar que as dificuldades que afligem
os habitantes metropolitanos não venham a se agravar com o passar do tempo.

O PARÁGRAFO ARGUMENTATIVO

Dinheiro é um facilitador das transações, mas não é a única forma de relação comercial. O
mundo moderno não pode menosprezar a sabedoria de nossos antepassados, que
sobreviveram séculos fazendo trocas. Um bom exemplo de alinhamento entre estratégias
empresariais e apoio governamental, que resultou em uma equação, é o caso da Odebrecht em
Angola: esta construtora constrói a hidrelétrica de que o país africano necessita, e o governo
angolano paga com petróleo, produto abundante naquele país.

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Segundo Othon M. Garcia, “o parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou
mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se
agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrente
dela”. O parágrafo seria, portanto, uma espécie de minitexto em que se poderia destacar –
exatamente como se faz no texto argumentativo padrão – ao menos dois momentos: introdução
(apresentação do argumento) e desenvolvimento (fundamentação do argumento), sendo a
conclusão, portanto, facultativa.

Conhecer o parágrafo padrão seria fundamental ao leitor, já que diante de um texto curto – de
apenas um parágrafo – poder-se-ia analisá-lo como um texto argumentativo padrão. E na
hipótese de o aluno estar diante de um texto composto de mais de um parágrafo, analisar cada
um separadamente lhe garantiria o método necessário para a intelecção do que está escrito.

O TÓPICO FRASAL
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Inicialmente, vale lembrar que tópico frasal é a ideia ou argumento central do parágrafo,
apresentada de forma genérica. É a ideia-chave, a síntese do pensamento, a essência do
parágrafo. Tudo que se afirma no parágrafo girará, portanto, em torno da fundamentação do
tópico frasal.

Método Dedutivo de Raciocínio


No texto padrão, o tópico frasal inicia o parágrafo e na sequência vem a sua fundamentação.
Esse é o método dedutivo de raciocínio, em que o autor parte da generalização para o seu
detalhamento (GERAL ESPECÍFICO).

Ex.: Dinheiro é um facilitador das transações, mas não é a única forma de relação comercial.
O mundo moderno não pode menosprezar a sabedoria de nossos antepassados, que
sobreviveram séculos fazendo trocas. Um bom exemplo de alinhamento entre estratégias
empresariais e apoio governamental, que resultou em uma equação, é o caso da Odebrecht em
Angola: esta construtora constrói a hidrelétrica de que o país africano necessita, e o governo
angolano paga com petróleo, produto abundante naquele país.

Método Indutivo de Raciocínio


Pode também o parágrafo apresentar seu argumento principal no meio ou no fim da
argumentação. Aqui, o autor parte das definições, exemplos, comparações, dados estatísticos,

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para, na sequência, apresentar o tópico frasal. São parágrafos menos comuns, pautados no
método indutivo de raciocínio (ESPECÍFICO GERAL).

Ex.: Pesquisa da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), realizada


em 2003, mostrou que 51,1% dos professores em atividade estavam na faixa dos 40 aos 59
anos, e 38,4% tinham entre 25 e 39 anos. Só 2,9% se encontravam na categoria entre 19 e 24
anos. A pergunta inescapável é: quem vai substituir os atuais mestres à medida que eles
forem se aposentando?

A ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO ARGUMENTATIVO

De modo geral, o parágrafo de dissertação deve ser uma unidade completa de informação,
sendo, portanto, constituído de:
1. uma ideia-núcleo (ou tópico frasal) – em geral apresentada no início do parágrafo;
2. desenvolvimento dessa ideia, que é então devidamente especificada, fundamentada,
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justificada logo a seguir;


3. conclusão, a qual se caracteriza por ser facultativa, representada, em geral, pela retomada
do tópico frasal ou a apresentação da ideia-núcleo do parágrafo seguinte.

Pois bem. Observemos como se transformou a vida humana. Em 99% desses 500 mil anos,
alterou-se relativamente pouco. O homem aprendeu a fazer algumas ferramentas e armas com
paus e pedras, a pintar na parede das cavernas e a plantar e colher. A partir de um grito
primordial, conseguiu ainda desenvolver a fala, graças à qual pôde conversar, exprimir
sentimentos e melhor compartilhar experiências com os membros do grupo. De qualquer modo,
foi ainda bem pouco para quase cinco centenas de milhares de anos.

APRENDENDO A RESUMIR PARÁGRAFOS

Como expandir o parágrafo


Desenvolver o parágrafo significa expandir sua ideia-núcleo, de modo a torná-lo claro e bem
fundamentado. Tal fundamentação pode ocorrer por diversos critérios, lembrando que, em um
único parágrafo, o autor pode utilizar mais de um artifício na busca da maneira mais convincente
de se expressar.

1. Enumeração ou descrição de detalhes

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Neste caso, a ideia-núcleo é especificada por meio de detalhes, pormenores. Estabelece-se,
portanto, uma explanação da ideia-núcleo, que é então desenvolvida, de modo a aprofundar a
discussão iniciada pelo tópico frasal.

Ex.: Quem caminha pelos mais de 70 quilômetros de praia da Ilha Comprida, no litoral sul de
São Paulo, pode perceber uma paisagem peculiar (tópico frasal). Em meio às dunas da
restinga, onde deveria existir apenas vegetação rasteira, grandes pinheiros brotam por toda
parte. A sombra das árvores é um bem-vindo refresco para os moradores da região, mas a
verdade ecológica é que elas não deveriam estar ali – assim como os pombos não deveriam
estar nas praças das cidades, nem as tilápias nas águas dos rios, nem o mosquito da dengue
picando pessoas dentro de casa ou as moscas varejeiras rondando raspas de frutas nas feiras.

2. Estabelecimento de comparação (paralelo e contraste)


É o estabelecimento de um contraste (que enfoca as diferenças) ou um paralelo (que destaca
as semelhanças) entre ideias, seres, fatos etc.
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Ex.: Mas os saberes científicos têm uma característica inescapável: os enunciados que
produzem são necessariamente provisórios, estão sempre sujeitos à superação e à renovação
(tópico frasal). Outros exercícios do espírito humano, como a cogitação filosófica, a inspiração
poética ou a exaltação mística poderão talvez aspirar a pronunciar verdades últimas; as ciências
só podem pretender formular verdades transitórias, sempre inacabadas.

3. Apresentação de causas e/ou consequências


Aqui, ou o tópico frasal é a causa e seu desenvolvimento expõe suas consequências, ou será
ele a consequência e o restante do parágrafo desenvolverá suas causas.

Ex.: A educação é uma função tão natural e universal da comunidade humana que, pela própria
evidência, (tópico frasal) leva muito tempo a atingir a plena consciência daqueles que a
recebem e praticam, sendo, por isso, relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição
literária (consequências).

4. Apresentação de explicação ou esclarecimento


Neste caso, elucida-se o tópico frasal, quando este apresenta certa obscuridade, uma
necessidade de maior clareza.

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Ex.: As discussões sobre a liberdade assentam necessariamente e em princípio na negação de
suas próprias bases possibilitadoras (tópico frasal). Quero dizer que o único pressuposto
histórico viável para que se possa instaurar a inteireza do entendimento da questão está na
ausência de liberdade.

5. Utilização de exemplos
Os exemplos caracterizam-se como uma maneira bem elucidativa de concretizar o que há de
abstrato no tópico frasal. Seguindo esse critério, o parágrafo se desenvolve por meio da
ilustração da ideia-núcleo, constituindo-se em uma das formas mais simples de se demonstrar
aquilo que se afirma.

Ex.: Dependendo das circunstâncias, as espécies invasoras podem ser meras “imigrantes”
inofensivas ou invasoras altamente nocivas (tópico frasal). Dentro do sistema produtivo, por
exemplo, o búfalo e o pinus são apenas espécies exóticas. Quando escapam para a natureza,
entretanto, muitas vezes tornam-se organismos nocivos aos ecossistemas “naturais”.
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6. Divisão ou explanação das ideias em cadeia


Nesse tipo de fundamentação de tópico frasal, o autor divide sua ideia inicialmente apresentada
em duas ou mais partes, e, na sequência, as explana, cada uma a seu momento. Essa
explanação em cadeia pode durar o parágrafo inteiro ou pode avançar ao longo do texto,
dependendo da dimensão da discussão.

Ex.: As cidades em processo rápido de crescimento no Brasil indicam pelo menos três
modalidades de crescimento dos organismos urbanos (tópico frasal): um crescimento
horizontal por partilha de espaços de antigas chácaras ou glebas congeladas para especulação,
de dinâmica similar a uma mancha de óleo em expansão; um crescimento vertical, à custa de
edifícios de muitos andares, aproveitando as facilidades aparentes dos espaços centrais e
subcentrais das cidades de porte médio, acumulando funções residenciais em uma área de
permanência duvidosa para tais funções; e, por fim, mecanismo de maior gravidade, a partilha
de glebas situadas em posições descontínuas, a quilômetros de distância da área central,
inicialmente semi-isoladas no meio de sítios e fazendas, os quais, por sua vez, são espaços
potenciais para loteamentos ulteriores e instalações de unidades industriais, com eliminação
quase total das funções agrárias que responderam pelo crescimento e a riqueza iniciais da
própria cidade.

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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Os trechos a seguir foram retirados de textos concursos públicos. Constitui cada qual uma única
linha de raciocínio que apresenta as frases organizadas em torno de um tópico frasal, voltadas
para um único fim: desenvolver ou retomar a ideia-núcleo, aumentando-lhe a compreensão.
Desta forma, destaque suas ideias-núcleo, indicando o seu desenvolvimento e, caso haja, sua
conclusão. Analise também a(s) forma(s) como foram desenvolvidos os tópicos frasais ao longo
dos parágrafos.

1. Os seres humanos não vivem juntos, não vivem em sociedade, apenas porque escolhem esse
modo de vida, mas porque a vida em sociedade é uma necessidade da natureza humana. Assim,
por exemplo, se dependesse apenas da vontade, seria possível uma pessoa muito rica isolar-se
em algum lugar, onde tivesse armazenado grande quantidade de alimentos. Mas essa pessoa
estaria, em pouco tempo, sentindo falta de companhia, sofrendo a tristeza da solidão, precisando
de alguém com quem falar e trocar ideias, necessitar e dar afeto.
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2. No início deste período, o homem inventou a escrita, graças à qual os conhecimentos


venceram o tempo e o espaço. Venceram o tempo, pois, as experiências acumuladas puderam,
sob a forma escrita, ser transmitidas com precisão às gerações seguintes. Venceram o espaço,
pois os conhecimentos passaram a ser transportados de um lugar para o outro em papiros,
papéis e demais materiais desenvolvidos para a fixação da escrita. Com o registro e com a
circulação da informação, o homem se beneficiou de um crescente repertório de experiências,
as quais lhe permitiram inventar mais, e mais facilmente.

3. Algumas pessoas refugiam-se nas drogas na tentativa de esquecer seus problemas. Em


função disso, acabam tornando-se dependentes dos psicotrópicos dos quais se utilizam e, na
maioria das vezes, transformam-se em pessoas inúteis para si mesmas e para a comunidade.

4. Liderança é um aspecto da personalidade, uma característica que alguns indivíduos têm e


outros não. Por definição, bons líderes são pessoas diferentes da média. Eles têm mais
determinação do que outros. Sua presença é tão marcante que ficam na memória das pessoas.
Por isso, liderança não é para qualquer um, é um dom.

5. Há muitos tipos de líder, e gosto de destacar três. A primeira categoria é dos líderes que
marcam diferença por serem grande estrategistas, objetivos e com visão de futuro. O legado
deles é o método. O segundo tipo tem forte poder intelectual, mergulha com intensidade nas
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questões teóricas, disseca e diagnostica problemas como ninguém. São líderes que deixam
ideias originais, com marca própria. E um terceiro tipo chamo de líderes inspiradores. Eles
entendem as demandas do povo, suas paixões, conseguem entender emocionalmente as
pessoas. Os maiores líderes da história têm força porque reúnem método, intelecto e habilidade
de tocar nos sentimentos de seus liderados.

6. O homem hoje em dia desenvolveu para tudo que costumava fazer com o próprio corpo,
extensões ou prolongamentos desse mesmo corpo. A evolução de suas armas começa pelos
dentes e punhos e termina com a bomba atômica. Indumentária e casas são extensões dos
mecanismos biológicos de controle da temperatura do corpo. A mobília substitui o acocorar-se e
sentar-se no chão. Instrumentos mecânicos, lentes, televisão, telefones e livros que levam a voz
através do tempo e do espaço constituem exemplos de extensões materiais. Dinheiro é meio de
estender os benefícios e de armazenar trabalho. Nosso sistema de transporte faz agora o que
costumávamos fazer com os pés e as costas. De fato, podemos tratar de todas as coisas
materiais feitas pelo homem como extensões ou prolongamentos do que ele fazia com o corpo
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ou com alguma parte especializada do corpo.

7. Inúmeras hordas “primitivas” se encontram, ainda hoje, nesse “grau zero” – se assim podemos
dizer – quanto ao conhecimento dos números. É, por exemplo, o caso dos zulus e dos pigmeus,
da África, dos aranda e dos kamilarai, da Austrália, dos aborígenes das Ilhas Murray e dos
botocudos, do Brasil. “Um”, “dois” e... “muitos” constituem as únicas grandezas numéricas
desses indígenas que ainda vivem na Idade da Pedra.

8. Vários fatores criaram o espaço social necessário para transformar certo número de pessoas
associadas a certas práticas sociais em leitores: o individualismo da sociedade burguesa, a visão
de mundo antropocêntrica estimulada pela Renascença e difundida pela filosofia humanista, o
progresso tecnológico que facultou o desenvolvimento da imprensa, a expansão da escola e do
pensamento pedagógico apoiado na alfabetização, o fortalecimento de instituições culturais
como as universidades, as bibliotecas e as academias de escritores.

9. Talvez não haja algum fenômeno social que assalte de forma tão brusca os direitos humanos
como a pobreza o faz, por desgastar ou anular os direitos econômicos e sociais, como: direito à
alimentação, à água potável, à saúde, à educação, à habitação, à segurança pessoal, à justiça
e à dignidade. Embora todos esses direitos sejam interligados e interdependentes, observa-se
que, para as pessoas que vivem na pobreza, talvez eles não passem de um sonho muito distante
de se tornar realidade.
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QUESTÕES DE CONCURSO

1. FCC – TRF 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – 2019


[Valores da propaganda]
Na sociedade moderna, a mesma voz que prega sobre as coisas superiores da vida, tais como
a arte, a amizade ou a religião, exorta o ouvinte a escolher uma determinada marca de sabão.
Os panfletos sobre como melhorar a linguagem, como compreender a música, como ajudar-se
etc. são escritos no mesmo estilo de propaganda que exalta as vantagens de um laxativo. Na
verdade, um redator hábil pode ter escrito qualquer um deles.
Na altamente desenvolvida divisão de trabalho, a expressão tornou-se um instrumento utilizado
pelos técnicos a serviço do mercado. Um romance é escrito tendo-se em mente as suas
possibilidades de filmagem, uma sinfonia ou poema são compostos com um olho no seu valor
de propaganda. Outrora pensava-se que cada expressão, palavra, grito ou gesto tivesse um
significado intrínseco; hoje é apenas um incidente em busca de visibilidade.
(Adaptado de: HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. Trad. Sebastião Uchoa Leite. Rio de
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Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976, p. 112)

No centro da argumentação desenvolvida no texto, está suposto que


(A) é o aprendizado de técnicas de propaganda que melhor serve à compreensão das artes.
(B) para a linguagem da propaganda é indiferente o produto que se disponha a vender.
(C) na venda de um produto de excelência a propaganda torna-se dispensável.
(D) a eventual ineficácia de um produto é compensada pela eficácia da propaganda.
(E) o trabalho dos publicitários modernos deve tudo ao que as grandes artes lhe legaram.

2. FCC – TRF 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – 2019


[Pai e filho]
No romance Paradiso o grande escritor cubano José Lezama Lima diz que um ser humano
só começa a envelhecer depois da morte do pai. Freud atribui a essa morte um dos grandes
traumas de um filho.
A amizade e a cumplicidade quase sempre prevalecem sobre as discussões, discórdias e
outras asperezas de uma relação às vezes complicada, mas sempre profunda. Às vezes você
lamenta não ter conversado mais com o seu pai, não ter convivido mais tempo com ele. Mas há
também pais terríveis, opressores e tirânicos.
Exemplo desse caso está na literatura, na Carta ao pai, de Franz Kafka. É esse um dos
exemplos notáveis do pai castrador, que interfere nas relações amorosas e na profissão do filho.
Um pai que não se conforma com um grão de felicidade do jovem Franz. A Carta é o inventário
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de uma vida infernal. É difícil saber até que ponto o pai de Kafka na Carta é totalmente
verdadeiro. Pode se tratar de uma construção ficcional ou um pai figurado, mais ou menos
próximo do verdadeiro. Mas isso atenua o sofrimento do narrador? O leitor acredita na figuração
desse pai. Em cada página, o que prevalece é uma alternância de sofrimento e humilhação,
imposta por um homem prepotente e autoritário.
(Adaptado de: HATOUM, Milton. Um solitário à espreita. São Paulo: Companhia das Letras,
2013, p. 204-205)
Se bem observados na sequência do texto, os três parágrafos constituem
(A) uma progressão lógica para a tese defendida por Freud, segundo a qual a morte de um pai
é um grande trauma para o filho.
(B) a defesa da tese geral do escritor José Lezama Lima, a partir da qual se considera a
existência opressiva de pais tirânicos.
(C) uma trajetória que parte da constatação e da afirmação do valor de um pai para culminar
num caso de paternidade cruel e prepotente.
(D) o desenvolvimento de um raciocínio que apresenta uma tese no primeiro parágrafo,
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contradita-a no segundo e a retoma no terceiro.


