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Deputados
LEGISLAÇÃO
SOBRE PESSOA
COM DEFICIÊNCIA
10ª EDIÇÃO
INCLUI
Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI)
Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência (Nova York, 2007)
Tratado de Marraqueche (Marraqueche, 2013)
Lei do Atendimento Prioritário
Lei da Acessibilidade
Lei da Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Lei do Cão-Guia
Lei Berenice Piana
Lei Orgânica da Assistência Social (Loas)
Lei dos Portadores de Deficiência
Lei do Passe Livre Interestadual para Pessoa
Portadora de Deficiência
Lei da Reforma Psiquiátrica
Lei Romeo Mion
edições
câmara
Câmara dos Deputados
56ª Legislatura | 2019-2023
Presidente
Arthur Lira
1º Vice-Presidente
Lincoln Portela
2º Vice-Presidente
André de Paula
1º Secretário
Odair Cunha
2ª Secretária
Marília Arraes
3ª Secretária
Geovânia de Sá
4ª Secretária
Rosangela Gomes
Suplentes de secretários
1º Suplente
Eduardo Bismarck
2º Suplente
Gilberto Nascimento
3º Suplente
Alexandre Leite
4º Suplente
Cássio Andrade
Secretário-Geral da Mesa
Ruthier de Sousa Silva
Diretor-Geral
Celso de Barros Correia Neto
Câmara dos
Deputados
LEGISLAÇÃO
SOBRE PESSOA
COM DEFICIÊNCIA
10ª EDIÇÃO
edições
câmara
Câmara dos Deputados
Diretoria Legislativa: Luciana da Silva Teixeira
Consultoria Legislativa: Geraldo Magela Leite
Centro de Documentação e Informação: Maria Raquel Mesquita Melo
Coordenação Edições Câmara: Ana Lígia Mendes
Coordenação de Organização da Informação Legislativa: Daniel Shim de Sousa Esashika
Nota do editor: as normas legais constantes desta publicação foram consultadas no Sistema de
Legislação Informatizada (Legin) da Câmara dos Deputados.
Série Legislação
n. 6 e-book
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.
Bibliotecária: Débora Machado de Toledo – CRB1: 1303
Legislação sobre pessoa com deficiência [recurso eletrônico] / Symone Maria Bonfim (organizadora).
– 10. ed. -- Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2022. -- (Série legislação ; n. 6)
Versão e-book.
“Edição atualizada até 27/6/2022”.
Título até 7. ed. : Legislação brasileira sobre pessoas com deficiência.
Modo de acesso: livraria.camara.leg.br
Disponível, também, em formato impresso.
ISBN 978-85-402-0836-0
1. Pessoa com deficiência, legislação, Brasil. 2. Inclusão social, legislação, Brasil. 3. Direitos e
garantias individuais, Brasil. I. Bonfim, Symone Maria. II. Série.
CDU 364-056.26(81)(094)
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (NOVA YORK, 2007)������������������������14
1 Consultora legislativa da Câmara dos Deputados com atuação na área XXI (previdência, assistência social e
direito previdenciário).
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mudar radicalmente a posição desse grupo na sociedade, isto é, romper com o
estigma de fardo social, tornar essas pessoas protagonistas de sua própria his-
tória e partícipes ativos do desenvolvimento social. Enquanto a vertente ameri-
cana focou sua luta na conquista de direitos civis, o movimento inglês formulou
um arcabouço teórico consistente para justificar suas reivindicações por um
tratamento igualitário substantivo, que redundou no modelo social de deficiên-
cia. Esse modelo teórico redefine a deficiência, que passa a ser entendida a
partir da maneira como as sociedades tratam as pessoas com lesões. Em suma,
as pessoas tornam-se deficientes pelo tratamento que a sociedade lhes impõe,
não por causa de seus corpos. Doravante, a luta é pelo reconhecimento da de-
ficiência como um aspecto da diversidade humana, visão que altera o modo
como a sociedade lida com questões relacionadas a essa condição, tanto no
campo formal quanto no campo material.
No Brasil, o movimento social da pessoa com deficiência identificou-se
fortemente com a trajetória mundialmente descrita. Influenciados pelos movi-
mentos internacionais e respaldados nas resoluções da ONU sobre a matéria,
as quais enfatizavam a busca pela igualdade de direitos e de oportunidades, os
Constituintes atenderam ao anseio popular e inseriram no texto da Carta Magna
de 1988 o reconhecimento formal dos direitos de cidadania desse segmento,
prevendo a adoção de diversas medidas para possibilitar a plena inclusão social.
Em 2008, a incorporação da Convenção sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência com status de emenda constitucional, assim como a aprova-
ção da Lei nº 13.146/2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência e regulamenta dispositivos da referida convenção, corroborou
a disposição do Parlamento brasileiro para consolidar uma mudança paradig-
mática. Com os referidos atos normativos, a deficiência passa a ser vista como
uma questão social e, como tal, demanda a adoção de medidas para eliminar
barreiras físicas, informacionais e atitudinais e para garantir a plena inclusão
social da pessoa com deficiência na vida comunitária.
É importante salientar que as normas mencionadas não preveem bene-
fícios nem privilégios, pois não é esse o tipo de apoio necessário. Em nosso país,
as pessoas com deficiência ainda são tratadas com preconceito e discriminação
e têm seus direitos fundamentais sistematicamente negados. Nesse contexto,
leis, decretos, portarias e congêneres são instrumentos de acessibilidade na
acepção mais ampla desse termo, visto que possibilitam o exercício de direitos
e de participação social.
Embora a Constituição Federal e a Convenção sobre os Direitos das Pes-
soas com Deficiência sejam marcos em relação aos direitos das pessoas com de-
ficiência no Brasil, e não sejam desprezíveis as conquistas advindas da copiosa
legislação infraconstitucional sobre o tema, é forçoso reconhecer a enorme dis-
tância entre a norma legal e sua efetivação. Contribui para a situação a pouca
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LEGISLAÇÃO FEDERAL BRASILEIRA SOBRE A PESSOA COM DEFICIÊNCIA:
TRATAMENTO IGUALITÁRIO SUBSTANTIVO
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA [...]
FEDERATIVA DO BRASIL Seção II – Dos Servidores Públicos
(Publicada no DOU de 5/10/1988) (Redação dada pela EC nº 18, de 1998)
[Dispositivos constitucionais referentes à pessoa com defi- [...]
ciência.]
Art. 40. O regime próprio de previdência social
[...] dos servidores titulares de cargos efetivos terá ca-
TÍTULO II – DOS DIREITOS E ráter contributivo e solidário, mediante contribui-
GARANTIAS FUNDAMENTAIS ção do respectivo ente federativo, de servidores
[...] ativos, de aposentados e de pensionistas, obser-
vados critérios que preservem o equilíbrio finan-
CAPÍTULO II – DOS DIREITOS SOCIAIS
ceiro e atuarial. (Caput do artigo com redação dada pela
[...]
EC nº 103, de 2019)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e [...]
rurais, além de outros que visem à melhoria de § 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
sua condição social: diferenciados para concessão de benefícios em re-
[...] gime próprio de previdência social, ressalvado o
XXXI – proibição de qualquer discriminação no disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Parágrafo com
tocante a salário e critérios de admissão do traba- redação dada pela EC nº 103, de 2019)
lhador portador de deficiência; § 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei com-
[...] plementar do respectivo ente federativo idade e
TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO tempo de contribuição diferenciados para apo-
[...] sentadoria de servidores com deficiência, previa-
mente submetidos a avaliação biopsicossocial
CAPÍTULO II – DA UNIÃO
realizada por equipe multiprofissional e interdis-
[...]
ciplinar. (Parágrafo acrescido pela EC nº 103, de 2019)
Art. 23. É competência comum da União, dos Es- [...]
tados, do Distrito Federal e dos Municípios:
[...] TÍTULO VIII – DA ORDEM SOCIAL
II – cuidar da saúde e assistência pública, da [...]
proteção e garantia das pessoas portadoras de CAPÍTULO II – DA SEGURIDADE SOCIAL
deficiência; [...]
[...]
Seção III – Da Previdência Social
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distri-
Art. 201. [...]
to Federal legislar concorrentemente sobre:
§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios
[...]
diferenciados para concessão de benefícios, res-
XIV – proteção e integração social das pessoas
salvada, nos termos de lei complementar, a pos-
portadoras de deficiência;
sibilidade de previsão de idade e tempo de con-
[...]
tribuição distintos da regra geral para concessão
CAPÍTULO VII – DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA de aposentadoria exclusivamente em favor dos
Seção I – Disposições Gerais segurados: (Parágrafo com redação dada pela EC nº 103,
de 2019)
Art. 37. A administração pública direta e indire-
I – com deficiência, previamente submetidos
ta de qualquer dos Poderes da União, dos Esta-
a avaliação biopsicossocial realizada por equipe
dos, do Distrito Federal e dos Municípios obede-
multiprofissional e interdisciplinar; (Inciso acrescido
cerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
pela EC nº 103, de 2019)
moralidade, publicidade e eficiência e, também,
[...]
ao seguinte:
[...] Seção IV – Da Assistência Social
VIII – a lei reservará percentual dos cargos e em- Art. 203. A assistência social será prestada a quem
pregos públicos para as pessoas portadoras de dela necessitar, independentemente de contribui-
deficiência e definirá os critérios de sua admissão; ção à seguridade social, e tem por objetivos:
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EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103, DE 2019
venção Internacional sobre a Eliminação de Todas bem-estar comum e à diversidade de suas comu-
as Formas de Discriminação Racial, a Convenção nidades, e que a promoção do pleno exercício, pe-
sobre a Eliminação de todas as Formas de Dis- las pessoas com deficiência, de seus direitos hu-
criminação contra a Mulher, a Convenção contra manos e liberdades fundamentais e de sua plena
a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, participação na sociedade resultará no fortaleci-
Desumanos ou Degradantes, a Convenção sobre mento de seu senso de pertencimento à socieda-
os Direitos da Criança e a Convenção Internacio- de e no significativo avanço do desenvolvimento
nal sobre a Proteção dos Direitos de Todos os Tra- humano, social e econômico da sociedade, bem
balhadores Migrantes e Membros de suas Famílias, como na erradicação da pobreza,
e) Reconhecendo que a deficiência é um concei- n) Reconhecendo a importância, para as pessoas
to em evolução e que a deficiência resulta da inte- com deficiência, de sua autonomia e independên-
ração entre pessoas com deficiência e as barreiras cia individuais, inclusive da liberdade para fazer as
devidas às atitudes e ao ambiente que impedem próprias escolhas,
a plena e efetiva participação dessas pessoas na o) Considerando que as pessoas com deficiência
sociedade em igualdade de oportunidades com devem ter a oportunidade de participar ativamen-
as demais pessoas, te das decisões relativas a programas e políticas,
f) Reconhecendo a importância dos princípios inclusive aos que lhes dizem respeito diretamente,
e das diretrizes de política, contidos no Progra- p) Preocupados com as difíceis situações en-
ma de Ação Mundial para as Pessoas Deficientes frentadas por pessoas com deficiência que estão
e nas Normas sobre a Equiparação de Oportuni- sujeitas a formas múltiplas ou agravadas de dis-
dades para Pessoas com Deficiência, para influen-
criminação por causa de raça, cor, sexo, idioma,
ciar a promoção, a formulação e a avaliação de
religião, opiniões políticas ou de outra natureza,
políticas, planos, programas e ações em níveis
origem nacional, étnica, nativa ou social, proprie-
nacional, regional e internacional para possibili-
dade, nascimento, idade ou outra condição,
tar maior igualdade de oportunidades para pes-
q) Reconhecendo que mulheres e meninas com
soas com deficiência,
deficiência estão frequentemente expostas a maio-
g) Ressaltando a importância de trazer questões
res riscos, tanto no lar como fora dele, de sofrer vio-
relativas à deficiência ao centro das preocupações
lência, lesões ou abuso, descaso ou tratamento ne-
da sociedade como parte integrante das estraté-
gligente, maus-tratos ou exploração,
gias relevantes de desenvolvimento sustentável,
r) Reconhecendo que as crianças com deficiência
h) Reconhecendo também que a discriminação
devem gozar plenamente de todos os direitos hu-
contra qualquer pessoa, por motivo de deficiência,
manos e liberdades fundamentais em igualdade
configura violação da dignidade e do valor ineren-
de oportunidades com as outras crianças e relem-
tes ao ser humano,
brando as obrigações assumidas com esse fim pe-
i) Reconhecendo ainda a diversidade das pes-
soas com deficiência, los Estados-Partes na Convenção sobre os Direitos
j) Reconhecendo a necessidade de promover e da Criança,
proteger os direitos humanos de todas as pessoas s) Ressaltando a necessidade de incorporar a
com deficiência, inclusive daquelas que requerem perspectiva de gênero aos esforços para promo-
maior apoio, ver o pleno exercício dos direitos humanos e liber-
k) Preocupados com o fato de que, não obstan- dades fundamentais por parte das pessoas com
te esses diversos instrumentos e compromissos, deficiência,
as pessoas com deficiência continuam a enfren- t) Salientando o fato de que a maioria das pes-
tar barreiras contra sua participação como mem- soas com deficiência vive em condições de pobre-
bros iguais da sociedade e violações de seus direi- za e, nesse sentido, reconhecendo a necessidade
tos humanos em todas as partes do mundo, crítica de lidar com o impacto negativo da pobreza
l) Reconhecendo a importância da cooperação sobre pessoas com deficiência,
internacional para melhorar as condições de vida u) Tendo em mente que as condições de paz e
das pessoas com deficiência em todos os países, segurança baseadas no pleno respeito aos pro-
particularmente naqueles em desenvolvimento, pósitos e princípios consagrados na Carta das Na-
m) Reconhecendo as valiosas contribuições exis- ções Unidas e a observância dos instrumentos de
tentes e potenciais das pessoas com deficiência ao direitos humanos são indispensáveis para a total
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proteção das pessoas com deficiência, particular- acessível, assim como a linguagem simples, escri-
mente durante conflitos armados e ocupação es- ta e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz
trangeira, digitalizada e os modos, meios e formatos aumen-
v) Reconhecendo a importância da acessibilida- tativos e alternativos de comunicação, inclusive
de aos meios físico, social, econômico e cultural, à a tecnologia da informação e comunicação aces-
saúde, à educação e à informação e comunicação, síveis;
para possibilitar às pessoas com deficiência o ple- “Língua” abrange as línguas faladas e de sinais e
no gozo de todos os direitos humanos e liberdades outras formas de comunicação não falada;
fundamentais, “Discriminação por motivo de deficiência” signi-
w) Conscientes de que a pessoa tem deveres pa- fica qualquer diferenciação, exclusão ou restrição
ra com outras pessoas e para com a comunidade baseada em deficiência, com o propósito ou efei-
a que pertence e que, portanto, tem a responsabi- to de impedir ou impossibilitar o reconhecimento,
lidade de esforçar-se para a promoção e a obser- o desfrute ou o exercício, em igualdade de oportu-
vância dos direitos reconhecidos na Carta Interna- nidades com as demais pessoas, de todos os direi-
cional dos Direitos Humanos, tos humanos e liberdades fundamentais nos âm-
x) Convencidos de que a família é o núcleo na- bitos político, econômico, social, cultural, civil ou
tural e fundamental da sociedade e tem o direito qualquer outro. Abrange todas as formas de discri-
de receber a proteção da sociedade e do Estado minação, inclusive a recusa de adaptação razoável;
e de que as pessoas com deficiência e seus fami- “Adaptação razoável” significa as modificações e
liares devem receber a proteção e a assistência os ajustes necessários e adequados que não acar-
necessárias para tornar as famílias capazes de retem ônus desproporcional ou indevido, quan-
contribuir para o exercício pleno e equitativo dos do requeridos em cada caso, a fim de assegurar
direitos das pessoas com deficiência, que as pessoas com deficiência possam gozar ou
y) Convencidos de que uma convenção interna- exercer, em igualdade de oportunidades com as
cional geral e integral para promover e proteger os demais pessoas, todos os direitos humanos e li-
direitos e a dignidade das pessoas com deficiência berdades fundamentais;
prestará significativa contribuição para corrigir as “Desenho universal” significa a concepção de
profundas desvantagens sociais das pessoas com produtos, ambientes, programas e serviços a se-
rem usados, na maior medida possível, por todas
deficiência e para promover sua participação na
as pessoas, sem necessidade de adaptação ou
vida econômica, social e cultural, em igualdade
projeto específico. O “desenho universal” não ex-
de oportunidades, tanto nos países em desenvol-
cluirá as ajudas técnicas para grupos específicos
vimento como nos desenvolvidos,
de pessoas com deficiência, quando necessárias.
Acordaram o seguinte:
Artigo 3 – Princípios gerais
Artigo 1 – Propósito
Os princípios da presente Convenção são:
O propósito da presente Convenção é promover,
a) o respeito pela dignidade inerente, a autono-
proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo
mia individual, inclusive a liberdade de fazer as
de todos os direitos humanos e liberdades funda-
próprias escolhas, e a independência das pessoas;
mentais por todas as pessoas com deficiência e
b) a não discriminação;
promover o respeito pela sua dignidade inerente.
c) a plena e efetiva participação e inclusão na
Pessoas com deficiência são aquelas que têm
sociedade;
impedimentos de longo prazo de natureza física,
d) o respeito pela diferença e pela aceitação das
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em in-
pessoas com deficiência como parte da diversida-
teração com diversas barreiras, podem obstruir
de humana e da humanidade;
sua participação plena e efetiva na sociedade em
e) a igualdade de oportunidades;
igualdades de condições com as demais pessoas.
f) a acessibilidade;
Artigo 2 – Definições g) a igualdade entre o homem e a mulher;
Para os propósitos da presente Convenção: h) o respeito pelo desenvolvimento das capa-
“Comunicação” abrange as línguas, a visualiza- cidades das crianças com deficiência e pelo direi-
ção de textos, o braille, a comunicação tátil, os ca- to das crianças com deficiência de preservar sua
racteres ampliados, os dispositivos de multimídia identidade.
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CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (NOVA YORK, 2007)
b) assegurar que as entidades privadas que ofe- 2. Os Estados-Partes reconhecerão que as pes-
recem instalações e serviços abertos ao público ou soas com deficiência gozam de capacidade legal
de uso público levem em consideração todos os em igualdade de condições com as demais pes-
aspectos relativos à acessibilidade para pessoas soas em todos os aspectos da vida.
com deficiência; 3. Os Estados-Partes tomarão medidas apro-
c) proporcionar, a todos os atores envolvidos, priadas para prover o acesso de pessoas com de-
formação em relação às questões de acessibili- ficiência ao apoio que necessitarem no exercício
dade com as quais as pessoas com deficiência se de sua capacidade legal.
confrontam;
4. Os Estados-Partes assegurarão que todas as
d) dotar os edifícios e outras instalações aber-
medidas relativas ao exercício da capacidade legal
tas ao público ou de uso público de sinalização
incluam salvaguardas apropriadas e efetivas para
em braille e em formatos de fácil leitura e com-
prevenir abusos, em conformidade com o direito
preensão;
internacional dos direitos humanos. Essas salva-
e) oferecer formas de assistência humana ou
guardas assegurarão que as medidas relativas ao
animal e serviços de mediadores, incluindo guias,
exercício da capacidade legal respeitem os direi-
ledores e intérpretes profissionais da língua de si-
nais, para facilitar o acesso aos edifícios e outras tos, a vontade e as preferências da pessoa, sejam
instalações abertas ao público ou de uso público; isentas de conflito de interesses e de influência
f) promover outras formas apropriadas de assis- indevida, sejam proporcionais e apropriadas às
tência e apoio a pessoas com deficiência, a fim de circunstâncias da pessoa, se apliquem pelo pe-
assegurar a essas pessoas o acesso a informações; ríodo mais curto possível e sejam submetidas à
g) promover o acesso de pessoas com deficiên- revisão regular por uma autoridade ou órgão judi-
cia a novos sistemas e tecnologias da informação ciário competente, independente e imparcial. As
e comunicação, inclusive à Internet; salvaguardas serão proporcionais ao grau em que
h) promover, desde a fase inicial, a concepção, tais medidas afetarem os direitos e interesses da
o desenvolvimento, a produção e a disseminação pessoa.
de sistemas e tecnologias de informação e comu- 5. Os Estados-Partes, sujeitos ao disposto neste
nicação, a fim de que esses sistemas e tecnologias Artigo, tomarão todas as medidas apropriadas e
se tornem acessíveis a custo mínimo. efetivas para assegurar às pessoas com deficiên-
Artigo 10 – Direito à vida cia o igual direito de possuir ou herdar bens, de
Os Estados-Partes reafirmam que todo ser hu- controlar as próprias finanças e de ter igual aces-
mano tem o inerente direito à vida e tomarão to- so a empréstimos bancários, hipotecas e outras
das as medidas necessárias para assegurar o efe- formas de crédito financeiro, e assegurarão que
tivo exercício desse direito pelas pessoas com as pessoas com deficiência não sejam arbitraria-
deficiência, em igualdade de oportunidades com mente destituídas de seus bens.
as demais pessoas. Artigo 13 – Acesso à Justiça
Artigo 11 – Situações de risco e emergências 1. Os Estados-Partes assegurarão o efetivo aces-
humanitárias so das pessoas com deficiência à Justiça, em igual-
Em conformidade com suas obrigações decor- dade de condições com as demais pessoas, inclusi-
rentes do direito internacional, inclusive do direito ve mediante a provisão de adaptações processuais
humanitário internacional e do direito internacio- adequadas à idade, a fim de facilitar o efetivo pa-
nal dos direitos humanos, os Estados-Partes toma- pel das pessoas com deficiência como participan-
rão todas as medidas necessárias para assegurar a tes diretos ou indiretos, inclusive como testemu-
proteção e a segurança das pessoas com deficiên- nhas, em todos os procedimentos jurídicos, tais
cia que se encontrarem em situações de risco, in- como investigações e outras etapas preliminares.
clusive situações de conflito armado, emergências 2. A fim de assegurar às pessoas com deficiên-
humanitárias e ocorrência de desastres naturais. cia o efetivo acesso à Justiça, os Estados-Partes
Artigo 12 – Reconhecimento igual perante a lei promoverão a capacitação apropriada daqueles
1. Os Estados-Partes reafirmam que as pessoas que trabalham na área de administração da Justi-
com deficiência têm o direito de ser reconhecidas ça, inclusive a polícia e os funcionários do sistema
em qualquer lugar como pessoas perante a lei. penitenciário.
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Artigo 14 – Liberdade e segurança da pessoa a provisão de informação e educação sobre a ma-
1. Os Estados-Partes assegurarão que as pes- neira de evitar, reconhecer e denunciar casos de
soas com deficiência, em igualdade de oportuni- exploração, violência e abuso. Os Estados-Partes
dades com as demais pessoas: assegurarão que os serviços de proteção levem em
a) gozem do direito à liberdade e à segurança conta a idade, o gênero e a deficiência das pessoas.
da pessoa; e 3. A fim de prevenir a ocorrência de quaisquer
b) não sejam privadas ilegal ou arbitrariamen- formas de exploração, violência e abuso, os Esta-
te de sua liberdade e que toda privação de liber- dos-Partes assegurarão que todos os programas
dade esteja em conformidade com a lei, e que a e instalações destinados a atender pessoas com
existência de deficiência não justifique a privação deficiência sejam efetivamente monitorados por
de liberdade. autoridades independentes.
2. Os Estados-Partes assegurarão que, se pes- 4. Os Estados-Partes tomarão todas as medidas
soas com deficiência forem privadas de liberdade apropriadas para promover a recuperação física,
mediante algum processo, elas, em igualdade de cognitiva e psicológica, inclusive mediante a pro-
oportunidades com as demais pessoas, façam jus visão de serviços de proteção, a reabilitação e a
a garantias de acordo com o direito internacional reinserção social de pessoas com deficiência que
dos direitos humanos e sejam tratadas em confor- forem vítimas de qualquer forma de exploração,
midade com os objetivos e princípios da presen- violência ou abuso. Tais recuperação e reinserção
te Convenção, inclusive mediante a provisão de ocorrerão em ambientes que promovam a saúde,
adaptação razoável. o bem-estar, o autorrespeito, a dignidade e a au-
tonomia da pessoa e levem em consideração as
Artigo 15 – Prevenção contra tortura ou
necessidades de gênero e idade.
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou
5. Os Estados-Partes adotarão leis e políticas
degradantes
efetivas, inclusive legislação e políticas voltadas
1. Nenhuma pessoa será submetida à tortura ou
para mulheres e crianças, a fim de assegurar que
a tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou de-
os casos de exploração, violência e abuso contra
gradantes. Em especial, nenhuma pessoa deverá
pessoas com deficiência sejam identificados, in-
ser sujeita a experimentos médicos ou científicos
vestigados e, caso necessário, julgados.
sem seu livre consentimento.
2. Os Estados-Partes tomarão todas as medidas Artigo 17 – Proteção da integridade da pessoa
efetivas de natureza legislativa, administrativa, ju- Toda pessoa com deficiência tem o direito a que
dicial ou outra para evitar que pessoas com defi- sua integridade física e mental seja respeitada, em
ciência, do mesmo modo que as demais pessoas, igualdade de condições com as demais pessoas.
sejam submetidas à tortura ou a tratamentos ou
Artigo 18 – Liberdade de movimentação e
penas cruéis, desumanos ou degradantes.
nacionalidade
Artigo 16 – Prevenção contra a exploração, a 1. Os Estados-Partes reconhecerão os direitos
violência e o abuso das pessoas com deficiência à liberdade de movi-
1. Os Estados-Partes tomarão todas as medidas mentação, à liberdade de escolher sua residência
apropriadas de natureza legislativa, administrati- e à nacionalidade, em igualdade de oportunida-
va, social, educacional e outras para proteger as des com as demais pessoas, inclusive asseguran-
pessoas com deficiência, tanto dentro como fora do que as pessoas com deficiência:
do lar, contra todas as formas de exploração, vio- a) tenham o direito de adquirir nacionalidade e
lência e abuso, incluindo aspectos relacionados mudar de nacionalidade e não sejam privadas ar-
a gênero. bitrariamente de sua nacionalidade em razão de
2. Os Estados-Partes também tomarão todas sua deficiência;
as medidas apropriadas para prevenir todas as b) não sejam privadas, por causa de sua defi-
formas de exploração, violência e abuso, assegu- ciência, da competência de obter, possuir e utilizar
rando, entre outras coisas, formas apropriadas de documento comprovante de sua nacionalidade ou
atendimento e apoio que levem em conta o gê- outro documento de identidade, ou de recorrer a
nero e a idade das pessoas com deficiência e de processos relevantes, tais como procedimentos
seus familiares e atendentes, inclusive mediante relativos à imigração, que forem necessários para
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CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (NOVA YORK, 2007)
igual participação no sistema de ensino e na vida sive na área de saúde sexual e reprodutiva e de
em comunidade. Para tanto, os Estados-Partes to- programas de saúde pública destinados à popu-
marão medidas apropriadas, incluindo: lação em geral;
a) facilitação do aprendizado do braille, escrita b) propiciarão serviços de saúde que as pessoas
alternativa, modos, meios e formatos de comuni- com deficiência necessitam especificamente por
cação aumentativa e alternativa, e habilidades de causa de sua deficiência, inclusive diagnóstico e
orientação e mobilidade, além de facilitação do intervenção precoces, bem como serviços proje-
apoio e aconselhamento de pares; tados para reduzir ao máximo e prevenir deficiên-
b) facilitação do aprendizado da língua de sinais cias adicionais, inclusive entre crianças e idosos;
e promoção da identidade linguística da comuni- c) propiciarão esses serviços de saúde às pes-
dade surda; soas com deficiência, o mais próximo possível de
c) garantia de que a educação de pessoas, em suas comunidades, inclusive na zona rural;
particular crianças cegas, surdocegas e surdas, se- d) exigirão dos profissionais de saúde que dis-
ja ministrada nas línguas e nos modos e meios de pensem às pessoas com deficiência a mesma qua-
comunicação mais adequados ao indivíduo e em lidade de serviços dispensada às demais pessoas
ambientes que favoreçam ao máximo seu desen- e, principalmente, que obtenham o consentimen-
volvimento acadêmico e social. to livre e esclarecido das pessoas com deficiência
4. A fim de contribuir para o exercício desse direi- concernentes. Para esse fim, os Estados-Partes rea-
to, os Estados-Partes tomarão medidas apropria- lizarão atividades de formação e definirão regras
das para empregar professores, inclusive profes- éticas para os setores de saúde público e privado,
sores com deficiência, habilitados para o ensino de modo a conscientizar os profissionais de saúde
da língua de sinais e/ou do braille, e para capaci- acerca dos direitos humanos, da dignidade, auto-
tar profissionais e equipes atuantes em todos os nomia e das necessidades das pessoas com defi-
níveis de ensino. Essa capacitação incorporará a ciência;
conscientização da deficiência e a utilização de e) proibirão a discriminação contra pessoas com
modos, meios e formatos apropriados de comuni- deficiência na provisão de seguro de saúde e segu-
cação aumentativa e alternativa, e técnicas e mate- ro de vida, caso tais seguros sejam permitidos pela
riais pedagógicos, como apoios para pessoas com legislação nacional, os quais deverão ser providos
deficiência. de maneira razoável e justa;
5. Os Estados-Partes assegurarão que as pes- f) prevenirão que se negue, de maneira discri-
soas com deficiência possam ter acesso ao ensi- minatória, os serviços de saúde ou de atenção à
no superior em geral, treinamento profissional de saúde ou a administração de alimentos sólidos ou
acordo com sua vocação, educação para adultos líquidos por motivo de deficiência.
e formação continuada, sem discriminação e em
Artigo 26 – Habilitação e reabilitação
igualdade de condições. Para tanto, os Estados-
1. Os Estados-Partes tomarão medidas efetivas
-Partes assegurarão a provisão de adaptações ra-
e apropriadas, inclusive mediante apoio dos pares,
zoáveis para pessoas com deficiência.
para possibilitar que as pessoas com deficiência
Artigo 25 – Saúde conquistem e conservem o máximo de autonomia
Os Estados-Partes reconhecem que as pessoas e plena capacidade física, mental, social e profis-
com deficiência têm o direito de gozar do estado sional, bem como plena inclusão e participação
de saúde mais elevado possível, sem discrimina- em todos os aspectos da vida. Para tanto, os Esta-
ção baseada na deficiência. Os Estados-Partes to- dos-Partes organizarão, fortalecerão e ampliarão
marão todas as medidas apropriadas para assegu- serviços e programas completos de habilitação e
rar às pessoas com deficiência o acesso a serviços reabilitação, particularmente nas áreas de saúde,
de saúde, incluindo os serviços de reabilitação, emprego, educação e serviços sociais, de modo
que levarão em conta as especificidades de gêne- que esses serviços e programas:
ro. Em especial, os Estados-Partes: a) comecem no estágio mais precoce possível
a) oferecerão às pessoas com deficiência pro- e sejam baseados em avaliação multidisciplinar
gramas e atenção à saúde gratuitos ou a custos das necessidades e pontos fortes de cada pessoa;
acessíveis da mesma variedade, qualidade e pa- b) apoiem a participação e a inclusão na co-
drão que são oferecidos às demais pessoas, inclu- munidade e em todos os aspectos da vida social,
23
sejam oferecidos voluntariamente e estejam dis- no mercado de trabalho, bem como assistência na
poníveis às pessoas com deficiência o mais pró- procura, obtenção e manutenção do emprego e
ximo possível de suas comunidades, inclusive na no retorno ao emprego;
zona rural. f) promover oportunidades de trabalho autôno-
2. Os Estados-Partes promoverão o desenvolvi- mo, empreendedorismo, desenvolvimento de coo-
mento da capacitação inicial e continuada de pro- perativas e estabelecimento de negócio próprio;
fissionais e de equipes que atuam nos serviços de g) empregar pessoas com deficiência no setor
habilitação e reabilitação. público;
3. Os Estados-Partes promoverão a disponibili- h) promover o emprego de pessoas com defi-
dade, o conhecimento e o uso de dispositivos e ciência no setor privado, mediante políticas e me-
tecnologias assistivas, projetados para pessoas didas apropriadas, que poderão incluir programas
com deficiência e relacionados com a habilitação de ação afirmativa, incentivos e outras medidas;
e a reabilitação. i) assegurar que adaptações razoáveis sejam
feitas para pessoas com deficiência no local de
Artigo 27 – Trabalho e emprego
trabalho;
1. Os Estados-Partes reconhecem o direito das
j) promover a aquisição de experiência de tra-
pessoas com deficiência ao trabalho, em igual-
balho por pessoas com deficiência no mercado
dade de oportunidades com as demais pessoas.
aberto de trabalho;
Esse direito abrange o direito à oportunidade de
k) promover reabilitação profissional, manuten-
se manter com um trabalho de sua livre escolha
ção do emprego e programas de retorno ao traba-
ou aceitação no mercado laboral, em ambiente de
lho para pessoas com deficiência.
trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a
2. Os Estados-Partes assegurarão que as pes-
pessoas com deficiência. Os Estados-Partes salva-
soas com deficiência não serão mantidas em es-
guardarão e promoverão a realização do direito ao
cravidão ou servidão e que serão protegidas, em
trabalho, inclusive daqueles que tiverem adquiri-
igualdade de condições com as demais pessoas,
do uma deficiência no emprego, adotando medi-
contra o trabalho forçado ou compulsório.
das apropriadas, incluídas na legislação, com o
fim de, entre outros: Artigo 28 – Padrão de vida e proteção social
a) proibir a discriminação baseada na deficiên- adequados
cia com respeito a todas as questões relacionadas 1. Os Estados-Partes reconhecem o direito das
com as formas de emprego, inclusive condições pessoas com deficiência a um padrão adequado
de recrutamento, contratação e admissão, perma- de vida para si e para suas famílias, inclusive ali-
nência no emprego, ascensão profissional e condi- mentação, vestuário e moradia adequados, bem
ções seguras e salubres de trabalho; como à melhoria contínua de suas condições de
b) proteger os direitos das pessoas com defi- vida, e tomarão as providências necessárias para
ciência, em condições de igualdade com as de- salvaguardar e promover a realização desse direi-
mais pessoas, às condições justas e favoráveis de to sem discriminação baseada na deficiência.
trabalho, incluindo iguais oportunidades e igual 2. Os Estados-Partes reconhecem o direito das
remuneração por trabalho de igual valor, condi- pessoas com deficiência à proteção social e ao
ções seguras e salubres de trabalho, além de re- exercício desse direito sem discriminação basea-
paração de injustiças e proteção contra o assédio da na deficiência, e tomarão as medidas apropria-
no trabalho; das para salvaguardar e promover a realização
c) assegurar que as pessoas com deficiência desse direito, tais como:
possam exercer seus direitos trabalhistas e sindi- a) assegurar igual acesso de pessoas com defi-
cais, em condições de igualdade com as demais ciência a serviços de saneamento básico e asse-
pessoas; gurar o acesso aos serviços, dispositivos e outros
d) possibilitar às pessoas com deficiência o aces- atendimentos apropriados para as necessidades
so efetivo a programas de orientação técnica e pro- relacionadas com a deficiência;
fissional e a serviços de colocação no trabalho e de b) assegurar o acesso de pessoas com deficiên-
treinamento profissional e continuado; cia, particularmente mulheres, crianças e idosos
e) promover oportunidades de emprego e as- com deficiência, a programas de proteção social
censão profissional para pessoas com deficiência e de redução da pobreza;
24
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (NOVA YORK, 2007)
c) assegurar o acesso de pessoas com deficiên- regional, nacional e local, bem como a filiação de
cia e suas famílias em situação de pobreza à as- pessoas com deficiência a tais organizações.
sistência do Estado em relação a seus gastos oca-
Artigo 30 – Participação na vida cultural e em
sionados pela deficiência, inclusive treinamento
recreação, lazer e esporte
adequado, aconselhamento, ajuda financeira e
1. Os Estados-Partes reconhecem o direito das
cuidados de repouso;
pessoas com deficiência de participar na vida cultu-
d) assegurar o acesso de pessoas com deficiên-
ral, em igualdade de oportunidades com as demais
cia a programas habitacionais públicos;
pessoas, e tomarão todas as medidas apropriadas
e) assegurar igual acesso de pessoas com defi- para que as pessoas com deficiência possam:
ciência a programas e benefícios de aposentadoria. a) ter acesso a bens culturais em formatos aces-
Artigo 29 – Participação na vida política e síveis;
pública b) ter acesso a programas de televisão, cinema,
Os Estados-Partes garantirão às pessoas com teatro e outras atividades culturais, em formatos
deficiência direitos políticos e oportunidade de acessíveis; e
exercê-los em condições de igualdade com as de- c) ter acesso a locais que ofereçam serviços ou
mais pessoas, e deverão: eventos culturais, tais como teatros, museus, cine-
a) assegurar que as pessoas com deficiência mas, bibliotecas e serviços turísticos, bem como,
possam participar efetiva e plenamente na vida tanto quanto possível, ter acesso a monumentos
política e pública, em igualdade de oportunidades e locais de importância cultural nacional.
com as demais pessoas, diretamente ou por meio 2. Os Estados-Partes tomarão medidas apro-
de representantes livremente escolhidos, incluin- priadas para que as pessoas com deficiência te-
nham a oportunidade de desenvolver e utilizar
do o direito e a oportunidade de votarem e serem
seu potencial criativo, artístico e intelectual, não
votadas, mediante, entre outros:
somente em benefício próprio, mas também para
i) garantia de que os procedimentos, instala-
o enriquecimento da sociedade.
ções e materiais e equipamentos para votação se-
3. Os Estados-Partes deverão tomar todas as
rão apropriados, acessíveis e de fácil compreen-
providências, em conformidade com o direito in-
são e uso;
ternacional, para assegurar que a legislação de
ii) proteção do direito das pessoas com deficiên-
proteção dos direitos de propriedade intelectual
cia ao voto secreto em eleições e plebiscitos, sem
não constitua barreira excessiva ou discriminató-
intimidação, e a candidatar-se nas eleições, efe-
ria ao acesso de pessoas com deficiência a bens
tivamente ocupar cargos eletivos e desempenhar
culturais.
quaisquer funções públicas em todos os níveis
4. As pessoas com deficiência farão jus, em igual-
de governo, usando novas tecnologias assistivas,
dade de oportunidades com as demais pessoas, a
quando apropriado; que sua identidade cultural e linguística específi-
iii) garantia da livre expressão de vontade das ca seja reconhecida e apoiada, incluindo as línguas
pessoas com deficiência como eleitores e, para de sinais e a cultura surda.
tanto, sempre que necessário e a seu pedido, per- 5. Para que as pessoas com deficiência partici-
missão para que elas sejam auxiliadas na votação pem, em igualdade de oportunidades com as de-
por uma pessoa de sua escolha; mais pessoas, de atividades recreativas, esporti-
b) promover ativamente um ambiente em que vas e de lazer, os Estados-Partes tomarão medidas
as pessoas com deficiência possam participar efe- apropriadas para:
tiva e plenamente na condução das questões pú- a) incentivar e promover a maior participação
blicas, sem discriminação e em igualdade de opor- possível das pessoas com deficiência nas ativida-
tunidades com as demais pessoas, e encorajar sua des esportivas comuns em todos os níveis;
participação nas questões públicas, mediante: b) assegurar que as pessoas com deficiência te-
i) participação em organizações não governa- nham a oportunidade de organizar, desenvolver e
mentais relacionadas com a vida pública e política participar em atividades esportivas e recreativas
do país, bem como em atividades e administração específicas às deficiências e, para tanto, incentivar
de partidos políticos; a provisão de instrução, treinamento e recursos
ii) formação de organizações para representar adequados, em igualdade de oportunidades com
pessoas com deficiência em níveis internacional, as demais pessoas;
25
c) assegurar que as pessoas com deficiência te- pessoas com deficiência. Estas medidas poderão
nham acesso a locais de eventos esportivos, re- incluir, entre outras:
creativos e turísticos; a) assegurar que a cooperação internacional, in-
d) assegurar que as crianças com deficiência cluindo os programas internacionais de desenvol-
possam, em igualdade de condições com as de- vimento, sejam inclusivos e acessíveis para pes-
mais crianças, participar de jogos e atividades re- soas com deficiência;
creativas, esportivas e de lazer, inclusive no siste- b) facilitar e apoiar a capacitação, inclusive por
ma escolar; meio do intercâmbio e compartilhamento de infor-
e) assegurar que as pessoas com deficiência te- mações, experiências, programas de treinamento e
nham acesso aos serviços prestados por pessoas melhores práticas;
ou entidades envolvidas na organização de ativi- c) facilitar a cooperação em pesquisa e o acesso
dades recreativas, turísticas, esportivas e de lazer. a conhecimentos científicos e técnicos;
d) propiciar, de maneira apropriada, assistência
Artigo 31 – Estatísticas e coleta de dados
técnica e financeira, inclusive mediante facilitação
1. Os Estados-Partes coletarão dados apropria-
do acesso a tecnologias assistivas e acessíveis e
dos, inclusive estatísticos e de pesquisas, para que
seu compartilhamento, bem como por meio de
possam formular e implementar políticas destina-
transferência de tecnologias.
das a por em prática a presente Convenção. O pro-
2. O disposto neste Artigo se aplica sem prejuí-
cesso de coleta e manutenção de tais dados de-
zo das obrigações que cabem a cada Estado-Parte
verá:
em decorrência da presente Convenção.
a) observar as salvaguardas estabelecidas por
lei, inclusive pelas leis relativas à proteção de da- Artigo 33 – Implementação e monitoramento
dos, a fim de assegurar a confidencialidade e o nacionais
respeito pela privacidade das pessoas com defi- 1. Os Estados-Partes, de acordo com seu siste-
ciência; ma organizacional, designarão um ou mais de um
b) observar as normas internacionalmente acei- ponto focal no âmbito do Governo para assuntos
tas para proteger os direitos humanos, as liberda- relacionados com a implementação da presente
des fundamentais e os princípios éticos na coleta Convenção e darão a devida consideração ao es-
de dados e utilização de estatísticas. tabelecimento ou designação de um mecanismo
2. As informações coletadas de acordo com o de coordenação no âmbito do Governo, a fim de
disposto neste Artigo serão desagregadas, de ma- facilitar ações correlatas nos diferentes setores e
neira apropriada, e utilizadas para avaliar o cum- níveis.
primento, por parte dos Estados-Partes, de suas 2. Os Estados-Partes, em conformidade com
obrigações na presente Convenção e para identi- seus sistemas jurídico e administrativo, mante-
ficar e enfrentar as barreiras com as quais as pes- rão, fortalecerão, designarão ou estabelecerão es-
soas com deficiência se deparam no exercício de trutura, incluindo um ou mais de um mecanismo
seus direitos. independente, de maneira apropriada, para pro-
3. Os Estados-Partes assumirão responsabilida- mover, proteger e monitorar a implementação da
de pela disseminação das referidas estatísticas e presente Convenção. Ao designar ou estabelecer
assegurarão que elas sejam acessíveis às pessoas tal mecanismo, os Estados-Partes levarão em con-
com deficiência e a outros. ta os princípios relativos ao status e funcionamen-
to das instituições nacionais de proteção e promo-
Artigo 32 – Cooperação internacional
ção dos direitos humanos.
1. Os Estados-Partes reconhecem a importância
3. A sociedade civil e, particularmente, as pes-
da cooperação internacional e de sua promoção,
soas com deficiência e suas organizações repre-
em apoio aos esforços nacionais para a conse-
sentativas serão envolvidas e participarão plena-
cução do propósito e dos objetivos da presente
mente no processo de monitoramento.
Convenção e, sob este aspecto, adotarão medidas
apropriadas e efetivas entre os Estados e, de ma- Artigo 34 – Comitê sobre os Direitos das
neira adequada, em parceria com organizações in- Pessoas com Deficiência
ternacionais e regionais relevantes e com a socie- 1. Um Comitê sobre os Direitos das Pessoas com
dade civil e, em particular, com organizações de Deficiência (doravante denominado “Comitê”)
26
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (NOVA YORK, 2007)
será estabelecido, para desempenhar as funções lares, de acordo com as disposições pertinentes
aqui definidas. deste Artigo.
2. O Comitê será constituído, quando da entra- 9. Em caso de morte, demissão ou declaração de
da em vigor da presente Convenção, de 12 peritos. um membro de que, por algum motivo, não pode-
Quando a presente Convenção alcançar 60 ratifi- rá continuar a exercer suas funções, o Estado-Parte
cações ou adesões, o Comitê será acrescido em que o tiver indicado designará um outro perito que
seis membros, perfazendo o total de 18 membros. tenha as qualificações e satisfaça aos requisitos es-
3. Os membros do Comitê atuarão a título pes- tabelecidos pelos dispositivos pertinentes deste Ar-
soal e apresentarão elevada postura moral, com- tigo, para concluir o mandato em questão.
petência e experiência reconhecidas no campo 10. O Comitê estabelecerá suas próprias normas
abrangido pela presente Convenção. Ao designar de procedimento.
seus candidatos, os Estados-Partes são instados a 11. O Secretário-Geral das Nações Unidas pro-
dar a devida consideração ao disposto no Artigo 4.3 verá o pessoal e as instalações necessários para
da presente Convenção. o efetivo desempenho das funções do Comitê se-
4. Os membros do Comitê serão eleitos pelos gundo a presente Convenção e convocará sua pri-
Estados-Partes, observando-se uma distribuição meira reunião.
geográfica equitativa, representação de diferen- 12. Com a aprovação da Assembleia Geral, os
tes formas de civilização e dos principais sistemas membros do Comitê estabelecido sob a presente
jurídicos, representação equilibrada de gênero e Convenção receberão emolumentos dos recursos
participação de peritos com deficiência. das Nações Unidas, sob termos e condições que a
5. Os membros do Comitê serão eleitos por vo- Assembleia possa decidir, tendo em vista a impor-
tação secreta em sessões da Conferência dos Esta- tância das responsabilidades do Comitê.
dos-Partes, a partir de uma lista de pessoas desig- 13. Os membros do Comitê terão direito aos
nadas pelos Estados-Partes entre seus nacionais. privilégios, facilidades e imunidades dos peritos
Nessas sessões, cujo quórum será de dois terços em missões das Nações Unidas, em conformida-
dos Estados-Partes, os candidatos eleitos para o de com as disposições pertinentes da Convenção
Comitê serão aqueles que obtiverem o maior nú- sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas.
mero de votos e a maioria absoluta dos votos dos Artigo 35 – Relatórios dos Estados-Partes
representantes dos Estados-Partes presentes e 1. Cada Estado-Parte, por intermédio do Secre-
votantes. tário-Geral das Nações Unidas, submeterá rela-
6. A primeira eleição será realizada, o mais tar- tório abrangente sobre as medidas adotadas em
dar, até seis meses após a data de entrada em vi- cumprimento de suas obrigações estabelecidas
gor da presente Convenção. Pelo menos quatro pela presente Convenção e sobre o progresso al-
meses antes de cada eleição, o Secretário-Geral cançado nesse aspecto, dentro do período de dois
das Nações Unidas dirigirá carta aos Estados-Par- anos após a entrada em vigor da presente Conven-
tes, convidando-os a submeter os nomes de seus ção para o Estado-Parte concernente.
candidatos no prazo de dois meses. O Secretário- 2. Depois disso, os Estados-Partes submeterão
-Geral, subsequentemente, preparará lista em or- relatórios subsequentes, ao menos a cada quatro
dem alfabética de todos os candidatos apresen- anos, ou quando o Comitê o solicitar.
tados, indicando que foram designados pelos 3. O Comitê determinará as diretrizes aplicáveis
Estados-Partes, e submeterá essa lista aos Esta- ao teor dos relatórios.
dos-Partes da presente Convenção. 4. Um Estado-Parte que tiver submetido ao Co-
7. Os membros do Comitê serão eleitos para mitê um relatório inicial abrangente não precisará,
mandato de quatro anos, podendo ser candida- em relatórios subsequentes, repetir informações
tos à reeleição uma única vez. Contudo, o manda- já apresentadas. Ao elaborar os relatórios ao Co-
to de seis dos membros eleitos na primeira eleição mitê, os Estados-Partes são instados a fazê-lo de
expirará ao fim de dois anos; imediatamente após maneira franca e transparente e a levar em consi-
a primeira eleição, os nomes desses seis membros deração o disposto no Artigo 4.3 da presente Con-
serão selecionados por sorteio pelo presidente da venção.
sessão a que se refere o parágrafo 5 deste Artigo. 5. Os relatórios poderão apontar os fatores e as
8. A eleição dos seis membros adicionais do Co- dificuldades que tiverem afetado o cumprimento
mitê será realizada por ocasião das eleições regu- das obrigações decorrentes da presente Convenção.
27
Artigo 36 – Consideração dos relatórios internacional na esfera abrangida pela presente
1. Os relatórios serão considerados pelo Comi- Convenção:
tê, que fará as sugestões e recomendações gerais a) as agências especializadas e outros órgãos
que julgar pertinentes e as transmitirá aos respec- das Nações Unidas terão o direito de se fazer re-
tivos Estados-Partes. O Estado-Parte poderá res- presentar quando da consideração da implemen-
ponder ao Comitê com as informações que julgar tação de disposições da presente Convenção que
pertinentes. O Comitê poderá pedir informações disserem respeito aos seus respectivos mandatos.
adicionais ao Estados-Partes, referentes à imple- O Comitê poderá convidar as agências especializa-
mentação da presente Convenção.
das e outros órgãos competentes, segundo julgar
2. Se um Estado-Parte atrasar consideravelmen-
apropriado, a oferecer consultoria de peritos so-
te a entrega de seu relatório, o Comitê poderá no-
bre a implementação da Convenção em áreas per-
tificar esse Estado de que examinará a aplicação
tinentes a seus respectivos mandatos. O Comitê
da presente Convenção com base em informações
confiáveis de que disponha, a menos que o rela- poderá convidar agências especializadas e outros
tório devido seja apresentado pelo Estado dentro órgãos das Nações Unidas a apresentar relatórios
do período de três meses após a notificação. O Co- sobre a implementação da Convenção em áreas
mitê convidará o Estado-Parte interessado a par- pertinentes às suas respectivas atividades;
ticipar desse exame. Se o Estado-Parte responder b) no desempenho de seu mandato, o Comitê
entregando seu relatório, aplicar-se-á o disposto consultará, de maneira apropriada, outros órgãos
no parágrafo 1 do presente artigo. pertinentes instituídos ao amparo de tratados in-
3. O Secretário-Geral das Nações Unidas colo- ternacionais de direitos humanos, a fim de asse-
cará os relatórios à disposição de todos os Esta- gurar a consistência de suas respectivas diretrizes
dos-Partes. para a elaboração de relatórios, sugestões e reco-
4. Os Estados-Partes tornarão seus relatórios mendações gerais e de evitar duplicação e super-
amplamente disponíveis ao público em seus paí- posição no desempenho de suas funções.
ses e facilitarão o acesso à possibilidade de suges-
tões e de recomendações gerais a respeito desses Artigo 39 – Relatório do Comitê
relatórios. A cada dois anos, o Comitê submeterá à Assem-
5. O Comitê transmitirá às agências, fundos bleia Geral e ao Conselho Econômico e Social um
e programas especializados das Nações Unidas e relatório de suas atividades e poderá fazer suges-
a outras organizações competentes, da maneira tões e recomendações gerais baseadas no exame
que julgar apropriada, os relatórios dos Estados- dos relatórios e nas informações recebidas dos
-Partes que contenham demandas ou indicações Estados-Partes. Estas sugestões e recomenda-
de necessidade de consultoria ou de assistência ções gerais serão incluídas no relatório do Comi-
técnica, acompanhados de eventuais observações tê, acompanhadas, se houver, de comentários dos
e sugestões do Comitê em relação às referidas de- Estados-Partes.
mandas ou indicações, a fim de que possam ser
consideradas. Artigo 40 – Conferência dos Estados-Partes
1. Os Estados-Partes reunir-se-ão regularmente
Artigo 37 – Cooperação entre os Estados-Partes
em Conferência dos Estados-Partes a fim de consi-
e o Comitê
derar matérias relativas à implementação da pre-
1. Cada Estado-Parte cooperará com o Comitê
sente Convenção.
e auxiliará seus membros no desempenho de seu
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas con-
mandato.
vocará, dentro do período de seis meses após a
2. Em suas relações com os Estados-Partes, o
Comitê dará a devida consideração aos meios e entrada em vigor da presente Convenção, a Con-
modos de aprimorar a capacidade de cada Estado- ferência dos Estados-Partes. As reuniões subse-
-Parte para a implementação da presente Conven- quentes serão convocadas pelo Secretário-Geral
ção, inclusive mediante cooperação internacional. das Nações Unidas a cada dois anos ou conforme
a decisão da Conferência dos Estados-Partes.
Artigo 38 – Relações do Comitê com outros
órgãos Artigo 41 – Depositário
A fim de promover a efetiva implementação da O Secretário-Geral das Nações Unidas será o de-
presente Convenção e de incentivar a cooperação positário da presente Convenção.
28
CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA (NOVA YORK, 2007)
mações confiáveis em poder do Comitê, este po- que tiverem ratificado a Convenção ou aderido a
derá designar um ou mais de seus membros para ela. Ele estará sujeito à confirmação formal por or-
realizar investigação e apresentar, em caráter de ganizações de integração regional signatárias do
urgência, relatório ao Comitê. Caso se justifique e presente Protocolo que tiverem formalmente con-
o Estado-Parte o consinta, a investigação poderá firmado a Convenção ou a ela aderido. O Protoco-
incluir uma visita ao território desse Estado. lo ficará aberto à adesão de qualquer Estado ou
3. Após examinar os resultados da investigação, organização de integração regional que tiver ratifi-
o Comitê os comunicará ao Estado-Parte concer- cado ou formalmente confirmado a Convenção ou
nente, acompanhados de eventuais comentários a ela aderido e que não tiver assinado o Protocolo.
e recomendações.
Artigo 12
4. Dentro do período de seis meses após o rece-
1. “Organização de integração regional” será en-
bimento dos resultados, comentários e recomen-
tendida como organização constituída por Esta-
dações transmitidos pelo Comitê, o Estado-Parte
dos soberanos de determinada região, à qual seus
concernente submeterá suas observações ao Co-
Estados-Membros tenham delegado competência
mitê.
sobre matéria abrangida pela Convenção e pelo
5. A referida investigação será realizada confi-
presente Protocolo. Essas organizações declara-
dencialmente e a cooperação do Estado-Parte se-
rão, em seus documentos de confirmação formal
rá solicitada em todas as fases do processo.
ou adesão, o alcance de sua competência em re-
Artigo 7 lação à matéria abrangida pela Convenção e pelo
1. O Comitê poderá convidar o Estado-Parte presente Protocolo. Subsequentemente, as orga-
concernente a incluir em seu relatório, submetido nizações informarão ao depositário qualquer alte-
em conformidade com o disposto no Artigo 35 da ração substancial no alcance de sua competência.
Convenção, pormenores a respeito das medidas 2. As referências a “Estados-Partes” no presen-
tomadas em consequência da investigação reali- te Protocolo serão aplicáveis a essas organizações,
zada em conformidade com o Artigo 6 do presente nos limites da competência de tais organizações.
Protocolo. 3. Para os fins do parágrafo 1 do Artigo 13 e do
2. Caso necessário, o Comitê poderá, encerrado parágrafo 2 do Artigo 15, nenhum instrumento de-
o período de seis meses a que se refere o parágrafo positado por organização de integração regional
4 do Artigo 6, convidar o Estado-Parte concernen- será computado.
te a informar o Comitê a respeito das medidas to- 4. As organizações de integração regional, em
madas em consequência da referida investigação. matérias de sua competência, poderão exercer o
Artigo 8 direito de voto na Conferência dos Estados-Partes,
Qualquer Estado-Parte poderá, quando da as- tendo direito ao mesmo número de votos que seus
sinatura ou ratificação do presente Protocolo ou Estados-Membros que forem Partes do presente
de sua adesão a ele, declarar que não reconhe- Protocolo. Essas organizações não exercerão seu
ce a competência do Comitê, a que se referem os direito de voto se qualquer de seus Estados-Mem-
Artigos 6 e 7. bros exercer seu direito de voto, e vice-versa.
Artigo 9 Artigo 13
O Secretário-Geral das Nações Unidas será o de- 1. Sujeito à entrada em vigor da Convenção, o
positário do presente Protocolo. presente Protocolo entrará em vigor no trigésimo
dia após o depósito do décimo instrumento de ra-
Artigo 10
tificação ou adesão.
O presente Protocolo será aberto à assinatura
2. Para cada Estado ou organização de integra-
dos Estados e organizações de integração regio-
ção regional que ratificar ou formalmente confir-
nal signatários da Convenção, na sede das Na-
mar o presente Protocolo ou a ele aderir depois do
ções Unidas em Nova York, a partir de 30 de mar-
depósito do décimo instrumento dessa natureza,
ço de 2007.
o Protocolo entrará em vigor no trigésimo dia a
Artigo 11 partir da data em que esse Estado ou organização
O presente Protocolo estará sujeito à ratificação tenha depositado seu instrumento de ratificação,
pelos Estados signatários do presente Protocolo confirmação formal ou adesão.
31
Artigo 14 EM FÉ DO QUE os plenipotenciários abaixo as-
1. Não serão permitidas reservas incompatíveis sinados, devidamente autorizados para tanto por
com o objeto e o propósito do presente Protocolo. seus respectivos governos, firmaram o presente
2. As reservas poderão ser retiradas a qualquer Protocolo.
momento.
TRATADO DE MARRAQUECHE PARA
Artigo 15 FACILITAR O ACESSO A OBRAS
1. Qualquer Estado-Parte poderá propor emen- PUBLICADAS ÀS PESSOAS CEGAS, COM
das ao presente Protocolo e submetê-las ao Se- DEFICIÊNCIA VISUAL OU COM OUTRAS
cretário-Geral das Nações Unidas. O Secretário- DIFICULDADES PARA TER ACESSO AO
-Geral comunicará aos Estados-Partes quaisquer TEXTO IMPRESSO (MARRAQUECHE, 2013)
(Aprovada pelo Decreto Legislativo nº 261 de 2015 e
emendas propostas, solicitando-lhes que o noti-
promulgado pelo Decreto nº 9.522, de 8/10/2018)
fiquem se são favoráveis a uma Conferência dos
Estados-Partes para considerar as propostas e to- Adotado pela Conferência Diplomática
mar decisão a respeito delas. Se, até quatro meses As Partes Contratantes,
após a data da referida comunicação, pelo menos Recordando os princípios da não discriminação,
um terço dos Estados-Partes se manifestar favo- da igualdade de oportunidades, da acessibilida-
rável a essa Conferência, o Secretário-Geral das de e da participação e inclusão plena e efetiva na
sociedade, proclamados na declaração Universal
Nações Unidas convocará a Conferência, sob os
dos Direitos Humanos e na Convenção das Na-
auspícios das Nações Unidas. Qualquer emenda
ções Unidas sobre os Direitos das Pessoas com
adotada por maioria de dois terços dos Estados-
Deficiência,
-Partes presentes e votantes será submetida pelo
Conscientes dos desafios que são prejudiciais
Secretário-Geral à aprovação da Assembleia Geral
ao desenvolvimento pleno das pessoas com de-
das Nações Unidas e, posteriormente, à aceitação
ficiência visual ou com outras dificuldades para
de todos os Estados-Partes. ter acesso ao texto impresso, que limitam a sua
2. Qualquer emenda adotada e aprovada con- liberdade de expressão, incluindo a liberdade de
forme o disposto no parágrafo 1 do presente arti- procurar, receber e difundir informações e ideias
go entrará em vigor no trigésimo dia após a data de toda espécie em condições de igualdade com
na qual o número de instrumentos de aceitação as demais pessoas mediante todas as formas de
tenha atingido dois terços do número de Estados- comunicação de sua escolha, assim como o gozo
-Partes na data de adoção da emenda. Posterior- do seu direito à educação e a oportunidade de rea-
mente, a emenda entrará em vigor para todo Esta- lizar pesquisas,
do-Parte no trigésimo dia após o depósito por esse Enfatizando a importância da proteção ao direi-
Estado do seu instrumento de aceitação. A emen- to de autor como incentivo e recompensa para as
da será vinculante somente para os Estados-Par- criações literárias e artísticas e a de incrementar
tes que a tiverem aceitado. as oportunidades para todas as pessoas, inclusive
as pessoas com deficiência visual ou com outras
Artigo 16
dificuldades para ter acesso ao texto impresso, de
Qualquer Estado-Parte poderá denunciar o pre- participar na vida cultural da comunidade, desfru-
sente Protocolo mediante notificação por escrito tar das artes e compartilhar o progresso científico
ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A denún- e seus benefícios,
cia tornar-se-á efetiva um ano após a data de re- Cientes das barreiras que enfrentam as pessoas
cebimento da notificação pelo Secretário-Geral. com deficiência visual ou com outras dificuldades
Artigo 17 para ter acesso ao texto impresso para alcança-
rem oportunidades iguais na sociedade, e da ne-
O texto do presente Protocolo será colocado à
cessidade de ampliar o número de obras em for-
disposição em formatos acessíveis.
matos acessíveis e de aperfeiçoar a circulação de
Artigo 18 tais obras,
Os textos em árabe, chinês, espanhol, francês, Considerando que a maioria das pessoas com
inglês e russo e do presente Protocolo serão igual- deficiência visual ou com outras dificuldades pa-
mente autênticos. ra ter acesso ao texto impresso vive em países em
32
TRATADO DE MARRAQUECHE
(MARRAQUECHE, 2013)
2 Declaração acordada relativa ao Artigo 2º(a): Para os efeitos do presente Tratado, fica entendido que nesta definição se encon-
tram compreendidas as obras em formato áudio, como os audiolivros.
33
governamental ou organização sem fins lucrativos OMPI sobre Direito de Autor, para facilitar a dis-
que preste os mesmos serviços aos beneficiários ponibilidade de obras em formatos acessíveis aos
como uma de suas atividades principais ou obri- beneficiários. A limitação ou exceção prevista na
gações institucionais.3 legislação nacional deve permitir as alterações ne-
A entidade autorizada estabelecerá suas pró- cessárias para tornar a obra acessível em formato
prias práticas e as aplicará: alternativo.
i) para determinar que as pessoas a que serve (b) As Partes Contratantes podem também esta-
são beneficiárias; belecer uma exceção ao direito de representação
ii) para limitar aos beneficiários e/ou às entida- ou execução pública para facilitar o acesso a obras
des autorizadas a distribuição e colocação à dispo- para beneficiários.
sição de exemplares em formato acessível; 2. Uma Parte Contratante poderá cumprir o dis-
iii) para desencorajar a reprodução, distribuição posto no Artigo 4º(1) para todos os direitos nele
e colocação à disposição de exemplares não au- previstos, mediante o estabelecimento de uma li-
torizados; e mitação ou exceção em sua legislação nacional de
iv) para exercer o devido cuidado no uso dos direitos de autor de tal forma que:
exemplares das obras e manter os registros deste (a) Seja permitido às entidades autorizadas, sem
uso, respeitando a privacidade dos beneficiários
a autorização do titular dos direitos de autor, pro-
em conformidade com o Artigo 8º.
duzir um exemplar em formato acessível de uma
Artigo 3º – Beneficiários obra obter de outra entidade autorizada uma obra
Será beneficiário toda pessoa: em formato acessível e fornecer tais exemplares
a) cega; para o beneficiário, por qualquer meio, inclusive
b) que tenha deficiência visual ou outra defi- por empréstimo não comercial ou mediante comu-
ciência de percepção ou de leitura que não possa nicação eletrônica por fio ou sem fio; e realizar to-
ser corrigida para se obter uma acuidade visual das as medidas intermediárias para atingir esses
substancialmente equivalente à de uma pessoa objetivos, quando todas as seguintes condições fo-
que não tenha esse tipo de deficiência ou difi- rem atendidas:
culdade, e para quem é impossível ler material (i) a entidade autorizada que pretenda realizar
impresso de uma forma substancialmente equi- tal atividade tenha acesso legal à obra ou a um
valente à de uma pessoa sem deficiência ou difi- exemplar da obra;
culdade; ou4 (ii) a obra seja convertida para um exemplar em
c) que esteja, impossibilitada, de qualquer ou- formato acessível, o que pode incluir quaisquer
tra maneira, devido a uma deficiência física, de meios necessários para consultar a informação
sustentar ou manipular um livro ou focar ou mo- nesse formato, mas não a introdução de outras
ver os olhos da forma que normalmente seria mudanças que não as necessárias para tornar a
apropriado para a leitura; independentemente obra acessível aos beneficiários;
de quaisquer outras deficiências. (iii) os exemplares da obra no formato acessível
Artigo 4º – Limitações e exceções na legislação sejam fornecidos exclusivamente para serem uti-
nacional sobre exemplares em formato lizados por beneficiários; e
acessível (iv) a atividade seja realizada sem fins lucrati-
1.(a) As Partes Contratantes estabelecerão na vos; e
sua legislação nacional de direito de autor uma (b) Um beneficiário, ou alguém agindo em seu
limitação ou exceção aos direitos de reprodução, nome, incluindo a pessoa principal que cuida do
de distribuição, bem como de colocação à dispo- beneficiário ou se ocupe de seu cuidado, pode-
sição do público, tal como definido no Tratado da rá produzir um exemplar em formato acessível de
3 Declaração acordada relativa ao Artigo 2º(c): Para os efeitos do presente Tratado, fica entendido que “entidades reconhecidas
pelo governo” poderá incluir entidades que recebam apoio financeiro do governo para fornecer aos beneficiários, sem fins lu-
crativos, educação, formação pedagógica, leitura adaptada ou acesso à informação.
