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e normas correlatas
2a edição
Atualizada até junho de 2020
SENADO FEDERAL
Mesa
Biênio 2019 – 2020
SUPLENTES DE SECRETÁRIO
Senador Marcos do Val
Senador Weverton
Senador Jaques Wagner
Senadora Leila Barros
Secretaria de Editoração e Publicações
Coordenação de Edições Técnicas
2a edição
Brasília – 2020
Edição do Senado Federal
Diretora-Geral: Ilana Trombka
Secretário-Geral da Mesa: Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho
CDDir 341.556
9 Apresentação
19 Lei no 11.340/2006
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do
art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de […]
Normas correlatas
39 Lei no 13.239/2015
Dispõe sobre a oferta e a realização, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, de cirurgia plástica
reparadora de sequelas de lesões causadas por atos de violência contra a mulher.
40 Lei no 12.845/2013
Dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual.
41 Lei no 12.227/2010
Cria o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher.
43 Lei no 11.804/2008
Disciplina o direito a alimentos gravídicos e a forma como ele será exercido e dá outras providências.
44 Lei no 11.770/2008
Cria o Programa Empresa Cidadã, destinado à prorrogação da licença-maternidade mediante
concessão de incentivo fiscal, e altera a Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
46 Lei no 11.664/2008
Dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e o
seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.
47 Lei no 11.634/2007
Dispõe sobre o direito da gestante ao conhecimento e a vinculação à maternidade onde receberá
assistência no âmbito do Sistema Único de Saúde.
48 Lei no 10.778/2003
Estabelece a notificação compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher que
for atendida em serviços de saúde públicos ou privados.
50 Lei no 10.714/2003
Autoriza o Poder Executivo a disponibilizar, em âmbito nacional, número telefônico destinado a
atender denúncias de violência contra a mulher.
51 Lei no 10.446/2002
Dispõe sobre infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão
uniforme, para os fins do disposto no inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição.
52 Lei no 8.742/1993
Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.
54 Lei no 7.210/1984
Institui a Lei de Execução Penal.
56 Decreto-lei no 3.689/1941
Código de Processo Penal.
57 Decreto-lei no 2.848/1940
Código Penal.
62 Decreto no 9.417/2018
Transfere a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres e o Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher da Secretaria de Governo da Presidência da República para o Ministério dos Direitos […]
63 Decreto no 9.223/2017
Institui a Rede Brasil Mulher.
65 Decreto no 8.086/2013
Institui o Programa Mulher Segura e Protegida.
68 Decreto no 7.958/2013
Estabelece diretrizes para o atendimento às vítimas de violência sexual pelos profissionais de
segurança pública e da rede de atendimento do Sistema Único de Saúde.
70 Decreto no 7.393/2010
Dispõe sobre a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.
71 Decreto no 7.052/2009
Regulamenta a Lei no 11.770, de 9 de setembro de 2008, que cria o Programa Empresa Cidadã,
destinado à prorrogação da licença-maternidade, no tocante a empregadas de pessoas jurídicas.
73 Decreto no 5.099/2004
Regulamenta a Lei no 10.778, de 24 de novembro de 2003, e institui os serviços de referência sentinela.
Atos internacionais
Apresentação
9
Dispositivos constitucionais
pertinentes
Constituição
da República Federativa do Brasil
Art. 1o A República Federativa do Brasil, for- Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos
mada pela união indissolúvel dos Estados e e rurais, além de outros que visem à melhoria
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se de sua condição social:
em Estado Democrático de Direito e tem como I – relação de emprego protegida contra des-
fundamentos: pedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
������������������������������������������������������������������������������� de lei complementar, que preverá indenização
III – a dignidade da pessoa humana; compensatória, dentre outros direitos;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre II – seguro-desemprego, em caso de desem-
iniciativa; prego involuntário;
������������������������������������������������������������������������������� III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacio-
Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da nalmente unificado, capaz de atender a suas
República Federativa do Brasil: necessidades vitais básicas e às de sua família
������������������������������������������������������������������������������� com moradia, alimentação, educação, saúde,
IV – promover o bem de todos, sem pre- lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência
conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e social, com reajustes periódicos que lhe pre-
quaisquer outras formas de discriminação. servem o poder aquisitivo, sendo vedada sua
������������������������������������������������������������������������������� vinculação para qualquer fim;
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TÍTULO II – Dos Direitos e Garantias XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do
Fundamentais emprego e do salário, com a duração de cento
CAPÍTULO I – Dos Direitos e Deveres e vinte dias;
Individuais e Coletivos �������������������������������������������������������������������������������
XX – proteção do mercado de trabalho da
Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem dis- mulher, mediante incentivos específicos, nos
tinção de qualquer natureza, garantindo-se aos termos da lei;
Lei Maria da Penha e normas correlatas
1
Nota do Editor (NE): revogada pela Lei no 7.839/89,
por sua vez revogada pela Lei no 8.036/90. 15
Lei Maria da Penha
Índice sistemático da
Lei no 11.340/2006
CAPÍTULO II – Das Formas de Violência Art. 8o A política pública que visa coibir a vio-
Doméstica e Familiar contra a Mulher lência doméstica e familiar contra a mulher
far-se-á por meio de um conjunto articulado de
Art. 7o São formas de violência doméstica e ações da União, dos Estados, do Distrito Federal
familiar contra a mulher, entre outras: e dos Municípios e de ações não governamentais,
I – a violência física, entendida como qual- tendo por diretrizes:
quer conduta que ofenda sua integridade ou I – a integração operacional do Poder Judi-
saúde corporal; ciário, do Ministério Público e da Defensoria
II – a violência psicológica, entendida como Pública com as áreas de segurança pública,
qualquer conduta que lhe cause dano emocional assistência social, saúde, educação, trabalho
e diminuição da autoestima ou que lhe prejudi- e habitação;
que e perturbe o pleno desenvolvimento ou que II – a promoção de estudos e pesquisas,
vise degradar ou controlar suas ações, compor- estatísticas e outras informações relevantes,
tamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia,
constrangimento, humilhação, manipulação, concernentes às causas, às consequências e à
isolamento, vigilância constante, perseguição frequência da violência doméstica e familiar
contumaz, insulto, chantagem, violação de sua contra a mulher, para a sistematização de dados,
intimidade, ridicularização, exploração e limi- a serem unificados nacionalmente, e a avaliação
tação do direito de ir e vir ou qualquer outro periódica dos resultados das medidas adotadas;
meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica III – o respeito, nos meios de comunicação
e à autodeterminação; social, dos valores éticos e sociais da pessoa
Lei Maria da Penha e normas correlatas
III – a violência sexual, entendida como qual- e da família, de forma a coibir os papéis es-
quer conduta que a constranja a presenciar, a tereotipados que legitimem ou exacerbem a
manter ou a participar de relação sexual não violência doméstica e familiar, de acordo com
desejada, mediante intimidação, ameaça, coação o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inci-
ou uso da força; que a induza a comercializar so IV do art. 3o e no inciso IV do art. 221 da
ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexuali- Constituição Federal;
dade, que a impeça de usar qualquer método IV – a implementação de atendimento poli-
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à cial especializado para as mulheres, em parti-
gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante cular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;
coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou V – a promoção e a realização de campanhas
que limite ou anule o exercício de seus direitos educativas de prevenção da violência doméstica
20 sexuais e reprodutivos; e familiar contra a mulher, voltadas ao público
escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta II – manutenção do vínculo trabalhista,
Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos quando necessário o afastamento do local de
humanos das mulheres; trabalho, por até seis meses;
VI – a celebração de convênios, protocolos, III – encaminhamento à assistência judiciá-
ajustes, termos ou outros instrumentos de pro- ria, quando for o caso, inclusive para eventual
moção de parceria entre órgãos governamentais ajuizamento da ação de separação judicial, de
ou entre estes e entidades não governamentais, divórcio, de anulação de casamento ou de dis-
tendo por objetivo a implementação de pro- solução de união estável perante o juízo com-
gramas de erradicação da violência doméstica petente.
e familiar contra a mulher; § 3o A assistência à mulher em situação de
VII – a capacitação permanente das Polícias violência doméstica e familiar compreenderá
Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo o acesso aos benefícios decorrentes do desen-
de Bombeiros e dos profissionais pertencentes volvimento científico e tecnológico, incluindo
aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I os serviços de contracepção de emergência, a
quanto às questões de gênero e de raça ou etnia; profilaxia das Doenças Sexualmente Transmis-
VIII – a promoção de programas educacio- síveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiên-
nais que disseminem valores éticos de irrestrito cia Adquirida (AIDS) e outros procedimentos
respeito à dignidade da pessoa humana com a médicos necessários e cabíveis nos casos de
perspectiva de gênero e de raça ou etnia; violência sexual.
IX – o destaque, nos currículos escolares § 4o Aquele que, por ação ou omissão, cau-
de todos os níveis de ensino, para os conteú- sar lesão, violência física, sexual ou psicológi-
dos relativos aos direitos humanos, à equidade ca e dano moral ou patrimonial a mulher fica
de gênero e de raça ou etnia e ao problema da obrigado a ressarcir todos os danos causados,
violência doméstica e familiar contra a mulher. inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde
(SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos
relativos aos serviços de saúde prestados para
CAPÍTULO II – Da Assistência à Mulher em o total tratamento das vítimas em situação de
Situação de Violência Doméstica e Familiar violência doméstica e familiar, recolhidos os
recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde
Art. 9o A assistência à mulher em situação de do ente federado responsável pelas unidades de
violência doméstica e familiar será prestada saúde que prestarem os serviços.
de forma articulada e conforme os princípios § 5o Os dispositivos de segurança destinados
e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da As- ao uso em caso de perigo iminente e disponi-
sistência Social, no Sistema Único de Saúde, bilizados para o monitoramento das vítimas de
no Sistema Único de Segurança Pública, entre violência doméstica ou familiar amparadas por
outras normas e políticas públicas de proteção, medidas protetivas terão seus custos ressarcidos
e emergencialmente quando for o caso. pelo agressor.