(E) diferentes posições que, ao enfocarem o fenômeno da paternidade, não estabelecem relação
entre si.

3. FCC - AFAP - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO DE FOMENTO – 2019


Mais da metade da população mundial usa internet
Cerca de 3,9 bilhões de pessoas usam a internet em todo o mundo atualmente, o que representa
mais da metade da população mundial - informou a ONU na sexta-feira (7 de dezembro de 2018).
A agência da ONU para informação e comunicação, a UIT, indicou que, até o final de 2018,
51,2% da população mundial estará usando a internet. “Até o final de 2018, teremos ultrapassado
a marca de 50% do uso da internet”, afirmou o diretor da UIT, Houlin Zhou, em um comunicado.
“Esse é um passo importante para uma sociedade global da informação mais inclusiva”, disse
ele.
Segundo a UIT, os países mais ricos do planeta registraram um crescimento sólido no uso
da internet, que passou de 51,3% de suas populações, em 2005, para atuais 80,9%.
(Texto adaptado. Disponível em: https://exame.abril.com.br)
No contexto geral do texto, as informações do 3° parágrafo revelam
a) a distribuição desigual do acesso à internet entre a população mundial.
b) a expansão homogênea da internet pela população mundial, segundo a UIT.
c) o uso exagerado e insalubre da internet pelos habitantes dos países mais ricos.
d) a universalização do acesso à internet em países desenvolvidos em 2005.
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e) os resultados dos esforços da ONU para garantir acesso irrestrito à internet.

4. FCC - AFAP - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO DE FOMENTO – 2019


Jurar ou planejar
Num de seus contos provocadores, Machado de Assis põe em cena um casal de apaixonados
que faz um juramento de amor, por conta de uma longa separação que devem cumprir. A jura é
quebrada pela moça, que se apaixona por outro, e o narrador faz ver que ela está “muito próxima
da Natureza”, ou seja, que ela atende aos movimentos mais naturais da vida.
Jurar é desafiar o tempo, o destino, o futuro; é afirmar que nada pode ser maior que nosso desejo
de agir conforme juramos. Um juramento expõe a beleza da vontade humana, como afirmação
nossa, mas sua quebra mostra também nossos limites.
Dirão os mais racionalistas: não jure, planeje. Diante do futuro, levante hipóteses de trabalho e
as analise, não tome nenhuma como definitiva. Mas o homem insiste em sonhar para além do
que é planejável, e o que dá certo nos bons planejamentos acaba tornando-o ainda mais convicto
de que sua vontade é tudo, sendo mesmo capaz de jurar por isso.
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(Joaquim de Assis Villares, inédito).


Ao se analisar mais de perto a estruturação funcional do texto, pode-se afirmar que o
a) 1º parágrafo tem como objetivo adiantar-se à tese conclusiva do autor, que é a de mostrar
que um planejamento é mais decisivo do que as forças da Natureza.
b) 2º parágrafo analisa mais intimamente o que se inclui no ato de jurar e o que ele significa, de
fato, como uma específica pretensão humana.
c) 3º parágrafo expõe as razões pelas quais todo juramento acaba correspondendo a uma
espécie de planejamento, que se inclui no ato de jurar.
d) 1º e o 2º parágrafos são contraditórios entre si, ao formularem teses divergentes sobre a
função e a força da Natureza no destino dos homens.
e) 2º e o 3º parágrafos são acordes ao mostrar que os limites humanos, uma vez admitidos num
planejamento nosso, são superados pela mesma vontade de quem jura.

5. FCC - AFAP - ANALISTA DE FOMENTO - ADVOGADO – 2019


[Vocação de professor]
Escritor nas horas vagas, sou professor por vocação e destino. “A quem os deuses odeiam,
fazem-no pedagogo”, diz o antigo provérbio; assim, pois, dando minhas aulas há tantos anos,
talvez esteja expiando algum crime que ignoro, cometido porventura nalguma existência anterior.
Apesar disso, não tenho maiores queixas de um ofício que, mantendo-me sempre no meio dos
moços, me dá a ilusão de envelhecer menos rapidamente do que aqueles que passam a vida
inteira entre adultos solenes e estereotipados.
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Outra vantagem da minha profissão principal é fornecer material copioso para a profissão
acessória. Se fosse ficcionista, que mina não teria à mão no mundo da adolescência, mina ainda
insuficientemente explorada e cheia de tesouros! Mas, como não sou ficcionista, utilizo-me desse
cabedal apenas para observação e reflexão; às vezes o aproveito nalgum monólogo inócuo,
como este.
(Adaptado de: RÓNAI, Paulo. Como aprendi o Português e outras aventuras. Rio de Janeiro:
Edições de Janeiro, 2014, p. 109)
Na condição de professor por vocação e destino, o autor se vê como
A um velho pedagogo odiado pelos deuses, que está se redimindo dos defeitos que demonstrou
na condução de sua carreira profissional.
B alguém que está envelhecendo na benfazeja companhia de jovens cujo universo, além de
tudo, poderia propiciar-lhe farta matéria para a arte da ficção.
C um escritor a quem o destino brindou com o talento da boa pedagogia, fazendo justiça a quem
os deuses prezam pelo exercício dessa qualidade.
D um profissional dividido, uma vez que a pedagogia e a arte literária constituem um campo de
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disputas inconciliáveis entre ficção e ensino.


E alguém a quem foi reservado tanto o privilégio da criação literária como o gosto pela avaliação
crítica dos resultados dessa criação.

6. FCC - AFAP - ANALISTA DE FOMENTO - ADVOGADO – 2019


[Beleza e propaganda]
A crescente padronização do ideal de beleza feminina foi um dos efeitos imprevistos da
popularização da fotografia, das revistas de grande circulação e do cinema a partir do início do
século XX. Não é à toa que esse movimento coincide com a decolagem e vertiginosa ascensão
da indústria da beleza (hoje um mercado com receita global acima de 200 bilhões de dólares).
Como vender “a esperança dentro de um pote?"
As estratégias variam ao infinito, porém a mais diabólica e (possivelmente) eficaz dentre
todas - verdadeira premissa oculta do marketing da beleza - foi explicitada com brutal franqueza,
em 1953, pelo então presidente da megavarejista de cosméticos americana Allied Stores: “O
nosso negócio é fazer as mulheres infelizes com o que têm".
O atiçar cirúrgico da insegurança estética e a exploração metódica das hesitações femininas
no universo da beleza abrem as portas ao infinito. Os números e lucros do setor reluzem, mas
quem estimará a soma de todo o mal-estar causado pelo massacre diuturno de um padrão ideal
de beleza?
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras,
2013, p. 104-105)
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O autor do texto se posiciona claramente contra
A os efeitos nocivos da propaganda, quando se vale de recursos das artes tradicionais para
vender produtos de grande significação social.
B as teses idealistas acerca do que seja o belo, que propagam modelos estéticos ligados a um
passado clássico que hoje não guardam qualquer sentido.
C a exploração comercial de produtos ligados à estética feminina, como os cosméticos, que ele
julga perverter o padrão ideal de beleza.
D a disseminação de padrões de beleza inatingíveis que atendem a um ávido interesse
econômico e acarretam infelizes obsessões às mulheres.
E a reprodução de modelos de beleza que levam as mulheres a encontrar em si mesmas uma
fonte de prazer sem qualquer relevância social.

7. VUNESP - UNICAMP - PROFISSIONAL PARA ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS – 2019


Hostil mundo novo
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que
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ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas avarias.
Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o
aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar
cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras
ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e línguas.
Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela, tenho
me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros
cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada, a
tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “presencial”.
Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão.
Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online
e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se
perder tudo se digitar algo errado.
A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É verdade
que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar.
Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e
a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que
seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
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(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/
2018/10/ hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)

A afirmação do autor, no último parágrafo, de que se reconhece como um macróbio é motivada


pelo fato de ele
a) ter se dedicado apenas em seus interesses pessoais, como português, história e línguas.
b) ter sobrevivido às disciplinas escolares de matemática, física, estatística e outras ciências.
c) ter optado pela vida profissional permeada por palavras, ocupando salas de aulas, auditórios,
TVs, rádios e editoras de livros.
d) não ter conseguido se tornar um engenheiro eletrônico para aprender como lidar com a
tecnologia no dia a dia.
e) ter dificuldade para relacionar-se com as novas tecnologias e com os seus dispositivos
eletrônicos complexos.

8. VUNESP - SEDUC-SP - OFICIAL ADMINISTRATIVO – 2019


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A legião on-line
Um dos temas de “O Romance Luminoso”, a obra póstuma e incrivelmente contemporânea
de Mario Levrero, é o uso da internet como antidepressivo. Sem alcançar a tal experiência
luminosa que lhe permitiria escrever um romance iniciado há 15 anos, o autor passa os dias em
frente ao computador curtindo o fracasso. Baixa e elabora programas, joga paciência, busca
sites ao acaso. Nas raras vezes em que desgruda da tela, recorre a outro vício: a televisão.
É um transtorno cada vez mais comum. Todo mundo conhece alguém que está sempre
conectado; acorda e já olha o celular, o qual dormiu ao lado dele na cama; checa os aplicativos
de cinco em cinco minutos; quando não está on-line, sente ansiedade, mau humor, angústia,
tristeza. Os viciados em smartphones são uma legião.
Publicado em 2005, o livro de Levrero destaca-se não só pela atualidade mas também pelo
caráter profético. A páginas tantas, o autor anota: “O mundo do computador já foi invadido pelos
abjetos*, e quanto mais barato fica mais cresce a abjeção. Não porque os pobres sejam
necessariamente abjetos, e sim porque as pessoas mais vivas usarão as maravilhas
tecnológicas para embrutecer mais ainda os pobres”.
E conclui: “A internet tem mostrado, cada vez mais claramente, para que nasceu, e, com vistas
a esse objetivo, será controlada por comerciantes e estadistas”. Isso nos leva, naturalmente, a
pensar na relação das redes sociais com a empresa de dados políticos ligada à campanha
presidencial de Donald Trump. Ou, em outro caso, sendo obrigadas a excluir contas por suspeita
de fraude.

70
Esse cenário de disseminação de informações questionáveis – com o fim de manipular
condutas –, mas que em geral têm aceitação, aprofunda mais ainda a abjeção diagnosticada por
Levrero.
Que tal passar mais tempo off-line?
(Alvaro Costa e Silva. Folha de S.Paulo, 11.08.2018. Adaptado)
*Abjeto: de abjeção → ato, estado ou condição que revela alto grau de torpeza, degradação.

Segundo as informações dos dois primeiros parágrafos do texto,


a) o hábito de estar sempre conectado à internet tem levado muitos usuários de smartphones a
comportarem-se como dependentes de seu conteúdo.
b) o acesso à internet tem contribuído decisivamente para minimizar problemas como angústia
e ansiedade, transtornos comuns na atualidade.
c) a constatação de que são dependentes dos smartphones tem levado muitas pessoas a buscar
opções para se afastarem desses aparelhos.
d) a despeito da crítica que se fazia à televisão, ela tem se mostrado benéfica ao diminuir a
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ansiedade provocada pelo uso da internet.


e) apesar do grande alcance da internet, ela ainda se mostra menos danosa à saúde da
população do que o hábito de assistir televisão.

9. VUNESP - TJ-SP - ENFERMEIRO JUDICIÁRIO – 2019


Tempo incerto
Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida que já ninguém tem certeza de
nada: para se fazer alguma coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de
dúvida. Não se acredita mais na existência de gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem
sua bondade, para não serem tratados de hipócritas ou de ingênuos.
Vivemos um momento em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos se mascaram
de grandiosidade, simpatia, benevolência. A observação do presente leva-nos até a descer dos
exemplos do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a
História nos está contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiros dos testemunhos a
opinião dos escribas?
Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos
presenciamos – ou temos que aceitar a mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo,
ou desconfiamos do nosso próprio testemunho, e acabamos no hospício!
Pois assim, é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na
rua, nos cafés, em várias letras de forma, e dizei-me se não estão incertos os tempos e se não
devemos todos andar de pulga atrás da orelha!
71
Agora, pensam os patrões, os empregados, os amigos e inimigos de uns e de outros e
todo o resto da massa humana. E não só pensam, como também pensam que pensam! E além
de pensarem que pensam, pensam que têm razão! E cada um é o detentor exclusivo da razão!
Pois de tal abundância de razão é que se faz a loucura. E a vocação das pessoas, hoje
em dia, não é para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos calibres. Perto
disso, a carestia da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é alma. E o Demônio
passeia pelo mundo, glorioso e imune.
(Cecília Meireles, Tempo incerto. Em: Escolha o seu Sonho. Adaptado)
Em suas considerações, o narrador pondera que
a) a ideia geral é de que todos sabem opinar, discutindo e avaliando com acuidade a opinião
alheia.
b) a acriticidade com que todos se comunicam tem oportunizado, sensatamente, a busca pela
razão.
c) o modo como as pessoas se relacionam nos dias de hoje tem promovido o diálogo com
civilidade.
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d) o momento atual se marca por uma inversão de valores, o que gera confusão e incertezas.
e) a confusão do mundo atual tem sido deixada de lado, priorizando-se a humanização das
pessoas.

10. VUNESP - UFABC - ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO – 2019


Millennials são iguais aos pais, porém mais pobres, conclui Fed
A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na análise dos
gastos com automóveis, alimentação e moradia. Aos olhos da opinião pública americana, os
jovens da geração Millennial são assassinos em série — responsabilizados pela morte lenta do
queijo processado, do cartão de crédito, do táxi, do peru de Ação de Graças e até do divórcio.
Poucos setores saíram ilesos da matança cultural promovida pela juventude americana.
Agora surgiram argumentos em sua defesa. Um novo estudo do banco central dos EUA
(Federal Reserve) afirma que a turma nascida entre 1981 e 1997 — famosa por adorar
aplicativos — não é tão diferente dos pais. Essa geração é apenas mais pobre nesta mesma
etapa da vida, já que muitos de seus integrantes chegaram à idade adulta durante a crise
financeira.
“Encontramos pouca evidência de que lares de millennials têm gostos e preferências de
consumo inferiores aos de gerações passadas, quando se leva em conta idade, renda e uma
maior variedade de características demográficas”, escreveram os autores Christopher Kurz,
Geng Li e Daniel J. Vine. As conclusões deles se baseiam em uma análise de gastos, renda,
endividamento, patrimônio líquido e fatores demográficos de várias gerações.
72
A impressão de que os millennials não têm tantas particularidades assim também se revela
na análise granular dos gastos deles com automóveis, alimentação e moradia. “São
principalmente as diferenças de idade média e então as diferenças de renda média que explicam
grande parte da diferença de consumo entre os millennials e outros grupos”, segundo o estudo.
(Jeremy Herron e Luke Kawa. Exame. 01.12.2018.https://exame.abril.com. br. Adaptado)
Os vocábulos que, combinados no contexto, chamam atenção para o fato de que o conteúdo
central divulgado pelo texto contraria uma ideia amplamente difundida estão destacados em
negrito no trecho:
a) A turma nascida entre 1981 e 1997 não tem tantas particularidades assim na análise dos
gastos… (1° parágrafo)
b) … muitos de seus integrantes chegaram à idade adulta durante a crise financeira. (2°
parágrafo)
c) “Encontramos pouca evidência de que lares de millennials têm gostos e preferências de
consumo inferiores… (3° parágrafo)
d) As conclusões deles se baseiam em uma análise de gastos, renda, endividamento, patrimônio
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líquido e fatores demográficos de várias gerações. (3° parágrafo)


e) “São principalmente as diferenças de idade média e então as diferenças de renda média…
(4° parágrafo)

11. FGV - DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO – 2019


“Um paradoxo é uma provocação à lógica. Considere, por exemplo, a afirmação: ‘Eu estou
mentindo’. Se ela for falsa, isso quer dizer que eu não estou mentindo, o que contradiz a
afirmação feita. Mas, se ela for verdadeira, então a afirmação será falsa – ao dizer que estava
mentindo, eu disse a verdade e, logo, não estava mentindo. A afirmação é verdadeira se for falsa
e falsa se for verdadeira!”
(Eduardo Giannetti, O paradoxo do brasileiro)
Considerando o título do artigo de onde foi retirado esse trecho introdutório, a introdução acima
pode ser caracterizada como:
a) uma informação de caráter histórico;
b) uma definição inicial de termos;
c) uma alusão à situação atual;
d) uma classificação tipológica;
e) uma argumentação filosófica

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12. FGV - DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO – 2019
“Hoje, em todo o mundo, cerca de 550 milhões de pessoas estão conectadas à Internet – quase
9 milhões delas no Brasil. Quando a rede de computadores começou a popularizar-se, dez anos
atrás, os apocalípticos de plantão, sempre eles, logo alardearam que os efeitos colaterais mais
nefastos desse fenômeno seriam o isolamento e a alienação. Que as pessoas deixariam de
relacionar-se, que se tornariam ainda mais sedentárias, que teriam o seu cotidiano moldado por
uma espécie de irrealidade digital, que emburreceriam, e por aí vai”. (Veja, 03/03/2004, p. 85)

Argumentativamente, o texto:
a) condena indiretamente a Internet, mostrando ironicamente argumentos contra ela;
b) parte de uma afirmação inicial indiscutível para, em seguida, explicitar alguns de seus termos;
c) mostra que algumas críticas apressadas se tornam ridículas com o passar do tempo;
d) procura historicamente justificar algumas críticas contra a Internet;
e) critica as pessoas que, usando a Internet, se afastam do convívio social.
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13. FGV - DPE-RJ - TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA PÚBLICA – 2019


Inadimplência reduzida. Alguns dos entrevistados da classe C têm prestações atrasadas, em
proporção maior que os da classe D, também entrevistados, o que mostra que os segmentos de
renda menores representam riscos menores do que anos atrás. Isso ocorre porque o modelo de
análise de crédito das instituições financeiras está mais eficaz. (Conexão, julho 2008)
O argumento básico desse texto se apoia no(na):
a) exemplo que passa de um fato particular para um caráter geral;
b) narrativa de um fato emblemático;
c) autoridade da empresa responsável pela entrevista;
d) credibilidade da revista que publica a reportagem;
e) atualidade dos dados apresentados.