4 Declaração acordada relativa ao Artigo 3º(b): Nada nessa linguagem implica que “não pode ser corrigida” requer o uso de todos
os procedimentos de diagnóstico e tratamentos médicos possíveis.
34
TRATADO DE MARRAQUECHE
(MARRAQUECHE, 2013)
uma obra para o uso pessoal do beneficiário ou locar à disposição para o uso exclusivo dos bene-
de outra forma poderá ajudar o beneficiário a pro- ficiários exemplares em formato acessível a uma
duzir e utilizar exemplares em formato acessível, entidade autorizada em outra Parte Contratante; e
quando o beneficiário tenha acesso legal a essa (b) será permitido às entidades autorizadas, sem
obra ou a um exemplar dessa obra. a autorização do titular do direito e em conformi-
3. Uma Parte Contratante poderá cumprir o dis- dade com o disposto no Artigo 2º(c), distribuir ou
posto no Artigo 4º(1) estabelecendo outras limita- colocar à disposição exemplares em formato aces-
ções ou exceções em sua legislação nacional de sível a um beneficiário em outra Parte Contratan-
direito de autor nos termos dos Artigos 10 e 11.5 te; desde que antes da distribuição ou colocação
4. Uma Parte Contratante poderá restringir as li- à disposição, a entidade autorizada originária não
mitações ou exceções nos termos deste Artigo às saiba ou tenha motivos razoáveis para saber que o
obras que, no formato acessível em questão, não exemplar em formato acessível seria utilizado por
possam ser obtidas comercialmente sob condi- outras pessoas que não os beneficiários.8
ções razoáveis para os beneficiários naquele mer- 3. Uma Parte Contratante poderá cumprir o dis-
cado. Qualquer Parte Contratante que exercer essa posto no Artigo 5º(1) instituindo outras limitações
faculdade deverá declará-la em uma notificação ou exceções em sua legislação nacional de direito
depositada junto ao Diretor-Geral da OMPI no mo- de autor nos termos do Artigo 5º(4), 10 e 11.
mento da ratificação, aceitação ou adesão a esse 4.(a) Quando uma entidade autorizada em uma
Tratado ou em qualquer momento posterior.6 Parte Contratante receber um exemplar em forma-
5. Caberá à lei nacional determinar se as exce- to acessível nos termos do artigo 5º(1) e essa Parte
ções ou limitações a que se refere o presente arti- Contratante não tiver as obrigações decorrentes
go estão sujeitas à remuneração. do Artigo 9º da Convenção de Berna, a Parte Con-
Artigo 5º – Intercâmbio transfronteiriço de tratante garantirá, de acordo com suas práticas e
exemplares em formato acessível seu sistema jurídico, que os exemplares em for-
1. As Partes Contratantes estabelecerão que, se mato acessível serão reproduzidos, distribuídos
um exemplar em formato acessível de uma obra ou colocados à disposição apenas para o provei-
é produzido ao amparo de uma limitação ou exce- to dos beneficiários na jurisdição dessa Parte Con-
ção ou de outros meios legais, este exemplar em tratante.
formato acessível poderá ser distribuído ou colo- (b) A distribuição e a colocação à disposição de
cado à disposição por uma entidade autorizada a exemplares em formato acessível por uma entida-
um beneficiário ou a uma entidade autorizada em de autorizada nos termos do Artigo 5º(1) deverá
outra Parte Contratante.7 ser limitada a essa jurisdição, salvo se a Parte Con-
2. Uma Parte Contratante poderá cumprir o dis- tratante for parte do Tratado da OMPI sobre Direito
posto no Artigo 5º(1) instituindo uma limitação ou de Autor ou de outra forma limitar as exceções e
exceção em sua legislação nacional de direito de limitações ao direito de distribuição e ao direito
autor de tal forma que: de colocação à disposição do público que imple-
(a) será permitido às entidades autorizadas, sem mentam esse Tratado a determinados casos espe-
a autorização do titular do direito, distribuir ou co- ciais, que não conflitem com a exploração normal
5 Declaração acordada relativa ao Artigo 4º(3): Fica entendido que este parágrafo não reduz nem estende o âmbito de aplicação
das limitações e exceções permitidas pela Convenção de Berna no que diz respeito ao direito de tradução, com referência a pes-
soas com deficiência visual ou com outras dificuldades para ter acesso ao texto impresso.
6 Declaração acordada relativa ao Artigo 4º(4): Fica entendido que o requisito da disponibilidade comercial não prejulga se a limi-
tação ou exceção nos termos deste artigo é ou não consistente com o teste dos três passos.
7 Declaração acordada relativa ao Artigo 5º(1): Fica entendido ainda que nada neste Tratado reduz ou estende o âmbito de direitos
exclusivos sob qualquer outro Tratado.
8 Declaração acordada relativa ao Artigo 5º(2): Fica entendido que, para distribuir ou colocar à disposição exemplares em formato
acessível diretamente a beneficiários em outra Parte Contratante, pode ser apropriado para uma entidade autorizada aplicar
medidas adicionais para confirmar que a pessoa que ela está servindo é uma pessoa beneficiária e para seguir suas práticas
conforme o Artigo 2º(c).
35
da obra e não prejudiquem injustificadamente os Artigo 9º – Cooperação para facilitar o
interesses legítimos do titular do direito.9 e 10 intercâmbio transfronteiriço
(c) Nada neste Artigo afeta a determinação do 1. As Partes Contratantes envidarão esforços
que constitui um ato de distribuição ou um ato de para promover o intercâmbio transfronteiriço de
colocação à disposição do público. exemplares em formato acessível incentivando o
5. Nada neste Tratado será utilizado para tratar compartilhamento voluntário de informações pa-
da questão da exaustão de direitos. ra auxiliar as entidades autorizadas a se identifica-
rem. O Escritório Internacional da OMPI estabele-
Artigo 6º – Importação de exemplares em
cerá um ponto de acesso à informação para essa
formato acessível
finalidade.
Na medida em que a legislação nacional de uma
2. As Partes Contratantes comprometem-se a
Parte Contratante permita que um beneficiário, al-
auxiliar suas entidades autorizadas envolvidas em
guém agindo em seu nome, ou uma entidade au-
atividades nos termos do Artigo 5º a disponibiliza-
torizada produza um exemplar em formato acessí-
rem informações sobre suas práticas conforme o
vel de uma obra, a legislação nacional dessa Parte
Artigo 2º(c), tanto pelo compartilhamento de in-
Contratante permitirá, também, que eles possam
formações entre entidades autorizadas como pe-
importar um exemplar em formato acessível para
la disponibilização de informações sobre as suas
o proveito dos beneficiários, sem a autorização do
políticas e práticas, inclusive as relacionadas com
titular do direito.11
o intercâmbio transfronteiriço de exemplares em
Artigo 7º – Obrigações relativas a medidas formato acessível, às partes interessadas e mem-
tecnológicas bros do público, conforme apropriado.
As Partes Contratantes adotarão medidas ade- 3. O Escritório Internacional da OMPI é convida-
quadas que sejam necessárias, para assegurar que, do a compartilhar informações, quando disponí-
quando estabeleçam proteção legal adequada e veis, sobre o funcionamento do presente Tratado.
recursos jurídicos efetivos contra a neutralização 4. As Partes Contratantes reconhecem a impor-
de medidas tecnológicas efetivas, essa proteção tância da cooperação internacional e de sua pro-
legal não impeça que os beneficiários desfrutem moção em apoio aos esforços nacionais para a
das limitações e exceções previstas neste Tratado.12 realização do propósito e dos objetivos deste Tra-
tado.13
Artigo 8º – Respeito à privacidade
Na implementação das limitações e exceções Artigo 10 – Princípios gerais sobre
previstas neste Tratado, as Partes Contratantes implementação
empenhar-se-ão para proteger a privacidade dos 1. As Partes Contratantes comprometem-se a
beneficiários em condições de igualdade com as adotar as medidas necessárias para garantir a apli-
demais pessoas. cação do presente Tratado.
9 Declaração acordada relativa ao Artigo 5º(4)(b): Fica entendido que nada neste Tratado requer ou implica que uma Parte Con-
tratante adote ou aplique o teste dos três passos além de suas obrigações decorrentes deste instrumento ou de outros tratados
internacionais.
10 Declaração acordada relativa ao Artigo 5º(4)(b): Fica entendido que nada neste Tratado cria quaisquer obrigações para uma
Parte Contratante ratificar ou aceder ao Tratado da OMPI sobre Direito de Autor (WCT) ou de cumprir quaisquer de seus dispo-
sitivos e nada neste Tratado prejudica quaisquer direitos, limitações ou exceções contidos no Tratado da OMPI sobre Direito
de Autor (WCT).
11 Declaração acordada relativa ao Artigo 6º: Fica entendido que as Partes Contratantes têm as mesmas flexibilidades previstas no
Artigo 4º na implementação de suas obrigações decorrentes do Artigo 6º.
12 Declaração acordada relativa ao Artigo 7º: Fica entendido que as entidades autorizadas, em diversas circunstâncias, optam por
aplicar medidas tecnológicas na produção, distribuição e colocação à disposição de exemplares em formato acessível e que nada
aqui afeta tais práticas, quando estiverem em conformidade com a legislação nacional.
13 Declaração acordada relativa ao Artigo 9º: Fica entendido que o Artigo 9º não implica um registro obrigatório para as entidades
autorizadas nem constitui uma condição prévia para que as entidades autorizadas exerçam atividades reconhecidas pelo presen-
te Tratado; confere, contudo, a possibilidade de compartilhamento de informações para facilitar o intercâmbio transfronteiriço
de exemplares em formato acessível.
36
TRATADO DE MARRAQUECHE
(MARRAQUECHE, 2013)
2. Nada impedirá que as Partes Contratantes de- direitos concedidos aos autores no âmbito do Tra-
terminem a forma mais adequada de implemen- tado da OMPI sobre Direito de Autor em certos ca-
tar as disposições do presente Tratado no âmbito sos especiais, que não conflitem com a exploração
de seus ordenamentos jurídicos e práticas legais.14 normal da obra e não prejudiquem os interesses
3. As Partes Contratantes poderão exercer os legítimos do autor;
seus direitos e cumprir com as obrigações previs- (d) em conformidade com o Artigo 10(2) do Tra-
tas neste Tratado por meio de limitações ou exce- tado da OMPI sobre Direito de Autor, a Parte Con-
ções específicas em favor dos beneficiários, outras tratante deve restringir, ao aplicar a Convenção de
exceções ou limitações, ou uma combinação de Berna, qualquer limitação ou exceção aos direitos
ambas no âmbito de seus ordenamentos jurídicos a determinados casos especiais que não conflitem
e práticas legais nacionais. Estas poderão incluir com a exploração normal da obra e não prejudi-
decisões judiciais, administrativas ou regulatórias quem injustificadamente os interesses legítimos
em favor dos beneficiários, relativa a práticas, atos do autor.
ou usos justos que permitam satisfazer as suas
Artigo 12 – Outras limitações e exceções
necessidades, em conformidade com os direitos
1. As Partes Contratantes reconhecem que uma
e obrigações que as Partes Contratantes tenham
Parte Contratante pode implementar em sua le-
em virtude da Convenção de Berna, de outros tra-
gislação nacional outras limitações e exceções ao
tados internacionais e do Artigo 11.
direito de autor para o proveito dos beneficiários
Artigo 11 – Obrigações gerais sobre limitações além das previstas por este Tratado, tendo em vis-
e exceções ta a situação econômica dessa Parte Contratante
Ao adotar as medidas necessárias para assegu- e suas necessidades sociais e culturais, em confor-
rar a aplicação do presente Tratado, uma Parte midade com os direitos e obrigações internacio-
Contratante poderá exercer os direitos e deverá nais dessa Parte Contratante, e, no caso de um país
cumprir com as obrigações que essa Parte Con- de menor desenvolvimento relativo, levando em
tratante tenha no âmbito da Convenção de Berna, consideração suas necessidades especiais, seus di-
do Acordo Relativo aos Aspectos do Direito da Pro- reitos e obrigações internacionais particulares e as
priedade Intelectual Relacionados com o Comér- flexibilidades derivadas destes últimos.
cio e do Tratado da OMPI sobre Direito de Autor, 2. Este Tratado não prejudica outras limitações
incluindo os acordos interpretativos dos mesmos, e exceções para pessoas com deficiência previstas
de modo que: pela legislação nacional.
(a) em conformidade com o Artigo 9º(2) da Con-
venção de Berna, a Parte Contratante pode per- Artigo 13 – Assembleia
mitir a reprodução de obras em certos casos es- 1.(a) As Partes Contratantes terão uma Assem-
peciais, contanto que tal reprodução não afete a bleia.
exploração normal da obra nem cause prejuízo in- (b) Cada Parte Contratante será representada na
justificado aos interesses legítimos do autor; Assembleia por um delegado, que poderá ser as-
(b) em conformidade com o Artigo 13 do Acordo sistido por suplentes, assessores ou especialistas.
Relativo aos Aspectos do Direito da Propriedade (c) Os gastos de cada delegação serão custea-
Intelectual Relacionados com o Comércio, a Parte dos pela Parte Contratante que tenha designa-
Contratante deverá restringir as limitações ou ex- do a delegação. A Assembleia pode pedir à OMPI
ceções aos direitos exclusivos a determinados ca- que conceda assistência financeira para facilitar
sos especiais, que não conflitem com a exploração a participação de delegações de Partes Contra-
normal da obra e não prejudiquem injustificada- tantes consideradas países em desenvolvimento,
mente os interesses legítimos do titular do direito; em conformidade com a prática estabelecida pela
(c) em conformidade com o Artigo 10(1) do Tra- Assembleia Geral das Nações Unidas, ou que se-
tado da OMPI sobre Direito de Autor, a Parte Con- jam países em transição para uma economia de
tratante pode prever limitações ou exceções aos mercado.
14 Declaração acordada relativa ao Artigo 10(2): Fica entendido que quando uma obra se qualifica como uma obra nos termos do
Artigo 2º(a), incluindo as obras em formato de áudio, as limitações e as exceções previstas pelo presente Tratado se aplicam
mutatis mutandis aos direitos conexos, conforme necessário para fazer o exemplar em formato acessível, para distribuí-lo e para
colocá-lo à disposição dos beneficiários.
37
2.(a) A Assembleia tratará as questões relativas Artigo 16 – Direitos e obrigações do tratado
à manutenção e desenvolvimento deste Tratado e Salvo qualquer dispositivo específico em con-
da aplicação e operação deste Tratado. trário neste Tratado, cada Parte Contratante go-
(b) A Assembleia realizará a função a ela atribuí- zará de todos os direitos e assumirá todas as obri-
da pelo Artigo 15 no que diz respeito à admissão gações decorrentes deste Tratado.
de certas organizações intergovernamentais como
Artigo 17 – Assinatura do tratado
Parte do presente Tratado.
Este Tratado ficará aberto para assinatura na
(c) A Assembleia decidirá a convocação de qual-
quer conferência diplomática para a revisão deste Conferência Diplomática de Marraqueche, e, de-
Tratado e dará as instruções necessárias ao Dire- pois disso, na sede da OMPI, por qualquer parte
tor-Geral da OMPI para a preparação de tal confe- que reúna as condições para tal fim, durante um
rência diplomática. ano após sua adoção.
3.(a) Cada Parte Contratante que seja um Estado Artigo 18 – Entrada em vigor do tratado
terá um voto e votará apenas em seu próprio nome. Este Tratado entrará em vigor três meses após
(b) Toda Parte Contratante que seja uma orga- 20 partes que reúnam as condições referidas no
nização intergovernamental poderá participar na Artigo 15 tenham depositado seus instrumentos
votação, no lugar de seus Estados-Membros, com de ratificação ou adesão.
um número de votos igual ao número de seus Es-
tados-Membros que sejam parte deste Tratado. Artigo 19 – Data da produção de efeitos das
Nenhuma dessas organizações intergovernamen- obrigações do tratado
tais poderá participar na votação se qualquer um O presente Tratado produzirá efeitos:
de seus Estados-Membros exercer seu direito ao (a) para as 20 Partes referidas no Artigo 18, a
voto e vice-versa. partir da data de entrada em vigor do Tratado;
4. A Assembleia se reunirá mediante convoca- (b) para qualquer outra Parte referida no Artigo
ção do Diretor-Geral e, na ausência de circunstân- 15, a partir do término do prazo de três meses con-
cias excepcionais, durante o mesmo período e no tados da data em que tenha sido feito o depósito
mesmo local que a Assembleia Geral da OMPI. do instrumento de ratificação ou adesão junto ao
5. A Assembleia procurará tomar as suas deci- Diretor-Geral da OMPI;
sões por consenso e estabelecerá suas próprias re-
gras de procedimento, incluindo a convocação de Artigo 20 – Denúncia do tratado
sessões extraordinárias, os requisitos de quórum Qualquer Parte Contratante poderá denunciar o
e, sujeita às disposições do presente Tratado, a presente Tratado mediante notificação dirigida ao
maioria exigida para os diversos tipos de decisões. Diretor-Geral da OMPI. A denúncia produzirá efei-
tos após um ano da data em que o Diretor-Geral
Artigo 14 – Escritório internacional
da OMPI tenha recebido a notificação.
O Escritório Internacional da OMPI executará
as tarefas administrativas relativas a este Tratado. Artigo 21 – Línguas do tratado
(1) O presente tratado é assinado em um único
Artigo 15 – Condições para se tornar parte do
exemplar original nas línguas inglesa, árabe, chi-
tratado
nesa, francesa, russa e espanhola, sendo todas
(1) Qualquer Estado-Membro da OMPI poderá se
elas igualmente autênticas.
tornar parte deste Tratado.
(2) A pedido de uma parte interessada, o Dire-
(2) A Assembleia poderá decidir a admissão de
tor-Geral da OMPI estabelecerá um texto oficial em
qualquer organização intergovernamental para
ser parte do Tratado que declare ter competência qualquer outra língua não referida no Artigo 21(1),
e ter sua própria legislação vinculante para todos após consulta com todas as partes interessadas.
seus Estados-Membros sobre os temas contem- Para efeitos do disposto neste parágrafo, por “par-
plados neste Tratado e que tenha sido devidamen- te interessada” se entende qualquer Estado-Mem-
te autorizada, em conformidade com seus proce- bro da OMPI cuja língua oficial, ou uma das lín-
dimentos internos, a se tornar parte deste Tratado. guas oficiais, esteja implicada e a União Europeia,
(3) A União Europeia, tendo feito a declaração bem como qualquer outra organização intergover-
mencionada no parágrafo anterior na Conferência namental que possa se tornar Parte do presente
Diplomática que adotou este Tratado, poderá se Tratado, se estiver implicada uma de suas línguas
tornar parte deste Tratado. oficiais.
38
CONVENÇÃO INTERAMERICANA PARA A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS DE
DISCRIMINAÇÃO CONTRA AS PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA (GUATEMALA, 1999)
ção social da pessoa com deficiência em igualda- X – residências inclusivas: unidades de oferta do
de de condições e oportunidades com as demais Serviço de Acolhimento do Sistema Único de As-
pessoas; sistência Social (Suas) localizadas em áreas resi-
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou denciais da comunidade, com estruturas adequa-
impedem o acesso da pessoa com deficiência às das, que possam contar com apoio psicossocial
tecnologias; para o atendimento das necessidades da pessoa
V – comunicação: forma de interação dos cida- acolhida, destinadas a jovens e adultos com de-
dãos que abrange, entre outras opções, as línguas, ficiência, em situação de dependência, que não
inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a dispõem de condições de autossustentabilidade e
visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- com vínculos familiares fragilizados ou rompidos;
lização ou de comunicação tátil, os caracteres am- XI – moradia para a vida independente da pes-
pliados, os dispositivos multimídia, assim como a soa com deficiência: moradia com estruturas ade-
linguagem simples, escrita e oral, os sistemas au- quadas capazes de proporcionar serviços de apoio
ditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, coletivos e individualizados que respeitem e am-
meios e formatos aumentativos e alternativos de pliem o grau de autonomia de jovens e adultos
comunicação, incluindo as tecnologias da infor- com deficiência;
mação e das comunicações; XII – atendente pessoal: pessoa, membro ou
VI – adaptações razoáveis: adaptações, modi- não da família, que, com ou sem remuneração,
ficações e ajustes necessários e adequados que assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à
não acarretem ônus desproporcional e indevido, pessoa com deficiência no exercício de suas ativi-
quando requeridos em cada caso, a fim de asse- dades diárias, excluídas as técnicas ou os procedi-
gurar que a pessoa com deficiência possa gozar mentos identificados com profissões legalmente
ou exercer, em igualdade de condições e oportu- estabelecidas;
nidades com as demais pessoas, todos os direitos XIII – profissional de apoio escolar: pessoa que
e liberdades fundamentais; exerce atividades de alimentação, higiene e loco-
VII – elemento de urbanização: quaisquer com- moção do estudante com deficiência e atua em
ponentes de obras de urbanização, tais como os todas as atividades escolares nas quais se fizer
referentes a pavimentação, saneamento, encana- necessária, em todos os níveis e modalidades de
mento para esgotos, distribuição de energia elé- ensino, em instituições públicas e privadas, excluí-
trica e de gás, iluminação pública, serviços de co- das as técnicas ou os procedimentos identificados
municação, abastecimento e distribuição de água, com profissões legalmente estabelecidas;
paisagismo e os que materializam as indicações XIV – acompanhante: aquele que acompanha a
do planejamento urbanístico; pessoa com deficiência, podendo ou não desem-
VIII – mobiliário urbano: conjunto de objetos penhar as funções de atendente pessoal.
existentes nas vias e nos espaços públicos, super- CAPÍTULO II – DA IGUALDADE E
postos ou adicionados aos elementos de urbani- DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
zação ou de edificação, de forma que sua modi- Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à
ficação ou seu traslado não provoque alterações igualdade de oportunidades com as demais pes-
substanciais nesses elementos, tais como semá- soas e não sofrerá nenhuma espécie de discrimi-
foros, postes de sinalização e similares, terminais nação.
e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, § 1º Considera-se discriminação em razão da
fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, ban- deficiência toda forma de distinção, restrição ou
cos, quiosques e quaisquer outros de natureza exclusão, por ação ou omissão, que tenha o pro-
análoga; pósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular
IX – pessoa com mobilidade reduzida: aquela o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das
que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de liberdades fundamentais de pessoa com deficiên-
movimentação, permanente ou temporária, ge- cia, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e
rando redução efetiva da mobilidade, da flexibi- de fornecimento de tecnologias assistivas.
lidade, da coordenação motora ou da percepção, § 2º A pessoa com deficiência não está obrigada
incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com à fruição de benefícios decorrentes de ação afir-
criança de colo e obeso; mativa.
43
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida I – proteção e socorro em quaisquer circunstân-
de toda forma de negligência, discriminação, ex- cias;
ploração, violência, tortura, crueldade, opressão e II – atendimento em todas as instituições e ser-
tratamento desumano ou degradante. viços de atendimento ao público;
Parágrafo único. Para os fins da proteção men- III – disponibilização de recursos, tanto huma-
cionada no caput deste artigo, são considerados nos quanto tecnológicos, que garantam atendi-
especialmente vulneráveis a criança, o adolescen- mento em igualdade de condições com as demais
te, a mulher e o idoso, com deficiência. pessoas;
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade IV – disponibilização de pontos de parada, esta-
civil da pessoa, inclusive para: ções e terminais acessíveis de transporte coletivo
I – casar-se e constituir união estável; de passageiros e garantia de segurança no embar-
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos; que e no desembarque;
III – exercer o direito de decidir sobre o número V – acesso a informações e disponibilização de
de filhos e de ter acesso a informações adequadas recursos de comunicação acessíveis;
sobre reprodução e planejamento familiar; VI – recebimento de restituição de imposto de
IV – conservar sua fertilidade, sendo vedada a renda;
esterilização compulsória; VII – tramitação processual e procedimentos ju-
V – exercer o direito à família e à convivência diciais e administrativos em que for parte ou inte-
familiar e comunitária; e ressada, em todos os atos e diligências.
VI – exercer o direito à guarda, à tutela, à cura- § 1º Os direitos previstos neste artigo são exten-
tela e à adoção, como adotante ou adotando, em sivos ao acompanhante da pessoa com deficiên-
igualdade de oportunidades com as demais pes- cia ou ao seu atendente pessoal, exceto quanto ao
soas. disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
§ 2º Nos serviços de emergência públicos e pri-
Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade
vados, a prioridade conferida por esta Lei é condi-
competente qualquer forma de ameaça ou de vio-
cionada aos protocolos de atendimento médico.
lação aos direitos da pessoa com deficiência.
Parágrafo único. Se, no exercício de suas fun- TÍTULO II – DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
ções, os juízes e os tribunais tiverem conhecimen- CAPÍTULO I – DO DIREITO À VIDA
to de fatos que caracterizem as violações previstas
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dig-
nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Pú- nidade da pessoa com deficiência ao longo de to-
blico para as providências cabíveis. da a vida.
Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da famí- Parágrafo único. Em situações de risco, emer-
lia assegurar à pessoa com deficiência, com prio- gência ou estado de calamidade pública, a pessoa
ridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, com deficiência será considerada vulnerável, de-
à saúde, à sexualidade, à paternidade e à mater- vendo o poder público adotar medidas para sua
nidade, à alimentação, à habitação, à educação, à proteção e segurança.
profissionalização, ao trabalho, à previdência so- Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser
cial, à habilitação e à reabilitação, ao transporte, obrigada a se submeter a intervenção clínica ou
à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turis- cirúrgica, a tratamento ou a institucionalização
mo, ao lazer, à informação, à comunicação, aos forçada.
avanços científicos e tecnológicos, à dignidade, ao Parágrafo único. O consentimento da pessoa
respeito, à liberdade, à convivência familiar e co- com deficiência em situação de curatela poderá
munitária, entre outros decorrentes da Constitui- ser suprido, na forma da lei.
ção Federal, da Convenção sobre os Direitos das
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclareci-
Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultati-
do da pessoa com deficiência é indispensável para
vo e das leis e de outras normas que garantam seu
a realização de tratamento, procedimento, hospi-
bem-estar pessoal, social e econômico.
talização e pesquisa científica.
Seção Única – Do Atendimento Prioritário § 1º Em caso de pessoa com deficiência em si-
Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a re- tuação de curatela, deve ser assegurada sua par-
ceber atendimento prioritário, sobretudo com a ticipação, no maior grau possível, para a obtenção
finalidade de: de consentimento.
44
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
conferências e similares, serão reservados espa- zida será assegurado em igualdade de oportuni-
ços livres e assentos para a pessoa com deficiência, dades com as demais pessoas, por meio de iden-
de acordo com a capacidade de lotação da edifica- tificação e de eliminação de todos os obstáculos
ção, observado o disposto em regulamento. e barreiras ao seu acesso.
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere es- § 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de
te artigo devem ser distribuídos pelo recinto em transporte coletivo terrestre, aquaviário e aéreo,
locais diversos, de boa visibilidade, em todos os em todas as jurisdições, consideram-se como in-
setores, próximos aos corredores, devidamente tegrantes desses serviços os veículos, os terminais,
sinalizados, evitando-se áreas segregadas de pú- as estações, os pontos de parada, o sistema viário
blico e obstrução das saídas, em conformidade e a prestação do serviço.
com as normas de acessibilidade. § 2º São sujeitas ao cumprimento das disposi-
§ 2º No caso de não haver comprovada procura ções desta Lei, sempre que houver interação com
pelos assentos reservados, esses podem, excep- a matéria nela regulada, a outorga, a concessão,
cionalmente, ser ocupados por pessoas sem defi- a permissão, a autorização, a renovação ou a ha-
ciência ou que não tenham mobilidade reduzida, bilitação de linhas e de serviços de transporte co-
observado o disposto em regulamento. letivo.
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este § 3º Para colocação do símbolo internacional
artigo devem situar-se em locais que garantam a de acesso nos veículos, as empresas de transpor-
acomodação de, no mínimo, 1 (um) acompanhan- te coletivo de passageiros dependem da certifica-
te da pessoa com deficiência ou com mobilidade ção de acessibilidade emitida pelo gestor público
reduzida, resguardado o direito de se acomodar responsável pela prestação do serviço.
proximamente a grupo familiar e comunitário.
Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento
§ 4º Nos locais referidos no caput deste artigo,
aberto ao público, de uso público ou privado de
deve haver, obrigatoriamente, rotas de fuga e saí-
uso coletivo e em vias públicas, devem ser reser-
das de emergência acessíveis, conforme padrões
vadas vagas próximas aos acessos de circulação
das normas de acessibilidade, a fim de permitir a
de pedestres, devidamente sinalizadas, para veí-
saída segura da pessoa com deficiência ou com
culos que transportem pessoa com deficiência
mobilidade reduzida, em caso de emergência.
com comprometimento de mobilidade, desde que
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas
devidamente identificados.
no caput deste artigo devem atender às normas
§ 1º As vagas a que se refere o caput deste arti-
de acessibilidade em vigor.
go devem equivaler a 2% (dois por cento) do total,
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em to-
garantida, no mínimo, 1 (uma) vaga devidamente
das as sessões, recursos de acessibilidade para a
sinalizada e com as especificações de desenho e
pessoa com deficiência.
traçado de acordo com as normas técnicas vigen-
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiên-
tes de acessibilidade.
cia não poderá ser superior ao valor cobrado das
§ 2º Os veículos estacionados nas vagas reserva-
demais pessoas.
das devem exibir, em local de ampla visibilidade, a
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser credencial de beneficiário, a ser confeccionada e
construídos observando-se os princípios do dese- fornecida pelos órgãos de trânsito, que disciplina-
nho universal, além de adotar todos os meios de
rão suas características e condições de uso.
acessibilidade, conforme legislação em vigor.
§ 3º A utilização indevida das vagas de que tra-
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão
ta este artigo sujeita os infratores às sanções pre-
disponibilizar, pelo menos, 10% (dez por cento) de
vistas no inciso XX do art. 181 da Lei nº 9.503, de
seus dormitórios acessíveis, garantida, no mínimo,
23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasi-
1 (uma) unidade acessível.
leiro). (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.281, de
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste
4/5/2016, publicada no DOU de 5/5/2016, em vigor 180 dias
artigo deverão ser localizados em rotas acessíveis.
após a publicação)
CAPÍTULO X – DO DIREITO AO § 4º A credencial a que se refere o § 2º deste arti-
TRANSPORTE E À MOBILIDADE go é vinculada à pessoa com deficiência que pos-
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da sui comprometimento de mobilidade e é válida
pessoa com deficiência ou com mobilidade redu- em todo o território nacional.
51
Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terres- Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposi-
tre, aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, ções desta Lei e de outras normas relativas à aces-
os portos e os terminais em operação no País de- sibilidade, sempre que houver interação com a
vem ser acessíveis, de forma a garantir o seu uso matéria nela regulada:
por todas as pessoas. I – a aprovação de projeto arquitetônico e urba-
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata o nístico ou de comunicação e informação, a fabrica-
caput deste artigo devem dispor de sistema de ção de veículos de transporte coletivo, a prestação
comunicação acessível que disponibilize informa- do respectivo serviço e a execução de qualquer ti-
ções sobre todos os pontos do itinerário. po de obra, quando tenham destinação pública
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência ou coletiva;
prioridade e segurança nos procedimentos de em- II – a outorga ou a renovação de concessão, per-
barque e de desembarque nos veículos de trans- missão, autorização ou habilitação de qualquer
porte coletivo, de acordo com as normas técnicas. natureza;
§ 3º Para colocação do símbolo internacional III – a aprovação de financiamento de projeto
de acesso nos veículos, as empresas de transpor- com utilização de recursos públicos, por meio de
te coletivo de passageiros dependem da certifica- renúncia ou de incentivo fiscal, contrato, convênio
ção de acessibilidade emitida pelo gestor público ou instrumento congênere; e
responsável pela prestação do serviço. IV – a concessão de aval da União para obtenção
Art. 49. As empresas de transporte de fretamen- de empréstimo e de financiamento internacionais
to e de turismo, na renovação de suas frotas, são por entes públicos ou privados.
obrigadas ao cumprimento do disposto nos arts. Art. 55. A concepção e a implantação de projetos
46 e 48 desta Lei. que tratem do meio físico, de transporte, de infor-
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação mação e comunicação, inclusive de sistemas e tec-
de veículos acessíveis e a sua utilização como tá- nologias da informação e comunicação, e de ou-
xis e vans, de forma a garantir o seu uso por todas tros serviços, equipamentos e instalações abertos
as pessoas. ao público, de uso público ou privado de uso cole-
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem re- tivo, tanto na zona urbana como na rural, devem
servar 10% (dez por cento) de seus veículos aces- atender aos princípios do desenho universal, ten-
síveis à pessoa com deficiência. do como referência as normas de acessibilidade.
§ 1º É proibida a cobrança diferenciada de ta- § 1º O desenho universal será sempre tomado
rifas ou de valores adicionais pelo serviço de táxi como regra de caráter geral.
prestado à pessoa com deficiência. § 2º Nas hipóteses em que comprovadamente
§ 2º O poder público é autorizado a instituir in- o desenho universal não possa ser empreendido,
centivos fiscais com vistas a possibilitar a acessi- deve ser adotada adaptação razoável.
bilidade dos veículos a que se refere o caput deste § 3º Caberá ao poder público promover a inclu-
artigo. são de conteúdos temáticos referentes ao dese-
nho universal nas diretrizes curriculares da educa-
Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a
ção profissional e tecnológica e do ensino superior
oferecer 1 (um) veículo adaptado para uso de pes-
e na formação das carreiras de Estado.
soa com deficiência, a cada conjunto de 20 (vinte)
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pes-
veículos de sua frota.
quisa a serem desenvolvidos com o apoio de orga-
Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter,
nismos públicos de auxílio à pesquisa e de agên-
no mínimo, câmbio automático, direção hidráuli-
ca, vidros elétricos e comandos manuais de freio cias de fomento deverão incluir temas voltados
e de embreagem. para o desenho universal.
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas
TÍTULO III – DA ACESSIBILIDADE públicas deverão considerar a adoção do desenho
CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS universal.
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a
pessoa com deficiência ou com mobilidade redu- mudança de uso de edificações abertas ao públi-
zida viver de forma independente e exercer seus co, de uso público ou privadas de uso coletivo de-
direitos de cidadania e de participação social. verão ser executadas de modo a serem acessíveis.
52
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
53
recursos de acessibilidade para pessoa com de- Art. 69. O poder público deve assegurar a dispo-
ficiência visual, sendo assegurado pelo menos nibilidade de informações corretas e claras sobre
1 (um) equipamento, quando o resultado percen- os diferentes produtos e serviços ofertados, por
tual for inferior a 1 (um). quaisquer meios de comunicação empregados, in-
clusive em ambiente virtual, contendo a especifi-
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de
cação correta de quantidade, qualidade, caracte-
que trata o art. 63 desta Lei deve ser observada
rísticas, composição e preço, bem como sobre os
para obtenção do financiamento de que trata o
eventuais riscos à saúde e à segurança do consu-
inciso III do art. 54 desta Lei.
midor com deficiência, em caso de sua utilização,
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de aplicando-se, no que couber, os arts. 30 a 41 da Lei
telecomunicações deverão garantir pleno acesso nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.
à pessoa com deficiência, conforme regulamen- § 1º Os canais de comercialização virtual e os
tação específica. anúncios publicitários veiculados na imprensa
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a ofer- escrita, na internet, no rádio, na televisão e nos
ta de aparelhos de telefonia fixa e móvel celular demais veículos de comunicação abertos ou por
com acessibilidade que, entre outras tecnologias assinatura devem disponibilizar, conforme a com-
assistivas, possuam possibilidade de indicação patibilidade do meio, os recursos de acessibilida-
e de ampliação sonoras de todas as operações e de de que trata o art. 67 desta Lei, a expensas do
funções disponíveis. fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuí-
zo da observância do disposto nos arts. 36 a 38 da
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e ima-
Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.
gens devem permitir o uso dos seguintes recursos,
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, me-
entre outros:
diante solicitação, exemplares de bulas, prospec-
I – subtitulação por meio de legenda oculta;
tos, textos ou qualquer outro tipo de material de
II – janela com intérprete da Libras;
divulgação em formato acessível.
III – audiodescrição.
Art. 70. As instituições promotoras de congressos,
Art. 68. O poder público deve adotar mecanis- seminários, oficinas e demais eventos de natureza
mos de incentivo à produção, à edição, à difusão, científico-cultural devem oferecer à pessoa com
à distribuição e à comercialização de livros em for- deficiência, no mínimo, os recursos de tecnologia
matos acessíveis, inclusive em publicações da ad- assistiva previstos no art. 67 desta Lei.
ministração pública ou financiadas com recursos
Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas
públicos, com vistas a garantir à pessoa com defi-
e os demais eventos de natureza científico-cultu-
ciência o direito de acesso à leitura, à informação
ral promovidos ou financiados pelo poder público
e à comunicação.
devem garantir as condições de acessibilidade e
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive os recursos de tecnologia assistiva.
para o abastecimento ou a atualização de acervos
Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e
de bibliotecas em todos os níveis e modalidades
os projetos a serem desenvolvidos com o apoio
de educação e de bibliotecas públicas, o poder pú-
de agências de financiamento e de órgãos e enti-
blico deverá adotar cláusulas de impedimento à
dades integrantes da administração pública que
participação de editoras que não ofertem sua pro-
atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar
dução também em formatos acessíveis.
temas voltados à tecnologia assistiva.
§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os ar-
Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou
quivos digitais que possam ser reconhecidos e
em parceria com organizações da sociedade civil,
acessados por softwares leitores de telas ou outras
promover a capacitação de tradutores e intérpre-
tecnologias assistivas que vierem a substituí-los,
tes da Libras, de guias intérpretes e de profissio-
permitindo leitura com voz sintetizada, ampliação
nais habilitados em Braille, audiodescrição, este-
de caracteres, diferentes contrastes e impressão
notipia e legendagem.
em Braille.
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a CAPÍTULO III – DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
adaptação e a produção de artigos científicos em Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência
formato acessível, inclusive em Libras. acesso a produtos, recursos, estratégias, práti-
54
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
cas, processos, métodos e serviços de tecnologia possuam, pelo menos, os recursos elencados no
assistiva que maximizem sua autonomia, mobili- art. 67 desta Lei;
dade pessoal e qualidade de vida. IV – garantia do livre exercício do direito ao voto
Art. 75. O poder público desenvolverá plano espe- e, para tanto, sempre que necessário e a seu pe-
cífico de medidas, a ser renovado em cada período dido, permissão para que a pessoa com deficiên-
de 4 (quatro) anos, com a finalidade de: cia seja auxiliada na votação por pessoa de sua
I – facilitar o acesso a crédito especializado, in- escolha.
clusive com oferta de linhas de crédito subsidiadas, § 2º O poder público promoverá a participação
específicas para aquisição de tecnologia assistiva; da pessoa com deficiência, inclusive quando insti-
II – agilizar, simplificar e priorizar procedimen- tucionalizada, na condução das questões públicas,
tos de importação de tecnologia assistiva, espe- sem discriminação e em igualdade de oportunida-
cialmente as questões atinentes a procedimentos des, observado o seguinte:
alfandegários e sanitários; I – participação em organizações não governa-
III – criar mecanismos de fomento à pesquisa mentais relacionadas à vida pública e à política
e à produção nacional de tecnologia assistiva, in- do País e em atividades e administração de par-
clusive por meio de concessão de linhas de cré- tidos políticos;
dito subsidiado e de parcerias com institutos de II – formação de organizações para representar
pesquisa oficiais; a pessoa com deficiência em todos os níveis;
IV – eliminar ou reduzir a tributação da cadeia III – participação da pessoa com deficiência em
produtiva e de importação de tecnologia assistiva; organizações que a representem.
V – facilitar e agilizar o processo de inclusão de
TÍTULO IV – DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA
novos recursos de tecnologia assistiva no rol de
produtos distribuídos no âmbito do SUS e por ou- Art. 77. O poder público deve fomentar o desen-
tros órgãos governamentais. volvimento científico, a pesquisa e a inovação e a
Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto capacitação tecnológicas, voltados à melhoria da
neste artigo, os procedimentos constantes do pla- qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com
no específico de medidas deverão ser avaliados, deficiência e sua inclusão social.
pelo menos, a cada 2 (dois) anos. § 1º O fomento pelo poder público deve prio-
rizar a geração de conhecimentos e técnicas que
CAPÍTULO IV – DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO
NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA visem à prevenção e ao tratamento de deficiên-
cias e ao desenvolvimento de tecnologias assis-
Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa
tiva e social.
com deficiência todos os direitos políticos e a
§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e
oportunidade de exercê-los em igualdade de con-
social devem ser fomentadas mediante a criação
dições com as demais pessoas.
de cursos de pós-graduação, a formação de recur-
§ 1º À pessoa com deficiência será assegurado o
sos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes
direito de votar e de ser votada, inclusive por meio
de áreas do conhecimento.
das seguintes ações:
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecno-
I – garantia de que os procedimentos, as insta-
lógica de instituições públicas e privadas para o
lações, os materiais e os equipamentos para vota-
desenvolvimento de tecnologias assistiva e social
ção sejam apropriados, acessíveis a todas as pes-
soas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada que sejam voltadas para melhoria da funcionali-
a instalação de seções eleitorais exclusivas para a dade e da participação social da pessoa com de-
pessoa com deficiência; ficiência.
II – incentivo à pessoa com deficiência a can- § 4º As medidas previstas neste artigo devem
didatar-se e a desempenhar quaisquer funções ser reavaliadas periodicamente pelo poder públi-
públicas em todos os níveis de governo, inclusive co, com vistas ao seu aperfeiçoamento.
por meio do uso de novas tecnologias assistivas, Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o de-
quando apropriado; senvolvimento, a inovação e a difusão de tecno-
III – garantia de que os pronunciamentos ofi- logias voltadas para ampliar o acesso da pessoa
ciais, a propaganda eleitoral obrigatória e os de- com deficiência às tecnologias da informação e
bates transmitidos pelas emissoras de televisão comunicação e às tecnologias sociais.
55
Parágrafo único. Serão estimulados, em espe- Art. 83. Os serviços notariais e de registro não po-
cial: dem negar ou criar óbices ou condições diferen-
I – o emprego de tecnologias da informação e ciadas à prestação de seus serviços em razão de
comunicação como instrumento de superação de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua
limitações funcionais e de barreiras à comunica- capacidade legal plena, garantida a acessibilidade.
ção, à informação, à educação e ao entretenimen- Parágrafo único. O descumprimento do dispos-
to da pessoa com deficiência; to no caput deste artigo constitui discriminação
II – a adoção de soluções e a difusão de normas em razão de deficiência.
que visem a ampliar a acessibilidade da pessoa
CAPÍTULO II – DO RECONHECIMENTO
com deficiência à computação e aos sítios da in-
IGUAL PERANTE A LEI
ternet, em especial aos serviços de governo ele-
Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado
trônico.
o direito ao exercício de sua capacidade legal em
LIVRO II – PARTE ESPECIAL igualdade de condições com as demais pessoas.
TÍTULO I – DO ACESSO À JUSTIÇA § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiên-
CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS cia será submetida à curatela, conforme a lei.
§ 2º É facultado à pessoa com deficiência a ado-
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso
ção de processo de tomada de decisão apoiada.
da pessoa com deficiência à Justiça, em igualdade
§ 3º A definição de curatela de pessoa com defi-
de oportunidades com as demais pessoas, garan-
ciência constitui medida protetiva extraordinária,
tindo, sempre que requeridos, adaptações e recur-
proporcional às necessidades e às circunstâncias
sos de tecnologia assistiva.
de cada caso, e durará o menor tempo possível.
§ 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com
§ 4º Os curadores são obrigados a prestar, anual-
deficiência em todo o processo judicial, o poder
mente, contas de sua administração ao juiz, apre-
público deve capacitar os membros e os servido-
res que atuam no Poder Judiciário, no Ministério sentando o balanço do respectivo ano.
Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de se- Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos re-
gurança pública e no sistema penitenciário quan- lacionados aos direitos de natureza patrimonial e
to aos direitos da pessoa com deficiência. negocial.
§ 2º Devem ser assegurados à pessoa com defi- § 1º A definição da curatela não alcança o direito
ciência submetida a medida restritiva de liberda- ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio,
de todos os direitos e garantias a que fazem jus à privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho
os apenados sem deficiência, garantida a acessi- e ao voto.
bilidade. § 2º A curatela constitui medida extraordinária,
§ 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público devendo constar da sentença as razões e motiva-
tomarão as medidas necessárias à garantia dos di- ções de sua definição, preservados os interesses
reitos previstos nesta Lei. do curatelado.
Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos § 3º No caso de pessoa em situação de institu-
de tecnologia assistiva disponíveis para que a cionalização, ao nomear curador, o juiz deve dar
pessoa com deficiência tenha garantido o acesso preferência a pessoa que tenha vínculo de natu-
à Justiça, sempre que figure em um dos polos da reza familiar, afetiva ou comunitária com o cura-
ação ou atue como testemunha, partícipe da lide telado.
posta em juízo, advogado, defensor público, ma- Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não
gistrado ou membro do Ministério Público. será exigida a situação de curatela da pessoa com
Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem deficiência.
garantido o acesso ao conteúdo de todos os atos
Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim
processuais de seu interesse, inclusive no exercí-
de proteger os interesses da pessoa com deficiência
cio da advocacia.
em situação de curatela, será lícito ao juiz, ouvido o
Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência se- Ministério Público, de oficio ou a requerimento do
rão garantidos por ocasião da aplicação de san- interessado, nomear, desde logo, curador provisó-
ções penais. rio, o qual estará sujeito, no que couber, às disposi-
Art. 82. (Vetado) ções do Código de Processo Civil.
56
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos LEI Nº 7.070, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1982
180 (cento e oitenta) dias de sua publicação oficial. (Publicada no DOU de 21/12/1982)
Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Dispõe sobre pensão especial para os deficientes físicos que
Independência e 127º da República. especifica e dá outras providências.
DILMA ROUSSEFF O presidente da República
Marivaldo de Castro Pereira
Joaquim Vieira Ferreira Levy Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
Renato Janine Ribeiro sanciono a seguinte Lei:
Armando Monteiro
Nelson Barbosa Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a conce-
Gilberto Kassab der pensão especial, mensal, vitalícia e intransferí-
Luis Inácio Lucena Adams vel, aos portadores da deficiência física conhecida
Gilberto José Spier Vargas
Guilherme Afif Domingos como “Síndrome da Talidomida” que a requere-
rem, devida a partir da entrada do pedido de pa-
LEI Nº 4.613, DE 2 DE ABRIL DE 1965 gamento no Instituto Nacional de Previdência So-
(Publicada no DOU de 7/4/1965) cial (INPS).
Isenta dos impostos de importação e de consumo, bem como § 1º O valor da pensão especial, reajustável a
da taxa de despacho aduaneiro, os veículos especiais destina- cada ano posterior à data da concessão segundo o
dos a uso exclusivo de paraplégicos ou de pessoas portadoras índice de Variação das Obrigações Reajustáveis do
de defeitos físicos, os quais fiquem impossibilitados de utilizar
Tesouro Nacional ORTN, será calculado, em fun-
os modelos comuns.
ção dos pontos indicadores da natureza e do grau
O presidente da República
da dependência resultante da deformidade física,
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
à razão, cada um, de metade do maior salário mí-
sanciono a seguinte Lei:
nimo vigente no País.
Art. 1º É concedida isenção dos impostos de im- § 2º Quanto à natureza, a dependência com-
portação e de consumo, bem como da taxa de des- preenderá a incapacidade para o trabalho, para
pacho aduaneiro, para os veículos que, pelas suas a deambulação, para a higiene pessoal e para a
características e adaptações especiais, se destina- própria alimentação, atribuindo-se a cada uma
rem a uso exclusivo de paraplégicos ou de pessoas
1 (um) ou 2 (dois) pontos, respectivamente, con-
portadoras de defeitos físicos, os quais fiquem im-
forme seja o seu grau parcial ou total.
possibilitados de utilizar os modelos comuns.
Parágrafo único. A isenção de que trata esta lei Art. 2º A percepção do benefício de que trata es-
não abrange o material com similar nacional. ta Lei dependerá unicamente da apresentação de
atestado médico comprobatório das condições
Art. 2º A venda dos veículos importados na con-
constantes do artigo anterior, passado por junta
formidade do artigo anterior será permitida, pela
médica oficial para esse fim constituída pelo Insti-
competente estação aduaneira, somente à pessoa
tuto Nacional de Previdência Social, sem qualquer
nas mesmas condições de deficiência física, apu-
radas mediante inspeção por junta médica oficial. ônus para os interessados.
Parágrafo único. Apurada fraude na importação Art. 3º A pensão especial de que trata esta Lei, res-
ou na venda dos veículos importados com a isen- salvado o direito de opção, não é acumulável com
ção outorgada nesta lei, o infrator pagará os im- rendimento ou indenização que, a qualquer título,
postos de importação e de consumo, bem como a venha a ser pago pela União a seus beneficiários,
taxa de despacho aduaneiro, em dobro, sem pre- salvo a indenização por dano moral concedida por
juízo das demais sanções legais aplicáveis. lei específica. (Caput do artigo com redação dada pela
Art. 3º Esta lei entra em vigor na data de sua pu- Lei nº 12.190, de 13/1/2010, produzindo efeitos a partir de
blicação. 1º/1/2010)
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. § 1º O benefício de que trata esta Lei é de na-
tureza indenizatória, não prejudicando eventuais
Brasília, 2 de abril de 1965; 144º da
Independência e 77º da República. benefícios de natureza previdenciária, e não po-
H. CASTELLO BRANCO derá ser reduzido em razão de eventual aquisi-
Octávio Gouveia de Bulhões ção de capacidade laborativa ou de redução de
59
incapacidade para o trabalho, ocorridas após LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989
a sua concessão. (Parágrafo único acrescido pela Lei (LEI DOS PORTADORES DE DEFICIÊNCIA)
nº 9.528, de 10/12/1997, e transformado em § 1º pela Me- (Publicada no DOU de 25/10/1989)
dida Provisória nº 2.187-13, de 24/8/2001) Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência,
§ 2º O beneficiário desta pensão especial, maior sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), ins-
de trinta e cinco anos, que necessite de assistência titui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos
permanente de outra pessoa e que tenha recebi- dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público,
do pontuação superior ou igual a seis, conforme define crimes, e dá outras providências.
estabelecido no § 2º do art. 1º desta Lei, fará jus O presidente da República
a um adicional de vinte e cinco por cento sobre o Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
valor deste benefício. (Parágrafo acrescido pela Medida sanciono a seguinte Lei:
Provisória nº 2.187-13, de 24/8/2001) Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que as-
§ 3º Sem prejuízo do adicional de que trata o seguram o pleno exercício dos direitos individuais
§ 2º, o beneficiário desta pensão especial fará jus e sociais das pessoas portadoras de deficiências, e
a mais um adicional de trinta e cinco por cento sua efetiva integração social, nos termos desta Lei.
sobre o valor do benefício, desde que comprove § 1º Na aplicação e interpretação desta Lei, se-
pelo menos: rão considerados os valores básicos da igualdade
I – vinte e cinco anos, se homem, e vinte anos, se de tratamento e oportunidade, da justiça social,
mulher, de contribuição para a Previdência Social; do respeito à dignidade da pessoa humana, do
II – cinquenta e cinco anos de idade, se homem, bem-estar, e outros, indicados na Constituição
ou cinquenta anos de idade, se mulher, e con- ou justificados pelos princípios gerais de direito.
tar pelo menos quinze anos de contribuição pa- § 2º As normas desta Lei visam garantir às pes-
ra a Previdência Social. (Parágrafo acrescido pela Lei soas portadoras de deficiência as ações governa-
nº 10.877, de 4/6/2004) mentais necessárias ao seu cumprimento e das
Art. 4º A pensão especial será mantida e paga pelo demais disposições constitucionais e legais que
Instituto Nacional de Previdência Social, por con- lhes concernem, afastadas as discriminações e os
ta do Tesouro Nacional. preconceitos de qualquer espécie, e entendida a
Parágrafo único. O Tesouro Nacional porá à dis- matéria como obrigação nacional a cargo do Po-
posição da Previdência Social, à conta de dotações der Público e da sociedade.
próprias consignadas no Orçamento da União, os Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe as-
recursos necessários ao pagamento da pensão es- segurar às pessoas portadoras de deficiência o
pecial, em cotas trimestrais, de acordo com a pro- pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive
gramação financeira da União. dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao
Art. 4º-A. Ficam isentos do imposto de renda a lazer, à previdência social, ao amparo à infância
pensão especial e outros valores recebidos em de- e à maternidade, e de outros que, decorrentes da
corrência da deficiência física de que trata o caput Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar
do art. 1º desta Lei, observado o disposto no art. 2º pessoal, social e econômico.
desta Lei, quando pagos ao seu portador. Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput
Parágrafo único. A documentação comprobató- deste artigo, os órgãos e entidades da administra-
ria da natureza dos valores de que trata o caput ção direta e indireta devem dispensar, no âmbito
deste artigo, quando recebidos de fonte situada no de sua competência e finalidade, aos assuntos ob-
exterior, deve ser traduzida por tradutor juramen- jetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado,
tado. (Artigo acrescido pela Lei nº 11.727, de 23/6/2008) tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as se-
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- guintes medidas:
blicação. I – na área da educação:
a) a inclusão, no sistema educacional, da Edu-
Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário.
cação Especial como modalidade educativa que
Brasília, 20 de dezembro de 1982; 161º da
abranja a educação precoce, a pré-escolar, as de 1º
Independência e 94º da República.
e 2º graus, a supletiva, a habilitação e reabilitação
JOÃO FIGUEIREDO
Carlos Viacava profissionais, com currículos, etapas e exigências
Hélio Beltrão de diplomação próprios;
60
LEI Nº 7.853, DE 24 DE OUTUBRO DE 1989
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, Art. 11. (Revogado pela Lei nº 8.028, de 12/4/1990)
em vigor 180 dias após a publicação) Art. 12. Compete à Corde:
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios I – coordenar as ações governamentais e medi-
subjetivos para indeferimento de inscrição, de das que se refiram às pessoas portadoras de de-
aprovação e de cumprimento de estágio probató- ficiência;
rio em concursos públicos não exclui a responsa- II – elaborar os planos, programas e projetos
bilidade patrimonial pessoal do administrador pú- subsumidos na Política Nacional para a Integração
blico pelos danos causados. (Parágrafo acrescido pela de Pessoa Portadora de Deficiência, bem como
Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
propor as providências necessárias a sua comple-
em vigor 180 dias após a publicação)
ta implantação e seu adequado desenvolvimento,
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou
inclusive as pertinentes a recursos e as de caráter
dificulta o ingresso de pessoa com deficiência em
legislativo;
planos privados de assistência à saúde, inclusive
III – acompanhar e orientar a execução, pela Ad-
com cobrança de valores diferenciados. (Parágrafo
ministração Pública Federal, dos planos, progra-
acrescido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU
mas e projetos mencionados no inciso anterior;
de 7/7/2015, em vigor 180 dias após a publicação)
IV – manifestar-se sobre a adequação à Política
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora
de urgência e emergência, a pena é agravada em
de Deficiência dos projetos federais a ela conexos,
1/3 (um terço). (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.146, de
antes da liberação dos recursos respectivos;
6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias
V – manter, com os Estados, Municípios, Territó-
após a publicação)
rios, o Distrito Federal, e o Ministério Público, es-
Art. 9º A Administração Pública Federal conferirá treito relacionamento, objetivando a concorrência
aos assuntos relativos às pessoas portadoras de de ações destinadas à integração social das pes-
deficiência tratamento prioritário e apropriado, soas portadoras de deficiência;
para que lhes seja efetivamente ensejado o ple- VI – provocar a iniciativa do Ministério Públi-
no exercício de seus direitos individuais e sociais, co, ministrando-lhe informações sobre fatos que
bem como sua completa integração social. constituam objeto da ação civil de que esta Lei, e
§ 1º Os assuntos a que alude este artigo serão indicando-lhe os elementos de convicção;
objeto de ação, coordenada e integrada, dos ór- VII – emitir opinião sobre os acordos, contratos
gãos da Administração Pública Federal, e incluir- ou convênios firmados pelos demais órgãos da
-se-ão em Política Nacional para Integração da Administração Pública Federal, no âmbito da Po-
Pessoa Portadora de Deficiência, na qual estejam lítica Nacional para a Integração da Pessoa Porta-
compreendidos planos, programas e projetos su-
dora de Deficiência;
jeitos a prazos e objetivos determinados.
VIII – promover e incentivar a divulgação e o de-
§ 2º Ter-se-ão como integrantes da Administra-
bate das questões concernentes à pessoa porta-
ção Pública Federal, para os fins desta Lei, além
dora de deficiência, visando à conscientização da
dos órgãos públicos, das autarquias, das empre-
sociedade.
sas públicas e sociedades de economia mista, as
Parágrafo único. Na elaboração dos planos,
respectivas subsidiárias e as fundações públicas.
programas e projetos a seu cargo, deverá a Cor-
Art. 10. A coordenação superior dos assuntos, de recolher, sempre que possível, a opinião das
ações governamentais e medidas referentes a pes- pessoas e entidades interessadas, bem como con-
soas portadoras de deficiência caberá à Secretaria siderar a necessidade de efetivo apoio aos entes
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da particulares voltados para a integração social das
República. (Caput do artigo com redação dada pela Lei pessoas portadoras de deficiência.
nº 11.958, de 26/6/2009)
Art. 13. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.216-37, de
Parágrafo único. Ao órgão a que se refere este ar-
31/8/2001)
tigo caberá formular a Política Nacional para a In-
tegração da Pessoa Portadora de Deficiência, seus Art. 14. (Vetado)
planos, programas e projetos e cumprir as instru- Art. 15. Para atendimento e fiel cumprimento do
ções superiores que lhes digam respeito, com a que dispõe esta Lei, será reestruturada a Secreta-
cooperação dos demais órgãos públicos. (Parágrafo ria de Educação Especial do Ministério da Educa-
único com redação dada pela Lei nº 8.028, de 12/4/1990) ção, e serão instituídos, no Ministério do Trabalho,
63
no Ministério da Saúde e no Ministério da Previ- Art. 2º A assistência social tem por objetivos:
dência e Assistência Social, órgão encarregados (Caput do artigo com redação dada pela Lei nº 12.435, de
da coordenação setorial dos assuntos concernen- 6/7/2011)
tes às pessoas portadoras de deficiência. I – a proteção social, que visa à garantia da vida,
Art. 16. O Poder Executivo adotará, nos 60 (ses- à redução de danos e à prevenção da incidência
senta) dias posteriores à vigência desta Lei, as de riscos, especialmente: (Caput do inciso com reda-
providências necessárias à reestruturação e ao ção dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
regular funcionamento da Corde, como aquelas a) a proteção à família, à maternidade, à infân-
decorrentes do artigo anterior. cia, à adolescência e à velhice; (Alínea acrescida pela
Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Art. 17. Serão incluídas no censo demográfico de
1990, e nos subsequentes, questões concernen- b) o amparo às crianças e aos adolescentes ca-
tes à problemática da pessoa portadora de defi- rentes; (Alínea acrescida pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
ciência, objetivando o conhecimento atualizado c) a promoção da integração ao mercado de tra-
do número de pessoas portadoras de deficiência balho; (Alínea acrescida pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
no País. d) a habilitação e reabilitação das pessoas com
Parágrafo único. Os censos demográficos reali- deficiência e a promoção de sua integração à vida
zados a partir de 2019 incluirão as especificidades comunitária; e (Alínea acrescida pela Lei nº 12.435, de
inerentes ao transtorno do espectro autista, em 6/7/2011)
consonância com o § 2º do art. 1º da Lei nº 12.764, e) a garantia de 1 (um) salário mínimo de bene-
de 27 de dezembro de 2012. (Parágrafo único acresci- fício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso
do pela Lei nº 13.861, de 18/7/2019) que comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção ou de tê-la provida por sua
Art. 18. Os órgãos federais desenvolverão, no pra-
família; (Alínea acrescida pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
zo de 12 (doze) meses contado da publicação des-
II – a vigilância socioassistencial, que visa a ana-
ta Lei, as ações necessárias à efetiva implantação
das medidas indicadas no art. 2º desta Lei. lisar territorialmente a capacidade protetiva das
famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades,
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
de ameaças, de vitimizações e danos; (Inciso com
blicação.
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Art. 20. Revogam-se as disposições em contrário. III – a defesa de direitos, que visa a garantir o
Brasília, 24 de outubro de 1989; 168º da pleno acesso aos direitos no conjunto das provi-
Independência e 101º da República. sões socioassistenciais. (Inciso com redação dada pela
JOSÉ SARNEY Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
João Batista de Abreu
IV – (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
V – (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
(LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS) Parágrafo único. Para o enfrentamento da po-
(Publicada no DOU de 8/12/1993) breza, a assistência social realiza-se de forma in-
tegrada às políticas setoriais, garantindo mínimos
Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá ou-
tras providências. sociais e provimento de condições para atender
contingências sociais e promovendo a universali-
O presidente da República
zação dos direitos sociais. (Parágrafo único com reda-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
ção dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
sanciono a seguinte lei:
Art. 3º Consideram-se entidades e organizações
LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
de assistência social aquelas sem fins lucrativos
CAPÍTULO I – DAS DEFINIÇÕES E DOS OBJETIVOS que, isolada ou cumulativamente, prestam atendi-
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e mento e assessoramento aos beneficiários abran-
dever do Estado, é Política de Seguridade Social gidos por esta Lei, bem como as que atuam na
não contributiva, que provê os mínimos sociais, defesa e garantia de direitos. (Caput do artigo com
realizada através de um conjunto integrado de redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
ações de iniciativa pública e da sociedade, para § 1º São de atendimento aquelas entidades
garantir o atendimento às necessidades básicas. que, de forma continuada, permanente e plane-
64
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
65
VII – afiançar a vigilância socioassistencial e a forma integrada, diretamente pelos entes públi-
garantia de direitos. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.435, cos e/ou pelas entidades e organizações de assis-
de 6/7/2011) tência social vinculadas ao Suas, respeitadas as
§ 1º As ações ofertadas no âmbito do Suas têm especificidades de cada ação.
por objetivo a proteção à família, à maternidade, § 1º A vinculação ao Suas é o reconhecimento
à infância, à adolescência e à velhice e, como base pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
de organização, o território. (Parágrafo acrescido pela bate à Fome de que a entidade de assistência so-
Lei nº 12.435, de 6/7/2011) cial integra a rede socioassistencial.