§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a § 6o O ressarcimento de que tratam os §§ 4o
inclusão da mulher em situação de violência e 5o deste artigo não poderá importar ônus de
doméstica e familiar no cadastro de progra- qualquer natureza ao patrimônio da mulher e
mas assistenciais do governo federal, estadual dos seus dependentes, nem configurar atenuan-
e municipal. te ou ensejar possibilidade de substituição da
§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação pena aplicada.
de violência doméstica e familiar, para preservar § 7o A mulher em situação de violência
Lei Maria da Penha
sua integridade física e psicológica: doméstica e familiar tem prioridade para ma-
I – acesso prioritário à remoção quando ser- tricular seus dependentes em instituição de
vidora pública, integrante da administração educação básica mais próxima de seu domicílio,
direta ou indireta; ou transferi-los para essa instituição, mediante a
apresentação dos documentos comprobatórios
21
do registro da ocorrência policial ou do processo I – a inquirição será feita em recinto especial-
de violência doméstica e familiar em curso. mente projetado para esse fim, o qual conterá
§ 8o Serão sigilosos os dados da ofendida e de os equipamentos próprios e adequados à idade
seus dependentes matriculados ou transferidos da mulher em situação de violência doméstica e
conforme o disposto no § 7o deste artigo, e o familiar ou testemunha e ao tipo e à gravidade
acesso às informações será reservado ao juiz, da violência sofrida;
ao Ministério Público e aos órgãos competentes II – quando for o caso, a inquirição será in-
do poder público. termediada por profissional especializado em
violência doméstica e familiar designado pela
autoridade judiciária ou policial;
CAPÍTULO III – Do Atendimento pela III – o depoimento será registrado em meio
Autoridade Policial eletrônico ou magnético, devendo a degravação
e a mídia integrar o inquérito.
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prá-
tica de violência doméstica e familiar contra a Art. 11. No atendimento à mulher em situação
mulher, a autoridade policial que tomar conhe- de violência doméstica e familiar, a autoridade
cimento da ocorrência adotará, de imediato, as policial deverá, entre outras providências:
providências legais cabíveis. I – garantir proteção policial, quando neces-
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no sário, comunicando de imediato ao Ministério
caput deste artigo ao descumprimento de me- Público e ao Poder Judiciário;
dida protetiva de urgência deferida. II – encaminhar a ofendida ao hospital ou
posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
Art. 10-A. É direito da mulher em situação de III – fornecer transporte para a ofendida e
violência doméstica e familiar o atendimento seus dependentes para abrigo ou local seguro,
policial e pericial especializado, ininterrupto e quando houver risco de vida;
prestado por servidores – preferencialmente IV – se necessário, acompanhar a ofendida
do sexo feminino – previamente capacitados. para assegurar a retirada de seus pertences do
§ 1o A inquirição de mulher em situação de local da ocorrência ou do domicílio familiar;
violência doméstica e familiar ou de testemunha V – informar à ofendida os direitos a ela
de violência doméstica, quando se tratar de conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis,
crime contra a mulher, obedecerá às seguintes inclusive os de assistência judiciária para o even-
diretrizes: tual ajuizamento perante o juízo competente
I – salvaguarda da integridade física, psíquica da ação de separação judicial, de divórcio, de
e emocional da depoente, considerada a sua anulação de casamento ou de dissolução de
condição peculiar de pessoa em situação de união estável.
violência doméstica e familiar;
II – garantia de que, em nenhuma hipótese, Art. 12. Em todos os casos de violência domés-
a mulher em situação de violência doméstica e tica e familiar contra a mulher, feito o registro
Lei Maria da Penha e normas correlatas
familiar, familiares e testemunhas terão contato da ocorrência, deverá a autoridade policial ado-
direto com investigados ou suspeitos e pessoas tar, de imediato, os seguintes procedimentos,
a eles relacionadas; sem prejuízo daqueles previstos no Código de
III – não revitimização da depoente, evitando Processo Penal:
sucessivas inquirições sobre o mesmo fato nos I – ouvir a ofendida, lavrar o boletim de
âmbitos criminal, cível e administrativo, bem ocorrência e tomar a representação a termo,
como questionamentos sobre a vida privada. se apresentada;
§ 2o Na inquirição de mulher em situação de II – colher todas as provas que servirem para
violência doméstica e familiar ou de testemunha o esclarecimento do fato e de suas circunstân-
de delitos de que trata esta Lei, adotar-se-á, cias;
preferencialmente, o seguinte procedimento: III – remeter, no prazo de 48 (quarenta e
22 oito) horas, expediente apartado ao juiz com o
pedido da ofendida, para a concessão de me- Art. 12-B. (Vetado)
didas protetivas de urgência; § 1o (Vetado)
IV – determinar que se proceda ao exame de § 2o (Vetado)
corpo de delito da ofendida e requisitar outros § 3o A autoridade policial poderá requisitar
exames periciais necessários; os serviços públicos necessários à defesa da
V – ouvir o agressor e as testemunhas; mulher em situação de violência doméstica e
VI – ordenar a identificação do agressor e familiar e de seus dependentes.
fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a existência de mandado Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual
de prisão ou registro de outras ocorrências po- ou iminente à vida ou à integridade física da
liciais contra ele; mulher em situação de violência doméstica e
VI-A – verificar se o agressor possui registro familiar, ou de seus dependentes, o agressor
de porte ou posse de arma de fogo e, na hipótese será imediatamente afastado do lar, domicílio
de existência, juntar aos autos essa informação, ou local de convivência com a ofendida:
bem como notificar a ocorrência à instituição I – pela autoridade judicial;
responsável pela concessão do registro ou da II – pelo delegado de polícia, quando o Mu-
emissão do porte, nos termos da Lei no 10.826, nicípio não for sede de comarca; ou
de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do De- III – pelo policial, quando o Município não
sarmamento); for sede de comarca e não houver delegado
VII – remeter, no prazo legal, os autos do disponível no momento da denúncia.
inquérito policial ao juiz e ao Ministério Público. § 1o Nas hipóteses dos incisos II e III do
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a caput deste artigo, o juiz será comunicado no
termo pela autoridade policial e deverá conter: prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e
I – qualificação da ofendida e do agressor; decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção
II – nome e idade dos dependentes; ou a revogação da medida aplicada, devendo
III – descrição sucinta do fato e das medidas dar ciência ao Ministério Público concomi-
protetivas solicitadas pela ofendida; tantemente.
IV – informação sobre a condição de a ofen- § 2o Nos casos de risco à integridade física
dida ser pessoa com deficiência e se da violência da ofendida ou à efetividade da medida prote-
sofrida resultou deficiência ou agravamento de tiva de urgência, não será concedida liberdade
deficiência preexistente. provisória ao preso.
§ 2o A autoridade policial deverá anexar
ao documento referido no § 1o o boletim de
ocorrência e cópia de todos os documentos TÍTULO IV – Dos Procedimentos
disponíveis em posse da ofendida. CAPÍTULO I – Disposições Gerais
§ 3o Serão admitidos como meios de prova
os laudos ou prontuários médicos fornecidos Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à exe-
por hospitais e postos de saúde. cução das causas cíveis e criminais decorrentes
da prática de violência doméstica e familiar
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos
na formulação de suas políticas e planos de Códigos de Processo Penal e Processo Civil e
atendimento à mulher em situação de violência da legislação específica relativa à criança, ao
doméstica e familiar, darão prioridade, no âm- adolescente e ao idoso que não conflitarem com
bito da Polícia Civil, à criação de Delegacias Es- o estabelecido nesta Lei.
Lei Maria da Penha
que implique o pagamento isolado de multa. prisão preventiva se, no curso do processo, ve-
rificar a falta de motivo para que subsista, bem
como de novo decretá-la, se sobrevierem razões
CAPÍTULO II – Das Medidas Protetivas de que a justifiquem.
Urgência
SEÇÃO I – Disposições Gerais Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos
atos processuais relativos ao agressor, especial-
Art. 18. Recebido o expediente com o pedi- mente dos pertinentes ao ingresso e à saída da
do da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 prisão, sem prejuízo da intimação do advogado
(quarenta e oito) horas: constituído ou do defensor público.
I – conhecer do expediente e do pedido e Parágrafo único. A ofendida não poderá
24 decidir sobre as medidas protetivas de urgência; entregar intimação ou notificação ao agressor.
SEÇÃO II – Das Medidas Protetivas de do agressor responsável pelo cumprimento da
Urgência que Obrigam o Agressor determinação judicial, sob pena de incorrer nos
crimes de prevaricação ou de desobediência,
Art. 22. Constatada a prática de violência do- conforme o caso.
méstica e familiar contra a mulher, nos termos § 3o Para garantir a efetividade das medidas
desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar,
ao agressor, em conjunto ou separadamente, a qualquer momento, auxílio da força policial.
as seguintes medidas protetivas de urgência, § 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste
entre outras: artigo, no que couber, o disposto no caput e
I – suspensão da posse ou restrição do porte nos §§ 5o e 6o do art. 461 da Lei no 5.869, de 11
de armas, com comunicação ao órgão compe- de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
tente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de
dezembro de 2003;
II – afastamento do lar, domicílio ou local SEÇÃO III – Das Medidas Protetivas de
de convivência com a ofendida; Urgência à Ofendida
III – proibição de determinadas condutas,
entre as quais: Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem
a) aproximação da ofendida, de seus familia- prejuízo de outras medidas:
res e das testemunhas, fixando o limite mínimo I – encaminhar a ofendida e seus dependentes
de distância entre estes e o agressor; a programa oficial ou comunitário de proteção
b) contato com a ofendida, seus familiares ou de atendimento;
e testemunhas por qualquer meio de comu- II – determinar a recondução da ofendida e
nicação; a de seus dependentes ao respectivo domicílio,
c) frequentação de determinados lugares a após afastamento do agressor;
fim de preservar a integridade física e psicoló- III – determinar o afastamento da ofendida
gica da ofendida; do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens,
IV – restrição ou suspensão de visitas aos guarda dos filhos e alimentos;
dependentes menores, ouvida a equipe de aten- IV – determinar a separação de corpos;
dimento multidisciplinar ou serviço similar; V – determinar a matrícula dos dependentes
V – prestação de alimentos provisionais ou da ofendida em instituição de educação básica
provisórios; mais próxima do seu domicílio, ou a transfe-
VI – comparecimento do agressor a progra- rência deles para essa instituição, independen-
mas de recuperação e reeducação; e temente da existência de vaga.