14. FUNDEP – PREFEITURA DE LAGOA SANTA - ANALISTA DE SISTEMAS – 2019


A marcha do obscurantismo contra o pensamento crítico - Por João Batista da Silveira
Chamou a atenção nos últimos dias e ganhou repercussão nas redes sociais uma Ideia
Legislativa sob consulta no Portal e-Cidadania, do Senado Federal, que propõe a extinção dos
cursos de Humanas nas universidades públicas. Como argumento, o autor da proposta alega se
tratarem de “cursos baratos que facilmente poderão ser realizados em universidades privadas”,
podendo ser realizados “presencialmente e à distância em qualquer outra instituição paga”, e
que não é adequado “usar dinheiro público e espaço direcionado a esses cursos quando o país
precisa de mais médicos e cientistas”.
74
A reação foi imediata. Rapidamente, uma outra Ideia Legislativa, contrária, foi submetida
à consulta no site do Senado, defendendo a permanência das humanidades nas instituições de
ensino superior públicas e a necessidade de “acesso igualitário à educação em todos os níveis
de ensino”. Se a primeira “ideia” contava, na manhã de 13 de abril, com pouco mais de 6.400
apoios, a segunda ultrapassou largamente os 20 mil necessários (eram quase 46 mil apoios até
a mesma manhã) para ser transformada em Sugestão Legislativa e ser debatida pelos
senadores.
A proporção mostra que há um enfrentamento forte à tentativa de solapar a formação crítica. No
entanto, a simples existência de 6 mil pessoas — ainda que pareça pouco — dispostas, até a
sexta-feira 13, a apoiar a extinção dos cursos de Filosofia, História, Geografia, Sociologia, Artes
e Artes Cênicas nas universidades públicas é sintomática e reflete um obscurantismo que, se
pela obviedade, tem mais dificuldade de prosperar numa consulta desse tipo, em outras
vertentes já se impõe de forma sorrateira e perigosa.
É o que acontece, por exemplo, com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o
Ensino Médio, apresentada pelo Ministério da Educação no último dia 3 de abril. Corroborando
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o que já havia sido aprovado na Reforma do Ensino Médio, o texto da BNCC dilui as disciplinas
de Filosofia, Sociologia, História e Geografia — sim, as mesmas cujos cursos superiores são
atacados pela Ideia Legislativa que propõe seu fim — na ampla área de ciências humanas e
sociais aplicadas que se constitui como um dos itinerários formativos (os outros são linguagens,
matemática, ciências da natureza e formação técnica e profissional) que, segundo a proposta do
MEC, “deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme
a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino”.
Em teoria, a intenção é que, ao passo que as áreas de linguagens e matemáticas sejam
obrigatórias durante todo o Ensino Médio, as outras sejam distribuídas ao longo dos três anos a
critério das redes de ensino, permitindo que o estudante escolha seu percurso. O texto da BNCC
considera que os itinerários, previstos na lei da Reforma do Ensino Médio, são estratégicos para
a flexibilização da organização curricular desse nível da educação básica, permitindo que o
próprio estudante faça sua opção.
A realidade, porém, é outra. Como se não bastasse o fato de que essa estrutura
representa um retrocesso em relação à Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996 e à concepção
de uma educação propedêutica, que leve a um nível mais profundo de aprendizagem, a própria
condição enunciada na BNCC – “conforme relevância para o contexto local e a possibilidade dos
sistemas de ensino” – abre brechas para que as disciplinas da grande área de ciências humanas
e sociais aplicadas sejam cada vez menos ofertadas, sob justificativa previsível e equivalente
àquela usada na Ideia Legislativa contra os cursos de humanas: a de que a “relevância para o

75
contexto local” é a formação técnica ou ligada às ciências exatas e da natureza, privilegiadas na
impossibilidade financeira dos sistemas de ensino de ofertarem todos os itinerários.
Com isso, pode-se alijar cada vez mais Filosofia, Sociologia, História e Geografia das
salas de aula, com o claro objetivo de embotar a formação de pensamento crítico.
Disponível em:<http://www.cartaeducacao.com.br/artigo/a-marcha-do-obscurantismo-contra-o-
pensamento-critico/> . Acesso em: 25 jan. 2019.
Em determinada parte do texto, é utilizada uma estratégia de contra-argumentação. Isso se dá
A no primeiro parágrafo, no qual o autor afirma que há uma petição que defende retirar a oferta
de cursos de ciências humanas das universidades públicas.
B no quarto parágrafo, no qual o autor descreve a mudança em relação às disciplinas das
ciências humanas proposta pela BNCC.
C nos quinto e sexto parágrafos, nos quais o autor contrapõe as propostas da BNCC para as
ciências humanas ao que pode acontecer na realidade dos estudantes.
D nos sexto e sétimo parágrafos, nos quais o autor contrapõe as possíveis consequências das
mudanças propostas pela BNCC ao fim do pensamento crítico.
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15. FUNDEP – PREFEITURA DE LAGOA SANTA - TÉCNICO EM INFORMÁTICA – 2019


A ilusão das redes sociais
É indiscutível o importante papel que as redes sociais desempenham hoje nos rumos de
nossa vida política e privada. São indiscutíveis também os avanços que introduziram nas
comunicações, favorecendo o reencontro e a aproximação entre as pessoas e, se forem redes
profissionais, facilitando a visibilidade e a circulação de pessoas e produtos no mercado de
trabalho.
A velocidade com que elas veiculam notícias, a extensão territorial alcançada e a imensa
quantidade de pessoas que atingem simultaneamente não eram presumíveis cerca de uma
década atrás, nem mesmo pelos seus criadores. Temos sido testemunhas, e também alvo, do
seu poder de convocação e mobilização, assim como da sua eficiência em estabelecer
interesses comuns rapidamente, a ponto de atuarem como disparadoras das várias
manifestações e movimentos populares em todo o mundo atual.
Portanto, não podemos sequer supor que elas tragam somente meras mudanças de
costumes, porque seu peso, associado ao desenvolvimento da informática, é semelhante à
introdução da imprensa, da máquina a vapor ou da industrialização na dinâmica do nosso
mundo. As redes sociais provocam mudanças de fundo no modo como as nossas relações
ocorrem, intervindo significativamente no nosso comportamento social e político. Isso merece a
nossa atenção, pois acredito que uma característica das redes sociais é, por mais contraditório
que pareça, a implantação do isolamento como padrão para as relações humanas.
76
Ao participar das redes sociais acreditamos ter muitos amigos à nossa volta, sermos
populares, estarmos ligados a todos os acontecimentos e participando efetivamente de tudo.
Isso é uma verdade, mas também uma ilusão, porque essas conexões são superficiais e
instáveis. Os contatos se formam e se desfazem com imensa rapidez; os vínculos estabelecidos
são voláteis e atrelados a interesses momentâneos.
Além disso, as relações cultivadas nas redes sociais se baseiam na virtualidade, portanto,
no distanciamento físico entre as pessoas. Isso nos permite, com facilidade, entrar em contato
com as pessoas e afastá-las quando bem quisermos. Tal virtualidade garante comunicação sem
intimidade.
[...]
Quando Hannah Arendt, pensadora contemporânea da política, analisou os totalitarismos
do século passado, apontou para o projeto desses sistemas de tornarem os homens supérfluos.
Para tanto, entre outros expedientes, mantinham as pessoas isoladas umas das outras.
Separavam-nas de seus familiares, de suas comunidades, inclusive das pessoas com
quem coabitavam nos galpões dos campos de concentração, instaurando entre elas a suspeita
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e o medo de delações. Isolavam classes sociais promovendo contendas e animosidades entre


elas. Isolavam as pessoas do seu próprio eu, exaurindo-as com trabalho e mantendo-as doentes
e famintas. O isolamento torna os indivíduos manipuláveis e controláveis, como coisas. Os
sistemas totalitários sabem muito bem que, isolados, os homens perdem a capacidade de se
expor e de agir.
Na nossa atualidade o isolamento tem um perfil diferente, porque é mais voltado para a
intensificação do individualismo, cujos interesses afastam-se a cada vez mais das questões
sociais. As recentes manifestações populares embora devam sua ocorrência às redes sociais,
mantêm o caráter do individualismo e do isolamento, pois os participantes não criam vínculos
entre si. Expressam suas opiniões, caminham juntos, mas é só isso.
Arendt tem por pressuposto de suas análises a condição humana da pluralidade, ou seja,
o fato de vivermos entre homens e jamais chegarmos a ser nem um ser humano nem mesmo os
indivíduos que somos longe da companhia dos outros. Os outros, tanto quanto o ambiente em
que vivemos, nos constituem, daí que, se o distanciamento interpessoal for se estabelecendo
como nova condição de existência, nossa própria humanidade poderá sofrer o impacto de uma
mutação. [...]
Disponível em: <http://www.cartaeducacao.com.br/artigo/a-ilusao-das-redes-sociais/>. Acesso
em: 10 jan. 2019.
Leia o trecho a seguir.
“[...] acredito que uma característica das redes sociais é, por mais contraditório que pareça, a
implantação do isolamento como padrão para as relações humanas.”
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A ideia expressa nesse trecho está contida em todos os trechos a seguir, exceto em:
A “Os contatos se formam e se desfazem com imensa rapidez; os vínculos estabelecidos são
voláteis e atrelados a interesses momentâneos.”
B “As recentes manifestações populares embora devam sua ocorrência às redes sociais,
mantêm o caráter do individualismo e do isolamento, pois os participantes não criam vínculos
entre si.”
C “Além disso, as relações cultivadas nas redes sociais se baseiam na virtualidade, portanto, no
distanciamento físico entre as pessoas. Isso nos permite, com facilidade, entrar em contato com
as pessoas e afastá-las quando bem quisermos.”
D “Ao participar das redes sociais acreditamos ter muitos amigos à nossa volta, sermos
populares, estarmos ligados a todos os acontecimentos e participando efetivamente de tudo.
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78
Capítulo 26
(5ª edição)

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS - RECORRÊNCIA

Oito Dicas de Compreensão e Interpretação de Textos

1.
Leia o texto do início ao fim, para saber do que se trata.
2.
Resolva primeiramente as questões de gramática. Reserve as de compreensão e intepretação
de textos.
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3.
Leia o texto pela segunda vez. Na segunda leitura, marque em cada parágrafo o que representa
a sua ideia central. Na introdução, a ideia central é chamada de tese. Nos parágrafos de
desenvolvimento, é o tópico frasal. Na conclusão, a tese volta novamente.
4.
Quando encontrar algum trecho que suscite dúvidas no texto, marque-o , faça uma interrogação
na margem da folha para chamar sua atenção. Não perca muito tempo com ele. Desapegue-se.
Ao longo das questões, “sua ficha vai caindo” e muito provavelmente você entenderá o que não
lhe pareceu claro inicialmente.
5.
Muita atenção aos enunciados! Muitas vezes o candidato perde uma questão por não entender
exatamente o que pede o enunciado. Sempre destaque as palavras-chave do enunciado.
6.
Existem dois tipos de questão de interpretação: recorrência (compreensão de textos) e inferência
(interpretação de textos). Na recorrência, você recorre ao texto e encontra a resposta, que não
virá exatamente com as mesmas palavras do texto, mas sob a forma de paráfrase.
7.
INFERÊNCIA é aquela em que você é levado a inferir, deduzir, concluir algo sobre o que leu,
com base em pressupostos textuais.

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8.
O erro da recorrência e da inferência são as extrapolações: extrapolar é ir além do que diz o
texto, normalmente com base em experiência e opiniões próprias.

QUESTÕES DE CONCURSO

1. FCC – TRF 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO - ÁREA ADMINISTRATIVA – 2019


Tendo em vista a textura volitiva da mente individual, a perene tensão entre o presente e o futuro
nas nossas deliberações, entre o que seria melhor do ponto de vista tático ou local, de um lado,
e o melhor do ponto de vista estratégico, mais abrangente, de outro, resulta em conflito.
Comer um doce é decisão tática; controlar a dieta, estratégica. Estudar (ou não) para a prova
de amanhã é uma escolha tática; fazer um curso de longa duração faz parte de um plano de
vida. As decisões estratégicas, assim como as táticas, são tomadas no presente. A diferença é
que aquelas têm o longo prazo como horizonte e visam à realização de objetivos mais remotos
e permanentes.
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O homem, observou o poeta Paul Valéry, “é herdeiro e refém do tempo”. A principal morada
do homem está no passado ou no futuro. Foi a capacidade de reter o passado e agir no presente
tendo em vista o futuro que nos tirou da condição de animais errantes. Contudo, a faculdade de
arbitrar entre as premências do presente e os objetivos do futuro imaginado é muitas vezes
prejudicada pela propensão espontânea a atribuir um valor desproporcional àquilo que está mais
próximo no tempo.
Como observa David Hume, “não existe atributo da natureza humana que provoque mais erros
em nossa conduta do que aquele que nos leva a preferir o que quer que esteja presente em
relação ao que está distante e remoto, e que nos faz desejar os objetos mais de acordo com a
sua situação do que com o seu valor intrínseco”.
(Adaptado de: GIANNETTI, Eduardo. Auto-engano. São Paulo: Companhia das Letras, 1997,
edição digital)

De acordo com o texto, o homem comete enganos porque


A imagina que renúncias feitas no presente levem a um futuro melhor.
B desconsidera os acertos do passado ao planejar o futuro.
C tem a propensão de repetir, no presente, os mesmos erros do passado.
D tende a dar importância desmedida ao que está mais próximo no tempo.
E atribui valor exagerado a objetivos situados em um futuro imaginado.

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2. FCC – TRF 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL AVALIADOR – 2019
O motorista do 8-100
Fui convidado por um colega da redação de jornal, outro dia, a ver um belo espetáculo. Que
eu estivesse pela manhã bem cedo junto ao último edifício da Avenida Rio Branco para assistir
à coleta de lixo. Fui. Vi chegar o caminhão 8-100 da Limpeza Urbana e saltarem os ajudantes
que se puseram a carregar e despejar as latas de lixo. Enquanto isso, que fazia o motorista? O
mesmo de toda manhã. Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia o seu carro ficar
rebrilhando de beleza.
É costume dizer que a esperança é a última que morre. Nisso está uma das crueldades da
vida: a esperança vive à custa de mutilações. Vai minguando e secando devagar, se despedindo
dos pedaços de si mesma, se apequenando e empobrecendo, e no fim é tão mesquinha e
despojada que se reduz ao mais elementar instinto de sobrevivência e ao conformismo.
Esse motorista, que limpa seu caminhão, não é um conformado, é o herói silencioso que
lança um protesto superior. A vida o obriga a catar lixo e imundície; ele aceita a sua missão, mas
a supera com esse protesto de beleza e dignidade. Muitos recebem com a mão suja os bens
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mais excitantes e tentadores da vida; e as flores que vão colhendo no jardim de uma existência
fácil logo têm, presa em seus dedos frios, uma corrupção que as desmerece e avilta. O motorista
do caminhão 8-100 parece dizer aos homens da cidade: “O lixo é vosso: meus são estes metais
que brilham, meus são estes vidros que esplendem, minha é esta consciência limpa”.
(Adaptado de: BRAGA, Rubem. O homem rouco. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1963, p.
145-146)
Ao se deter no tema da esperança, no 2° parágrafo do texto, o autor mostra-se convencido de
que esse sentimento
A comprova, em cada uma de nossas experiências, o sentido e o valor que lhe reconhece o
referido dito popular.
B traz consigo a crueldade singular de se tornar mais ativo em nós na exata proporção em que
vai nos iludindo.
C degrada-se num longo e contínuo processo, ao fim do qual seu reducionismo só deixa lugar
para o conformismo.
D alimenta-se do conformismo que há em nós para se instalar desde cedo como uma espécie
de precavida sabedoria.
E deteriora-se a cada vez que o imaginamos mais consistente, razão pela qual nos vamos
iludindo de modo progressivo.