§ 2º O Suas é integrado pelos entes federativos, § 2º Para o reconhecimento referido no § 1º, a
pelos respectivos conselhos de assistência social entidade deverá cumprir os seguintes requisitos:
e pelas entidades e organizações de assistência I – constituir-se em conformidade com o dispos-
social abrangidas por esta Lei. (Parágrafo acrescido to no art. 3º;
pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) II – inscrever-se em Conselho Municipal ou do
§ 3º A instância coordenadora da Política Na- Distrito Federal, na forma do art. 9º;
cional de Assistência Social é o Ministério do De- III – integrar o sistema de cadastro de entidades
senvolvimento Social e Combate à Fome. (Parágra- de que trata o inciso XI do art. 19.
fo único transformado em § 3º com redação dada pela Lei § 3º As entidades e organizações de assistência
nº 12.435, de 6/7/2011) social vinculadas ao Suas celebrarão convênios,
§ 4º Cabe à instância coordenadora da Política contratos, acordos ou ajustes com o poder públi-
Nacional de Assistência Social normatizar e pa- co para a execução, garantido financiamento inte-
dronizar o emprego e a divulgação da identidade gral, pelo Estado, de serviços, programas, projetos
visual do Suas. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.714, e ações de assistência social, nos limites da capa-
de 24/8/2018) cidade instalada, aos beneficiários abrangidos por
§ 5º A identidade visual do Suas deverá preva- esta Lei, observando-se as disponibilidades orça-
lecer na identificação de unidades públicas esta- mentárias.
tais, entidades e organizações de assistência social, § 4º O cumprimento do disposto no § 3º será
serviços, programas, projetos e benefícios vincula- informado ao Ministério do Desenvolvimento So-
dos ao Suas. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.714, de cial e Combate à Fome pelo órgão gestor local da
24/8/2018) assistência social. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435,
Art. 6º-A. A assistência social organiza-se pelos de 6/7/2011)
seguintes tipos de proteção: Art. 6º-C. As proteções sociais, básica e especial,
I – proteção social básica: conjunto de serviços, serão ofertadas precipuamente no Centro de Re-
programas, projetos e benefícios da assistência ferência de Assistência Social (Cras) e no Centro
social que visa a prevenir situações de vulnerabi- de Referência Especializado de Assistência Social
lidade e risco social por meio do desenvolvimen- (Creas), respectivamente, e pelas entidades sem
to de potencialidades e aquisições e do fortaleci- fins lucrativos de assistência social de que trata o
mento de vínculos familiares e comunitários; art. 3º desta Lei.
II – proteção social especial: conjunto de servi- § 1º O Cras é a unidade pública municipal, de
ços, programas e projetos que tem por objetivo base territorial, localizada em áreas com maiores
contribuir para a reconstrução de vínculos familia- índices de vulnerabilidade e risco social, destina-
res e comunitários, a defesa de direito, o fortaleci- da à articulação dos serviços socioassistenciais no
mento das potencialidades e aquisições e a prote- seu território de abrangência e à prestação de ser-
ção de famílias e indivíduos para o enfrentamento viços, programas e projetos socioassistenciais de
das situações de violação de direitos. proteção social básica às famílias.
Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é § 2º O Creas é a unidade pública de abrangência
um dos instrumentos das proteções da assistência e gestão municipal, estadual ou regional, destina-
social que identifica e previne as situações de ris- da à prestação de serviços a indivíduos e famílias
co e vulnerabilidade social e seus agravos no ter- que se encontram em situação de risco pessoal
ritório. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) ou social, por violação de direitos ou contingên-
Art. 6º-B. As proteções sociais básica e especial cia, que demandam intervenções especializadas
serão ofertadas pela rede socioassistencial, de da proteção social especial.
66
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
§ 3º Os Cras e os Creas são unidades públicas Art. 9º O funcionamento das entidades e organi-
estatais instituídas no âmbito do Suas, que pos- zações de assistência social depende de prévia
suem interface com as demais políticas públicas e inscrição no respectivo Conselho Municipal de
articulam, coordenam e ofertam os serviços, pro- Assistência Social, ou no Conselho de Assistência
gramas, projetos e benefícios da assistência social. Social do Distrito Federal, conforme o caso.
(Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) § 1º A regulamentação desta lei definirá os crité-
Art. 6º-D. As instalações dos Cras e dos Creas de- rios de inscrição e funcionamento das entidades
vem ser compatíveis com os serviços neles oferta- com atuação em mais de um município no mes-
dos, com espaços para trabalhos em grupo e am- mo Estado, ou em mais de um Estado ou Distrito
bientes específicos para recepção e atendimento Federal.
reservado das famílias e indivíduos, assegurada a § 2º Cabe ao Conselho Municipal de Assistência
acessibilidade às pessoas idosas e com deficiência. Social e ao Conselho de Assistência Social do Dis-
(Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) trito Federal a fiscalização das entidades referidas
no caput na forma prevista em lei ou regulamento.
Art. 6º-E. Os recursos do cofinanciamento do
§ 3º (Revogado pela Lei nº 12.101, de 27/11/2009)
Suas, destinados à execução das ações continua-
§ 4º As entidades e organizações de assistência
das de assistência social, poderão ser aplicados
social podem, para defesa de seus direitos refe-
no pagamento dos profissionais que integrarem as
rentes à inscrição e ao funcionamento, recorrer
equipes de referência, responsáveis pela organiza-
aos Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais e
ção e oferta daquelas ações, conforme percentual
do Distrito Federal.
apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome e aprovado pelo CNAS. Art. 10. A União, os Estados, os Municípios e o Dis-
Parágrafo único. A formação das equipes de re- trito Federal podem celebrar convênios com en-
ferência deverá considerar o número de famílias e tidades e organizações de assistência social, em
indivíduos referenciados, os tipos e modalidades conformidade com os Planos aprovados pelos res-
de atendimento e as aquisições que devem ser ga- pectivos Conselhos.
rantidas aos usuários, conforme deliberações do Art. 11. As ações das três esferas de governo na
CNAS. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) área de assistência social realizam-se de forma ar-
Art. 6º-F. Fica instituído o Cadastro Único para ticulada, cabendo a coordenação e as normas ge-
Programas Sociais do Governo Federal (CadÚni- rais à esfera federal e a coordenação e execução
co), registro público eletrônico com a finalidade dos programas, em suas respectivas esferas, aos
de coletar, processar, sistematizar e disseminar in- Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
formações georreferenciadas para a identificação Art. 12. Compete à União:
e a caracterização socioeconômica das famílias de I – responder pela concessão e manutenção dos
baixa renda. benefícios de prestação continuada definidos no
§ 1º As famílias de baixa renda poderão inscre- art. 203 da Constituição Federal;
ver-se no CadÚnico nas unidades públicas de que II – cofinanciar, por meio de transferência auto-
tratam os §§ 1º e 2º do art. 6º-C desta Lei ou, nos mática, o aprimoramento da gestão, os serviços,
termos do regulamento, por meio eletrônico. os programas e os projetos de assistência social
§ 2º A inscrição no CadÚnico é obrigatória para em âmbito nacional; (Inciso com redação dada pela Lei
acesso a programas sociais do Governo Federal. nº 12.435, de 6/7/2011)
(Artigo acrescido pela Lei nº 14.284, de 29/12/2021) III – atender, em conjunto com os Estados, o
Art. 7º As ações de assistência social, no âmbito Distrito Federal e os Municípios, às ações assis-
das entidades e organizações de assistência social, tenciais de caráter de emergência;
observarão as normas expedidas pelo Conselho IV – realizar o monitoramento e a avaliação da
Nacional de Assistência Social (CNAS), de que tra- política de assistência social e assessorar Estados,
ta o art. 17 desta Lei. Distrito Federal e Municípios para seu desenvolvi-
Art. 8º A União, os Estados, o Distrito Federal e os mento. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Municípios, observados os princípios e diretrizes Art. 12-A. A União apoiará financeiramente o apri-
estabelecidos nesta Lei, fixarão suas respectivas moramento à gestão descentralizada dos serviços,
Políticas de Assistência Social. programas, projetos e benefícios de assistência
67
social, por meio do Índice de Gestão Descentrali- os programas e os projetos de assistência social
zada (IGD) do Sistema Único de Assistência Social em âmbito regional ou local; (Inciso com redação da-
(Suas), para a utilização no âmbito dos Estados, da pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
dos Municípios e do Distrito Federal, destinado, III – atender, em conjunto com os Municípios, às
sem prejuízo de outras ações a serem definidas ações assistenciais de caráter de emergência;
em regulamento, a: IV – estimular e apoiar técnica e financeiramen-
I – medir os resultados da gestão descentraliza- te as associações e consórcios municipais na pres-
da do Suas, com base na atuação do gestor esta- tação de serviços de assistência social;
dual, municipal e do Distrito Federal na implemen- V – prestar os serviços assistenciais cujos custos
tação, execução e monitoramento dos serviços, ou ausência de demanda municipal justifiquem
programas, projetos e benefícios de assistência uma rede regional de serviços, desconcentrada,
social, bem como na articulação intersetorial; no âmbito do respectivo Estado;
II – incentivar a obtenção de resultados qualita- VI – realizar o monitoramento e a avaliação da
tivos na gestão estadual, municipal e do Distrito política de assistência social e assessorar os Mu-
Federal do Suas; e nicípios para seu desenvolvimento. (Inciso acrescido
III – calcular o montante de recursos a serem pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
repassados aos entes federados a título de apoio Art. 14. Compete ao Distrito Federal:
financeiro à gestão do Suas. I – destinar recursos financeiros para custeio
§ 1º Os resultados alcançados pelo ente federa- do pagamento dos benefícios eventuais de que
do na gestão do Suas, aferidos na forma de regu- trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos
lamento, serão considerados como prestação de pelos Conselhos de Assistência Social do Distrito
contas dos recursos a serem transferidos a título Federal; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.435, de
de apoio financeiro. 6/7/2011)
§ 2º As transferências para apoio à gestão des- II – efetuar o pagamento dos auxílios natalida-
centralizada do Suas adotarão a sistemática do Ín- de e funeral;
dice de Gestão Descentralizada do Programa Bol- III – executar os projetos de enfrentamento da
sa Família, previsto no art. 8º da Lei nº 10.836, de pobreza, incluindo a parceria com organizações
9 de janeiro de 2004, e serão efetivadas por meio da sociedade civil;
de procedimento integrado àquele índice. IV – atender às ações assistenciais de caráter de
§ 3º (Vetado) emergência;
§ 4º Para fins de fortalecimento dos Conselhos V – prestar os serviços assistenciais de que trata
de Assistência Social dos Estados, Municípios e o art. 23 desta Lei;
Distrito Federal, percentual dos recursos trans- VI – cofinanciar o aprimoramento da gestão, os
feridos deverá ser gasto com atividades de apoio serviços, os programas e os projetos de assistên-
técnico e operacional àqueles colegiados, na for- cia social em âmbito local; (Inciso acrescido pela Lei
ma fixada pelo Ministério do Desenvolvimento So- nº 12.435, de 6/7/2011)
cial e Combate à Fome, sendo vedada a utilização VII – realizar o monitoramento e a avaliação da
dos recursos para pagamento de pessoal efetivo política de assistência social em seu âmbito. (Inciso
e de gratificações de qualquer natureza a servidor acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
público estadual, municipal ou do Distrito Federal. Art. 15. Compete aos Municípios:
(Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) I – destinar recursos financeiros para custeio do
Art. 13. Compete aos Estados: pagamento dos benefícios eventuais de que trata
I – destinar recursos financeiros aos Municípios, o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos
a título de participação no custeio do pagamen- Conselhos Municipais de Assistência Social; (Inciso
to dos benefícios eventuais de que trata o art. 22, com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos II – efetuar o pagamento dos auxílios natalida-
Estaduais de Assistência Social; (Inciso com redação de e funeral;
dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) III – executar os projetos de enfrentamento da
II – cofinanciar, por meio de transferência auto- pobreza, incluindo a parceria com organizações
mática, o aprimoramento da gestão, os serviços, da sociedade civil;
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revogado pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021) § 11-A. O regulamento de que trata o § 11 deste
II – (Vetado na Lei nº 13.982, de 2/4/2020) artigo poderá ampliar o limite de renda mensal fa-
§ 4º O benefício de que trata este artigo não po- miliar per capita previsto no § 3º deste artigo para
de ser acumulado pelo beneficiário com qualquer até 1/2 (meio) salário mínimo, observado o dispos-
outro no âmbito da seguridade social ou de outro to no art. 20-B desta Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei
regime, salvo os da assistência médica e da pen- nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/1/2022)
são especial de natureza indenizatória. (Parágrafo § 12. São requisitos para a concessão, a manu-
com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) tenção e a revisão do benefício as inscrições no
§ 5º A condição de acolhimento em instituições Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro
de longa permanência não prejudica o direito do Único para Programas Sociais do Governo Federal
idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício (Cadastro Único), conforme previsto em regula-
de prestação continuada. (Parágrafo com redação da- mento. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 871,
da pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) de 18/1/2019, convertida na Lei nº 13.846, de 18/6/2019)
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§ 13. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 871, Pessoa com Deficiência), e do § 6º do art. 20 e do
de 18/1/2019, e não mantido pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019, art. 40-B desta Lei.
na qual foi convertida a referida medida provisória) § 4º O valor referente ao comprometimento do
§ 14. O benefício de prestação continuada ou orçamento do núcleo familiar com gastos de que
o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) trata o inciso III do caput deste artigo será defini-
salário mínimo concedido a idoso acima de 65 do em ato conjunto do Ministério da Cidadania, da
(sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do
deficiência não será computado, para fins de con- Ministério da Economia e do INSS, a partir de va-
cessão do benefício de prestação continuada a lores médios dos gastos realizados pelas famílias
outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma exclusivamente com essas finalidades, facultada
família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º ao interessado a possibilidade de comprovação,
deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.982, de conforme critérios definidos em regulamento, de
2/4/2020) que os gastos efetivos ultrapassam os valores mé-
§ 15. O benefício de prestação continuada será dios. (Artigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021, em
vigor em 1º/1/2022)
devido a mais de um membro da mesma família
enquanto atendidos os requisitos exigidos nesta Art. 21. O benefício de prestação continuada deve
Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.982, de 2/4/2020) ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da
continuidade das condições que lhe deram origem.
Art. 20-A. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.982, de 2/4/2020,
§ 1º O pagamento do benefício cessa no mo-
e revogado pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021)
mento em que forem superadas as condições re-
Art. 20-B. Na avaliação de outros elementos pro- feridas no caput, ou em caso de morte do bene-
batórios da condição de miserabilidade e da si- ficiário.
tuação de vulnerabilidade de que trata o § 11 do § 2º O benefício será cancelado quando se cons-
art. 20 desta Lei, serão considerados os seguintes tatar irregularidade na sua concessão ou utilização.
aspectos para ampliação do critério de aferição § 3º O desenvolvimento das capacidades cog-
da renda familiar mensal per capita de que trata o nitivas, motoras ou educacionais e a realização
§ 11-A do referido artigo: de atividades não remuneradas de habilitação e
I – o grau da deficiência; reabilitação, entre outras, não constituem motivo
II – a dependência de terceiros para o desempe- de suspensão ou cessação do benefício da pessoa
nho de atividades básicas da vida diária; e com deficiência. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435,
III – o comprometimento do orçamento do nú- de 6/7/2011)
cleo familiar de que trata o § 3º do art. 20 desta § 4º A cessação do benefício de prestação con-
Lei exclusivamente com gastos médicos, com tra- tinuada concedido à pessoa com deficiência não
tamentos de saúde, com fraldas, com alimentos impede nova concessão do benefício, desde que
especiais e com medicamentos do idoso ou da atendidos os requisitos definidos em regulamento.
pessoa com deficiência não disponibilizados gra- (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011, e com
tuitamente pelo SUS, ou com serviços não presta- redação dada pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
dos pelo Suas, desde que comprovadamente ne- § 5º O beneficiário em gozo de benefício de pres-
cessários à preservação da saúde e da vida. tação continuada concedido judicial ou adminis-
§ 1º A ampliação de que trata o caput deste arti- trativamente poderá ser convocado para avalia-
go ocorrerá na forma de escalas graduais, defini- ção das condições que ensejaram sua concessão
das em regulamento. ou manutenção, sendo-lhe exigida a presença dos
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiência os ele- requisitos previstos nesta Lei e no regulamento.
mentos constantes dos incisos I e III do caput des- (Parágrafo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021)
te artigo, e à pessoa idosa os constantes dos inci- Art. 21-A. O benefício de prestação continuada
sos II e III do caput deste artigo. será suspenso pelo órgão concedente quando a
§ 3º O grau da deficiência de que trata o inci- pessoa com deficiência exercer atividade remune-
so I do caput deste artigo será aferido por meio rada, inclusive na condição de microempreende-
de instrumento de avaliação biopsicossocial, ob- dor individual.
servados os termos dos §§ 1º e 2º do art. 2º da § 1º Extinta a relação trabalhista ou a atividade
Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da empreendedora de que trata o caput deste artigo
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e, quando for o caso, encerrado o prazo de paga- § 2º Na organização dos serviços da assistência
mento do seguro-desemprego e não tendo o be- social serão criados programas de amparo, entre
neficiário adquirido direito a qualquer benefício outros:
previdenciário, poderá ser requerida a continui- I – às crianças e adolescentes em situação de
dade do pagamento do benefício suspenso, sem risco pessoal e social, em cumprimento ao dis-
necessidade de realização de perícia médica ou posto no art. 227 da Constituição Federal e na Lei
reavaliação da deficiência e do grau de incapaci- nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Crian-
dade para esse fim, respeitado o período de revi- ça e do Adolescente);
são previsto no caput do art. 21. II – às pessoas que vivem em situação de rua.
§ 2º A contratação de pessoa com deficiência co- (Parágrafo único transformado em § 2º com redação dada
mo aprendiz não acarreta a suspensão do bene- pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
fício de prestação continuada, limitado a 2 (dois) Seção IV – Dos Programas de Assistência Social
anos o recebimento concomitante da remunera-
Art. 24. Os programas de assistência social com-
ção e do benefício. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.470,
preendem ações integradas e complementares
de 31/8/2011)
com objetivos, tempo e área de abrangência defi-
Seção II – Dos Benefícios Eventuais nidos para qualificar, incentivar e melhorar os be-
Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais as nefícios e os serviços assistenciais.
provisões suplementares e provisórias que inte- § 1º Os programas de que trata este artigo se-
gram organicamente as garantias do Suas e são rão definidos pelos respectivos Conselhos de As-
prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de sistência Social, obedecidos os objetivos e prin-
nascimento, morte, situações de vulnerabilidade cípios que regem esta Lei, com prioridade para a
temporária e de calamidade pública. inserção profissional e social.
§ 1º A concessão e o valor dos benefícios de § 2º Os programas voltados para o idoso e a in-
que trata este artigo serão definidos pelos Esta- tegração da pessoa com deficiência serão devida-
dos, Distrito Federal e Municípios e previstos nas mente articulados com o benefício de prestação
respectivas leis orçamentárias anuais, com base continuada estabelecido no art. 20 desta Lei. (Pa-
em critérios e prazos definidos pelos respectivos rágrafo com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Conselhos de Assistência Social. Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de Proteção e
§ 2º O CNAS, ouvidas as respectivas representa- Atendimento Integral à Família (Paif), que integra
ções de Estados e Municípios dele participantes, a proteção social básica e consiste na oferta de
poderá propor, na medida das disponibilidades ações e serviços socioassistenciais de prestação
orçamentárias das 3 (três) esferas de governo, a continuada, nos Cras, por meio do trabalho so-
instituição de benefícios subsidiários no valor de cial com famílias em situação de vulnerabilidade
até 25% (vinte e cinco por cento) do salário míni- social, com o objetivo de prevenir o rompimento
mo para cada criança de até 6 (seis) anos de idade. dos vínculos familiares e a violência no âmbito de
§ 3º Os benefícios eventuais subsidiários não suas relações, garantindo o direito à convivência
poderão ser cumulados com aqueles instituídos familiar e comunitária.
pelas Leis nº 10.954, de 29 de setembro de 2004, e Parágrafo único. Regulamento definirá as dire-
nº 10.458, de 14 de maio de 2002. (Artigo com redação trizes e os procedimentos do Paif. (Artigo acrescido
dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Seção III – Dos Serviços Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção
Art. 23. Entendem-se por serviços socioassisten- e Atendimento Especializado a Famílias e Indiví-
ciais as atividades continuadas que visem à me- duos (Paefi), que integra a proteção social especial
lhoria de vida da população e cujas ações, volta- e consiste no apoio, orientação e acompanhamen-
das para as necessidades básicas, observem os to a famílias e indivíduos em situação de ameaça
objetivos, princípios e diretrizes estabelecidos ou violação de direitos, articulando os serviços so-
nesta Lei. (Caput do artigo com redação dada pela Lei cioassistenciais com as diversas políticas públicas
nº 12.435, de 6/7/2011) e com órgãos do sistema de garantia de direitos.
§ 1º O regulamento instituirá os serviços so- Parágrafo único. Regulamento definirá as dire-
cioassistenciais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, trizes e os procedimentos do Paefi. (Artigo acrescido
de 6/7/2011) pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
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Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradica- a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois) sa-
ção do Trabalho Infantil (Peti), de caráter interse- lários mínimos; e
torial, integrante da Política Nacional de Assistên- b) que enquadre o beneficiário como segurado
cia Social, que, no âmbito do Suas, compreende obrigatório do Regime Geral de Previdência Social
transferências de renda, trabalho social com fa- ou como filiado a regime próprio de previdência
mílias e oferta de serviços socioeducativos para social da União, dos Estados, do Distrito Federal
crianças e adolescentes que se encontrem em si- ou dos Municípios;
tuação de trabalho. II – tenha inscrição atualizada no CadÚnico no
§ 1º O Peti tem abrangência nacional e será de- momento do requerimento do auxílio-inclusão;
senvolvido de forma articulada pelos entes federa- III – tenha inscrição regular no CPF; e
dos, com a participação da sociedade civil, e tem IV – atenda aos critérios de manutenção do be-
nefício de prestação continuada, incluídos os cri-
como objetivo contribuir para a retirada de crian-
térios relativos à renda familiar mensal per capita
ças e adolescentes com idade inferior a 16 (dezes-
exigida para o acesso ao benefício, observado o
seis) anos em situação de trabalho, ressalvada a
disposto no § 4º deste artigo.
condição de aprendiz, a partir de 14 (quatorze)
§ 1º O auxílio-inclusão poderá ainda ser conce-
anos.
dido, nos termos do inciso I do caput deste artigo,
§ 2º As crianças e os adolescentes em situação
mediante requerimento e sem retroatividade no
de trabalho deverão ser identificados e ter os seus
pagamento, ao beneficiário:
dados inseridos no Cadastro Único para Progra- I – que tenha recebido o benefício de prestação
mas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com continuada nos 5 (cinco) anos imediatamente an-
a devida identificação das situações de trabalho teriores ao exercício da atividade remunerada; e
infantil. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) II – que tenha tido o benefício suspenso nos ter-
Seção V – Dos Projetos de mos do art. 21-A desta Lei.
Enfrentamento da Pobreza § 2º O valor do auxílio-inclusão percebido por
Art. 25. Os projetos de enfrentamento da pobreza um membro da família não será considerado no
compreendem a instituição de investimento eco- cálculo da renda familiar mensal per capita de que
nômico-social nos grupos populares, buscando trata o inciso IV do caput deste artigo, para fins
subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas de concessão e de manutenção de outro auxílio-
que lhes garantam meios, capacidade produtiva -inclusão no âmbito do mesmo grupo familiar.
e de gestão para melhoria das condições gerais de § 3º O valor do auxílio-inclusão e o da remune-
subsistência, elevação do padrão da qualidade de ração do beneficiário do auxílio-inclusão de que
trata a alínea a do inciso I do caput deste artigo
vida, a preservação do meio ambiente e sua orga-
percebidos por um membro da família não serão
nização social.
considerados no cálculo da renda familiar mensal
Art. 26. O incentivo a projetos de enfrentamento per capita de que tratam os §§ 3º e 11-A do art. 20
da pobreza assentar-se-á em mecanismos de arti- desta Lei para fins de manutenção de benefício de
culação e de participação de diferentes áreas go- prestação continuada concedido anteriormente a
vernamentais e em sistema de cooperação entre outra pessoa do mesmo grupo familiar.
organismos governamentais, não governamentais § 4º Para fins de cálculo da renda familiar per
e da sociedade civil. capita de que trata o inciso IV do caput deste arti-
Seção VI – Do Auxílio-Inclusão go, serão desconsideradas:
(Seção acrescida pela Lei nº 14.176, de I – as remunerações obtidas pelo requerente em
22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021) decorrência de exercício de atividade laboral, des-
Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-in- de que o total recebido no mês seja igual ou infe-
clusão de que trata o art. 94 da Lei nº 13.146, de 6 rior a 2 (dois) salários mínimos; e
de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiên- II – as rendas oriundas dos rendimentos decor-
cia), a pessoa com deficiência moderada ou grave rentes de estágio supervisionado e de aprendiza-
que, cumulativamente: gem. (Artigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021, em
I – receba o benefício de prestação continuada, vigor em 1º/10/2021)
de que trata o art. 20 desta Lei, e passe a exercer Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido a partir
atividade: da data do requerimento, e o seu valor correspon-
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derá a 50% (cinquenta por cento) do valor do be- Art. 26-H. No prazo de 10 (dez) anos, contado da
nefício de prestação continuada em vigor. data de publicação desta Seção, será promovida
Parágrafo único. Ao requerer o auxílio-inclu- a revisão do auxílio-inclusão, observado o dispos-
são, o beneficiário autorizará a suspensão do be- to no § 2º do art. 26-G desta Lei, com vistas a seu
nefício de prestação continuada, nos termos do aprimoramento e ampliação. (Artigo acrescido pela
art. 21-A desta Lei. (Artigo acrescido pela Lei nº 14.176, Lei nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021)
de 22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021)
CAPÍTULO V – DO FINANCIAMENTO
Art. 26-C. O pagamento do auxílio-inclusão não DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
será acumulado com o pagamento de:
Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação Comuni-
I – benefício de prestação continuada de que
trata o art. 20 desta Lei; tária (Funac), instituído pelo Decreto nº 91.970,
II – prestações a título de aposentadoria, de de 22 de novembro de 1985, ratificado pelo De-
pensões ou de benefícios por incapacidade pa- creto Legislativo nº 66, de 18 de dezembro de 1990,
gos por qualquer regime de previdência social; ou transformado no Fundo Nacional de Assistência
III – seguro-desemprego. (Artigo acrescido pela Lei Social (FNAS).
nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021) Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços,
Art. 26-D. O pagamento do auxílio-inclusão ces- programas e projetos estabelecidos nesta Lei far-
sará na hipótese de o beneficiário: -se-á com os recursos da União, dos Estados, do
I – deixar de atender aos critérios de manuten- Distrito Federal e dos Municípios, das demais con-
ção do benefício de prestação continuada; ou tribuições sociais previstas no art. 195 da Consti-
II – deixar de atender aos critérios de concessão tuição Federal, além daqueles que compõem o
do auxílio-inclusão. Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal § 1º Cabe ao órgão da Administração Pública
disporá sobre o procedimento de verificação dos responsável pela coordenação da Política de As-
critérios de manutenção e de revisão do auxílio-in- sistência Social nas 3 (três) esferas de governo ge-
clusão. (Artigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021, rir o Fundo de Assistência Social, sob orientação e
em vigor em 1º/10/2021)
controle dos respectivos Conselhos de Assistência
Art. 26-E. O auxílio-inclusão não está sujeito a Social. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.435, de
desconto de qualquer contribuição e não gera di- 6/7/2011)
reito a pagamento de abono anual. (Artigo acrescido § 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de 180
pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021) (cento e oitenta) dias a contar da data de publica-
Art. 26-F. Compete ao Ministério da Cidadania a ção desta lei, sobre o regulamento e funcionamen-
gestão do auxílio-inclusão, e ao INSS a sua opera- to do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
cionalização e pagamento. (Artigo acrescido pela Lei § 3º O financiamento da assistência social no
nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021) Suas deve ser efetuado mediante cofinanciamen-
Art. 26-G. As despesas decorrentes do pagamen- to dos 3 (três) entes federados, devendo os recur-
to do auxílio-inclusão correrão à conta do orça- sos alocados nos fundos de assistência social ser
mento do Ministério da Cidadania. voltados à operacionalização, prestação, aprimo-
§ 1º O Poder Executivo federal compatibilizará o ramento e viabilização dos serviços, programas,
quantitativo de benefícios financeiros do auxílio- projetos e benefícios desta política. (Parágrafo acres-
-inclusão de que trata o art. 26-A desta Lei com as cido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
dotações orçamentárias existentes.
Art. 28-A. (Artigo acrescido pela Medida Provisória
§ 2º O regulamento indicará o órgão do Poder
nº 2.187-13, de 24/8/2001, e revogado pela Medida Provi-
Executivo responsável por avaliar os impactos da
sória nº 852, de 21/9/2018, convertida na Lei nº 13.813, de
concessão do auxílio-inclusão na participação no
9/4/2019)
mercado de trabalho, na redução de desigualda-
des e no exercício dos direitos e liberdades funda- Art. 29. Os recursos de responsabilidade da União
mentais das pessoas com deficiência, nos termos destinados à assistência social serão automatica-
do § 16 do art. 37 da Constituição Federal. (Artigo mente repassados ao Fundo Nacional de Assistên-
acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em cia Social (FNAS), à medida que se forem realizan-
1º/10/2021) do as receitas.
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Parágrafo único. Os recursos de responsabili- Art. 30-C. A utilização dos recursos federais des-
dade da União destinados ao financiamento dos centralizados para os fundos de assistência social
benefícios de prestação continuada, previstos no dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal
art. 20, poderão ser repassados pelo Ministério será declarada pelos entes recebedores ao ente
da Previdência e Assistência Social diretamente transferidor, anualmente, mediante relatório de
ao INSS, órgão responsável pela sua execução e gestão submetido à apreciação do respectivo Con-
manutenção. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, selho de Assistência Social, que comprove a exe-
de 30/11/1998) cução das ações na forma de regulamento.
Art. 30. É condição para os repasses, aos Muni- Parágrafo único. Os entes transferidores pode-
cípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos re- rão requisitar informações referentes à aplicação
cursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e dos recursos oriundos do seu fundo de assistência
funcionamento de: social, para fins de análise e acompanhamento de
I – Conselho de Assistência Social, de composi- sua boa e regular utilização. (Artigo acrescido pela Lei
nº 12.435, de 6/7/2011)
ção paritária entre governo e sociedade civil;
II – Fundo de Assistência Social, com orientação CAPÍTULO VI – DAS DISPOSIÇÕES
e controle dos respectivos Conselhos de Assistên- GERAIS E TRANSITÓRIAS
cia Social; Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo efe-
III – Plano de Assistência Social. tivo respeito aos direitos estabelecidos nesta lei.
Parágrafo único. É, ainda, condição para trans- Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo de 60 (ses-
ferência de recursos do FNAS aos Estados, ao Dis- senta) dias, a partir da publicação desta Lei, obe-
trito Federal e aos Municípios a comprovação or- decidas as normas por ela instituídas, para elabo-
çamentária dos recursos próprios destinados à rar e encaminhar projeto de lei dispondo sobre a
Assistência Social, alocados em seus respectivos extinção e reordenamento dos órgãos de assistên-
Fundos de Assistência Social, a partir do exercí- cia social do Ministério do Bem-Estar Social.
cio de 1999. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, § 1º O projeto de que trata este artigo definirá
de 30/11/1998) formas de transferências de benefícios, serviços,
Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, pro- programas, projetos, pessoal, bens móveis e imó-
gramas, projetos e benefícios eventuais, no que veis para a esfera municipal.
couber, e o aprimoramento da gestão da política § 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social in-
de assistência social no Suas se efetuam por meio dicará Comissão encarregada de elaborar o proje-
de transferências automáticas entre os fundos de to de lei de que trata este artigo, que contará com
assistência social e mediante alocação de recur- a participação das organizações dos usuários, de
sos próprios nesses fundos nas 3 (três) esferas de trabalhadores do setor e de entidades e organiza-
governo. ções de assistência social.
Parágrafo único. As transferências automáticas Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte)
de recursos entre os fundos de assistência social dias da promulgação desta Lei, fica extinto o Con-
efetuadas à conta do orçamento da seguridade so- selho Nacional de Serviço Social (CNSS), revogan-
cial, conforme o art. 204 da Constituição Federal, do-se, em consequência, os Decretos-Lei nos 525,
caracterizam-se como despesa pública com a se- de 1º de julho de 1938, e 657, de 22 de julho de
guridade social, na forma do art. 24 da Lei Comple- 1943.
mentar nº 101, de 4 de maio de 2000. (Artigo acresci- § 1º O Poder Executivo tomará as providências
do pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) necessárias para a instalação do Conselho Nacional
Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável de Assistência Social (CNAS) e a transferência das
pela utilização dos recursos do respectivo Fundo atividades que passarão à sua competência dentro
de Assistência Social o controle e o acompanha- do prazo estabelecido no caput, de forma a assegu-
mento dos serviços, programas, projetos e benefí- rar não haja solução de continuidade.
cios, por meio dos respectivos órgãos de controle, § 2º O acervo do órgão de que trata o caput será
independentemente de ações do órgão repassa- transferido, no prazo de 60 (sessenta) dias, para
dor dos recursos. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS),
6/7/2011) que promoverá, mediante critérios e prazos a se-
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rem fixados, a revisão dos processos de registro e membros, respeitados o orçamento da segurida-
certificado de entidade de fins filantrópicos das de social e a disponibilidade do Fundo Nacional
entidades e organização de assistência social, ob- de Assistência Social (FNAS), poderá propor ao
servado o disposto no art. 3º desta lei. Poder Executivo a alteração dos limites de renda
Art. 34. A União continuará exercendo papel su- mensal per capita definidos no § 3º do art. 20 e
pletivo nas ações de assistência social, por ela caput do art. 22.
atualmente executadas diretamente no âmbito Art. 40. Com a implantação dos benefícios pre-
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, vistos nos arts. 20 e 22 desta Lei, extinguem-se
visando à implementação do disposto nesta Lei, a renda mensal vitalícia, o auxílio-natalidade e o
por prazo máximo de 12 (doze) meses, contados auxílio-funeral existentes no âmbito da Previdên-
a partir da data da publicação desta Lei. cia Social, conforme o disposto na Lei nº 8.213, de
Art. 35. Cabe ao órgão da Administração Pública 24 de julho de 1991.
Federal responsável pela coordenação da Políti- § 1º A transferência dos beneficiários do siste-
ma previdenciário para a assistência social deve
ca Nacional de Assistência Social operar os bene-
ser estabelecida de forma que o atendimento à
fícios de prestação continuada de que trata esta
população não sofra solução de continuidade. (Pa-
lei, podendo, para tanto, contar com o concurso
rágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 9.711, de
de outros órgãos do Governo Federal, na forma a
20/11/1998)
ser estabelecida em regulamento.
§ 2º É assegurado ao maior de setenta anos e
Parágrafo único. O regulamento de que trata o
ao inválido o direito de requerer a renda mensal
caput definirá as formas de comprovação do direi-
vitalícia junto ao INSS até 31 de dezembro de 1995,
to ao benefício, as condições de sua suspensão, os
desde que atenda, alternativamente, aos requisi-
procedimentos em casos de curatela e tutela e o
tos estabelecidos nos incisos I, II ou III do § 1º do
órgão de credenciamento, de pagamento e de fis-
art. 139 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. (Pa-
calização, dentre outros aspectos.
rágrafo acrescido pela Lei nº 9.711, de 20/11/1998)
Art. 36. As entidades e organizações de assistên-
Art. 40-A. Os benefícios monetários decorrentes
cia social que incorrerem em irregularidades na
do disposto nos arts. 22, 24-C e 25 desta Lei serão
aplicação dos recursos que lhes foram repassados
pagos preferencialmente à mulher responsável
pelos poderes públicos terão a sua vinculação ao
pela unidade familiar, quando cabível. (Artigo acres-
Suas cancelada, sem prejuízo de responsabilidade
cido pela Lei nº 13.014, de 21/7/2014, publicada no DOU de
civil e penal. (Artigo com redação dada pela Lei nº 12.435,
22/7/2014, em vigor 90 dias após a data de sua publicação)
de 6/7/2011)
Art. 40-B. Enquanto não estiver regulamentado o
Art. 37. O benefício de prestação continuada será
instrumento de avaliação de que tratam os §§ 1º e
devido após o cumprimento, pelo requerente, de
2º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015
todos os requisitos legais e regulamentares exi-
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), a concessão
gidos para a sua concessão, inclusive apresenta-
do benefício de prestação continuada à pessoa
ção da documentação necessária, devendo o seu
com deficiência ficará sujeita à avaliação do grau
pagamento ser efetuado em até quarenta e cinco da deficiência e do impedimento de que trata o
dias após cumpridas as exigências de que trata § 2º do art. 20 desta Lei, composta por avaliação
este artigo. (Caput do artigo com redação dada pela Lei médica e avaliação social realizadas, respectiva-
nº 9.720, de 30/11/1998)
mente, pela Perícia Médica Federal e pelo serviço
Parágrafo único. No caso de o primeiro paga- social do INSS, com a utilização de instrumentos
mento ser feito após o prazo previsto no caput, desenvolvidos especificamente para esse fim. (Ar-
aplicar-se-á na sua atualização o mesmo critério tigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021)
adotado pelo INSS na atualização do primeiro pa-
Art. 40-C. Os eventuais débitos do beneficiário
gamento de benefício previdenciário em atraso.
decorrentes de recebimento irregular do benefí-
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
cio de prestação continuada ou do auxílio-inclu-
Art. 38. (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) são poderão ser consignados no valor mensal des-
Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência Social ses benefícios, nos termos do regulamento. (Artigo
(CNAS), por decisão da maioria absoluta de seus acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021)
77
Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua pu- ros de fabricação nacional, equipados com motor
blicação. de cilindrada não superior a 2.000 cm³ (dois mil
Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário. centímetros cúbicos), de, no mínimo, 4 (quatro)
portas, inclusive a de acesso ao bagageiro, movi-
Brasília, 7 de dezembro de 1993; 172º da
Independência e 105º da República. dos a combustível de origem renovável, sistema
reversível de combustão ou híbrido e elétricos,
ITAMAR FRANCO
Jutahy Magalhães Júnior quando adquiridos por: (Caput do artigo com redação
dada pela Lei nº 13.755, de 10/12/2018, vetado pelo presi-
LEI Nº 8.899, DE 29 DE JUNHO DE 1994 dente da República, mantido pelo Congresso Nacional e pu-
(LEI DO PASSE LIVRE INTERESTADUAL PARA blicado no DOU de 21/6/2019)
PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA) I – motoristas profissionais que exerçam, com-
(Publicada no DOU de 30/6/1994)
provadamente, em veículo de sua propriedade ati-
Concede passe livre às pessoas portadoras de deficiência no vidade de condutor autônomo de passageiros, na
sistema de transporte coletivo interestadual. condição de titular de autorização, permissão ou
O presidente da República concessão do Poder Público e que destinam o au-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu tomóvel à utilização na categoria de aluguel (táxi);
sanciono a seguinte lei: (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.317, de 5/12/1996)
Art. 1º É concedido passe livre às pessoas porta- II – motoristas profissionais autônomos titula-
doras de deficiência, comprovadamente carentes, res de autorização, permissão ou concessão para
no sistema de transporte coletivo interestadual. exploração do serviço de transporte individual de
passageiros (táxi), impedidos de continuar exer-
Art. 2º O Poder Executivo regulamentará esta Lei
cendo essa atividade em virtude de destruição
no prazo de noventa dias a contar de sua publi-
completa, furto ou roubo do veículo, desde que
cação.
destinem o veículo adquirido à utilização na cate-
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- goria de aluguel (táxi);
blicação. III – cooperativas de trabalho que sejam permis-
Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário. sionárias ou concessionárias de transporte públi-
Brasília, 29 de junho de 1994; 173º da co de passageiros, na categoria de aluguel (táxi),
Independência e 106º da República. desde que tais veículos se destinem à utilização
ITAMAR FRANCO nessa atividade;
Cláudio Ivanof Lucarevschi IV – pessoas com deficiência física, visual, audi-
Leonor Barreto Franco tiva e mental severa ou profunda e pessoas com
transtorno do espectro autista, diretamente ou
LEI Nº 8.989, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1995
por intermédio de seu representante legal. (Inciso
(LEI DE ISENÇÃO DO IPI PARA
COMPRA DE AUTOMÓVEIS) com redação dada pela Lei nº 14.287, de 31/12/2021, pro-
(Publicada no DOU de 25/2/1995) (Vide ADO nº 30/2015, duzindo efeitos a partir de 1º/1/2022)
cuja decisão foi publicada no DOU de 9/9/2020) V – (Vetado na Lei nº 10.690, de 16/6/2003)
Dispõe sobre a isenção do Imposto sobre Produtos Industria- § 1º Considera-se pessoa com deficiência aque-
lizados (IPI) na aquisição de automóveis para utilização no la com impedimento de longo prazo de natureza
transporte autônomo de passageiros, bem como por pes- física, mental, intelectual ou sensorial que, em in-
soas com deficiência. (Ementa com redação dada pela Lei teração com uma ou mais barreiras, pode obstruir
nº 14.287, de 31/12/2021, produzindo efeitos a partir de sua participação plena e efetiva na sociedade em
1º/1/2022)
igualdade de condições com as demais pessoas,
Faço saber que o presidente da República ado- conforme avaliação biopsicossocial prevista no
tou a Medida Provisória nº 856, de 1995, que o § 1º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
Congresso Nacional aprovou, e eu, José Sarney, 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). (Pará-
Presidente do Senado Federal, para os efeitos do grafo acrescido pela Lei nº 10.690, de 16/6/2003, com re-
disposto no parágrafo único do art. 62 da Consti- dação dada pela Lei nº 14.287, de 31/12/2021, produzindo
tuição Federal, promulgo a seguinte Lei: efeitos a partir de 1º/1/2022)
Art. 1º Ficam isentos do Imposto sobre Produtos § 1º-A. Enquanto o Poder Executivo não regula-
Industrializados (IPI) os automóveis de passagei- mentar o § 1º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de ju-
78
LEI Nº 8.989, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1995
lho de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), Parágrafo único. Na hipótese prevista no in-
não será exigida, para fins de concessão do bene- ciso IV do caput do art. 1º desta Lei, o prazo de
fício fiscal, a avaliação biopsicossocial referida no que trata o caput deste artigo fica ampliado pa-
§ 1º deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 14.287, ra 3 (três) anos. (Parágrafo único acrescido pela Lei
de 31/12/2021, produzindo efeitos a partir de 1º/1/2022) nº 11.307, de 19/5/2006, e com redação dada pela Lei
§ 2º (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.690, de 16/6/2003, nº 14.183, de 14/7/2021)
e revogado pela Lei nº 14.287, de 31/12/2021, produzindo
Art. 3º A isenção será reconhecida pela Secreta-
efeitos a partir de 1º/1/2022)
ria Especial da Receita Federal do Brasil, mediante
§ 3º Na hipótese do inciso IV, os automóveis de
prévia verificação de que o adquirente preenche
passageiros a que se refere o caput serão adquiri-
os requisitos previstos nesta Lei. (Artigo com redação
dos diretamente pelas pessoas que tenham ple-
dada pela Medida Provisória nº 1.034, de 1º/3/2021, conver-
na capacidade jurídica e, no caso dos interditos,
tida na Lei nº 14.183, de 14/7/2021)
pelos curadores. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.690,
de 16/6/2003) Art. 4º Fica assegurada a manutenção do crédito
§ 4º (Parágrafo acrescido pela Lei nº 10.690, de 16/6/2003, do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
e revogado pela Lei nº 14.287, de 31/12/2021, produzindo relativo: (Caput do artigo com redação dada pela Lei
efeitos a partir de 1º/1/2022) nº 12.113, de 9/12/2009)
§ 5º Os curadores respondem solidariamente I – às matérias-primas, aos produtos interme-
quanto ao imposto que deixar de ser pago, em ra- diários e ao material de embalagem efetivamente
zão da isenção de que trata este artigo. (Parágrafo utilizados na industrialização dos produtos referi-
acrescido pela Lei nº 10.690, de 16/6/2003) dos nesta Lei; e (Inciso acrescido pela Lei nº 12.113, de
§ 6º A exigência para aquisição de automóveis 9/12/2009)
equipados com motor de cilindrada não supe- II – ao imposto pago no desembaraço aduaneiro
rior a dois mil centímetros cúbicos, de no mínimo referente a automóvel de passageiros originário e
quatro portas, inclusive a de acesso ao bagagei- procedente de países integrantes do Mercado Co-
ro, movidos a combustíveis de origem renovável mum do Sul (Mercosul), saído do estabelecimento
ou sistema reversível de combustão não se aplica importador de pessoa jurídica fabricante de auto-
aos portadores de deficiência de que trata o inci- móveis da posição 87.03 da Tabela de Incidência
so IV do caput deste artigo. (Parágrafo acrescido pela do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi)
Lei nº 10.690, de 16/6/2003, e com nova redação dada pela com a isenção de que trata o art. 1º. (Inciso acrescido
Lei nº 10.754, de 31/10/2003) pela Lei nº 12.113, de 9/12/2009)
§ 7º Na hipótese prevista no inciso IV do caput
Art. 5º O imposto incidirá normalmente sobre
deste artigo, a aquisição com isenção somente
quaisquer acessórios opcionais que não sejam
se aplica a veículo novo cujo preço de venda ao
equipamentos originais do veículo adquirido.
consumidor, incluídos os tributos incidentes, não
Parágrafo único. (Vetado na Lei nº 14.287, de
seja superior a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).
31/12/2021)
(Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 1.034, de
1º/3/2021, convertida na Lei nº 14.183, de 14/7/2021, com Art. 6º A alienação do veículo adquirido nos ter-
redação dada pela Lei nº 14.287, de 31/12/2021, produzindo mos desta Lei que ocorrer no período de 2 (dois)
efeitos a partir de 1º/1/2022) anos, contado da data de sua aquisição, a pessoas
Art. 2º A isenção do Imposto sobre Produtos In- que não satisfaçam as condições e os requisitos
dustrializados (IPI) de que trata o art. 1º desta estabelecidos para a fruição da isenção acarreta-
Lei somente poderá ser utilizada uma vez, sal- rá o pagamento pelo alienante do tributo dispen-
vo se o veículo tiver sido adquirido há mais de sado, atualizado na forma prevista na legislação
2 (dois) anos. (Caput do artigo com redação dada pela tributária. (Caput do artigo com redação dada pela Me-
Lei nº 11.196, de 21/11/2005) dida Provisória nº 1.034, de 1º/3/2021, convertida na Lei
I – (Vetado na Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no nº 14.183, de 14/7/2021)
DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação) Parágrafo único. A inobservância do disposto
II – (Vetado na Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no neste artigo sujeita ainda o alienante ao paga-
DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação) mento de multa e juros moratórios previstos na
79
legislação em vigor para a hipótese de fraude ou serviços individualizados que assegurem trata-
falta de pagamento do imposto devido. mento diferenciado e atendimento imediato às
Art. 7º No caso de falecimento ou incapacitação pessoas a que se refere o art. 1º.
do motorista profissional alcançado pelos incisos Parágrafo único. É assegurada, em todas as ins-
I e II do art. 1º desta lei, sem que tenha efetiva- tituições financeiras, a prioridade de atendimento
mente adquirido veículo profissional, o direito às pessoas mencionadas no art. 1º.
será transferido ao cônjuge, ou ao herdeiro desig- Art. 3º As empresas públicas de transporte e as
nado por esse ou pelo juízo, desde que seja moto- concessionárias de transporte coletivo reservarão
rista profissional habilitado e destine o veículo ao assentos, devidamente identificados, aos idosos,
serviço de táxi. gestantes, lactantes, pessoas portadoras de defi-
Art. 8º Ficam convalidados os atos praticados ciência e pessoas acompanhadas por crianças de
com base na Medida Provisória nº 790, de 29 de colo.
dezembro de 1994. Art. 4º Os logradouros e sanitários públicos, bem
Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- como os edifícios de uso público, terão normas
blicação e produzirá efeitos até 31 de dezembro de construção, para efeito de licenciamento da
de 2026. (Artigo com redação dada pela Lei nº 14.287, de respectiva edificação, baixadas pela autoridade
31/12/2021, produzindo efeitos a partir de 1º/1/2022) competente, destinada a facilitar o acesso e uso
desses locais pelas pessoas portadoras de defi-
Art. 10. Revogam-se as Leis nos 8.199, de 1991, e
ciência.
8.843, de 1994.
Art. 5º Os veículos de transporte coletivo a serem
Senado Federal, 24 de fevereiro de 1995; 174º
da Independência e 107º da República. produzidos após doze meses da publicação desta
SENADOR JOSÉ SARNEY
Lei serão planejados de forma a facilitar o acesso a
Presidente seu interior das pessoas portadoras de deficiência.
§ 1º (Vetado)
LEI Nº 10.048, DE 8 DE § 2º Os proprietários de veículos de transpor-
NOVEMBRO DE 2000 te coletivo em utilização terão o prazo de cento
(LEI DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO) e oitenta dias, a contar da regulamentação des-
(Publicada no DOU de 9/11/2000)
ta Lei, para proceder às adaptações necessárias
Dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e ao acesso facilitado das pessoas portadoras de
dá outras providências. deficiência.
O presidente da República Art. 6º A infração ao disposto nesta Lei sujeitará
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu os responsáveis:
sanciono a seguinte Lei: I – no caso de servidor ou de chefia responsável
Art. 1º As pessoas com deficiência, os idosos com pela repartição pública, às penalidades previstas
idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as na legislação específica;
gestantes, as lactantes, as pessoas com crianças II – no caso de empresas concessionárias de
de colo e os obesos terão atendimento prioritário, serviço público, a multa de R$ 500,00 (quinhentos
nos termos desta Lei. (Artigo com redação dada pela Lei reais) a R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais),
nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em por veículos sem as condições previstas nos arts.
vigor 180 dias após sua publicação) 3º e 5º;
Parágrafo único. Os acompanhantes ou aten- III – no caso das instituições financeiras, às pe-
dentes pessoais das pessoas referidas no caput nalidades previstas no art. 44, incisos I, II e III, da
serão atendidos junta e acessoriamente aos titu- Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964.
lares da prioridade de que trata esta Lei. (Parágrafo Parágrafo único. As penalidades de que trata
único acrescido pela Lei nº 14.364, de 1º/6/2022, publicada este artigo serão elevadas ao dobro, em caso de
no DOU de 2/6/2022) reincidência.
Art. 2º As repartições públicas e empresas con- Art. 7º O Poder Executivo regulamentará esta Lei
cessionárias de serviços públicos estão obrigadas no prazo de sessenta dias, contado de sua publi-
a dispensar atendimento prioritário, por meio de cação.
80
LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000
Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos
blicação. edifícios públicos e privados;
Brasília, 8 de novembro de 2000; 179º da c) barreiras nos transportes: as existentes nos
Independência e 112º da República. sistemas e meios de transportes;
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO d) barreiras nas comunicações e na informação:
Alcides Lopes Tápias qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
Martus Tavares
tamento que dificulte ou impossibilite a expres-
são ou o recebimento de mensagens e de informa-
LEI Nº 10.098, DE 19 DE
ções por intermédio de sistemas de comunicação
DEZEMBRO DE 2000
(LEI DA ACESSIBILIDADE) e de tecnologia da informação; (Inciso com redação
(Publicada no DOU de 20/12/2000) dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promo-
ção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência III – pessoa com deficiência: aquela que tem
ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. impedimento de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, o qual, em inte-
O presidente da República ração com uma ou mais barreiras, pode obstruir
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sua participação plena e efetiva na sociedade em
sanciono a seguinte Lei: igualdade de condições com as demais pessoas;
CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015,
publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua
Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais e crité-
publicação)
rios básicos para a promoção da acessibilidade
das pessoas portadoras de deficiência ou com IV – pessoa com mobilidade reduzida: aquela
mobilidade reduzida, mediante a supressão de que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de
barreiras e de obstáculos nas vias e espaços pú- movimentação, permanente ou temporária, ge-
blicos, no mobiliário urbano, na construção e re- rando redução efetiva da mobilidade, da flexibi-
forma de edifícios e nos meios de transporte e de lidade, da coordenação motora ou da percepção,
comunicação. incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com
criança de colo e obeso; (Inciso com redação dada pe-
Art. 2º Para os fins desta Lei são estabelecidas as
la Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
seguintes definições:
em vigor 180 dias após sua publicação)
I – acessibilidade: possibilidade e condição de
V – acompanhante: aquele que acompanha a
alcance para utilização, com segurança e auto-
pessoa com deficiência, podendo ou não desem-
nomia, de espaços, mobiliários, equipamentos
penhar as funções de atendente pessoal; (Inciso
urbanos, edificações, transportes, informação e
com redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publi-
comunicação, inclusive seus sistemas e tecnolo-
cada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua pu-
gias, bem como de outros serviços e instalações
abertos ao público, de uso público ou privados de blicação)
uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, VI – elemento de urbanização: quaisquer com-
por pessoa com deficiência ou com mobilidade re- ponentes de obras de urbanização, tais como os
duzida; (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.146, de referentes a pavimentação, saneamento, encana-
6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias mento para esgotos, distribuição de energia elé-
após sua publicação) trica e de gás, iluminação pública, serviços de co-
II – barreiras: qualquer entrave, obstáculo, ati- municação, abastecimento e distribuição de água,
tude ou comportamento que limite ou impeça a paisagismo e os que materializam as indicações
participação social da pessoa, bem como o gozo, do planejamento urbanístico; (Primitivo inciso IV renu-
a fruição e o exercício de seus direitos à acessibi- merado e com redação dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015,
lidade, à liberdade de movimento e de expressão, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua
à comunicação, ao acesso à informação, à com- publicação)
preensão, à circulação com segurança, entre ou- VII – mobiliário urbano: conjunto de objetos
tros, classificadas em: existentes nas vias e nos espaços públicos, super-
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias postos ou adicionados aos elementos de urbani-
e nos espaços públicos e privados abertos ao pú- zação ou de edificação, de forma que sua modi-
blico ou de uso coletivo; ficação ou seu traslado não provoque alterações
81
substanciais nesses elementos, tais como semá- ca, normalmente segregado e em nível diferente,
foros, postes de sinalização e similares, terminais destina-se somente à circulação de pedestres e,
e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, quando possível, à implantação de mobiliário ur-
fontes de água, lixeiras, toldos, marquises, ban- bano e de vegetação. (Parágrafo único acrescido pela
cos, quiosques e quaisquer outros de natureza Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015,
análoga; (Primitivo inciso V renumerado e com redação em vigor 180 dias após sua publicação)
dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de Art. 4º As vias públicas, os parques e os demais
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação) espaços de uso público existentes, assim como as
VIII – tecnologia assistiva ou ajuda técnica: pro- respectivas instalações de serviços e mobiliários
dutos, equipamentos, dispositivos, recursos, me- urbanos deverão ser adaptados, obedecendo-se
todologias, estratégias, práticas e serviços que ob- ordem de prioridade que vise à maior eficiência
jetivem promover a funcionalidade, relacionada das modificações, no sentido de promover mais
à atividade e à participação da pessoa com defi- ampla acessibilidade às pessoas portadoras de
ciência ou com mobilidade reduzida, visando à deficiência ou com mobilidade reduzida.
sua autonomia, independência, qualidade de vi- Parágrafo único. No mínimo 5% (cinco por cen-
da e inclusão social; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.146, to) de cada brinquedo e equipamento de lazer
de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em vigor 180 existentes nos locais referidos no caput devem ser
dias após sua publicação) adaptados e identificados, tanto quanto tecnica-
IX – comunicação: forma de interação dos cida- mente possível, para possibilitar sua utilização por
dãos que abrange, entre outras opções, as línguas, pessoas com deficiência, inclusive visual, ou com
inclusive a Língua Brasileira de Sinais (Libras), a mobilidade reduzida. (Parágrafo único acrescido pela
visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- Lei nº 11.982, de 16/7/2009, e com redação dada pela Lei
lização ou de comunicação tátil, os caracteres am- nº 13.443, de 11/5/2017, publicada no DOU de 12/5/2017,
pliados, os dispositivos multimídia, assim como a em vigor 90 dias após a publicação)
linguagem simples, escrita e oral, os sistemas au- Art. 5º O projeto e o traçado dos elementos de ur-
ditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, banização públicos e privados de uso comunitário,
meios e formatos aumentativos e alternativos de nestes compreendidos os itinerários e as passa-
comunicação, incluindo as tecnologias da infor- gens de pedestres, os percursos de entrada e de
mação e das comunicações; (Inciso acrescido pela Lei saída de veículos, as escadas e rampas, deverão
nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em observar os parâmetros estabelecidos pelas nor-
vigor 180 dias após sua publicação) mas técnicas de acessibilidade da Associação Bra-
X – desenho universal: concepção de produtos, sileira de Normas Técnicas (ABNT).
ambientes, programas e serviços a serem usados Art. 6º Os banheiros de uso público existentes ou
por todas as pessoas, sem necessidade de adap- a construir em parques, praças, jardins e espaços
tação ou de projeto específico, incluindo os recur- livres públicos deverão ser acessíveis e dispor,
sos de tecnologia assistiva. (Inciso acrescido pela Lei pelo menos, de um sanitário e um lavatório que
nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de 7/7/2015, em atendam às especificações das normas técnicas
vigor 180 dias após sua publicação) da ABNT.
§ 1º Os eventos organizados em espaços públi-
CAPÍTULO II – DOS ELEMENTOS DA URBANIZAÇÃO
cos e privados em que haja instalação de banhei-
Art. 3º O planejamento e a urbanização das vias ros químicos deverão contar com unidades acessí-
públicas, dos parques e dos demais espaços de veis a pessoas com deficiência ou com mobilidade
uso público deverão ser concebidos e executados reduzida. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.825, de
de forma a torná-los acessíveis para todas as pes- 13/5/2019)
soas, inclusive para aquelas com deficiência ou § 2º O número mínimo de banheiros químicos
com mobilidade reduzida. (Caput do artigo com reda- acessíveis corresponderá a 10% (dez por cento) do
ção dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU total, garantindo-se pelo menos 1 (uma) unidade
de 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação) acessível caso a aplicação do percentual resulte
Parágrafo único. O passeio público, elemento em fração inferior a 1 (um). (Parágrafo acrescido pela
obrigatório de urbanização e parte da via públi- Lei nº 13.825, de 13/5/2019)
82
LEI Nº 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000
83
CAPÍTULO V – DA ACESSIBILIDADE Art. 18. O Poder Público implementará a forma-
NOS EDIFÍCIOS DE USO PRIVADO ção de profissionais intérpretes de escrita em brai-
Art. 13. Os edifícios de uso privado em que se- le, linguagem de sinais e de guias-intérpretes, pa-
ja obrigatória a instalação de elevadores deverão ra facilitar qualquer tipo de comunicação direta à
ser construídos atendendo aos seguintes requisi- pessoa portadora de deficiência sensorial e com
tos mínimos de acessibilidade: dificuldade de comunicação.
I – percurso acessível que una as unidades ha- Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de
bitacionais com o exterior e com as dependências sons e imagens adotarão plano de medidas técni-
de uso comum; cas com o objetivo de permitir o uso da linguagem
II – percurso acessível que una a edificação à de sinais ou outra subtitulação, para garantir o di-
via pública, às edificações e aos serviços anexos reito de acesso à informação às pessoas portado-
de uso comum e aos edifícios vizinhos; ras de deficiência auditiva, na forma e no prazo
III – cabine do elevador e respectiva porta de en- previstos em regulamento.
trada acessíveis para pessoas portadoras de defi- CAPÍTULO VIII – DISPOSIÇÕES
ciência ou com mobilidade reduzida. SOBRE AJUDAS TÉCNICAS
Art. 14. Os edifícios a serem construídos com Art. 20. O Poder Público promoverá a supres-
mais de um pavimento além do pavimento de são de barreiras urbanísticas, arquitetônicas, de
acesso, à exceção das habitações unifamiliares, e transporte e de comunicação, mediante ajudas
que não estejam obrigados à instalação de eleva- técnicas.
dor, deverão dispor de especificações técnicas e Art. 21. O Poder Público, por meio dos organis-
de projeto que facilitem a instalação de um eleva- mos de apoio à pesquisa e das agências de finan-
dor adaptado, devendo os demais elementos de ciamento, fomentará programas destinados:
uso comum destes edifícios atender aos requisitos I – à promoção de pesquisas científicas voltadas
de acessibilidade. ao tratamento e prevenção de deficiências;
Art. 15. Caberá ao órgão federal responsável pela II – ao desenvolvimento tecnológico orientado à
coordenação da política habitacional regulamen- produção de ajudas técnicas para as pessoas por-
tar a reserva de um percentual mínimo do total tadoras de deficiência;
das habitações, conforme a característica da po- III – à especialização de recursos humanos em
pulação local, para o atendimento da demanda de acessibilidade.
pessoas portadoras de deficiência ou com mobi- Art. 21-A. Às pessoas com deficiência visual será
lidade reduzida. garantido, sem custo adicional, quando por elas
CAPÍTULO VI – DA ACESSIBILIDADE NOS solicitado, um kit que conterá, no mínimo:
VEÍCULOS DE TRANSPORTE COLETIVO I – etiqueta em braile: filme transparente fixo ao
cartão com informações em braile, com a identifi-
Art. 16. Os veículos de transporte coletivo deve-
cação do tipo do cartão e os 6 (seis) dígitos finais
rão cumprir os requisitos de acessibilidade estabe-
do número do cartão;
lecidos nas normas técnicas específicas.
II – identificação do tipo de cartão em braile: pri-
CAPÍTULO VII – DA ACESSIBILIDADE NOS meiro dígito, da esquerda para a direita, identifica-
SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO E SINALIZAÇÃO dor do tipo de cartão;
Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação III – fita adesiva: fita para fixar a etiqueta em
de barreiras na comunicação e estabelecerá meca- braile de dados no cartão;
nismos e alternativas técnicas que tornem acessí- IV – porta-cartão: objeto para armazenar o car-
veis os sistemas de comunicação e sinalização às tão e possibilitar ao portador acesso às informa-
pessoas portadoras de deficiência sensorial e com ções necessárias ao pleno uso do cartão, com
dificuldade de comunicação, para garantir-lhes o identificação, em braile, do número completo do
direito de acesso à informação, à comunicação, ao cartão, do tipo de cartão, da bandeira, do nome do
trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao emissor, da data de validade, do código de segu-
esporte e ao lazer. rança e do nome do portador do cartão.
84
LEI Nº 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001
formações descritas no referido inciso e deverá Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras
ser conveniente ao transporte pela pessoa com de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial
em saúde mental.
deficiência visual. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.835,
de 4/6/2019, publicada no DOU de 5/6/2019, em vigor 180 O presidente da República
dias após a publicação) Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO IX – DAS MEDIDAS DE FOMENTO
À ELIMINAÇÃO DE BARREIRAS Art. 1º Os direitos e a proteção das pessoas aco-
metidas de transtorno mental, de que trata esta
Art. 22. É instituído, no âmbito da Secretaria de
Lei, são assegurados sem qualquer forma de dis-
Estado de Direitos Humanos do Ministério da Jus-
criminação quanto à raça, cor, sexo, orientação se-
tiça, o Programa Nacional de Acessibilidade, com
xual, religião, opção política, nacionalidade, idade,
dotação orçamentária específica, cuja execução
família, recursos econômicos e ao grau de gravi-
será disciplinada em regulamento.
dade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou
CAPÍTULO X – DISPOSIÇÕES FINAIS qualquer outra.
Art. 23. A Administração Pública federal direta e Art. 2º Nos atendimentos em saúde mental, de
indireta destinará, anualmente, dotação orçamen- qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou
tária para as adaptações, eliminações e supres- responsáveis serão formalmente cientificados dos
sões de barreiras arquitetônicas existentes nos direitos enumerados no parágrafo único deste ar-
edifícios de uso público de sua propriedade e na- tigo.
queles que estejam sob sua administração ou uso. Parágrafo único. São direitos da pessoa porta-
Parágrafo único. A implementação das adapta- dora de transtorno mental:
ções, eliminações e supressões de barreiras arqui- I – ter acesso ao melhor tratamento do sistema
tetônicas referidas no caput deste artigo deverá de saúde, consentâneo às suas necessidades;
ser iniciada a partir do primeiro ano de vigência II – ser tratada com humanidade e respeito e no
desta Lei. interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visan-
Art. 24. O Poder Público promoverá campanhas do alcançar sua recuperação pela inserção na fa-
informativas e educativas dirigidas à população mília, no trabalho e na comunidade;
em geral, com a finalidade de conscientizá-la e III – ser protegida contra qualquer forma de abu-
so e exploração;
sensibilizá-la quanto à acessibilidade e à integra-
IV – ter garantia de sigilo nas informações pres-
ção social da pessoa portadora de deficiência ou
tadas;
com mobilidade reduzida.