VII – acompanhamento psicossocial do
agressor, por meio de atendimento individual Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens
e/ou em grupo de apoio. da sociedade conjugal ou daqueles de proprie-
§ 1o As medidas referidas neste artigo não dade particular da mulher, o juiz poderá de-
impedem a aplicação de outras previstas na terminar, liminarmente, as seguintes medidas,
legislação em vigor, sempre que a segurança entre outras:
da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, I – restituição de bens indevidamente sub-
devendo a providência ser comunicada ao Mi- traídos pelo agressor à ofendida;
nistério Público. II – proibição temporária para a celebração
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, de atos e contratos de compra, venda e locação
encontrando-se o agressor nas condições men- de propriedade em comum, salvo expressa au-
Lei Maria da Penha
Art. 43. A alínea “f ” do inciso II do art. 61 Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta
do Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de e cinco) dias após sua publicação.
1940 (Código Penal), passa a vigorar com a
seguinte redação: Brasília, 7 de agosto de 2006; 185o da Indepen-
������������������������������������������������������������������������������� dência e 118o da República.
28
Normas correlatas
Lei Complementar no 150/2015
Dispõe sobre o contrato de trabalho doméstico; altera as Leis no 8.212, de 24 de julho de 1991, no 8.213,
de 24 de julho de 1991, e no 11.196, de 21 de novembro de 2005; revoga o inciso I do art. 3o da Lei
no 8.009, de 29 de março de 1990, o art. 36 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, a Lei no 5.859,
de 11 de dezembro de 1972, e o inciso VII do art. 12 da Lei no 9.250, de 26 de dezembro 1995; e dá
outras providências.
será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) § 6o Na hipótese de rescisão do contrato de
superior ao valor da hora normal. trabalho sem que tenha havido a compensação
§ 2o O salário-hora normal, em caso de em- integral da jornada extraordinária, na forma do
pregado mensalista, será obtido dividindo-se o § 5o, o empregado fará jus ao pagamento das
salário mensal por 220 (duzentas e vinte) horas, horas extras não compensadas, calculadas sobre
salvo se o contrato estipular jornada mensal o valor da remuneração na data de rescisão.
inferior que resulte em divisor diverso. § 7o Os intervalos previstos nesta Lei, o
tempo de repouso, as horas não trabalhadas,
1
Nota do Editor (NE): nos dispositivos que alteram os feriados e os domingos livres em que o em-
normas, suprimiram-se as alterações determinadas pregado que mora no local de trabalho nele
uma vez que já foram incorporadas às normas às permaneça não serão computados como horário
30 quais se destinam. de trabalho.
§ 8o O trabalho não compensado prestado Parágrafo único. No caso do inciso II des-
em domingos e feriados deve ser pago em do- te artigo, a duração do contrato de trabalho é
bro, sem prejuízo da remuneração relativa ao limitada ao término do evento que motivou a
repouso semanal. contratação, obedecido o limite máximo de 2
(dois) anos.
Art. 3o Considera-se trabalho em regime de
tempo parcial aquele cuja duração não exceda Art. 5o O contrato de experiência não poderá
25 (vinte e cinco) horas semanais. exceder 90 (noventa) dias.
§ 1o O salário a ser pago ao empregado sob § 1o O contrato de experiência poderá ser
regime de tempo parcial será proporcional a sua prorrogado 1 (uma) vez, desde que a soma dos 2
jornada, em relação ao empregado que cumpre, (dois) períodos não ultrapasse 90 (noventa) dias.
nas mesmas funções, tempo integral. § 2o O contrato de experiência que, havendo
§ 2o A duração normal do trabalho do em- continuidade do serviço, não for prorrogado
pregado em regime de tempo parcial poderá ser após o decurso de seu prazo previamente es-
acrescida de horas suplementares, em número tabelecido ou que ultrapassar o período de 90
não excedente a 1 (uma) hora diária, mediante (noventa) dias passará a vigorar como contrato
acordo escrito entre empregador e empregado, de trabalho por prazo indeterminado.
aplicando-se-lhe, ainda, o disposto nos §§ 2o e
3o do art. 2o, com o limite máximo de 6 (seis) Art. 6o Durante a vigência dos contratos pre-
horas diárias. vistos nos incisos I e II do art. 4o, o empregador
§ 3o Na modalidade do regime de tempo que, sem justa causa, despedir o empregado é
parcial, após cada período de 12 (doze) meses de obrigado a pagar-lhe, a título de indenização,
vigência do contrato de trabalho, o empregado metade da remuneração a que teria direito até
terá direito a férias, na seguinte proporção: o termo do contrato.
I – 18 (dezoito) dias, para a duração do traba-
lho semanal superior a 22 (vinte e duas) horas, Art. 7o Durante a vigência dos contratos pre-
até 25 (vinte e cinco) horas; vistos nos incisos I e II do art. 4o, o empregado
II – 16 (dezesseis) dias, para a duração do não poderá se desligar do contrato sem justa
trabalho semanal superior a 20 (vinte) horas, causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o
até 22 (vinte e duas) horas; empregador dos prejuízos que desse fato lhe
III – 14 (quatorze) dias, para a duração do resultarem.
trabalho semanal superior a 15 (quinze) horas, Parágrafo único. A indenização não poderá
até 20 (vinte) horas; exceder aquela a que teria direito o empregado
IV – 12 (doze) dias, para a duração do tra- em idênticas condições.
balho semanal superior a 10 (dez) horas, até 15
(quinze) horas; Art. 8o Durante a vigência dos contratos previs-
V – 10 (dez) dias, para a duração do traba- tos nos incisos I e II do art. 4o, não será exigido
lho semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10 aviso prévio.
(dez) horas;
VI – 8 (oito) dias, para a duração do trabalho Art. 9o A Carteira de Trabalho e Previdência
semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas. Social será obrigatoriamente apresentada, contra
recibo, pelo empregado ao empregador que o
Art. 4o É facultada a contratação, por prazo admitir, o qual terá o prazo de 48 (quarenta e
determinado, do empregado doméstico: oito) horas para nela anotar, especificamente,
Normas correlatas
§ 4o A falta de aviso prévio por parte do em- e com sua remuneração anterior;
pregado dá ao empregador o direito de descontar II – por comprovação de falsidade na presta-
os salários correspondentes ao prazo respectivo. ção das informações necessárias à habilitação;
§ 5o O valor das horas extraordinárias habi- III – por comprovação de fraude visando à
tuais integra o aviso prévio indenizado. percepção indevida do benefício do seguro-
-desemprego; ou
Art. 24. O horário normal de trabalho do IV – por morte do segurado.
empregado durante o aviso prévio, quando a
rescisão tiver sido promovida pelo empregador, Art. 27. Considera-se justa causa para os efei-
será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem tos desta Lei:
prejuízo do salário integral.
34
I – submissão a maus tratos de idoso, de en- mulheres de que trata o art. 5o da Lei no 11.340,
fermo, de pessoa com deficiência ou de criança de 7 de agosto de 2006.
sob cuidado direto ou indireto do empregado;
II – prática de ato de improbidade; Art. 28. Para se habilitar ao benefício do segu-
III – incontinência de conduta ou mau pro- ro-desemprego, o trabalhador doméstico deverá
cedimento; apresentar ao órgão competente do Ministério
IV – condenação criminal do empregado do Trabalho e Emprego:
transitada em julgado, caso não tenha havido I – Carteira de Trabalho e Previdência Social,
suspensão da execução da pena; na qual deverão constar a anotação do contrato
V – desídia no desempenho das respectivas de trabalho doméstico e a data de dispensa,
funções; de modo a comprovar o vínculo empregatício,
VI – embriaguez habitual ou em serviço; como empregado doméstico, durante pelo me-
VII – (Vetado); nos 15 (quinze) meses nos últimos 24 (vinte e
VIII – ato de indisciplina ou de insubordi- quatro) meses;
nação; II – termo de rescisão do contrato de tra-
IX – abandono de emprego, assim considera- balho;
da a ausência injustificada ao serviço por, pelo III – declaração de que não está em gozo de
menos, 30 (trinta) dias corridos; benefício de prestação continuada da Previ-
X – ato lesivo à honra ou à boa fama ou ofen- dência Social, exceto auxílio-acidente e pensão
sas físicas praticadas em serviço contra qualquer por morte; e
pessoa, salvo em caso de legítima defesa, própria IV – declaração de que não possui renda
ou de outrem; própria de qualquer natureza suficiente à sua
XI – ato lesivo à honra ou à boa fama ou manutenção e de sua família.
ofensas físicas praticadas contra o empregador
doméstico ou sua família, salvo em caso de le- Art. 29. O seguro-desemprego deverá ser re-
gítima defesa, própria ou de outrem; querido de 7 (sete) a 90 (noventa) dias contados
XII – prática constante de jogos de azar. da data de dispensa.
Parágrafo único. O contrato de trabalho po-
derá ser rescindido por culpa do empregador Art. 30. Novo seguro-desemprego só poderá
quando: ser requerido após o cumprimento de novo
I – o empregador exigir serviços superiores período aquisitivo, cuja duração será definida
às forças do empregado doméstico, defesos por pelo Codefat.
lei, contrários aos bons costumes ou alheios ao
contrato;
II – o empregado doméstico for tratado pelo CAPÍTULO II – Do Simples Doméstico
empregador ou por sua família com rigor ex-
cessivo ou de forma degradante; Art. 31. É instituído o regime unificado de
III – o empregado doméstico correr perigo pagamento de tributos, de contribuições e dos
manifesto de mal considerável; demais encargos do empregador doméstico
IV – o empregador não cumprir as obrigações (Simples Doméstico), que deverá ser regula-
do contrato; mentado no prazo de 120 (cento e vinte) dias
V – o empregador ou sua família praticar, a contar da data de entrada em vigor desta Lei.
contra o empregado doméstico ou pessoas de
sua família, ato lesivo à honra e à boa fama; Art. 32. A inscrição do empregador e a entrada
Normas correlatas
previsto no caput.