81
3. FCC – TRF 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL AVALIADOR – 2019
A era das compras
A economia capitalista moderna deve aumentar a produção constantemente, se quiser
sobreviver, como um tubarão que deve nadar para não morrer por asfixia. Mas a maioria das
pessoas, ao longo da história, viveu em condições de escassez. A fragilidade era, portanto, sua
palavra de ordem. A ética austera dos puritanos e a dos espartanos são apenas dois exemplos
famosos. Uma pessoa boa evitava luxos e nunca desperdiçava comida. Somente reis e nobres
se permitiam renunciar publicamente a tais valores e ostentar suas riquezas.
O consumismo vê o consumo de cada vez mais produtos e serviços como algo positivo.
Encoraja as pessoas a cuidarem de si mesmas, a se mimarem e até a se matarem pouco a
pouco por meio do consumo exagerado. A frugalidade é uma doença a ser curada. Não é preciso
olhar muito longe para ver a ética do consumo em ação – basta ler a parte de trás de uma caixa
de cereal: “Para uma refeição saborosa no meio do dia, perfeita para um estilo de vida saudável.
Um verdadeiro deleite com o sabor maravilhoso do “quero mais!”.
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Durante a maior parte da história, as pessoas teriam sido repelidas, e não atraídas, por esse
texto. Elas o teriam considerado egoísta, indecente e moralmente corrupto. O consumismo
trabalhou duro, com a ajuda da psicologia e da vontade popular, para convencer as pessoas de
que a indulgência com os excessos é algo bom, ao passo que a frugalidade significa auto-
opressão.
(Adaptado de: HARARI, Yuval Noah. Sapiens – uma breve história da humanidade. 38. ed.
Porto Alegre: L&PM, 2018, p. 357-358)
Ao retratar o consumismo moderno no âmbito da vida social e dos valores da pessoa, o autor
A coloca-se em posição de isenção, uma vez que não toma qualquer aspecto moral ou ético
como referência válida para sua análise.
B inclina-se para aceitar a fatalidade histórica do consumo desenfreado, deixando ver que
reconhece as inequívocas vantagens desse fenômeno.
C recrimina a antiga austeridade regida pela escassez, encontrando na realidade do mercado
moderno um modelo a ser mantido.
D contrapõe posições historicamente divergentes quanto ao consumo de produtos e serviços,
apontando traços essenciais dessa divergência.
E desconsidera o peso da vontade popular na dinâmica do consumo que o mercado moderno
estabeleceu como um caminho inflexível.

82
4. FCC - BANRISUL – Escriturário – 2019
Imigrações no Rio Grande do Sul
Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de
povoadores. Portugueses oriundos da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do governo,
que pretendia que se instalassem na vasta área onde anteriormente estavam situadas as
Missões.
A partir da década de vinte do século XIX, o governo brasileiro resolveu estimular a vinda
de imigrantes europeus, para formar uma camada social de homens livres que tivessem
habilitação profissional e pudessem oferecer ao país os produtos que até então tinham que ser
importados, ou que eram produzidos em escala mínima. Os primeiros imigrantes que chegaram
foram os alemães, em 1824. Eles foram assentados em glebas de terra situadas nas
proximidades da capital gaúcha. E, em pouco tempo, começaram a mudar o perfil da economia
do atual estado.
Primeiramente, introduziram o artesanato em uma escala que, até então, nunca fora
praticada. Depois, estabeleceram laços comerciais com seus países de origem, que terminaram
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por beneficiar o Rio Grande. Pela primeira vez havia, no país, uma região em que predominavam
os homens livres, que viviam de seu trabalho, e não da exploração do trabalho alheio.
As levas de imigrantes se sucederam, e aos poucos transformaram o perfil do Rio Grande.
Trouxeram a agricultura de pequena propriedade e o artesanato. Através dessas atividades,
consolidaram um mercado interno e desenvolveram a camada média da população. E, embora
o poder político ainda fosse detido pelos grandes senhores das estâncias e charqueadas, o
poder econômico dos imigrantes foi, aos poucos, se consolidando.
(Adaptado de: projetoriograndetche.weebly.com/imigraccedMatMdeo-no-rs.html)
O último parágrafo do texto enfatiza
a) a progressiva e positiva transformação socioeconômica que as levas de imigrantes trouxeram
ao estado rio-grandense.
b) o impulso rapidamente imposto ao ritmo até então tímido da produção nas pequenas
propriedades gaúchas.
c) a pressão das camadas emergentes dos trabalhadores sobre a gestão política dos
proprietários tradicionais.
d) a substituição dos modos de produção local pelas técnicas artesanais há muito consagradas
em outras terras.
e) a importância da imigração alemã no deslocamento da economia rural para a do mercado
financeiro.

83
5. FCC - AFAP - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO DE FOMENTO – 2019
Mais da metade da população mundial usa internet
Cerca de 3,9 bilhões de pessoas usam a internet em todo o mundo atualmente, o que
representa mais da metade da população mundial - informou a ONU na sexta-feira (7 de
dezembro de 2018).
A agência da ONU para informação e comunicação, a UIT, indicou que, até o final de 2018,
51,2% da população mundial estará usando a internet. “Até o final de 2018, teremos ultrapassado
a marca de 50% do uso da internet”, afirmou o diretor da UIT, Houlin Zhou, em um comunicado.
“Esse é um passo importante para uma sociedade global da informação mais inclusiva”, disse
ele.
Segundo a UIT, os países mais ricos do planeta registraram um crescimento sólido no uso
da internet, que passou de 51,3% de suas populações, em 2005, para atuais 80,9%.
(Texto adaptado. Disponível em: https://exame.abril.com.br)
No contexto geral do texto, as informações do 3° parágrafo revelam
a) a distribuição desigual do acesso à internet entre a população mundial.
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b) a expansão homogênea da internet pela população mundial, segundo a UIT.


c) o uso exagerado e insalubre da internet pelos habitantes dos países mais ricos.
d) a universalização do acesso à internet em países desenvolvidos em 2005.
e) os resultados dos esforços da ONU para garantir acesso irrestrito à internet.

6. VUNESP - CÂMARA DE SERRANA - TÉCNICO LEGISLATIVO – 2019


Nero e a lira
O Brasil ficou chocado com o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro. Só diante das
chamas terríveis e do patrimônio desaparecido para sempre que alguns perceberam que nunca
tinham ido ao espaço museológico agora perdido. Eu já tinha escrito o mesmo sobre os riscos
da nossa Biblioteca Nacional e do seu acervo inestimável em condições de risco similar. Aqui
em São Paulo, é o caso do Museu do Ipiranga, fechado há tanto tempo. Perde o público, perde
a cultura e empobrecemos em um campo já abalado da memória. Até quando? O que mais
precisaria queimar no Brasil, para que a gente percebesse que patrimônio é algo que se vai para
sempre?
O descaso tem precedentes terríveis. Em 1978, um conjunto inestimável de quadros virou
cinzas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Patrimônio científico foi carbonizado várias
vezes: a coleção do Instituto Butantã em São Paulo e do Museu de Ciências Naturais da PUC
de Minas Gerais. Coleções insubstituíveis torraram por completo. O Museu da Língua
Portuguesa ardeu em chamas, como também a tapeçaria de Tomie Ohtake no Memorial da
América Latina: somos o país que usa cultura como material de combustão. Nenhum Nero foi
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indiciado, ninguém responde, nada se faz com tantos e repetidos avisos trágicos. É uma política
de terra arrasada, de resultados eficazes e criminosos.
Mesmo aquilo que funciona e bem corre o risco do desamparo. A Sala São Paulo enche de
orgulho os paulistas e brasileiros. A Osesp é uma joia esculpida com trabalho, talento e muito
sacrifício. Manter algo do padrão da Osesp e da Sala São Paulo em um país como o Brasil é
quase um milagre. A qualidade material da sala, o esforço de todos e a educação de um público
fiel. Por ela passa a fina flor da música brasileira e internacional.
A cultura brasileira é assim. Muita coisa queimou, projetos sobreviveram em estado precário,
e todos aguardam poderes sensíveis ao papel insubstituível da cultura na definição da cidadania.
Quando eu vejo o montante do fundo partidário em comparação ao estado precário de orquestras
e museus, sou percorrido por uma dor muito forte.
O que mais terá de silenciar, queimar, desaparecer ou ficar no passado até que acordemos?
Quantos artistas deixarão de comunicar seu talento com uma sociedade que necessita
desesperadamente de criação e sensibilidade para pensar mais alto e melhor? Alguém aqui acha
coincidência que a economia mais forte da Europa, a Alemanha, também seja uma terra de forte
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investimento privado e público na música e nas artes? O que mais precisa desaparecer para
sempre, para que governos e eleitores descubram o valor do nosso patrimônio material e
imaterial?
Para nós, pessoas sem poder, resta prestigiar o que ainda existe, visitar mais nossos
museus, cobrar dos políticos que elegemos há pouco e valorizar com alunos e filhos os muitos
heróis de uma resistência cultural.
(Leandro Karnal. O Estado de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)
Ao afirmar que nenhum Nero foi indiciado, o autor ressalta a ideia de que
a) figuras como Nero desapareceram ao longo dos períodos históricos.
b) os responsáveis pelo descaso com o patrimônio cultural continuam impunes.
c) a população costuma se distanciar dos bens culturais e científicos.
d) crimes contra o patrimônio cultural não carecem de indiciamento.
e) as autoridades brasileiras se empenham em apurar crimes contra a cultura.

7. VUNESP - UNICAMP - PROFISSIONAL PARA ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS – 2019


Hostil mundo novo
Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores que
ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas avarias.
Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o
aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar
cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.
85
Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras
ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e línguas.
Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela, tenho
me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e outros
cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.
De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada, a
tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.
Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “presencial”.
Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão.
Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online
e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se
perder tudo se digitar algo errado.
A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É verdade
que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar.
Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e
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a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que
seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.
(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/
2018/10/ hostil-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)
A afirmação do autor, no último parágrafo, de que se reconhece como um macróbio é motivada
pelo fato de ele
a) ter se dedicado apenas em seus interesses pessoais, como português, história e línguas.
b) ter sobrevivido às disciplinas escolares de matemática, física, estatística e outras ciências.
c) ter optado pela vida profissional permeada por palavras, ocupando salas de aulas, auditórios,
TVs, rádios e editoras de livros.
d) não ter conseguido se tornar um engenheiro eletrônico para aprender como lidar com a
tecnologia no dia a dia.
e) ter dificuldade para relacionar-se com as novas tecnologias e com os seus dispositivos
eletrônicos complexos.

8. VUNESP - TJ-SP - ADMINISTRADOR JUDICIÁRIO – 2019


Assassinos culturais
Sou um assassino cultural, e você também é. Sei que é romântico chorar quando uma
livraria fecha as portas. Mas convém não abusar do romantismo – e da hipocrisia. Fomos nós
que matamos aquela livraria e o crime não nos pesa muito na consciência.

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Falo por mim. Os livros físicos que entram lá em casa são cada vez mais ofertas – de
amigos ou editoras.
Aos 20, quando viajava por territórios estranhos, entrava nas livrarias locais como um
faminto na capoeira. Comprava tanto e carregava tanto que desconfio que o meu problema de
ciática é, na sua essência, um problema livresco.
Hoje? Gosto da flânerie*. Mas depois, fotografo as capas com o meu celular antes de
regressar para o psicanalista – o famoso dr. Kindle. Culpado? Um pouco. E em minha defesa só
posso afirmar que pago pelos meus vícios.
E quem fala em livrarias, fala em todo o resto. Eu também ajudei a matar a Tower Records
e a Virgin Megastore. Havia lá dentro uma bizarria chamada CD – você se lembra?
Hoje, com alguns aplicativos, tenho uma espécie de discoteca de Alexandria onde, a meu
bel-prazer, escuto meus clássicos e descubro novos.
Se juntarmos ao pacote o iTunes e a Netflix, você percebe por que eu também tenho o
sangue dos cinemas e dos blockbusters nas mãos.
Eis a realidade: vivemos a desmaterialização da cultura. Mas não é apenas a cultura que
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se desmaterializa e tem deixado as nossas salas e estantes mais vazias. É a nossa relação com
ela. Não somos mais proprietários de “coisas”; somos apenas consumidores e, palavra
importante, assinantes.
O livro “Subscribed”, de Tien Tzuo, analisa a situação. É uma reflexão sobre a “economia
de assinaturas” que conquista a economia global. Conta o autor que mais de metade das
empresas da famosa lista da “Fortune” já não existiam em 2017. O que tinham em comum? O
objetivo meritório de vender “coisas” – muitas coisas, para muita gente, como sempre aconteceu
desde os primórdios do capitalismo.
Já as empresas que sobreviveram e as novas que entraram na lista souberam se adaptar
à economia digital, vendendo serviços (ou, de forma mais precisa, acessos).
Claro que na mudança algo se perde. O desaparecimento das livrarias não acredito que
seja total no futuro (e ainda bem). Além disso, ler no papel não é o mesmo que ler na tela. Mas
o interesse do livro de Tzuo não está apenas nos números; está no retrato de uma nova geração
para quem a experiência cultural é mais importante do que a mera posse de objetos.
Há quem veja aqui um retrocesso, mas também é possível ver um avanço – ou, para
sermos bem filosóficos, o triunfo do espírito sobre a matéria. E não será essa, no fim das contas,
a vocação mais autêntica da cultura?
(João Pereira Coutinho. Folha de S.Paulo, 28.08.2018. Adaptado)
* Flânerie: ato de passear, de caminhar sem compromisso.
No texto, é correto afirmar que o autor

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a) dirige-se aos interlocutores para envolvê-los nas reflexões acerca da desmaterialização da
cultura.
b) limita-se a descrever a própria experiência como consumidor, não dando voz a pareceres
alheios.
c) emprega linguagem sentimentalista e prolixa para justificar seu papel de assassino cultural.
d) recorre a informações acadêmicas para comprovar o avanço do materialismo em nossa
sociedade.
e) formula uma série de questionamentos para os quais ainda não encontrou qualquer explicação
plausível.

9. VUNESP - TJ-SP - ENFERMEIRO JUDICIÁRIO – 2019


Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS
“A saúde não é um brinquedo político, ela deve ser usada para promover o bem-estar e a
qualidade de vida. E isso só vai acontecer quando nos comprometermos a fazer da atenção
primária à saúde a base da assistência universal.”
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A afirmação é do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros


Adhanom Ghebreyesus, durante a assinatura nesta quinta (25/10/2018) de um acordo
internacional em Astana, capital do Cazaquistão, em que 194 países membros da OMS,
incluindo o Brasil, comprometeram-se a fortalecer a atenção primária.
Chamado de “Declaração de Astana”, o acordo também comemora o 40o aniversário da
histórica Declaração de Alma Alta, que exortou o mundo a fazer dos cuidados primários de saúde
o pilar da cobertura universal de saúde em 1978.
Ocorre que, embora nos últimos 40 anos a expectativa de vida tenha aumentado e a
mortalidade infantil, caído pela metade, por exemplo, o progresso em saúde tem sido desigual e
injusto entre países e dentro dos países.
“Devemos reconhecer que não alcançamos esse objetivo [saúde para todos]. Em vez de
saúde para todos, conseguimos saúde para alguns. Temos ficado muito focados em combater
doenças específicas, muito focados no tratamento, em detrimento da prevenção de doenças”,
disse Ghebreyesus.
Quase metade da população mundial não tem acesso a serviços essenciais de saúde e,
segundo a OMS, 100 milhões de pessoas são empurradas para a pobreza a cada ano por causa
de gastos catastróficos em saúde. A atenção primária à saúde pode fornecer de 80% a 90% das
necessidades de saúde de uma pessoa durante sua vida.
A Declaração de Astana aponta a necessidade de uma ação multissetorial que inclua
tecnologia, conhecimento científico e tradicional, juntamente com profissionais de saúde bem

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treinados e remunerados, e participação das pessoas e da comunidade para que seja alcançada
a tão sonhada saúde para todos com qualidade.
(Cláudia Collucci, Saúde não é brinquedo político, diz diretor da OMS. Em: Folha de S.Paulo,
25.10.2018. Adaptado)
As informações do texto mostram que a atenção primária à saúde
a) vive ainda enfrentamentos para se estabelecer plenamente, uma vez que se identificam
desigualdades entre os países e, até mesmo, dentro deles.
b) obteve êxito em seu propósito a partir da Declaração de Alma Alta, razão pela qual os 40 anos
subsequentes a ela foram de saúde para todos os cidadãos.
c) tende a ser brevemente atingida, uma vez que a Declaração de Astana ratifica os cuidados
primários como pilar da cobertura universal de saúde.
d) passou por um período de estabilização, mas vem sendo questionada recentemente com o
recrudescimento de uma série de doenças específicas.
e) deixou de ser atendida porque a Organização Mundial da Saúde parou de perseguir os
preceitos defendidos pelas Declarações de Alma Alta e Astana.
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10. FGV - DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO - ADMINISTRAÇÃO DE


EMPRESAS – 2019
Texto 1
Uma revista de Educação mostrava o seguinte segmento:
“Os modelos pedagógicos de nossas escolas ainda são muito mais direcionados ao ensino
teórico para passar no funil do vestibular, obrigando os alunos a decorar fórmulas matemáticas,
afluentes de rios ou a morfologia dos insetos para ter depois seus conhecimentos testados e
avaliados por notas que não diferenciam as vocações ou interesses individuais. É uma avaliação
cruel, que prioriza a inteligência da decoreba ao invés da inteligência criativa”.