V – ter direito à presença médica, em qualquer
Art. 25. As disposições desta Lei aplicam-se aos
tempo, para esclarecer a necessidade ou não de
edifícios ou imóveis declarados bens de interesse sua hospitalização involuntária;
cultural ou de valor histórico-artístico, desde que VI – ter livre acesso aos meios de comunicação
as modificações necessárias observem as normas disponíveis;
específicas reguladoras destes bens. VII – receber o maior número de informações a
Art. 26. As organizações representativas de pes- respeito de sua doença e de seu tratamento;
soas portadoras de deficiência terão legitimidade VIII – ser tratada em ambiente terapêutico pelos
para acompanhar o cumprimento dos requisitos meios menos invasivos possíveis;
de acessibilidade estabelecidos nesta Lei. IX – ser tratada, preferencialmente, em serviços
Art. 27. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- comunitários de saúde mental.
blicação. Art. 3º É responsabilidade do Estado o desenvolvi-
Brasília, 19 de dezembro de 2000; 179º da mento da política de saúde mental, a assistência e
Independência e 112º da República. a promoção de ações de saúde aos portadores de
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO transtornos mentais, com a devida participação
José Gregori da sociedade e da família, a qual será prestada em
85
estabelecimento de saúde mental, assim entendi- Parágrafo único. O término da internação volun-
das as instituições ou unidades que ofereçam as- tária dar-se-á por solicitação escrita do paciente
sistência em saúde aos portadores de transtornos ou por determinação do médico assistente.
mentais. Art. 8º A internação voluntária ou involuntária so-
Art. 4º A internação, em qualquer de suas modali- mente será autorizada por médico devidamente re-
dades, só será indicada quando os recursos extra- gistrado no Conselho Regional de Medicina (CRM)
-hospitalares se mostrarem insuficientes. do Estado onde se localize o estabelecimento.
§ 1º O tratamento visará, como finalidade per- § 1º A internação psiquiátrica involuntária deve-
manente, a reinserção social do paciente em seu rá, no prazo de setenta e duas horas, ser comuni-
meio. cada ao Ministério Público Estadual pelo respon-
§ 2º O tratamento em regime de internação se- sável técnico do estabelecimento no qual tenha
rá estruturado de forma a oferecer assistência in- ocorrido, devendo esse mesmo procedimento ser
tegral à pessoa portadora de transtornos mentais, adotado quando da respectiva alta.
incluindo serviços médicos, de assistência social, § 2º O término da internação involuntária dar-
psicológicos, ocupacionais, de lazer, e outros. -se-á por solicitação escrita do familiar, ou respon-
§ 3º É vedada a internação de pacientes porta- sável legal, ou quando estabelecido pelo especia-
dores de transtornos mentais em instituições com lista responsável pelo tratamento.
características asilares, ou seja, aquelas desprovi-
Art. 9º A internação compulsória é determina-
das dos recursos mencionados no § 2º e que não
da, de acordo com a legislação vigente, pelo juiz
assegurem aos pacientes os direitos enumerados
competente, que levará em conta as condições
no parágrafo único do art. 2º.
de segurança do estabelecimento, quanto à sal-
Art. 5º O paciente há longo tempo hospitaliza- vaguarda do paciente, dos demais internados e
do ou para o qual se caracterize situação de gra- funcionários.
ve dependência institucional, decorrente de seu
Art. 10. Evasão, transferência, acidente, intercor-
quadro clínico ou de ausência de suporte social,
rência clínica grave e falecimento serão comuni-
será objeto de política específica de alta planejada
cados pela direção do estabelecimento de saúde
e reabilitação psicossocial assistida, sob respon-
mental aos familiares, ou ao representante legal
sabilidade da autoridade sanitária competente e
do paciente, bem como à autoridade sanitária res-
supervisão de instância a ser definida pelo Poder
ponsável, no prazo máximo de vinte e quatro ho-
Executivo, assegurada a continuidade do trata-
ras da data da ocorrência.
mento, quando necessário.
Art. 11. Pesquisas científicas para fins diagnós-
Art. 6º A internação psiquiátrica somente será
ticos ou terapêuticos não poderão ser realizadas
realizada mediante laudo médico circunstancia-
sem o consentimento expresso do paciente, ou de
do que caracterize os seus motivos.
seu representante legal, e sem a devida comunica-
Parágrafo único. São considerados os seguintes
ção aos conselhos profissionais competentes e ao
tipos de internação psiquiátrica:
Conselho Nacional de Saúde.
I – internação voluntária: aquela que se dá com
Art. 12. O Conselho Nacional de Saúde, no âmbi-
o consentimento do usuário;
to de sua atuação, criará comissão nacional para
II – internação involuntária: aquela que se dá
acompanhar a implementação desta Lei.
sem o consentimento do usuário e a pedido de
terceiro; e Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
III – internação compulsória: aquela determina- blicação.
da pela Justiça. Brasília, 6 de abril de 2001; 180º da
Independência e 113º da República.
Art. 7º A pessoa que solicita voluntariamente sua
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
internação, ou que a consente, deve assinar, no
José Gregori
momento da admissão, uma declaração de que José Serra
optou por esse regime de tratamento. Roberto Brant
86
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002
voltada a impedir ou dificultar o gozo do direito o último censo da Fundação Instituto Brasileiro de
previsto no art. 1º desta Lei. Geografia e Estatística (IBGE). (Caput do artigo com
Art. 4º Serão objeto de regulamento os requisitos redação dada pela Lei nº 13.409, de 28/12/2016)
mínimos para identificação do cão-guia, a forma [...]
de comprovação de treinamento do usuário, o va- Art. 4º As instituições federais de ensino técnico
lor da multa e o tempo de interdição impostos à de nível médio reservarão, em cada concurso se-
empresa de transporte ou ao estabelecimento pú- letivo para ingresso em cada curso, por turno, no
blico ou privado responsável pela discriminação. mínimo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas
Art. 5º (Vetado) para estudantes que cursaram integralmente o en-
Art. 6º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- sino fundamental em escolas públicas.
blicação. Parágrafo único. No preenchimento das vagas
de que trata o caput deste artigo, 50% (cinquenta
Brasília, 27 de junho de 2005; 184º da
Independência e 117º da República. por cento) deverão ser reservados aos estudantes
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA oriundos de famílias com renda igual ou inferior
Márcio Thomaz Bastos a 1,5 salário mínimo (um salário mínimo e meio)
per capita.
LEI Nº 12.711, DE 29 DE AGOSTO DE 2012
Art. 5º Em cada instituição federal de ensino téc-
(LEI DE COTAS NAS UNIVERSIDADES)
(Publicada no DOU de 30/8/2012) nico de nível médio, as vagas de que trata o art. 4º
desta Lei serão preenchidas, por curso e turno,
Dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas ins-
tituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras por autodeclarados pretos, pardos e indígenas e
providências. por pessoas com deficiência, nos termos da legis-
A presidenta da República lação, em proporção ao total de vagas no mínimo
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu igual à proporção respectiva de pretos, pardos,
sanciono a seguinte Lei: indígenas e pessoas com deficiência na popula-
ção da unidade da Federação onde está instala-
Art. 1º As instituições federais de educação supe-
da a instituição, segundo o último censo do IBGE.
rior vinculadas ao Ministério da Educação reserva-
(Caput do artigo com redação dada pela Lei nº 13.409, de
rão, em cada concurso seletivo para ingresso nos
28/12/2016)
cursos de graduação, por curso e turno, no míni-
mo 50% (cinquenta por cento) de suas vagas para [...]
estudantes que tenham cursado integralmente o Art. 7º No prazo de dez anos a contar da data de
ensino médio em escolas públicas. publicação desta Lei, será promovida a revisão do
Parágrafo único. No preenchimento das vagas programa especial para o acesso às instituições de
de que trata o caput deste artigo, 50% (cinquenta educação superior de estudantes pretos, pardos e
por cento) deverão ser reservados aos estudantes indígenas e de pessoas com deficiência, bem co-
oriundos de famílias com renda igual ou inferior mo daqueles que tenham cursado integralmente
a 1,5 salário mínimo (um salário mínimo e meio) o ensino médio em escolas públicas. (Artigo com re-
per capita. dação dada pela Lei nº 13.409, de 28/12/2016)
Art. 2º (Vetado) [...]
Art. 3º Em cada instituição federal de ensino supe- Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
rior, as vagas de que trata o art. 1º desta Lei serão blicação.
preenchidas, por curso e turno, por autodeclara- Brasília, 29 de agosto de 2012; 191º da
dos pretos, pardos e indígenas e por pessoas com Independência e 124º da República.
deficiência, nos termos da legislação, em propor- DILMA ROUSSEFF
ção ao total de vagas no mínimo igual à proporção Aloizio Mercadante
Miriam Belchior
respectiva de pretos, pardos, indígenas e pessoas
Luís Inácio Lucena Adams
com deficiência na população da unidade da Fe- Luiza Helena de Bairros
deração onde está instalada a instituição, segundo Gilberto Carvalho
89
LEI Nº 12.715, DE 17 DE § 2º Para os fins do disposto nesta Lei, consi-
SETEMBRO DE 2012 deram-se instituições de prevenção e combate
(Publicada no DOU de 18/9/2012 e ao câncer as pessoas jurídicas de direito privado,
retificada no DOU de 19/9/2012) associativas ou fundacionais, sem fins lucrativos,
Altera a alíquota das contribuições previdenciárias sobre que sejam:
a folha de salários devidas pelas empresas que especifica; I – certificadas como entidades beneficentes de
institui o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e
assistência social, na forma da Lei nº 12.101, de 27
Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores,
de novembro de 2009; ou
o Regime Especial de Tributação do Programa Nacional de
Banda Larga para Implantação de Redes de Telecomunica- II – qualificadas como organizações sociais, na
ções, o Regime Especial de Incentivo a Computadores para forma da Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998; ou
Uso Educacional, o Programa Nacional de Apoio à Atenção III – qualificadas como Organizações da Socie-
Oncológica e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da dade Civil de Interesse Público, na forma da Lei
Saúde da Pessoa com Deficiência; restabelece o Programa
nº 9.790, de 23 de março de 1999.
Um Computador por Aluno; altera o Programa de Apoio ao
Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semiconduto- Art. 3º Fica instituído o Programa Nacional de
res, instituído pela Lei nº 11.484, de 31 de maio de 2007; altera Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Defi-
as Leis nos 9.250, de 26 de dezembro de 1995, 11.033, de 21 de ciência (Pronas/PCD).
dezembro de 2004, 9.430, de 27 de dezembro de 1996, 10.865, § 1º O Pronas/PCD tem a finalidade de captar e
de 30 de abril de 2004, 11.774, de 17 de setembro de 2008,
canalizar recursos destinados a estimular e desen-
12.546, de 14 de dezembro de 2011, 11.484, de 31 de maio de
2007, 10.637, de 30 de dezembro de 2002, 11.196, de 21 de
volver a prevenção e a reabilitação da pessoa com
novembro de 2005, 10.406, de 10 de janeiro de 2002, 9.532, deficiência, incluindo-se promoção, prevenção,
de 10 de dezembro de 1997, 12.431, de 24 de junho de 2011, diagnóstico precoce, tratamento, reabilitação e in-
12.414, de 9 de junho de 2011, 8.666, de 21 de junho de 1993, dicação e adaptação de órteses, próteses e meios
10.925, de 23 de julho de 2004, os Decretos-Leis nos 1.455, de 7 auxiliares de locomoção, em todo o ciclo de vida.
de abril de 1976, 1.593, de 21 de dezembro de 1977, e a Medida
§ 2º O Pronas/PCD será implementado median-
Provisória nº 2.199-14, de 24 de agosto de 2001; e dá outras
te incentivo fiscal a ações e serviços de reabilita-
providências.
ção da pessoa com deficiência desenvolvidos por
A presidenta da República
pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucra-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
tivos que se destinam ao tratamento de deficiên-
sanciono a seguinte Lei:
cias físicas, motoras, auditivas, visuais, mentais,
Art. 1º Fica instituído o Programa Nacional de intelectuais, múltiplas e de autismo.
Apoio à Atenção Oncológica (Pronon), com a fina- § 3º Para efeito do Pronas/PCD, as pessoas jurí-
lidade de captar e canalizar recursos para a pre- dicas referidas no § 2º devem:
venção e o combate ao câncer. I – ser certificadas como entidades beneficentes
Parágrafo único. A prevenção e o combate ao de assistência social que atendam ao disposto na
câncer englobam, para os fins desta Lei, a pro- Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009; ou
moção da informação, a pesquisa, o rastreamen- II – atender aos requisitos de que trata a Lei
to, o diagnóstico, o tratamento, os cuidados pa- nº 9.637, de 15 de maio de 1998; ou
liativos e a reabilitação referentes às neoplasias III – constituir-se como Organizações da Socie-
malignas e afecções correlatas. dade Civil de Interesse Público que atenda aos re-
Art. 2º O Pronon será implementado mediante in- quisitos de que trata a Lei nº 9.790, de 23 de março
centivo fiscal a ações e serviços de atenção onco- de 1999; ou
lógica, desenvolvidos por instituições de preven- IV – prestar atendimento direto e gratuito às
ção e combate ao câncer. pessoas com deficiência, cadastradas no Cadastro
§ 1º As ações e os serviços de atenção oncoló- Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)
gica a serem apoiados com os recursos captados do Ministério da Saúde.
por meio do Pronon compreendem: § 4º As ações e os serviços de reabilitação apoia-
I – a prestação de serviços médico-assistenciais; dos com as doações e os patrocínios captados por
II – a formação, o treinamento e o aperfeiçoa- meio do Pronas/PCD compreendem:
mento de recursos humanos em todos os níveis; e I – prestação de serviços médico-assistenciais;
III – a realização de pesquisas clínicas, epide- II – formação, treinamento e aperfeiçoamento
miológicas e experimentais. de recursos humanos em todos os níveis; e
90
LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
III – realização de pesquisas clínicas, epidemio- ção de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da
lógicas e experimentais. Pessoa Física;
Art. 4º A União facultará às pessoas físicas, a par- b) (Vetada)
tir do ano-calendário de 2012 até o ano-calen- c) aplicam-se à declaração de ajuste anual utili-
dário de 2020, e às pessoas jurídicas, a partir do zando-se a opção pelas deduções legais;
ano-calendário de 2013 até o ano-calendário de d) (Vetada na Lei nº 12.794, de 2/4/2013)
2021, na qualidade de incentivadoras, a opção de e) ficam limitadas a 1% (um por cento) do im-
deduzirem do imposto sobre a renda os valores posto sobre a renda devido com relação ao pro-
correspondentes às doações e aos patrocínios di- grama de que trata o art. 1º, e a 1% (um por cento)
retamente efetuados em prol de ações e serviços do imposto sobre a renda devido com relação ao
de que tratam os arts. 1º a 3º, previamente apro- programa de que trata o art. 3º; e (Alínea acrescida
pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
vados pelo Ministério da Saúde e desenvolvidos
pelas instituições destinatárias a que se referem II – relativamente às pessoas jurídicas tributa-
os arts. 2º e 3º. (Caput do artigo com redação dada pela das com base no lucro real:
a) (Vetada)
Lei nº 13.169, de 6/10/2015)
b) deverão corresponder às doações e aos pa-
§ 1º As doações poderão assumir as seguintes
trocínios efetuados dentro do período de apura-
espécies de atos gratuitos:
ção trimestral ou anual do imposto;
I – transferência de quantias em dinheiro;
c) (Vetada na Lei nº 12.794, de 2/4/2013)
II – transferência de bens móveis ou imóveis;
d) ficam limitadas a 1% (um por cento) do im-
III – comodato ou cessão de uso de bens imóveis
posto sobre a renda devido em cada período de
ou equipamentos;
apuração trimestral ou anual com relação ao pro-
IV – realização de despesas em conservação,
grama de que trata o art. 1º, e a 1% (um por cento)
manutenção ou reparos nos bens móveis, imó-
do imposto sobre a renda devido em cada perío-
veis e equipamentos, inclusive os referidos no in-
do de apuração trimestral ou anual com relação
ciso III; e
ao programa de que trata o art. 3º, observado em
V – fornecimento de material de consumo, hos-
ambas as hipóteses o disposto no § 4º do art. 3º
pitalar ou clínico, de medicamentos ou de produ-
da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995. (Alínea
tos de alimentação.
acrescida pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
§ 2º Considera-se patrocínio a prestação do in-
§ 7º (Vetado)
centivo com finalidade promocional.
§ 8º Os benefícios de que trata este artigo não
§ 3º A pessoa física incentivadora poderá dedu-
excluem outros benefícios, abatimentos e dedu-
zir do imposto sobre a renda devido, apurado na
ções em vigor.
Declaração de Ajuste Anual, o valor total das doa-
ções e dos patrocínios. Art. 5º Na hipótese da doação em bens, o doador
§ 4º A pessoa jurídica incentivadora tributada deverá considerar como valor dos bens doados:
com base no lucro real poderá deduzir do imposto I – para as pessoas físicas, o valor constante da
sobre a renda devido, em cada período de apura- última declaração do imposto sobre a renda; e
ção, trimestral ou anual, o valor total das doações II – para as pessoas jurídicas, o valor contábil
e dos patrocínios, vedada a dedução como des- dos bens.
Parágrafo único. Em qualquer das hipóteses
pesa operacional.
previstas no § 1º do art. 4º, o valor da dedução não
§ 5º O valor global máximo das deduções de
poderá ultrapassar o valor de mercado.
que trata este artigo será fixado anualmente pelo
Poder Executivo, com base em um percentual da Art. 6º A instituição destinatária titular da ação
renda tributável das pessoas físicas e do imposto ou serviço definido no § 1º do art. 2º e no § 4º do
sobre a renda devido por pessoas jurídicas tribu- art. 3º deve emitir recibo em favor do doador ou
tadas com base no lucro real. patrocinador, na forma e condições estabelecidas
§ 6º As deduções de que trata este artigo: em ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil
I – relativamente às pessoas físicas: do Ministério da Fazenda.
a) ficam limitadas ao valor das doações efetua- Art. 7º Para a aplicação do disposto no art. 4º, as
das no ano-calendário a que se referir a Declara- ações e serviços definidos no § 1º do art. 2º e no
91
§ 4º do art. 3º deverão ser aprovados previamente I – elaboração de projetos de ações ou serviços
pelo Ministério da Saúde, segundo a forma e o pro- para a obtenção de doação ou patrocínio; e
cedimento estabelecidos em ato do Poder Executi- II – captação de recursos.
vo, e devem estar em consonância com a política Art. 12. Constitui infração ao disposto nesta Lei
definida para o setor no Plano Nacional de Saúde o recebimento pelo patrocinador de vantagem fi-
e nas diretrizes do Ministério da Saúde. nanceira ou bem, em razão do patrocínio.
Art. 8º As ações e serviços definidos no § 1º do Art. 13. As infrações ao disposto nesta Lei, sem
art. 2º e no § 4º do art. 3º deverão ter seu desenvol- prejuízo das sanções penais cabíveis, sujeitarão o
vimento acompanhado e avaliado pelo Ministério doador ou patrocinador ao pagamento do valor
da Saúde, na forma estabelecida em ato do Poder atualizado do imposto sobre a renda devido em
Executivo, observada a necessidade de participa- relação a cada exercício financeiro e das penali-
ção do controle social, nos termos da Lei nº 8.142, dades e demais acréscimos previstos na legisla-
de 28 de dezembro de 1990. ção vigente.
§ 1º A avaliação pelo Ministério da Saúde da cor- Parágrafo único. Na hipótese de dolo, fraude ou
reta aplicação dos recursos recebidos terá lugar ao simulação, inclusive no caso de desvio de finali-
final do desenvolvimento das ações e serviços, ou dade, será aplicada ao doador e ao beneficiário
ocorrerá anualmente, se permanentes. multa correspondente a 2 (duas) vezes o valor da
§ 2º Os incentivadores e instituições destinatá- vantagem auferida indevidamente.
rias deverão, na forma de instruções expedidas [...]
pelo Ministério da Saúde, comunicar-lhe os incen-
Art. 15. Fica restabelecido o Programa Um Compu-
tivos realizados e recebidos, cabendo aos destina-
tador por Aluno (Prouca) e instituído o Regime Es-
tários a comprovação de sua aplicação.
pecial de Incentivo a Computadores para Uso
§ 3º Deverá ser elaborado relatório de avaliação
Educacional (Reicomp), nos termos e condições
e acompanhamento das ações e serviços previstos
estabelecidos nos arts. 16 a 23 desta Lei.
no caput e publicado em sítio eletrônico do Minis-
tério da Saúde na Rede Mundial de Computadores Art. 16. O Prouca tem o objetivo de promover a
(Internet). inclusão digital nas escolas das redes públicas de
ensino federal, estadual, distrital, municipal e nas
Art. 9º Em caso de execução de má qualidade
escolas sem fins lucrativos de atendimento a pes-
ou de inexecução parcial ou completa das ações
soas com deficiência, mediante a aquisição e a uti-
e serviços de que tratam os arts. 1º a 3º, o Minis-
lização de soluções de informática, constituídas
tério da Saúde poderá inabilitar, por até 3 (três)
de equipamentos de informática, de programas
anos, a instituição destinatária, mediante decisão
de computador – software – neles instalados e de
motivada e da qual caberá recurso para o Ministro
suporte e assistência técnica necessários ao seu
de Estado da Saúde.
funcionamento.
Parágrafo único. Ato do Poder Executivo estabe-
§ 1º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Edu-
lecerá os critérios para a inabilitação e os procedi-
cação, da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Fa-
mentos de que trata o caput, assegurada a ampla
zenda estabelecerá definições, especificações e ca-
defesa e o contraditório.
racterísticas técnicas mínimas dos equipamentos
Art. 10. Os recursos objeto de doação ou patro- referidos no caput, podendo inclusive determinar
cínio deverão ser depositados e movimentados os valores mínimos e máximos alcançados pelo
em conta bancária específica em nome do desti- Prouca.
natário. § 2º Compete ao Poder Executivo:
Parágrafo único. Não serão considerados, para I – relacionar os equipamentos de informática
fim de comprovação do incentivo, os aportes em de que trata o caput; e
relação aos quais não se cumpra o disposto nes- II – estabelecer Processo Produtivo Básico (PPB)
te artigo. específico, definindo etapas mínimas e condicio-
Art. 11. Nenhuma aplicação dos recursos poderá nantes de fabricação dos equipamentos de que
ser efetuada mediante intermediação. trata o caput.
Parágrafo único. Não configura intermediação a § 3º Os equipamentos mencionados no caput
contratação de serviços de: destinam-se ao uso educacional por alunos e pro-
92
LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
fessores das escolas das redes públicas de ensino a) venda de matérias-primas e produtos inter-
federal, estadual, distrital, municipal e das escolas mediários destinados à industrialização dos equi-
sem fins lucrativos de atendimento a pessoas com pamentos mencionados no art. 16, quando adqui-
deficiência, exclusivamente como instrumento de ridos por pessoa jurídica habilitada ao regime; ou
aprendizagem. b) prestação de serviços por pessoa jurídica es-
§ 4º A aquisição e a assistência técnica neces- tabelecida no País a pessoa jurídica habilitada ao
sária ao funcionamento dos equipamentos espe- regime, quando destinados aos equipamentos
cificados no caput serão realizadas por meio de mencionados no art. 16; e
licitação pública, observada a legislação vigente. III – do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep-Im-
§ 5º As soluções de informática a serem adquiri- portação, da Cofins-Importação, do Imposto de
das e utilizadas no âmbito do Prouca deverão obri- Importação e da Contribuição de Intervenção no
gatoriamente contar com um percentual mínimo Domínio Econômico destinada a financiar o Pro-
de equipamentos de informática e programas de grama de Estímulo à Interação Universidade-Em-
computador adaptados ou desenvolvidos especi- presa para o Apoio à Inovação incidentes sobre:
ficamente para pessoas com deficiência, nos ter- a) matérias-primas e produtos intermediários
mos do regulamento. destinados à industrialização dos equipamentos
Art. 17. É beneficiária do Reicomp a pessoa jurí- mencionados no art. 16, quando importados dire-
dica habilitada que: tamente por pessoa jurídica habilitada ao regime;
I – exerça atividade de fabricação dos equipa- b) o pagamento de serviços importados direta-
mentos mencionados no caput do art. 16; e mente por pessoa jurídica habilitada ao regime,
II – seja vencedora do processo de licitação de quando destinados aos equipamentos mencio-
que trata o § 4º do art. 16. nados no art. 16.
§ 1º Também será considerada beneficiária do Art. 19. Ficam isentos de IPI os equipamentos de
Reicomp a pessoa jurídica que exerça a ativida- informática saídos da pessoa jurídica beneficiária
de de manufatura terceirizada para a vencedora do Reicomp diretamente para as escolas referidas
do processo de licitação a que se refere o § 4º do no art. 16.
art. 16.
Art. 20. As operações de importação efetuadas
§ 2º As pessoas jurídicas optantes pelo Regime Es-
com os benefícios previstos no Reicomp depen-
pecial Unificado de Arrecadação de Tributos e Con-
dem de anuência prévia do Ministério da Ciência,
tribuições devidos pelas Microempresas e Empre-
Tecnologia e Inovação.
sas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de que
Parágrafo único. As notas fiscais relativas às
trata a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezem-
operações de venda no mercado interno de bens
bro de 2006, e as pessoas jurídicas de que tratam o
e serviços adquiridos com os benefícios previstos
inciso II do caput do art. 8º da Lei nº 10.637, de 30 de
no Reicomp devem:
dezembro de 2002, e o inciso II do caput do art. 10
I – estar acompanhadas de documento emitido
da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, não
pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação,
podem aderir ao Reicomp.
atestando que a operação é destinada ao Prouca; e
§ 3º O Poder Executivo regulamentará o regime
II – conter a expressão “Venda efetuada com
de que trata o caput.
suspensão da exigência do IPI, da Contribuição
Art. 18. O Reicomp suspende, conforme o caso, para o PIS/Pasep e da Cofins”, com a especifica-
a exigência: ção do dispositivo legal correspondente e do nú-
I – do Imposto sobre Produtos Industrializados
mero do atestado emitido pelo Ministério da Ciên-
(IPI) incidente sobre a saída do estabelecimento
cia, Tecnologia e Inovação.
industrial de matérias-primas e produtos interme-
Art. 21. A fruição dos benefícios do Reicomp fi-
diários destinados à industrialização dos equipa-
ca condicionada à regularidade fiscal da pessoa
mentos mencionados no art. 16, quando adquiri-
jurídica em relação aos tributos e contribuições
dos por pessoa jurídica habilitada ao regime;
administrados pela Secretaria da Receita Federal
II – da Contribuição para o PIS/Pasep e da Con-
tribuição para o Financiamento da Seguridade So- do Brasil do Ministério da Fazenda.
cial (Cofins) incidentes sobre a receita decorren- Art. 22. A pessoa jurídica beneficiária do Reicomp
te da: terá a habilitação cancelada:
93
I – na hipótese de não atender ou deixar de aten- § 5º Os estabelecimentos de educação infantil a
der ao processo produtivo básico específico referi- que se refere este artigo:
do no inciso II do § 2º do art. 16; I – deverão seguir parâmetros e especificações
II – sempre que se apure que não satisfazia ou técnicas definidos em regulamento; e
deixou de satisfazer, não cumpria ou deixou de II – não poderão ter a sua destinação alterada
cumprir os requisitos para habilitação ao regi- pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos.
me; ou § 6º O descumprimento do disposto no § 5º su-
III – a pedido. jeitará o ente público ou privado proprietário do
Art. 23. Após a incorporação ou utilização dos bens estabelecimento de educação infantil beneficiário
ou dos serviços adquiridos ou importados com os ao pagamento da diferença dos tributos a que se
benefícios do Reicomp nos equipamentos mencio- refere o art. 25 que deixou de ser paga pela cons-
nados no art. 16, a suspensão de que trata o art. 18 trutora, com os devidos acréscimos legais.
converte-se em alíquota 0 (zero). Art. 25. Para cada obra submetida ao regime es-
Parágrafo único. Na hipótese de não se efetuar a pecial de tributação, a construtora ficará sujeita
incorporação ou utilização de que trata o caput, a ao pagamento equivalente a 1% (um por cento)
pessoa jurídica beneficiária do Reicomp fica obri- da receita mensal recebida, que corresponderá
gada a recolher os tributos não pagos em função ao pagamento mensal unificado dos seguintes
da suspensão de que trata o art. 18, acrescidos de impostos e contribuições:
juros e multa, de mora ou de ofício, na forma da I – Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas
Lei, contados a partir da data de aquisição ou do (IRPJ);
registro da Declaração de Importação (DI), na con- II – Contribuição para PIS/Pasep;
dição de: III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
I – contribuinte, em relação ao IPI vinculado (CSLL); e
à importação, à Contribuição para o PIS/Pasep- IV – Cofins.
-Importação e à Cofins-Importação; ou § 1º Para fins do disposto no caput deste arti-
II – responsável, em relação ao IPI, à Contribui- go, considera-se receita mensal a totalidade das
ção para o PIS/Pasep, à Cofins e à Contribuição receitas auferidas pela construtora em virtude da
de Intervenção no Domínio Econômico destinada realização da obra.
a financiar o Programa de Estímulo à Interação § 2º O percentual de 1% (um por cento) de que
Universidade-Empresa para o Apoio à Inovação. trata o caput deste artigo será considerado:
Art. 24. Fica instituído regime especial de tributa- I – 0,44% (quarenta e quatro centésimos por
ção aplicável à construção ou reforma de estabe- cento) como Cofins;
lecimentos de educação infantil. II – 0,09% (nove centésimos por cento) como
§ 1º O regime especial previsto no caput deste Contribuição para o PIS/Pasep;
artigo aplica-se até 31 de dezembro de 2018 aos III – 0,31% (trinta e um centésimos por cento)
projetos de construção ou reforma de creches e como IRPJ; e
pré-escolas cujas obras tenham sido iniciadas ou IV – 0,16% (dezesseis centésimos por cento) co-
contratadas a partir de 1º de janeiro de 2013. mo CSLL.
§ 2º O regime especial tem caráter opcional e § 3º As receitas, custos e despesas próprios da
irretratável enquanto perdurarem as obrigações obra sujeita a tributação na forma deste artigo não
da construtora com os contratantes. deverão ser computados na apuração das bases
§ 3º A forma, o prazo e as condições para a opção de cálculo dos tributos e contribuições de que tra-
pelo regime especial de tributação serão estabele- ta o caput devidos pela construtora em virtude de
cidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. suas outras atividades empresariais.
§ 4º A opção de que trata o § 3º depende da pré- § 4º Para fins do disposto no § 3º deste artigo, os
via aprovação do projeto de construção ou refor- custos e despesas indiretos pagos pela construto-
ma de creches e pré-escolas pelo Ministério da ra no mês serão apropriados a cada obra na mes-
Educação, onde deve constar o prazo mínimo de ma proporção representada pelos custos diretos
5 (cinco) anos de utilização do imóvel como cre- próprios da obra, em relação ao custo direto total
che ou pré-escola. da construtora, assim entendido como a soma de
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todos os custos diretos de todas as obras e o de II – o projeto deverá contemplar, além das ne-
outras atividades exercidas pela construtora. cessárias obras civis, as especificações e a cotação
Art. 26. A opção pelo regime especial de tributa- de preços de todos os equipamentos e componen-
ção previsto no art. 24 desta Lei obriga o contri- tes de rede vinculados;
buinte a fazer o recolhimento dos tributos a partir III – o projeto não poderá relacionar como servi-
do mês da opção. ços associados às obras civis referidas no inciso II
§ 1º O pagamento unificado de impostos e con- os serviços de operação, manutenção, aluguel, co-
tribuições deverá ser feito até o 20º (vigésimo) dia modato e arrendamento mercantil de equipamen-
do mês subsequente àquele em que houver sido tos e componentes de rede de telecomunicações;
auferida a receita. IV – o projeto deverá contemplar a aquisição de
§ 2º O pagamento dos tributos e contribuições equipamentos e componentes de rede produzidos
na forma deste artigo será considerado definitivo, de acordo com o respectivo processo produtivo
não gerando, em qualquer hipótese, direito à res- básico, conforme percentual mínimo definido em
tituição ou à compensação com o que for apurado regulamento; e
V – o projeto deverá contemplar a aquisição de
pela construtora.
equipamentos e componentes de rede desenvol-
Art. 27. A construtora fica obrigada a manter es-
vidos com tecnologia nacional, conforme percen-
crituração contábil segregada para cada obra sub-
tual mínimo definido em regulamento.
metida ao regime especial de tributação.
§ 2º Compete ao Ministro de Estado das Comu-
Art. 28. Fica instituído o Regime Especial de Tri- nicações aprovar, em ato próprio, o projeto que se
butação do Programa Nacional de Banda Larga enquadre nas diretrizes do § 1º, observada a regu-
para Implantação de Redes de Telecomunicações lamentação de que trata o § 2º do art. 28.
(REPNBL-Redes). § 3º O projeto de que trata o caput deverá ser
§ 1º O REPNBL-Redes destina-se a projetos de apresentado ao Ministério das Comunicações até
implantação, ampliação ou modernização de re- 30 de junho de 2015. (Parágrafo com redação dada pela
des de telecomunicações que suportam acesso à Lei nº 13.043, de 13/11/2014)
internet em banda larga, incluindo estações ter- § 4º Os equipamentos e componentes de rede
renas satelitais que contribuam com os objetivos de telecomunicações de que tratam os incisos IV
de implantação do Programa Nacional de Banda e V do § 1º serão relacionados em ato do Poder
Larga (PNBL), nos termos desta Lei. Executivo.
§ 2º O Poder Executivo regulamentará a forma e § 5º As pessoas jurídicas optantes pelo Simples
os critérios de habilitação e coabilitação ao regime Nacional, de que trata a Lei Complementar nº 123,
de que trata o caput. de 14 de dezembro de 2006, não poderão aderir ao
Art. 29. É beneficiária do REPNBL-Redes a pessoa REPNBL-Redes.
jurídica habilitada que tenha projeto aprovado pa- § 6º Deverá ser dada ampla publicidade à avalia-
ra a consecução dos objetivos estabelecidos no § 1º ção dos projetos apresentados no Ministério das
do art. 28, bem como a pessoa jurídica coabilitada. Comunicações, nos termos da Lei nº 12.527, de 18
§ 1º O Poder Executivo disciplinará o procedi- de novembro de 2011.
mento e os critérios de aprovação do projeto de Art. 30. No caso de venda no mercado interno de
que trata o caput, observadas as seguintes dire- máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamen-
trizes: tos novos e de materiais de construção para utili-
I – os critérios de aprovação deverão ser estabe- zação ou incorporação nas obras civis abrangidas
lecidos tendo em vista o objetivo de: no projeto de que trata o caput do art. 29, ficam
a) reduzir as diferenças regionais; suspensos:
b) modernizar as redes de telecomunicações e I – a exigência da Contribuição para o PIS/Pasep
elevar os padrões de qualidade propiciados aos e da Contribuição para o Financiamento da Segu-
usuários; e ridade Social (Cofins) incidentes sobre a receita
c) massificar o acesso às redes e aos serviços de da pessoa jurídica vendedora, quando a aquisi-
telecomunicações que suportam acesso à internet ção for efetuada por pessoa jurídica beneficiária
em banda larga; do REPNBL-Redes; e
95
II – o Imposto sobre Produtos Industrializados sua conclusão, quando contratados por pessoa
(IPI) incidente na saída do estabelecimento indus- jurídica beneficiária do REPNBL-Redes.
trial ou equiparado, quando a aquisição no mer- Art. 32. Os benefícios de que tratam os arts. 28 a
cado interno for efetuada por pessoa jurídica be- 31 alcançam apenas as construções, implantações,
neficiária do REPNBL-Redes. ampliações ou modernizações de redes de teleco-
§ 1º Nas notas fiscais relativas: municações realizadas entre a data de publicação
I – às vendas de que trata o inciso I do caput da Medida Provisória nº 563, de 3 de abril de 2012,
deverá constar a expressão “Venda efetuada com e 31 de dezembro de 2016.
suspensão da exigibilidade da Contribuição para Parágrafo único. Os benefícios de que trata o
o PIS/Pasep e da Cofins”, com a especificação do caput somente poderão ser usufruídos nas aqui-
dispositivo legal correspondente; e sições, construções, implantações, ampliações ou
II – às saídas de que trata o inciso II do caput modernizações realizadas a partir da data de habi-
deverá constar a expressão “Saída com suspensão litação ou coabilitação da pessoa jurídica.
do IPI”, com a especificação do dispositivo legal
Art. 33. A fruição dos benefícios de que trata o
correspondente, vedado o registro do imposto nas
REPNBL-Redes fica condicionada à regularidade
referidas notas.
fiscal da pessoa jurídica em relação às contribui-
§ 2º As suspensões de que trata este artigo con-
ções e aos impostos administrados pela Secreta-
vertem-se em alíquota 0 (zero) após a utilização ou
ria da Receita Federal do Brasil do Ministério da
incorporação do bem ou material de construção à
Fazenda.
obra de que trata o caput.
Parágrafo único. Para as prestadoras de servi-
§ 3º A pessoa jurídica que não utilizar ou incor-
ços de telecomunicações sujeitas à certificação da
porar o bem ou material de construção à obra de
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a
que trata o caput fica obrigada a recolher as contri-
fruição de que trata o caput fica também condicio-
buições e os impostos não pagos em decorrência
nada à regularidade fiscal em relação às receitas
da suspensão de que trata este artigo, acrescidos
que constituem o Fundo de Fiscalização das Tele-
de juros e multa de mora, na forma da Lei, conta-
comunicações (Fistel).
dos a partir da data da aquisição, na condição de
Art. 34. (Vetado)
responsável ou contribuinte, em relação à Contri-
buição para o PIS/Pasep, à Cofins e ao IPI. Art. 35. Os serviços de telecomunicações presta-
§ 4º As máquinas, aparelhos, instrumentos e dos por meio das subfaixas de radiofrequência de
equipamentos que possuam processo produtivo 451 MHz a 458 MHz e de 461 MHz a 468 MHz, assim
básico definido nos termos da Lei nº 8.248, de 23 como por meio de estações terrenas satelitais de
de outubro de 1991, ou no Decreto-Lei nº 288, de pequeno porte que contribuam com os objetivos
28 de fevereiro de 1967, somente farão jus à sus- de implantação do PNBL, ficam isentos de tributos
pensão de que tratam os incisos I e II do caput federais incidentes sobre o seu faturamento até 31
quando produzidos conforme os respectivos PPBs. de dezembro de 2018, nos termos definidos em
regulamento.
Art. 31. No caso de venda de serviços destinados
às obras civis abrangidas no projeto de que trata o Art. 36. Ficam isentas das taxas de fiscalização pre-
art. 29, fica suspensa a exigência da Contribuição vistas no art. 6º da Lei nº 5.070, de 7 de julho de
para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a 1966, até 31 de dezembro de 2018, as estações de
prestação de serviços efetuada por pessoa jurídica telecomunicações que operem nas subfaixas de ra-
estabelecida no País, a pessoa jurídica beneficiá- diofrequência de 451 MHz a 458 MHz e de 461 MHz
ria do REPNBL-Redes. a 468 MHz, assim como as estações terrenas sateli-
§ 1º Nas vendas de serviços de que trata o caput, tais de pequeno porte que contribuam com os ob-
aplica-se, no que couber, o disposto nos §§ 1º a 3º jetivos de implantação do PNBL, e atendam aos cri-
do art. 30. térios estabelecidos em regulamento.
§ 2º O disposto no caput aplica-se também na Art. 37. Fica isenta de tributos federais, até 31 de
hipótese de receita de aluguel de máquinas, apa- dezembro de 2018, a receita bruta de venda a vare-
relhos, instrumentos e equipamentos para utiliza- jo dos componentes e equipamentos de rede, ter-
ção em obras civis abrangidas no projeto de que minais e transceptores definidos em regulamento
trata o art. 29, e que serão desmobilizados após que sejam dedicados aos serviços de telecomuni-
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LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
cações prestados por meio das subfaixas de radio- trializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 7.660,
frequência de 451 MHz a 458 MHz e de 461 MHz a de 23 de dezembro de 2011;
468 MHz, assim como por meio de estações terre- II – as empresas que comercializem, no País, os
nas satelitais de pequeno porte que contribuam produtos referidos no inciso I; ou
com os objetivos de implantação do PNBL. III – as empresas que tenham projeto aprovado
Art. 38. O valor da Taxa de Fiscalização de Instala- para instalação, no País, de fábrica ou, no caso das
ção e da Taxa de Fiscalização de Funcionamento, empresas já instaladas, de novas plantas ou pro-
previstas na Lei nº 5.070, de 7 de julho de 1966, das jetos industriais para produção de novos modelos
estações de telecomunicações que integrem siste- desses produtos.
mas de comunicação máquina a máquina, defini- § 3º A habilitação ao Inovar-Auto será concedida
dos nos termos da regulamentação, é igual a zero. em ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento,
(Caput do artigo com redação dada pela Lei nº 14.108, de Indústria e Comércio Exterior. (Parágrafo com redação
16/12/2020, em vigor em 1º/1/2021, cujos benefícios tribu- dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
tários terão vigência até 31/12/2025) § 4º Somente poderá habilitar-se ao regime a
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 14.108, de empresa que:
16/12/2020, em vigor em 1º/1/2021) I – estiver regular em relação aos tributos fe-
Art. 38-A. O valor da Contribuição para o Fomento derais; e
da Radiodifusão Pública, prevista na Lei nº 11.652, II – assumir o compromisso de atingir níveis mí-
de 7 de abril de 2008, das estações de telecomu- nimos de eficiência energética, conforme regula-
nicações que integrem sistemas de comunicação mento. (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.844, de
máquina a máquina, definidos nos termos da re- 19/7/2013)
gulamentação, é igual a zero. (Artigo acrescido pela § 5º A habilitação fica condicionada à:
Lei nº 14.108, de 16/12/2020, em vigor em 1º/1/2021, cujos I – realização pela empresa, no País, de ativida-
benefícios tributários terão vigência até 31/12/2025) des fabris e de infraestrutura de engenharia, dire-
Art. 38-B. O valor da Contribuição para o Desen- tamente ou por terceiros;
volvimento da Indústria Cinematográfica Nacio- II – realização pela empresa, no País, de inves-
nal (Condecine), nos termos do inciso III do caput timentos em pesquisa, desenvolvimento e inova-
do art. 33 da Medida Provisória nº 2.228-1, de 6 ção, diretamente ou por terceiros;
de setembro de 2001, das estações de telecomu- III – realização pela empresa, no País, de dispên-
nicações que integrem sistemas de comunicação dio em engenharia, tecnologia industrial básica e
máquina a máquina, definidos nos termos da re- de capacitação de fornecedores, diretamente ou
gulamentação, é igual a zero. (Artigo acrescido pela por terceiros; e
Lei nº 14.108, de 16/12/2020, em vigor em 1º/1/2021, cujos IV – adesão da empresa a programa de etique-
benefícios tributários terão vigência até 31/12/2025)
tagem veicular de âmbito nacional, nos termos de
[...]
regulamento, exceto quanto aos veículos com mo-
Art. 40. Fica criado o Programa de Incentivo à Ino- tor de pistão, de ignição por compressão (diesel
vação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Pro- ou semidiesel).
dutiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto) com § 5º-A. Para a realização das atividades previs-
objetivo de apoiar o desenvolvimento tecnológico, tas nos incisos II e III do § 5º, serão considerados
a inovação, a segurança, a proteção ao meio am- realizados no País dispêndios com aquisição de
biente, a eficiência energética e a qualidade dos software, equipamentos e suas peças de reposi-
automóveis, caminhões, ônibus e autopeças. ção, desde que sejam utilizados em laboratórios,
§ 1º O Inovar-Auto aplicar-se-á até 31 de dezem- na forma do regulamento. (Parágrafo acrescido pela
bro de 2017, data em que todas habilitações vi- Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, e com redação da-
gentes serão consideradas canceladas e cessarão da pela Lei nº 12.996, de 18/6/2014)
seus efeitos, exceto quanto ao cumprimento dos I – (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 638, de
compromissos assumidos. 17/1/2014, e não mantido pela Lei nº 12.996, de 18/6/2014,
§ 2º Poderão habilitar-se ao Inovar-Auto: na qual foi convertida a referida medida provisória)
I – as empresas que produzam, no País, os produ- II – (Inciso acrescido pela Medida Provisória nº 638, de
tos classificados nas posições 87.01 a 87.06 da Tabe- 17/1/2014, e não mantido pela Lei nº 12.996, de 18/6/2014,
la de Incidência do Imposto sobre Produtos Indus- na qual foi convertida a referida medida provisória)
97
§ 5º-B. As peças de reposição referidas no § 5º-A § 2º Os dispêndios realizados em novembro e
são aquelas adquiridas juntamente com o equi- dezembro de 2017 não darão direito ao crédito de
pamento, cujo valor seja igual ou inferior a 10% que trata o caput.
(dez por cento) do valor do equipamento. (Parágrafo § 3º As empresas de que trata o inciso III do § 2º
acrescido pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, con- do art. 40, habilitadas ao Inovar-Auto, poderão,
vertida na Lei nº 12.996, de 18/6/2014) ainda, apurar crédito presumido do IPI relativa-
§ 5º-C. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória mente aos veículos por elas importados, mediante
nº 638, de 17/1/2014, e não mantido pela Lei nº 12.996, de a aplicação de percentual estabelecido pelo Poder
18/6/2014, na qual foi convertida a referida Medida Provi- Executivo sobre a base de cálculo do IPI na saída
sória) do estabelecimento importador.
§ 6º A empresa deverá cumprir pelo menos 3 § 4º O crédito presumido de IPI de que tratam
(três) dos 4 (quatro) requisitos estabelecidos no o caput e o § 3º poderão ser apurados a partir da
§ 5º, com exceção das fabricantes que produzam habilitação da empresa.
exclusivamente veículos com motor de pistão, de § 5º O Poder Executivo estabelecerá termos, li-
ignição por compressão (diesel ou semidiesel), as mites e condições para a utilização do crédito pre-
quais deverão cumprir pelo menos 2 (dois) dos re- sumido de IPI de que trata este artigo.
quisitos estabelecidos nos incisos I a III do men- § 6º Fica suspenso o IPI incidente no desemba-
cionado § 5º. raço aduaneiro dos veículos importados nos ter-
§ 7º A habilitação terá validade de 12 (doze) me- mos do § 3º.
ses, contados a partir de sua concessão, podendo § 7º Os créditos presumidos de IPI de que trata
ser renovada, por solicitação da empresa, por no- este artigo:
vo período de 12 (doze) meses, desde que tenham I – não estão sujeitos a incidência da Contribui-
sido cumpridos todas condições e compromissos ção para o PIS/Pasep e da Cofins; e
assumidos. II – não devem ser computados para fins de apu-
§ 8º No caso do inciso III do § 2º, a empresa de- ração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica e
verá solicitar habilitação específica para cada fá-
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. (Vide
brica ou planta industrial que pretenda instalar, a
Decreto nº 7.819, de 3/10/2012)
qual poderá ser renovada somente uma vez, des-
de que tenha sido cumprido o cronograma do pro- Art. 41-A. Com vistas à promoção do desenvolvi-
jeto de instalação. mento sustentável da indústria, os fornecedores
§ 9º O Poder Executivo estabelecerá termos, li- de insumos estratégicos e de ferramentaria para
mites e condições para a habilitação ao Inovar- as empresas habilitadas ao Inovar-Auto e seus for-
-Auto. (Vide Decreto nº 7.819, de 3/10/2012) necedores diretos ficam obrigados a informar aos
adquirentes, nas operações de venda, os valores
Art. 41. As empresas habilitadas ao Inovar-Auto
e as demais características dos produtos forne-
poderão apurar crédito presumido de IPI, com ba-
cidos, nos termos, limites e condições definidos
se nos dispêndios realizados no País em cada mês-
pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e
-calendário com:
Comércio Exterior.
I – pesquisa;
§ 1º O desenvolvimento sustentável da indústria
II – desenvolvimento tecnológico;
previsto no caput refere-se ao aumento do padrão
III – inovação tecnológica;
tecnológico dos veículos, especialmente quanto à
IV – insumos estratégicos; segurança veicular e a emissões veiculares.
V – ferramentaria; § 2º A omissão na prestação das informações de
VI – recolhimentos ao Fundo Nacional de De- que trata o caput ensejará a aplicação de multa
senvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) no valor de 2% (dois por cento) sobre o valor das
na forma do regulamento; operações de venda referidas no caput.
VII – capacitação de fornecedores; e § 3º A prestação de informações incorretas no
VIII – engenharia e tecnologia industrial básica. cumprimento da obrigação a que se refere o caput
§ 1º Para efeito do caput, serão considerados os ensejará a aplicação de multa de 1% (um por cen-
dispêndios realizados no segundo mês-calendário to) sobre a diferença entre o valor informado e o
anterior ao mês de apuração do crédito. valor devido.
98
LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
§ 4º Regulamento poderá dispor sobre os proce- I – promover o estorno da parcela do crédito
dimentos para correção das informações incorre- presumido aproveitado a maior, nos termos dis-
tas de que trata o § 3º. postos em ato do Poder Executivo; ou
§ 5º O disposto nos §§ 2º e 3º será aplicado nas II – no caso de insuficiência do saldo credor de
operações de venda realizadas a partir do 7º (séti- crédito presumido, recolher o valor aproveitado a
mo) mês subsequente à definição dos termos, li- maior, acrescido de juros equivalentes à taxa do
mites e condições referidos no caput. (Artigo acresci- Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic)
do pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, convertida para títulos federais, acumulada mensalmente,
na Lei nº 12.996, de 18/6/2014) calculados a partir do mês da apuração do crédi-
Art. 41-B. O Poder Executivo, no âmbito do Inovar- to presumido até o mês anterior ao do pagamento
-Auto, poderá estabelecer alíquotas do Imposto e adicionados de 1% (um por cento) relativamen-
sobre Produtos Industrializados (IPI) menores pa- te ao mês em que o pagamento estiver sendo fei-
ra os veículos que adotarem motores flex que tive- to. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 638, de
rem relação de consumo entre etanol hidratado e 17/1/2014, convertida na Lei nº 12.996, de 18/6/2014)
gasolina superior a 75% (setenta e cinco por cen- § 5º A omissão na prestação das informações de
to), sem prejuízo da eficiência energética da gaso- que trata o art. 41-A impede a apuração e a utili-
lina nos veículos novos. (Artigo acrescido pela Medida zação do crédito presumido pela empresa habi-
Provisória nº 638, de 17/1/2014, convertida na Lei nº 12.996, litada, relativamente à operação de venda a que
de 18/6/2014) se referir a omissão. (Parágrafo acrescido pela Medida
Art. 42. Acarretará o cancelamento da habilitação Provisória nº 638, de 17/1/2014, convertida na Lei nº 12.996,
ao Inovar-Auto: de 18/6/2014)
I – o descumprimento dos requisitos estabeleci- § 6º A inobservância do disposto no § 4º, decor-
dos por esta Lei ou pelos atos complementares do ridos 60 (sessenta) dias após a notificação, acar-
Poder Executivo, exceto quanto: (Caput do inciso com retará o cancelamento da habilitação ao Inovar-
redação dada pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, -Auto, deixando-se de aplicar a exceção prevista
convertida na Lei nº 12.996, de 18/6/2014) na alínea b do inciso I do caput. (Parágrafo acrescido
a) ao compromisso de que trata o inciso II do pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, convertida na
§ 4º do art. 40; e (Alínea acrescida pela Medida Provi- Lei nº 12.996, de 18/6/2014)
sória nº 638, de 17/1/2014, convertida na Lei nº 12.996, de Art. 43. Fica sujeita à multa de: (Caput do artigo com
18/6/2014) redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
b) à utilização de valor a maior de crédito pre- I – 10% (dez por cento) do valor do crédito pre-
sumido por empresa habilitada ao Inovar-Auto em sumido apurado a empresa que descumprir obri-
razão de incorreções nas informações de que trata gação acessória relativa ao Inovar-Auto estabeleci-
o art. 41-A. (Alínea acrescida pela Medida Provisória nº 638,
da nesta Lei ou em ato específico da Secretaria da
de 17/1/2014, convertida na Lei nº 12.996, de 18/6/2014)
Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda;
II – (Vetado)
(Inciso com redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
§ 1º O cancelamento da habilitação ao Inovar-
II – R$ 50,00 (cinquenta reais) para até o pri-
-Auto implicará a exigência do imposto que deixou
meiro centésimo, inclusive, maior que o consumo
de ser pago desde a primeira habilitação em fun-
energético correspondente à meta de eficiência
ção da utilização do crédito presumido do IPI, com energética, expressa em megajoules por quilô-
os acréscimos previstos na legislação tributária. metro, estabelecida para a empresa habilitada;
§ 2º O Poder Executivo poderá dispor em regu- (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
lamento que a exigência do IPI e dos acréscimos III – R$ 90,00 (noventa reais) a partir do primei-
de que trata o § 1º será proporcional ao descum- ro centésimo, exclusive, até o segundo centésimo,
primento dos compromissos assumidos. inclusive, maior que o consumo energético corres-
§ 3º No caso de a empresa possuir mais de pondente à meta de eficiência energética, expres-
uma habilitação ao Inovar-Auto, o cancelamento sa em megajoules por quilômetro, estabelecida
de uma delas não afetará as demais. (Vide Decreto para a empresa habilitada; (Inciso com redação dada
nº 7.819, de 3/10/2012) pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013)
§ 4º Na hipótese da alínea b do inciso I do caput, IV – R$ 270,00 (duzentos e setenta reais) a par-
a empresa habilitada deverá: tir do segundo centésimo, exclusive, até o terceiro
99
centésimo, inclusive, maior que o consumo ener- § 1º Nos casos em que a legislação específica
gético correspondente à meta de eficiência energé- determinar, a devolução da mercadoria ao exte-
tica, expressa em megajoules por quilômetro, es- rior deverá ser ao país de origem ou de embarque.
tabelecida para a empresa habilitada; e (Inciso com (Parágrafo com redação dada pela Medida Provisória nº 656,
redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013) de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
V – R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais) a partir § 2º Quando julgar necessário, o órgão anuente
do terceiro centésimo, exclusive, para cada centé- determinará a destruição da mercadoria em prazo
simo maior que o consumo energético correspon- igual ou inferior ao previsto no caput. (Parágrafo com
dente à meta de eficiência energética, expressa redação dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014,
em megajoules por quilômetro, estabelecida pa- convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
ra a empresa habilitada. (Inciso com redação dada pela I – (Revogado)
Lei nº 12.844, de 19/7/2013) II – (Revogado)
§ 1º O percentual de que trata o inciso I do caput § 3º As embalagens e as unidades de suporte
deverá ser aplicado sobre o valor do crédito presu- ou de acondicionamento para transporte que se
mido referente ao mês anterior ao da verificação enquadrem na tipificação de não autorização de
da infração. (Parágrafo único transformado em § 1º com importação prevista no caput estão sujeitas à de-
redação dada pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013) volução ou à destruição de que trata este artigo,
§ 2º Os valores de que tratam os incisos II, III, IV estejam ou não acompanhando mercadorias e
e V do caput deverão ser multiplicados pelo nú- independentemente da situação e do tratamen-
mero de veículos comercializados pela empresa to dispensado a essas mercadorias. (Parágrafo com
infratora a partir de 4 de abril de 2013 ou a partir redação dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014,
da primeira habilitação ao Inovar-Auto, se esta for convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
posterior a 4 de abril de 2013. (Parágrafo acrescido § 4º A obrigação de devolver ou de destruir se-
pela Lei nº 12.844, de 19/7/2013) rá do transportador internacional na hipótese de
§ 3º Os valores de que tratam os incisos II, III, IV e mercadoria acobertada por conhecimento de car-
V do caput deverão ser depositados no Fundo Na- ga à ordem, consignada a pessoa inexistente ou
cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológi- a pessoa com domicílio desconhecido ou não en-
co (FNDCT), em conta específica. (Parágrafo acrescido
contrado no País. (Parágrafo com redação dada pela
pela Medida Provisória nº 638, de 17/1/2014, convertida na
Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei
Lei nº 12.996, de 18/6/2014)
nº 13.097, de 19/1/2015)
Art. 44. O crédito presumido de IPI de que trata o § 5º Em casos justificados, os prazos para devo-
art. 41 não exclui os benefícios previstos nos arts. lução ou para destruição poderão ser prorrogados,
11-A e 11-B da Lei nº 9.440, de 14 de março de 1997, a critério do órgão anuente. (Parágrafo com redação
e no art. 1º da Lei nº 9.826, de 23 de agosto de 1999, dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, conver-
e o regime especial de tributação de que trata o tida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
art. 56 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de § 6º Decorrido o prazo para devolução ou para
agosto de 2001, nos termos, limites e condições destruição da mercadoria, consideradas as prorro-
estabelecidos em ato do Poder Executivo. (Vide De- gações concedidas pelo órgão anuente, e não ten-
creto nº 7.819, de 3/10/2012) do sido adotada a providência, aplica-se ao infra-
Art. 45. (Vetado) tor, importador ou transportador, multa no valor
de R$ 10,00 (dez reais) por quilograma ou fração
Art. 46. O importador de mercadoria estrangei-
da mercadoria, não inferior no total a R$ 500,00
ra cuja importação não seja autorizada por órgão
(quinhentos reais). (Parágrafo com redação dada pela
anuente com fundamento na legislação relativa a
Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei
saúde, metrologia, segurança pública, proteção
nº 13.097, de 19/1/2015)
ao meio ambiente, controles sanitários, fitossani- § 7º Transcorrido o prazo de 10 (dez) dias, con-
tários e zoossanitários fica obrigado a devolver a tado a partir do primeiro dia depois do termo final
mercadoria ao exterior, no prazo de até 30 (trin- do prazo a que se refere o § 6º, e não tendo sido
ta) dias da ciência da não autorização. (Caput do adotada a providência: (Caput do parágrafo com reda-
artigo com redação dada pela Medida Provisória nº 656, de ção dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, con-
7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015) vertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
100
LEI Nº 12.715, DE 17 DE SETEMBRO DE 2012
I – o infrator, importador ou transportador, fica pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na
sujeito à multa no valor de R$ 20,00 (vinte reais) Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
por quilograma ou fração da mercadoria, não infe- I – (Revogado)
rior no total a R$ 1.000,00 (mil reais), sem prejuízo II – (Revogado)
da penalidade prevista no § 6º; (Inciso acrescido pela § 11. O representante legal do transportador es-
Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei trangeiro no País estará sujeito à obrigação pre-
nº 13.097, de 19/1/2015)
vista no § 4º e responderá pelas multas e ressarci-
II – o importador fica sujeito à suspensão da
mentos previstos nos §§ 6º, 7º e 8º, quando estes
habilitação para operar no comércio exterior, na
forem atribuídos ao transportador. (Parágrafo com
forma estabelecida pela Secretaria da Receita Fe-
redação dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014,
deral do Brasil, sem prejuízo do disposto no inci-
convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
so I deste parágrafo; e (Inciso acrescido pela Medida
Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097, § 12. O órgão anuente poderá efetuar de ofício e
de 19/1/2015) a qualquer tempo a destruição ou a devolução de
III – a obrigação de devolver ou de destruir a mercadoria que, a seu critério, ofereça risco imi-
mercadoria passará a ser do depositário ou do nente. (Parágrafo com redação dada pela Medida Provi-
operador portuário a quem tenha sido confiada, sória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097, de
e nesse caso: 19/1/2015)
a) será fixado novo prazo pelo órgão anuente § 13. As intimações, inclusive para ciência dos
para cumprimento da obrigação; e prazos, e a aplicação das penalidades previstas
b) o depositário ou o operador portuário ficará neste artigo serão lavradas por Auditor-Fiscal da
sujeito à aplicação das disposições do § 6º e do Receita Federal do Brasil, observados a formali-
caput e inciso I deste parágrafo. (Inciso acrescido pela
zação em auto de infração, o rito e as competên-
Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, e convertida na Lei
cias para julgamento estabelecidos no Decreto
nº 13.097, de 19/1/2015)
nº 70.235, de 6 de março de 1972. (Parágrafo com re-
§ 8º Na hipótese a que se refere o inciso III
dação dada pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014,
do § 7º, o importador ou o transportador interna-
cional, conforme o caso, fica obrigado a ressarcir convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
o depositário ou o operador portuário pelas des- § 14. O disposto neste artigo não prejudica a
pesas incorridas na devolução ou na destruição, aplicação de outras penalidades, nem a represen-
sem prejuízo do pagamento pelos serviços de ar- tação fiscal para fins penais, quando cabível. (Pará-
mazenagem prestados. (Parágrafo com redação dada grafo acrescido pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014,
pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na convertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
Lei nº 13.097, de 19/1/2015) § 15. O disposto neste artigo aplica-se, no que
I – (Revogado) couber, à mercadoria já desembaraçada e entre-
II – (Revogado) gue, em relação a qual se verificou posteriormente
§ 9º No caso de extravio da mercadoria, será
alguma das hipóteses previstas no caput. (Parágrafo
aplicada ao responsável multa no valor de
acrescido pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, con-
R$ 30,00 (trinta reais) por quilograma ou fração
vertida na Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
da mercadoria, não inferior no total a R$ 1.500,00
§ 16. O Poder Executivo poderá regulamentar o
(mil e quinhentos reais). (Parágrafo com redação dada
disposto neste artigo. (Parágrafo acrescido pela Medida
pela Medida Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na
Provisória nº 656, de 7/10/2014, convertida na Lei nº 13.097,
Lei nº 13.097, de 19/1/2015)
de 19/1/2015)
§ 10. Vencido o prazo estabelecido para devolu-
[...]
ção ou para destruição da mercadoria pelo depo-
sitário ou pelo operador portuário, consideradas Art. 52. A pessoa jurídica poderá optar pela aplica-
as prorrogações concedidas pelo órgão anuente, ção das disposições contidas nos arts. 48 e 50 des-
e não tendo sido adotada a providência, poderá ta Lei para fins de aplicação das regras de preços
a devolução ou a destruição ser efetuada de ofí- de transferência para o ano-calendário de 2012.
cio pelo órgão anuente, recaindo todos os custos § 1º A opção será irretratável e acarretará a ob-
sobre o importador ou o transportador interna- servância de todas as alterações trazidas pelos
cional, conforme o caso. (Parágrafo com redação dada arts. 48 e 50 desta Lei.
101
§ 2º A Secretaria da Receita Federal do Brasil do II – em relação aos arts. 40 a 44 e 62, a partir de
Ministério da Fazenda definirá a forma, o prazo e sua regulamentação.
as condições de opção de que trata o caput. § 1º Os arts. 48 e 50 entram em vigor em 1º de
[...] janeiro de 2013.
§ 2º Os arts. 53 a 56 entram em vigor no 1º (pri-
Art. 56. A Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de
meiro) dia do 4º (quarto) mês subsequente à data
2011, passa a vigorar acrescida do Anexo desta Lei.
de publicação da Medida Provisória nº 563, de 3
[...]
de abril de 2012, produzindo efeitos a partir de sua
Art. 58. A etapa de corte prevista na alínea c do in- regulamentação, à exceção:
ciso I do caput do art. 2º da Lei nº 11.484, de 31 de I – da nova redação dada ao § 15 e ao novo § 23
maio de 2007, será obrigatória a partir de 12 (doze) do art. 8º da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004,
meses após a regulamentação desta Lei. que entram em vigor na data de publicação des-
[...] ta Lei;
Art. 63. (Vetado) II – do disposto no inciso III do caput do art. 7º e
no § 3º do art. 8º da Lei nº 12.546, de 14 de dezem-
Art. 64. (Vetado)
bro de 2011, que entra em vigor em 1º de janeiro
Art. 65. (Vetado) de 2013;
Art. 66. (Vetado) III – da contribuição sobre o valor da receita bru-
[...] ta relativa às empresas que fabricam os produtos
classificados nas posições 2515.11.00, 2515.12.10,
Art. 70. Para fins de incidência de tributos federais,
2516.11.00, 2516.12.00, 6801.00.00, 6802.10.00,
inclusive contribuições previdenciárias, ficam sub-
6802.21.00, 6802.23.00, 6802.29.00, 6802.91.00,
metidas às regras de tributação aplicáveis aos
6802.92.00, 6802.93.10, 6802.93.90, 6802.99.90,
bancos de desenvolvimento as agências de fo-
6803.00.00, 8473.30.99, 8504.90.10, 8518.90.90 e
mento referidas no art. 1º da Medida Provisória
8522.90.20 da Tipi, que entra em vigor no 1º (pri-
nº 2.192-70, de 24 de agosto de 2001.
meiro) dia do 4º (quarto) mês subsequente à data
§ 1º O disposto no caput aplica-se a partir de 1º de publicação desta Lei; e
de janeiro de 2013. IV – da contribuição sobre o valor da receita
§ 2º As agências de fomento poderão, opcional- bruta relativa às empresas que fabricam os produ-
mente, submeter-se ao disposto no caput a partir tos classificados nas posições 01.03, 02.06, 02.09,
de 1º de janeiro de 2012. 05.04, 05.05, 05.07, 05.10, 05.11, 10.05, 11.06,
[...] 12.01, 12.08, 12.13, no Capítulo 15, no Capítulo 16,
Art. 72. (Vetado) no Capítulo 19, nas posições 23.01, 23.04, 23.06,
[...] 2309.90, 30.02, 30.03, 30.04 da Tipi, que entra em
vigor no 1º (primeiro) dia do 4º (quarto) mês sub-
Art. 74. (Vetado)
sequente à data de publicação desta Lei.