Art. 34. O Simples Doméstico assegurará o § 7o O recolhimento mensal, mediante do-
recolhimento mensal, mediante documento cumento único de arrecadação, e a exigência das
único de arrecadação, dos seguintes valores: contribuições, dos depósitos e do imposto, nos
I – 8% (oito por cento) a 11% (onze por cen- valores definidos nos incisos I a VI do caput,
to) de contribuição previdenciária, a cargo do somente serão devidos após 120 (cento e vinte)
segurado empregado doméstico, nos termos do dias da data de publicação desta Lei.
art. 20 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991;
II – 8% (oito por cento) de contribuição pa- Art. 35. O empregador doméstico é obrigado
tronal previdenciária para a seguridade social, a a pagar a remuneração devida ao empregado
cargo do empregador doméstico, nos termos do doméstico e a arrecadar e a recolher a contribui-
36 art. 24 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991; ção prevista no inciso I do art. 34, assim como
a arrecadar e a recolher as contribuições, os do empregador, na condição de contribuinte,
depósitos e o imposto a seu cargo discriminados inclusive débitos inscritos em dívida ativa, que
nos incisos II, III, IV, V e VI do caput do art. 34, poderão ser:
até o dia 7 do mês seguinte ao da competência. I – pagos com redução de 100% (cem por
§ 1o Os valores previstos nos incisos I, II, III cento) das multas aplicáveis, de 60% (sessenta
e VI do caput do art. 34 não recolhidos até a data por cento) dos juros de mora e de 100% (cem
de vencimento sujeitar-se-ão à incidência de por cento) sobre os valores dos encargos legais
encargos legais na forma prevista na legislação e advocatícios;
do imposto sobre a renda. II – parcelados em até 120 (cento e vin-
§ 2o Os valores previstos nos incisos IV e V, te) vezes, com prestação mínima no valor de
referentes ao FGTS, não recolhidos até a data de R$ 100,00 (cem reais).
vencimento serão corrigidos e terão a incidência § 2o O parcelamento deverá ser requerido no
da respectiva multa, conforme a Lei no 8.036, prazo de 120 (cento e vinte) dias após a entrada
de 11 de maio de 1990. em vigor desta Lei.
§ 3o A manutenção injustificada em aberto
de 3 (três) parcelas implicará, após comunicação
CAPÍTULO III – Da Legislação ao sujeito passivo, a imediata rescisão do parce-
Previdenciária e Tributária lamento e, conforme o caso, o prosseguimento
da cobrança.
Art. 36. O inciso V do art. 30 da Lei no 8.212, § 4o Na hipótese de rescisão do parcelamento
de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com a com o cancelamento dos benefícios concedidos:
seguinte redação: I – será efetuada a apuração do valor original
������������������������������������������������������������������������������� do débito, com a incidência dos acréscimos
legais, até a data de rescisão;
Art. 37. A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, II – serão deduzidas do valor referido no
passa a vigorar com as seguintes alterações: inciso I deste parágrafo as parcelas pagas, com
������������������������������������������������������������������������������� a incidência dos acréscimos legais, até a data
de rescisão.
Art. 38. O art. 70 da Lei no 11.196, de 21 de
novembro de 2005, passa a vigorar com a se- Art. 41. A opção pelo Redom sujeita o con-
guinte redação: tribuinte a:
������������������������������������������������������������������������������� I – confissão irrevogável e irretratável dos
débitos referidos no art. 40;
II – aceitação plena e irretratável de todas as
CAPÍTULO IV – Do Programa condições estabelecidas;
de Recuperação Previdenciária dos III – pagamento regular das parcelas do dé-
Empregadores Domésticos (Redom) bito consolidado, assim como das contribuições
com vencimento posterior a 30 de abril de 2013.
Art. 39. É instituído o Programa de Recupera-
ção Previdenciária dos Empregadores Domés-
ticos (Redom), nos termos desta Lei. CAPÍTULO V – Disposições Gerais
Nacional do Seguro Social (INSS) relativos à rios do cumprimento das obrigações fiscais,
contribuição de que tratam os arts. 20 e 24 da trabalhistas e previdenciárias, enquanto essas
Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, com ven- não prescreverem.
cimento até 30 de abril de 2013.
§ 1o O parcelamento abrangerá todos os Art. 43. O direito de ação quanto a créditos
débitos existentes em nome do empregado e resultantes das relações de trabalho prescreve 37
em 5 (cinco) anos até o limite de 2 (dois) anos Art. 46. Revogam-se o inciso I do art. 3o da
após a extinção do contrato de trabalho. Lei no 8.009, de 29 de março de 1990, e a Lei
no 5.859, de 11 de dezembro de 1972.
Art. 44. A Lei no 10.593, de 6 de dezembro
de 2002, passa a vigorar acrescida do seguinte Art. 47. Esta Lei entra em vigor na data de
art. 11-A: sua publicação.
�������������������������������������������������������������������������������
Brasília, 1o de junho de 2015; 194o da Indepen-
Art. 45. As matérias tratadas nesta Lei Com- dência e 127o da República.
plementar que não sejam reservadas constitu-
cionalmente a lei complementar poderão ser DILMA ROUSSEFF
objeto de alteração por lei ordinária.
Promulgada em 1o/6/2015 e publicada no DOU de
2/6/2015.
Lei Maria da Penha e normas correlatas
38
Lei no 13.239/2015
Dispõe sobre a oferta e a realização, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, de cirurgia plástica
reparadora de sequelas de lesões causadas por atos de violência contra a mulher.
39
Lei no 12.845/2013
Dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas em situação de violência sexual.
40
Lei no 12.227/2010
Cria o Relatório Anual Socioeconômico da Mulher.
42
Lei no 11.804/2008
Disciplina o direito a alimentos gravídicos e a forma como ele será exercido e dá outras providências.
43
Lei no 11.770/2008
Cria o Programa Empresa Cidadã, destinado à prorrogação da licença-maternidade mediante
concessão de incentivo fiscal, e altera a Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
proporção, à empregada e ao empregado que Art. 7o O Poder Executivo, com vistas no cum-
adotar ou obtiver guarda judicial para fins de primento do disposto no inciso II do caput do
adoção de criança. art. 5o e nos arts. 12 e 14 da Lei Complementar
no 101, de 4 de maio de 2000, estimará o mon-
Art. 2o É a administração pública, direta, tante da renúncia fiscal decorrente do disposto
indireta e fundacional, autorizada a instituir nesta Lei e o incluirá no demonstrativo a que se
programa que garanta prorrogação da licença- refere o § 6o do art. 165 da Constituição Federal,
-maternidade para suas servidoras, nos termos que acompanhará o projeto de lei orçamentária
do que prevê o art. 1o desta Lei. cuja apresentação se der após decorridos 60
(sessenta) dias da publicação desta Lei.
Art. 3o Durante o período de prorrogação da
44 licença-maternidade e da licença-paternidade:
Art. 8o Esta Lei entra em vigor na data de sua LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
publicação, produzindo efeitos a partir do pri-
meiro dia do exercício subsequente àquele em Promulgada em 9/9/2008 e publicada no DOU de
que for implementado o disposto no seu art. 7o. 10/9/2008.
Normas correlatas
45
Lei no 11.664/2008
Dispõe sobre a efetivação de ações de saúde que assegurem a prevenção, a detecção, o tratamento e
o seguimento dos cânceres do colo uterino e de mama, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA pela efetivação das ações citadas nesta Lei deve
instituir;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta VI – a realização, segundo avaliação do mé-
e eu sanciono a seguinte Lei: dico assistente, de ultrassonografia mamária a
mulheres jovens com elevado risco de câncer
Art. 1o As ações de saúde previstas no inciso de mama ou que não possam ser expostas a
II do caput do art. 7o da Lei no 8.080, de 19 de radiação e, de forma complementar ao exame
setembro de 1990, relativas à prevenção, detec- previsto no inciso III do caput, a mulheres na
ção, tratamento e controle dos cânceres do colo faixa etária de 40 a 49 anos de idade ou com
uterino e de mama são asseguradas, em todo o alta densidade mamária.
território nacional, nos termos desta Lei. § 1o Os exames citopatológicos do colo
uterino e mamográficos poderão ser comple-
Art. 2o O Sistema Único de Saúde – SUS, por mentados ou substituídos por outros quando o
meio dos seus serviços, próprios, conveniados órgão citado no inciso V do caput deste artigo
ou contratados, deve assegurar: assim o determinar.
I – a assistência integral à saúde da mulher, § 2o Às mulheres com deficiência serão
incluindo amplo trabalho informativo e educa- garantidos as condições e os equipamentos
tivo sobre a prevenção, a detecção, o tratamento adequados que lhes assegurem o atendimento
e controle, ou seguimento pós-tratamento, das previsto no caput e no § 1o.
doenças a que se refere o art. 1o desta Lei; § 3o Para as mulheres com dificuldade de
II – a realização de exame citopatológico do acesso às ações de saúde previstas no art. 1o desta
colo uterino a todas as mulheres que já tenham Lei, em razão de barreiras sociais, geográficas
iniciado sua vida sexual, independentemente e culturais, serão desenvolvidas estratégias in-
da idade; tersetoriais específicas de busca ativa, promo-
III – a realização de exame mamográfico a vidas especialmente pelas redes de proteção
todas as mulheres a partir dos 40 (quarenta) social e de atenção básica à saúde, na forma de
anos de idade; regulamento.
IV – o encaminhamento a serviços de maior
complexidade das mulheres cujos exames cito- Art. 3o Esta Lei entra em vigor após decorrido
patológicos ou mamográficos ou cuja observa- 1 (um) ano de sua publicação.
Lei Maria da Penha e normas correlatas
46
Lei no 11.634/2007
Dispõe sobre o direito da gestante ao conhecimento e a vinculação à maternidade onde receberá
assistência no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Normas correlatas
47
Lei no 10.778/2003
Estabelece a notificação compulsória, no território nacional, do caso de violência contra a mulher
que for atendida em serviços de saúde públicos ou privados.
prostituição forçada, sequestro e assédio sexual Art. 5o A inobservância das obrigações esta-
no lugar de trabalho, bem como em instituições belecidas nesta Lei constitui infração da legis-
educacionais, estabelecimentos de saúde ou lação referente à saúde pública, sem prejuízo
qualquer outro lugar; e das sanções penais cabíveis.
III – seja perpetrada ou tolerada pelo Estado
ou seus agentes, onde quer que ocorra. Art. 6o Aplica-se, no que couber, à notificação
§ 3o Para efeito da definição serão observa- compulsória prevista nesta Lei, o disposto na
dos também as convenções e acordos internacio- Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975.
48
Art. 7o O Poder Executivo, por iniciativa do Brasília, 24 de novembro de 2003; 182o da In-
Ministério da Saúde, expedirá a regulamentação dependência e 115o da República.
desta Lei.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Art. 8o Esta Lei entrará em vigor 120 (cento e
vinte) dias após a sua publicação. Promulgada em 24/11/2003 e publicada no DOU
de 25/11/2003.
Normas correlatas
49
Lei no 10.714/2003
Autoriza o Poder Executivo a disponibilizar, em âmbito nacional, número telefônico destinado a
atender denúncias de violência contra a mulher.