Entre as ideias defendidas no texto 1, a única que NÃO está presente é:


a) a criatividade deve ser priorizada nos modelos pedagógicos;
b) as notas dadas às provas não visam aos interesses pessoais;
c) o ensino teórico é uma decorrência dos exames vestibulares;
d) os exames vestibulares não avaliam com critérios válidos;
e) alguns tópicos tradicionais do ensino são inúteis nos exames vestibulares.

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11. FGV - DPE-RJ - TÉCNICO SUPERIOR ESPECIALIZADO - ADMINISTRAÇÃO DE
EMPRESAS – 2019
Texto 3
“Perseguido pelo branco, o negro no Brasil escondeu as suas crenças nos terreiros das
macumbas e dos candomblés. O folclore foi a válvula pela qual ele se comunicou com a
civilização branca, impregnando-a de maneira definitiva. As suas primitivas festas cíclicas – de
religião e magia, de amor, de guerra, de caça e de pesca... – entremostraram-se assim
disfarçadas e irreconhecíveis. O negro aproveitou as instituições aqui encontradas e por elas
canalizou o seu inconsciente ancestral: nos autos europeus e ameríndios do ciclo das janeiras,
nas festas populares, na música e na dança, no carnaval...”
(Luís da Câmara Cascudo. Antologia do folclore brasileiro - Volume I. São Paulo, Martins, 1956)

As festas cíclicas dos negros tornaram-se “irreconhecíveis”, segundo o texto 3, porque:


a) tratavam de assuntos não valorizados pelos brancos;
b) exploravam temas contrários ao catolicismo dominante;
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c) provinham dos terreiros das macumbas e dos candomblés;


d) procuravam escapar da tradição ancestral;
e) eram veiculadas por instituições portuguesas.

12. CESPE – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – 2019

90
No que concerne ao texto precedente, julgue o próximo item.
A afirmação de que alguns nomes põem nos olhos de seus donos “um azul que não possuem”
(ℓ. 4 e 5) contradiz a ideia de que os nomes definem não as qualidades reais de cada um, mas
o modo como os outros o veem.
Certo
Errado

13. CESPE – PGE - PE – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2019


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Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item que se
segue.
De acordo com o texto, o quadro de concentração de renda, de precarização das relações de
trabalho e de falta de direitos básicos como educação, saúde e moradia é resultado da
negligência estatal com relação às necessidades da população.
Certo
Errado

91
14. CESPE – PGE - PE – ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA – 2019
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A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos Com relação às ideias do texto CB2A1-I,
julgue o item a seguir.
De acordo com o texto, as sociedades deste século vivenciaram a substituição da agricultura e,
a partir disso, passaram a se submeter ao controle dos proprietários de veículos de informação.
Certo
Errado
92
15. CESPE – PGE - PE – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2019

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto apresentado, julgue o item que se
segue.
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Conforme o texto, a Terceira Revolução Industrial foi o evento histórico responsável por
transformar o empregado em simples mercadoria do processo de produção.
Certo
Errado

16. CESPE – SLU - DF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2019

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Com relação às ideias do texto CB1A1-III, julgue o item seguinte.
De acordo com o texto, quando estamos indignados e sozinhos, elaboramos mentalmente
grandes argumentações contra aquilo que definimos como alvo da nossa revolta.
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Certo
Errado

17. CESPE – PGM – CAMPO GRANDE – PROCURADOR MUNICIPAL – 2019

94
A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item que se segue.
A jurisdição constitucional está relacionada à conservação das bases estruturantes do Estado
democrático.
Certo
Errado

18. CESPE – PGE - PE – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2019


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A respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto precedente, julgue o item a seguir.
O texto indica que, de acordo com Axel Honneth, o conflito motiva o reconhecimento dos sujeitos
de direito, o que é condição básica para a preservação da sociedade.
Certo
Errado

95
Capítulo 26
(5ª edição)

INFERÊNCIA

Interpretar um texto é diferente de compreender. Interpretação é o mesmo que inferência,


dedução. Neste caso, você precisa ir um pouco além do que diz o texto, concluir com base no
que se leu.
PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS
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Em alguns textos aparecem informações implícitas, ou seja, não são expressas formalmente,
apenas são sugeridas pelo contexto ou por marcas linguísticas. Essas informações denomina-
se de pressupostos e subentendidos.

Os pressupostos são informações implícitas adicionais. O leitor compreende de forma mais


fácil essas informações por meio de palavras ou expressões presentes no texto.

Exemplo de pressuposto:
- Decidi praticar exercícios físicos.

Pressuposto: A pessoa antes não praticava exercícios físicos.

Subentendidos são informações escondidas, insinuações que dependem da interpretação do


leitor. Diferente dos pressupostos, não possuem marca linguística. Assim, precisam ser
deduzidos através do contexto comunicacional e também do conhecimento de mundo que o
leitor possui.

Exemplo de subentendido:
- Quando for sair de casa, não se esqueça de levar guarda-chuva.

Subentendido: Está chovendo lá fora.


96
QUESTÕES DE CONCURSO

1. FCC – TRF 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – 2019


Renato Janine Ribeiro: A velocidade ficou maior do que as pessoas conseguem alcançar.
Somos bombardeados diariamente sobre novidades na produção dohardware
e do software dos computadores. O indivíduo tem um computador e, em pouco tempo, é lançado
outro mais potente. Talvez em breve as pessoas se convençam de que não há necessidade de
uma renovação tão frequente. A grande maioria das pessoas usam bem pouco dos recursos de
seus computadores. Devemos sempre lembrar que as invenções existem para nos servir, e não
o contrário. Quer dizer, a demanda é que as pessoas se adaptem às máquinas, e não que as
máquinas se adaptem às pessoas.

Flávio Gikovate: Tenho a impressão de que isso não ocorre só com a tecnologia. Tenho
a sensação de que sempre chegamos tarde. As pessoas compram muitas coisas
desnecessárias. Veja o caso das roupas: só porque a cintura da calça subiu ou desceu
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ligeiramente, elas trocam todas as que possuíam. Trata-se de um movimento em que as pessoas
estão sempre devendo.
(Adaptado de: GIKOVATE, Flávio & RIBEIRO, Renato Janine. Nossa sorte, nosso norte.
Campinas: Papirus, 2012)
Depreende-se corretamente do texto:
A Ao se referir ao caso das roupas (2o parágrafo), o autor assinala que a indústria da moda
impõe estilos de beleza com os quais nem todos concordam.
B Com a afirmação de que isso não ocorre só com a tecnologia (2o parágrafo), critica-se o uso
inadequado dos recursos oferecidos pelos computadores.
C No segmento e não o contrário (1o parágrafo), o autor reforça a ideia de que as invenções
existem para servir às pessoas.
D Com o uso do termo bombardeados (1o parágrafo), o autor conclui que, se fosse possível, as
pessoas prefeririam ser menos dependentes da tecnologia.
E Ao mencionar a velocidade (1o parágrafo) dos dias de hoje, o autor enaltece a tendência da
indústria tecnológica de estar sempre à procura de ultrapassar a si mesma.

2. FCC – TRF 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – 2019


Seis de janeiro, Epifania ou Dia de Reis (em referência aos reis magos), fecha o ciclo natalino
que, entre os romanos, festejava o renascimento do sol depois do solstício de inverno (o dia mais
curto do ano).

97
Era uma festa de invocação do sol, pelo fim das noites invernais. Durante esses festejos
pagãos, os papéis sociais se confundiam. Havia troca de presentes e de identidades. O escravo
assumia o lugar de senhor, o homem se vestia de mulher − como se, para agradar à natureza,
tivéssemos de reconhecer a arbitrariedade das convenções culturais.
Nesse intervalo de poucos dias, o homem aceitava como natural o que por convenção as
relações sociais e de poder não permitiam. Ameaçado pelos caprichos da natureza, reconhecia
que as coisas são mais complexas do que estamos dispostos a ver.
É plausível que Shakespeare tenha escrito “Noite de Reis”, segundo Harold Bloom sua
comédia mais bem-sucedida, pensando nessa carnavalização solar, para comemorar a Epifania.
A peça conta a história de Viola e Sebastian, gêmeos que naufragam ao largo do que hoje seria
Croácia, Montenegro ou Albânia, e que no texto se chama Ilíria. Viola acredita que o irmão se
afogou. Ao oferecer seus serviços ao duque de Ilíria, ela se disfarça de homem, assumindo o
nome de Cesário. É o suficiente para pôr em andamento uma comédia de erros na qual as
identidades serão confrontadas com a relatividade das nossas convicções.
O sentido irônico do subtítulo da peça − “o que bem quiserem ou desejarem” − dá a entender
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que os desejos desafiam as convenções que os encobrem. As convenções se modificam


conforme a necessidade. Os desejos as contradizem. Identidade e desejo são muitas vezes
incompatíveis.
É o que reivindica a filósofa Rosi Braidotti. Braidotti critica a banalização dos discursos
identitários, uma incapacidade de lidar com a complexidade, análoga às soluções simplistas que
certos discursos contrapõem às contradições. Diante da complexidade, é natural seguir a ilusão
das respostas mais simples.
Sob a graça da comédia, Shakespeare trata da fluidez das identidades. Epifania tem a ver
com a luz, com o entendimento e a compreensão. Mas para voltar a ver e compreender é preciso
admitir que as contradições são parte constitutiva do mundo. A democracia, em sua imperfeição
e irrealização permanentes, depende disso.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br)
Depreende-se do texto que, durante os festejos romanos mencionados,
(A) havia troca de presentes entre senhores e escravos, cujos papéis sociais, entretanto, não se
confundiam.
(B) eram aceitas com naturalidade certas trocas de identidade habitualmente proibidas pela
organização social.
(C) pessoas do povo recuperavam tradições culturais que haviam sido abolidas pelas classes
dominantes.
(D) tradições religiosas eram temporariamente suspensas e retomadas após o solstício.

98
(E) ritos pagãos de veneração à natureza mesclavam-se a manifestações religiosas para
homenagear os reis magos.

3.FCC – TRF 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA – 2019


Seis de janeiro, Epifania ou Dia de Reis (em referência aos reis magos), fecha o ciclo
natalino que, entre os romanos, festejava o renascimento do sol depois do solstício de inverno
(o dia mais curto do ano).
Era uma festa de invocação do sol, pelo fim das noites invernais. Durante esses festejos
pagãos, os papéis sociais se confundiam. Havia troca de presentes e de identidades. O escravo
assumia o lugar de senhor, o homem se vestia de mulher − como se, para agradar à natureza,
tivéssemos de reconhecer a arbitrariedade das convenções culturais.
Nesse intervalo de poucos dias, o homem aceitava como natural o que por convenção
as relações sociais e de poder não permitiam. Ameaçado pelos caprichos da natureza,
reconhecia que as coisas são mais complexas do que estamos dispostos a ver.
É plausível que Shakespeare tenha escrito “Noite de Reis”, segundo Harold Bloom sua
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

comédia mais bem-sucedida, pensando nessa carnavalização solar, para comemorar a Epifania.
A peça conta a história de Viola e Sebastian, gêmeos que naufragam ao largo do que hoje seria
Croácia, Montenegro ou Albânia, e que no texto se chama Ilíria. Viola acredita que o irmão se
afogou. Ao oferecer seus serviços ao duque de Ilíria, ela se disfarça de homem, assumindo o
nome de Cesário. É o suficiente para pôr em andamento uma comédia de erros na qual as
identidades serão confrontadas com a relatividade das nossas convicções.
O sentido irônico do subtítulo da peça − “o que bem quiserem ou desejarem” − dá a entender
que os desejos desafiam as convenções que os encobrem. As convenções se modificam
conforme a necessidade. Os desejos as contradizem. Identidade e desejo são muitas vezes
incompatíveis.
É o que reivindica a filósofa Rosi Braidotti. Braidotti critica a banalização dos discursos
identitários, uma incapacidade de lidar com a complexidade, análoga às soluções simplistas que
certos discursos contrapõem às contradições. Diante da complexidade, é natural seguir a ilusão
das respostas mais simples.
Sob a graça da comédia, Shakespeare trata da fluidez das identidades. Epifania tem a ver
com a luz, com o entendimento e a compreensão. Mas para voltar a ver e compreender é preciso
admitir que as contradições são parte constitutiva do mundo. A democracia, em sua imperfeição
e irrealização permanentes, depende disso.
(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www1.folha.uol.com.br)
Depreende-se do contexto que a filósofa Rosi Braidotti, mencionada no 6º parágrafo,
(A) lança dúvida sobre a noção de que identidade e desejo possam ser conciliados.
99
(B) incentiva a busca de respostas simples para problemas intrincados.
(C) critica a simplificação de questões identitárias complexas.
(D) considera ilusória a complexidade dos discursos identitários.
(E) defende a ideia de que ao discurso devem corresponder ações práticas.

4. FCC – SEMEF MANAUS – TÉCNICO FAZENDÁRIO – 2019


1. La Lettre - O centésimo aniversário de Claude Lévi-Strauss e a grande atenção que suscita
revelam a posição excepcional que ocupa o autor de Tristes trópicos, uma das grandes figuras
do pensamento do século XX. Qual é o papel de Lévi-Strauss?
2. Eduardo Viveiros de Castro - Lévi-Strauss é um intelectual que excede amplamente o
quadro de sua disciplina, embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo.
Lévi-Strauss é uma referência de seu tempo.
3. La Lettre - Tristes trópicos se apresenta como um testemunho nostálgico de um mundo que
está em via de desaparecer, uma vez que a assim chamada civilização destrói a diversidade
cultural e os biótopos.
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4. Eduardo Viveiros de Castro - Lévi-Strauss parece pensar que a espécie está vivendo seus
últimos séculos, visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente. Nossa espécie já
enfrentou situações piores. Contudo, há motivo para inquietação. Como gerir a expansão
demográfica neste momento em que a superpopulação oferece um perigo para nós mesmos?
Talvez estejamos diante de um impasse antropológico, que é também biológico. A distinção entre
natureza e cultura se apagou: se havia dúvida sobre o fato de essas duas "ordens" estarem
imbricadas, agora não há mais. Vemos que a cultura é uma força natural, e que a natureza está
envolvida em redes culturais. Portanto, é absurdo tentar distingui-las.
Talvez sejamos a única espécie em risco de se extinguir sabendo disso de antemão.
Concomitantemente, no campo da ficção científica vai se desenvolvendo todo um imaginário em
torno da salvação da espécie. A ficção científica é a metafísica popular do nosso tempo, nossa
nova mitologia.
Lévi-Strauss insistia na convergência entre o pensamento selvagem e a vanguarda da ciência.
Parece que o mais primitivo e o mais avançado se juntam desde o auge da modernidade.
(Trecho adaptado de entrevista com Eduardo Viveiros de Castro. Disponível
em: www.scielo.br)
Infere-se corretamente do texto:
A A valorização da diversidade cultural configura-se como uma tentativa de reverter as
consequências negativas geradas pelos danos ao meio ambiente, uma vez que diferentes
soluções surgem de diferentes povos.