Art. 75. (Vetado)
Art. 79. Ficam revogados:
Art. 76. Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas I – o § 4º do art. 22 da Lei nº 9.430, de 27 de de-
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins in- zembro de 1996, a partir de 1º de janeiro de 2013;
cidentes sobre a receita decorrente da venda de II – a partir do 1º (primeiro) dia do 4º (quarto)
águas minerais naturais comercializadas em re- mês subsequente à data de publicação da Medida
cipientes com capacidade nominal inferior a 10 Provisória nº 563, de 3 de abril de 2012, ou da data
(dez) litros ou igual ou superior a 10 (dez) litros
da regulamentação referida no § 2º do art. 78 des-
classificadas no código 2201.10.00 Ex 01 e Ex 02
ta Lei, o que ocorrer depois, os incisos I a VI do § 21
da Tipi, aprovada pelo Decreto nº 7.660, de 23 de
do art. 8º da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004;
dezembro de 2011.
III – a partir do 1º (primeiro) dia do 4º (quarto)
Art. 77. (Vetado) mês subsequente à data de publicação da Medida
Art. 78. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- Provisória nº 563, de 3 de abril de 2012, ou da data
blicação, produzindo efeitos: da regulamentação referida no § 2º do art. 78 des-
I – em relação aos arts. 15 a 23, a partir de sua ta Lei, o que ocorrer depois, os §§ 3º e 4º do art. 7º
regulamentação, até 31 de dezembro de 2015; e da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011.
102
LEI Nº 12.764, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2012
ca e fisioterápica.
LEI Nº 13.977, DE 8 DE JANEIRO DE 2020
Art. 3º A prática da equoterapia será orientada (LEI ROMEO MION)
com observância das seguintes condições, entre (Publicada no DOU de 9/1/2020)
outras, conforme dispuser o regulamento:
Altera a Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012 (Lei Berenice
I – equipe multiprofissional, constituída por Piana), e a Lei nº 9.265, de 12 de fevereiro de 1996, para insti-
uma equipe de apoio composta por médico e mé- tuir a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do
dico veterinário e uma equipe mínima de atendi- Espectro Autista (Ciptea), e dá outras providências.
mento composta por psicólogo, fisioterapeuta e O presidente da República
um profissional de equitação, podendo, de acor- Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
do com o objetivo do programa, ser integrada por sanciono a seguinte Lei:
outros profissionais, como pedagogo, fonoaudió- Art. 1º Esta Lei, denominada “Lei Romeo Mion”,
logo, terapeuta ocupacional e professores de edu- altera a Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012
cação física, que devem possuir curso específico (Lei Berenice Piana), e a Lei nº 9.265, de 12 de fe-
de equoterapia; vereiro de 1996 (Lei da Gratuidade dos Atos de
105
Cidadania), para criar a Carteira de Identificação federal, ressalvado, nos termos dos §§ 1º e 2º, o
da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista Bolsa Família;
(Ciptea), de expedição gratuita. IV – cuja renda familiar mensal per capita seja de
[…] até 1/2 (meio) salário mínimo ou a renda familiar
Art. 3º O caput do art. 1º da Lei nº 9.265, de 12 de mensal total seja de até 3 (três) salários mínimos;
fevereiro de 1996 (Lei da Gratuidade dos Atos de V – que, no ano de 2018, não tenha recebido ren-
Cidadania), passa a vigorar acrescido do seguinte dimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 (vinte
inciso VII: e oito mil, quinhentos e cinquenta e nove reais e
Art. 1º […] setenta centavos); e
[…] VI – que exerça atividade na condição de:
VII – o requerimento e a emissão de documento a) microempreendedor individual (MEI);
de identificação específico, ou segunda via, para b) contribuinte individual do Regime Geral
pessoa com transtorno do espectro autista. de Previdência Social que contribua na forma
Art. 4º (Vetado) do caput ou do inciso I do § 2º do art. 21 da Lei
Art. 5º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- nº 8.212, de 24 de julho de 1991; ou
blicação. c) trabalhador informal, seja empregado, autô-
Brasília, 8 de janeiro de 2020; 199º da nomo ou desempregado, de qualquer natureza,
Independência e 132º da República. inclusive o intermitente inativo, inscrito no Ca-
JAIR MESSIAS BOLSONARO dastro Único para Programas Sociais do Governo
Marcelo Henrique Teixeira Dias
Federal (CadÚnico) até 20 de março de 2020, ou
Onyx Lorenzoni
Antonio Carlos Paiva Futuro que, nos termos de autodeclaração, cumpra o re-
quisito do inciso IV.
LEI Nº 13.982, DE 2 DE ABRIL DE 2020 § 1º O recebimento do auxílio emergencial es-
(Publicada no DOU de 2/4/2020 e tá limitado a 2 (dois) membros da mesma família.
retificada no DOU de 18/9/2020)
§ 1º-A. (Vetado na Lei nº 13.998, de 14/5/2020)
Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, para dispor
§ 1º-B. (Vetado na Lei nº 13.998, de 14/5/2020)
sobre parâmetros adicionais de caracterização da situação
de vulnerabilidade social para fins de elegibilidade ao bene-
§ 2º Nas situações em que for mais vantajoso, o
fício de prestação continuada (BPC), e estabelece medidas auxílio emergencial substituirá, temporariamente
excepcionais de proteção social a serem adotadas durante e de ofício, o benefício do Programa Bolsa Famí-
o período de enfrentamento da emergência de saúde pública lia, ainda que haja um único beneficiário no grupo
de importância internacional decorrente do coronavírus (Co-
familiar. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 13.998,
vid-19) responsável pelo surto de 2019, a que se refere a Lei
nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. de 14/5/2020)
106
LEI Nº 13.982, DE 2 DE ABRIL DE 2020
§ 3º-A. Quando o genitor e a genitora não for- divíduos que contribuam para o rendimento ou
marem uma única família e houver duplicidade na que tenham suas despesas atendidas por aquela
indicação de dependente nos cadastros do geni- unidade familiar, todos moradores em um mes-
tor e da genitora realizados em autodeclaração na mo domicílio.
plataforma digital de que trata o § 4º deste artigo, § 7º Não serão incluídos no cálculo da renda fa-
será considerado o cadastro de dependente feito miliar mensal, para efeitos deste artigo, os rendi-
pela mulher, ainda que posterior àquele efetua- mentos percebidos de programas de transferência
do pelo homem. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 14.171, de renda federal previstos na Lei nº 10.836, de 9 de
de 10/6/2021) janeiro de 2004, e em seu regulamento.
§ 3º-B. No caso de cadastro superveniente fei- § 8º A renda familiar per capita é a razão entre
to pela mulher na forma prevista no § 3º-A deste a renda familiar mensal e o total de indivíduos na
artigo, o homem que detiver a guarda unilateral família.
dos filhos menores ou que, de fato, for responsá- § 9º O auxílio emergencial será operacionali-
vel por sua criação poderá manifestar discordân- zado e pago, em 3 (três) prestações mensais, por
cia por meio da plataforma digital de que trata o instituições financeiras públicas federais, que fi-
§ 4º deste artigo, devendo ser advertido das penas cam autorizadas a realizar o seu pagamento por
legais em caso de falsidade na prestação de infor- meio de conta do tipo poupança social digital, de
mações sobre a composição do seu núcleo fami- abertura automática em nome dos beneficiários, a
liar. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 14.171, de 10/6/2021) qual possuirá as seguintes características:
§ 3º-C. Na hipótese de manifestação de que trata I – dispensa da apresentação de documentos;
o § 3º-B deste artigo, o trabalhador terá a renda fa- II – isenção de cobrança de tarifas de manuten-
miliar mensal per capita de que trata o inciso IV do ção, observada a regulamentação específica esta-
caput deste artigo calculada provisoriamente, con- belecida pelo Conselho Monetário Nacional;
siderados os dependentes cadastrados para aferir III – ao menos, 3 (três) transferências eletrônicas
o direito a uma cota mensal do auxílio emergencial de valores ao mês, sem custos, para conta manti-
de que trata o caput deste artigo, e receberá essa da em instituição autorizada a operar pelo Banco
cota mensal, desde que cumpridos os demais re- Central do Brasil; e (Inciso com redação dada pela Lei
quisitos previstos neste artigo, até que a situação nº 14.075, de 22/10/2020)
seja devidamente elucidada pelo órgão competen- IV – (Vetado)
te. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 14.171, de 10/6/2021) V – não passível de emissão de cheques ou de
§ 4º As condições de renda familiar mensal per ordens de pagamento para a sua movimentação.
capita e total de que trata o caput serão verifica- (Inciso com redação dada pela Lei nº 14.075, de 22/10/2020)
das por meio do CadÚnico, para os trabalhadores § 9º-A. (Vetado na Lei nº 13.998, de 14/5/2020)
inscritos, e por meio de autodeclaração, para os § 10. (Vetado)
não inscritos, por meio de plataforma digital. § 11. Os órgãos federais disponibilizarão as in-
§ 5º São considerados empregados formais, pa- formações necessárias à verificação dos requisitos
ra efeitos deste artigo, os empregados com con- para concessão do auxílio emergencial, constan-
trato de trabalho formalizado nos termos da Con- tes das bases de dados de que sejam detentores.
solidação das Leis do Trabalho (CLT) e todos os § 12. O Poder Executivo regulamentará o auxílio
agentes públicos, independentemente da relação emergencial de que trata este artigo.
jurídica, inclusive os ocupantes de cargo ou fun- § 13. Fica vedado às instituições financeiras efe-
ção temporários ou de cargo em comissão de li- tuar descontos ou compensações que impliquem
vre nomeação e exoneração e os titulares de man- a redução do valor do auxílio emergencial, a pre-
dato eletivo. texto de recompor saldos negativos ou de saldar
§ 5º-A. (Vetado na Lei nº 13.998, de 14/5/2020) dívidas preexistentes do beneficiário, sendo váli-
§ 6º A renda familiar é a soma dos rendimen- do o mesmo critério para qualquer tipo de conta
tos brutos auferidos por todos os membros da bancária em que houver opção de transferência
unidade nuclear composta por um ou mais indi- pelo beneficiário. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.998,
víduos, eventualmente ampliada por outros in- de 14/5/2020)
107
Art. 3º Fica o INSS autorizado a antecipar o valor LEI Nº 13.985, DE 7 DE ABRIL DE 2020
mencionado no art. 2º desta Lei para os requeren- (Publicada no DOU de 7/4/2020)
tes do benefício de prestação continuada para as Institui pensão especial destinada a crianças com Síndrome
pessoas de que trata o art. 20 da Lei nº 8.742, de Congênita do Zika Vírus, nascidas entre 1º de janeiro de 2015
7 de dezembro de 1993, durante o período de 3 e 31 de dezembro de 2019, beneficiárias do Benefício de Pres-
(três) meses, a contar da publicação desta Lei, ou tação Continuada (BPC).
até a aplicação pelo INSS do instrumento de ava- O presidente da República
liação da pessoa com deficiência, o que ocorrer Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
primeiro. sanciono a seguinte Lei:
Parágrafo único. Reconhecido o direito da pes-
Art. 1º Fica instituída a pensão especial destinada
soa com deficiência ou idoso ao benefício de pres-
a crianças com Síndrome Congênita do Zika Vírus,
tação continuada, seu valor será devido a partir da
nascidas entre 1º de janeiro de 2015 e 31 de dezem-
data do requerimento, deduzindo-se os pagamen-
bro de 2019, beneficiárias do Benefício de Presta-
tos efetuados na forma do caput.
ção Continuada (BPC) de que trata o art. 20 da Lei
Art. 4º Fica o INSS autorizado a antecipar 1 (um) nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
salário mínimo mensal para os requerentes do § 1º A pensão especial será mensal, vitalícia e
benefício de auxílio-doença de que trata o art. 59 intransferível e terá o valor de um salário mínimo.
da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, durante o § 2º A pensão especial não poderá ser acumula-
período de 3 (três) meses, a contar da publicação da com indenizações pagas pela União em razão
desta Lei, ou até a realização de perícia pela Perí- de decisão judicial sobre os mesmos fatos ou com
cia Médica Federal, o que ocorrer primeiro. o BPC de que trata o art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de
Parágrafo único. A antecipação de que trata o
dezembro de 1993.
caput estará condicionada:
§ 3º O reconhecimento da pensão especial fica-
I – ao cumprimento da carência exigida para a
rá condicionado à desistência de ação judicial que
concessão do benefício de auxílio-doença;
tenha por objeto pedido idêntico sobre o qual ver-
II – à apresentação de atestado médico, cujos re-
sa o processo administrativo.
quisitos e forma de análise serão estabelecidos em
§ 4º A pensão especial será devida a partir do
ato conjunto da Secretaria Especial de Previdência
dia posterior à cessação do BPC ou dos benefícios
e Trabalho do Ministério da Economia e do INSS.
referidos no § 2º deste artigo, que não poderão ser
Art. 5º A empresa poderá deduzir do repasse das acumulados com a pensão.
contribuições à previdência social, observado o li- § 5º A pensão especial não gerará direito a abo-
mite máximo do salário de contribuição ao RGPS, no ou a pensão por morte.
o valor devido, nos termos do § 3º do art. 60 da Lei
Art. 2º O requerimento da pensão especial de que
nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ao segurado em-
trata esta Lei será realizado no Instituto Nacional
pregado cuja incapacidade temporária para o tra-
do Seguro Social (INSS).
balho seja comprovadamente decorrente de sua
Parágrafo único. Será realizado exame pericial
contaminação pelo coronavírus (Covid-19).
por perito médico federal para constatar a relação
Art. 6º O período de 3 (três) meses de que trata o entre a síndrome congênita adquirida e a contami-
caput dos arts. 2º, 3º, 4º e 5º poderá ser prorrogado nação pelo vírus da zika.
por ato do Poder Executivo durante o período de
Art. 3º As despesas decorrentes do disposto nesta
enfrentamento da emergência de saúde pública
Lei correrão à conta da programação orçamentá-
de importância internacional da Covid-19, defini-
ria Indenizações e Pensões Especiais de Respon-
da pela Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020.
sabilidade da União.
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
Art. 4º O INSS e a Empresa de Tecnologia e Infor-
blicação.
mações da Previdência (Dataprev) adotarão as
Brasília, 2 de abril de 2020; 199º da
medidas necessárias para a operacionalização da
Independência e 132º da República.
pensão especial de que trata esta Lei no prazo de
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Paulo Guedes 60 (sessenta) dias, contado da data de publicação
Onyx Lorenzoni (Assinaturas retificadas no DOU de 18/9/2020) desta Lei.
108
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999
Art. 5º No caso de mães de crianças nascidas até I – deficiência – toda perda ou anormalidade de
31 de dezembro de 2019 acometidas por sequelas uma estrutura ou função psicológica, fisiológica
neurológicas decorrentes da Síndrome Congênita ou anatômica que gere incapacidade para o de-
do Zika Vírus, será observado o seguinte: sempenho de atividade, dentro do padrão consi-
I – a licença-maternidade de que trata o art. 392 derado normal para o ser humano;
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), apro- II – deficiência permanente – aquela que ocor-
vada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de reu ou se estabilizou durante um período de tem-
1943, será de 180 (cento e oitenta) dias; po suficiente para não permitir recuperação ou ter
II – o salário-maternidade de que trata o art. 71 probabilidade de que se altere, apesar de novos
da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, será devido tratamentos; e
por 180 (cento e oitenta) dias. III – incapacidade – uma redução efetiva e acen-
Art. 6º Fica revogado o art. 18 da Lei nº 13.301, de tuada da capacidade de integração social, com ne-
27 de junho de 2016. cessidade de equipamentos, adaptações, meios
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- ou recursos especiais para que a pessoa portado-
blicação. ra de deficiência possa receber ou transmitir infor-
Brasília, 7 de abril de 2020; 199º da mações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao
Independência e 132º da República. desempenho de função ou atividade a ser exercida.
JAIR MESSIAS BOLSONARO Art. 4º É considerada pessoa portadora de defi-
Paulo Guedes
Onyx Lorenzoni ciência a que se enquadra nas seguintes categorias:
I – deficiência física – alteração completa ou
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE parcial de um ou mais segmentos do corpo huma-
DEZEMBRO DE 1999 no, acarretando o comprometimento da função fí-
(Publicado no DOU de 21/12/1999) sica, apresentando-se sob a forma de paraplegia,
Regulamenta a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraple-
sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Porta- gia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,
dora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de
outras providências.
membro, paralisia cerebral, nanismo, membros
O presidente da República, no uso das atribuições
com deformidade congênita ou adquirida, exceto
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, da Consti-
as deformidades estéticas e as que não produzam
tuição, e tendo em vista o disposto na Lei nº 7.853,
dificuldades para o desempenho de funções; (Inci-
de 24 de outubro de 1989, decreta:
so com redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2/12/2004)
CAPÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS II – deficiência auditiva – perda bilateral, parcial
Art. 1º A Política Nacional para a Integração da ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais,
Pessoa Portadora de Deficiência compreende o aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz,
conjunto de orientações normativas que objeti- 1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000 Hz; (Inciso com redação da-
vam assegurar o pleno exercício dos direitos in- da pelo Decreto nº 5.296, de 2/12/2004)
dividuais e sociais das pessoas portadoras de de- III – deficiência visual – cegueira, na qual a acui-
ficiência. dade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor
Art. 2º Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Pú- olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão,
blico assegurar à pessoa portadora de deficiência o que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no
pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive melhor olho, com a melhor correção óptica; os ca-
dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao sos nos quais a somatória da medida do campo
desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, visual em ambos os olhos for igual ou menor que
à assistência social, ao transporte, à edificação pú- 60º; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das
blica, à habitação, à cultura, ao amparo à infância condições anteriores; (Inciso com redação dada pelo
e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Decreto nº 5.296, de 2/12/2004)
Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar IV – deficiência mental – funcionamento inte-
pessoal, social e econômico. lectual significativamente inferior à média, com
Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, considera-se: manifestação antes dos dezoito anos e limitações
109
associadas a duas ou mais áreas de habilidades IV – viabilizar a participação da pessoa porta-
adaptativas, tais como: dora de deficiência em todas as fases de imple-
a) comunicação; mentação dessa Política, por intermédio de suas
b) cuidado pessoal; entidades representativas;
c) habilidades sociais; V – ampliar as alternativas de inserção econômi-
d) utilização dos recursos da comunidade; (Alí- ca da pessoa portadora de deficiência, proporcio-
nea com redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2/12/2004) nando a ela qualificação profissional e incorpora-
e) saúde e segurança; ção no mercado de trabalho; e
f) habilidades acadêmicas; VI – garantir o efetivo atendimento das necessi-
g) lazer; e dades da pessoa portadora de deficiência, sem o
h) trabalho; cunho assistencialista.
V – deficiência múltipla – associação de duas ou
CAPÍTULO IV – DOS OBJETIVOS
mais deficiências.
Art. 7º São objetivos da Política Nacional para a
CAPÍTULO II – DOS PRINCÍPIOS Integração da Pessoa Portadora de Deficiência:
Art. 5º A Política Nacional para a Integração da I – o acesso, o ingresso e a permanência da pes-
Pessoa Portadora de Deficiência, em consonância soa portadora de deficiência em todos os serviços
com o Programa Nacional de Direitos Humanos, oferecidos à comunidade;
obedecerá aos seguintes princípios: II – integração das ações dos órgãos e das en-
I – desenvolvimento de ação conjunta do Estado tidades públicos e privados nas áreas de saúde,
e da sociedade civil, de modo a assegurar a plena educação, trabalho, transporte, assistência social,
integração da pessoa portadora de deficiência no edificação pública, previdência social, habitação,
contexto socioeconômico e cultural; cultura, desporto e lazer, visando à prevenção das
II – estabelecimento de mecanismos e instru- deficiências, à eliminação de suas múltiplas cau-
mentos legais e operacionais que assegurem às sas e à inclusão social;
pessoas portadoras de deficiência o pleno exer- III – desenvolvimento de programas setoriais
cício de seus direitos básicos que, decorrentes da destinados ao atendimento das necessidades es-
Constituição e das leis, propiciam o seu bem-estar peciais da pessoa portadora de deficiência;
pessoal, social e econômico; e IV – formação de recursos humanos para atendi-
III – respeito às pessoas portadoras de deficiên- mento da pessoa portadora de deficiência; e
cia, que devem receber igualdade de oportunida- V – garantia da efetividade dos programas de
des na sociedade por reconhecimento dos direi- prevenção, de atendimento especializado e de in-
tos que lhes são assegurados, sem privilégios ou clusão social.
paternalismos.
CAPÍTULO V – DOS INSTRUMENTOS
CAPÍTULO III – DAS DIRETRIZES Art. 8º São instrumentos da Política Nacional para
Art. 6º São diretrizes da Política Nacional para a a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência:
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência: I – a articulação entre entidades governamen-
I – estabelecer mecanismos que acelerem e fa- tais e não governamentais que tenham responsa-
voreçam a inclusão social da pessoa portadora de bilidades quanto ao atendimento da pessoa por-
deficiência; tadora de deficiência, em nível federal, estadual,
II – adotar estratégias de articulação com ór- do Distrito Federal e municipal;
gãos e entidades públicos e privados, bem assim II – o fomento à formação de recursos humanos
com organismos internacionais e estrangeiros pa- para adequado e eficiente atendimento da pessoa
ra a implantação desta Política; portadora de deficiência;
III – incluir a pessoa portadora de deficiência, III – a aplicação da legislação específica que dis-
respeitadas as suas peculiaridades, em todas as ciplina a reserva de mercado de trabalho, em favor
iniciativas governamentais relacionadas à educa- da pessoa portadora de deficiência, nos órgãos e
ção, à saúde, ao trabalho, à edificação pública, à nas entidades públicos e privados;
previdência social, à assistência social, ao trans- IV – o fomento da tecnologia de bioengenharia
porte, à habitação, à cultura, ao esporte e ao lazer; voltada para a pessoa portadora de deficiência,
110
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999
bem como a facilitação da importação de equipa- dos projetos federais a ela conexos, antes da libe-
mentos; e ração dos recursos respectivos;
V – a fiscalização do cumprimento da legislação V – manter com os Estados, o Distrito Federal,
pertinente à pessoa portadora de deficiência. os Municípios e o Ministério Público, estreito rela-
CAPÍTULO VI – DOS ASPECTOS INSTITUCIONAIS cionamento, objetivando a concorrência de ações
destinadas à integração das pessoas portadoras
Art. 9º Os órgãos e as entidades da Administração
de deficiência;
Pública Federal direta e indireta deverão conferir,
VI – provocar a iniciativa do Ministério Públi-
no âmbito das respectivas competências e finali-
co, ministrando-lhe informações sobre fatos que
dades, tratamento prioritário e adequado aos as-
constituam objeto da ação civil de que trata a Lei
suntos relativos à pessoa portadora de deficiência,
nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, e indicando-
visando a assegurar-lhe o pleno exercício de seus
-lhe os elementos de convicção;
direitos básicos e a efetiva inclusão social.
VII – emitir opinião sobre os acordos, contratos
Art. 10. Na execução deste Decreto, a Adminis- ou convênios firmados pelos demais órgãos da
tração Pública Federal direta e indireta atuará de Administração Pública Federal, no âmbito da Po-
modo integrado e coordenado, seguindo planos e
lítica Nacional para a Integração da Pessoa Porta-
programas, com prazos e objetivos determinados,
dora de Deficiência; e
aprovados pelo Conselho Nacional dos Direitos da
VIII – promover e incentivar a divulgação e o de-
Pessoa Portadora de Deficiência (Conade).
bate das questões concernentes à pessoa porta-
Arts. 11 e 12. (Revogados pelo Decreto nº 10.177, de dora de deficiência, visando à conscientização da
16/12/2019) sociedade.
Art. 13. Poderão ser instituídas outras instâncias § 2º Na elaboração dos planos e programas a
deliberativas pelos Estados, pelo Distrito Federal e seu cargo, a Corde deverá:
pelos Municípios, que integrarão sistema descen- I – recolher, sempre que possível, a opinião das
tralizado de defesa dos direitos da pessoa porta- pessoas e entidades interessadas; e
dora de deficiência. II – considerar a necessidade de ser oferecido
Art. 14. Incumbe ao Ministério dos Direitos Hu- efetivo apoio às entidades privadas voltadas à in-
manos, a coordenação superior, na Administra- tegração social da pessoa portadora de deficiência.
ção Pública Federal, dos assuntos, das atividades CAPÍTULO VII – DA EQUIPARAÇÃO
e das medidas que se refiram às pessoas portado- DE OPORTUNIDADES
ras de deficiência. (Caput do artigo com redação dada Art. 15. Os órgãos e as entidades da Administra-
pelo Decreto nº 9.494, de 6/9/2018)
ção Pública Federal prestarão direta ou indireta-
§ 1º No âmbito do Ministério dos Direitos Huma- mente à pessoa portadora de deficiência os se-
nos, compete à Secretaria Nacional dos Direitos guintes serviços:
da Pessoa com Deficiência: (Caput do parágrafo com
I – reabilitação integral, entendida como o de-
redação dada pelo Decreto nº 9.494, de 6/9/2018)
senvolvimento das potencialidades da pessoa
I – exercer a coordenação superior dos assuntos,
portadora de deficiência, destinada a facilitar sua
das ações governamentais e das medidas referen-
atividade laboral, educativa e social;
tes à pessoa portadora de deficiência;
II – formação profissional e qualificação para o
II – elaborar os planos, programas e projetos da
trabalho;
Política Nacional para Integração da Pessoa Por-
III – escolarização em estabelecimentos de en-
tadora de Deficiência, bem como propor as provi-
sino regular com a provisão dos apoios necessá-
dências necessárias à sua completa implantação
rios, ou em estabelecimentos de ensino especial; e
e ao seu adequado desenvolvimento, inclusive as
IV – orientação e promoção individual, familiar
pertinentes a recursos financeiros e as de caráter
e social.
legislativo;
III – acompanhar e orientar a execução pela Ad- Seção I – Da Saúde
ministração Pública Federal dos planos, progra- Art. 16. Os órgãos e as entidades da Administra-
mas e projetos mencionados no inciso anterior; ção Pública Federal direta e indireta responsáveis
IV – manifestar-se sobre a Política Nacional para pela saúde devem dispensar aos assuntos objeto
a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, deste Decreto tratamento prioritário e adequado,
111
viabilizando, sem prejuízo de outras, as seguintes bém assegurar a igualdade de oportunidades no
medidas: campo da saúde.
I – a promoção de ações preventivas, como as Art. 17. É beneficiária do processo de reabilita-
referentes ao planejamento familiar, ao aconse- ção a pessoa que apresenta deficiência, qualquer
lhamento genético, ao acompanhamento da gra- que seja sua natureza, agente causal ou grau de
videz, do parto e do puerpério, à nutrição da mu- severidade.
lher e da criança, à identificação e ao controle da § 1º Considera-se reabilitação o processo de du-
gestante e do feto de alto risco, à imunização, às ração limitada e com objetivo definido, destinado
doenças do metabolismo e seu diagnóstico, ao a permitir que a pessoa com deficiência alcance o
encaminhamento precoce de outras doenças cau- nível físico, mental ou social funcional ótimo, pro-
sadoras de deficiência, e à detecção precoce das porcionando-lhe os meios de modificar sua pró-
doenças crônico-degenerativas e a outras poten- pria vida, podendo compreender medidas visan-
cialmente incapacitantes; do a compensar a perda de uma função ou uma
II – o desenvolvimento de programas especiais limitação funcional e facilitar ajustes ou reajustes
de prevenção de acidentes domésticos, de traba- sociais.
lho, de trânsito e outros, bem como o desenvolvi- § 2º Para efeito do disposto neste artigo, toda
mento de programa para tratamento adequado a pessoa que apresente redução funcional devida-
suas vítimas; mente diagnosticada por equipe multiprofissional
III – a criação de rede de serviços regionalizados,
terá direito a beneficiar-se dos processos de reabi-
descentralizados e hierarquizados em crescentes
litação necessários para corrigir ou modificar seu
níveis de complexidade, voltada ao atendimento à
estado físico, mental ou sensorial, quando este
saúde e reabilitação da pessoa portadora de defi-
constitua obstáculo para sua integração educati-
ciência, articulada com os serviços sociais, educa-
va, laboral e social.
cionais e com o trabalho;
Art. 18. Incluem-se na assistência integral à saúde
IV – a garantia de acesso da pessoa portadora
e reabilitação da pessoa portadora de deficiência
de deficiência aos estabelecimentos de saúde pú-
blicos e privados e de seu adequado tratamento a concessão de órteses, próteses, bolsas coletoras
sob normas técnicas e padrões de conduta apro- e materiais auxiliares, dado que tais equipamen-
priados; tos complementam o atendimento, aumentando
V – a garantia de atendimento domiciliar de saú- as possibilidades de independência e inclusão da
de ao portador de deficiência grave não internado; pessoa portadora de deficiência.
VI – o desenvolvimento de programas de saúde Art. 19. Consideram-se ajudas técnicas, para os
voltados para a pessoa portadora de deficiência, efeitos deste Decreto, os elementos que permitem
desenvolvidos com a participação da sociedade e compensar uma ou mais limitações funcionais
que lhes ensejem a inclusão social; e motoras, sensoriais ou mentais da pessoa porta-
VII – o papel estratégico da atuação dos agentes dora de deficiência, com o objetivo de permitir-lhe
comunitários de saúde e das equipes de saúde da superar as barreiras da comunicação e da mobi-
família na disseminação das práticas e estratégias lidade e de possibilitar sua plena inclusão social.
de reabilitação baseada na comunidade. Parágrafo único. São ajudas técnicas:
§ 1º Para os efeitos deste Decreto, prevenção I – próteses auditivas, visuais e físicas;
compreende as ações e medidas orientadas a evi- II – órteses que favoreçam a adequação funcional;
tar as causas das deficiências que possam oca- III – equipamentos e elementos necessários à
sionar incapacidade e as destinadas a evitar sua terapia e reabilitação da pessoa portadora de de-
progressão ou derivação em outras incapacidades. ficiência;
§ 2º A deficiência ou incapacidade deve ser diag- IV – equipamentos, maquinarias e utensílios de
nosticada e caracterizada por equipe multidiscipli- trabalho especialmente desenhados ou adapta-
nar de saúde, para fins de concessão de benefícios dos para uso por pessoa portadora de deficiência;
e serviços. V – elementos de mobilidade, cuidado e higiene
§ 3º As ações de promoção da qualidade de vida pessoal necessários para facilitar a autonomia e
da pessoa portadora de deficiência deverão tam- a segurança da pessoa portadora de deficiência;
112
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999
VI – elementos especiais para facilitar a comu- colar que permeia transversalmente todos os ní-
nicação, a informação e a sinalização para pessoa veis e as modalidades de ensino;
portadora de deficiência; III – a inserção, no sistema educacional, das
VII – equipamentos e material pedagógico es- escolas ou instituições especializadas públicas e
pecial para educação, capacitação e recreação da privadas;
pessoa portadora de deficiência; IV – a oferta, obrigatória e gratuita, da educação
VIII – adaptações ambientais e outras que ga- especial em estabelecimentos públicos de ensino;
rantam o acesso, a melhoria funcional e a auto- V – o oferecimento obrigatório dos serviços de
nomia pessoal; e educação especial ao educando portador de de-
IX – bolsas coletoras para os portadores de os- ficiência em unidades hospitalares e congêneres
tomia. nas quais esteja internado por prazo igual ou su-
Art. 20. É considerado parte integrante do proces- perior a um ano; e
so de reabilitação o provimento de medicamentos VI – o acesso de aluno portador de deficiência
que favoreçam a estabilidade clínica e funcional aos benefícios conferidos aos demais educandos,
e auxiliem na limitação da incapacidade, na ree- inclusive material escolar, transporte, merenda
ducação funcional e no controle das lesões que escolar e bolsas de estudo.
geram incapacidades. § 1º Entende-se por educação especial, para
Art. 21. O tratamento e a orientação psicológica os efeitos deste Decreto, a modalidade de educa-
serão prestados durante as distintas fases do pro- ção escolar oferecida preferencialmente na rede
cesso reabilitador, destinados a contribuir para regular de ensino para educando com necessida-
que a pessoa portadora de deficiência atinja o mais des educacionais especiais, entre eles o portador
pleno desenvolvimento de sua personalidade. de deficiência.
Parágrafo único. O tratamento e os apoios psi- § 2º A educação especial caracteriza-se por cons-
cológicos serão simultâneos aos tratamentos fun- tituir processo flexível, dinâmico e individualizado,
cionais e, em todos os casos, serão concedidos oferecido principalmente nos níveis de ensino con-
desde a comprovação da deficiência ou do início siderados obrigatórios.
de um processo patológico que possa originá-la. § 3º A educação do aluno com deficiência deve-
Art. 22. Durante a reabilitação, será propiciada, se rá iniciar-se na educação infantil, a partir de zero
necessária, assistência em saúde mental com a fi- ano.
nalidade de permitir que a pessoa submetida a § 4º A educação especial contará com equipe
esta prestação desenvolva ao máximo suas capa- multiprofissional, com a adequada especializa-
cidades. ção, e adotará orientações pedagógicas individua-
Art. 23. Será fomentada a realização de estudos lizadas.
epidemiológicos e clínicos, com periodicidade e § 5º Quando da construção e reforma de esta-
abrangência adequadas, de modo a produzir in- belecimentos de ensino deverá ser observado o
formações sobre a ocorrência de deficiências e atendimento as normas técnicas da Associação
incapacidades. Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) relativas à
acessibilidade.
Seção II – Do Acesso à Educação
Art. 25. Os serviços de educação especial serão
Art. 24. Os órgãos e as entidades da Administra-
ção Pública Federal direta e indireta responsáveis ofertados nas instituições de ensino público ou
pela educação dispensarão tratamento prioritá- privado do sistema de educação geral, de forma
rio e adequado aos assuntos objeto deste Decre- transitória ou permanente, mediante programas
to, viabilizando, sem prejuízo de outras, as seguin- de apoio para o aluno que está integrado no siste-
tes medidas: ma regular de ensino, ou em escolas especializa-
I – a matrícula compulsória em cursos regula- das exclusivamente quando a educação das esco-
res de estabelecimentos públicos e particulares las comuns não puder satisfazer as necessidades
de pessoa portadora de deficiência capazes de se educativas ou sociais do aluno ou quando neces-
integrar na rede regular de ensino; sário ao bem-estar do educando.
II – a inclusão, no sistema educacional, da edu- Art. 26. As instituições hospitalares e congêneres
cação especial como modalidade de educação es- deverão assegurar atendimento pedagógico ao
113
educando portador de deficiência internado nes- apoio especializado para atender às peculiarida-
sas unidades por prazo igual ou superior a um ano, des da pessoa portadora de deficiência, tais como:
com o propósito de sua inclusão ou manutenção I – adaptação dos recursos instrucionais: mate-
no processo educacional. rial pedagógico, equipamento e currículo;
Art. 27. As instituições de ensino superior deve- II – capacitação dos recursos humanos: profes-
rão oferecer adaptações de provas e os apoios sores, instrutores e profissionais especializados; e
necessários, previamente solicitados pelo aluno III – adequação dos recursos físicos: eliminação
de barreiras arquitetônicas, ambientais e de co-
portador de deficiência, inclusive tempo adicio-
municação.
nal para realização das provas, conforme as ca-
racterísticas da deficiência. Seção III – Da Habilitação e da
§ 1º As disposições deste artigo aplicam-se, tam- Reabilitação Profissional
bém, ao sistema geral do processo seletivo para in- Art. 30. A pessoa portadora de deficiência, be-
gresso em cursos universitários de instituições de neficiária ou não do Regime Geral de Previdência
ensino superior. Social, tem direito às prestações de habilitação e
§ 2º O Ministério da Educação, no âmbito da sua reabilitação profissional para capacitar-se a ob-
competência, expedirá instruções para que os pro- ter trabalho, conservá-lo e progredir profissional-
gramas de educação superior incluam nos seus mente.
currículos conteúdos, itens ou disciplinas relacio- Art. 31. Entende-se por habilitação e reabilitação
nados à pessoa portadora de deficiência. profissional o processo orientado a possibilitar
Art. 28. O aluno portador de deficiência matricu- que a pessoa portadora de deficiência, a partir da
lado ou egresso do ensino fundamental ou médio, identificação de suas potencialidades laborati-
de instituições públicas ou privadas, terá acesso à vas, adquira o nível suficiente de desenvolvimen-
educação profissional, a fim de obter habilitação to profissional para ingresso e reingresso no mer-
profissional que lhe proporcione oportunidades cado de trabalho e participar da vida comunitária.
de acesso ao mercado de trabalho. Art. 32. Os serviços de habilitação e reabilitação
§ 1º A educação profissional para a pessoa por- profissional deverão estar dotados dos recursos
tadora de deficiência será oferecida nos níveis bá- necessários para atender toda pessoa portadora
sico, técnico e tecnológico, em escola regular, em de deficiência, independentemente da origem
instituições especializadas e nos ambientes de de sua deficiência, desde que possa ser prepara-
trabalho. da para trabalho que lhe seja adequado e tenha
§ 2º As instituições públicas e privadas que mi- perspectivas de obter, conservar e nele progredir.
nistram educação profissional deverão, obrigato- Art. 33. A orientação profissional será prestada
riamente, oferecer cursos profissionais de nível pelos correspondentes serviços de habilitação e
básico à pessoa portadora de deficiência, condi- reabilitação profissional, tendo em conta as po-
cionando a matrícula à sua capacidade de apro- tencialidades da pessoa portadora de deficiência,
veitamento e não a seu nível de escolaridade. identificadas com base em relatório de equipe
§ 3º Entende-se por habilitação profissional o multiprofissional, que deverá considerar:
processo destinado a propiciar à pessoa portado- I – educação escolar efetivamente recebida e
ra de deficiência, em nível formal e sistematizado, por receber;
aquisição de conhecimentos e habilidades espe- II – expectativas de promoção social;
cificamente associados a determinada profissão III – possibilidades de emprego existentes em
ou ocupação. cada caso;
§ 4º Os diplomas e certificados de cursos de IV – motivações, atitudes e preferências profis-
educação profissional expedidos por instituição sionais; e
credenciada pelo Ministério da Educação ou ór- V – necessidades do mercado de trabalho.
gão equivalente terão validade em todo o territó- Seção IV – Do Acesso ao Trabalho
rio nacional. Art. 34. É finalidade primordial da política de em-
Art. 29. As escolas e instituições de educação pro- prego a inserção da pessoa portadora de deficiên-
fissional oferecerão, se necessário, serviços de cia no mercado de trabalho ou sua incorporação
114
DECRETO Nº 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999
programas especiais de incentivo à cultura, de- dade da Secretaria Nacional dos Direitos da Pes-
verão facilitar o livre acesso da pessoa portadora soa com Deficiência, com a finalidade de criar e
de deficiência, de modo a possibilitar-lhe o pleno manter bases de dados, reunir e difundir informa-
exercício dos seus direitos culturais. ção sobre a situação das pessoas portadoras de
Art. 48. Os órgãos e as entidades da Administra- deficiência e fomentar a pesquisa e o estudo de
ção Pública Federal direta e indireta, promotores todos os aspectos que afetem a vida dessas pes-
ou financiadores de atividades desportivas e de soas. (Caput do artigo com redação dada pelo Decreto
nº 9.494, de 6/9/2018)
lazer, devem concorrer técnica e financeiramente
para obtenção dos objetivos deste Decreto. Parágrafo único. Serão produzidas, periodica-
mente, estatísticas e informações, podendo esta
Parágrafo único. Serão prioritariamente apoia-
atividade realizar-se conjuntamente com os cen-
das a manifestação desportiva de rendimento e
sos nacionais, pesquisas nacionais, regionais e lo-
a educacional, compreendendo as atividades de:
cais, em estreita colaboração com universidades,
I – desenvolvimento de recursos humanos es-
institutos de pesquisa e organizações para pes-
pecializados;
soas portadoras de deficiência.
II – promoção de competições desportivas inter-
nacionais, nacionais, estaduais e locais; CAPÍTULO XI – DAS DISPOSIÇÕES
III – pesquisa científica, desenvolvimento tecno- FINAIS E TRANSITÓRIAS
lógico, documentação e informação; e Art. 56. O Ministério dos Direitos Humanos, com
IV – construção, ampliação, recuperação e adap- base nas diretrizes e metas do Plano Plurianual
tação de instalações desportivas e de lazer. de Investimentos, por intermédio da Secretaria
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência,
CAPÍTULO VIII – DA POLÍTICA DE CAPACITAÇÃO
DE PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS elaborará, em articulação com outros órgãos e en-
tidades da Administração Pública Federal, o Pla-
Art. 49. Os órgãos e as entidades da Administra-
no Nacional de Ações Integradas na Área das Defi-
ção Pública Federal direta e indireta, responsáveis
ciências. (Artigo com redação dada pelo Decreto nº 9.494,
pela formação de recursos humanos, devem dis-
de 6/9/2018)
pensar aos assuntos objeto deste Decreto trata-
Art. 57. (Declarado revogado pelo Decreto nº 10.087, de
mento prioritário e adequado, viabilizando, sem
5/11/2019, publicado no DOU de 6/11/2019, em vigor 30 dias
prejuízo de outras, as seguintes medidas:
após a publicação)
I – formação e qualificação de professores de
nível médio e superior para a educação especial, Art. 58. A Corde desenvolverá, em articulação
de técnicos de nível médio e superior especializa- com órgãos e entidades da Administração Pública
dos na habilitação e reabilitação, e de instrutores Federal, programas de facilitação da acessibilida-
e professores para a formação profissional; de em sítios de interesse histórico, turístico, cultu-
II – formação e qualificação profissional, nas di- ral e desportivo, mediante a remoção de barreiras
versas áreas de conhecimento e de recursos hu- físicas ou arquitetônicas que impeçam ou dificul-
manos que atendam às demandas da pessoa por- tem a locomoção de pessoa portadora de deficiên-
tadora de deficiência; e cia ou com mobilidade reduzida.
III – incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento Art. 59. Este Decreto entra em vigor na data da
tecnológico em todas as áreas do conhecimento re- sua publicação.
lacionadas com a pessoa portadora de deficiência. Art. 60. Ficam revogados os Decretos nos 93.481,
CAPÍTULO IX – DA ACESSIBILIDADE NA de 29 de outubro de 1986, 914, de 6 de setembro
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL de 1993, 1.680, de 18 de outubro de 1995, 3.030,
de 20 de abril de 1999, o § 2º do art. 141 do Regu-
Arts. 50 a 54. (Revogados pelo Decreto nº 5.296, de
lamento da Previdência Social, aprovado pelo De-
2/12/2004)
creto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, e o Decreto
CAPÍTULO X – DO SISTEMA nº 3.076, de 1º de junho de 1999.
INTEGRADO DE INFORMAÇÕES
Brasília, 20 de dezembro de 1999; 178º da
Art. 55. Fica instituído, no âmbito do Ministério Independência e 111º da República.
dos Direitos Humanos, o Sistema Nacional de In- FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
formações sobre Deficiência, sob a responsabili- José Carlos Dias
117
DECRETO Nº 3.691, DE 19 DE Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua
DEZEMBRO DE 2000 publicação.
(Publicado no DOU de 20/12/2000) Brasília, 19 de maio de 2004; 183º da
Regulamenta a Lei nº 8.899, de 29 de junho de 1994, que dis- Independência e 116º da República.
põe sobre o transporte de pessoas portadoras de deficiência LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
no sistema de transporte coletivo interestadual. Patrus Ananias
creativa, social, religiosa, educacional, industrial e jetos, exigirão a responsabilidade profissional de-
de saúde, inclusive as edificações de prestação de clarada do atendimento às regras de acessibilida-
serviços de atividades da mesma natureza; de previstas nas normas técnicas de acessibilidade
VIII – edificações de uso privado: aquelas des- da ABNT, na legislação específica e neste Decreto.
tinadas à habitação, que podem ser classificadas § 2º Para a aprovação ou licenciamento ou emis-
como unifamiliar ou multifamiliar; e são de certificado de conclusão de projeto arquite-
IX – desenho universal: concepção de espaços, tônico ou urbanístico deverá ser atestado o aten-
artefatos e produtos que visam atender simulta- dimento às regras de acessibilidade previstas nas
neamente todas as pessoas, com diferentes carac- normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na le-
terísticas antropométricas e sensoriais, de forma gislação específica e neste Decreto.
autônoma, segura e confortável, constituindo-se § 3º O Poder Público, após certificar a acessibili-
nos elementos ou soluções que compõem a aces- dade de edificação ou serviço, determinará a colo-
sibilidade. cação, em espaços ou locais de ampla visibilidade,
Art. 9º A formulação, implementação e manuten- do “Símbolo Internacional de Acesso”, na forma
ção das ações de acessibilidade atenderão às se- prevista nas normas técnicas de acessibilidade da
guintes premissas básicas: ABNT e na Lei nº 7.405, de 12 de novembro de 1985.
I – a priorização das necessidades, a programa- Art. 12. Em qualquer intervenção nas vias e lo-
ção em cronograma e a reserva de recursos para gradouros públicos, o Poder Público e as empre-
a implantação das ações; e sas concessionárias responsáveis pela execução
II – o planejamento, de forma continuada e ar- das obras e dos serviços garantirão o livre trânsi-
ticulada, entre os setores envolvidos. to e a circulação de forma segura das pessoas em
CAPÍTULO IV – DA IMPLEMENTAÇÃO DA geral, especialmente das pessoas portadoras de
ACESSIBILIDADE ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA deficiência ou com mobilidade reduzida, durante
Seção I – Das Condições Gerais e após a sua execução, de acordo com o previsto
em normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na
Art. 10. A concepção e a implantação dos projetos
legislação específica e neste Decreto.
arquitetônicos e urbanísticos devem atender aos
princípios do desenho universal, tendo como re- Art. 13. Orientam-se, no que couber, pelas regras
ferências básicas as normas técnicas de acessibi- previstas nas normas técnicas brasileiras de aces-
lidade da ABNT, a legislação específica e as regras sibilidade, na legislação específica, observado o
contidas neste Decreto. disposto na Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001,
§ 1º Caberá ao Poder Público promover a inclu- e neste Decreto:
são de conteúdos temáticos referentes ao dese- I – os Planos Diretores Municipais e Planos Di-
nho universal nas diretrizes curriculares da educa- retores de Transporte e Trânsito elaborados ou
ção profissional e tecnológica e do ensino superior atualizados a partir da publicação deste Decreto;
dos cursos de Engenharia, Arquitetura e correlatos. II – o Código de Obras, Código de Postura, a
§ 2º Os programas e as linhas de pesquisa a se- Lei de Uso e Ocupação do Solo e a Lei do Siste-
rem desenvolvidos com o apoio de organismos ma Viário;
públicos de auxílio à pesquisa e de agências de III – os estudos prévios de impacto de vizinhança;
fomento deverão incluir temas voltados para o IV – as atividades de fiscalização e a imposição
desenho universal. de sanções, incluindo a vigilância sanitária e am-
Art. 11. A construção, reforma ou ampliação de biental; e
edificações de uso público ou coletivo, ou a mu- V – a previsão orçamentária e os mecanismos tri-
dança de destinação para estes tipos de edifica- butários e financeiros utilizados em caráter com-
ção, deverão ser executadas de modo que sejam pensatório ou de incentivo.
ou se tornem acessíveis à pessoa portadora de de- § 1º Para concessão de alvará de funcionamen-
ficiência ou com mobilidade reduzida. to ou sua renovação para qualquer atividade, de-
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das vem ser observadas e certificadas as regras de
atividades de Engenharia, Arquitetura e correlatas, acessibilidade previstas neste Decreto e nas nor-
ao anotarem a responsabilidade técnica dos pro- mas técnicas de acessibilidade da ABNT.
121
§ 2º Para emissão de carta de “habite-se” ou ha- I – as marquises, os toldos, elementos de sinali-
bilitação equivalente e para sua renovação, quan- zação, luminosos e outros elementos que tenham
do esta tiver sido emitida anteriormente às exi- sua projeção sobre a faixa de circulação de pedes-
gências de acessibilidade contidas na legislação tres;
específica, devem ser observadas e certificadas as II – as cabines telefônicas e os terminais de au-
regras de acessibilidade previstas neste Decreto toatendimento de produtos e serviços;
e nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT. III – os telefones públicos sem cabine;
Seção II – Das Condições Específicas IV – a instalação das aberturas, das botoeiras,
dos comandos e outros sistemas de acionamento
Art. 14. Na promoção da acessibilidade, serão ob-
do mobiliário urbano;
servadas as regras gerais previstas neste Decreto,
V – os demais elementos do mobiliário urbano;
complementadas pelas normas técnicas de aces-
VI – o uso do solo urbano para posteamento; e
sibilidade da ABNT e pelas disposições contidas
VII – as espécies vegetais que tenham sua proje-
na legislação dos Estados, Municípios e do Distrito
ção sobre a faixa de circulação de pedestres.
Federal. § 2º A concessionária do Serviço Telefônico Fixo
Art. 15. No planejamento e na urbanização das Comutado (STFC), na modalidade Local, deverá
vias, praças, dos logradouros, parques e demais assegurar que, no mínimo, dois por cento do total
espaços de uso público, deverão ser cumpridas as de Telefones de Uso Público (TUPs), sem cabine,
exigências dispostas nas normas técnicas de aces- com capacidade para originar e receber chamadas
sibilidade da ABNT. locais e de longa distância nacional, bem como,
§ 1º Incluem-se na condição estabelecida no pelo menos, dois por cento do total de TUPs, com
caput: capacidade para originar e receber chamadas de
I – a construção de calçadas para circulação de longa distância, nacional e internacional, estejam
pedestres ou a adaptação de situações consoli- adaptados para o uso de pessoas portadoras de
dadas; deficiência auditiva e para usuários de cadeiras de
II – o rebaixamento de calçadas com rampa rodas, ou conforme estabelecer os Planos Gerais
acessível ou elevação da via para travessia de pe- de Metas de Universalização.
destre em nível; e § 3º As botoeiras e demais sistemas de aciona-
III – a instalação de piso tátil direcional e de mento dos terminais de autoatendimento de pro-
alerta. dutos e serviços e outros equipamentos em que
§ 2º Nos casos de adaptação de bens culturais haja interação com o público devem estar localiza-
imóveis e de intervenção para regularização urba- dos em altura que possibilite o manuseio por pes-
nística em áreas de assentamentos subnormais, soas em cadeira de rodas e possuir mecanismos
será admitida, em caráter excepcional, faixa de lar- para utilização autônoma por pessoas portadoras
gura menor que o estabelecido nas normas técni- de deficiência visual e auditiva, conforme padrões
cas citadas no caput, desde que haja justificativa estabelecidos nas normas técnicas de acessibili-
baseada em estudo técnico e que o acesso seja via- dade da ABNT.
bilizado de outra forma, garantida a melhor técni- Art. 17. Os semáforos para pedestres instalados
ca possível. nas vias públicas deverão estar equipados com
Art. 16. As características do desenho e a instala- mecanismo que sirva de guia ou orientação pa-
ção do mobiliário urbano devem garantir a apro- ra a travessia de pessoa portadora de deficiência
ximação segura e o uso por pessoa portadora de visual ou com mobilidade reduzida em todos os
deficiência visual, mental ou auditiva, a aproxima- locais onde a intensidade do fluxo de veículos, de
ção e o alcance visual e manual para as pessoas pessoas ou a periculosidade na via assim deter-
portadoras de deficiência física, em especial aque- minarem, bem como mediante solicitação dos in-
las em cadeira de rodas, e a circulação livre de bar- teressados.
reiras, atendendo às condições estabelecidas nas Art. 18. A construção de edificações de uso priva-
normas técnicas de acessibilidade da ABNT. do multifamiliar e a construção, ampliação ou re-
§ 1º Incluem-se nas condições estabelecida no forma de edificações de uso coletivo devem aten-
caput: der aos preceitos da acessibilidade na interligação
122
DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
de todas as partes de uso comum ou abertas ao Parágrafo único. No caso do exercício do direito
público, conforme os padrões das normas técni- de voto, as urnas das seções eleitorais devem ser
cas de acessibilidade da ABNT. adequadas ao uso com autonomia pelas pessoas
Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto nº 10.014, portadoras de deficiência ou com mobilidade re-
de 6/9/2019) duzida e estarem instaladas em local de votação
§ 1º Também estão sujeitos ao disposto no plenamente acessível e com estacionamento pró-
caput os acessos, as piscinas, os andares de re- ximo.
creação, os salão de festas e de reuniões, as sau-
Art. 22. A construção, ampliação ou reforma de
nas e os banheiros, as quadras esportivas, as por-
edificações de uso público ou de uso coletivo de-
tarias, os estacionamentos e as garagens, entre
vem dispor de sanitários acessíveis destinados ao
outras partes das áreas internas ou externas de
uso por pessoa portadora de deficiência ou com
uso comum das edificações de uso privado mul-
mobilidade reduzida.
tifamiliar e das de uso coletivo. (Parágrafo acrescido
§ 1º Nas edificações de uso público a serem
pelo Decreto nº 10.014, de 6/9/2019)
construídas, os sanitários destinados ao uso por
§ 2º O disposto no caput não se aplica às áreas
destinadas ao altar e ao batistério das edificações pessoa portadora de deficiência ou com mobili-
de uso coletivo utilizadas como templos de qual- dade reduzida serão distribuídos na razão de, no
quer culto. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 10.014, mínimo, uma cabine para cada sexo em cada pavi-
de 6/9/2019) mento da edificação, com entrada independente
dos sanitários coletivos, obedecendo às normas
Art. 19. A construção, ampliação ou reforma de
técnicas de acessibilidade da ABNT.
edificações de uso público deve garantir, pelo me-
§ 2º Nas edificações de uso público já existentes,
nos, um dos acessos ao seu interior, com comuni-
terão elas prazo de trinta meses a contar da data
cação com todas as suas dependências e serviços,
de publicação deste Decreto para garantir pelo
livre de barreiras e de obstáculos que impeçam ou
menos um banheiro acessível por pavimento, com
dificultem a sua acessibilidade.
§ 1º No caso das edificações de uso público entrada independente, distribuindo-se seus equi-
já existentes, terão elas prazo de trinta meses a pamentos e acessórios de modo que possam ser
contar da data de publicação deste Decreto pa- utilizados por pessoa portadora de deficiência ou
ra garantir acessibilidade às pessoas portadoras com mobilidade reduzida.
de deficiência ou com mobilidade reduzida. § 3º Nas edificações de uso coletivo a serem
§ 2º Sempre que houver viabilidade arquitetô- construídas, ampliadas ou reformadas, onde de-
nica, o Poder Público buscará garantir dotação vem existir banheiros de uso público, os sanitá-
orçamentária para ampliar o número de acessos rios destinados ao uso por pessoa portadora de
nas edificações de uso público a serem construí- deficiência deverão ter entrada independente dos
das, ampliadas ou reformadas. demais e obedecer às normas técnicas de acessi-
Art. 20. Na ampliação ou reforma das edificações bilidade da ABNT.
de uso púbico ou de uso coletivo, os desníveis das § 4º Nas edificações de uso coletivo já existentes,
áreas de circulação internas ou externas serão onde haja banheiros destinados ao uso público, os
transpostos por meio de rampa ou equipamento sanitários preparados para o uso por pessoa por-
eletromecânico de deslocamento vertical, quando tadora de deficiência ou com mobilidade reduzida
não for possível outro acesso mais cômodo para deverão estar localizados nos pavimentos acessí-
pessoa portadora de deficiência ou com mobilida- veis, ter entrada independente dos demais sanitá-
de reduzida, conforme estabelecido nas normas rios, se houver, e obedecer as normas técnicas de
técnicas de acessibilidade da ABNT. acessibilidade da ABNT.
Art. 21. Os balcões de atendimento e as bilhete- Art. 23. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios,
rias em edificação de uso público ou de uso cole- ginásios de esporte, locais de espetáculos e de
tivo devem dispor de, pelo menos, uma parte da conferências e similares, serão reservados espa-
superfície acessível para atendimento às pessoas ços livres para pessoas em cadeira de rodas e as-
portadoras de deficiência ou com mobilidade re- sentos para pessoas com deficiência ou com mo-
duzida, conforme os padrões das normas técnicas bilidade reduzida, de acordo com a capacidade
de acessibilidade da ABNT. de lotação da edificação, conforme o disposto no
123
art. 44, § 1º, da Lei nº 13.446, de 2015. (Caput do arti- pessoas com deficiência ou com mobilidade redu-
go com redação dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018) zida. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.404,
§ 1º Os espaços e os assentos a que se refere o de 11/6/2018)
caput, a serem instalados e sinalizados conforme § 6º Para obtenção do financiamento de que
os requisitos estabelecidos nas normas técnicas trata o inciso III do caput do art. 2º, as salas de
de acessibilidade da Associação Brasileira de Nor- espetáculo deverão dispor de meios eletrônicos
mas Técnicas (ABNT), devem: (Parágrafo com redação que permitam a transmissão de subtitulação por
dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018) meio de legenda oculta e de audiodescrição, além
I – ser disponibilizados, no caso de edificações de disposições especiais para a presença física de
com capacidade de lotação de até mil lugares, na intérprete de Libras e de guias-intérpretes, com a
proporção de: projeção em tela da imagem do intérprete sem-
a) dois por cento de espaços para pessoas em pre que a distância não permitir sua visualização
cadeira de rodas, com a garantia de, no mínimo, direta. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.404,
um espaço; e de 11/6/2018)
b) dois por cento de assentos para pessoas com § 7º O sistema de sonorização assistida a que
deficiência ou com mobilidade reduzida, com a ga- se refere o § 6º será sinalizado por meio do picto-
rantia de, no mínimo, um assento; ou (Inciso acresci- grama aprovado pela Lei nº 8.160, de 8 de janeiro
do pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018) de 1991.
II – ser disponibilizados, no caso de edificações § 8º As edificações de uso público e de uso cole-
com capacidade de lotação acima de mil lugares, tivo referidas no caput, já existentes, têm, respec-
na proporção de: tivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses,
a) vinte espaços para pessoas em cadeira de a contar da data de publicação deste Decreto, para
rodas mais um por cento do que exceder mil lu- garantir a acessibilidade de que trata o caput e os
gares; e §§ 1º a 5º.
b) vinte assentos para pessoas com deficiência § 9º Na hipótese de a aplicação do percentual
ou com mobilidade reduzida mais um por cento previsto nos § 1º e § 2º resultar em número fra-
do que exceder mil lugares. (Inciso acrescido pelo De- cionado, será utilizado o primeiro número inteiro
creto nº 9.404, de 11/6/2018) superior. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.404, de
§ 2º Cinquenta por cento dos assentos reserva- 11/6/2018)
dos para pessoas com deficiência ou com mobi- § 10. As adaptações necessárias à oferta de as-
lidade reduzida devem ter características dimen- sentos com características dimensionais e estru-
sionais e estruturais para o uso por pessoa obesa, turais para o uso por pessoa obesa de que trata o
conforme norma técnica de acessibilidade da ABNT, § 2º serão implementadas no prazo de doze me-
com a garantia de, no mínimo, um assento. (Parágra- ses, contado da data de publicação deste Decreto.
fo com redação dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018) (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
§ 3º Os espaços e os assentos a que se refere es- § 11. O direito à meia entrada para pessoas com
te artigo deverão situar-se em locais que garantam deficiência não está restrito aos espaços e aos as-
a acomodação de um acompanhante ao lado da sentos reservados de que trata o caput e está su-
pessoa com deficiência ou com mobilidade redu- jeito ao limite estabelecido no § 10 do art. 1º da Lei
zida, resguardado o direito de se acomodar proxi- nº 12.933, de 26 de dezembro de 2013. (Parágrafo
mamente a grupo familiar e comunitário. (Parágra- acrescido pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018)
fo com redação dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018) § 12. Os espaços e os assentos a que se refere o
§ 4º Nos locais referidos no caput, haverá, obriga- caput deverão garantir às pessoas com deficiên-
toriamente, rotas de fuga e saídas de emergência cia auditiva boa visualização da interpretação em
acessíveis, conforme padrões das normas técnicas Libras e da legendagem descritiva, sempre que es-
de acessibilidade da ABNT, a fim de permitir a saí- tas forem oferecidas. (Parágrafo acrescido pelo Decreto
da segura de pessoas com deficiência ou com mo- nº 9.404, de 11/6/2018)
bilidade reduzida, em caso de emergência. (Parágra- Art. 23-A. Na hipótese de não haver procura com-
fo com redação dada pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018) provada pelos espaços livres para pessoas em ca-
§ 5º As áreas de acesso aos artistas, tais como deira de rodas e assentos reservados para pessoas
coxias e camarins, também devem ser acessíveis a com deficiência ou com mobilidade reduzida, es-
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DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
ses podem, excepcionalmente, ser ocupados por Poder Público, o estabelecimento de ensino deve-
pessoas sem deficiência ou que não tenham mo- rá comprovar que:
bilidade reduzida. I – está cumprindo as regras de acessibilidade
§ 1º A reserva de assentos de que trata o caput arquitetônica, urbanística e na comunicação e in-
será garantida a partir do início das vendas até formação previstas nas normas técnicas de aces-
vinte e quatro horas antes de cada evento, com sibilidade da ABNT, na legislação específica ou
disponibilidade em todos os pontos de venda de neste Decreto;
ingresso, sejam eles físicos ou virtuais. II – coloca à disposição de professores, alunos,
§ 2º No caso de eventos realizados em estabele- servidores e empregados portadores de deficiên-
cimentos com capacidade superior a dez mil pes- cia ou com mobilidade reduzida ajudas técnicas
soas, a reserva de assentos de que trata o caput que permitam o acesso às atividades escolares e
será garantida a partir do início das vendas até administrativas em igualdade de condições com
setenta e duas horas antes de cada evento, com as demais pessoas; e
disponibilidade em todos os pontos de venda de III – seu ordenamento interno contém normas
ingresso, sejam eles físicos ou virtuais. sobre o tratamento a ser dispensado a professo-
§ 3º Os espaços e os assentos de que trata o
res, alunos, servidores e empregados portadores
caput, em cada setor, somente serão disponibili-
de deficiência, com o objetivo de coibir e repri-
zados às pessoas sem deficiência ou sem mobili-
mir qualquer tipo de discriminação, bem como as
dade reduzida depois de esgotados os demais as-
respectivas sanções pelo descumprimento dessas
sentos daquele setor e somente quando os prazos
normas.
estabelecidos nos § 1º e § 2º se encerrarem.
§ 2º As edificações de uso público e de uso cole-
§ 4º Nos cinemas, a reserva de assentos de que
tivo referidas no caput, já existentes, têm, respec-
trata o caput será garantida a partir do início das
tivamente, prazo de trinta e quarenta e oito meses,
vendas até meia hora antes de cada sessão, com
a contar da data de publicação deste Decreto, para
disponibilidade em todos os pontos de venda de
garantir a acessibilidade de que trata este artigo.
ingresso, sejam eles físicos ou virtuais. (Artigo acres-
cido pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018) Art. 25. Nos estacionamentos externos ou inter-
Art. 23-B. Os espaços livres para pessoas em ca- nos das edificações de uso público ou de uso co-
deira de rodas e assentos reservados para pessoas letivo, ou naqueles localizados nas vias públicas,
com deficiência ou com mobilidade reduzida se- serão reservados, pelo menos, dois por cento do
rão identificados no mapa de assentos localizados total de vagas para veículos que transportem pes-
nos pontos de venda de ingresso e de divulgação soa portadora de deficiência física ou visual defini-
do evento, sejam eles físicos ou virtuais. das neste Decreto, sendo assegurada, no mínimo,
Parágrafo único. Os pontos físicos e os sítios ele- uma vaga, em locais próximos à entrada principal
trônicos de venda de ingressos e de divulgação do ou ao elevador, de fácil acesso à circulação de pe-
evento deverão: destres, com especificações técnicas de desenho e
I – ser acessíveis a pessoas com deficiência e traçado conforme o estabelecido nas normas téc-
com mobilidade reduzida; e nicas de acessibilidade da ABNT.