50
Lei no 10.446/2002
Dispõe sobre infrações penais de repercussão interestadual ou internacional que exigem repressão
uniforme, para os fins do disposto no inciso I do § 1o do art. 144 da Constituição.
Normas correlatas
51
Lei no 8.742/1993
Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências.
53
Lei no 7.210/1984
Institui a Lei de Execução Penal.
Faço saber que o Congresso Nacional decreta Art. 14. A assistência à saúde do preso e do
e eu sanciono a seguinte Lei: internado, de caráter preventivo e curativo, com-
preenderá atendimento médico, farmacêutico
e odontológico.
TÍTULO I – Do Objeto e da Aplicação da Lei �������������������������������������������������������������������������������
de Execução Penal § 3o Será assegurado acompanhamento mé-
dico à mulher, principalmente no pré-natal e no
Art. 1o A execução penal tem por objetivo pós-parto, extensivo ao recém-nascido.
efetivar as disposições de sentença ou decisão �������������������������������������������������������������������������������
criminal e proporcionar condições para a har-
mônica integração social do condenado e do SEÇÃO V – Da Assistência Educacional
internado. �������������������������������������������������������������������������������
Art. 2o A jurisdição penal dos juízes ou tribu- Art. 19. O ensino profissional será ministrado
nais da justiça ordinária, em todo o território em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento
nacional, será exercida, no processo de execu- técnico.
ção, na conformidade desta Lei e do Código de Parágrafo único. A mulher condenada terá
Processo Penal. ensino profissional adequado à sua condição.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igual- �������������������������������������������������������������������������������
mente ao preso provisório e ao condenado pela
Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a TÍTULO III – Dos Órgãos da Execução
estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária. Penal
�������������������������������������������������������������������������������
Art. 3o Ao condenado e ao internado serão
assegurados todos os direitos não atingidos CAPÍTULO VI – Dos Departamentos
pela sentença ou pela lei. Penitenciários
Parágrafo único. Não haverá qualquer dis- �������������������������������������������������������������������������������
tinção de natureza racial, social, religiosa ou
política. SEÇÃO III – Da Direção e do Pessoal dos
Lei Maria da Penha e normas correlatas
Estabelecimentos Penais
Art. 4o O Estado deverá recorrer à cooperação �������������������������������������������������������������������������������
da comunidade nas atividades de execução da
pena e da medida de segurança. Art. 77. A escolha do pessoal administrativo,
especializado, de instrução técnica e de vigilân-
cia atenderá a vocação, preparação profissional
TÍTULO II – Do Condenado e do Internado e antecedentes pessoais do candidato.
������������������������������������������������������������������������������� �������������������������������������������������������������������������������
§ 2o No estabelecimento para mulheres so-
CAPÍTULO II – Da Assistência mente se permitirá o trabalho de pessoal do
�������������������������������������������������������������������������������
54
sexo feminino, salvo quando se tratar de pessoal TÍTULO V – Da Execução das Penas em
técnico especializado. Espécie
������������������������������������������������������������������������������� �������������������������������������������������������������������������������
55
Decreto-lei no 3.689/1941
Código de Processo Penal.
1
Nota do Editor (NE): os artigos mencionados são
os da Constituição de 1937.
2
NE: o artigo mencionado é o da Constituição de
1937.
56 3
NE: ver ADPF no 130.
Decreto-lei no 2.848/1940
Código Penal.
59
CAPÍTULO V – Do Lenocínio e do Tráfico ploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro
de Pessoa para Fim de Prostituição ou Outra ou mediação direta do proprietário ou gerente:
Forma de Exploração Sexual Pena – reclusão, de dois a cinco anos, e multa.
Art. 227. Induzir alguém a satisfazer a lascívia Art. 230. Tirar proveito da prostituição alheia,
de outrem: participando diretamente de seus lucros ou fa-
Pena – reclusão, de um a três anos. zendo-se sustentar, no todo ou em parte, por
§ 1o Se a vítima é maior de 14 (catorze) e quem a exerça:
menor de 18 (dezoito) anos, ou se o agente é Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
seu ascendente, descendente, cônjuge ou com- § 1o Se a vítima é menor de 18 (dezoito)
panheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a e maior de 14 (catorze) anos ou se o crime é
quem esteja confiada para fins de educação, de cometido por ascendente, padrasto, madrasta,
tratamento ou de guarda: irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou
Pena – reclusão, de dois a cinco anos. curador, preceptor ou empregador da vítima,
§ 2o Se o crime é cometido com emprego de ou por quem assumiu, por lei ou outra forma,
violência, grave ameaça ou fraude: obrigação de cuidado, proteção ou vigilância:
Pena – reclusão, de dois a oito anos, além da Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos,
pena correspondente à violência. e multa.
§ 3o Se o crime é cometido com o fim de § 2o Se o crime é cometido mediante vio-
lucro, aplica-se também multa. lência, grave ameaça, fraude ou outro meio
que impeça ou dificulte a livre manifestação
Favorecimento da prostituição ou outra da vontade da vítima:
forma de exploração sexual Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos,
sem prejuízo da pena correspondente à vio-
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prosti- lência.
tuição ou outra forma de exploração sexual, �������������������������������������������������������������������������������
facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém
a abandone: Promoção de migração ilegal
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
e multa. Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com
§ 1o Se o agente é ascendente, padrasto, ma- o fim de obter vantagem econômica, a entrada
drasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, ilegal de estrangeiro em território nacional ou
tutor ou curador, preceptor ou empregador da de brasileiro em país estrangeiro:
vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos,
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância: e multa.
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos. § 1o Na mesma pena incorre quem promo-
Lei Maria da Penha e normas correlatas
§ 2o Se o crime é cometido com emprego de ver, por qualquer meio, com o fim de obter
violência, grave ameaça ou fraude: vantagem econômica, a saída de estrangeiro do
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, além território nacional para ingressar ilegalmente
da pena correspondente à violência. em país estrangeiro.
§ 3o Se o crime é cometido com o fim de § 2o A pena é aumentada de 1/6 (um sexto)
lucro, aplica-se também multa. a 1/3 (um terço) se:
I – o crime é cometido com violência; ou
Casa de prostituição II – a vítima é submetida a condição desu-
mana ou degradante.
Art. 229. Manter, por conta própria ou de § 3o A pena prevista para o crime será apli-
terceiro, estabelecimento em que ocorra ex- cada sem prejuízo das correspondentes às in-
60 frações conexas.
CAPÍTULO VI – Do Ultraje Público ao CAPÍTULO VII – Disposições Gerais
Pudor
Aumento de pena
Ato obsceno
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título
Art. 233. Praticar ato obsceno em lugar públi- a pena é aumentada:
co, ou aberto ou exposto ao público: I – (Vetado);
Pena – detenção, de três meses a um ano, II – (Vetado);
ou multa. III – de metade a 2/3 (dois terços), se do
crime resulta gravidez;
Escrito ou objeto obsceno IV – de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços), se
o agente transmite à vítima doença sexualmente
Art. 234. Fazer, importar, exportar, adquirir transmissível de que sabe ou deveria saber ser
ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, portador, ou se a vítima é idosa ou pessoa com
de distribuição ou de exposição pública, escrito, deficiência.
desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto
obsceno: Art. 234-B. Os processos em que se apuram
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, crimes definidos neste Título correrão em se-
ou multa. gredo de justiça.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena �������������������������������������������������������������������������������
quem:
I – vende, distribui ou expõe à venda ou ao DISPOSIÇÕES FINAIS
público qualquer dos objetos referidos neste �������������������������������������������������������������������������������
artigo;
II – realiza, em lugar público ou acessível Art. 361. Este Código entrará em vigor no dia
ao público, representação teatral, ou exibição 1o de janeiro de 1942.
cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer
outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter; Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119o da
III – realiza, em lugar público ou acessível Independência e 52o da República.
ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação
de caráter obsceno. GETÚLIO VARGAS
Normas correlatas
61
Decreto no 9.417/2018
Transfere a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres e o Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher da Secretaria de Governo da Presidência da República para o Ministério dos Direitos Humanos.
62
Decreto no 9.223/2017
Institui a Rede Brasil Mulher.
Art. 3o São objetivos da Rede Brasil Mulher: Art. 5o Poderão colaborar com a Rede Brasil
I – contribuir para a redução da desigual- Mulher:
dade entre mulheres e homens, por meio da I – os órgãos e as entidades públicas federais
formação de gestores, profissionais de educação dos Poderes Legislativo e Judiciário;
e estudantes em todos os níveis e modalidades II – os órgãos e as entidades públicas esta-
de ensino, e promover o acesso e a permanência duais, distritais e municipais;
Normas correlatas
64
Decreto no 8.086/2013
Institui o Programa Mulher Segura e Protegida.
65
IV – implementação de unidades móveis para V – promover a articulação com os órgãos
atendimento das mulheres vítimas de violência e entidades referidos nos §§ 1o e 2o do art. 3o,
fora dos espaços urbanos; e com o objetivo de assegurar a implementação e
V – execução de ações e promoção de campa- o cumprimento das metas do Programa;
nhas continuadas de conscientização destinadas VI – elaborar, divulgar e atualizar os pro-
à prevenção da violência contra a mulher. tocolos de atendimento e as normas técnicas
§ 1o Por meio da articulação com órgãos e adotados nas unidades da Casa da Mulher Bra-
entidades da União, dos Estados, do Distrito sileira, com apoio dos órgãos e das entidades
Federal e dos Municípios e com entidades do participantes e de colaboradores;
terceiro setor, as unidades da Casa da Mulher VII – prestar apoio técnico e financeiro, não
Brasileira poderão dispor de: compulsório, aos entes federativos na manuten-
I – serviços de atendimento psicossocial; ção das unidades da Casa da Mulher Brasileira; e
II – alojamento de passagem; VIII – monitorar a prestação dos serviços
III – orientação e direcionamento para pro- nas unidades da Casa da Mulher Brasileira,
gramas de auxílio e promoção da autonomia para avaliar a implementação e a execução do
econômica, de geração de trabalho, emprego Programa Mulher Segura e Protegida.
e renda; Parágrafo único. A Secretaria Nacional de
IV – integração com os serviços da rede de Políticas para as Mulheres do Ministério da
saúde e socioassistencial; e Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
V – a presença de órgãos públicos voltados poderá convidar para participar das ações de
para as mulheres, como as Delegacias Especia- implementação do Programa Mulher Segura e
lizadas de Atendimento à Mulher, os Juizados e Protegida outros órgãos e entidades públicos
Varas Especializados de Violência Doméstica e e privados, tais como o Conselho Nacional de
Familiar contra a Mulher, as Promotorias Públi- Justiça, o Conselho Nacional do Ministério
cas Especializadas da Mulher e as Defensorias Público e o Conselho Nacional de Defensores
Públicas Especializadas da Mulher. Públicos-Gerais.