100
B Os avanços advindos das conquistas da alta tecnologia são capazes de conter as
consequências negativas suscitadas pelo excesso populacional que se presencia na atualidade.
C Com base no pressuposto de que a espécie humana já superou diversas adversidades, a obra
Tristes trópicos propõe que se busquem no passado soluções para as questões do presente.
D Direciona-se para o campo da ficção científica a necessidade de explicar aspectos da condição
humana atual e de vislumbrar soluções para problemas concretos com que depara a
humanidade.
E É necessário criar redes culturais capazes de controlar a intervenção humana no meio
ambiente, de modo a garantir a permanência da expansão demográfica.

5. FCC – SEFAZ – BA – AUDITOR FISCAL – 2019


A ciência moderna e a economia de mercado figuram entre as mais notáveis realizações
humanas. A Revolução Científica do século XVII e a Revolução Industrial do século XVIII foram
apenas o prelúdio do que viria em seguida - a revolução permanente dos últimos três séculos.
Ciência e mercado são apostas na liberdade: liberdade balizada por padrões impessoais de
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argumentação e validação de teorias no primeiro caso; e por regras que fixam os marcos dentro
dos quais a busca do ganho econômico por parte das pessoas é livre, no segundo. Por mais
brilhantes, entretanto, que sejam suas inegáveis conquistas, é preciso ter uma visão clara do
que podemos esperar que façam por nós: a ciência jamais aplacará a nossa fome de sentido, e
o mercado nada nos diz sobre a ética - como usar a nossa liberdade e o que fazer de nossas
vidas.
O sistema de mercado - baseado na propriedade privada, nas trocas voluntárias e na
formação de preços por meio de um processo competitivo reconhecidamente imperfeito - define
um conjunto de regras de convivência na vida prática. A regra de ouro do mercado estabelece
que a recompensa material dos seus participantes corresponderá ao valor monetário que os
demais estiverem dispostos a atribuir ao resultado de suas atividades: a remuneração de cada
um, portanto, não depende da intensidade dos seus desejos de consumo, do civismo de suas
ações, do seu mérito moral ou estético. Dependerá tão somente da disposição dos consumidores
em pagar, com parte do ganho do seu próprio trabalho, para ter acesso aos bens e serviços que
o outro oferece. Mas o mercado não decide, em nome dos que nele atuam, os resultados finais
da interação. Assim como a gramática não determina o teor das mensagens, mas apenas as
regras das trocas verbais, também o mercado não estabelece de antemão o que será feito e
escolhido pelos que dele participam.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras,
2016, edição digital)
Infere-se corretamente do texto:
101
A Apesar de se autorregular, o mercado oferece recompensas materiais desiguais aos
participantes do sistema, atreladas, proporcionalmente, à dedicação do indivíduo àquilo que é
do interesse da coletividade.
B Ao estabelecer uma comparação entre as conquistas capazes de melhorar as condições da
vida humana nos últimos séculos, o autor conclui que os benefícios da economia de mercado
são inferiores aos alcançados pela Revolução Industrial do século XVIII.
C Como ciência e mercado estão interligados, a primeira sofre restrições em sua liberdade de
ação, uma vez que só se validam teorias que atendam aos interesses do mercado, o qual, por
sua vez, visa ao lucro mesmo em detrimento do desenvolvimento científico.
D As conquistas alcançadas pelo sistema de mercado, no qual se estabelecem os preços de um
produto por meio de um processo competitivo, são limitadas, na medida em que as relações de
troca não estão atreladas a escolhas éticas nem nos ensinam de que modo usar nossa liberdade.
E Uma vez que se trata de um sistema meritocrático, o sistema de mercado beneficia os
indivíduos mais dedicados e munidos de maior motivação pessoal, cujo grande desejo de
consumo faz com que procurem superar suas dificuldades.
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6. FCC – TRF 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO –


2019
O poeta, quanto mais individual, mais universal, pois o homem, qualquer que seja o meio
e a época, só vem a compreender e amar o que é essencialmente humano. Embora, eu que o
diga, seja tão difícil ser assim autêntico. Às vezes assalta-me o terror de que todos os meus
poemas sejam apócrifos.
Se estas linhas estão te aborrecendo é porque és poeta mesmo. Modéstia à parte, as
digressões sobre poesia sempre me causaram tédio e perplexidade. A culpa é tua, que me
pediste conselho e me colocas na insustentável situação em que me vejo quando alunos dos
colégios vêm (por inocência ou maldade dos professores) fazer pesquisas com perguntas assim:
“O que é poesia? Por que se tornou poeta?”. A poesia é destas coisas que a gente faz mas não
diz.
Não sei como vem um poema. Às vezes uma palavra, uma frase ouvida, uma repentina
imagem que me ocorre nas ocasiões mais insólitas. A esta imagem respondem outras (em vez
de associações de ideias, associações de imagens; creio ter sido esta a verdadeira conquista
da poesia moderna). Não lhes oponho trancas nem barreiras. Vai tudo para o papel. Guardo o
papel, até que um dia o releio, já esquecido de tudo. Vem logo o trabalho de corte, pois noto o
que estava demais. Coisas que pareciam bonitinhas, mas que eram puro enfeite, coisas que
eram puro desenvolvimento lógico (um poema não é um teorema), tudo isso eu deito abaixo, até
ficar o essencial, isto é, o poema.
102
Um poema tanto mais belo é quanto mais parecido for com um cavalo. Por não ter nada de
mais nem nada de menos é que o cavalo é o mais belo ser da criação. Como vês, para isso é
preciso uma luta constante. A minha está durando a vida inteira. O desfecho é sempre incerto.
Sinto-me capaz de fazer um poema tão bom ou tão ruinzinho como aos dezessete anos.
(Adaptado de: QUINTANA, Mario. “Carta”. Melhores poemas. São Paulo: Global Editora, 2005,
edição digital)
Depreende-se do 3° parágrafo que, quanto ao fazer poético, o autor valoriza a
A crítica social.
B cadência rítmica.
C supressão do excesso.
D exposição das ideias.
E idealização utópica.

7. VUNESP - PREFEITURA DE ITAPEVI - AUDITOR FISCAL TRIBUTÁRIO – 2019


“Tire suas próprias conclusões”
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Essa é a frase que mais tenho ouvido recentemente. Passada a euforia de uma notícia
qualificada como “bomba”, logo os atores de uma das partes corriam a público para disponibilizar
a íntegra daquilo que antes foi veiculado em partes.
É preciso saber de tudo e entender de tudo. É preciso tirar as próprias conclusões para
não depender de ninguém, e é esse o grande e contraditório imperativo dos nossos tempos. É
uma ordem a uma experimentação libertária, e uma quase contradição do termo. O imperativo
que liberta também aprisiona: você só passa a ser, ou a pertencer, se tiver uma conclusão. Sobre
qualquer coisa.
Nas últimas décadas psicanalistas se debruçaram sobre as mudanças nos arranjos
produtivos e sociais de cada período histórico para compreender e nomear as formas de
sofrimento decorrentes delas. A revolução industrial, a divisão social do trabalho, a urbanização
desenfreada e as guerras, por exemplo, fizeram explodir o número de sujeitos impacientes,
irritadiços e perturbados com a velocidade das transformações e suas consequentes perdas de
referências simbólicas.
Pensando sobre o imperativo “Leia/Veja/Assista” e “Tire suas próprias conclusões”,
começo a desconfiar de que estamos diante de uma nova forma de sofrimento relacionado a um
mal-estar ainda não nomeado.
Afinal, que tipo de sujeito está surgindo de nossa nova organização social? O que a vida
em rede diz sobre as formas como nos relacionamos com o mundo? Que tipos de valores surgem
dali? E, finalmente, que tipo de sofrimento essa vida em rede tem causado?

103
Vou arriscar e sair correndo, já sob o risco de percorrer um campo que não é meu:
estamos vendo surgir o sujeito preso à ideia da obrigação de ter algo a dizer. Ao longo dos
séculos essa angústia era comum aos chamados formadores de opinião e artistas, responsáveis
por reinterpretar o mundo. Hoje basta ter um celular com conexão 3G para ser chamado a opinar
sobre qualquer coisa. Pensamos estar pensando mesmo quando estamos apenas terceirizando
convicções ao compartilhar aquilo que não escrevemos.
É uma nova versão de um conflito descrito por Clarice Lispector a respeito da insuficiência
da linguagem. Algo como: “Não só não consigo dizer o que penso como o que penso passa a
ser o que digo”. Se vivesse nas redes que atribuem a ela frases que jamais disse, o “dizer” e o
“pensar” teriam a interlocução de um outro verbo: “compartilhar”.
(Matheus Pichonelli, Carta Capital. 18.03.2016. www.cartacapital.com.br. Adaptado)
Da menção ao conflito descrito por Clarice Lispector, no último parágrafo, deduz-se o seguinte:
a) para o autor, Clarice Lispector estava equivocada ao ignorar a importância do “compartilhar”
como intermediário entre o “dizer” e o “pensar”.
b) ao se exprimir com exatidão o pensamento, a insuficiência da linguagem é superada, ainda
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que provisoriamente.
c) quando o pensamento é traduzido em palavras, e essas palavras são partilhadas, exaltam-se
os valores morais da sociedade.
d) não é possível expressar com exatidão o que pensamos, e nos iludimos ao crer que o que
dizemos equivale ao que pensamos.
e) o “pensar” adquire valor a partir do momento em que encontra um equivalente no “dizer” e
assume forma ao ser compartilhado.

8. VUNESP – SEDUC – SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – 2019

É correto concluir, da leitura da tira, que a resposta do pai a respeito do computador


A confunde o garoto, que passa a interrogar-se sobre a verdadeira razão para o pai omitir-se de
comprar-lhe o aparelho.
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B contraria o garoto, que via no computador a esperança de ter menos trabalho na elaboração
de suas atividades escolares.
C aborrece o garoto, que continua acreditando que o computador é fundamental para melhorar
seu rendimento escolar.
D satisfaz o garoto, que se convence de que o computador poderá auxiliá-lo melhor ainda do
que ele inicialmente imaginara.
E atenua as preocupações do garoto, que se convence de que o computador facilita a elaboração
dos trabalhos escolares.

9. VUNESP – CÂMARA DE PIRACICABA – SP – JORNALISTA – 2019


Com Bernardo, Lenine e Grassi, num sábado de outono, no Inhotim
“Sabe de uma coisa? Nós vivemos muito pouco”, disse Bernardo. Lenine tocou de leve em
seu antebraço, e concordou, emendando com uma história da Dona Terezinha, vizinha de seu
sítio no Vale das Videiras, em Petrópolis, onde instalou o seu orquidário. Ela tem uma sapucaia,
que produz um ouriço usado no cultivo de algumas espécies. Bateu na sua casa:
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– Dona Terezinha, eu vi que a senhora tem uma sapucaia. A senhora pode me ceder uma
muda? Preciso do ouriço para algumas orquídeas.
– Posso! Mas quem planta sou eu.
Dona Terezinha colheu a muda, levou, plantou, fez a reza e molhou. Ia embora, ouviu, pelas
costas:
– Dona Terezinha, muito obrigado. Mas quando é que vou poder colher o ouriço?
Pensou, coçou a cabeça, e... “daqui a uns 60 ou 70 anos, meu filho”.
Uma longa gargalhada explodiu na mesa. O show do Lenine em Inhotim, neste sábado,
trouxe um sopro de vida eterna ao ambiente. A conversa pausada, cheia de casos e histórias,
era observada por Grassi com atenção. Inhotim está vivo, cada vez mais vivo, era a mensagem,
era o astral no meio daquele paraíso que de perdido não tem nada.
Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:
– Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais
importante era rir.
E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um
pouco mais depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.
Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu,
luz e sombra bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou.
Retirado desde os últimos acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças.
Mas não desiste do sonho:

105
– Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que
acabaram com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que
não pode cancelar.
Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como
solução. Não adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim
tem, agora, responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela
tragédia.
(Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)
Uma leitura adequada do texto em sua totalidade permite concluir que o título
A chama a atenção para um encontro corriqueiro e de ocorrência sazonal.
B expõe uma crítica à indiferença dos artistas citados quanto à beleza natural de Inhotim.
C prenuncia um discurso impessoal sobre os atributos naturais de Inhotim.
D antecipa um depoimento de cunho intimista, baseado na memória do autor.
E destaca o encanto do autor diante da qualidade técnica do show de Lenine.
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10. FGV – DPE - RJ – TÉCNICO MÉDIO DE DEFENSORIA – 2019


A respeito de algumas tragédias que afetam o nosso país, o jornal O Globo, de 16/02/2019, fez
uma reportagem a que deu o título “Por que o Brasil repete as suas tragédias”.
Pelo título dado a essa reportagem, o leitor pode concluir que o texto deve:
A mostrar o desprezo das autoridades pelo ambiente natural;
B atribuir as culpas das últimas ocorrências;
C indicar as consequências dos desastres naturais;
D enumerar as tragédias ocorridas;
E responder à pergunta do título.

11. FGV – PREFEITURA DE SALVADOR – BA – ANALISTA - ARQUITETURA - 2019


Uma editora paulista, sob o título “Da semente ao livro”, publicou o texto a seguir.
“Plantar florestas. A madeira que serve de matéria-prima para nosso papel vem de plantio
renovável, ou seja, não é fruto de desmatamento. Essa prática gera milhares de empregos para
agricultores e ajuda a recuperar áreas ambientais degradadas.”
Esse texto publicitário pretende
(A) mostrar a perfeita organização da empresa.
(B) criar uma imagem positiva da empresa na população.
(C) indicar a razão do sucesso profissional da empresa.
(D) demonstrar que a proteção ambiental é uma exigência legal.
(E) destacar os prejuízos do desmatamento.
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12. FGV – DPE – RJ – TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO – 2019
Na orelha do livro “A Bíblia: uma biografia” (Rio de Janeiro: Jorge Zahar. Ed., 2007), aparece o
seguinte texto:
“A principal função da Bíblia, no entanto, ao longo de sua demorada gestação, não foi apoiar
doutrinas e crenças particulares [....]. A produção de uma escritura sagrada consistiu antes em
atividade contínua, um processo que buscava introduzir milhares de pessoas à transcendência”.

A informação abaixo que NÃO pode ser depreendida da leitura desse texto é:
(A) o termo “no entanto” indica que esse segmento não é a parte inicial do texto;
(B) o texto contraria a ideia de ser a Bíblia a base de apoio a doutrinas e crenças;
(C) o termo “antes” indica um momento anterior de produção da Bíblia;
(D) o termo “processo” retoma “atividade contínua”;
(E) o verbo “introduzir” se refere a uma nova atividade para as pessoas.
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13. FGV – BANESTES – ANALISTA ECONOMICO FINANCEIRO – GESTÃO CONTÁBIL -


2018
Texto 2
“A prefeitura da capital italiana anunciou que vai banir a circulação de carros a diesel no centro
a partir de 2024. O objetivo é reduzir a poluição, que contribui para a erosão dos monumentos”.
(Veja, 7/3/2018)
Há uma série de inferências possíveis a partir do texto 2; a única inferência inadequada é:
(A) os monumentos antigos de Roma são de grande importância para a cidade;
(B) os carros a diesel poluem mais que os carros a gasolina;
(C) no centro da cidade circula grande quantidade de veículos;
(D) o prazo dado para o banimento permite a adaptação dos fatores envolvidos;
(E) outros fatores prejudiciais aos monumentos, além da poluição, vão ser banidos de Roma.

14. FGV – BANESTES – ANALISTA ECONOMICO FINANCEIRO – GESTÃO CONTÁBIL -


2018
Observe a charge abaixo, publicada no momento da intervenção nas atividades de segurança
do Rio de Janeiro, em março de 2018.

107
Há uma série de informações implícitas na charge; NÃO pode, no entanto, ser inferida da imagem
e das frases a seguinte informação:
(A) a classe social mais alta está envolvida nos crimes cometidos no Rio;
(B) a tarefa da investigação criminal não está sendo bem-feita;
(C) a linguagem do personagem mostra intimidade com o interlocutor;
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(D) a presença do orelhão indica o atraso do local da charge;


(E) as imagens dos tanques de guerra denunciam a presença do Exército.

15. CESPE – SLU - DF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2019

Com relação às ideias do texto CB1A1-I, julgue o item a seguir.

108
Depreende-se do primeiro período do texto que Adílson dos Anjos habitualmente frequenta o
depósito de sucata eletrônica descrito no texto.
Certo
Errado

16. CESPE – PGE - PE – ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA – 2019


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Com relação às ideias do texto CB2A1-I, julgue o item a seguir.


Conclui-se do último parágrafo do texto que o sentimento de crise provocado pela sensação de
desorientação favorece um futuro prejudicial ao próprio sujeito em crise.
Certo
Errado

109
17. CESPE – PRF – POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL – 2019
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Julgue o seguinte item, a respeito das ideias e das construções linguísticas do texto apresentado.
Conclui-se do texto que, devido à abundância de recursos, nas sociedades tribais os indivíduos
não têm necessidade de separar as práticas laborais das outras atividades sociais.
Certo
Errado

110
18. CESPE – CGE - CE – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2019
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Infere-se do texto CB1A1-I que o narrador caracteriza Candeia como “quase nada” (l.1) e “morta”
(l.14) devido à
A) desesperança reinante no povoado.
B) impressão de abandono exibida pelo povoado.
C) inexistência de espaços de diversão no povoado.
D) desigualdade explícita em todos os cantos do povoado.
E) presença de pessoas mesquinhas e desgraçadas pelo povoado.