II – conter informações sobre os recursos de § 1º Os veículos estacionados nas vagas reser-
acessibilidade disponíveis nos eventos. (Artigo acres- vadas deverão portar identificação a ser colocada
cido pelo Decreto nº 9.404, de 11/6/2018) em local de ampla visibilidade, confeccionado e
Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de qual- fornecido pelos órgãos de trânsito, que disciplina-
quer nível, etapa ou modalidade, públicos ou pri- rão sobre suas características e condições de uso,
vados, proporcionarão condições de acesso e observando o disposto na Lei nº 7.405, de 1985.
utilização de todos os seus ambientes ou com- § 2º Os casos de inobservância do disposto no § 1º
partimentos para pessoas portadoras de deficiên- estarão sujeitos às sanções estabelecidas pelos ór-
cia ou com mobilidade reduzida, inclusive salas gãos competentes.
de aula, bibliotecas, auditórios, ginásios e insta- § 3º Aplica-se o disposto no caput aos estacio-
lações desportivas, laboratórios, áreas de lazer e namentos localizados em áreas públicas e de uso
sanitários. coletivo.
§ 1º Para a concessão de autorização de funcio- § 4º A utilização das vagas reservadas por veí-
namento, de abertura ou renovação de curso pelo culos que não estejam transportando as pessoas
125
citadas no caput constitui infração ao art. 181, in- trutura da edificação suporta a implantação do
ciso XVII, da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de equipamento escolhido.
1997. Seção III – Da Acessibilidade na
Art. 26. Nas edificações de uso público ou de uso Habitação de Interesse Social
coletivo, é obrigatória a existência de sinalização Art. 28. Na habitação de interesse social, deverão
visual e tátil para orientação de pessoas portado- ser promovidas as seguintes ações para assegu-
ras de deficiência auditiva e visual, em conformi- rar as condições de acessibilidade dos empreen-
dade com as normas técnicas de acessibilidade dimentos:
da ABNT. I – definição de projetos e adoção de tipologias
Art. 27. A instalação de novos elevadores ou sua construtivas livres de barreiras arquitetônicas e
adaptação em edificações de uso público ou de urbanísticas;
uso coletivo, bem assim a instalação em edifica- II – no caso de edificação multifamiliar, execução
das unidades habitacionais acessíveis no piso tér-
ção de uso privado multifamiliar a ser construída,
reo e acessíveis ou adaptáveis quando nos demais
na qual haja obrigatoriedade da presença de ele-
pisos;
vadores, deve atender aos padrões das normas
III – execução das partes de uso comum, quan-
técnicas de acessibilidade da ABNT.
do se tratar de edificação multifamiliar, conforme
§ 1º No caso da instalação de elevadores novos
as normas técnicas de acessibilidade da ABNT; e
ou da troca dos já existentes, qualquer que seja o
IV – elaboração de especificações técnicas de
número de elevadores da edificação de uso públi-
projeto que facilite a instalação de elevador adap-
co ou de uso coletivo, pelo menos um deles terá
tado para uso das pessoas portadoras de deficiên-
cabine que permita acesso e movimentação cô- cia ou com mobilidade reduzida.
moda de pessoa portadora de deficiência ou com Parágrafo único. Os agentes executores dos pro-
mobilidade reduzida, de acordo com o que especi- gramas e projetos destinados à habitação de in-
fica as normas técnicas de acessibilidade da ABNT. teresse social, financiados com recursos próprios
§ 2º Junto às botoeiras externas do elevador, de- da União ou por ela geridos, devem observar os
verá estar sinalizado em braile em qual andar da requisitos estabelecidos neste artigo.
edificação a pessoa se encontra.
Art. 29. Ao Ministério das Cidades, no âmbito da
§ 3º Os edifícios a serem construídos com mais
coordenação da política habitacional, compete:
de um pavimento além do pavimento de acesso,
I – adotar as providências necessárias para o
à exceção das habitações unifamiliares e daque- cumprimento do disposto no art. 28; e
las que estejam obrigadas à instalação de eleva- II – divulgar junto aos agentes interessados e
dores por legislação municipal, deverão dispor de orientar a clientela alvo da política habitacional
especificações técnicas e de projeto que facilitem sobre as iniciativas que promover em razão das
a instalação de equipamento eletromecânico de legislações federal, estaduais, distrital e munici-
deslocamento vertical para uso das pessoas porta- pais relativas à acessibilidade.
doras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
Seção IV – Da Acessibilidade aos
§ 4º As especificações técnicas a que se refere o Bens Culturais Imóveis
§ 3º devem atender:
Art. 30. As soluções destinadas à eliminação, re-
I – a indicação em planta aprovada pelo poder
dução ou superação de barreiras na promoção da
municipal do local reservado para a instalação do
acessibilidade a todos os bens culturais imóveis
equipamento eletromecânico, devidamente assi-
devem estar de acordo com o que estabelece a Ins-
nada pelo autor do projeto;
trução Normativa nº 1 do Instituto do Patrimônio
II – a indicação da opção pelo tipo de equipa-
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), de 25 de no-
mento (elevador, esteira, plataforma ou similar);
vembro de 2003.
III – a indicação das dimensões internas e de-
mais aspectos da cabine do equipamento a ser CAPÍTULO V – DA ACESSIBILIDADE AOS
SERVIÇOS DE TRANSPORTES COLETIVOS
instalado; e
IV – demais especificações em nota na própria Seção I – Das Condições Gerais
planta, tais como a existência e as medidas de bo- Art. 31. Para os fins de acessibilidade aos servi-
toeira, espelho, informação de voz, bem como a ços de transporte coletivo terrestre, aquaviário e
garantia de responsabilidade técnica de que a es- aéreo, considera-se como integrantes desses ser-
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DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
viços os veículos, terminais, estações, pontos de veis pela gestão dos serviços de transportes cole-
parada, vias principais, acessos e operação. tivos, no âmbito de suas competências, deverão
Art. 32. Os serviços de transporte coletivo terres- autorizar a colocação do “Símbolo Internacional
tre são: de Acesso” após certificar a acessibilidade do sis-
I – transporte rodoviário, classificado em urba- tema de transporte.
no, metropolitano, intermunicipal e interestadual; Art. 37. Cabe às empresas concessionárias e per-
II – transporte metroferroviário, classificado em missionárias e as instâncias públicas responsáveis
urbano e metropolitano; e pela gestão dos serviços de transportes coletivos
III – transporte ferroviário, classificado em inter- assegurar a qualificação dos profissionais que tra-
municipal e interestadual. balham nesses serviços, para que prestem atendi-
mento prioritário às pessoas portadoras de defi-
Art. 33. As instâncias públicas responsáveis pela
ciência ou com mobilidade reduzida.
concessão e permissão dos serviços de transporte
coletivo são: Seção II – Da Acessibilidade no
Transporte Coletivo Rodoviário
I – governo municipal, responsável pelo trans-
porte coletivo municipal; Art. 38. No prazo de vinte e quatro meses, con-
II – governo estadual, responsável pelo trans- tado da data de publicação das normas técnicas
porte coletivo metropolitano e intermunicipal; referidas no § 1º, os veículos de transporte coleti-
III – governo do Distrito Federal, responsável pe- vo rodoviário para utilização no País serão fabrica-
lo transporte coletivo do Distrito Federal; e dos acessíveis e estarão disponíveis para integrar a
IV – governo federal, responsável pelo transpor- frota operante, de forma a garantir o uso por pes-
te coletivo interestadual e internacional. soas com deficiência ou com mobilidade reduzida.
(Caput do artigo com redação dada pelo Decreto nº 10.014,
Art. 34. Os sistemas de transporte coletivo são de 6/9/2019)
considerados acessíveis quando todos os seus § 1º As normas técnicas para fabricação dos veí-
elementos são concebidos, organizados, implan- culos e dos equipamentos de transporte coletivo
tados e adaptados segundo o conceito de desenho rodoviário, de forma a torná-los acessíveis, se-
universal, garantindo o uso pleno com segurança rão elaboradas pelas instituições e entidades que
e autonomia por todas as pessoas. compõem o Sistema Nacional de Metrologia, Nor-
Parágrafo único. A infraestrutura de transporte malização e Qualidade Industrial, e estarão dispo-
coletivo a ser implantada a partir da publicação níveis no prazo de até doze meses a contar da da-
deste Decreto deverá ser acessível e estar dispo- ta da publicação deste Decreto.
nível para ser operada de forma a garantir o seu § 2º A substituição da frota operante atual por
uso por pessoas portadoras de deficiência ou com veículos acessíveis, a ser feita pelas empresas con-
mobilidade reduzida. cessionárias e permissionárias de transporte cole-
Art. 35. Os responsáveis pelos terminais, estações, tivo rodoviário, dar-se-á de forma gradativa, con-
pontos de parada e os veículos, no âmbito de suas forme o prazo previsto nos contratos de concessão
competências, assegurarão espaços para atendi- e permissão deste serviço.
mento, assentos preferenciais e meios de acesso § 3º A frota de veículos de transporte coletivo
devidamente sinalizados para o uso das pessoas rodoviário e a infraestrutura dos serviços deste
transporte deverão estar totalmente acessíveis
portadoras de deficiência ou com mobilidade re-
no prazo máximo de cento e vinte meses a contar
duzida.
da data de publicação deste Decreto.
Art. 36. As empresas concessionárias e permissio- § 4º Os serviços de transporte coletivo rodoviá-
nárias e as instâncias públicas responsáveis pela rio urbano devem priorizar o embarque e desem-
gestão dos serviços de transportes coletivos, no barque dos usuários em nível em, pelo menos, um
âmbito de suas competências, deverão garantir a dos acessos do veículo.
implantação das providências necessárias na ope- § 5º O disposto neste artigo não se aplica aos
ração, nos terminais, nas estações, nos pontos de veículos destinados exclusivamente às empresas
parada e nas vias de acesso, de forma a assegu- de transporte de fretamento e de turismo, obser-
rar as condições previstas no art. 34 deste Decreto. vado o disposto no art. 49 da Lei nº 13.146, de 6
Parágrafo único. As empresas concessionárias e de julho de 2015. (Parágrafo acrescido pelo Decreto
permissionárias e as instâncias públicas responsá- nº 10.014, de 6/9/2019)
127
Art. 39. No prazo de até vinte e quatro meses a atender a critérios necessários para proporcio-
contar da data de implementação dos programas nar as condições de acessibilidade do sistema de
de avaliação de conformidade descritos no § 3º, as transporte aquaviário.
empresas concessionárias e permissionárias dos Art. 41. No prazo de até cinquenta e quatro meses
serviços de transporte coletivo rodoviário deverão a contar da data de implementação dos progra-
garantir a acessibilidade da frota de veículos em mas de avaliação de conformidade descritos no
circulação, inclusive de seus equipamentos. § 2º, as empresas concessionárias e permissioná-
§ 1º As normas técnicas para adaptação dos veí- rias dos serviços de transporte coletivo aquaviário,
culos e dos equipamentos de transporte coletivo
deverão garantir a acessibilidade da frota de veícu-
rodoviário em circulação, de forma a torná-los
los em circulação, inclusive de seus equipamentos.
acessíveis, serão elaboradas pelas instituições e
§ 1º As normas técnicas para adaptação dos veí-
entidades que compõem o Sistema Nacional de
culos e dos equipamentos de transporte coletivo
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial,
aquaviário em circulação, de forma a torná-los
e estarão disponíveis no prazo de até doze meses a
acessíveis, serão elaboradas pelas instituições e
contar da data da publicação deste Decreto.
entidades que compõem o Sistema Nacional de
§ 2º Caberá ao Instituto Nacional de Metrologia,
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial,
Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro),
e estarão disponíveis no prazo de até trinta e seis
quando da elaboração das normas técnicas para
meses a contar da data da publicação deste De-
a adaptação dos veículos, especificar dentre es-
creto.
ses veículos que estão em operação quais serão
§ 2º As adaptações dos veículos em operação
adaptados, em função das restrições previstas no
nos serviços de transporte coletivo aquaviário,
art. 98 da Lei nº 9.503, de 1997.
bem como os procedimentos e equipamentos a
§ 3º As adaptações dos veículos em operação
serem utilizados nestas adaptações, estarão su-
nos serviços de transporte coletivo rodoviário,
jeitas a programas de avaliação de conformidade
bem como os procedimentos e equipamentos a
desenvolvidos e implementados pelo Inmetro, a
serem utilizados nestas adaptações, estarão su-
partir de orientações normativas elaboradas no
jeitas a programas de avaliação de conformidade
âmbito da ABNT.
desenvolvidos e implementados pelo Instituto Na-
cional de Metrologia, Normalização e Qualidade Seção IV – Da Acessibilidade no Transporte
Industrial (Inmetro), a partir de orientações nor- Coletivo Metroferroviário e Ferroviário
mativas elaboradas no âmbito da ABNT. Art. 42. A frota de veículos de transporte coletivo
Seção III – Da Acessibilidade no metroferroviário e ferroviário, assim como a in-
Transporte Coletivo Aquaviário fraestrutura dos serviços deste transporte deve-
Art. 40. No prazo de até trinta e seis meses a rão estar totalmente acessíveis no prazo máximo
contar da data de edição das normas técnicas de cento e vinte meses a contar da data de publi-
referidas no § 1º, todos os modelos e marcas de cação deste Decreto.
veículos de transporte coletivo aquaviário serão § 1º A acessibilidade nos serviços de transporte
fabricados acessíveis e estarão disponíveis para coletivo metroferroviário e ferroviário obedecerá
integrar a frota operante, de forma a garantir o ao disposto nas normas técnicas de acessibilida-
seu uso por pessoas portadoras de deficiência ou de da ABNT.
com mobilidade reduzida. § 2º No prazo de até trinta e seis meses a con-
§ 1º As normas técnicas para fabricação dos veí- tar da data da publicação deste Decreto, todos os
culos e dos equipamentos de transporte coletivo modelos e marcas de veículos de transporte co-
aquaviário acessíveis, a serem elaboradas pelas letivo metroferroviário e ferroviário serão fabrica-
instituições e entidades que compõem o Sistema dos acessíveis e estarão disponíveis para integrar
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualida- a frota operante, de forma a garantir o seu uso por
de Industrial, estarão disponíveis no prazo de até pessoas portadoras de deficiência ou com mobi-
vinte e quatro meses a contar da data da publica- lidade reduzida.
ção deste Decreto. Art. 43. Os serviços de transporte coletivo metro-
§ 2º As adequações na infraestrutura dos ser- ferroviário e ferroviário existentes deverão estar
viços desta modalidade de transporte deverão totalmente acessíveis no prazo máximo de cento
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DECRETO Nº 5.296, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004
CAPÍTULO I – DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ensino fundamental deve ser realizada em curso
Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 10.436, de Pedagogia ou curso normal superior, em que
de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da Lei nº 10.098, Libras e Língua Portuguesa escrita tenham cons-
de 19 de dezembro de 2000. tituído línguas de instrução, viabilizando a forma-
ção bilíngue.
Art. 2º Para os fins deste Decreto, considera-se
§ 1º Admite-se como formação mínima de do-
pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva,
centes para o ensino de Libras na educação in-
compreende e interage com o mundo por meio
fantil e nos anos iniciais do ensino fundamental,
de experiências visuais, manifestando sua cultu- a formação ofertada em nível médio na modali-
ra principalmente pelo uso da Língua Brasileira de dade normal, que viabilizar a formação bilíngue,
Sinais (Libras). referida no caput.
Parágrafo único. Considera-se deficiência audi- § 2º As pessoas surdas terão prioridade nos cur-
tiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta sos de formação previstos no caput.
e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiogra-
Art. 6º A formação de instrutor de Libras, em nível
ma nas frequências de 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz médio, deve ser realizada por meio de:
e 3.000 Hz. I – cursos de educação profissional;
CAPÍTULO II – DA INCLUSÃO DA LIBRAS II – cursos de formação continuada promovidos
COMO DISCIPLINA CURRICULAR por instituições de ensino superior; e
Art. 3º A Libras deve ser inserida como disciplina III – cursos de formação continuada promovi-
curricular obrigatória nos cursos de formação de dos por instituições credenciadas por secretarias
de educação.
professores para o exercício do magistério, em ní-
§ 1º A formação do instrutor de Libras pode ser
vel médio e superior, e nos cursos de Fonoaudio-
realizada também por organizações da sociedade
logia, de instituições de ensino, públicas e priva-
civil representativa da comunidade surda, desde
das, do sistema federal de ensino e dos sistemas
que o certificado seja convalidado por pelo menos
de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos
uma das instituições referidas nos incisos II e III.
Municípios.
§ 2º As pessoas surdas terão prioridade nos cur-
§ 1º Todos os cursos de licenciatura, nas dife- sos de formação previstos no caput.
rentes áreas do conhecimento, o curso normal
Art. 7º Nos próximos dez anos, a partir da publi-
de nível médio, o curso normal superior, o curso
cação deste Decreto, caso não haja docente com
de Pedagogia e o curso de Educação Especial são
título de pós-graduação ou de graduação em Libras
considerados cursos de formação de professores
para o ensino dessa disciplina em cursos de edu-
e profissionais da educação para o exercício do
cação superior, ela poderá ser ministrada por pro-
magistério. fissionais que apresentem pelo menos um dos se-
§ 2º A Libras constituir-se-á em disciplina curri- guintes perfis:
cular optativa nos demais cursos de educação su- I – professor de Libras, usuário dessa língua com
perior e na educação profissional, a partir de um curso de pós-graduação ou com formação supe-
ano da publicação deste Decreto. rior e certificado de proficiência em Libras, obtido
CAPÍTULO III – DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR por meio de exame promovido pelo Ministério da
DE LIBRAS E DO INSTRUTOR DE LIBRAS Educação;
II – instrutor de Libras, usuário dessa língua com
Art. 4º A formação de docentes para o ensino de
formação de nível médio e com certificado obtido
Libras nas séries finais do ensino fundamental,
por meio de exame de proficiência em Libras, pro-
no ensino médio e na educação superior deve ser
movido pelo Ministério da Educação;
realizada em nível superior, em curso de gradua-
III – professor ouvinte bilíngue: Libras – Língua
ção de licenciatura plena em Letras: Libras ou em
Portuguesa, com pós-graduação ou formação su-
Letras: Libras/Língua Portuguesa como segunda
perior e com certificado obtido por meio de exame
língua. de proficiência em Libras, promovido pelo Minis-
Parágrafo único. As pessoas surdas terão priori- tério da Educação.
dade nos cursos de formação previstos no caput. § 1º Nos casos previstos nos incisos I e II, as pes-
Art. 5º A formação de docentes para o ensino de soas surdas terão prioridade para ministrar a dis-
Libras na educação infantil e nos anos iniciais do ciplina de Libras.
133
§ 2º A partir de um ano da publicação deste De- I – para formação de professores surdos e ouvin-
creto, os sistemas e as instituições de ensino da tes, para a educação infantil e anos iniciais do ensi-
educação básica e as de educação superior de- no fundamental, que viabilize a educação bilíngue:
vem incluir o professor de Libras em seu quadro Libras – Língua Portuguesa como segunda língua;
do magistério. II – de licenciatura em Letras: Libras ou em Le-
Art. 8º O exame de proficiência em Libras, referido tras: Libras/Língua Portuguesa, como segunda lín-
gua para surdos;
no art. 7º, deve avaliar a fluência no uso, o conheci-
III – de formação em Tradução e Interpretação
mento e a competência para o ensino dessa língua.
de Libras – Língua Portuguesa.
§ 1º O exame de proficiência em Libras deve ser
promovido, anualmente, pelo Ministério da Edu- Art. 12. As instituições de educação superior, prin-
cação e instituições de educação superior por ele cipalmente as que ofertam cursos de Educação Es-
credenciadas para essa finalidade. pecial, Pedagogia e Letras, devem viabilizar cursos
§ 2º A certificação de proficiência em Libras ha- de pós-graduação para a formação de professores
bilitará o instrutor ou o professor para a função para o ensino de Libras e sua interpretação, a par-
docente. tir de um ano da publicação deste Decreto.
§ 3º O exame de proficiência em Libras deve Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Língua
ser realizado por banca examinadora de amplo Portuguesa, como segunda língua para pessoas
conhecimento em Libras, constituída por docen- surdas, deve ser incluído como disciplina curricu-
tes surdos e linguistas de instituições de educa- lar nos cursos de formação de professores para a
ção superior. educação infantil e para os anos iniciais do ensi-
no fundamental, de nível médio e superior, bem
Art. 9º A partir da publicação deste Decreto, as
como nos cursos de licenciatura em Letras com
instituições de ensino médio que oferecem cur-
habilitação em Língua Portuguesa.
sos de formação para o magistério na modalida-
Parágrafo único. O tema sobre a modalidade es-
de normal e as instituições de educação superior
crita da língua portuguesa para surdos deve ser
que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de for-
incluído como conteúdo nos cursos de Fonoau-
mação de professores devem incluir Libras como
diologia.
disciplina curricular, nos seguintes prazos e per-
centuais mínimos: CAPÍTULO IV – DO USO E DA DIFUSÃO DA
I – até três anos, em vinte por cento dos cursos LIBRAS E DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA O
ACESSO DAS PESSOAS SURDAS À EDUCAÇÃO
da instituição;
II – até cinco anos, em sessenta por cento dos Art. 14. As instituições federais de ensino devem
cursos da instituição; garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas aces-
III – até sete anos, em oitenta por cento dos cur- so à comunicação, à informação e à educação nos
sos da instituição; e processos seletivos, nas atividades e nos conteú-
IV – dez anos, em cem por cento dos cursos da dos curriculares desenvolvidos em todos os níveis,
instituição. etapas e modalidades de educação, desde a edu-
cação infantil até à superior.
Parágrafo único. O processo de inclusão da Li-
§ 1º Para garantir o atendimento educacional
bras como disciplina curricular deve iniciar-se nos
especializado e o acesso previsto no caput, as ins-
cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pe-
tituições federais de ensino devem:
dagogia e Letras, ampliando-se progressivamente
I – promover cursos de formação de professo-
para as demais licenciaturas.
res para:
Art. 10. As instituições de educação superior de- a) o ensino e uso da Libras;
vem incluir a Libras como objeto de ensino, pes- b) a tradução e interpretação de Libras – Língua
quisa e extensão nos cursos de formação de pro- Portuguesa; e
fessores para a educação básica, nos cursos de c) o ensino da Língua Portuguesa, como segun-
Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Inter- da língua para pessoas surdas;
pretação de Libras – Língua Portuguesa. II – ofertar, obrigatoriamente, desde a educação
Art. 11. O Ministério da Educação promoverá, a infantil, o ensino da Libras e também da Língua
partir da publicação deste Decreto, programas es- Portuguesa, como segunda língua para alunos
pecíficos para a criação de cursos de graduação: surdos;
134
DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005
§ 2º As instituições privadas e as públicas dos VIII – orientações à família sobre as implicações
sistemas de ensino federal, estadual, municipal e da surdez e sobre a importância para a criança
do Distrito Federal buscarão implementar as medi- com perda auditiva ter, desde seu nascimento,
das referidas neste artigo como meio de assegurar acesso à Libras e à Língua Portuguesa;
aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o IX – atendimento às pessoas surdas ou com de-
acesso à comunicação, à informação e à educação. ficiência auditiva na rede de serviços do SUS e das
Art. 24. A programação visual dos cursos de nível empresas que detêm concessão ou permissão de
médio e superior, preferencialmente os de forma- serviços públicos de assistência à saúde, por pro-
ção de professores, na modalidade de educação fissionais capacitados para o uso de Libras ou para
a distância, deve dispor de sistemas de acesso à sua tradução e interpretação; e
informação como janela com tradutor e intérpre- X – apoio à capacitação e formação de profis-
te de Libras – Língua Portuguesa e subtitulação sionais da rede de serviços do SUS para o uso de
Libras e sua tradução e interpretação.
por meio do sistema de legenda oculta, de modo
§ 1º O disposto neste artigo deve ser garantido
a reproduzir as mensagens veiculadas às pessoas
também para os alunos surdos ou com deficiência
surdas, conforme prevê o Decreto nº 5.296, de 2 de
auditiva não usuários da Libras.
dezembro de 2004.
§ 2º O Poder Público, os órgãos da administra-
CAPÍTULO VII – DA GARANTIA DO DIREITO ção pública estadual, municipal, do Distrito Fe-
À SAÚDE DAS PESSOAS SURDAS OU
deral e as empresas privadas que detêm autoriza-
COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA
ção, concessão ou permissão de serviços públicos
Art. 25. A partir de um ano da publicação des- de assistência à saúde buscarão implementar as
te Decreto, o Sistema Único de Saúde (SUS) e as medidas referidas no art. 3º da Lei nº 10.436, de
empresas que detêm concessão ou permissão de 2002, como meio de assegurar, prioritariamente,
serviços públicos de assistência à saúde, na pers- aos alunos surdos ou com deficiência auditiva ma-
pectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou triculados nas redes de ensino da educação básica,
com deficiência auditiva em todas as esferas da a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis
vida social, devem garantir, prioritariamente aos de complexidade e especialidades médicas.
alunos matriculados nas redes de ensino da edu-
CAPÍTULO VIII – DO PAPEL DO PODER PÚBLICO
cação básica, a atenção integral à sua saúde, nos
E DAS EMPRESAS QUE DETÊM CONCESSÃO
diversos níveis de complexidade e especialidades OU PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS, NO
médicas, efetivando: APOIO AO USO E DIFUSÃO DA LIBRAS
I – ações de prevenção e desenvolvimento de Art. 26. O Poder Público, as empresas concessio-
programas de saúde auditiva; nárias de serviços públicos e os órgãos da admi-
II – tratamento clínico e atendimento especiali- nistração pública federal, direta e indireta, deve-
zado, respeitando as especificidades de cada caso; rão garantir às pessoas surdas ou com deficiência
III – realização de diagnóstico, atendimento pre- auditiva o seu efetivo e amplo atendimento, por
coce e do encaminhamento para a área de edu- meio do uso e da difusão da Libras e da tradução
cação; e da interpretação de Libras – Língua Portuguesa.
IV – seleção, adaptação e fornecimento de pró- (Caput do artigo com redação dada pelo Decreto nº 9.656,
tese auditiva ou aparelho de amplificação sonora, de 27/12/2018)
quando indicado; § 1º Para garantir a difusão da Libras, as insti-
V – acompanhamento médico e fonoaudiológi- tuições de que trata o caput deverão dispor de, no
co e terapia fonoaudiológica; mínimo, cinco por cento de servidores, funcioná-
VI – atendimento em reabilitação por equipe rios ou empregados com capacitação básica em
multiprofissional; Libras. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.656,
VII – atendimento fonoaudiológico às crianças, de 27/12/2018)
adolescentes e jovens matriculados na educação § 2º Para garantir o efetivo e amplo atendimen-
básica, por meio de ações integradas com a área to das pessoas surdas ou com deficiência auditiva,
da educação, de acordo com as necessidades te- o Poder Público, as empresas concessionárias e
rapêuticas do aluno; permissionárias de serviços públicos e os órgãos
137
da administração pública federal, direta e indireta, prioritariamente as relativas à formação, capaci-
poderão utilizar intérpretes contratados especifi- tação e qualificação de professores, servidores e
camente para essa função ou central de interme- empregados para o uso e difusão da Libras e à rea-
diação de comunicação que garanta a oferta de lização da tradução e interpretação de Libras – Lín-
atendimento presencial ou remoto, com interme- gua Portuguesa, a partir de um ano da publicação
diação por meio de recursos de videoconferência deste Decreto.
on-line e webchat, à pessoa surda ou com deficiên- Art. 29. O Distrito Federal, os Estados e os Municí-
cia auditiva. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto pios, no âmbito de suas competências, definirão
nº 9.656, de 27/12/2018) os instrumentos para a efetiva implantação e o
§ 3º O Poder Público, os órgãos da administra- controle do uso e difusão de Libras e de sua tra-
ção pública estadual, municipal e distrital e as em- dução e interpretação, referidos nos dispositivos
presas concessionárias e permissionárias de ser- deste Decreto.
viços públicos buscarão implementar as medidas Art. 30. Os órgãos da administração pública esta-
referidas neste artigo como meio de assegurar às dual, municipal e do Distrito Federal, direta e in-
pessoas surdas ou com deficiência auditiva o efe- direta, viabilizarão as ações previstas neste Decre-
tivo e amplo atendimento previsto no caput. (Pará- to com dotações específicas em seus orçamentos
grafo acrescido pelo Decreto nº 9.656, de 27/12/2018) anuais e plurianuais, prioritariamente as relativas
Art. 27. No âmbito da administração pública fe- à formação, capacitação e qualificação de profes-
deral, direta e indireta, e das empresas conces- sores, servidores e empregados para o uso e difu-
sionárias e permissionárias de serviços públicos são da Libras e à realização da tradução e inter-
federais, o atendimento prestado conforme o dis- pretação de Libras – Língua Portuguesa, a partir
posto no § 2º do art. 26 estará sujeito a padrões de um ano da publicação deste Decreto.
de controle de atendimento e de avaliação da sa- Art. 31. Este Decreto entra em vigor na data de
tisfação do usuário dos serviços públicos, sob a sua publicação.
coordenação da Secretaria de Gestão do Minis- Brasília, 22 de dezembro de 2005; 184º da
tério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges- Independência e 117º da República.
tão, em conformidade com o disposto no Decre- LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
to nº 9.094, de 17 de julho de 2017. (Caput do artigo Fernando Haddad
com redação dada pelo Decreto nº 9.656, de 27/12/2018)
§ 1º Os órgãos da administração pública federal, DECRETO Nº 5.904, DE 21 DE
direta e indireta, e as empresas concessionárias e SETEMBRO DE 2006
(Publicado no DOU de 22/9/2006)
permissionárias de serviços públicos federais de-
verão publicar em seus sítios eletrônicos, inclusive Regulamenta a Lei nº 11.126, de 27 de junho de 2005, que
dispõe sobre o direito da pessoa com deficiência visual de
em formato de vídeo em Libras, e em suas cartas
ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acom-
de serviço as formas de atendimento disponibili- panhada de cão-guia e dá outras providências.
zadas para as pessoas surdas ou com deficiência
O presidente da República, no uso da atribuição
auditiva. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.656, de
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constitui-
27/12/2018)
ção, e tendo em vista o disposto no art. 4º da Lei
§ 2º Caberá à administração pública no âmbi-
nº 11.126, de 27 de junho de 2005, decreta:
to estadual, municipal e distrital disciplinar, em
regulamento próprio, os padrões de controle de Art. 1º A pessoa com deficiência visual usuária de
atendimento e de avaliação da satisfação do usuá- cão-guia tem o direito de ingressar e permanecer
rio dos serviços públicos referidos no caput. (Pará- com o animal em todos os locais públicos ou pri-
grafo único transformado em § 2º pelo Decreto nº 9.656, de
vados de uso coletivo.
27/12/2018)
§ 1º O ingresso e a permanência de cão em fase
de socialização ou treinamento nos locais previs-
CAPÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS tos no caput somente poderá ocorrer quando em
Art. 28. Os órgãos da administração pública fe- companhia de seu treinador, instrutor ou acompa-
deral, direta e indireta, devem incluir em seus nhantes habilitados.
orçamentos anuais e plurianuais dotações desti- § 2º É vedada a exigência do uso de focinheira
nadas a viabilizar ações previstas neste Decreto, nos animais de que trata este Decreto, como con-
138
DECRETO Nº 5.904, DE 21 DE SETEMBRO DE 2006
dição para o ingresso e permanência nos locais IV – treinador: profissional habilitado para trei-
descritos no caput. nar o cão;
§ 3º Fica proibido o ingresso de cão-guia em V – instrutor: profissional habilitado para treinar
estabelecimentos de saúde nos setores de isola- a dupla cão e usuário;
mento, quimioterapia, transplante, assistência a VI – família hospedeira ou família de acolhimen-
queimados, centro cirúrgico, central de material to: aquela que abriga o cão na fase de socialização,
e esterilização, unidade de tratamento intensivo compreendida entre o desmame e o início do trei-
e semi-intensivo, em áreas de preparo de medi- namento específico do animal para sua atividade
camentos, farmácia hospitalar, em áreas de ma- como guia;
nipulação, processamento, preparação e arma-
VII – acompanhante habilitado do cão-guia:
zenamento de alimentos e em casos especiais ou
membro da família hospedeira ou família de aco-
determinados pela Comissão de Controle de Infec-
lhimento;
ção Hospitalar dos serviços de saúde.
VIII – cão-guia: animal castrado, isento de agres-
§ 4º O ingresso de cão-guia é proibido, ainda,
sividade, de qualquer sexo, de porte adequado,
nos locais em que seja obrigatória a esterilização
treinado com o fim exclusivo de guiar pessoas
individual.
com deficiência visual.
§ 5º No transporte público, a pessoa com defi-
ciência visual acompanhada de cão-guia ocupará, § 1º Fica vedada a utilização dos animais de que
preferencialmente, o assento mais amplo, com trata este Decreto para fins de defesa pessoal, ata-
maior espaço livre à sua volta ou próximo de uma que, intimidação ou quaisquer ações de natureza
passagem, de acordo com o meio de transporte. agressiva, bem como para a obtenção de vanta-
§ 6º A pessoa com deficiência visual e a famí- gens de qualquer natureza.
lia hospedeira ou de acolhimento poderão man- § 2º A prática descrita no § 1º é considerada co-
ter em sua residência os animais de que trata este mo desvio de função, sujeitando o responsável à
Decreto, não se aplicando a estes quaisquer restri- perda da posse do animal e a respectiva devolu-
ções previstas em convenção, regimento interno ção a um centro de treinamento, preferencialmen-
ou regulamento condominiais. te àquele em que o cão foi treinado.
§ 7º É vedada a cobrança de valores, tarifas ou Art. 3º A identificação do cão-guia e a comprova-
acréscimos vinculados, direta ou indiretamente, ção de treinamento do usuário dar-se-ão por meio
ao ingresso ou à presença de cão-guia nos locais
da apresentação dos seguintes itens:
previstos no caput, sujeitando-se o infrator às san-
I – carteira de identificação e plaqueta de identi-
ções de que trata o art. 6º.
ficação, expedidas pelo centro de treinamento de
Art. 2º Para os efeitos deste Decreto, considera-se: cães-guia ou pelo instrutor autônomo, que devem
I – deficiência visual: cegueira, na qual a acui- conter as seguintes informações:
dade visual é igual ou menor que 0,05° no melhor
a) no caso da carteira de identificação:
olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão,
1. nome do usuário e do cão-guia;
que significa acuidade visual entre 0,3° e 0,05° no
2. nome do centro de treinamento ou do instru-
melhor olho, com a melhor correção óptica; os ca-
tor autônomo;
sos nos quais a somatória da medida do campo
3. número da inscrição no Cadastro Nacional
visual em ambos os olhos for igual ou menor que
de Pessoa Jurídica (CNPJ) do centro ou da empre-
60 graus; ou a ocorrência simultânea de quaisquer
sa responsável pelo treinamento ou o número da
das condições anteriores;
II – local público: aquele que seja aberto ao pú- inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
blico, destinado ao público ou utilizado pelo públi- instrutor autônomo; e
co, cujo acesso seja gratuito ou realizado median- 4. foto do usuário e do cão-guia; e
te taxa de ingresso; b) no caso da plaqueta de identificação:
III – local privado de uso coletivo: aquele desti- 1. nome do usuário e do cão-guia;
nado às atividades de natureza comercial, cultural, 2. nome do centro de treinamento ou do instru-
esportiva, financeira, recreativa, social, religiosa, tor autônomo; e
de lazer, educacional, laboral, de saúde ou de ser- 3. número do CNPJ do centro de treinamento ou
viços, entre outras; do CPF do instrutor autônomo;
139
II – carteira de vacinação atualizada, com mediante solicitação dos interessados e havendo
comprovação da vacinação múltipla e antirrá- disponibilidade por parte da Corde.
bica, assinada por médico veterinário com re- § 2º A Corde poderá delegar a organização do
gistro no órgão regulador da profissão; e exame.
III – equipamento do animal, composto por co- Art. 6º O descumprimento do disposto no art. 1º
leira, guia e arreio com alça. sujeitará o infrator às seguintes sanções, sem pre-
§ 1º A plaqueta de identificação deve ser utiliza- juízo das sanções penais, cíveis e administrativas
da no pescoço do cão-guia. cabíveis:
§ 2º Os centros de treinamento e instrutores I – no caso de impedir ou dificultar o ingresso
autônomos reavaliarão, sempre que julgarem ne- e a permanência do usuário com o cão-guia nos
cessário, o trabalho das duplas em atividade, de- locais definidos no caput do art. 1º ou de condi-
vendo retirar o arreio da posse do usuário caso cionar tal acesso à separação da dupla:
constatem a necessidade de desfazer a dupla, seja Sanção – multa no valor mínimo de R$ 1.000,00
por inaptidão do usuário, do cão-guia, de ambos (mil reais) e máximo de R$ 30.000,00 (trinta mil
ou por mau uso do animal. reais);
§ 3º O cão em fase de socialização e treinamento II – no caso de impedir ou dificultar o ingresso
deverá ser identificado por uma plaqueta, presa à e a permanência do treinador, instrutor ou acom-
coleira, com a inscrição “cão-guia em treinamen- panhantes habilitados do cão em fase de sociali-
to”, aplicando-se as mesmas exigências de identi- zação ou de treinamento nos locais definidos no
ficação do cão-guia, dispensado o uso de arreio caput do art. 1º ou de se condicionar tal acesso à
com alça. separação do cão:
Sanção – multa no valor mínimo de R$ 1.000,00
Art. 4º O Instituto Nacional de Metrologia, Norma-
(mil reais) e máximo de R$ 30.000,00 (trinta mil
lização e Qualidade Industrial (Inmetro) será res-
reais); e
ponsável por avaliar a qualificação dos centros de
III – no caso de reincidência:
treinamento e dos instrutores autônomos, confor- Sanção – interdição, pelo período de trinta dias,
me competência conferida pela Lei nº 9.933, de 20 e multa no valor mínimo de R$ 1.000,00 (mil reais)
de dezembro de 1999. e máximo de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
Parágrafo único. A avaliação de que trata este Parágrafo único. A Secretaria Especial dos Di-
artigo será realizada mediante a verificação do reitos Humanos será responsável pelo julgamen-
cumprimento de requisitos a serem estabelecidos to do processo, recolhimento da multa e decisão
pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da da interdição.
Presidência da República e pelo Inmetro em por-
Art. 7º O usuário de cão-guia treinado por ins-
taria conjunta.
tituição estrangeira deverá portar a carteira de
Art. 5º A Coordenadoria Nacional para Integra- identificação do cão-guia emitida pelo centro de
ção da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), treinamento ou instrutor estrangeiro autônomo
da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, or- ou uma cópia autenticada do diploma de conclu-
ganizará exame para avaliar a capacitação técni- são do treinamento no idioma em que foi expe-
ca dos treinadores e instrutores de cão-guia por dido, acompanhada de uma tradução simples do
meio da instalação de comissão de especialistas, documento para o português, além dos documen-
formada por: tos referentes à saúde do cão-guia, que devem ser
I – representantes de entidades de e para pes- emitidos por médico veterinário com licença para
soas com deficiência visual; atuar no território brasileiro, credenciado no ór-
II – usuários de cão-guia; gão regulador de sua profissão.
III – médicos veterinários com registro no órgão Art. 8º A Secretaria Especial dos Direitos Huma-
regulador da profissão; nos realizará campanhas publicitárias, inclusive
IV – treinadores; em parceria com Estados, Distrito Federal e Muni-
V – instrutores; e cípios, para informação da população a respeito
VI – especialistas em orientação e mobilidade. do disposto neste Decreto, sem prejuízo de inicia-
§ 1º O exame terá periodicidade semestral, po- tivas semelhantes tomadas por outros órgãos do
dendo ser também realizado a qualquer tempo, Poder Público ou pela sociedade civil.
140
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua à pessoa com deficiência e ao idoso, com idade de
publicação. sessenta e cinco anos ou mais, que comprovem
Brasília, 21 de setembro de 2006; 185º da não possuir meios para prover a própria manuten-
Independência e 118º da República. ção e nem de tê-la provida por sua família.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA § 1º O Benefício de Prestação Continuada inte-
Erenice Guerra gra a proteção social básica no âmbito do Sistema
Único de Assistência Social (Suas), instituído pelo
DECRETO Nº 6.214, DE 26
Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário,
DE SETEMBRO DE 2007
em consonância com o estabelecido pela Políti-
(Publicado no DOU de 28/9/2007)
ca Nacional de Assistência Social (PNAS). (Parágra-
Regulamenta o benefício de prestação continuada da assis-
fo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
tência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso de
que trata a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e a Lei publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, acresce parágrafo ao publicação)
art. 162 do Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, e dá outras § 2º O Benefício de Prestação Continuada é
providências. constitutivo da PNAS e integrado às demais polí-
O presidente da República, no uso da atribuição ticas setoriais, e visa ao enfrentamento da pobre-
que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constitui- za, à garantia da proteção social, ao provimento
ção, e tendo em vista o disposto no art. 20 da Lei de condições para atender contingências sociais
nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e no art. 34 da e à universalização dos direitos sociais, nos mol-
Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, decreta: des definidos no parágrafo único do art. 2º da Lei
Art. 1º Fica aprovado, na forma do Anexo deste nº 8.742, de 1993.
Decreto, o Regulamento do Benefício de Pres- § 3º A plena atenção à pessoa com deficiência
tação Continuada instituído pelo art. 20 da Lei e ao idoso beneficiário do Benefício de Prestação
nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Continuada exige que os gestores da assistên-
Art. 2º O art. 162 do Regulamento da Previdên- cia social mantenham ação integrada às demais
cia Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 ações das políticas setoriais nacional, estaduais,
de maio de 1999, passa a vigorar acrescido do se- municipais e do Distrito Federal, principalmente
guinte parágrafo: no campo da saúde, segurança alimentar, habita-
Parágrafo único. O período a que se refere o
ção e educação.
caput poderá ser prorrogado por iguais períodos, Art. 2º Compete ao Ministério do Desenvolvimen-
desde que comprovado o andamento regular do to Social e Agrário a implementação, a coordena-
processo legal de tutela ou curatela. ção-geral, a regulação, o financiamento, o moni-
Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua toramento e a avaliação da prestação do benefício,
publicação. sem prejuízo das iniciativas compartilhadas com
Art. 4º Ficam revogados os Decretos nos 1.744, de Estados, Distrito Federal e Municípios, em conso-
8 de dezembro de 1995, e 4.712, de 29 de maio nância com as diretrizes do Suas e da descentrali-
de 2003. zação político-administrativa, prevista no inciso I
Brasília, 26 de setembro de 2007; 186º da do caput do art. 204 da Constituição e no inciso I
Independência e 119º da República. do caput do art. 5º da Lei nº 8.742, de 1993. (Arti-
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA go com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
Luiz Marinho publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
Patrus Ananias
publicação)
ANEXO Art. 3º O Instituto Nacional do Seguro Social
REGULAMENTO DO BENEFÍCIO DE (INSS) é o responsável pela operacionalização do
PRESTAÇÃO CONTINUADA Benefício de Prestação Continuada, nos termos
CAPÍTULO I – DO BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO deste Regulamento.
CONTINUADA E DO BENEFICIÁRIO Art. 4º Para os fins do reconhecimento do direito
Art. 1º O Benefício de Prestação Continuada pre- ao benefício, considera-se:
visto no art. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro I – idoso: aquele com idade de sessenta e cinco
de 1993, é a garantia de um salário mínimo mensal anos ou mais;
141
II – pessoa com deficiência: aquela que tem I – benefícios e auxílios assistenciais de nature-
impedimentos de longo prazo de natureza física, za eventual e temporária; (Inciso acrescido pelo Decre-
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em inte- to nº 7.617, de 17/11/2011)
ração com diversas barreiras, podem obstruir sua II – valores oriundos de programas sociais de
participação plena e efetiva na sociedade em igual- transferência de renda; (Inciso acrescido pelo Decreto
dade de condições com as demais pessoas; (Inciso nº 7.617, de 17/11/2011)
com redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) III – bolsas de estágio supervisionado; (Inciso
III – incapacidade: fenômeno multidimensional acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com re-
que abrange limitação do desempenho de ativida- dação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado
de e restrição da participação, com redução efeti- no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
va e acentuada da capacidade de inclusão social, IV – pensão especial de natureza indenizatória
em correspondência à interação entre a pessoa e benefícios de assistência médica, conforme dis-
com deficiência e seu ambiente físico e social; posto no art. 5º; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 7.617,
IV – família incapaz de prover a manutenção da de 17/11/2011)
pessoa com deficiência ou do idoso: aquela cuja V – rendas de natureza eventual ou sazonal, a
renda mensal bruta familiar dividida pelo número serem regulamentadas em ato conjunto do Minis-
de seus integrantes seja inferior a um quarto do tério do Desenvolvimento Social e Combate à Fo-
salário mínimo; me e do INSS; e (Inciso acrescido pelo Decreto nº 7.617,
V – família para cálculo da renda per capita: de 17/11/2011)
conjunto de pessoas composto pelo requerente, VI – rendimentos decorrentes de contrato de
o cônjuge, o companheiro, a companheira, os pais aprendizagem. (Inciso acrescido pelo Decreto nº 7.617,
e, na ausência de um deles, a madrasta ou o pa- de 17/11/2011, e com redação dada pelo Decreto nº 8.805,
drasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120
solteiros e os menores tutelados, desde que vivam dias após a publicação)
sob o mesmo teto; e (Inciso com redação dada pelo De- § 3º Considera-se impedimento de longo prazo
creto nº 7.617, de 17/11/2011) aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de
VI – renda mensal bruta familiar: a soma dos dois anos. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 6.564,
rendimentos brutos auferidos mensalmente pe- de 19/9/2008, e com redação dada pelo Decreto nº 7.617,
los membros da família composta por salários, de 17/11/2011)
proventos, pensões, pensões alimentícias, bene- Art. 5º O beneficiário não pode acumular o Benefí-
fícios de previdência pública ou privada, seguro- cio de Prestação Continuada com outro benefício
-desemprego, comissões, pro-labore, outros rendi- no âmbito da Seguridade Social ou de outro regi-
mentos do trabalho não assalariado, rendimentos me, inclusive o seguro-desemprego, ressalvados o
do mercado informal ou autônomo, rendimentos de assistência médica e a pensão especial de natu-
auferidos do patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e reza indenizatória. (Caput do artigo com redação dada
Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
disposto no parágrafo único do art. 19. (Inciso com 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) Parágrafo único. A acumulação do benefício
§ 1º Para fins de reconhecimento do direito ao com a remuneração advinda do contrato de apren-
Benefício de Prestação Continuada às crianças e dizagem pela pessoa com deficiência é limitada ao
adolescentes menores de dezesseis anos de ida- prazo máximo de dois anos. (Parágrafo único acresci-
de, deve ser avaliada a existência da deficiência do pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com redação
e o seu impacto na limitação do desempenho de dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no
atividade e restrição da participação social, com- DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
patível com a idade. (Parágrafo com redação dada pelo Art. 6º A condição de acolhimento em instituições
Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) de longa permanência, como abrigo, hospital ou
§ 2º Para fins do disposto no inciso VI do caput, instituição congênere não prejudica o direito do
não serão computados como renda mensal bruta idoso ou da pessoa com deficiência ao Benefício
familiar: (Caput do parágrafo com redação dada pelo De- de Prestação Continuada. (Artigo com redação dada
creto nº 7.617, de 17/11/2011) pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
142
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
Art. 7º O Benefício de Prestação Continuada é de- de natureza indenizatória. (Inciso com redação dada
vido ao brasileiro, nato ou naturalizado, e às pes- pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
soas de nacionalidade portuguesa, em consonân- 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
cia com o disposto no Decreto nº 7.999, de 8 de Parágrafo único. A comprovação da condição
maio de 2013, desde que comprovem, em qual- prevista no inciso III poderá ser feita mediante de-
quer dos casos, residência no Brasil e atendam claração da pessoa com deficiência ou, no caso de
a todos os demais critérios estabelecidos neste sua incapacidade para os atos da vida civil, do seu
Regulamento. (Artigo com redação dada pelo Decreto curador ou tutor.
nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em Art. 10. A pessoa com deficiência e o idoso deve-
vigor 120 dias após a publicação) rão informar o número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas (CPF) e apresentar documen-
CAPÍTULO II – DA HABILITAÇÃO, DA
CONCESSÃO, DA MANUTENÇÃO, DA to com foto reconhecido por lei como prova de
REPRESENTAÇÃO E DO INDEFERIMENTO identidade do requerente. (Artigo com redação dada
pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de
Seção I – Da Habilitação e da Concessão
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
Art. 8º Para fazer jus ao Benefício de Prestação I – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu-
Continuada, o idoso deverá comprovar: blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a
I – contar com sessenta e cinco anos de idade publicação)
ou mais; II – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
II – renda mensal bruta familiar, dividida pelo publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após
número de seus integrantes, inferior a um quarto a publicação)
do salário mínimo; e III – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu-
III – não possuir outro benefício no âmbito da blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
Seguridade Social ou de outro regime, inclusive o blicação)
seguro-desemprego, salvo o de assistência médi- IV – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
ca e a pensão especial de natureza indenizatória, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após
observado o disposto no inciso VI do caput e no a publicação)
§ 2º do art. 4º. (Inciso com redação dada pelo Decreto V – (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu-
nº 7.617, de 17/11/2011) blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a
Parágrafo único. A comprovação da condição publicação)
prevista no inciso III poderá ser feita mediante de- Parágrafo único. As crianças e os adolescentes
claração do idoso ou, no caso de sua incapacidade menores de dezesseis anos poderão apresentar
para os atos da vida civil, do seu curador. apenas a certidão de nascimento para fins da iden-
Art. 9º Para fazer jus ao Benefício de Prestação tificação de que trata o caput. (Parágrafo único acres-
Continuada, a pessoa com deficiência deverá cido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU
comprovar: de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
I – a existência de impedimentos de longo pra- Art. 11. Para fins de identificação da pessoa com
zo de natureza física, mental, intelectual ou sen- deficiência e do idoso e de comprovação da idade
sorial, os quais, em interação com diversas bar- do idoso, no caso de brasileiro naturalizado, de-
reiras, obstruam sua participação plena e efetiva verão ser apresentados os seguintes documentos:
na sociedade em igualdade de condições com as I – título declaratório de nacionalidade brasi-
demais pessoas, na forma prevista neste Regula- leira; e
mento; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 7.617, II – carteira de identidade ou carteira de traba-
de 17/11/2011) lho e previdência social.
II – renda mensal bruta familiar do requerente, Art. 12. São requisitos para a concessão, a manu-
dividida pelo número de seus integrantes, inferior tenção e a revisão do benefício as inscrições no
a um quarto do salário mínimo; e Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro
III – por meio de declaração, que não recebe ou- Único para Programas Sociais do Governo Federal
tro benefício no âmbito da Seguridade Social ou (CadÚnico). (Caput do artigo com redação dada pelo De-
de outro regime, inclusive o seguro-desemprego, creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
exceto o de assistência médica e a pensão especial em vigor 120 dias após a publicação)
143
§ 1º O beneficiário que não realizar a inscrição beneficiário e dos integrantes da família. (Parágra-
ou atualização no CadÚnico terá seu benefício fo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
suspenso após encerrado o prazo estabelecido publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
na legislação. (Parágrafo com redação dada pelo Decre- publicação)
to nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em § 5º Na hipótese de as informações do CadÚni-
vigor 30 dias após a publicação) co serem insuficientes para a análise conclusiva
§ 2º O benefício será concedido ou mantido ape- do benefício, o INSS: (Caput do parágrafo com redação
nas quando o CadÚnico estiver atualizado e válido, dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU
de acordo com o disposto no Decreto nº 6.135, de de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
26 de junho de 2007. (Parágrafo acrescido pelo Decre- I – comunicará o interessado, o qual deverá
to nº 6.564, de 19/9/2008, com redação dada pelo Decreto atualizar seu cadastro junto ao órgão local respon-
nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em sável pelo CadÚnico no prazo de trinta dias; (Inci-
vigor 30 dias após a publicação) so acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado
Art. 13. As informações para o cálculo da renda no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
familiar mensal per capita serão declaradas no II – concluirá a análise após decorrido o prazo
momento da inscrição da família do requerente de que trata o inciso I; e (Inciso acrescido pelo De-
no CadÚnico, ficando o declarante sujeito às pe- creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
nas previstas em lei no caso de omissão de infor- em vigor 120 dias após a publicação)
mação ou de declaração falsa. (Caput do artigo com III – no caso de o cadastro não ser atualizado
redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publi- no prazo de que trata o inciso I, indeferirá a so-
cado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a pu- licitação para receber o benefício. (Inciso acrescido
blicação) pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
§ 1º As informações de que trata o caput serão 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
declaradas em conformidade com o disposto no § 6º Quando o requerente for pessoa em situa-
Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007. (Parágra- ção de rua deve ser adotado, como referência, o
fo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, endereço do serviço da rede socioassistencial pe-
publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a lo qual esteja sendo acompanhado, ou, na falta
publicação) deste, de pessoas com as quais mantém relação
§ 2º Por ocasião do requerimento do benefício, de proximidade.
conforme disposto no § 1º do art. 15, o requerente § 7º Será considerado família do requerente em
ratificará as informações declaradas no CadÚnico, situação de rua as pessoas elencadas no inciso V
ficando sujeito às penas previstas em lei no caso do art. 4º, desde que convivam com o requerente
de omissão de informação ou de declaração fal- na mesma situação, devendo, neste caso, ser re-
sa. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de lacionadas na Declaração da Composição e Renda
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias Familiar.
após a publicação) § 8º Entende-se por relação de proximidade, pa-
§ 3º Na análise do requerimento do benefício, ra fins do disposto no § 6º, aquela que se estabe-
o INSS confrontará as informações do CadÚnico, lece entre o requerente em situação de rua e as
referentes à renda, com outros cadastros ou ba- pessoas indicadas pelo próprio requerente como
ses de dados de órgãos da administração pública pertencentes ao seu ciclo de convívio que podem
disponíveis, prevalecendo as informações que in- facilmente localizá-lo. (Parágrafo acrescido pelo Decre-
diquem maior renda se comparadas àquelas de- to nº 6.564, de 19/9/2008)
claradas no CadÚnico. (Parágrafo com redação dada Art. 14. O Benefício de Prestação Continuada po-
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de derá ser requerido por meio dos canais de aten-
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) dimento do INSS ou nos órgãos autorizados para
§ 4º Compete ao INSS e aos órgãos autorizados este fim. (Caput do artigo com redação dada pelo Decreto
pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrá- nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em
rio, quando necessário, verificar junto a outras ins- vigor 30 dias após a publicação)
tituições, inclusive de previdência, a existência de § 1º Os formulários utilizados para o requeri-
benefício ou de renda em nome do requerente ou mento do benefício serão disponibilizados, por
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DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
meio dos sítios eletrônicos: (Parágrafo único transfor- ser indeferido pelo INSS, sendo desnecessária a
mado em §1º e com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de avaliação da deficiência. (Parágrafo acrescido pelo De-
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
após a publicação) em vigor 120 dias após a publicação)
I – do Ministério do Desenvolvimento Social Art. 16. A concessão do benefício à pessoa com
e Agrário; (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, de deficiência ficará sujeita à avaliação da deficiência
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias e do grau de impedimento, com base nos princí-
após a publicação) pios da Classificação Internacional de Funcionali-
II – do INSS; ou (Inciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, dades, Incapacidade e Saúde (CIF), estabelecida
de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 pela Resolução da Organização Mundial da Saúde
dias após a publicação) nº 54.21, aprovada pela 54ª Assembleia Mundial
III – dos órgãos autorizados pelo Ministério do da Saúde, em 22 de maio de 2001. (Caput do artigo
Desenvolvimento Social e Agrário ou pelo INSS. (In- com redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
ciso acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado § 1º A avaliação da deficiência e do grau de im-
no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) pedimento será realizada por meio de avaliação
§ 2º Os formulários a que se refere o § 1º deve- social e avaliação médica. (Parágrafo com redação da-
rão ser disponibilizados de forma acessível, nos da pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
termos estabelecidos pelo Decreto nº 5.296, de 2 § 2º A avaliação social considerará os fatores
de dezembro de 2004. (Parágrafo acrescido pelo Decre- ambientais, sociais e pessoais, a avaliação mé-
to nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em dica considerará as deficiências nas funções e
vigor 120 dias após a publicação) nas estruturas do corpo, e ambas considerarão a
limitação do desempenho de atividades e a res-
Art. 15. A concessão do benefício dependerá da pré-
trição da participação social, segundo suas espe-
via inscrição do interessado no CPF e no CadÚnico,
cificidades. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto
este último atualizado e válido, de acordo com os
nº 7.617, de 17/11/2011)
prazos estabelecidos no Decreto nº 6.135, de 2007.
§ 3º As avaliações de que trata o § 1º serão reali-
(Caput do artigo com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de
zadas, respectivamente, pelo serviço social e pela
8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias
perícia médica do INSS, por meio de instrumentos
após a publicação)
desenvolvidos especificamente para este fim, ins-
§ 1º O requerimento do benefício deverá ser tituídos por ato conjunto do Ministro de Estado do
realizado por meio dos canais de atendimento da Desenvolvimento Social e Agrário e do Presiden-
Previdência Social ou de outros canais definidos te do INSS. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto
em ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em
Social. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 9.462, vigor 120 dias após a publicação)
de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 § 4º O Ministério do Desenvolvimento Social e
dias após a publicação) Agrário e o INSS garantirão as condições necessá-
§ 2º Na hipótese de não ser o requerente alfa- rias para a realização da avaliação social e da avalia-
betizado ou de estar impossibilitado para assinar ção médica necessárias ao Benefício de Prestação
o pedido, será admitida a aposição da impressão Continuada. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto
digital na presença de funcionário do órgão rece- nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em
bedor do requerimento. vigor 120 dias após a publicação)
§ 3º A existência de formulário próprio não im- § 5º A avaliação da deficiência e do grau de im-
pedirá que seja aceito qualquer requerimento pedimento tem por objetivo:
pleiteando o benefício, desde que nele constem I – comprovar a existência de impedimentos de
os dados imprescindíveis ao seu processamento. longo prazo de natureza física, mental, intelectual
§ 4º A apresentação de documentação incom- ou sensorial; e
pleta não constitui motivo de recusa liminar do II – aferir o grau de restrição para a participação
requerimento do benefício. plena e efetiva da pessoa com deficiência na so-
§ 5º Na hipótese de ser verificado que a renda ciedade, decorrente da interação dos impedimen-
familiar mensal per capita não atende aos requi- tos a que se refere o inciso I com barreiras diversas.
sitos de concessão do benefício, o pedido deverá (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
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§ 6º Na hipótese de não ser possível prever a encaminhamento ao município mais próximo que
duração dos impedimentos a que se refere o inci- contar com tal estrutura, devendo o INSS realizar
so I do § 5º, mas existir a possibilidade de que se o pagamento das despesas de transporte e diárias
estendam por longo prazo, o benefício poderá ser com recursos oriundos do Fundo Nacional de As-
concedido, conforme o disposto em ato do Minis- sistência Social. (Caput do artigo com redação dada pelo
tro de Estado do Desenvolvimento Social. (Parágra- Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
fo acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com § 1º Caso o requerente ou beneficiário necessite
redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado de acompanhante, a viagem deste deverá ser auto-
no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) rizada pelo INSS, aplicando-se o disposto no caput.
§ 7º Na hipótese do benefício concedido nos § 2º O valor da diária paga ao requerente ou be-
termos do disposto no § 6º, os beneficiários deve- neficiário e seu acompanhante será igual ao valor
rão ser prioritariamente submetidos a novas ava- da diária concedida aos beneficiários do Regime
liações da deficiência, observado o intervalo má- Geral de Previdência Social.
ximo de dois anos. (Parágrafo acrescido pelo Decreto § 3º Caso o requerente ou beneficiário esteja im-
nº 7.617, de 17/11/2011, e com redação dada pelo Decre- possibilitado de se apresentar no local de realiza-
to nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, ção da avaliação da deficiência e do grau de impe-
em vigor 30 dias após a publicação) dimento a que se refere o caput, os profissionais
§ 8º A avaliação da deficiência e do grau de im- deverão deslocar-se até o interessado. (Parágrafo
com redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
pedimento observará os instrumentos de que tra-
ta o § 2º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de Art. 18. A concessão do Benefício de Prestação
2015, a partir de sua criação, permitindo inclusive Continuada independe da interdição judicial do
que outras políticas para pessoas com deficiência idoso ou da pessoa com deficiência.
se beneficiem das informações. (Parágrafo acrescido Art. 19. O Benefício de Prestação Continuada será
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de devido a mais de um membro da mesma família
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) enquanto atendidos os requisitos exigidos neste
§ 9º Sem prejuízo do compartilhamento das in- Regulamento.
formações de que trata o § 8º, o acesso à avaliação Parágrafo único. O valor do Benefício de Pres-
da deficiência e do grau de impedimento, com a tação Continuada concedido a idoso não será
finalidade de permitir que outras políticas para computado no cálculo da renda mensal bruta fa-
pessoas com deficiência dela se beneficiem, de- miliar a que se refere o inciso VI do art. 4º, para fins
penderá de prévio consentimento do titular da in- de concessão do Benefício de Prestação Continua-
formação. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 8.805, de da a outro idoso da mesma família.
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias Art. 20. O Benefício de Prestação Continuada se-
após a publicação) rá devido com o cumprimento de todos os requi-
§ 10. O consentimento de acesso à avaliação po- sitos legais e regulamentares exigidos para a sua
derá ser manifestado no momento da prestação concessão, devendo o seu pagamento ser efetua-
das referidas informações ou quando do requeri- do em até quarenta e cinco dias após cumpridas
mento de acesso à política pública. (Parágrafo acres- as exigências.
cido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU Parágrafo único. Para fins de atualização dos va-
de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) lores pagos em atraso, serão aplicados os mesmos
§ 11. Ato do Ministro de Estado do Desenvol- critérios adotados pela legislação previdenciária.
vimento Social estabelecerá diretrizes para o es- (Parágrafo único com redação dada pelo Decreto nº 7.617,
calonamento, a priorização e os casos que serão de 17/11/2011)
dispensados das reavaliações em razão da defi- Art. 21. Fica o INSS obrigado a emitir e enviar ao
ciência constatada. (Parágrafo acrescido pelo Decreto requerente o aviso de concessão ou de indeferi-
nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em mento do benefício, e, neste caso, com indicação
vigor 30 dias após a publicação) do motivo.
Art. 17. Na hipótese de não existirem serviços per- Seção II – Da Manutenção e da Representação
tinentes para avaliação da deficiência e do grau Art. 22. O Benefício de Prestação Continuada não
de impedimento no município de residência do está sujeito a desconto de qualquer contribuição
requerente ou beneficiário, fica assegurado o seu e não gera direito ao pagamento de abono anual.
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DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
Art. 23. O Benefício de Prestação Continuada é pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrá-
intransferível, não gerando direito à pensão por rio poderão recusá-los, sem prejuízo das providên-
morte aos herdeiros ou sucessores. cias que se fizerem necessárias para a apuração da
Parágrafo único. O valor do resíduo não recebi- responsabilidade e para a aplicação das sanções
do em vida pelo beneficiário será pago aos seus criminais e civis cabíveis. (Artigo com redação dada
herdeiros ou sucessores, na forma da lei civil. pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
Art. 24. O desenvolvimento das capacidades cog- 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
nitivas, motoras ou educacionais e a realização de Art. 30. Para fins de recebimento do Benefício
atividades não remuneradas de habilitação e rea- de Prestação Continuada, é aceita a constituição
bilitação, dentre outras, não constituem motivo de procurador com mais de um instrumento de
de suspensão ou cessação do benefício da pes- procuração, nos casos de beneficiários represen-
soa com deficiência. tados por parentes de primeiro grau e nos casos
Art. 25. A cessação do Benefício de Prestação de beneficiários representados por dirigentes de
Continuada concedido à pessoa com deficiência, instituições nas quais se encontrem acolhidos,
inclusive em razão do seu ingresso no mercado sendo admitido também, neste último caso, o
de trabalho, não impede nova concessão do be- instrumento de procuração coletiva. (Artigo com re-
nefício desde que atendidos os requisitos exigidos dação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
neste Decreto. Art. 31. Não poderão ser procuradores:
Art. 26. O benefício será pago pela rede bancária I – o servidor público civil e o militar em ativi-
autorizada e, nas localidades onde não houver es- dade, salvo se parentes do beneficiário até o se-
tabelecimento bancário, o pagamento será efetua- gundo grau; e
do por órgãos autorizados pelo INSS. II – o incapaz para os atos da vida civil, ressalva-
do o disposto no art. 666 do Código Civil.