§ 2o As unidades da Casa da Mulher Brasi-
leira poderão ser mantidas pelos Estados, pelo Art. 5o Atuarão de forma conjunta, para a
Distrito Federal e pelos Municípios, com o apoio implementação do Programa Mulher Segu-
técnico e financeiro das instituições públicas ra e Protegida, com a Secretaria Nacional de
parceiras e da Secretaria Nacional de Políticas Políticas para as Mulheres do Ministério da
para as Mulheres do Ministério da Mulher, da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, os
Família e dos Direitos Humanos. seguintes órgãos:
I – o Ministério da Justiça e Segurança Pú-
Art. 4o Compete à Secretaria Nacional de Polí- blica;
ticas para as Mulheres do Ministério da Mulher, II – o Ministério da Cidadania; e
da Família e dos Direitos Humanos: III – o Ministério da Saúde.
I – coordenar a implantação e execução do
Lei Maria da Penha e normas correlatas
66
Art. 7o A Secretaria Nacional de Políticas para Brasília, 30 de agosto de 2013; 192o da Indepen-
as Mulheres do Ministério da Mulher, da Fa- dência e 125o da República.
mília e dos Direitos Humanos poderá editar
normas complementares para dispor sobre a DILMA ROUSSEFF
coordenação e a gestão do Programa Mulher
Segura e Protegida. Decretado em 30/8/2013 e publicado no DOU de
30/8/2013 – Edição extra.
Normas correlatas
67
Decreto no 7.958/2013
Estabelece diretrizes para o atendimento às vítimas de violência sexual pelos profissionais de segurança
pública e da rede de atendimento do Sistema Único de Saúde.
Art. 5o Ao Ministério da Justiça compete: Art. 7o Este Decreto entra em vigor na data
I – apoiar a criação de ambiente humanizado de sua publicação.
para atendimento de vítimas de violência sexual
nos órgãos de perícia médico-legal; e Brasília, 13 de março de 2013; 192o da Indepen-
II – promover capacitação de: dência e 125o da República.
a) peritos médicos-legistas para atendimen-
to humanizado na coleta de vestígios em vítimas DILMA ROUSSEFF
de violência sexual;
b) profissionais e gestores de saúde do SUS Decretado em 13/3/2013 e publicado no DOU de
para atendimento humanizado de vítimas de 14/3/2013.
violência sexual, no tocante à coleta, guarda
Normas correlatas
69
Decreto no 7.393/2010
Dispõe sobre a Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.
70
Decreto no 7.052/2009
Regulamenta a Lei no 11.770, de 9 de setembro de 2008, que cria o Programa Empresa Cidadã,
destinado à prorrogação da licença-maternidade, no tocante a empregadas de pessoas jurídicas.
III – por quinze dias, quando se tratar de cias, normas complementares para execução
criança a partir de quatro anos até completar deste Decreto.
oito anos de idade.
71
Art. 8o Este Decreto entra em vigor na data de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
sua publicação, produzindo efeitos a partir de
1o de janeiro de 2010. Decretado em 23/12/2009 e publicado no DOU de
24/12/2009.
Brasília, 23 de dezembro de 2009; 188o da In-
dependência e 121o da República.
Lei Maria da Penha e normas correlatas
72
Decreto no 5.099/2004
Regulamenta a Lei no 10.778, de 24 de novembro de 2003, e institui os serviços de referência sentinela.
73
Atos internacionais
Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher
ARTIGO 1o
f) adotar todas as medidas adequadas, inclusive
Para os fins da presente Convenção, a expressão de caráter legislativo, para modificar ou derrogar
“discriminação contra a mulher” significará leis, regulamentos, usos e práticas que consti-
toda a distinção, exclusão ou restrição baseada tuam discriminação contra a mulher;
77
g) derrogar todas as disposições penais na- diz respeito à educação e ao desenvolvimento
cionais que constituam discriminação contra de seus filhos, entendendo-se que o interesse
a mulher. dos filhos constituirá a consideração primordial
em todos os casos.
ARTIGO 3o
ARTIGO 6o
Os Estados Partes tomarão, em todas as esferas
e, em particular, nas esferas política, social, eco- Os Estados Partes tomarão todas as medidas
nômica e cultural, todas as medidas apropriadas, apropriadas, inclusive de caráter legislativo, para
inclusive de caráter legislativo, para assegurar o suprimir todas as formas de tráfico de mulheres
pleno desenvolvimento e progresso da mulher, e exploração da prostituição da mulher.
com o objetivo de garantir-lhe o exercício e gozo
dos direitos humanos e liberdades fundamentais
em igualdade de condições com o homem. PARTE II
ARTIGO 4o ARTIGO 7o
1. A adoção pelos Estados Partes de medidas Os Estados Partes tomarão todas as medidas
especiais de caráter temporário destinadas a apropriadas para eliminar a discriminação con-
acelerar a igualdade de fato entre o homem e tra a mulher na vida política e pública do país
a mulher não se considerará discriminação na e, em particular, garantirão, em igualdade de
forma definida nesta Convenção, mas de nenhu- condições com os homens, o direito a:
ma maneira implicará, como consequência, a
manutenção de normas desiguais ou separadas; a) votar em todas as eleições e referendos pú-
essas medidas cessarão quando os objetivos blicos e ser elegível para todos os órgãos cujos
de igualdade de oportunidade e tratamento membros sejam objeto de eleições públicas;
houverem sido alcançados.
b) participar na formulação de políticas gover-
2. A adoção pelos Estados Partes de medidas namentais e na execução destas, e ocupar cargos
especiais, inclusive as contidas na presente Con- públicos e exercer todas as funções públicas em
venção, destinadas a proteger a maternidade, todos os planos governamentais;
não se considerará discriminatória.
c) participar em organizações e associações não
ARTIGO 5o governamentais que se ocupem da vida pública
e política do país.
Os Estados Partes tomarão todas as medidas
apropriadas para: ARTIGO 8o
Lei Maria da Penha e normas correlatas
2. Os Estados Partes outorgarão à mulher os f) a redução da taxa de abandono feminino
mesmos direitos que ao homem no que diz res- dos estudos e a organização de programas para
peito à nacionalidade dos filhos. aquelas jovens e mulheres que tenham deixado
os estudos prematuramente;
dos livros e programas escolares e adaptação d) o direito a igual remuneração, inclusive be-
dos métodos de ensino; nefícios, e igualdade de tratamento relativa a um
trabalho de igual valor, assim como igualdade
d) as mesmas oportunidades para obtenção de tratamento com respeito à avaliação da qua-
de bolsas de estudo e outras subvenções para lidade do trabalho;
estudos; 79
e) o direito à seguridade social, em particular a fim de assegurar, em condições de igualdade
em casos de aposentadoria, desemprego, doença, entre homens e mulheres, o acesso a serviços
invalidez, velhice ou outra incapacidade para médicos, inclusive os referentes ao planejamento
trabalhar, bem como o direito a férias pagas; familiar.
f) o direito à proteção da saúde e à segurança 2. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 1, os
nas condições de trabalho, inclusive a salva- Estados Partes garantirão à mulher assistência
guarda da função de reprodução. apropriada em relação à gravidez, ao parto e
ao período posterior ao parto, proporcionando
2. A fim de impedir a discriminação contra a assistência gratuita quando assim for necessá-
mulher por razões de casamento ou materni- rio, e lhe assegurarão uma nutrição adequada
dade e assegurar a efetividade de seu direito a durante a gravidez e a lactância.
trabalhar, os Estados Partes tomarão as medidas
adequadas para: ARTIGO 13
a) proibir, sob sanções, a demissão por moti- Os Estados Partes adotarão todas as medidas
vo de gravidez ou licença de maternidade e a apropriadas para eliminar a discriminação con-
discriminação nas demissões motivadas pelo tra a mulher em outras esferas da vida econômi-
estado civil; ca e social a fim de assegurar, em condições de
igualdade entre homens e mulheres, os mesmos
b) implantar a licença de maternidade, com direitos, em particular:
salário pago ou benefícios sociais comparáveis,
sem perda do emprego anterior, antiguidade ou a) o direito a benefícios familiares;
benefícios sociais;
b) o direito a obter empréstimos bancários,
c) estimular o fornecimento de serviços so- hipotecas e outras formas de crédito financeiro;
ciais de apoio necessários para permitir que
os pais combinem as obrigações para com a c) o direito a participar em atividades de re-
família com as responsabilidades do trabalho creação, esportes e em todos os aspectos da
e a participação na vida pública, especialmente vida cultural.
mediante fomento da criação e desenvolvimento
de uma rede de serviços destinados ao cuidado ARTIGO 14
das crianças;
1. Os Estados Partes levarão em consideração os
d) dar proteção especial às mulheres durante problemas específicos enfrentados pela mulher
a gravidez nos tipos de trabalho comprovada- rural e o importante papel que desempenha na
mente prejudiciais para elas. subsistência econômica de sua família, incluído
seu trabalho em setores não monetários da eco-
Lei Maria da Penha e normas correlatas
3. A legislação protetora relacionada com as nomia, e tomarão todas as medidas apropriadas
questões compreendidas neste artigo será exa- para assegurar a aplicação dos dispositivos desta
minada periodicamente à luz dos conhecimen- Convenção à mulher das zonas rurais.
tos científicos e tecnológicos e será revista, der-
rogada ou ampliada conforme as necessidades. 2. Os Estados Partes adotarão todas as me-
didas apropriadas para eliminar a discrimi-
ARTIGO 12 nação contra a mulher nas zonas rurais a fim
de assegurar, em condições de igualdade entre
1. Os Estados Partes adotarão todas as medi- homens e mulheres, que elas participem no
das apropriadas para eliminar a discriminação desenvolvimento rural e dele se beneficiem,
contra a mulher na esfera dos cuidados médicos e em particular assegurar-lhes-ão o direito a:
80
a) participar da elaboração e execução dos -ão um tratamento igual em todas as etapas do
planos de desenvolvimento em todos os níveis; processo nas cortes de justiça e nos tribunais.