111
19. CESPE – SEFAZ - RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – 2019
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Infere-se do texto 1A3-I que a ação do Estado, com relação à política tributária, visa
A) ao provimento de receitas e também a finalidades econômicas e sociais.
B) à redução de tributos sobre empresas comprometidas com o desenvolvimento social.
C) ao aumento do lucro de empresas, com impacto sobre o crescimento do país.
D) ao estímulo do setor empresarial pela concessão de isenção do pagamento de impostos.
E) ao crescimento da livre concorrência, com aumento dos impostos aplicados a empresas.

112
Capítulo 25
(5ª edição)

COESÃO E COERÊNCIA

Coesão
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO
Coerência
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Coesão Passar a mensagem de forma organizada

Coerência Fazer sentido para o leitor

COESÃO

Organizar o texto de forma harmoniosa

Utilizar e dispor corretamente as palavras

Mecanismos de Coesão: Anáfora e Catáfora

Anáfora: retomada de um elemento no texto.


ENDOFÓRICAS
Catáfora: antecipação de um elemento no texto.

REFERÊNCIA

Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos.

Exemplo: João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal anafórica)
113
Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios.

Exemplo: Fiz todas as tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência. (Referência
demonstrativa catafórica)

Substituição: Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar
as repetições.

Exemplo: Ele estuda o dia inteiro. O estudo é seu passaporte para a vitória.

Elipse: Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido
através da elipse.

Exemplo: Maria trouxe as bebidas; José, a comida.


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Conjunção: A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.

Exemplo: Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa)

COESÃO LEXICAL

Utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou que pertencem a um mesmo


campo lexical.

Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A instituição está
literalmente caindo aos pedaços.

COERÊNCIA

Relação lógica das ideias de um texto

Exemplos: O relatório está pronto; porém o estou finalizando até agora. (processo verbal
acabado e inacabado)

114
DIFERENÇA ENTRE COESÃO E COERÊNCIA

COESÃO: articulação interna, questão gramatical.

COERÊNCIA: articulação externa, questão interpretativa.

QUESTÕES DE CONCURSO

1. FCC – TRF 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – AVALIADOR FEDERAL – 2019


O motorista do 8-100
Fui convidado por um colega da redação de jornal, outro dia, a ver um belo espetáculo.
Que eu estivesse pela manhã bem cedo junto ao último edifício da Avenida Rio Branco para
assistir à coleta de lixo. Fui. Vi chegar o caminhão 8-100 da Limpeza Urbana e saltarem os
ajudantes que se puseram a carregar e despejar as latas de lixo. Enquanto isso, que fazia o
motorista? O mesmo de toda manhã. Pegava um espanador e um pedaço de flanela, e fazia o
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seu carro ficar rebrilhando de beleza.


É costume dizer que a esperança é a última que morre. Nisso está uma das crueldades
da vida: a esperança vive à custa de mutilações. Vai minguando e secando devagar, se
despedindo dos pedaços de si mesma, se apequenando e empobrecendo, e no fim é tão
mesquinha e despojada que se reduz ao mais elementar instinto de sobrevivência e ao
conformismo.
Esse motorista, que limpa seu caminhão, não é um conformado, é o herói silencioso que
lança um protesto superior. A vida o obriga a catar lixo e imundície; ele aceita a sua missão, mas
a supera com esse protesto de beleza e dignidade. Muitos recebem com a mão suja os bens
mais excitantes e tentadores da vida; e as flores que vão colhendo no jardim de uma existência
fácil logo têm, presa em seus dedos frios, uma corrupção que as desmerece e avilta. O motorista
do caminhão 8-100 parece dizer aos homens da cidade: “O lixo é vosso: meus são estes metais
que brilham, meus são estes vidros que esplendem, minha é esta consciência limpa”.
(Adaptado de: BRAGA, Rubem. O homem rouco. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1963, p.
145-146)
Explora-se no texto o emprego de expressões que constituem uma oposição de sentido, tal
como se observa na relação entre
(A) um espanador e um pedaço de flanela / ficar rebrilhando de beleza (1o parágrafo).
(B) vive à custa de mutilações / se apequenando e empobrecendo (2o parágrafo).
(C) herói silencioso / lança um protesto superior (3o parágrafo).
(D) recebem com a mão suja / uma corrupção que as desmerece (3o parágrafo).
115
(E) A vida o obriga a catar lixo e imundície / protesto de beleza e dignidade (3o parágrafo).

2. FCC – TRF 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA – 2019


[Valores da propaganda]
Na sociedade moderna, a mesma voz que prega sobre as coisas superiores da vida, tais
como a arte, a amizade ou a religião, exorta o ouvinte a escolher uma determinada marca de
sabão. Os panfletos sobre como melhorar a linguagem, como compreender a música, como
ajudar-se etc. são escritos no mesmo estilo de propaganda que exalta as vantagens de um
laxativo. Na verdade, um redator hábil pode ter escrito qualquer um deles.
Na altamente desenvolvida divisão de trabalho, a expressão tornou-se um instrumento
utilizado pelos técnicos a serviço do mercado. Um romance é escrito tendo-se em mente as suas
possibilidades de filmagem, uma sinfonia ou poema são compostos com um olho no seu valor
de propaganda. Outrora pensava-se que cada expressão, palavra, grito ou gesto tivesse um
significado intrínseco; hoje é apenas um incidente em busca de visibilidade.
(Adaptado de: HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. Trad. Sebastião Uchoa Leite. Rio de
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976, p. 112)


No contexto, relacionam-se numa oposição de sentido os segmentos:
(A) exorta o ouvinte / exalta as vantagens (1o parágrafo).
(B) as coisas superiores da vida / como melhorar a linguagem (1o parágrafo).
(C) Um romance é escrito / uma sinfonia ou poema são compostos (2o parágrafo).
(D) instrumento utilizado pelos técnicos / valor de propaganda (2o parágrafo).
(E) um significado intrínseco / um incidente em busca de visibilidade (2o parágrafo).

3.FCC – PREFEITURA DE RECIFE – ANALISTA DE GESTÃO CONTÁBIL – 2019


[Cartas sem resposta]
Deixamos na terra natal, além de recordações plantadas no ar, pessoas de saúde frágil
e idade avançada, às quais prometemos que nossa visita não vai demorar. Mesquinhas
preocupações, cansaço, displicência, tédio de viajar por lugares muito sabidos, cisma de avião,
tudo isso e pequenos motivos nos afastam da nossa promessa. Acabamos escrevendo apenas
cartas. Cartas, cartas! Repetem mecanicamente um carinho que devia ser cálido e físico,
carregam abstrações, sombra de beijos, não beijos. E chega um dia em que já não recebemos
cartas em resposta às que continuamos a mandar.
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond. Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012, p. 167/168)
Expressa-se no texto uma clara oposição de sentido entre os elementos:
(A) recordações plantadas no ar / pessoas de saúde frágil
116
(B) Mesquinhas preocupações / tédio de viajar
(C) cálido e físico / sombra de beijos
(D) Repetem mecanicamente / carregam abstrações
(E) displicência / pequenos motivos

4. FCC – SEMEF MANAUS – ASSISTENTE TÉCNICO EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


– 2019
Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência. Ficamos reféns da superficialidade. (5º
parágrafo)
Mantendo as relações de sentido e a correção, as frases acima podem ser articuladas em um
único período do seguinte modo:
(A) Ao ficarem reféns da superficialidade, uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência.
(B) Embora ficamos reféns da superficialidade, uma enxurrada de estímulos dispersa a
inteligência.
(C) Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência: contudo, ficamos reféns da
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

superficialidade.
(D) Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência, de modo que ficamos reféns da
superficialidade.
(E) Conforme se ficam reféns da superficialidade, cuja enxurrada de estímulos dispersa a
inteligência.

5. FCC – TRF 4ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2019


Foi a capacidade de [...] agir no presente tendo em vista o futuro que nos tirou da condição de
animais errantes. (3o parágrafo)
Uma redação alternativa para o trecho acima, escrita com correção e lógica, está em:
A Uma vez que tivéssemos tido a capacidade de vislumbrar o futuro, ao tomarmos uma decisão
no presente, deixemos a condição de animais errantes.
B Por termos tido a capacidade de agir no presente visando o futuro, viemos a sermos tirados
da condição de animais errantes.
C Em razão da capacidade de considerar o futuro ao agir no presente, deixamos a condição de
animais errantes.
D Conforme a capacidade de agir, no presente com olhos postos no futuro, teremos sido tirados
da condição de animais errantes.
E À medida que tivermos a capacidade de agir no presente considerando o futuro, sairíamos da
condição de animais errantes.

117
6. FCC – PREFEITURA DE RECIFE – ASSISTENTE DE GESTÃO PÚBLICA - 2019
Plataformas digitais possibilitam acesso, abertura e transparência às operações de governos
locais / e provavelmente irão mudar a forma como os governos interagem com as pessoas. (4o
parágrafo)
Entre as ideias separadas por barra nessa passagem do texto, se estabelece relação de,
respectivamente,
(A) causa e consequência.
(B) condição e conformidade.
(C) finalidade e comparação.
(D) concessão e adição.
(E) modo e tempo.

7. FCC – DETRAN – SP – OFICIAL ESTADUAL DE TRÂNSITO – 2019


nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

Conversas movimentadas
É muito comum que logo pela manhã, nas grandes cidades, a conversa entre
colegas de trabalho se inicie por frases que aludam aos congestionamentos enfrentados no
caminho, ou à surpresa de o trânsito naquela praça não estar inteiramente prejudicado, ou então
– milagre dos milagres! − ao fato inexplicável de como dessa vez não demorou quase nada a
travessia da famosa ponte. Tais assuntos dominam as conversas, determinam o humor;
representam-se nelas o pequeno drama, a ansiedade, a aflição ou o desespero que vivem os
habitantes das metrópoles.
É um assunto tão invasivo quanto obrigatório, do qual não se pode fugir. A simples
locomoção de um lugar para outro reedita, a cada dia, a façanha que é o ir e o vir nas grandes
cidades, o desafio que está na chamada “mobilidade urbana”, designação do conjunto de fatores
que condicionam a movimentação dos indivíduos no espaço público. A mobilidade urbana tem
enorme importância para a qualidade de vida da população. Não se trata, simplesmente, da
movimentação mecânica de um lugar para outro; trata-se do modo pelo qual ela ocorre, de seus
efeitos no cotidiano, da fixação de prazos e horários de trabalho e lazer, do humor dos indivíduos,
dos prazeres e desprazeres que acarreta.
Falar do trânsito, sobretudo de suas dificuldades que parecem fatais, torna-se, assim,
mais do que um papo corriqueiro: vira uma espécie de senha familiar pela qual todos se
reconhecem, um motivo para se reafirmar aquela cumplicidade solidária que os problemas
comuns provocam nas criaturas. Um considerável salto civilizatório se dará quando as pessoas,

118
no começo do dia de trabalho, não tiverem do que se queixar quanto à sua mobilidade, e
puderem tratar de outros assuntos que melhor as congreguem.
(Salustino Penteado, inédito)
Constituem uma relação de causa e consequência, nessa ordem, os segmentos:
(A) aludam aos congestionamentos / ou à surpresa (1o parágrafo).
(B) assunto tão invasivo / quanto obrigatório (2o parágrafo).
(C) movimentação mecânica / de um lugar para outro (2o parágrafo).
(D) dos prazeres / e desprazeres que acarreta (2o parágrafo).
(E) problemas comuns / cumplicidade solidária (3o parágrafo).

8. FCC – SEFAZ – MANAUS – TÉCNICO FAZENDÁRIO – 2019


A corrida armamentista do consumo
Imagine uma corrida em que os contendores se afastam cada vez mais do objetivo pelo qual
competem. A corrida armamentista tem dinâmica e propriedades conhecidas: um país decide se
armar; os países vizinhos sentem-se vulneráveis e decidem fazer o mesmo a fim de não ficarem
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defasados; sua reação, porém, deflagra uma nova rodada de investimento bélico no primeiro
país, o que obriga os demais a seguirem outra vez os seus passos. A escalada armamentista
leva os participantes a dedicarem uma parcela crescente de sua renda e trabalho à garantia da
segurança externa, mas o resultado é o contrário do pretendido.
A corrida do consumo tem uma lógica semelhante à da corrida armamentista. Nenhum
consumidor é uma ilha: existe uma forte e intrincada interdependência entre os anseios de
consumo das pessoas. Aquilo que cada uma delas sente que “precisa” ou “não pode viver sem”
depende não só dos seus “reais desejos e necessidades”, mas também, e talvez sobretudo, ao
menos nas sociedades mais afluentes, daquilo que os outros ao seu redor possuem. A cada vez
que um novo artigo de consumo é introduzido no mercado, o equilíbrio se rompe e o desconforto
causado pela percepção da falta impele à ação reativa da compra do bem.
Em ambas as corridas - a armamentista e a do consumo - a lógica da situação obriga a todos
a correrem cada vez mais, como hamsters confinados a esferas rotatórias, para não sair do
lugar.
(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras,
2016, p. 102-103)
Expressam-se como uma causa e sua consequência, nessa ordem, os seguintes segmentos:
(A) A corrida armamentista tem dinâmica e propriedades conhecidas / um país decide se armar
(1o parágrafo)
(B) A corrida do consumo tem uma lógica / semelhante à da corrida armamentista (2o parágrafo)

119
(C) Aquilo que cada uma delas sente que “precisa” / depende não só dos seus “reais desejos e
necessidades” (2o parágrafo)
(D) um novo artigo de consumo é introduzido no mercado / o equilíbrio se rompe (2o parágrafo)
(E) a correrem cada vez mais / confinados a esferas rotatórias (3o parágrafo)

9.FCC – PREFEITURA DE RECIFE – ASSISTENET DE GESTÃO CONTÁBIL – 2019


Mas o sucesso tem sempre um custo - e as cidades não são exceção, segundo análise
do Fórum Econômico Mundial. Padrões insustentáveis de consumo, degradação ambiental e
desigualdade persistente são alguns dos problemas das cidades modernas. Recentemente,
entraram na equação as consequências da transformação digital. Há quem fale sobre uma futura
desurbanização. Mas os especialistas consultados pelo Fórum descartam essa possibilidade.
Preferem discorrer sobre como as cidades vão se adaptar à era da digitalização e como vão
moldar a economia mundial.
Há quem fale sobre uma futura desurbanização. Mas os especialistas [...] descartam essa
possibilidade. (2° parágrafo)
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Esse trecho está reescrito com o sentido preservado, em linhas gerais, em:
(A) Há quem defenda uma futura desurbanização, mesmo quando os especialistas [...]
contestem sua eficácia.
(B) Há quem antecipe uma futura desurbanização, em contrapartida, os especialistas [...]
corroboram essa possibilidade.
(C) Há quem espera uma futura desurbanização, os especialistas [...] não a consideram
conveniente.
(D) Há quem cogite uma futura desurbanização; hipótese que os especialistas [...], contudo,
rejeitam.
(E) Há quem refute uma futura desurbanização; os especialistas [...] a concebem como
irrefreável, no entanto.