Art. 27. O pagamento do Benefício de Prestação
Parágrafo único. Nas demais disposições relati-
Continuada poderá ser antecipado excepcional-
vas à procuração observar-se-á, subsidiariamente,
mente, na hipótese prevista no § 1º do art. 169 do
o Código Civil.
Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. (Artigo com
redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) Art. 32. No caso de transferência do beneficiário
de uma localidade para outra, o procurador fica
Art. 28. O benefício será pago diretamente ao be-
obrigado a apresentar novo instrumento de man-
neficiário ou ao procurador, tutor ou curador.
dato na localidade de destino.
§ 1º O instrumento de procuração poderá ser
outorgado em formulário próprio do INSS, me- Art. 33. A procuração perderá a validade ou eficá-
diante comprovação do motivo da ausência do cia nos seguintes casos:
beneficiário, e sua validade deverá ser renovada I – quando o outorgante passar a receber pes-
a cada doze meses. soalmente o benefício, declarando, por escrito
§ 2º O procurador, o tutor ou o curador do be- que cancela a procuração existente;
neficiário deverá firmar, perante o INSS ou outros II – quando for constituído novo procurador;
órgãos autorizados pelo Ministério do Desenvolvi- III – pela expiração do prazo fixado ou pelo cum-
mento Social e Agrário, termo de responsabilida- primento ou extinção da finalidade outorgada;
de mediante o qual se comprometa a comunicar IV – por morte do outorgante ou do procurador;
qualquer evento que possa anular a procuração, V – por interdição de uma das partes; ou
a tutela ou a curatela, principalmente o óbito do VI – por renúncia do procurador, desde que por
outorgante, sob pena de incorrer nas sanções cri- escrito.
minais e civis cabíveis. (Parágrafo com redação dada Art. 34. Não podem outorgar procuração o menor
pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de de dezoito anos, exceto se assistido ou emancipa-
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) do após os dezesseis anos, e o incapaz para os atos
Art. 29. Na hipótese de haver indícios de inido- da vida civil que deverá ser representado por seu
neidade acerca do instrumento de procuração representante legal, tutor ou curador.
apresentado para o recebimento do Benefício de Art. 35. O benefício devido ao beneficiário inca-
Prestação Continuada ou do procurador, tanto o paz será pago ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou cura-
INSS quanto qualquer um dos órgãos autorizados dor, admitindo-se, na sua falta, e por período não
147
superior a seis meses, o pagamento a herdeiro ne- convivência familiar e comunitária, o protagonis-
cessário, mediante termo de compromisso firma- mo e a autonomia.
do no ato do recebimento. § 2º Para fins de cumprimento do disposto no
§ 1º O período a que se refere o caput poderá ser caput, o acompanhamento deverá abranger as
prorrogado por iguais períodos, desde que com- pessoas que vivem sob o mesmo teto com o be-
provado o andamento do processo legal de tutela neficiário e que com este mantém vínculo paren-
ou curatela. tal, conjugal, genético ou de afinidade.
§ 2º O tutor ou curador poderá outorgar procura- § 3º Para o cumprimento do disposto no caput e
ção a terceiro com poderes para receber o benefí- para subsidiar os processos de concessão e de re-
cio e, nesta hipótese, obrigatoriamente, a procura- visão bienal do benefício, os beneficiários e suas
ção será outorgada mediante instrumento público. famílias deverão ser cadastrados no CadÚnico, ob-
§ 3º A procuração não isenta o tutor ou curador servada a legislação aplicável. (Parágrafo acrescido
da condição original de mandatário titular da tu- pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011, e com redação dada
tela ou curatela. pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
Art. 35-A. O beneficiário, ou seu representante le- 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
gal, deve informar ao INSS alterações dos dados Art. 38. Compete ao Ministério do Desenvolvi-
cadastrais correspondentes à mudança de nome, mento Social e Agrário, sem prejuízo do previs-
endereço e estado civil, a fruição de qualquer be-
to no art. 2º: (Caput do artigo com redação dada pe-
nefício no âmbito da Seguridade Social ou de ou-
lo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de
tro regime, a sua admissão em emprego ou a per-
8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
cepção de renda de qualquer natureza elencada
I – acompanhar os beneficiários do Benefício de
no inciso VI do caput do art. 4º. (Caput do artigo acres-
Prestação Continuada no âmbito do Suas, em ar-
cido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
ticulação com o Distrito Federal, Municípios e, no
Parágrafo único. O INSS deverá ser informado
que couber, com os Estados, visando a inseri-los
pelo representante legal ou pelo procurador sobre
nos programas e serviços da assistência social e
a propositura de ação judicial relativa à ausência
demais políticas, em conformidade com o art. 11
ou à morte presumida do beneficiário. (Parágrafo
da Lei nº 8.742, de 1993;
único acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publica-
II – considerar a participação dos órgãos gesto-
do no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
res de assistência social nas ações de monitora-
Seção III – Do Indeferimento
mento e avaliação do Benefício de Prestação Con-
Art. 36. O não atendimento das exigências conti- tinuada, bem como de acompanhamento de seus
das neste Regulamento pelo requerente ensejará beneficiários, como critério de habilitação dos
o indeferimento do benefício. municípios e Distrito Federal a um nível de gestão
§ 1º Do indeferimento do benefício caberá re- mais elevado no âmbito do Suas;
curso à Junta de Recursos do Conselho de Recur- III – manter e coordenar o Programa Nacional de
sos da Previdência Social, no prazo de trinta dias, Monitoramento e Avaliação do Benefício de Pres-
a contar do recebimento da comunicação. tação Continuada, instituído na forma do art. 41,
§ 2º A situação prevista no art. 24 também não com produção de dados e análise de resultados
constitui motivo para o indeferimento do benefício.
do impacto do Benefício de Prestação Continuada
CAPÍTULO III – DA GESTÃO na vida dos beneficiários, em conformidade com o
Art. 37. Constituem garantias do Suas o acompa- disposto no art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993;
nhamento do beneficiário e de sua família, e a in- IV – destinar recursos do Fundo Nacional de
serção destes à rede de serviços socioassistenciais Assistência Social para pagamento, operaciona-
e de outras políticas setoriais. lização, gestão, informatização, pesquisa, moni-
§ 1º O acompanhamento do beneficiário e de toramento e avaliação do Benefício de Prestação
sua família visa a favorecer-lhes a obtenção de Continuada;
aquisições materiais, sociais, socioeducativas, so- V – descentralizar recursos do orçamento do
cioculturais para suprir as necessidades de subsis- Fundo Nacional de Assistência Social ao INSS pa-
tência, desenvolver capacidades e talentos para a ra as despesas de pagamento, operacionalização,
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DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
sistemas de informação, monitoramento e avalia- 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias
ção do Benefício de Prestação Continuada; após a publicação)
VI – fornecer subsídios para a formação de pro- VI – analisar defesas, receber recursos pelo in-
fissionais envolvidos nos processos de concessão, deferimento e suspensão do benefício, instruir e
manutenção e revisão dos benefícios, e no acom- encaminhar os processos à Junta de Recursos;
panhamento de seus beneficiários, visando à faci- VII – efetuar o repasse de recursos para paga-
lidade de acesso e bem-estar dos usuários desses mento do benefício junto à rede bancária autori-
serviços; zada ou entidade conveniada;
VII – articular políticas intersetoriais, intergo- VIII – participar, em conjunto com o Ministério
vernamentais e interinstitucionais que afiancem do Desenvolvimento Social e Agrário, da institui-
a completude de atenção às pessoas com deficiên- ção de sistema de informação e de alimentação
cia e aos idosos, atendendo ao disposto no § 2º do de bancos de dados sobre a concessão, o indefe-
rimento, a manutenção, a suspensão, a cessação,
art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993; (Inciso com redação
o ressarcimento e a revisão do Benefício de Pres-
dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU
tação Continuada, além de gerar relatórios geren-
de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
ciais e subsidiar a atuação dos demais órgãos no
VIII – atuar junto a outros órgãos, nas três es-
acompanhamento do beneficiário e na defesa de
feras de governo, com vistas ao aperfeiçoamento
seus direitos; (Inciso com redação dada pelo Decreto
da gestão do Benefício de Prestação Continua-
nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em
da; e (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de
vigor 120 dias após a publicação)
7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias
IX – submeter à apreciação prévia do Ministé-
após a publicação)
rio do Desenvolvimento Social e Agrário atos que
IX – garantir as condições necessárias para in-
disponham sobre matéria de regulação e de pro-
clusão e atualização dos dados do requerente e do
cedimentos técnicos e administrativos que reper-
beneficiário no CadÚnico. (Inciso acrescido pelo De-
cutam no reconhecimento do direito ao acesso, à
creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
manutenção e ao pagamento do Benefício de Pres-
em vigor 120 dias após a publicação)
tação Continuada; (Inciso com redação dada pelo De-
Art. 39. Compete ao INSS, na operacionalização creto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016,
do Benefício de Prestação Continuada: em vigor 120 dias após a publicação)
I – receber os requerimentos, conceder, man- X – instituir, em conjunto com o Ministério do
ter, revisar, suspender ou fazer cessar o benefício, Desenvolvimento Social e Agrário, formulários e
atuar nas contestações, desenvolver ações neces- documentos necessários à operacionalização do
sárias ao ressarcimento do benefício e participar Benefício de Prestação Continuada; e (Inciso com
de seu monitoramento e avaliação; redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado
II – realizar, periodicamente, cruzamentos de no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
informações, utilizando o registro de informações XI – apresentar ao Ministério do Desenvolvimen-
do CadÚnico e de outros cadastros, de benefícios to Social e Agrário relatórios periódicos das ativi-
previdenciários e de emprego e renda em nome dades desenvolvidas na operacionalização do Be-
do requerente ou beneficiário e dos integrantes nefício de Prestação Continuada e na execução
do grupo familiar; (Inciso com redação dada pelo De- orçamentária e financeira dos recursos descentra-
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, lizados. (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 8.805,
em vigor 30 dias após a publicação) de 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor
III – realizar a avaliação médica e social da pes- 120 dias após a publicação)
soa com deficiência, de acordo com as normas a Parágrafo único. A análise das defesas a que se
serem disciplinadas em atos específicos; refere o inciso VI do caput deve observar o dis-
IV – realizar o pagamento de transporte e diá- posto no Capítulo XI da Lei nº 9.784, de 29 de ja-
ria do requerente ou beneficiários e seu acompa- neiro de 1999. (Parágrafo único acrescido pelo Decreto
nhante, com recursos oriundos do FNAS, nos ca- nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em
sos previstos no art. 17; vigor 30 dias após a publicação)
V – enviar comunicações aos beneficiários, aos Art. 40. Compete aos órgãos gestores da assistên-
seus representantes legais ou aos seus procura- cia social dos Estados, do Distrito Federal e dos
dores; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de Municípios, de acordo com o disposto no § 2º do
149
art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993, promover ações § 2º As despesas decorrentes da implementa-
que assegurem a articulação do Benefício de Pres- ção do Programa a que se refere o caput correrão
tação Continuada com os programas voltados ao com as dotações orçamentárias consignadas ao
idoso e à inclusão da pessoa com deficiência. Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
(Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de
CAPÍTULO IV – DO MONITORAMENTO
E DA AVALIAÇÃO 7/7/2016, publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias
após a publicação)
Art. 41. Fica instituído o Programa Nacional de
§ 3º O Ministério do Desenvolvimento Social e
Monitoramento e Avaliação do Benefício de Pres-
Agrário e o INSS deverão integrar suas bases de
tação Continuada da Assistência Social, que será
dados quanto às informações que compõem a ba-
mantido e coordenado pelo Ministério do Desen-
se de dados do CadÚnico e compartilhá-las com
volvimento Social e Agrário, em parceria com o
INSS, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- o Cadastro-Inclusão, instituído pelo art. 92 da Lei
pios, como parte da dinâmica do Suas. (Caput do ar- nº 13.146, de 6 de julho de 2015, quando se tratar
tigo com redação dada pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, de informação referente a pessoa com deficiên-
publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a cia. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016,
publicação) publicado no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a
§ 1º O Programa Nacional de Monitoramento e publicação)
Avaliação do Benefício de Prestação Continuada, § 4º Até que esteja concluída a integração das
baseado em um conjunto de indicadores e de seus bases de dados de que trata o § 3º, o Ministério
respectivos índices, compreende: do Desenvolvimento Social e Agrário deverá for-
I – o monitoramento da incidência dos benefi- necer ao INSS, mensalmente, as informações do
ciários e dos requerentes por município brasileiro CadÚnico necessárias à concessão e à manuten-
e no Distrito Federal; ção do Benefício de Prestação Continuada, em
II – o tratamento do conjunto dos beneficiários especial aquelas relativas à composição do grupo
como uma população com graus de risco e vulne- familiar, à renda de todos os integrantes. (Parágra-
rabilidade social variados, estratificada a partir fo acrescido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado
das características do ciclo de vida do requerente, no DOU de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação)
sua família e da região onde vive; Art. 42. O Benefício de Prestação Continuada de-
III – o desenvolvimento de estudos interseto-
verá ser revisto a cada dois anos, para avaliação
riais que caracterizem comportamentos da popu-
da continuidade das condições que lhe deram
lação beneficiária por análises geodemográficas,
origem, conforme dispõe o art. 21 da Lei nº 8.742,
índices de mortalidade, morbidade, entre outros,
de 1993, passando o processo de reavaliação a in-
nos quais se inclui a tipologia das famílias dos
tegrar o Programa Nacional de Monitoramento e
beneficiários e das instituições em que eventual-
Avaliação do Benefício de Prestação Continuada.
mente viva ou conviva;
§ 1º A revisão de que trata o caput será realiza-
IV – a instituição e manutenção de banco de da-
da pelo INSS por meio da utilização de cruzamen-
dos sobre os processos desenvolvidos pelos ges-
to de informações do beneficiário e de seus fami-
tores dos estados, do Distrito Federal e dos mu-
liares existentes em registros e bases de dados
nicípios para inclusão do beneficiário ao Suas e
demais políticas setoriais; oficiais, na forma estabelecida em ato do Minis-
V – a promoção de estudos e pesquisas sobre tro de Estado do Desenvolvimento Social, e obser-
os critérios de acesso, implementação do Bene- vará: (Parágrafo único transformado em § 1º pelo Decre-
fício de Prestação Continuada e impacto do be- to nº 8.805, de 7/7/2016, e com redação dada pelo Decreto
nefício na redução da pobreza e das desigualda- nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em
des sociais; vigor 30 dias após a publicação)
VI – a organização e manutenção de um siste- I – o cadastramento ou a atualização cadas-
ma de informações sobre o Benefício de Prestação tral no CadÚnico, conforme o disposto no De-
Continuada, com vistas ao planejamento, desen- creto nº 6.135, de 2007; (Inciso acrescido pelo Decre-
volvimento e avaliação das ações; e to nº 8.805, de 7/7/2016, com redação dada pelo Decreto
VII – a realização de estudos longitudinais dos be- nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em
neficiários do Benefício de Prestação Continuada. vigor 30 dias após a publicação)
150
DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007
151
Art. 45-A. As informações referentes às despesas § 1º A suspensão do benefício deve ser prece-
com Benefício de Prestação Continuado deverão dida de notificação do beneficiário, de seu repre-
ser incluídas, de forma individualizada, no Por- sentante legal ou de seu procurador, preferencial-
tal da Transparência do Poder Executivo Federal, mente pela rede bancária, sobre a irregularidade
de que trata o Decreto nº 5.482, de 30 de junho identificada e da concessão do prazo de dez dias
de 2005, observado o disposto no art. 31 da Lei para a apresentação de defesa. (Parágrafo com reda-
nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. (Artigo acres- ção dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no
cido pelo Decreto nº 8.805, de 7/7/2016, publicado no DOU DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
de 8/7/2016, em vigor 120 dias após a publicação) § 2º Se não for possível realizar a notificação de
que trata o § 1º pela rede bancária ou pelo correio,
Art. 46. Constatada a prática de infração penal de-
o valor do benefício será bloqueado. (Parágrafo com
corrente da concessão ou da manutenção do Be-
redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado
nefício de Prestação Continuada, o INSS aplicará
no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação)
os procedimentos cabíveis, independentemente
§ 3º O bloqueio do valor do benefício consiste
de outras penalidades legais.
no comando bancário que impossibilita tempora-
CAPÍTULO VI – DA SUSPENSÃO E DA CESSAÇÃO riamente a movimentação do valor referente ao
Art. 47. O Benefício de Prestação Continuada será benefício, observadas as seguintes regras: (Parágra-
suspenso nas seguintes hipóteses: (Caput do artigo fo com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018,
com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu- publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
17/11/2011, com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de § 1º O pagamento do benefício suspenso na for-
8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias ma do caput será restabelecido mediante requeri-
após a publicação) mento do interessado que comprove a extinção da
§ 6º O benefício será mantido caso a defesa relação trabalhista ou da atividade empreendedo-
apresentada seja acatada. (Parágrafo acrescido pe- ra, e, quando for o caso, o encerramento do prazo
lo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de de pagamento do seguro-desemprego, sem que
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) tenha o beneficiário adquirido direito a qualquer
§ 7º A suspensão do pagamento do benefício benefício no âmbito da Previdência Social. (Pará-
consiste na interrupção do envio do pagamento grafo acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
à rede bancária e observará as seguintes regras: § 2º O benefício será restabelecido: (Parágrafo
I – o benefício será suspenso: acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
a) quando o beneficiário, o seu representante I – a partir do dia imediatamente posterior, con-
legal ou o procurador for notificado e não apre- forme o caso, da cessação do contrato de traba-
sentar defesa no prazo de dez dias; lho, do encerramento da atividade empresarial,
b) quando os elementos apresentados na defe- da última competência de contribuição previden-
sa forem insuficientes; ciária recolhida como contribuinte individual ou
c) quando o beneficiário não entrar em contato do encerramento do prazo de pagamento do se-
com os canais de atendimento do INSS ou outros guro desemprego; ou (Inciso acrescido pelo Decreto
canais autorizados para esse fim no prazo de trin- nº 7.617, de 17/11/2011, e com redação dada pelo Decreto
ta dias, contado do bloqueio de que trata o § 3º; ou nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em
d) quando informada a ausência do beneficiário vigor 30 dias após a publicação)
pelo representante legal ou pelo procurador, na II – a partir da data do protocolo do requerimen-
forma da lei; to, quando requerido após noventa dias, confor-
II – o beneficiário, o seu representante legal ou me o caso, da cessação do contrato de trabalho,
o seu procurador deverá ser comunicado sobre da última competência de contribuição previ-
os motivos da suspensão do benefício e sobre o denciária recolhida como contribuinte individual
prazo de trinta dias para a interposição de recur- ou do encerramento do prazo de pagamento do
so junto aos canais de atendimento do INSS ou a seguro-desemprego. (Inciso acrescido pelo Decreto
outros canais autorizados para esse fim; e nº 7.617, de 17/11/2011)
III – o recurso interposto será analisado pelo § 3º Na hipótese prevista no caput, o prazo pa-
Conselho de Recursos do Seguro Social (CRSS). ra a reavaliação bienal do benefício prevista no
(Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, art. 42 será suspenso, voltando a correr, se for o
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu- caso, a partir do restabelecimento do pagamento
blicação) do benefício. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 7.617,
§ 8º A interposição de recurso não gera efeito de 17/11/2011)
suspensivo. (Parágrafo acrescido pelo Decreto nº 9.462, § 4º O restabelecimento do pagamento do bene-
de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 fício prescinde de nova avaliação da deficiência e
dias após a publicação) do grau de impedimento, respeitado o prazo para
§ 9º O benefício será restabelecido caso o recur- a reavaliação bienal. (Parágrafo acrescido pelo Decreto
so interposto ao CRSS seja provido, sendo devidos nº 7.617, de 17/11/2011)
os valores desde a suspensão do benefício, respei- § 5º A pessoa com deficiência contratada na
tado o teor da decisão. (Parágrafo acrescido pelo Decre- condição de aprendiz terá seu benefício suspen-
to nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em so somente após o período de dois anos de recebi-
vigor 30 dias após a publicação) mento concomitante da remuneração e do benefí-
Art. 47-A. O Benefício de Prestação Continuada cio, nos termos do § 2º do art. 21-A da Lei nº 8.742,
será suspenso em caráter especial quando a pes- de 7 de dezembro de 1993. (Parágrafo acrescido pelo
soa com deficiência exercer atividade remunerada, Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
inclusive na condição de microempreendedor in- Art. 48. O benefício será cessado: (Caput do artigo
dividual, mediante comprovação da relação tra- com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu-
balhista ou da atividade empreendedora. (Caput blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
do artigo acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011) blicação)
153
I – nas hipóteses de óbito, de morte presumida dicial. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 7.617,
ou de ausência do beneficiário, na forma da lei; (In- de 17/11/2011)
ciso com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, § 2º Na hipótese de o beneficiário permanecer
publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu- com direito ao recebimento do Benefício de Pres-
blicação) tação Continuada ou estar em usufruto de outro
II – quando o beneficiário, o seu representante benefício previdenciário regularmente concedido
legal ou o seu procurador não interpuser recurso pelo INSS, poderá devolver o valor indevido de for-
ao CRSS no prazo de trinta dias, contado da sus- ma parcelada, atualizado nos moldes do § 1º, em
pensão do benefício; ou (Inciso com redação dada tantas parcelas quantas forem necessárias à liqui-
pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de dação do débito de valor equivalente a trinta por
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) cento do valor do benefício em manutenção.
III – quando o recurso ao CRSS não for provi- § 3º A restituição do valor devido deverá ser feita
do. (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.462, de em única parcela, no prazo de sessenta dias con-
8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias tados da data da notificação, ou mediante acordo
após a publicação) de parcelamento, em até sessenta meses, na for-
§ 1º O representante legal ou o procurador são ma do art. 244 do Regulamento da Previdência So-
obrigados a informar ao INSS a ocorrência das si- cial, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, res-
tuações a que se refere o inciso I do caput. (Parágra- salvado o pagamento em consignação previsto no
fo único transformado em § 1º, com redação dada pelo De- § 2º. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto nº 7.617,
creto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, de 17/11/2011)
em vigor 30 dias após a publicação) § 4º (Revogado pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, pu-
§ 2º O INSS comunicará o beneficiário, seu re- blicado no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a pu-
presentante legal ou o seu procurador, por meio blicação)
dos canais de atendimento do INSS ou de outros § 5º O valor ressarcido será repassado pelo INSS
canais autorizados para esse fim, sobre os moti- ao Fundo Nacional de Assistência Social.
vos que levaram à cessação do benefício. (Parágra- § 6º Em nenhuma hipótese serão consignados
fo acrescido pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado débitos originários de benefícios previdenciários
no DOU de 9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) em Benefícios de Prestação Continuada. (Parágrafo
Art. 48-A. Ato conjunto do Ministério do Desen- acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
volvimento Social e Combate à Fome e do INSS CAPÍTULO VII – DAS DISPOSIÇÕES
disporá sobre a operacionalização da suspensão GERAIS E TRANSITÓRIAS
e cessação do Benefício de Prestação Continua-
Art. 50. O Ministério do Desenvolvimento Social
da. (Artigo acrescido pelo Decreto nº 7.617, de 17/11/2011)
e Combate à Fome e o INSS terão prazo até 31 de
Art. 48-B. Fica vedada a reativação de benefício maio de 2009 para implementar a avaliação da
cessado quando esgotadas todas as instâncias ad- deficiência e do grau de incapacidade prevista no
ministrativas de recurso. (Artigo acrescido pelo Decreto art. 16.
nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de 9/8/2018, em Parágrafo único. A avaliação da deficiência e da
vigor 30 dias após a publicação) incapacidade, até que se cumpra o disposto no
Art. 49. Cabe ao INSS, sem prejuízo da aplicação § 4º do art. 16, ficará restrita ao exame médico pe-
de outras medidas legais, adotar as providências ricial e laudo realizados pelos serviços de perícia
necessárias à restituição do valor do benefício pa- médica do INSS. (Artigo com redação dada pelo Decreto
go indevidamente, ressalvados os casos de rece- nº 6.564, de 19/9/2008)
bimento de boa-fé. (Caput do artigo com redação dada
pelo Decreto nº 9.462, de 8/8/2018, publicado no DOU de DECRETO Nº 7.235, DE 19
9/8/2018, em vigor 30 dias após a publicação) DE JULHO DE 2010
§ 1º O montante indevidamente pago será cor- (Publicado no DOU de 20/7/2010)
rigido pelo mesmo índice utilizado para a atuali- Regulamenta a Lei nº 12.190, de 13 de janeiro de 2010, que
zação mensal dos salários de contribuição utiliza- concede indenização por dano moral às pessoas com defi-
dos para apuração dos benefícios do Regime Geral ciência física decorrente do uso da talidomida.
de Previdência Social, e deverá ser restituído, sob O presidente da República, no uso da atribuição
pena de inscrição em Dívida Ativa e cobrança ju- que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição,
154
DECRETO Nº 7.235, DE 19 DE JULHO DE 2010
e tendo em vista o disposto na Lei nº 12.190, de 13 Art. 6º Sobre a indenização prevista no art. 2º, não
de janeiro de 2010, decreta: incidirá imposto sobre renda e proventos de qual-
Art. 1º Este Decreto estabelece normas para o pa- quer natureza.
gamento da indenização por dano moral prevista Art. 7º A indenização por danos morais de que tra-
na Lei nº 12.190, de 13 de janeiro de 2010, às pes- ta a Lei nº 12.190, de 2010, ressalvado o direito de
soas com deficiência física decorrente do uso da opção, não é acumulável com qualquer outra de
talidomida. mesma natureza concedida por decisão judicial.
Art. 2º A indenização por dano moral prevista na § 1º Caso haja ação judicial cujo objeto seja o
Lei nº 12.190, de 2010, concedida às pessoas com recebimento de indenização inacumulável com a
deficiência física decorrente do uso da talidomi- prevista neste Decreto, o pagamento ficará con-
da, consiste no pagamento de valor único igual a dicionado à apresentação do termo de opção e:
R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) multiplicado I – do pedido de desistência da ação, homolo-
pelo número dos pontos indicadores da natureza gado em juízo; ou
e do grau da dependência resultante da deformi- II – da renúncia ao crédito decorrente da ação
dade física, avaliados conforme o § 1º do art. 1º da judicial transitada em julgado, em favor do rece-
Lei nº 7.070, de 20 de dezembro de 1982. bimento da indenização de que trata este Decreto,
Art. 3º Fica o Instituto Nacional do Seguro Social homologada em juízo.
(INSS) responsável pela operacionalização do pa- § 2º Nos casos do § 1º, eventuais pagamentos rea-
gamento da indenização, nos termos deste Decre- lizados em decorrência de decisão judicial, com ou
to, com dotações específicas constantes do orça- sem trânsito em julgado, serão descontados dos va-
mento da União. lores a serem pagos, atualizados monetariamente.
Art. 4º Para o recebimento da indenização por da- § 3º Deverá constar do termo de opção referido
no moral de que trata este Decreto, a pessoa com neste Decreto que, na hipótese de recebimento ir-
deficiência física decorrente do uso da talidomida regular da indenização de que trata a Lei nº 12.190,
deverá firmar termo de opção, conforme modelo de 2010, em virtude da acumulação indevida de
anexo a este Decreto, declarando sua escolha pelo indenizações, o beneficiário autoriza que haja
recebimento da indenização por danos morais de desconto, de até trinta por cento, do valor de seu
que trata a Lei nº 12.190, de 2010, em detrimento benefício mensal concedido nos termos da Lei
de qualquer outra, da mesma natureza, concedida nº 7.070, de 1982, até a completa quitação do va-
por decisão judicial. lor pago indevidamente, acrescido da atualização
Parágrafo único. O termo de opção poderá ser
monetária correspondente.
firmado por representante legal ou procurador in-
§ 4º Em caso de fundada dúvida sobre o caráter
vestido de poderes específicos para este fim.
inacumulável das indenizações judiciais, esta se-
Art. 5º O pagamento da indenização será precedi- rá dirimida pelo órgão integrante da estrutura da
do da realização de perícia médica pelo INSS para Advocacia-Geral da União, ou a ela vinculado, res-
a identificação do número de pontos indicadores ponsável pelo acompanhamento da ação judicial
da natureza e do grau da dependência resultante que concedeu a indenização.
da deformidade física, nos moldes do § 1º do art. 1º
Art. 8º A pensão especial prevista na Lei nº 7.070,
da Lei nº 7.070, de 1982.
§ 1º Para os fins deste artigo, será considerado o de 1982, cujo direito tenha sido reconhecido ju-
resultado da perícia médica realizada por ocasião dicialmente, poderá ser acumulada com a inde-
da concessão da pensão especial de que trata a Lei nização de que trata este Decreto, observando-se
nº 7.070, de 1982. que o pagamento desta somente ocorrerá após o
§ 2º Após a assinatura do termo de opção, o trânsito em julgado da ação judicial que determi-
INSS procederá, se for o caso, ao cálculo da indeni- nou a concessão da pensão.
zação adotando como parâmetro a quantidade de § 1º O disposto no caput não se aplica às ações
pontos informados no laudo pericial, limitados ao judiciais nas quais se questione somente a quan-
máximo de oito, observado o disposto no art. 178 tidade de pontos indicadores da natureza, o grau
do Regulamento da Previdência Social, aprovado da dependência resultante da deformidade física
pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. ou apenas o valor da pensão especial concedida,
155
hipóteses em que a indenização será paga com ba- DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE
se no valor ou número de pontos incontroversos NOVEMBRO DE 2011
e o restante, se for o caso, após o trânsito em jul- (Publicado no DOU de 18/11/2011 e
republicado no DOU de 18/11/2011)
gado da ação.
§ 2º Para o pagamento da indenização de que Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional
especializado e dá outras providências.
trata este Decreto, deverá ser observado o núme-
ro de pontos indicadores da natureza e do grau da A presidenta da República, no uso das atribuições
dependência resultante da deformidade física de- que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea a,
finidos na decisão judicial que determinou a con- da Constituição, e tendo em vista o disposto no
cessão da pensão especial. art. 208, inciso III, da Constituição, arts. 58 a 60 da
§ 3º Na inexistência de informação do número Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, art. 9º,
de pontos na decisão judicial referida no § 2º, este § 2º, da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007,
art. 24 da Convenção sobre os Direitos das Pes-
será obtido por meio da divisão do valor da renda
soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo,
mensal inicial da pensão especial pelo valor do
aprovados por meio do Decreto Legislativo nº 186,
ponto vigente na data do início do benefício, ob-
de 9 de julho de 2008, com status de emenda cons-
servado o limite máximo de oito pontos.
titucional, e promulgados pelo Decreto nº 6.949,
Art. 9º O valor da indenização poderá ser recebido de 25 de agosto de 2009, decreta:
por representante legal ou procurador, desde que
Art. 1º O dever do Estado com a educação das
devidamente cadastrado no INSS.
pessoas público-alvo da educação especial será
Art. 10. O valor da indenização de que trata este efetivado de acordo com as seguintes diretrizes:
Decreto está sujeito à atualização com base no Ín- I – garantia de um sistema educacional inclusi-
dice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), vo em todos os níveis, sem discriminação e com
apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geo- base na igualdade de oportunidades;
grafia e Estatística (IBGE), com efeitos a partir de II – aprendizado ao longo de toda a vida;
1º de janeiro de 2010, na forma do art. 6º da Lei III – não exclusão do sistema educacional geral
nº 12.190, de 2010. sob alegação de deficiência;
Art. 11. Ficam o Ministério da Previdência Social IV – garantia de ensino fundamental gratuito e
compulsório, asseguradas adaptações razoáveis
e o INSS autorizados a editar normas complemen-
de acordo com as necessidades individuais;
tares que se fizerem necessárias ao cumprimento
V – oferta de apoio necessário, no âmbito do sis-
deste Decreto.
tema educacional geral, com vistas a facilitar sua
Art. 12. O INSS terá prazo de até cento e vinte dias, efetiva educação;
a contar da publicação deste Decreto, para iniciar VI – adoção de medidas de apoio individualiza-
os pagamentos referentes às indenizações previs- das e efetivas, em ambientes que maximizem o de-
tas na Lei nº 12.190, de 2010, observado o dispos- senvolvimento acadêmico e social, de acordo com
to no art. 3º. a meta de inclusão plena;
Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de VII – oferta de educação especial preferencial-
sua publicação. mente na rede regular de ensino; e
VIII – apoio técnico e financeiro pelo Poder Pú-
Brasília, 19 de julho de 2010; 189º da
Independência e 122º da República. blico às instituições privadas sem fins lucrativos,
especializadas e com atuação exclusiva em edu-
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Guido Mantega cação especial.
José Gomes Temporão § 1º Para fins deste Decreto, considera-se público-
Paulo Bernardo Silva -alvo da educação especial as pessoas com defi-
Carlos Eduardo Gabas
Paulo de Tarso Vannuchi ciência, com transtornos globais do desenvolvi-
mento e com altas habilidades ou superdotação.
ANEXO § 2º No caso dos estudantes surdos e com defi-
(Disponível em: <https://www2.camara. ciência auditiva serão observadas as diretrizes e
leg.br/legin/fed/decret/2010/decreto-7235- princípios dispostos no Decreto nº 5.626, de 22 de
19-julho-2010-607317-anexo-pe.pdf>) dezembro de 2005.
156
DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011
Art. 2º A educação especial deve garantir os ser- do atendimento educacional especializado aos es-
viços de apoio especializado voltado a eliminar as tudantes com deficiência, transtornos globais do
barreiras que possam obstruir o processo de esco- desenvolvimento e altas habilidades ou superdo-
larização de estudantes com deficiência, transtor- tação, matriculados na rede pública de ensino re-
nos globais do desenvolvimento e altas habilida- gular.
des ou superdotação. § 1º As instituições comunitárias, confessionais
§ 1º Para fins deste Decreto, os serviços de que ou filantrópicas sem fins lucrativos de que trata o
trata o caput serão denominados atendimento caput devem ter atuação na educação especial e
educacional especializado, compreendido como serem conveniadas com o Poder Executivo do en-
o conjunto de atividades, recursos de acessibili- te federativo competente.
dade e pedagógicos organizados institucional e § 2º O apoio técnico e financeiro de que trata o
continuamente, prestado das seguintes formas: caput contemplará as seguintes ações:
I – complementar à formação dos estudantes I – aprimoramento do atendimento educacional
com deficiência, transtornos globais do desenvol- especializado já ofertado;
vimento, como apoio permanente e limitado no II – implantação de salas de recursos multifun-
tempo e na frequência dos estudantes às salas de cionais;
recursos multifuncionais; ou III – formação continuada de professores, inclu-
II – suplementar à formação de estudantes com sive para o desenvolvimento da educação bilíngue
altas habilidades ou superdotação. para estudantes surdos ou com deficiência auditi-
§ 2º O atendimento educacional especializado va e do ensino do Braile para estudantes cegos ou
deve integrar a proposta pedagógica da escola, com baixa visão;
envolver a participação da família para garantir IV – formação de gestores, educadores e demais
pleno acesso e participação dos estudantes, aten- profissionais da escola para a educação na pers-
der às necessidades específicas das pessoas públi- pectiva da educação inclusiva, particularmente
co-alvo da educação especial, e ser realizado em na aprendizagem, na participação e na criação de
articulação com as demais políticas públicas. vínculos interpessoais;
Art. 3º São objetivos do atendimento educacional V – adequação arquitetônica de prédios escola-
especializado: res para acessibilidade;
I – prover condições de acesso, participação e VI – elaboração, produção e distribuição de re-
aprendizagem no ensino regular e garantir servi- cursos educacionais para a acessibilidade; e
ços de apoio especializados de acordo com as ne- VII – estruturação de núcleos de acessibilidade
cessidades individuais dos estudantes; nas instituições federais de educação superior.
II – garantir a transversalidade das ações da § 3º As salas de recursos multifuncionais são
educação especial no ensino regular; ambientes dotados de equipamentos, mobiliários
III – fomentar o desenvolvimento de recursos di- e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta
dáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras do atendimento educacional especializado.
no processo de ensino e aprendizagem; e § 4º A produção e a distribuição de recursos
IV – assegurar condições para a continuidade de educacionais para a acessibilidade e aprendiza-
estudos nos demais níveis, etapas e modalidades gem incluem materiais didáticos e paradidáticos
de ensino. em Braille, áudio e Língua Brasileira de Sinais (Li-
Art. 4º O Poder Público estimulará o acesso ao bras), laptops com sintetizador de voz, softwares
atendimento educacional especializado de forma para comunicação alternativa e outras ajudas téc-
complementar ou suplementar ao ensino regu- nicas que possibilitam o acesso ao currículo.
lar, assegurando a dupla matrícula nos termos do § 5º Os núcleos de acessibilidade nas institui-
art. 9º-A do Decreto nº 6.253, de 13 de novembro ções federais de educação superior visam eliminar
de 2007. barreiras físicas, de comunicação e de informa-
Art. 5º A União prestará apoio técnico e financeiro ção que restringem a participação e o desenvol-
aos sistemas públicos de ensino dos Estados, Mu- vimento acadêmico e social de estudantes com
nicípios e Distrito Federal, e a instituições comu- deficiência.
nitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins Art. 6º O Ministério da Educação disciplinará
lucrativos, com a finalidade de ampliar a oferta os requisitos, as condições de participação e os
157
procedimentos para apresentação de demandas de natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
para apoio técnico e financeiro direcionado ao os quais, em interação com diversas barreiras, po-
atendimento educacional especializado. dem obstruir sua participação plena e efetiva na
Art. 7º O Ministério da Educação realizará o acom- sociedade em igualdades de condições com as de-
panhamento e o monitoramento do acesso à es- mais pessoas.
cola por parte dos beneficiários do benefício de Art. 3º São diretrizes do Plano Viver sem Limite:
prestação continuada, em colaboração com o Mi- I – garantia de um sistema educacional inclu-
nistério da Saúde, o Ministério do Desenvolvimen- sivo;
to Social e Combate à Fome e a Secretaria de Direi- II – garantia de que os equipamentos públicos
tos Humanos da Presidência da República. de educação sejam acessíveis para as pessoas
[...] com deficiência, inclusive por meio de transpor-
te adequado;
Art. 9º As despesas decorrentes da execução das
III – ampliação da participação das pessoas com
disposições constantes deste Decreto correrão por
deficiência no mercado de trabalho, mediante sua
conta das dotações próprias consignadas ao Mi-
capacitação e qualificação profissional;
nistério da Educação.
IV – ampliação do acesso das pessoas com defi-
Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de ciência às políticas de assistência social e de com-
sua publicação. bate à extrema pobreza;
Art. 11. Fica revogado o Decreto nº 6.571, de 17 de V – prevenção das causas de deficiência;
setembro de 2008. VI – ampliação e qualificação da rede de aten-
Brasília, 17 de novembro de 2011; 190º da ção à saúde da pessoa com deficiência, em espe-
Independência e 123º da República. cial os serviços de habilitação e reabilitação;
DILMA ROUSSEFF VII – ampliação do acesso das pessoas com de-
Fernando Haddad ficiência à habitação adaptável e com recursos de
acessibilidade; e
DECRETO Nº 7.612, DE 17 DE VIII – promoção do acesso, do desenvolvimento
NOVEMBRO DE 2011 e da inovação em tecnologia assistiva.
(Publicado no DOU de 18/11/2011)
Art. 4º São eixos de atuação do Plano Viver sem
Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Defi- Limite:
ciência (Plano Viver sem Limite).
I – acesso à educação;
A presidenta da República, no uso da atribuição II – atenção à saúde;
que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea a, da III – inclusão social; e
Constituição, decreta: IV – acessibilidade.
Art. 1º Fica instituído o Plano Nacional dos Direi- Parágrafo único. As políticas, programas e ações
tos da Pessoa com Deficiência (Plano Viver sem Li- integrantes do Plano Viver sem Limite e suas res-
mite), com a finalidade de promover, por meio da pectivas metas serão definidos pelo Comitê Gestor
integração e articulação de políticas, programas e de que trata o art. 5º.
ações, o exercício pleno e equitativo dos direitos Arts. 5º a 7º (Declarados revogados pelo Decreto nº 9.784,
das pessoas com deficiência, nos termos da Con- de 7/5/2019, em vigor em 28/6/2019)
venção Internacional sobre os Direitos das Pes- Art. 8º Os órgãos envolvidos na implementação
soas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, do Plano deverão assegurar a disponibilização,
aprovados por meio do Decreto Legislativo nº 186, em sistema específico, de informações sobre as
de 9 de julho de 2008, com status de emenda cons- políticas, programas e ações a serem implementa-
titucional, e promulgados pelo Decreto nº 6.949, dos, suas respectivas dotações orçamentárias e os
de 25 de agosto de 2009. resultados da execução no âmbito de suas áreas
Parágrafo único. O Plano Viver sem Limite se- de atuação.
rá executado pela União em colaboração com Art. 9º A vinculação do Município, Estado ou Dis-
Estados, Distrito Federal, Municípios, e com a so- trito Federal ao Plano Viver sem Limite ocorrerá
ciedade. por meio de termo de adesão voluntária, com ob-
Art. 2º São consideradas pessoas com deficiên- jeto conforme às diretrizes estabelecidas neste
cia aquelas que têm impedimentos de longo prazo Decreto.
158
DECRETO Nº 7.988, DE 17 DE ABRIL DE 2013
Art. 10. Caso aprovado o projeto pelo Ministério IX – prestação de informações incompletas, dis-
da Saúde, a instituição ficará apta a captar e cana- tintas ou falsas em relação às solicitadas pelo Mi-
lizar recursos para sua execução. nistério da Saúde para análise e acompanhamen-
Parágrafo único. O Ministério da Saúde divul- to do projeto; e
gará em meio oficial as instituições e respectivos X – concessão a patrocinador ou doador vanta-
projetos considerados aptos a participar do Pro- gem de qualquer espécie ou bem em razão do pa-
non e do Pronas/PCD. trocínio ou da doação.
Art. 11. As ações e serviços executados no âmbito Art. 14. Constatada a ocorrência de execução de
do Pronon e do Pronas/PCD terão o seu desenvol- má qualidade ou de inexecução parcial ou com-
vimento acompanhado e avaliado pelo Ministério pleta das ações e serviços previstos no projeto, o
da Saúde, conforme ato do Ministro de Estado da Ministério da Saúde notificará a instituição para
Saúde, observada a necessidade de participação que, no prazo de dez dias, se manifeste.
do controle social, nos termos da Lei nº 8.142, de § 1º Depois do recebimento das informações
28 de dezembro de 1990. prestadas pela instituição:
§ 1º A avaliação pelo Ministério da Saúde da cor- I – caso entenda que não tenha ocorrido quais-
reta aplicação dos recursos recebidos terá lugar ao quer dos fatos descritos no art. 13, o Ministério da
Saúde analisará a possibilidade de concessão, me-
final do desenvolvimento das ações e serviços, ou
diante decisão motivada, de novo prazo, no máxi-
ocorrerá anualmente, se permanentes.
mo de seis meses, para que o projeto seja devida-
§ 2º Os incentivadores e instituições destinatá-
mente executado; ou
rias deverão, nos termos de ato do Ministro de Es-
II – caso entenda que tenha ocorrido quaisquer
tado da Saúde, comunicar-lhe os incentivos rea-
dos fatos descritos no art. 13, o Ministério da Saú-
lizados e recebidos, cabendo aos destinatários a
de notificará novamente a instituição, com indi-
comprovação de sua aplicação.
cação do evento, para que, no prazo de dez dias,
§ 3º Deverá ser elaborado relatório de avaliação
apresente sua manifestação.
e acompanhamento das ações e serviços previs-
§ 2º Na hipótese do inciso II do § 1º, prestadas as
tos no caput e publicado no sítio do Ministério da
informações pela instituição, o Ministério da Saú-
Saúde na Internet.
de decidirá, de forma motivada, pela ocorrência
Art. 12. Em caso de execução de má qualidade ou não do fato descrito no art. 13, e:
ou de inexecução parcial ou completa das ações e I – caso decida pela inocorrência do fato des-
serviços previstos no projeto, o Ministério da Saú- crito no art. 13, aplica-se o disposto no inciso I do
de poderá inabilitar, por até três anos, a institui- § 1º; e
ção destinatária. II – caso decida pela ocorrência do fato descri-
Parágrafo único. O Ministério da Saúde divulga- to no art. 13, inabilitará a instituição destinatária,
rá em meio oficial as instituições consideradas ina- por até três anos, observados critérios de razoabi-
bilitadas, com o respectivo prazo de inabilitação lidade e proporcionalidade e a gravidade do fato
para participar do Pronon e do Pronas/PCD. ocorrido.
Art. 13. Para fins do disposto no art. 12, são crité- Art. 15. Caberá recurso para o Ministro de Esta-
rios para a inabilitação da instituição destinatária: do da Saúde, da decisão de que trata o inciso I do
I – dolo ou má-fé; § 1º e o inciso II do § 2º, no prazo de quinze dias,
II – violação da dignidade da pessoa humana; contado da notificação da instituição destinatária.
III – prejuízo à saúde ou à vida do cidadão; CAPÍTULO IV – DA DEDUÇÃO DO IMPOSTO SOBRE
IV – descumprimento de normas éticas ou le- A RENDA DOS VALORES CORRESPONDENTES
gais; ÀS DOAÇÕES E AOS PATROCÍNIOS NO
V – descumprimento da política definida para o ÂMBITO DO PRONON E DO PRONAS/PCD
setor no Plano Nacional de Saúde e nas diretrizes Art. 16. A União facultará às pessoas físicas, a
do Ministério da Saúde; partir do ano-calendário de 2012 até o ano-ca-
VI – prejuízo ao erário; lendário de 2015, e às pessoas jurídicas, a partir
VII – uso do projeto com intuito lucrativo; do ano-calendário de 2013 até o ano-calendário
VIII – prejuízo das finalidades institucionais de- de 2016, na qualidade de incentivadoras, a op-
senvolvidas pelo SUS; ção de deduzirem do imposto sobre a renda os
161
valores correspondentes às doações e aos patro- II – relativamente às pessoas jurídicas tributa-
cínios diretamente efetuados em prol de ações e das com base no lucro real:
serviços desenvolvidos no âmbito do Pronon e do a) deverão corresponder às doações e aos pa-
Pronas/PCD, previamente aprovados pelo Minis- trocínios efetuados dentro do período de apura-
tério da Saúde e desenvolvidos pelas instituições ção trimestral ou anual do imposto; e
destinatárias a que se referem os arts. 3º e 6º. b) ficam limitadas a um por cento do imposto
§ 1º As doações poderão assumir as seguintes sobre a renda devido em cada período de apura-
espécies de atos gratuitos: ção trimestral ou anual com relação ao Pronon e
I – transferência de quantias em dinheiro; a um por cento do imposto sobre a renda devido
II – transferência de bens móveis ou imóveis; em cada período de apuração trimestral ou anual
III – comodato ou cessão de uso de bens imóveis com relação ao Pronas/PCD, observado em ambas
ou equipamentos; as hipóteses o disposto no § 4º do art. 3º da Lei
IV – realização de despesas em conservação, nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.
manutenção ou reparos nos bens móveis, imó- § 7º Os benefícios de que trata este artigo não
veis e equipamentos, inclusive os referidos no in- excluem outros benefícios, abatimentos e dedu-
ciso III; e ções em vigor.
V – fornecimento de material de consumo, hos- Art. 17. Na hipótese da doação em bens, o doador
pitalar ou clínico, de medicamentos ou de produ- deverá considerar como valor dos bens doados:
tos de alimentação. I – para as pessoas físicas, o valor constante da
§ 2º Considera-se patrocínio a prestação do in- última declaração do imposto sobre a renda; e
centivo com finalidade promocional. II – para as pessoas jurídicas, o valor contábil
§ 3º A pessoa física incentivadora poderá dedu- dos bens.
zir do imposto sobre a renda devido, apurado na Parágrafo único. Em qualquer das hipóteses
Declaração de Ajuste Anual, o valor total das doa- previstas no § 1º do art. 16, o valor da dedução
ções e dos patrocínios. não poderá ultrapassar o valor de mercado.
§ 4º A pessoa jurídica incentivadora tributada Art. 18. A instituição destinatária titular da ação
com base no lucro real poderá deduzir do imposto ou serviço definido nos arts. 4º e 7º deve emitir re-
sobre a renda devido, em cada período de apura- cibo em favor do doador ou patrocinador, na for-
ção, trimestral ou anual, o valor total das doações ma e condições estabelecidas em ato da Secreta-
e dos patrocínios, vedada a dedução como des- ria da Receita Federal do Brasil do Ministério da
pesa operacional. Fazenda.
§ 5º O valor global máximo das deduções de
Art. 19. Para aplicação do disposto no art. 16, as
que trata este artigo será fixado anualmente por
ações e serviços definidos nos arts. 4º e 7º deve-
ato conjunto dos Ministros de Estado da Fazenda
rão ser previamente aprovados pelo Ministério da
e da Saúde com base em um percentual da renda
Saúde nos termos do art. 10.
tributável das pessoas físicas e do imposto sobre
a renda devido pelas pessoas jurídicas tributadas CAPÍTULO V – DA APLICAÇÃO E MOVIMENTAÇÃO
com base no lucro real. DOS RECURSOS FINANCEIROS
§ 6º As deduções de que trata este artigo: Art. 20. Os recursos objeto de doação ou patro-
I – relativamente às pessoas físicas: cínio deverão ser depositados e movimentados
a) ficam limitadas ao valor das doações efetua- em conta bancária específica em nome do desti-
das no ano-calendário a que se referir a Declara- natário.
ção de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Parágrafo único. Não serão considerados, para
Pessoa Física; fins de comprovação do incentivo, os aportes em
b) aplicam-se à declaração de ajuste anual utili- relação aos quais não se cumpra o disposto nes-
zando-se a opção pelas deduções legais; e te artigo.
c) ficam limitadas a um por cento do imposto Art. 21. Nenhuma aplicação dos recursos poderá
sobre a renda devido com relação ao Pronon e a ser efetuada mediante intermediação.
um por cento do imposto sobre a renda devido Parágrafo único. Não configura intermediação a
com relação ao Pronas/PCD; e contratação de serviços de:
162
DECRETO Nº 8.368, DE 2 DE DEZEMBRO DE 2014
Art. 22. O valor dos recursos despendidos e o Regulamenta a Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012,
conteúdo das atividades desenvolvidas no âmbi- que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da
Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
to dos projetos relativos ao Pronon e ao Pronas/
PCD deverão ser objeto de relatórios e encaminha- A presidenta da República, no uso da atribui-
dos ao Ministério da Saúde para acompanhamen- ção que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da
to e fiscalização, sem prejuízo das atribuições dos Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei
órgãos de fiscalização tributária. nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012, decreta:
Parágrafo único. Os relatórios deverão ser Art. 1º A pessoa com transtorno do espectro au-
acompanhados de demonstrações contábeis e tista é considerada pessoa com deficiência, para
financeiras, submetidas a parecer conclusivo de todos os efeitos legais.
auditoria independente, realizada por instituição Parágrafo único. Aplicam-se às pessoas com
credenciada perante o respectivo conselho regio- transtorno do espectro autista os direitos e obri-
nal de contabilidade. gações previstos na Convenção Internacional so-
Art. 23. O Ministério da Saúde enviará, nos termos bre os Direitos da Pessoa com Deficiência e seu
de ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil Protocolo Facultativo, promulgados pelo Decreto
do Ministério da Fazenda, informações a respeito nº 6.949, de 25 de agosto de 2009, e na legislação
dos projetos aprovados no âmbito do Pronon e do pertinente às pessoas com deficiência.
Pronas/PCD.
Art. 2º É garantido à pessoa com transtorno do es-
CAPÍTULO VI – DAS INFRAÇÕES pectro autista o direito à saúde no âmbito do Sis-
Art. 24. Constitui infração ao disposto na Lei tema Único de Saúde (SUS), respeitadas as suas
nº 12.715, de 2012, e neste Decreto o recebimen- especificidades.
to pelo patrocinador de vantagem financeira ou § 1º Ao Ministério da Saúde compete:
bem, em razão do patrocínio. I – promover a qualificação e a articulação das
ações e dos serviços da Rede de Atenção à Saúde
Art. 25. As infrações ao disposto na Lei nº 12.715,
de 2012, e neste Decreto, sem prejuízo das san- para assistência à saúde adequada das pessoas
ções penais cabíveis, sujeitarão o doador ou pa- com transtorno do espectro autista, para garantir:
trocinador ao pagamento do valor atualizado do a) o cuidado integral no âmbito da atenção bá-
imposto sobre a renda devido em relação a cada sica, especializada e hospitalar;
exercício financeiro e das penalidades e demais b) a ampliação e o fortalecimento da oferta de
acréscimos previstos na legislação vigente. serviços de cuidados em saúde bucal das pessoas
Parágrafo único. Na hipótese de dolo, fraude ou com espectro autista na atenção básica, especiali-
simulação, inclusive no caso de desvio de finali- zada e hospitalar; e
dade, será aplicada ao doador e ao beneficiário c) a qualificação e o fortalecimento da rede de
multa correspondente a duas vezes o valor da van- atenção psicossocial e da rede de cuidados de
tagem auferida indevidamente. saúde da pessoa com deficiência no atendimento
Art. 26. Em caso de má execução ou inexecução das pessoas com o transtorno do espectro autista,
parcial ou total do projeto desenvolvido no âmbi- que envolva diagnóstico diferencial, estimulação
to do Pronon ou do Pronas/PCD, além do disposto precoce, habilitação, reabilitação e outros proce-
nos arts. 12 e 25, a entidade donatária ou patroci- dimentos definidos pelo projeto terapêutico sin-
nada ficará sujeita às demais responsabilizações gular;
cabíveis. II – garantir a disponibilidade de medicamentos
incorporados ao SUS necessários ao tratamento
Art. 27. Este Decreto entra em vigor na data de
de pessoas com transtorno do espectro autista;
sua publicação.
III – apoiar e promover processos de educação
Brasília, 17 de abril de 2013; 192º da
permanente e de qualificação técnica dos profis-
Independência e 125º da República.
sionais da Rede de Atenção à Saúde quanto ao
DILMA ROUSSEFF
Nelson Henrique Barbosa Filho atendimento das pessoas com o transtorno do
Alexandre Rocha Santos Padilha espectro autista;
163
IV – apoiar pesquisas que visem ao aprimora- cação da multa ao Ministério Público e ao Conse-
mento da atenção à saúde e à melhoria da quali- lho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiên-
dade de vida das pessoas com transtorno do es- cia (Conade).
pectro autista; e § 3º O valor da multa será calculado tomando-se
V – adotar diretrizes clínicas e terapêuticas com por base o número de matrículas recusadas pe-
orientações referentes ao cuidado à saúde das lo gestor, as justificativas apresentadas e a rein-
pessoas com transtorno do espectro autista, ob- cidência.
servando suas especificidades de acessibilidade, Art. 6º Qualquer interessado poderá denunciar a
de comunicação e atendimento. recusa da matrícula de estudantes com deficiên-
§ 2º A atenção à saúde à pessoa com transtorno cia ao órgão administrativo competente.
do espectro autista tomará como base a Classifi- Art. 7º O órgão público federal que tomar conhe-
cação Internacional de Funcionalidade, Incapaci- cimento da recusa de matrícula de pessoas com
dade e Saúde (CIF) e a Classificação Internacional deficiência em instituições de ensino vinculadas
de Doenças (CID-10). aos sistemas de ensino estadual, distrital ou muni-
Art. 3º É garantida proteção social à pessoa com cipal deverá comunicar a recusa aos órgãos com-
transtorno do espectro autista em situações de petentes pelos respectivos sistemas de ensino e
vulnerabilidade ou risco social ou pessoal, nos ao Ministério Público.
termos da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Art. 8º A Secretaria de Direitos Humanos da Presi-
Art. 4º É dever do Estado, da família, da comuni- dência da República, juntamente ao Conade, pro-
dade escolar e da sociedade assegurar o direito moverá campanhas de conscientização sobre os
da pessoa com transtorno do espectro autista à direitos das pessoas com transtorno do espectro
educação, em sistema educacional inclusivo, ga- autista e suas famílias.
rantida a transversalidade da educação especial Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua
desde a educação infantil até a educação superior. publicação.
§ 1º O direito de que trata o caput será assegura- Brasília, 2 de dezembro de 2014; 193º da
do nas políticas de educação, sem discriminação e Independência e 126º da República.
com base na igualdade de oportunidades, de acor- DILMA ROUSSEFF
do com os preceitos da Convenção Internacional José Henrique Paim Fernandes
Arthur Chioro
sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência. Ideli Salvatti
§ 2º Caso seja comprovada a necessidade de
apoio às atividades de comunicação, interação so- DECRETO Nº 8.816, DE 20
cial, locomoção, alimentação e cuidados pessoais, DE JULHO DE 2016
a instituição de ensino em que a pessoa com trans- (Publicado no DOU de 21/7/2016)
torno do espectro autista ou com outra deficiência Regulamenta a Lei nº 13.284, de 10 de maio de 2016, para
estiver matriculada disponibilizará acompanhan- dispor sobre a reserva de assentos para pessoas com defi-
te especializado no contexto escolar, nos termos ciência e pessoas com mobilidade reduzida.
do parágrafo único do art. 3º da Lei nº 12.764, de O vice-presidente da República, no exercício do
2012. cargo de presidente da República, no uso da atri-
Art. 5º Ao tomar conhecimento da recusa de ma- buição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV,
trícula, o órgão competente ouvirá o gestor escolar da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei
e decidirá pela aplicação da multa de que trata o nº 13.146, de 6 de julho de 2015, e na Lei nº 13.284,
caput do art. 7º da Lei nº 12.764, de 2012. de 10 de maio de 2016, decreta:
§ 1º Caberá ao Ministério da Educação a aplica- Art. 1º Este Decreto regulamenta o art. 24 da Lei
ção da multa de que trata o caput, no âmbito dos nº 13.284, de 10 de maio de 2016, que trata da re-
estabelecimentos de ensino a ele vinculados e das serva de assentos, para pessoas com deficiência e
instituições de educação superior privadas, obser- pessoas com mobilidade reduzida e seus acompa-
vado o procedimento previsto na Lei nº 9.784, de nhantes, em estádios, ginásios de esporte e outras
29 de janeiro de 1999. instalações que sediarão ou apoiarão a realização
§ 2º O Ministério da Educação dará ciência da de eventos dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
instauração do processo administrativo para apli- Rio 2016.
164
DECRETO Nº 8.816, DE 20 DE JULHO DE 2016
Art. 2º Para os fins deste Decreto considera-se: com mobilidade reduzida e seus acompanhantes,
I – pessoa com deficiência – aquela que tem im- esses assentos poderão, excepcionalmente, ser
pedimento de longo prazo de natureza física, men- ocupados por pessoas sem deficiência ou que não
tal, intelectual ou sensorial que, em interação com tenham mobilidade reduzida.
uma ou mais barreiras, pode obstruir sua partici- § 1º A reserva de assentos de que trata o caput
pação plena e efetiva na sociedade em igualdade será garantida até quinze dias antes da abertura
de condições com as demais pessoas; oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e quinze dias
II – pessoa com mobilidade reduzida – aquela antes da abertura oficial dos Jogos Paraolímpicos
que tem, por qualquer motivo, dificuldade de mo- Rio 2016.
vimentação, permanente ou temporária, gerando § 2º Vencido o prazo estabelecido no § 1º, as en-
redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, tidades organizadoras dos Jogos Olímpicos e Pa-
da coordenação motora ou da percepção, incluí- raolímpicos Rio 2016 poderão disponibilizar para
da a pessoa idosa, a gestante, a lactante, a pessoa venda ao público em geral os assentos reservados
e não vendidos, mantendo a reserva:
com criança de colo e o obeso; e
I – de no mínimo 1% (um por cento) para pes-
III – acompanhante – aquele que acompanha a
soas com deficiência e seus acompanhantes e de
pessoa com deficiência ou a pessoa com mobilida-
0,5% (meio por cento) para pessoas com mobili-
de reduzida, que desempenhe ou não as funções
dade reduzida e seus acompanhantes, para cada
de atendente pessoal.
sessão de modalidade desportiva dos Jogos Olím-
Art. 3º Estão incluídos na proporção de no míni- picos Rio 2016; e
mo 4% (quatro por cento) de assentos para pes- II – de no mínimo 2% (dois por cento) para pes-
soas com deficiência e de 2% (dois por cento) de soas com deficiência e seus acompanhantes e de
assentos para pessoas com mobilidade reduzida 1% (um por cento) para pessoas com mobilidade
os assentos destinados aos seus acompanhantes. reduzida e seus acompanhantes, para cada sessão
§ 1º Os espaços destinados para pessoas em de modalidade desportiva dos Jogos Paraolímpi-
cadeira de rodas e seus acompanhantes estão in- cos Rio 2016.
cluídos na reserva de assentos para pessoas com § 3º No prazo de setenta e duas horas, contado
deficiência. do início da venda de ingressos para os Jogos
§ 2º O assento para o acompanhante a que se Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 ao público
refere o caput será localizado, obrigatoriamente, em geral, as entidades organizadoras dos even-
ao lado do espaço reservado para pessoa com de- tos deverão comprovar à Secretaria Especial dos
ficiência ou com mobilidade reduzida. Direitos da Pessoa com Deficiência do Ministério
§ 3º Os espaços e assentos reservados serão da Justiça e Cidadania que não houve procura pe-
identificados no mapa de assentos localizados los assentos reservados.
junto à bilheteria e nos sítios eletrônicos de venda § 4º Para a comprovação de que trata o § 3º, de-
de ingressos para os Jogos Olímpicos e Paraolím- verão ser apresentados, no mínimo:
picos Rio 2016 e de divulgação. I – o número total de assentos disponibilizados
para cada sessão de modalidade desportiva;
Art. 4º Os sítios eletrônicos de venda de ingressos
II – o número de assentos e espaços reservados
para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016
para pessoas com deficiência e seus acompanhan-
e de divulgação observarão as melhores práticas
tes e o número dos que não foram vendidos em
e diretrizes de acessibilidade adotadas internacio-
cada sessão de modalidade desportiva;
nalmente.
III – o número de assentos reservados para pes-
Parágrafo único. Os sítios eletrônicos de venda
soas com mobilidade reduzida e seus acompa-
de ingressos para os Jogos Olímpicos e Paraolím- nhantes e o número dos que não foram vendidos
picos Rio 2016 e de divulgação conterão informa- em cada sessão de modalidade desportiva;
ções sobre os recursos de acessibilidade disponí- IV – comprovante da divulgação sobre o descon-
veis nos eventos. to de 50% (cinquenta por cento) para pessoas com
Art. 5º Conforme o disposto no § 2º do art. 44 da deficiência e pessoas acima de sessenta anos nos
Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, no caso de sítios eletrônicos de venda de ingressos para os
haver não procura comprovada pelos assentos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 e de di-
reservados a pessoas com deficiência e pessoas vulgação;
165
V – comprovante de padrões de acessibilidade § 2º As áreas comuns do estabelecimento, ou
mínimos do sítio eletrônico de vendas de ingres- seja, todas as áreas de livre acesso aos hóspedes,
sos para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio incluídos, entre outros, garagem, estacionamen-
2016, de acordo com as diretrizes a que se refere to, calçadas, recepção, área de acesso a compu-
o caput do art. 4º; e tadores, escadas, rampas, elevadores, áreas de
VI – comprovante da disponibilização dos recur- circulação, restaurantes, áreas de lazer, salas de
sos de acessibilidade no evento, de acordo com o ginástica, salas de convenções, spa, piscinas, sau-
disposto no parágrafo único do art. 4º. nas, salões de cabelereiro, lojas e demais espaços
Art. 6º O descumprimento das determinações destinados à locação localizados no complexo ho-
contidas neste Decreto sujeitará as entidades or- teleiro, deverão observar as normas aplicáveis às
ganizadoras a que se refere o inciso IV do caput edificações de uso coletivo previstas no Decreto
da Lei nº 13.284, de 2016, ao pagamento de multa. nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, e as normas
Parágrafo único. A multa corresponderá a 100% técnicas de acessibilidade da ABNT.