b) ter acesso a serviços médicos adequados, 3. Os Estados Partes convêm em que todo con-
inclusive informação, aconselhamento e serviços trato ou outro instrumento privado de efeito
em matéria de planejamento familiar; jurídico que tenda a restringir a capacidade
jurídica da mulher será considerado nulo.
c) beneficiar-se diretamente dos programas de
seguridade social; 4. Os Estados Partes concederão ao homem e
à mulher os mesmos direitos no que respeita à
d) obter todos os tipos de educação e de for- legislação relativa ao direito das pessoas à liber-
mação, acadêmica e não acadêmica, inclusive dade de movimento e à liberdade de escolha de
os relacionados à alfabetização funcional, bem residência e domicílio.
como, entre outros, os benefícios de todos os
serviços comunitários e de extensão a fim de ARTIGO 16
aumentar sua capacidade técnica;
1. Os Estados Partes adotarão todas as medi-
e) organizar grupos de autoajuda e cooperativas das adequadas para eliminar a discriminação
a fim de obter igualdade de acesso às opor- contra a mulher em todos os assuntos relativos
tunidades econômicas mediante emprego ou ao casamento e às relações familiares e, em par-
trabalho por conta própria; ticular, com base na igualdade entre homens e
mulheres, assegurarão:
f) participar de todas as atividades comuni-
tárias; a) o mesmo direito de contrair matrimônio;
g) ter acesso aos créditos e empréstimos agrí- b) o mesmo direito de escolher livremente o
colas, aos serviços de comercialização e às tec- cônjuge e de contrair matrimônio somente com
nologias apropriadas, e receber um tratamento livre e pleno consentimento;
igual nos projetos de reforma agrária e de res-
tabelecimentos; c) os mesmos direitos e responsabilidades
durante o casamento e por ocasião de sua dis-
h) gozar de condições de vida adequadas, par- solução;
ticularmente nas esferas da habitação, dos servi-
ços sanitários, da eletricidade e do abastecimen- d) os mesmos direitos e responsabilidades como
to de água, do transporte e das comunicações. pais, qualquer que seja seu estado civil, em ma-
térias pertinentes aos filhos. Em todos os casos,
os interesses dos filhos serão a consideração
PARTE IV primordial;
civilização assim como dos principais sistemas 7. Para preencher as vagas fortuitas, o Esta-
jurídicos. do Parte cujo perito tenha deixado de exercer
suas funções de membro do Comitê nomeará
2. Os membros do Comitê serão eleitos em outro perito entre seus nacionais, sob reserva
escrutínio secreto de uma lista de pessoas indi- da aprovação do Comitê.
cadas pelos Estados Partes. Cada um dos Estados
Partes poderá indicar uma pessoa entre seus 8. Os membros do Comitê, mediante aprovação
próprios nacionais. da Assembleia Geral, receberão remuneração
dos recursos das Nações Unidas, na forma e
3. A eleição inicial realizar-se-á seis meses após condições que a Assembleia Geral decidir, tendo
a data de entrada em vigor desta Convenção. em vista a importância das funções do Comitê.
82
9. O Secretário-Geral das Nações Unidas pro- atividades e poderá apresentar sugestões e reco-
porcionará o pessoal e os serviços necessários mendações de caráter geral baseadas no exame
para o desempenho eficaz das funções do Co- dos relatórios e em informações recebidas dos
mitê em conformidade com esta Convenção. Estados Partes. Essas sugestões e recomendações
de caráter geral serão incluídas no relatório do
ARTIGO 18 Comitê juntamente com as observações que os
Estados Partes tenham porventura formulado.
1. Os Estados Partes comprometem-se a sub-
meter ao Secretário-Geral das Nações Unidas, 2. O Secretário-Geral transmitirá, para infor-
para exame do Comitê, um relatório sobre as mação, os relatórios do Comitê à Comissão
medidas legislativas, judiciárias, administrativas sobre a Condição da Mulher.
ou outras que adotarem para tornarem efetivas
as disposições desta Convenção e sobre os pro- ARTIGO 22
gressos alcançados a esse respeito:
As Agências Especializadas terão direito a estar
a) no prazo de um ano a partir da entrada em representadas no exame da aplicação das dis-
vigor da Convenção para o Estado interessado; e posições desta Convenção que correspondam
à esfera de suas atividades. O Comitê poderá
b) posteriormente, pelo menos cada quatro convidar as Agências Especializadas a apresen-
anos e toda vez que o Comitê solicitar. tar relatórios sobre a aplicação da Convenção
nas áreas que correspondam à esfera de suas
2. Os relatórios poderão indicar fatores e difi- atividades.
culdades que influam no grau de cumprimento
das obrigações estabelecidas por esta Conven-
ção. PARTE VI
ARTIGO 19 ARTIGO 23
1. O Comitê adotará seu próprio regulamento. Nada do disposto nesta Convenção prejudicará
qualquer disposição que seja mais propícia à
2. O Comitê elegerá sua Mesa por um período obtenção da igualdade entre homens e mulheres
de dois anos. e que esteja contida:
1. O Comitê se reunirá normalmente todos os b) em qualquer outra convenção, tratado ou
anos por um período não superior a duas sema- acordo internacional vigente nesse Estado.
nas para examinar os relatórios que lhe sejam
submetidos em conformidade com o Artigo 18 ARTIGO 24
desta Convenção.
Os Estados Partes comprometem-se a adotar
2. As reuniões do Comitê realizar-se-ão nor- todas as medidas necessárias em âmbito nacio-
malmente na sede das Nações Unidas ou em nal para alcançar a plena realização dos direitos
qualquer outro lugar que o Comitê determine. reconhecidos nesta Convenção.
Atos internacionais
ARTIGO 21 ARTIGO 25
1. O Comitê, através do Conselho Econômico e 1. Esta Convenção estará aberta à assinatura
Social das Nações Unidas, informará anualmen- de todos os Estados.
te a Assembleia Geral das Nações Unidas de suas 83
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas fica esse objetivo ao Secretário-Geral das Nações
designado depositário desta Convenção. Unidas, que informará a todos os Estados a
respeito. A notificação surtirá efeito na data de
3. Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os seu recebimento.
instrumentos de ratificação serão depositados
junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. ARTIGO 29
4. Esta Convenção estará aberta à adesão de 1. Qualquer controvérsia entre dois ou mais
todos os Estados. A adesão efetuar-se-á através Estados Partes relativa à interpretação ou apli-
do depósito de um instrumento de adesão junto cação desta Convenção e que não for resolvida
ao Secretário-Geral das Nações Unidas. por negociações será, a pedido de qualquer das
Partes na controvérsia, submetida a arbitragem.
ARTIGO 26 Se no prazo de seis meses a partir da data do
pedido de arbitragem as Partes não acorda-
1. Qualquer Estado Parte poderá, em qualquer rem sobre a forma da arbitragem, qualquer das
momento, formular pedido de revisão desta Partes poderá submeter a controvérsia à Corte
Convenção, mediante notificação escrita diri- Internacional de Justiça mediante pedido em
gida ao Secretário-Geral das Nações Unidas. conformidade com o Estatuto da Corte.
2. A Assembleia Geral das Nações Unidas de- 2. Qualquer Estado Parte, no momento da as-
cidirá sobre as medidas a serem tomadas, se for sinatura ou ratificação desta Convenção ou de
o caso, com respeito a esse pedido. adesão a ela, poderá declarar que não se con-
sidera obrigado pelo parágrafo anterior. Os de-
ARTIGO 27 mais Estados Partes não estarão obrigados pelo
parágrafo anterior perante nenhum Estado Parte
1. Esta Convenção entrará em vigor no trigési- que tenha formulado essa reserva.
mo dia a partir da data do depósito do vigésimo
instrumento de ratificação ou adesão junto ao 3. Qualquer Estado Parte que tenha formulado
Secretário-Geral das Nações Unidas. a reserva prevista no parágrafo anterior poderá
retirá-la em qualquer momento por meio de no-
2. Para cada Estado que ratificar a presente tificação ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
Convenção ou a ela aderir após o depósito do
vigésimo instrumento de ratificação ou adesão, ARTIGO 30
a Convenção entrará em vigor no trigésimo dia
após o depósito de seu instrumento de ratifi- Esta Convenção, cujos textos em árabe, chinês,
cação ou adesão. espanhol, francês, inglês e russo são igualmente
autênticos, será depositada junto ao Secretário-
ARTIGO 28 -Geral das Nações Unidas.
Lei Maria da Penha e normas correlatas
1. O Secretário-Geral das Nações Unidas re- Em testemunho do quê, os abaixo assinados,
ceberá e enviará a todos os Estados o texto das devidamente autorizados, assinaram esta Con-
reservas feitas pelos Estados no momento da venção.
ratificação ou adesão.
Aprovada pelo Decreto Legislativo no 26, de 22 de
2. Não será permitida uma reserva incompatível junho de 1994, publicado no DOU de 23/6/1994, e
com o objeto e o propósito desta Convenção. promulgada pelo Decreto no 4.377, de 13 de setembro
de 2002, publicado no DOU de 16/9/2002.
3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer
momento por uma notificação endereçada com
84
Protocolo Facultativo à Convenção sobre
a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher
Observando que na Carta das Nações Unidas Cada Estado Parte do presente Protocolo (do-
se reafirma a fé nos direitos humanos funda- ravante denominado “Estado Parte”) reconhece
mentais, na dignidade e no valor da pessoa hu- a competência do Comitê sobre a Eliminação
mana e na igualdade de direitos entre homens da Discriminação contra a Mulher (doravante
e mulheres, denominado “o Comitê”) para receber e con-
siderar comunicações apresentadas de acordo
Observando, ainda, que a Declaração Universal com o Artigo 2 deste Protocolo.
dos Direitos Humanos proclama que todos os
seres humanos nascem livres e iguais em dig- ARTIGO 2
nidade e direitos e que cada pessoa tem todos
os direitos e liberdades nela proclamados, sem As comunicações podem ser apresentadas por
qualquer tipo de distinção, incluindo distinção indivíduos ou grupos de indivíduos, que se
baseada em sexo, encontrem sob a jurisdição do Estado Parte e
aleguem ser vítimas de violação de quaisquer
Lembrando que as Convenções Internacionais dos direitos estabelecidos na Convenção por
de Direitos Humanos e outros instrumentos aquele Estado Parte, ou em nome desses indi-
internacionais de direitos humanos proíbem a víduos ou grupos de indivíduos. Sempre que for
discriminação baseada em sexo, apresentada em nome de indivíduos ou grupos
de indivíduos, a comunicação deverá contar
Lembrando, ainda, a Convenção sobre a Elimi- com seu consentimento, a menos que o autor
nação de Todas as Formas de Discriminação possa justificar estar agindo em nome deles sem
contra a Mulher (doravante denominada “a o seu consentimento.