10. VUNESP – PREFEITURA DE VALINHOS – VICE-DIRETOR – UNIDADE EDUCACIONAL


– 2019
Não sei a sua, mas a minha memória, quando precisa trabalhar em minha própria causa,
é preguiçosa, lenta, finge que não é com ela. Minha força de vontade, então, coitada, é uma
comédia de mau gosto, boa em me deixar envergonhada, dá uma novela o que eu já passei com
ela. Por outro lado, nunca me esqueci dos horários dos remédios dos meus filhos. Nunca atrasei
para cumprir um prazo da minha agenda profissional, e, menos ainda, deixei sem fazer qualquer
uma das tarefas no trabalho ou em casa. Para as responsabilidades do ganha-pão e dos

120
compromissos com a família, não me permito errar. Sou pontual. Com todos menos comigo. É
assim, comigo eu falho mesmo.
São exemplos bobos, mas refletem a fragilidade de nossos impulsos, sentimentos,
decisões. Mas, principalmente, mostram a falta de amor, carinho e afeto com nós próprios. E a
vida vai passando e você vai se esquecendo disso, abandonando, pouco a pouco, a si mesma.
Tudo e todos são importantes e merecem o seu tempo, a sua disposição, o seu sorriso. Tem
dias, sinceramente, que não dou nem um sorriso para mim. À noite, desmonto morta na cama.
Meus pés pedem um carinho, um toque, massagem. Estou cansada demais para atendê-los.
Bem na hora que seria deles, os heróis que me carregaram o dia todo, eu não tenho mais forças.
Vou dormir sem esse deleite, não me mexo em busca de algo tão simples. Tão fácil.
Mas é preciso lembrar que temos direito a esses rituais de agrado, aconchego, bem-estar
e acolhida. Não é uma crônica para narcisos. É uma crônica para quem não se ama da forma
como deveria se amar, se respeitar, se bem querer. Para quem se esqueceu...
Portanto, hoje, ainda, sente-se no sofá e esfregue seus pezinhos com um creme bem
cheiroso. E não ligue para o que vão dizer. Apenas se ame.
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(Elma E. Bassan Mendes. Eu me amo? Diário da Região, 23.02.2019. Adaptado)

A alternativa cujo enunciado reescreve corretamente uma passagem do texto, sem prejuízo do
sentido original, é:
A São exemplos bobos que, entretanto, refletem a fragilidade de nossos impulsos, sentimentos,
decisões. (2º parágrafo)
B E a vida vai passando assim que você vai se esquecendo disso, abandonando, pouco a pouco,
a si mesma. (2º parágrafo)
C Porém, hoje, ainda, sente-se no sofá e esfregue seus pezinhos com um creme bem cheiroso.
Ou seja: não ligue para o que vão dizer. Apenas se ame. (4º parágrafo)
D Minha força de vontade, portanto, coitada, é uma comédia de mau gosto, boa em me deixar
envergonhada... (1º parágrafo)
E Por consequência, nunca me esqueci dos horários dos remédios dos meus filhos. (1º
parágrafo)

11. VUNESP – CÂMARA DE PIRACICABA – SP – AGENTE ADMINISTRATIVO – 2019


Humanoide perde a vez entre robôs
Discretamente, o Google está reformulando seu ambicioso programa de robótica.
Lançado em 2013, o projeto incluía duas equipes especializadas em máquinas que pareciam e
se moviam como seres humanos. No entanto, pouco sobrou desse projeto. A proposta agora é
de usar robôs mais simples, que possam aprender por si mesmos certas habilidades.
121
“O New York Times” foi o primeiro jornal a conhecer parte da tecnologia na qual a
companhia vem trabalhando. Embora as máquinas não sejam tão atraentes visualmente quanto
os robôs humanoides, os pesquisadores acreditam que a tecnologia sutilmente mais avançada
no interior delas tem mais potencial no mundo real. Os robôs aprendem sozinhos habilidades
como organizar um conjunto de objetos não familiares ou locomover-se no meio de obstáculos
inesperados.
Muitos acreditam que o aprendizado de máquinas – e não a criação de novos
equipamentos extravagantes – será a chave para o desenvolvimento da robótica voltada para
manufatura, automação de depósitos de materiais, transporte e outras atividades.
Numa tarde no novo laboratório, um braço robótico pairava sobre uma lata cheia de bolas
de pingue-pongue, cubos de madeira, bananas de plástico e outros objetos escolhidos ao acaso.
Em meio a essa confusão, o braço robótico pegou com dois dedos uma banana de plástico e,
com um suave movimento de punho, jogou-a numa lata menor que estava a vários centímetros
de distância. Foi um feito admirável.
Na primeira vez que viu os objetos, o braço não sabia como pegar uma única peça. Porém,
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equipado com uma câmera que “olhava” dentro da lata, o sistema aprendeu depois de 14 horas
de tentativa e erro.
O braço mais tarde aprendeu a jogar itens nas latas certas, com 85% de acerto. Quando
os pesquisadores tentaram executar a mesma tarefa, a média foi de 80%. Parece uma tarefa
muito simples, todavia criar um código de computador para dizer a uma máquina como fazer isso
é algo extremamente difícil.
O braço que joga objetos numa lata não é uma máquina desenhada pelos pesquisadores.
Fabricado pela Universal Robots, ele é comumente usado em manufatura e outras atividades. O
que o Google está fazendo é treiná-lo para que faça coisas que, de outro modo, ele não faria.
“O aprendizado está nos ajudando a superar o desafio de construir robôs de baixo custo”, diz
Vikash Kumar, supervisor do projeto.
(Cade Metz. The New York Times. Publicado pelo jornal O Estado de São Paulo em 14.04.2019.
Tradução de Roberto Muniz. Adaptado)
Assinale a alternativa em que o trecho do quarto parágrafo está reescrito preservando-se o
sentido original do texto.
A Em meio a essa confusão, o braço robótico pegou com dois dedos... → Em meio à negligência
dos pesquisadores, o robô pegou com dois dedos
B ... com um suave movimento de punho, jogou-a numa lata...→movimentando suavemente o
punho, atirou-a em uma lata
C ... jogou-a numa lata menor que estava a vários centímetros de distância. →jogou-a a uma
certa distância em uma lata de vários centímetros
122
D ... o braço não sabia como pegar uma única peça. →o braço somente conseguia pegar uma
peça por vez
E Porém, equipado com uma câmera que “olhava” dentro da lata... →Mas, equipado com uma
câmera que, dentro da lata, “olhava” ao redor

12. VUNESP – CÂMARA DE PIRACICABA – SP – AGENTE ADMINISTRATIVO – 2019


Assinale a alternativa cujo verso expressa uma aparente contradição.
A Quanto mais fecho os olhos mais te vejo
B Humildemente, atrás de ti rastejo
C Sei que jamais hei de possuir-te, sei
D Enlaçará teu virgem corpo em flor
E Meu coração no entanto não se cansa

13. VUNESP – CÂMARA DE PIRACICABA – SP – JORNALISTA – 2019


Ao filósofo americano Daniel Dennett, os editores da revista Edge perguntaram: “Em
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2013, o que deve nos preocupar?”. Ele contou que em 1980 se temia que a revolução do
computador aumentasse a distância entre os países ricos “do Ocidente” e os países pobres, que
não teriam acesso à nova tecnologia e a seus aparelhos. A verdade é que a informática criou
fortunas enormes, mas permitiu também a mais profunda disseminação niveladora da tecnologia
que já se viu na história. “Celulares e laptops e, agora, smartphones e tablets puseram a
conectividade nas mãos de bilhões”, afirmou Dennett.
O planeta, segundo o filósofo, ficou mais transparente na informação como ninguém
imaginaria há 40 anos. Isso é maravilhoso, disse Dennett, mas não é o paraíso. E citou a lista
daquilo com que devemos nos preocupar: ficamos dependentes e vulneráveis neste novo
mundo, com ameaças à segurança e à privacidade. E sobre as desigualdades, ele disse que
Golias ainda não caiu; milhares de Davis*, porém, estão rapidamente aprendendo o que
precisam. Os “de baixo” têm agora meios para confrontar os “de cima”. O conselho do filósofo é
que os ricos devem começar a pensar em como reduzir as distâncias criadas pelo poder e pela
riqueza de poucos.
* referência ao episódio bíblico em que Davi, aparentemente mais fraco, derrota o gigante Golias.
(Míriam Leitão. História do futuro: o horizonte do Brasil no século XXI. Rio de Janeiro, Intrínseca,
2015)
A expressão que apresenta sentido correspondente ao de desigualdades, no texto, é:
A revolução do computador. (1° parágrafo)
B disseminação niveladora da tecnologia. (1° parágrafo)
C conectividade nas mãos de bilhões. (1º parágrafo)
123
D ameaças à segurança e à privacidade. (2° parágrafo)
E distâncias criadas pelo poder e pela riqueza de poucos. (2° parágrafo)

14. VUNESP – CÂMARA DE PIRACICABA – SP – JORNALISTA – 2019


[...]
Lembrando a polêmica sobre a filosofia, Lenine mandou:
– Aristóteles jogou a toalha. No final da vida, depois de tanta filosofia, escreveu que o mais
importante era rir.
E se o riso precede a felicidade e, com ela, os hormônios da longevidade, viveremos um
pouco mais depois deste sábado musical e iluminado de outono, em Inhotim.
Com a noite chegando, os corações se juntaram naquela mesa. A vegetação nos acolheu,
luz e sombra bordando os contrastes, pensamentos voando. Um sombrio Bernardo se revelou.
Retirado desde os últimos acontecimentos, vive serenando as reflexões, salvando lembranças.
Mas não desiste do sonho:
– Com o rompimento da barragem, tivemos que reduzir custos. Outro dia descobri que
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acabaram com o Coral e a Orquestra formada por gente da região. Mandei voltar. Tem coisa que
não pode cancelar.
Bernardo, neste ponto, se afasta da gestão e olha para a transcendência da arte como
solução. Não adianta cortar custo de coisas que são para sempre. Música, canto, arte. O Inhotim
tem, agora, responsabilidade dobrada: a revitalização de toda uma região devastada pela
tragédia.
(Afonso Borges. https://blogs.oglobo.globo.com, 28.04.2019. Adaptado)
Com relação ao conteúdo que o antecede no penúltimo parágrafo, o comentário – Tem coisa
que não pode cancelar. – exprime uma
A justificativa.
B ressalva.
C síntese.
D consequência.
E concessão.

124
15. VUNESP – PREFEITURA DE ARUJÁ – SP – OFICIAL ADMINISTRATIVO – 2019

No contexto dos quadrinhos, os conteúdos expressos nas frases “Comi uma feijoada” e
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“Queimação no estômago” estabelecem entre si uma relação de


A alternância.
B concomitância.
C equivalência.
D causa e efeito.
E modo e finalidade.

16. VUNESP – PREFEITURA DE CAMPINAS – SP – ENFERMEIRO – 2019


Considere o seguinte trecho:
Como havia várias outras sugestões, meu pai resolveu escrever todos os nomes em
pedacinhos de papel que, depois de dobrados, ele jogou na copa de meu pequeno chapéu de
explorador e me deu para tirar na sorte. Saiu o da minha escolha. Meu pai então pôs um ar
resignado que era uma ordem para que todos também se resignassem e disse: “Pronto. Agora
tem que ser Maria Bethânia”.
E saiu para registrar a recém-nascida com esse nome.
As formas verbais destacadas organizam-se sequencialmente estabelecendo entre si uma
relação de
(A) causa e efeito.
(B) alegação e retificação.
(C) afirmação e refutação.
(D) hipótese e comprovação.
125
(E) condição e alternância.

17. FGV – TJCE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA TÉCNICO ADMINISTRATIVA - 2019


“Amai a justiça, / vós que julgais a terra”.
Considerando que esse pensamento é composto por dois segmentos (separados por uma barra
inclinada), sobre a sua estrutura, é correto afirmar que:
(A) o segundo segmento identifica a quem se refere o imperativo presente no primeiro segmento;
(B) o segundo segmento mostra a causa da afirmação contida no primeiro segmento;
(C) o segundo segmento explica o segmento anterior;
(D) o primeiro segmento indica a condição de o segundo segmento ser realizado;
(E) o primeiro segmento apresenta a consequência da ação presente no segundo.

18. FGV – TJCE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA TÉCNICO ADMINISTRATIVA - 2019


“Excesso de direito, excesso de injustiça”.
A forma adequada de indicar-se de modo mais explícito a relação lógica desse pensamento é:
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

(A) Se houver excesso de direito, haverá excesso de injustiça;


(B) O excesso de direito é sempre seguido do excesso de injustiça;
(C) Em havendo excesso de direito, desaparecerá o excesso de injustiça;
(D) O excesso de direito ocorre em função do excesso de injustiça;
(E) Quanto menor o excesso de direito, maior o excesso de injustiça.

19. FGV – TJCE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA TÉCNICO ADMINISTRATIVA – 2019


“Nunca serei juiz. Neste grande vale onde a espécie humana nasce, vive, morre, se reproduz,
se cansa, e depois volta a morrer, sem saber como nem por quê, distingo apenas felizardos e
desventurados”.
Nessa frase do escritor italiano Ugo Foscolo, a função do segundo período é:
(A) contradizer o primeiro;
(B) explicar melhor o que é dito antes de forma vaga;
(C) repetir o mesmo pensamento já dito;
(D) justificar a declaração anterior;
(E) argumentar contra o primeiro período.

20. FGV – TJCE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA TÉCNICO ADMINISTRATIVA – 2019


“Quando se julga por indução e sem o necessário conhecimento dos fatos, às vezes chega-se
a ser injusto até mesmo com os malfeitores”.

126
Indução é um processo lógico que parte do particular para o geral, como ocorre no seguinte
raciocínio:
(A) Todos os dias o metrô está cheio; hoje deve estar também;
(B) Após as chuvas, as ruas ficam alagadas; hoje deve ter chovido durante toda a noite;
(C) A torcida do Corinthians está presente em todos os jogos; domingo não deve ser diferente;
(D) O estacionamento do restaurante está cheio de carros; o lucro desse restaurante deve ser
alto;
(E) Os carros brasileiros ainda mostram deficiências; o meu automóvel enguiçou ontem.

21. FGV – TJCE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2019


Uma das leis da textualidade é a coerência; a frase abaixo em que a coerência está presente
é:
(A) Antes do Código Penal não existiam crimes;
(B) As prisões ensinam a recuperação imoral a criminosos;
(C) Desejo ser incluído fora desse julgamento;
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(D) Ter má fama quando morto não importa;


(E) Passar muito tempo estudando é preguiça.

22. FGV – TJCE – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2019


“Em minha casa e em todo outro lugar aprende-se apenas com quem se ama”; nessa frase, o
vocábulo de valor geral “lugar” substitui um vocábulo de valor específico “casa”.
A mesma situação ocorre, respectivamente, com o seguinte par de palavras:
(A) sala / cômodo;
(B) luz / calor;
(C) tangerina / mexerica;
(D) tecnologia / computador;
(E) líquido / refeição.

23. FGV – PREFEITURA DE SALVADOR – PROFESSOR - PORTUGUÊS - 2019


Das alternativas abaixo, aquela em que o termo destacado exemplifica o recurso de coesão
referencial pronominal exofórica é:
A Você não sabe o que é ter um amor.
B A situação econômica do Brasil, hoje, está difícil.
C Você tem amizade por João, mas ele não é seu amigo.
D Aqui está fazendo muito frio!
E Os estrangeiros são bem-vindos, mas eles devem trabalhar.
127
24. CESPE – TJPR – SERVIDOR – 2019

No primeiro parágrafo do texto 1A1-II, o trecho “Muitas vezes o mundo acaba em silêncio, ou
fazendo um barulho leve de folha” (R. 4 e 5) constitui
A uma afirmação que resume as ideias expressas no período seguinte.
B uma condição para que ocorra o que é expresso no período seguinte.
C uma informação que expressa a finalidade do que se afirma no período imediatamente
anterior.
D um fato que contraria a ideia expressa no período imediatamente anterior.
E um argumento que reforça a informação expressa no período imediatamente anterior.
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25. CESPE – PGE – PE – ANALISTA JUDICIÁRIO DE PROCURADORIA – 2019

Considerando os mecanismos de coesão e os sentidos do texto CB2A1-I, julgue o item seguinte.


A expressão “tudo isso” (l.9) retoma, por coesão, todos os termos que a precedem no período.
Certo
Errado

128
26. CESPE – SLU – DF – CONHECIMENTOS BÁSICOS – 2019

A respeito dos sentidos e dos aspectos linguísticos do texto CB1A1-III, julgue o item subsecutivo.
O deslocamento do termo “furiosa” (ℓ.8) para imediatamente após a forma verbal “levantou-se”
(ℓ.9) manteria a coerência do texto.
Certo
Errado
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27. CESPE – SEFAZ – RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – 2019

No que concerne ao texto precedente, julgue o próximo item.


A afirmação de que alguns nomes põem nos olhos de seus donos “um azul que não possuem”
(ℓ. 4 e 5) contradiz a ideia de que os nomes definem não as qualidades reais de cada um, mas
o modo como os outros o veem.
Certo
Errado

129
28. CESPE – SEFAZ – RS – AUDITOR FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – 2019

Cada uma das opções a seguir apresenta trecho do texto 1A11-I seguido de uma proposta de
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

reescrita. Assinale a opção cuja proposta preserva os sentidos do texto e suas relações coesivas.
A “distante ano” (ℓ.2): ano distante
B “desconhecido compositor” (ℓ.4): compositor desconhecido
C “público refinado” (ℓ.7): refinado público
D “músico menor” (ℓ.14): menor músico
E “desprezo coletivo” (ℓ.12): coletivo desprezo

130
GABARITOS

Tipologia Textual
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
A A D D C ERRADO B CERTO E CERTO CERTO
12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
E E A C A E D E D B B

Treinamento De Questões De Tipologia Textual


1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E B E B B E CERTO ERRADO CERTO CERTO
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
E B B B E C D A A C
nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem nuvem

Estruturação Argumentativa
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
B C A B B D E A D A B C A C D

Recorrência
1 2 3 4 5 6 7 8 9
D C D A A B E A A
10 11 12 13 14 15 16 17 18
E E ERRADO ERRADO ERRADO ERRADO CERTO CERTO CERTO

Inferência
1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 1 1 1 1 15 16 17 1 1
0 1 2 3 4 8 9
C B C D D C D B D E B C E D CERT CERT ERRAD B A
O O O

131

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