(cem por cento) do preço dos ingressos da reserva § 3º O disposto no caput aplica-se aos projetos
referente a cada sessão esportiva em que houver o arquitetônicos protocolados a partir de 3 de janei-
descumprimento de que trata o caput. ro de 2018 nos órgãos competentes, para aprova-
ção, observado o prazo estabelecido no art. 125,
Art. 7º Este Decreto entra em vigor na data de sua
caput, inciso III, da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
publicação.
2015.
Brasília, 20 de julho de 2016; 195º da
§ 4º As ajudas técnicas e os recursos de aces-
Independência e 128º da República.
sibilidade exigíveis sob demanda, constantes do
MICHEL TEMER
Alexandre de Moraes Anexo III, deverão ser solicitados pelo hóspede no
momento da reserva junto ao estabelecimento.
DECRETO Nº 9.296, DE 1º DE § 5º Os estabelecimentos disporão do prazo de
MARÇO DE 2018 vinte e quatro horas para atender as ajudas técni-
(Publicado no DOU de 2/3/2018) cas e os recursos de acessibilidade exigíveis sob
Regulamenta o art. 45 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, demanda de que trata o Anexo III.
que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Defi- § 6º Na hipótese de a solicitação ocorrer em pra-
ciência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). zo inferior àquele previsto no § 5º, o prazo para o
O presidente da República, no uso da atribuição atendimento às ajudas técnicas e aos recursos de
que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Cons- acessibilidade será contado a partir do momento
tituição, e tendo em vista o disposto no art. 45 da da solicitação junto ao estabelecimento.
Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, decreta: Art. 2º Observado o disposto no § 2º do art. 1º, os
Art. 1º A concepção e a implementação dos pro- estabelecimentos deverão disponibilizar, no mí-
jetos arquitetônicos de hotéis, pousadas e estru- nimo:
turas similares deverão atender aos princípios do I – cinco por cento dos dormitórios, respeitado
desenho universal e ter como referências básicas o mínimo de um, com as características construti-
as normas técnicas de acessibilidade da Associa- vas e os recursos de acessibilidade estabelecidos
ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a legis- no Anexo I;
lação específica e as disposições deste Decreto, II – as ajudas técnicas e os recursos de acessibi-
especialmente quanto aos Anexos I, II e III. lidade constantes do Anexo II para noventa e cinco
§ 1º O atendimento aos princípios do desenho por cento dos demais dormitórios; e
universal nos projetos arquitetônicos de hotéis, III – quando solicitados pelo hóspede nos ter-
pousadas e estruturas similares pressupõe que o mos estabelecidos no § 4º do art. 1º, as ajudas téc-
estabelecimento, como um todo, possa receber, nicas e os recursos de acessibilidade constantes
na maior medida possível, o maior número de do Anexo III.
hóspedes, independentemente de sua condição Parágrafo único. Os dormitórios a que se refere
física, sensorial, intelectual ou mental, e garantir o inciso I do caput não poderão estar isolados dos
que essas pessoas possam desfrutar de todas as demais e deverão estar distribuídos por todos os
comodidades oferecidas. níveis de serviços e localizados em rota acessível.
166
DECRETO Nº 9.296, DE 1º DE MARÇO DE 2018
168
DECRETO Nº 9.405, DE 11 DE JUNHO DE 2018
valor limite movimentado por operação e o inters- cem vigentes no que a regulamentação específica
tício mínimo entre movimentações realizadas em não dispuser em contrário.
decorrência da referida aquisição, que não poderá
ser inferior a dois anos. Art. 3º O Agente Operador do FGTS editará, no pra-
zo de até cento e vinte dias, contado da data da
[...]
publicação deste Decreto, atos normativos refe-
§ 11. Para efeito da movimentação da conta vin-
culada na forma do inciso XV do caput, considera-se:
rentes aos procedimentos administrativos e ope-
racionais a serem observados para a movimen-
a) trabalhador com deficiência – aquele que tem
impedimento de longo prazo de natureza física ou tação das contas vinculadas para a aquisição de
sensorial; e órtese ou prótese, com vista à promoção da aces-
b) impedimento de longo prazo – aquele que sibilidade e da inclusão social do trabalhador com
produza efeitos pelo prazo mínimo de dois anos e deficiência, nos termos do disposto no inciso XV
que, em interação com uma ou mais barreiras, pos- do caput do art. 35 do Decreto nº 99.684, de 1990.
sa obstruir a participação plena e efetiva do traba-
Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua
lhador na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
publicação.
170
DECRETO Nº 9.451, DE 26 DE JULHO DE 2018
ção serão concedidos os seguintes prazos, conta- novadas, de acordo com as normas de renovação
dos da data de publicação deste Decreto, para que vigentes estabelecidas pelos órgãos competentes.
as adaptações necessárias para o cumprimento do § 3º No cálculo do percentual de que trata o
previsto no caput sejam realizadas: caput, serão desconsideradas as frações de uni-
I – trinta e seis meses, no caso de empresas de dade.
pequeno porte; e § 4º Enquanto não houver a renovação da frota,
II – quarenta e oito meses, no caso de microem- a microempresa ou a empresa de pequeno porte
presas e microempreendedores individuais. deverá oferecer, no mínimo, um veículo adaptado
§ 2º As unidades serão localizadas em rotas para o uso por pessoa com deficiência.
acessíveis dentro do estabelecimento. § 5º Para cumprimento do disposto no caput, a
§ 3º Os estabelecimentos que possuam dormi- empresa poderá dispor de frota própria ou sub-
tórios sem banheiro assegurarão, no mínimo, um contratada.
banheiro acessível na edificação. Art. 7º A acessibilidade nos sítios eletrônicos man-
§ 4º No cálculo do percentual de que trata o tidos por microempresa, empresa de pequeno
caput, serão desconsideradas as frações de uni- porte ou microempreendedor individual é obri-
dade. gatória e poderá ser feita gradativamente nos se-
§ 5º As empresas disponibilizarão, com antece- guintes prazos, contados da data de publicação
dência mínima de seis meses dos prazos previstos deste Decreto:
no § 1º, os projetos de adaptação, para fiscaliza- I – doze meses, no caso de empresas de peque-
ção dos órgãos competentes. no porte; e
II – dezoito meses, no caso de microempresas e
Art. 5º Os veículos de transporte coletivo terrestre,
microempreendedores individuais.
aquaviário e aéreo, as instalações, as estações, os
portos e os terminais em operação no País devem Art. 8º Nos termos do art. 55 da Lei Complementar
ser acessíveis. nº 123, de 2006, a fiscalização do cumprimento ao
§ 1º A acessibilidade dos veículos da microem- disposto neste Decreto terá natureza orientadora
presa ou da empresa de pequeno porte de que e ensejará a necessidade de dupla visita orienta-
trata o caput poderá ser implementada à medida dora para lavratura de eventual auto de infração.
que as frotas forem renovadas, de acordo com as Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua
normas de renovação vigentes estabelecidas pe- publicação.
los órgãos competentes. Brasília, 11 de junho de 2018; 197º da
§ 2º Serão concedidos os seguintes prazos, con- Independência e 130º da República.
tados da data de publicação deste Decreto, para MICHEL TEMER
Gustavo do Vale Rocha
que as adaptações necessárias para garantir as
Carlos Marun
condições de acessibilidade das instalações, das
estações, dos portos e dos terminais operados por DECRETO Nº 9.451, DE 26
microempresa ou por empresa de pequeno porte DE JULHO DE 2018
sejam realizadas: (Publicado no DOU de 27/7/2018)
I – vinte e quatro meses, no caso de empresas Regulamenta o art. 58 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015,
de pequeno porte; e que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Defi-
II – trinta e seis meses, no caso de microem- ciência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
presas. A presidente do Supremo Tribunal Federal, no
Art. 6º A microempresa ou a empresa de pequeno exercício do cargo de presidente da República, no
porte que opere frota de táxi disponibilizará cinco uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput,
por cento, com, no mínimo, uma unidade, de seus inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o dis-
veículos adaptados ao transporte de pessoa com posto no art. 58 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de
deficiência. 2015, decreta:
§ 1º Ficam isentas do cumprimento do disposto Art. 1º Este Decreto regulamenta o disposto no
no caput empresas que operem frota de até sete art. 58 da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015, pa-
veículos. ra dispor sobre os preceitos de acessibilidade re-
§ 2º A acessibilidade de que trata o caput será lativos ao projeto e à construção de edificação de
implementada à medida que as frotas forem re- uso privado multifamiliar.
171
Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, con- acessíveis quando solicitado pelo adquirente, por
sidera-se: escrito, até a data do início da obra.
I – edificação de uso privado multifamiliar – § 1º É vedada a cobrança de valores adicionais
aquela com duas ou mais unidades autônomas para a conversão de que trata o caput.
destinadas ao uso residencial, ainda que localiza- § 2º Na hipótese de desistência ou de resolução
das em pavimento único; contratual por inadimplemento do comprador da
II – unidade internamente acessível – unidade unidade internamente acessível, o incorporador
autônoma de edificação de uso privado multifa- poderá reter os custos adicionais incorridos devi-
miliar, dotada de características específicas que do à adaptação solicitada, desde que previsto ex-
permitam o uso da unidade por pessoa com de- pressamente em cláusula contratual.
ficiência ou com mobilidade reduzida, observado Art. 6º Os empreendimentos que adotarem siste-
o disposto nos Anexos I e II; ma construtivo que não permita alterações pos-
III – unidade adaptável – unidade autônoma de teriores, tais como a alvenaria estrutural, paredes
edificação de uso privado multifamiliar cujas ca- de concreto, impressão 3D ou outros equivalen-
racterísticas construtivas permitam a sua adapta- tes, poderão não atender às obrigações previstas
ção, a partir de alterações de layout, dimensões nos art. 3º, art. 4º e art. 5º, desde que garantam
internas ou quantidade de ambientes, sem que se- o percentual mínimo de três por cento de unida-
jam afetadas a estrutura da edificação e as instala- des internamente acessíveis, não restritas ao pa-
ções prediais, observado o disposto neste Decreto; vimento térreo.
IV – unidade com adaptação razoável – unidade § 1º Na hipótese de o percentual previsto no
autônoma de edificação de uso privado multifa- caput resultar em número menor do que um, os
miliar, com modificações e ajustes realizados por empreendimentos deverão garantir, no mínimo,
meio de tecnologia assistiva e de ajuda técnica, a uma unidade internamente acessível.
que se refere o Anexo II, que permitam o uso da § 2º Ressalvado o disposto no § 1º, na hipóte-
unidade por pessoa com deficiência auditiva, vi- se de a aplicação do percentual previsto no caput
sual, intelectual ou nanismo; e resultar em número fracionado, este será arredon-
V – data do início da obra – a data de emissão dado para o número inteiro subsequentemente
do Cadastro Específico do Instituto Nacional do superior.
Seguro Social – INSS (CEI). § 3º O adquirente do imóvel poderá solicitar, por
Parágrafo único. A alteração da quantidade de escrito, a adaptação razoável de sua unidade até a
ambientes a que se refere o inciso III do caput so- data do início da obra, para informar à construtora
mente poderá ser efetuada nas unidades autôno- ou à incorporadora sobre os itens de sua escolha
mas com área privativa de, no máximo, setenta para instalação na unidade adquirida, observadas
metros quadrados. as especificações estabelecidas no Anexo II.
Art. 3º Os empreendimentos de edificação de uso § 4º É vedada a cobrança de valores adicionais
privado multifamiliar serão projetados com unida- para a aquisição de unidades internamente aces-
des adaptáveis, nos termos do disposto neste De- síveis ou a adaptação razoável da unidade autô-
creto, com condições de adaptação dos ambientes noma, observado o percentual previsto no caput.
para as características de unidade internamente Art. 7º As áreas de uso comum das edificações de
acessível, observadas as especificações estabele- uso privado multifamiliar deverão ser acessíveis e
cidas nos Anexos I e II. atender aos requisitos estabelecidos nas normas
Parágrafo único. Nas unidades autônomas com técnicas de acessibilidade vigentes.
mais de um pavimento, será previsto espaço para
Art. 8º Serão reservados dois por cento das vagas
instalação de equipamento de transposição verti-
de garagem ou estacionamento, vinculadas ao em-
cal para acesso a todos os pavimentos da mesma
preendimento, para uso comum, para veículos que
unidade autônoma.
transportem pessoa com deficiência com compro-
Art. 4º As unidades autônomas das edificações de metimento de mobilidade, sem prejuízo do dispos-
uso privado multifamiliar deverão ser adaptáveis. to no art. 47 da Lei nº 13.146, de 2015.
Art. 5º As unidades autônomas adaptáveis deve- § 1º Na hipótese de o percentual previsto no
rão ser convertidas em unidades internamente caput resultar em número menor do que um, os
172
DECRETO Nº 9.451, DE 26 DE JULHO DE 2018
empreendimentos deverão garantir, no mínimo, Art. 11. Este Decreto entra em vigor dezoito me-
a reserva de uma vaga de garagem ao estaciona- ses após a data de sua publicação.
mento para veículos que transportem pessoa com Brasília, 26 de julho de 2018; 197º da
deficiência com comprometimento de mobilidade. Independência e 130º da República.
§ 2º Ressalvado o disposto no § 1º, na hipóte- CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA
se de a aplicação do percentual previsto no caput Yana Dumaresq Sobral Alves
resultar em número fracionado, as casas decimais Silvani Alves Pereira
Gustavo do Vale Rocha
da fração serão desprezadas.
§ 3º As vagas a que se refere o caput deverão ANEXO
ser localizadas próximo às rotas acessíveis de pe-
destres ou aos elevadores, atender aos requisitos TECNOLOGIAS ASSISTIVAS E ADAPTAÇÕES PARA
estabelecidos nas normas técnicas de acessibili- A REALIZAÇÃO DE PROVAS EM CONCURSOS
dade vigentes e ficar sob a administração do con- PÚBLICOS E EM PROCESSOS SELETIVOS
domínio em área comum. Art. 1º Fica assegurado o acesso às seguintes
§ 4º O morador com deficiência com comprome- tecnologias assistivas na realização de provas
timento de mobilidade e que tenha vaga vincula- em concursos públicos e em processos seletivos,
da à sua unidade autônoma poderá solicitar uma sem prejuízo de adaptações razoáveis que se fi-
das vagas sob a administração do condomínio a zerem necessárias:
qualquer tempo, hipótese em que o condomínio I – ao candidato com deficiência visual:
deverá ceder a posse temporária da vaga acessível a) prova impressa em braille;
em troca da posse da vaga vinculada à unidade b) prova impressa em caracteres ampliados,
autônoma do morador. com indicação do tamanho da fonte;
§ 5º O disposto neste artigo não se aplica aos c) prova gravada em áudio por fiscal ledor, com
empreendimentos que não ofertem vagas de es- leitura fluente;
tacionamento vinculadas às unidades autônomas d) prova em formato digital para utilização de
da edificação. computador com software de leitura de tela ou de
Art. 9º Ficam dispensados do disposto neste De- ampliação de tela; e
creto: e) designação de fiscal para auxiliar na transcri-
I – edificações de uso privado multifamiliar cujo ção das respostas;
projeto tenha sido protocolado no órgão respon- II – ao candidato com deficiência auditiva:
sável pelo licenciamento anteriormente à data de a) prova gravada em vídeo por fiscal intérprete
entrada em vigor deste Decreto; da Língua Brasileira de Sinais (Libras), nos termos
II – unidades autônomas com, no máximo, um do disposto na Lei nº 12.319, de 1º de setembro
dormitório e com área útil de, no máximo, trinta e de 2010, preferencialmente com habilitação no
cinco metros quadrados; exame de proficiência do Programa Nacional pa-
III – unidades autônomas com dois dormitórios ra a Certificação de Proficiência no Uso e Ensino
e com área útil de, no máximo, quarenta e um me- da Libras e para a Certificação de Proficiência em
tros quadrados; Tradução e Interpretação da Libras/Língua Portu-
IV – reforma e regularização de edificação de guesa (Prolibras); e
uso privado multifamiliar, desde que a construção b) autorização para utilização de aparelho auri-
da edificação original a ser reformada ou regula- cular, sujeito à inspeção e à aprovação pela auto-
rizada tenha se iniciado anteriormente à data de ridade responsável pelo concurso público ou pelo
entrada em vigor deste Decreto; processo seletivo, com a finalidade de garantir a
V – reforma das unidades autônomas das edifi- integridade do certame;
cações de uso privado multifamiliar; e III – ao candidato com deficiência física:
VI – regularização fundiária de interesse social, a) mobiliário adaptado e espaços adequados
desde que o imóvel ou os núcleos informais a se- para a realização da prova;
rem regularizados tenha se iniciado anteriormen- b) designação de fiscal para auxiliar no manu-
te à data de entrada em vigor deste Decreto. seio da prova e na transcrição das respostas; e
Art. 10. Ficam excluídos do disposto neste Decre- c) facilidade de acesso às salas de realização da
to os empreendimentos a que se refere o art. 32 da prova e às demais instalações de uso coletivo no
Lei nº 13.146, de 2015. local onde será realizado o certame.
173
DECRETO Nº 9.508, DE 24 II – o percentual mínimo de reserva será ob-
DE SETEMBRO DE 2018 servado na hipótese de aproveitamento de vagas
(Publicado no DOU de 25/9/2018) remanescentes e na formação de cadastro de re-
Reserva às pessoas com deficiência percentual de cargos e serva.
de empregos públicos ofertados em concursos públicos e em § 5º As vagas reservadas às pessoas com defi-
processos seletivos no âmbito da administração pública fe- ciência nos termos do disposto neste artigo pode-
deral direta e indireta. rão ser ocupadas por candidatos sem deficiência
O presidente do Supremo Tribunal Federal, no na hipótese de não haver inscrição ou aprovação
exercício do cargo de presidente da República, no de candidatos com deficiência no concurso pú-
uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, blico ou no processo seletivo de que trata a Lei
inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o dis- nº 8.745, de 1993.
posto no art. 34, § 2º e § 3º, e no art. 35 da Lei Art. 2º Ressalvadas as disposições previstas em
nº 13.146, de 6 de julho de 2015, decreta: regulamento, a pessoa com deficiência participa-
Art. 1º Fica assegurado à pessoa com deficiência rá de concurso público ou de processo seletivo de
o direito de se inscrever, no âmbito da adminis- que trata a Lei nº 8.745, de 1993, em igualdade de
tração pública federal direta e indireta e em igual- condições com os demais candidatos no que diz
dade de oportunidade com os demais candidatos, respeito:
nas seguintes seleções: I – ao conteúdo das provas;
I – em concurso público para o provimento de II – à avaliação e aos critérios de aprovação;
cargos efetivos e de empregos públicos; e III – ao horário e ao local de aplicação das pro-
II – em processos seletivos para a contratação vas; e
por tempo determinado para atender necessidade IV – à nota mínima exigida para os demais can-
temporária de excepcional interesse público, de didatos.
que trata a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993. Art. 3º Para os fins do disposto neste Decreto, os
§ 1º Ficam reservadas às pessoas com deficiên- editais dos concursos públicos e dos processos
cia, no mínimo, cinco por cento das vagas ofereci- seletivos de que trata a Lei nº 8.745, de 1993, in-
das para o provimento de cargos efetivos e para a dicarão:
contratação por tempo determinado para atender I – o número total de vagas previstas e o núme-
necessidade temporária de excepcional interesse ro de vagas correspondentes à reserva para pes-
público, no âmbito da administração pública fe- soas com deficiência, discriminada, no mínimo,
deral direta e indireta. por cargo;
§ 2º Ficam reservadas às pessoas com deficiên- II – as principais atribuições dos cargos e dos
cia os percentuais de cargos de que trata o art. 93 empregos públicos;
da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, às empre- III – a previsão de adaptação das provas escritas
sas públicas e às sociedades de economia mista. e práticas, inclusive durante o curso de formação,
§ 3º Na hipótese de o quantitativo a que se refe- se houver, e do estágio probatório ou do período
rem os § 1º e § 2º resultar em número fracionado, de experiência, estipuladas as condições de rea-
este será aumentado para o primeiro número in- lização de cada evento e respeitados os impedi-
teiro subsequente. mentos ou as limitações do candidato com defi-
§ 4º A reserva do percentual de vagas a que se ciência; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 9.546,
referem os § 1º e § 2º observará as seguintes dis- de 30/10/2018)
posições: IV – a exigência de apresentação pelo candidato
I – na hipótese de concurso público ou de pro- com deficiência, no ato da inscrição, de compro-
cesso seletivo regionalizado ou estruturado por vação da condição de deficiência nos termos do
especialidade, o percentual mínimo de reserva disposto no § 1º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de
será aplicado ao total das vagas do edital, ressal- julho de 2015, sem prejuízo da adoção de critérios
vados os casos em que seja demonstrado que a adicionais previstos em edital; (Inciso com redação
aplicação regionalizada ou por especialidade não dada pelo Decreto nº 9.546, de 30/10/2018)
implicará em redução do número de vagas desti- V – a sistemática de convocação dos candida-
nadas às pessoas com deficiência; e tos classificados, respeitado o disposto nos § 1º e
174
DECRETO Nº 9.508, DE 24 DE SETEMBRO DE 2018
§ 2º do art. 1º; e (Inciso com redação dada pelo Decreto sionais capacitados e atuantes nas áreas das defi-
nº 9.546, de 30/10/2018) ciências que o candidato possuir, dentre os quais
VI – a previsão da possibilidade de uso, nas pro- um deverá ser médico, e três profissionais da car-
vas físicas, de tecnologias assistivas que o candi- reira a que concorrerá o candidato.
dato com deficiência já utilize, sem a necessidade Parágrafo único. A equipe multiprofissional emi-
de adaptações adicionais, inclusive durante o cur- tirá parecer que observará:
so de formação, se houver, e no estágio probatório I – as informações prestadas pelo candidato no
ou no período de experiência. (Inciso acrescido pelo ato da inscrição no concurso público ou no pro-
Decreto nº 9.546, de 30/10/2018) (Vide ADI nº 6.476/2020, cesso seletivo;
publicada no DOU de 14/9/2021) II – a natureza das atribuições e das tarefas es-
Art. 4º Fica assegurada a adequação de critérios senciais do cargo, do emprego ou da função a de-
para a realização e a avaliação das provas de que sempenhar;
trata o inciso III do art. 3º à deficiência do candi- III – a viabilidade das condições de acessibilida-
dato, a ser efetivada por meio do acesso a tecno- de e as adequações do ambiente de trabalho na
logias assistivas e a adaptações razoáveis, obser- execução das tarefas;
vado o disposto no Anexo. IV – a possibilidade de uso, pelo candidato, de
§ 1º O candidato com deficiência que necessi- equipamentos ou de outros meios que utilize de
tar de tratamento diferenciado na realização das forma habitual; e
provas deverá requerê-lo, no ato de inscrição no V – o resultado da avaliação com base no dis-
concurso público ou no processo seletivo de que posto no § 1º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 2015,
trata a Lei nº 8.745, de 1993, em prazo determina- sem prejuízo da adoção de critérios adicionais
do em edital, e indicará as tecnologias assistivas previstos em edital.
e as condições específicas de que necessita para Art. 6º As entidades contratadas para a realiza-
a realização das provas. ção de concurso público ou de processo seletivo
§ 2º O candidato com deficiência que necessi- de que trata a Lei nº 8.745, de 1993, em qualquer
tar de tempo adicional para realização das provas modalidade, ficam obrigadas a observar o dispos-
deverá requerê-lo, com justificativa acompanhada to neste Decreto no momento da elaboração e da
de parecer emitido por equipe multiprofissional execução do edital.
ou por profissional especialista nos impedimentos Art. 7º É vedado obstar a inscrição de pessoa com
apresentados por cada candidato, no prazo esta- deficiência em concurso público ou em processo
belecido em edital. seletivo de que trata a Lei nº 8.745, de 1993, que
§ 3º As fases dos concursos públicos ou dos atenda aos requisitos mínimos exigidos em edi-
processos seletivos em que se fizerem necessá- tal, para ingresso em cargo ou emprego público
rios serviços de assistência de interpretação por da administração pública federal direta e indireta.
terceiros aos candidatos com deficiência serão re-
Art. 8º O resultado do concurso público ou do pro-
gistradas em áudio e vídeo e disponibilizadas nos
cesso seletivo de que trata a Lei nº 8.745, de 1993,
períodos de recurso estabelecidos em edital. será publicado em lista única com a pontuação
§ 4º Os critérios de aprovação nas provas físicas dos candidatos e a sua classificação, observada
para os candidatos com deficiência, inclusive du- a reserva de vagas às pessoas com deficiência de
rante o curso de formação, se houver, e no estágio que trata este Decreto.
probatório ou no período de experiência, pode- § 1º A nomeação dos aprovados no concurso pú-
rão ser os mesmos critérios aplicados aos demais blico ou no processo seletivo deverá obedecer à
candidatos, conforme previsto no edital. (Parágrafo ordem de classificação, observados os critérios de
acrescido pelo Decreto nº 9.546, de 30/10/2018) (Vide ADI alternância e de proporcionalidade entre a classi-
nº 6.476/2020, publicada no DOU de 14/9/2021) ficação de ampla concorrência e da reserva para
Art. 5º O órgão ou a entidade da administração as pessoas com deficiência, e o disposto nos § 1º
pública federal responsável pela realização do e § 2º do art. 1º.
concurso público ou do processo seletivo de que § 2º A desclassificação, a desistência ou qual-
trata a Lei nº 8.745, de 1993, terá a assistência de quer outro impedimento de candidato ocupante
equipe multiprofissional composta por três profis- de vaga reservada implicará a sua substituição
175
pelo próximo candidato com deficiência classifi- ridade responsável pelo concurso público ou pelo
cado, desde que haja candidato com deficiência processo seletivo, com a finalidade de garantir a
classificado. integridade do certame;
Art. 9º Os órgãos da administração pública fe- III – ao candidato com deficiência física:
deral direta e indireta, as empresas públicas e as a) mobiliário adaptado e espaços adequados
sociedades de economia mista deverão providen- para a realização da prova;
ciar a acessibilidade no local de trabalho e a adap- b) designação de fiscal para auxiliar no manu-
tação razoável, quando requerida, para o efetivo seio da prova e na transcrição das respostas; e
exercício laboral da pessoa com deficiência. c) facilidade de acesso às salas de realização da
prova e às demais instalações de uso coletivo no
Art. 10. Ficam revogados o art. 37 ao art. 43 do De-
local onde será realizado o certame.
creto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999.
Art. 11. Este Decreto entra em vigor na data de DECRETO Nº 9.762, DE 11
sua publicação. DE ABRIL DE 2019
Brasília, 24 de setembro de 2018; 197º da (Publicado no DOU de 11/4/2019)
Independência e 130º da República. Regulamenta os art. 51 e art. 52 da Lei nº 13.146, de 6 de
JOSÉ ANTONIO DIAS TOFFOLI julho de 2015, para dispor sobre as diretrizes para a trans-
Esteves Pedro Colnago Junior formação e a modificação de veículos automotores a fim de
Gustavo do Vale Rocha comporem frotas de táxi e de locadoras de veículos acessíveis
a pessoas com deficiência.
ANEXO
O presidente da República, no uso das atribuições
TECNOLOGIAS ASSISTIVAS E ADAPTAÇÕES PARA
A REALIZAÇÃO DE PROVAS EM CONCURSOS que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alí-
PÚBLICOS E EM PROCESSOS SELETIVOS nea a, da Constituição, e tendo em vista o disposto
nos art. 51 e art. 52 da Lei nº 13.146, de 6 de julho
Art. 1º Fica assegurado o acesso às seguintes
de 2015, decreta:
tecnologias assistivas na realização de provas
em concursos públicos e em processos seletivos, Art. 1º Este Decreto estabelece as diretrizes para
sem prejuízo de adaptações razoáveis que se fize- a transformação e a modificação de veículos au-
rem necessárias: tomotores a fim de comporem frotas de táxi e de
I – ao candidato com deficiência visual: locadoras de veículos acessíveis a pessoas com
a) prova impressa em braille; deficiência.
Parágrafo único. Os veículos automotores obje-
b) prova impressa em caracteres ampliados,
tos deste Decreto são os veículos de categoria M1,
com indicação do tamanho da fonte;
projetados e construídos para o transporte de pas-
c) prova gravada em áudio por fiscal ledor, com
sageiros, que não tenham mais que oito assentos,
leitura fluente;
excluído o assento do motorista.
d) prova em formato digital para utilização de
computador com software de leitura de tela ou de Art. 2º Os veículos automotores acessíveis terão
ampliação de tela; e as medidas internas e os equipamentos de segu-
e) designação de fiscal para auxiliar na transcri- rança e de acessibilidade adequados ao transporte
ção das respostas; de pessoas com deficiência, observadas as resolu-
II – ao candidato com deficiência auditiva: ções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran),
a) prova gravada em vídeo por fiscal intérprete as normas técnicas nacionais e internacionais de
da Língua Brasileira de Sinais (Libras), nos termos segurança no transporte de pessoas em cadeira
do disposto na Lei nº 12.319, de 1º de setembro de rodas em veículos automotores e a legislação
de 2010, preferencialmente com habilitação no específica destinada a veículos automotores.
exame de proficiência do Programa Nacional pa- Art. 3º As empresas de táxi garantirão que, no
ra a Certificação de Proficiência no Uso e Ensino mínimo, dez por cento de sua frota sejam acessí-
da Libras e para a Certificação de Proficiência em veis ao transporte de pessoa em cadeira de rodas,
Tradução e Interpretação da Libras/Língua Portu- sem prejuízo de outras adaptações necessárias
guesa (Prolibras); e ao transporte de pessoas com outras deficiências.
b) autorização para utilização de aparelho auri- § 1º O veículo automotor acessível, para fins do
cular, sujeito à inspeção e à aprovação pela auto- disposto no caput, terá a capacidade para trans-
176
DECRETO Nº 10.177, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2019
portar uma pessoa em cadeira de rodas e, no mí- croempresa ou a empresa de pequeno porte loca-
nimo, mais dois passageiros, excluído o motorista. dora de veículos deverá atender integralmente a
§ 2º Na hipótese de não estar transportando proporção estabelecida no caput do art. 4º.
pessoa em cadeira de rodas, o veículo terá capa- Art. 6º A microempresa ou a empresa de pequeno
cidade de transportar, no mínimo, quatro passa- porte que opere frota de táxi atenderá ao disposto
geiros, excluído o motorista. neste Decreto, observados os prazos e as condi-
Art. 4º As locadoras de veículos oferecerão veícu- ções estabelecidas no Decreto nº 9.405, de 11 de
los automotores adaptados ao uso de pessoa com junho de 2018.
deficiência na proporção de um a cada vinte veí- Art. 7º Este Decreto entra em vigor em 11 de ju-
culos da sua frota. lho de 2019.
§ 1º Sem prejuízo das adaptações para o trans- Brasília, 11 de abril de 2019; 198º da
porte de pessoas com outras deficiências, os veí- Independência e 131º da República.
culos automotores, para fins do disposto no caput, JAIR MESSIAS BOLSONARO
Damares Regina Alves
serão adaptados observados os seguintes percen-
tuais:
DECRETO Nº 10.177, DE 16
I – quarenta por cento para condutores com de-
DE DEZEMBRO DE 2019
ficiência; e (Publicado no DOU de 17/12/2019)
II – sessenta por cento para o transporte de uma
Dispõe sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com
pessoa em cadeira de rodas.
Deficiência.
§ 2º Exclui-se da apuração dos percentuais de
O presidente da República, no uso da atribuição
que trata este artigo a parcela dos veículos auto-
que lhe confere o art. 84, caput, inciso VI, alínea a,
motores destinada exclusivamente a contratos pa-
da Constituição, decreta:
ra a utilização de outras empresas em suas ativi-
dades, exceto atividades de locação de veículos. Art. 1º Este Decreto dispõe sobre o Conselho Na-
§ 3º Para o cálculo dos percentuais de que trata cional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ór-
este artigo, as casas decimais serão arredondadas gão superior de caráter paritário, consultivo e de
deliberação colegiada sobre as políticas públicas
para o número inteiro mais próximo.
destinadas às pessoas com deficiência, instituído
§ 4º A empresa poderá dispor de frota própria ou
no âmbito do Ministério da Mulher, da Família e
subcontratada para atender ao disposto no caput.
dos Direitos Humanos.
§ 5º O veículo automotor de frota subcontrata-
da de que trata este artigo será disponibilizado no Art. 2º Ao Conselho Nacional dos Direitos da Pes-
mesmo prazo dos veículos automotores da frota soa com Deficiência compete:
própria. I – acompanhar a implementação da Política
Nacional para a Inclusão da Pessoa com Deficiên-
Art. 5º No prazo de vinte e quatro meses, contado
cia; (Inciso com redação dada pelo Decreto nº 10.841, de
da data de entrada em vigor deste Decreto, a mi-
20/10/2021)
croempresa ou a empresa de pequeno porte lo- II – acompanhar o planejamento e avaliar a exe-
cadora de veículos automotores poderá atender cução das políticas setoriais de educação, saúde,
progressivamente à exigência de veículos automo- trabalho, assistência social, transporte, cultura,
tores adaptados de que trata o art. 4º, à medida turismo, desporto, lazer, política urbana, reabi-
em que realizar a renovação de sua frota, nos ter- litação e outras políticas relativas à pessoa com
mos do disposto no art. 122 da Lei nº 13.146, de 6 deficiência;
de julho de 2015. III – acompanhar a elaboração e a execução da
§ 1º Decorridos doze meses, contados da data proposta orçamentária do Ministério da Mulher,
de entrada em vigor deste Decreto, a microempre- da Família e dos Direitos Humanos, de modo a su-
sa ou a empresa de pequeno porte locadora de gerir as modificações necessárias à consecução da
veículos automotores disponibilizará, no mínimo, Política Nacional para a Inclusão da Pessoa com
um veículo automotor adaptado ao uso da pessoa Deficiência;
com deficiência. IV – formular propostas sobre a efetivação do
§ 2º Decorridos vinte e quatro meses, contados sistema descentralizado e participativo de defesa
da data de entrada em vigor deste Decreto, a mi- dos direitos da pessoa com deficiência;
177
V – acompanhar e apoiar as políticas e as ações c) um do Ministério das Relações Exteriores;
dos Conselhos de Direitos da Pessoa com Deficiên- d) do Ministério do Trabalho e Previdência: (Alí-
cia no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e nea com redação dada pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021)
dos Municípios; 1. um da Secretaria de Previdência; e
VI – propor a elaboração de estudos e pesquisas 2. um da Secretaria de Trabalho;
que objetivem a melhoria da qualidade de vida da e) um do Ministério da Infraestrutura;
pessoa com deficiência; f) um do Ministério da Educação;
VII – propor e incentivar a realização de campa- g) do Ministério da Cidadania:
nhas com vistas à promoção dos direitos da pes- 1. um da Secretaria Especial de Desenvolvimen-
soa com deficiência e à prevenção das causas que to Social; e
levam à deficiência; 2. um da Secretaria Especial do Esporte;
VIII – avaliar e manifestar-se sobre o plano de h) um do Ministério do Desenvolvimento Re-
ação anual da Secretaria Nacional dos Direitos da gional;
Pessoa com Deficiência do Ministério da Mulher, i) um do Ministério da Saúde;
da Família e dos Direitos Humanos; j) um do Ministério das Comunicações; (Alínea
IX – acompanhar o desempenho dos programas com redação dada pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021)
e projetos da política nacional para inclusão da k) um do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ino-
pessoa com deficiência por meio de relatórios de vações; (Alínea com redação dada pelo Decreto nº 10.812,
gestão; de 27/9/2021)
X – indicar as medidas a serem adotadas, no ter- l) dois do Ministério do Turismo, dentre os quais
ritório nacional, nos casos de requerimentos, de- um da Secretaria Especial de Cultura do Ministério
núncias e reclamações formuladas por qualquer do Turismo; e (Alínea com redação dada pelo Decreto
pessoa ou entidade, quando ocorrer ameaça ou nº 10.812, de 27/9/2021)
violação aos direitos da pessoa com deficiência, 1. (Revogado pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021)
assegurados pela Constituição, pela Convenção 2. (Revogado pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021)
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com m) do Ministério da Mulher, da Família e dos Di-
Deficiência, promulgada pelo Decreto nº 6.949, de reitos Humanos: (Alínea com redação dada pelo Decreto
25 de agosto de 2009, pela Lei nº 13.146, de 6 de ju- nº 10.812, de 27/9/2021)
lho de 2015, e pelas demais legislações aplicáveis; 1. um da Secretaria Nacional dos Direitos da
XI – participar do monitoramento da promoção, Pessoa com Deficiência; (Item acrescido pelo Decreto
da proteção e da implementação no País da Con- nº 10.812, de 27/9/2021)
venção Internacional sobre os Direitos da Pessoa 2. um da Secretaria Nacional de Políticas para
com Deficiência, da Lei nº 13.146, de 2015, e das as Mulheres; e (Item acrescido pelo Decreto nº 10.812, de
demais legislações aplicáveis; e 27/9/2021)
XII – realizar, com o apoio do Ministério da Mu- 3. um da Secretaria Nacional de Proteção Glo-
lher, da Família e dos Direitos Humanos, a cada bal; e (Item acrescido pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021)
quatro anos, a Conferência Nacional dos Direitos n) (Revogada pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021)
da Pessoa com Deficiência, observada a disponi- II – representantes da sociedade civil, dentre os
bilidade orçamentária e financeira e o disposto em quais:
ato do Ministro de Estado do Ministério da Mulher, a) treze de organizações nacionais representa-
da Família e dos Direitos Humanos. tivas de pessoa com deficiência; (Alínea com redação
Art. 3º O Conselho Nacional dos Direitos da Pes- dada pelo Decreto nº 10.841, de 20/10/2021)
soa com Deficiência, observada a paridade entre b) um de organização nacional de empregadores;
os representantes do poder executivo e da socie- c) um de organização nacional de trabalhadores;
dade organizada, é composto por membros dos d) um da comunidade científica, cuja atuação
seguintes órgãos e entidades: (Caput do artigo com seja correlata aos objetivos da Política Nacional
redação dada pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021) para Inclusão das Pessoas com Deficiência;
I – representantes dos seguintes órgãos e enti- e) um da Ordem dos Advogados do Brasil; e
dades governamentais: f) um do Conselho Federal de Engenharia e
a) um da Casa Civil da Presidência da República; Agronomia.
b) um do Ministério da Justiça e Segurança Pú- § 1º Cada membro do Conselho Nacional dos
blica; Direitos da Pessoa com Deficiência terá um su-
178
DECRETO Nº 10.177, DE 16 DE DEZEMBRO DE 2019
plente, que o substituirá em suas ausências e im- IV – dois da área da deficiência mental ou in-
pedimentos. telectual;
§ 2º Os membros do Conselho Nacional dos Di- V – dois da área de deficiência decorrente de
reitos da Pessoa com Deficiência e respectivos su- causas patológicas ou doenças raras;
plentes serão indicados pelos titulares dos órgãos VI – dois da área da deficiência visual;
e organizações que representam e designados pe- VII – um da área de deficiências múltiplas; e
lo Ministro de Estado da Mulher, da Família e dos VIII – um da área de síndromes.
Direitos Humanos. Parágrafo único. Considera-se organização na-
Art. 4º O Conselho Nacional dos Direitos da Pes- cional representativa de pessoa com deficiência
soa com Deficiência será dirigido por um Presiden- a entidade privada sem fins lucrativos e de âmbi-
te, ou por seu Vice-Presidente nas suas ausências to nacional, com filiais em, no mínimo, cinco Uni-
ou impedimentos. dades da Federação, distribuídas, no mínimo, por
§ 1º A escolha do Presidente e do Vice-Presiden- três regiões do País. (Parágrafo único com redação dada
te ocorrerá mediante eleição dentre seus mem- pelo Decreto nº 10.841, de 20/10/2021)
bros, por voto da maioria absoluta, para mandato Art. 7º O regulamento do processo seletivo para a
de três anos. escolha das organizações referidas no inciso II do
§ 2º Fica assegurada a representação do Gover- caput do art. 3º será elaborado pelo Ministério da
no e da sociedade na Presidência e na Vice-Pre- Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e di-
sidência do Conselho Nacional dos Direitos da vulgado por meio de edital público, publicado no
Pessoa com Deficiência e a alternância dessas re- Diário Oficial da União com antecedência mínima
presentações em cada mandato, observado o regi- de noventa dias em relação ao término do manda-
mento interno do Conselho. (Parágrafo com redação to dos membros que estejam em exercício. (Artigo
dada pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021)
com redação dada pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021)
Art. 5º O Conselho Nacional dos Direitos da Pes-
Art. 8º Os representantes das organizações de que
soa com Deficiência se reunirá em caráter ordiná-
trata o inciso II do caput do art. 3º exercerão man-
rio bimestralmente e em caráter extraordinário
dato de três anos, contado da data de sua posse.
sempre que convocado por seu Presidente ou por
Parágrafo único. As organizações de que trata
requerimento da maioria absoluta de seus mem-
o inciso II do caput do art. 3º poderão indicar no-
bros.
vo membro titular e suplente no curso do manda-
§ 1º O quórum de reunião do Conselho Nacional
to somente na hipótese de vacância de ambos os
dos Direitos da Pessoa com Deficiência é de maio-
membros com mandato vigente.
ria absoluta dos membros e o quórum de aprova-
ção é de maioria simples. Art. 9º O Conselho Nacional dos Direitos da Pes-
§ 2º Além do voto ordinário, o Presidente do soa com Deficiência tem a seguinte estrutura:
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com I – Plenário;
Deficiência terá o voto de qualidade em caso de II – Presidência;
empate. III – Presidência Ampliada;
§ 3º As reuniões ordinárias e extraordinárias do IV – Comissões Permanentes;
Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com De- V – Comissões Temáticas, com o objetivo de es-
ficiência, de sua Presidência Ampliada e de suas tudar e elaborar propostas sobre temas específi-
Comissões Permanentes e Temáticas serão reali- cos; e
zadas presencialmente. VI – Secretaria Executiva.
Art. 6º As organizações nacionais representativas § 1º A Presidência Ampliada a que se refere o
de pessoa com deficiência de que trata a alínea a inciso III do caput é composta:
do inciso II do caput do art. 3º serão escolhidas I – pelo Presidente;
dentre aquelas que atuam nas seguintes áreas e II – pelo Vice-Presidente; e
na seguinte proporção: (Caput do artigo com redação III – pelos Coordenadores das Comissões Per-
dada pelo Decreto nº 10.841, de 20/10/2021) manentes.
I – um da área de transtorno do espectro autista; § 2º Ficam instituídas as seguintes Comissões
II – um da área de deficiência auditiva ou surdez; Permanentes:
III – três da área de deficiência física; (Inciso com I – a Comissão de Políticas Públicas, com o ob-
redação dada pelo Decreto nº 10.841, de 20/10/2021) jetivo de subsidiar o Conselho no exercício das
179
competências a que se referem os incisos I, II, VIII Art. 12. Ficam assegurados aos membros do Con-
e IX do caput do art. 2º; selho Nacional dos Direitos da Pessoa com Defi-
II – a Comissão de Orçamento e Finanças Pú- ciência em exercício na data de entrada em vigor
blicas, com o objetivo de subsidiar o Conselho no deste Decreto a continuidade de seus mandatos,
exercício das competências a que se referem os observada a data de sua última posse.
incisos III, VIII e IX do caput do art. 2º; Art. 13. A participação no Conselho Nacional dos
III – a Comissão de Articulação de Conselhos, Direitos da Pessoa com Deficiência será conside-
com o objetivo de subsidiar o Conselho no exercí- rada prestação de serviço público relevante, não
cio das competências a que se referem os incisos remunerada.
IV e V do caput do art. 2º;
Art. 14. O regimento interno do Conselho Nacio-
IV – a Comissão de Comunicação Social, com o
nal dos Direitos da Pessoa com Deficiência será
objetivo de subsidiar o Conselho no exercício das
elaborado por sua Secretaria-Executiva e aprova-
competências a que se referem os incisos VI e VII
do pela maioria absoluta dos membros do Con-
do caput do art. 2º; (Inciso com redação dada pelo De-
selho.
creto nº 10.812, de 27/9/2021)
Art. 15. Ficam revogados os art. 11 e art. 12 do De-
V – a Comissão de Acompanhamento e Moni-
creto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999.
toramento da Convenção sobre os Direitos da
Pessoa com Deficiência e da Lei nº 13.146, de 6 Art. 16. Este Decreto entra em vigor na data de
de julho de 2015, com o objetivo de subsidiar o sua publicação.
Conselho no exercício das competências a que se Brasília, 16 de dezembro de 2019; 198º da
referem os incisos XI e XII do caput do art. 2º; e (Inci- Independência e 131º da República.
so com redação dada pelo Decreto nº 10.812, de 27/9/2021) JAIR MESSIAS BOLSONARO
VI – a Comissão de Defesa e Proteção dos Direi- Damares Regina Alves
as diretrizes, os objetivos e os eixos do Plano Na- III – criar mecanismos de fomento à pesquisa
cional de Tecnologia Assistiva. e à produção nacional de tecnologia assistiva, in-
Art. 2º Para fins do disposto neste Decreto, con- clusive por meio de concessão de linhas de cré-
sidera-se: dito subsidiado e de parcerias com institutos de
I – tecnologia assistiva ou ajuda técnica – os pro- pesquisa oficiais;
dutos, os equipamentos, os dispositivos, os recur- IV – eliminar ou reduzir a tributação da cadeia
sos, as metodologias, as estratégias, as práticas e produtiva e de importação de tecnologia assisti-
os serviços que objetivem promover a funcionali- va; e
dade, relacionada à atividade e à participação da V – facilitar e agilizar o processo de inclusão de
pessoa com deficiência ou com mobilidade redu- novos recursos de tecnologia assistiva no rol de
zida, com vistas à sua autonomia, independência, produtos distribuídos no âmbito do Sistema Único
qualidade de vida e inclusão social; e de Saúde (SUS) e por outros órgãos e entidades da
II – instituto de pesquisas oficiais – as empre- administração pública.
sas, as instituições científicas, tecnológicas e de Art. 5º São eixos de atuação do Plano Nacional de
inovação, públicas ou privadas, e os núcleos de Tecnologia Assistiva:
tecnologia assistiva e acessibilidade das institui- I – pesquisa, desenvolvimento, inovação e em-
ções públicas de educação superior, destinados preendedorismo em tecnologia assistiva;
às atividades de pesquisa e de desenvolvimento, II – capacitação em tecnologia assistiva;
que objetivem a geração de produtos, de proces- III – promoção da cadeia produtiva em tecno-
sos e de serviços inovadores e a transferência e a logia assistiva;
difusão de tecnologia, nos termos do disposto no IV – regulamentação, certificação e registro de
art. 3º da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004. tecnologia assistiva; e
V – promoção do acesso à tecnologia assistiva.
Art. 3º São diretrizes do Plano Nacional de Tecno-
§ 1º O eixo de que trata o inciso I do caput será
logia Assistiva:
composto, entre outras, pelas seguintes políticas
I – eliminação, redução ou superação de barrei-
e ações:
ras à inclusão social por meio do acesso e do uso
I – mapeamento continuado do conjunto de ini-
da tecnologia assistiva;
ciativas nacionais e internacionais que contribui-
II – fomento à pesquisa, ao desenvolvimento e à
rão para o desenvolvimento ou a transferência de
inovação para a criação e implementação de pro-
tecnologia, com vistas à autonomia tecnológica e
dutos, de dispositivos, de metodologias, de servi-
ao desenvolvimento e à cadeia produtiva nacional
ços e de práticas de tecnologia assistiva;
em tecnologia assistiva;
III – fomento ao empreendedorismo, à indústria
II – criação de mecanismos de fomento à pes-
nacional e às cadeias produtivas na área de tecno-
quisa, ao desenvolvimento e à inovação nacionais
logia assistiva;
em tecnologia assistiva, inclusive por meio de con-
IV – promoção da inserção da tecnologia assis-
cessão de linhas de crédito especializadas, de cele-
tiva no campo do trabalho, da educação, do cui-
bração de parcerias com institutos de pesquisa ofi-
dado e da proteção social; e
ciais e de realização de cooperação internacional,
V – priorização de ações voltadas ao desenvol-
nos termos do disposto na Lei nº 10.973, de 2004,
vimento da autonomia e da independência indi-
e no Decreto nº 9.283, de 7 de fevereiro de 2018;
viduais.
III – fomento à Rede Nacional de Pesquisa e De-
Art. 4º São objetivos do Plano Nacional de Tecno- senvolvimento em Tecnologia Assistiva;
logia Assistiva: IV – apoio ao empreendedorismo e à inovação
I – facilitar o acesso a crédito especializado aos para o aperfeiçoamento e desenvolvimento de no-
usuários de tecnologia assistiva, inclusive com vas tecnologias; e
oferta de linhas de crédito subsidiadas, específi- V – atendimento de demandas relacionadas à
cas para a aquisição dessa tecnologia; tecnologia assistiva oriundas dos órgãos e entida-
II – agilizar, simplificar e priorizar procedimen- des da administração pública e da sociedade civil.
tos de importação de tecnologia assistiva, espe- § 2º O eixo de que trata o inciso II do caput será
cialmente em questões relativas a procedimentos composto, entre outras, pelas seguintes políticas
alfandegários e sanitários; e ações:
185
I – oferta de capacitação em tecnologia assistiva dispositivos, de recursos, de metodologias, de es-
nas políticas nacionais e setoriais; tratégias, de práticas e de serviços de tecnologia
II – inclusão de conteúdos temáticos referentes assistiva, mediante articulação com o setor priva-
ao desenho universal e à tecnologia assistiva nas do e os órgãos competentes.
diretrizes curriculares da educação profissional, § 5º O eixo de que trata o inciso V do caput será
tecnológica e do ensino superior e na formação composto, entre outras, pelas seguintes políticas
das carreiras de Estado; e e ações:
III – adoção de medidas com vistas a assegurar, I – proposição de medidas de isenção ou de
nos entes federativos do País, formação em nível redução de tributos para a tecnologia assistiva,
superior que abranja a tecnologia assistiva. tanto nacional quanto importada, nos termos do
§ 3º O eixo de que trata o inciso III do caput será disposto no inciso IV do caput do art. 75 da Lei
composto, entre outras, pelas seguintes políticas
nº 13.146, de 2015;
e ações:
II – proposição e apoio a medidas para viabilizar
I – fomento ao desenvolvimento de um ecossis-
a concessão de linhas de crédito subsidiadas, es-
tema de inovação em tecnologia assistiva;
pecíficas para a aquisição de tecnologia assistiva
II – incentivo à capacitação de profissionais es-
por pessoas com deficiência;
pecializados para atuarem no processo de produ-
III – promoção da adoção de medidas para pos-
ção e desenvolvimento de tecnologia assistiva;
sibilitar a manutenção, o estoque e a reposição de
III – apoio à aplicação de resultados de pesquisas,
peças e produtos comercializados no País;
de desenvolvimento e de inovação em tecnologia
IV – proposição de priorização no processo de
assistiva em produtos, equipamentos, dispositivos,
recursos, metodologias, estratégias, práticas e ser- avaliação de tecnologia assistiva com vistas à in-
viços disponibilizados à sociedade; clusão de novos recursos no rol de produtos ofer-
IV – criação de mecanismos de fomento à pro- tados pelo SUS, pelo Sistema Único de Assistência
dução nacional de tecnologia assistiva, inclusive Social (Suas), pelos órgãos e entidades de educa-
por meio de concessão de linhas de crédito espe- ção e da previdência social e por outros órgãos e
cializadas, de celebração de parcerias com insti- entidades da administração pública; e
tutos de pesquisa oficiais e de realização de coo- V – proposição de priorização no processo de
peração internacional, nos termos do disposto na avaliação de procedimentos e técnicas com vistas
Lei nº 10.973, de 2004, e no Decreto nº 9.283, de à inclusão de novos serviços ofertados no âmbito
2018; e do SUS, do Suas, pelos órgãos e entidades de edu-
V – suporte em orientação técnica com vistas a cação e da previdência social e de outros órgãos e
subsidiar a elaboração da política de encomendas entidades da administração pública.
tecnológicas, compras públicas e de aquisições Art. 6º O Plano Nacional de Tecnologia Assisti-
governamentais. va será elaborado e publicado pelo Ministério da
§ 4º O eixo de que trata o inciso IV do caput será Ciência, Tecnologia e Inovações.
composto, entre outras, pelas seguintes políticas § 1º O Comitê Interministerial de Tecnologia
e ações:
Assistiva apresentará proposta de Plano Nacional
I – colaboração nos processos de categorização
de Tecnologia Assistiva ao Ministério da Ciência,
de tecnologia assistiva nos órgãos competentes a
Tecnologia e Inovações, no prazo de noventa dias,
partir da avaliação e do reconhecimento pelo Co-
contado da publicação deste Decreto.
mitê Interministerial de Tecnologia Assistiva, res-
§ 2º O Plano Nacional de Tecnologia Assistiva
salvadas as competências conferidas por Lei a ou-
será submetido à consulta pública antes de sua
tros órgãos e entidades;
aprovação pelo Comitê Interministerial de Tecno-
II – facilitação e priorização dos processos regu-
logia Assistiva.
latórios de tecnologia assistiva nos órgãos compe-
tentes, considerada a manifestação do Comitê In- Art. 7º Compete ao Comitê Interministerial de Tec-
terministerial de Tecnologia Assistiva, ressalvadas nologia Assistiva, instituído pelo Decreto nº 10.094,
as competências estabelecidas em Lei a outros ór- de 6 de novembro de 2019, no âmbito do Plano
gãos e entidades; e Nacional de Tecnologia Assistiva:
III – promoção da implementação de critérios I – assessorar a sua estruturação, a formulação,
de qualidade de produtos, de equipamentos, de a articulação e o acompanhamento;
186
LISTA DE OUTRAS NORMAS E INFORMAÇÕES DE INTERESSE
187
LEI Nº 12.319, DE 1º DE SETEMBRO DE 2010 tivos, e revoga a Medida Provisória nº 2.208, de 17 de
Regulamenta a profissão de tradutor e intérprete da agosto de 2001. (Ver arts. 1º, § 8º, e 6º)
Língua Brasileira de Sinais (Libras). Publicada no DOU de 27/12/2013.
Publicada no DOU de 2/9/2010.
LEI Nº 12.955, DE 5 DE FEVEREIRO DE 2014
LEI Nº 12.470, DE 31 DE AGOSTO DE 2011 Acrescenta § 9º ao art. 47 da Lei nº 8.069, de 13 de ju-
Altera os arts. 21 e 24 da Lei nº 8.212, de 24 de ju- lho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
lho de 1991, que dispõe sobre o Plano de Custeio da para estabelecer prioridade de tramitação aos pro-
Previdência Social, para estabelecer alíquota dife- cessos de adoção em que o adotando for criança ou
renciada de contribuição para o microempreende- adolescente com deficiência ou com doença crônica.
dor individual e do segurado facultativo sem renda Publicada no DOU de 6/2/2014.
própria que se dedique exclusivamente ao trabalho
LEI Nº 12.982, DE 28 DE MAIO DE 2014
doméstico no âmbito de sua residência, desde que
Altera a Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2009, pa-
pertencente a família de baixa renda; altera os arts.
ra determinar o provimento de alimentação escolar
16, 72 e 77 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, adequada aos alunos portadores de estado ou de
que dispõe sobre o Plano de Benefícios da Previdên- condição de saúde específica.
cia Social, para incluir o filho ou o irmão que tenha
Publicada no DOU de 29/5/2014.
deficiência intelectual ou mental como dependente
e determinar o pagamento do salário-maternidade LEI Nº 13.031, DE 24 DE SETEMBRO DE 2014
devido à empregada do microempreendedor indivi- Dispõe sobre a caracterização de símbolo que per-
dual diretamente pela Previdência Social; altera os mita a identificação de local ou serviço habilitado ao
arts. 20 e 21 e acrescenta o art. 21-A à Lei nº 8.742, de uso por pessoas com ostomia, denominado Símbolo
7 de dezembro de 1993 (Lei Orgânica de Assistência Nacional de Pessoa Ostomizada.
Social), para alterar regras do benefício de prestação Publicada no DOU de 25/9/2014.
continuada da pessoa com deficiência; e acrescenta
LEI Nº 13.509, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2017
os §§ 4º e 5º ao art. 968 da Lei nº 10.406, de 10 de ja-
Dispõe sobre adoção e altera a Lei nº 8.069, de 13 de
neiro de 2002 (Código Civil), para estabelecer trâmite julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente),
especial e simplificado para o processo de abertura, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
registro, alteração e baixa do microempreendedor pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e a
individual. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).
Publicada no DOU de 1º/9/2011. Publicada no DOU de 23/11/2017.
LEI Nº 12.587, DE 3 DE JANEIRO DE 2012 LEI Nº 13.638, DE 22 DE MARÇO DE 2018
(Lei da Política Nacional de Mobilidade Urbana) Altera a Lei nº 8.686, de 20 de julho de 1993, para es-
Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilida- tabelecer novo valor para a pensão especial devida à
de Urbana; revoga dispositivos dos Decretos-Leis nos pessoa com a deficiência física conhecida como Sín-
3.326, de 3 de junho de 1941, e 5.405, de 13 de abril drome da Talidomida, instituída pela Lei nº 7.070, de
de 1943, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 20 de dezembro de 1982.
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio
Publicada no DOU de 23/3/2018.
de 1943, e das Leis nos 5.917, de 10 de setembro de
1973, e 6.261, de 14 de novembro de 1975; e dá ou- LEI Nº 13.769, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2018
tras providências. Altera o Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941
Publicada no DOU de 4/1/2012. (Código de Processo Penal), as Leis nºˢ 7.210, de 11 de
julho de 1984 (Lei de Execução Penal), e 8.072, de 25
LEI Nº 12.738, DE 30 DE NOVEMBRO DE 2012 de julho de 1990 (Lei dos Crimes Hediondos), para es-
Altera a Lei nº 9.656, de 3 de junho de 1998, para tor- tabelecer a substituição da prisão preventiva por pri-
nar obrigatório o fornecimento de bolsas de colosto- são domiciliar da mulher gestante ou que for mãe ou
mia, ileostomia e urostomia, de coletor de urina e de responsável por crianças ou pessoas com deficiência
sonda vesical pelos planos privados de assistência e para disciplinar o regime de cumprimento de pe-
à saúde. na privativa de liberdade de condenadas na mesma
Publicada no DOU de 3/12/2012. situação.
Publicada no DOU de 20/12/2018.
LEI Nº 12.933, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2013
Dispõe sobre o benefício do pagamento de meia- LEI Nº 13.771, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2018
-entrada para estudantes, idosos, pessoas com defi- Altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
ciência e jovens de 15 a 29 anos comprovadamente dezembro de 1940 (Código Penal).
carentes em espetáculos artístico-culturais e espor- Publicada no DOU de 20/12/2018.
188
LISTA DE OUTRAS NORMAS E INFORMAÇÕES DE INTERESSE
LEI Nº 13.778, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2018 trializados (IPI). (Ver arts. 1º, 2º, 55, IV, § 1º, I e II, §§ 2º e 3º,
Altera a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, que dis- 56 a 60, 616 e 617)
põe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Servi- Publicado no DOU de 16/6/2010 e retificado no DOU
ço (FGTS), para possibilitar a aplicação de recursos de 25/6/2010.
em operações de crédito destinadas às entidades
DECRETO Nº 10.415, DE 6 DE JULHO DE 2020
hospitalares filantrópicas, bem como a instituições
Institui o Grupo de Trabalho Interinstitucional sobre
que atuam no campo para pessoas com deficiência,
o Modelo Único de Avaliação Biopsicossocial da De-
e sem fins lucrativos que participem de forma com-
ficiência.
plementar do Sistema Único de Saúde (SUS).
Publicado no DOU de 7/7/2020 e retificado no DOU
Publicada no DOU de 27/12/2018. de 16/9/2020.
LEI Nº 13.836, DE 4 DE JUNHO DE 2019 DECRETO Nº 10.559, DE 3 DE DEZEMBRO DE 2020
Acrescenta dispositivo ao art. 12 da Lei nº 11.340, de Institui o Prêmio de Acessibilidade no âmbito do Mi-
7 de agosto de 2006, para tornar obrigatória a infor- nistério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
mação sobre a condição de pessoa com deficiência e da Casa Civil da Presidência da República.
da mulher vítima de agressão doméstica ou familiar. Publicado no DOU de 4/12/2020.
Publicada no DOU de 5/6/2019.
Portais
LEI Nº 13.846, DE 18 DE JUNHO DE 2019
y Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos
Institui o Programa Especial para Análise de Benefí- Humanos
cios com Indícios de Irregularidade, o Programa de www.gov.br/mdh/pt-br
Revisão de Benefícios por Incapacidade, o Bônus de y Federação Nacional das Associações de Pais e
Desempenho Institucional por Análise de Benefícios Amigos dos Excepcionais (Apae Brasil)
com Indícios de Irregularidade do Monitoramento www.apaebrasil.org.br
Operacional de Benefícios e o Bônus de Desempenho
Institucional por Perícia Médica em Benefícios por In- Datas comemorativas
capacidade; altera as Leis nos 6.015, de 31 de dezem- y 4 de janeiro: Dia Mundial do Braile
bro de 1973, 7.783, de 28 de junho de 1989, 8.112, de y 23 de fevereiro: Dia do Surdo-Mudo
11 de dezembro de 1990, 8.212, de 24 de julho de 1991, y Último dia de fevereiro: Dia Mundial das
8.213, de 24 de julho de 1991, 8.742, de 7 de dezem- Doenças Raras (Lei nº 13.693/2018)
bro de 1993, 9.620, de 2 de abril de 1998, 9.717, de 27 y 3 de março: Dia Mundial da Audição
de novembro de 1998, 9.796, de 5 de maio de 1999, y 21 de março: Dia Internacional da Síndrome de
10.855, de 1º de abril de 2004, 10.876, de 2 de junho Down
de 2004, 10.887, de 18 de junho de 2004, 11.481, de 31 y 2 de abril: Dia Nacional de Conscientização
de maio de 2007, e 11.907, de 2 de fevereiro de 2009; sobre o Autismo (Lei nº 13.652/2018)
e revoga dispositivo da Lei nº 10.666, de 8 de maio de y 8 de abril: Dia Nacional do Sistema Braile
2003, e a Lei nº 11.720, de 20 de junho de 2008. y 23 de abril: Dia Nacional de Educação de Surdos
Publicada no DOU de 18/6/2019. y 24 de abril: Dia Nacional da Língua Brasileira de
Sinais (Libras)
DECRETO Nº 5.342 DE 14 DE JANEIRO DE 2005 y 21 a 28 de agosto: Semana Nacional da Pessoa
Regulamenta a Lei nº 10.891, de 9 de julho de 2004, com Deficiência Intelectual e Múltipla (Lei
que institui a Bolsa-Atleta. nº 13.585/2017)
Publicado no DOU de 17/1/2005. y 22 de agosto: Dia do Excepcional
DECRETO Nº 6.039, DE 7 DE FEVEREIRO DE 2007 y 21 de setembro: Dia Nacional de Luta da Pessoa
Portadora de Deficiência (Lei nº 11.133/2005)
Aprova o Plano de Metas para a Universalização do
y 22 de setembro: Dia Nacional do Atleta
Serviço Telefônico Fixo Comutado em Instituições
Paralímpico (Lei nº 12.622/2012)
de Assistência às Pessoas com Deficiência Auditiva.
y 26 de setembro: Dia Nacional dos Surdos, Dia da
Publicado no DOU de 8/2/2007. Consciência Surda (Lei nº 11.796/2008)
DECRETO Nº 7.037, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2009 y 10 de outubro: Dia Nacional dos Direitos
Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos Fundamentais da Pessoa com Transtornos
(PNDH-3) e dá outras providências. Mentais (Lei nº 13.061/2014)
Publicado no DOU de 22/12/2009. y 11 de outubro: Dia da Pessoa com Deficiência
Física
DECRETO Nº 7.212, DE 15 DE JUNHO DE 2010 y 25 de outubro: Dia Nacional de Combate ao
Regulamenta a cobrança, fiscalização, arrecadação Preconceito contra as Pessoas com Nanismo (Lei
e administração do Imposto sobre Produtos Indus- nº 13.472/2017)
189
y 16 de novembro: Dia Nacional dos Ostomizados
(Lei nº 11.506/2007)
y 16 de novembro: Dia Nacional de Atenção à
Dislexia (Lei nº 13.085/2015)
y Novembro (último domingo): Dia Mundial do
Surdocego
y 3 de dezembro: Dia Internacional das Pessoas
com Deficiência
y 9 de dezembro: Dia da Criança Especial
y 11 de dezembro: Dia Nacional das Apaes
y 13 de dezembro: Dia do Cego
190
edições câmara
L E G I S L AT I V O