Convenção”), na qual os Estados Partes con-
denam a discriminação contra a mulher em ARTIGO 3
todas as suas formas e concordam em buscar,
de todas as maneiras apropriadas e sem demora, As comunicações deverão ser feitas por es-
uma política de eliminação da discriminação crito e não poderão ser anônimas. Nenhuma
contra a mulher, comunicação relacionada a um Estado Parte
da Convenção que não seja parte do presente
Reafirmando sua determinação de assegurar o Protocolo será recebida pelo Comitê.
pleno e equitativo gozo pelas mulheres de todos
os direitos e liberdades fundamentais e de agir ARTIGO 4
Atos internacionais
86
ARTIGO 8 Parte a informá-lo das medidas tomadas em
resposta à mencionada investigação.
1. Caso o Comitê receba informação fidedigna
indicando graves ou sistemáticas violações por ARTIGO 10
um Estado Parte dos direitos estabelecidos na
Convenção, o Comitê convidará o Estado Parte 1. Cada Estado Parte poderá, no momento da
a cooperar no exame da informação e, para assinatura ou ratificação do presente Protocolo
esse fim, a apresentar observações quanto à ou no momento em que a este aderir, declarar
informação em questão. que não reconhece a competência do Comitê
disposta nos Artigos 8 e 9 deste Protocolo.
2. Levando em conta quaisquer observações
que possam ter sido apresentadas pelo Estado 2. O Estado Parte que fizer a declaração de acor-
Parte em questão, bem como outras informa- do com o Parágrafo 1 deste Artigo 10 poderá,
ções fidedignas das quais disponha, o Comitê a qualquer momento, retirar essa declaração
poderá designar um ou mais de seus membros através de notificação ao Secretário-Geral.
para conduzir uma investigação e apresentar
relatório urgentemente ao Comitê. Sempre que ARTIGO 11
justificado, e com o consentimento do Estado
Parte, a investigação poderá incluir visita ao Os Estados Partes devem tomar todas as medi-
território deste último. das apropriadas para assegurar que os indiví-
duos sob sua jurisdição não fiquem sujeitos a
3. Após examinar os resultados da investigação, maus-tratos ou intimidação como consequência
o Comitê os transmitirá ao Estado Parte em de sua comunicação com o Comitê nos termos
questão juntamente com quaisquer comentários do presente Protocolo.
e recomendações.
ARTIGO 12
4. O Estado Parte em questão deverá, dentro
de seis meses do recebimento dos resultados, O Comitê incluirá em seu relatório anual, se-
comentários e recomendações do Comitê, apre- gundo o Artigo 21 da Convenção, um resu-
sentar suas observações ao Comitê. mo de suas atividades nos termos do presente
Protocolo.
5. Tal investigação será conduzida em caráter
confidencial e a cooperação do Estado Parte ARTIGO 13
será buscada em todos os estágios dos proce-
dimentos. Cada Estado Parte compromete-se a tornar pú-
blicos e amplamente conhecidos a Convenção
ARTIGO 9 e o presente Protocolo e a facilitar o acesso à
informação acerca das opiniões e recomenda-
1. O Comitê poderá convidar o Estado Parte ções do Comitê, em particular sobre as questões
em questão a incluir em seu relatório, segundo que digam respeito ao próprio Estado Parte.
o Artigo 18 da Convenção, pormenores de qual-
quer medida tomada em resposta à investigação ARTIGO 14
conduzida segundo o Artigo 18 deste Protocolo.
O Comitê elaborará suas próprias regras de
Atos internacionais
2. O Comitê poderá, caso necessário, após o procedimento a serem seguidas no exercício
término do período de seis meses mencionado das funções que lhe são conferidas no presente
no Artigo 8.4 deste Protocolo, convidar o Estado Protocolo.
87
ARTIGO 15 conferência de Estados Partes com o propósito
de avaliar e votar a proposta. Se ao menos um
1. O presente Protocolo estará aberto à assina- terço dos Estados Partes for favorável à confe-
tura por qualquer Estado que tenha ratificado rência, o Secretário-Geral deverá convocá-la
ou aderido à Convenção. sob os auspícios das Nações Unidas. Qualquer
emenda adotada pela maioria dos Estados Partes
2. O presente Protocolo estará sujeito à ratifi- presentes e votantes na conferência será sub-
cação por qualquer Estado que tenha ratificado metida à Assembleia-Geral das Nações Unidas
ou aderido à Convenção. Os instrumentos de para aprovação.
ratificação deverão ser depositados junto ao
Secretário-Geral das Nações Unidas. 2. As emendas entrarão em vigor tão logo te-
nham sido aprovadas pela Assembleia-Geral
3. O presente Protocolo estará aberto à adesão das Nações Unidas e aceitas por maioria de dois
por qualquer Estado que tenha ratificado ou terços dos Estados Partes do presente Protoco-
aderido à Convenção. lo, de acordo com seus respectivos processos
constitucionais.
4. A adesão será efetivada pelo depósito de
instrumento de adesão junto ao Secretário-Geral 3. Sempre que as emendas entrarem em vigor,
das Nações Unidas. obrigarão os Estados Partes que as tenham acei-
tado, ficando os outros Estados Partes obrigados
ARTIGO 16 pelas disposições do presente Protocolo e quais-
quer emendas anteriores que tiverem aceitado.
1. O presente Protocolo entrará em vigor três
meses após a data do depósito junto ao Secre- ARTIGO 19
tário-Geral das Nações Unidas do décimo ins-
trumento de ratificação ou adesão. 1. Qualquer Estado Parte poderá denunciar o
presente Protocolo a qualquer momento por
2. Para cada Estado que ratifique o presente meio de notificação por escrito endereçada ao
Protocolo ou a ele venha a aderir após sua en- Secretário-Geral das Nações Unidas. A denúncia
trada em vigor, o presente Protocolo entrará em terá efeito seis meses após a data do recebimento
vigor três meses após a data do depósito de seu da notificação pelo Secretário-Geral.
próprio instrumento de ratificação ou adesão.
2. A denúncia não prejudicará a continuida-
ARTIGO 17 de da aplicação das disposições do presente
Protocolo em relação a qualquer comunicação
Não serão permitidas reservas ao presente Pro- apresentada segundo o Artigo 2 deste Protocolo
tocolo. e a qualquer investigação iniciada segundo o
Artigo 8 deste Protocolo antes da data de vi-
Lei Maria da Penha e normas correlatas
88
(b) data de entrada em vigor do presente Pro- são igualmente autênticas, será depositado junto
tocolo e de qualquer emenda feita nos termos aos arquivos das Nações Unidas.
do Artigo 18 deste Protocolo;
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas trans-
(c) qualquer denúncia feita segundo o Artigo mitirá cópias autenticadas do presente Protocolo
19 deste Protocolo. a todos os estados mencionados no Artigo 25
da Convenção.
ARTIGO 21
Aprovado pelo Decreto Legislativo no 107, de 6 de
1. O presente Protocolo, do qual as versões em junho de 2002, publicado no DOU de 7/6/2002, e
árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol promulgado pelo Decreto no 4.316, de 30 de julho
de 2002, publicado no DOU de 31/7/2002.
Atos internacionais
89
Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a
Mulher – “Convenção de Belém do Pará”
g) direito a recurso simples e rápido perante a) abster-se de qualquer ato ou prática de
tribunal competente que a proteja contra atos violência contra a mulher e velar porque as
que violem seus direitos; autoridades, seus funcionários e pessoal, bem
como agentes e instituições públicos ajam de
h) direito de livre associação; conformidade com essa obrigação;
i) direito à liberdade de professar a própria reli- b) agir com o devido zelo para prevenir, in-
gião e as próprias crenças, de acordo com a lei; e vestigar e punir a violência contra a mulher;
Atos internacionais
j) direito a ter igualdade de acesso às funções c) incorporar na sua legislação interna nor-
públicas de seu país e a participar nos assuntos mas penais, civis, administrativas e de outra
públicos, inclusive na tomada de decisões. natureza, que sejam necessárias para prevenir,
punir e erradicar a violência contra a mulher,
91
bem como adotar as medidas administrativas qualquer dos gêneros ou nos papéis estereoti-
adequadas que forem aplicáveis; pados para o homem e a mulher, que legitimem
ou exacerbem a violência contra a mulher;
d) adotar medidas jurídicas que exijam do
agressor que se abstenha de perseguir, inti- c) promover a educação e treinamento de todo
midar e ameaçar a mulher ou de fazer uso de pessoal judiciário e policial e demais funcio-
qualquer método que danifique ou ponha em nários responsáveis pela aplicação da lei, bem
perigo sua vida ou integridade ou danifique como do pessoal encarregado da implementação
sua propriedade; de políticas de prevenção, punição e erradicação
da violência contra a mulher;
e) tomar todas as medidas adequadas, inclu-
sive legislativas, para modificar ou abolir leis d) prestar serviços especializados apropriados
e regulamentos vigentes ou modificar práticas a mulher sujeitada a violência, por intermédio
jurídicas ou consuetudinárias que respaldem a de entidades dos setores público e privado, in-
persistência e a tolerância da violência contra clusive abrigos, serviços de orientação familiar,
a mulher; quando for o caso, e atendimento e custódia dos
menores afetados;
f) estabelecer procedimentos jurídicos justos
e eficazes para a mulher sujeitada a violência, e) promover e apoiar programas de educa-
inclusive, entre outros, medidas de proteção, ção governamentais e privados, destinados a
juízo oportuno e efetivo acesso a tais processos; conscientizar o público para os problemas da
violência contra a mulher, recursos jurídicos
g) estabelecer mecanismos judiciais e admi- e reparação relacionados com essa violência;
nistrativos necessários para assegurar que a
mulher sujeitada a violência tenha efetivo acesso f) proporcionar à mulher sujeita a violência
a restituição, reparação do dano e outros meios acesso a programas eficazes de recuperação e
de compensação justos e eficazes; treinamento que lhe permitam participar ple-
namente da vida pública, privada e social;
h) adotar as medidas legislativas ou de outra na-
tureza necessárias à vigência desta Convenção. g) incentivar os meios de comunicação a que
formulem diretrizes adequadas, de divulgação
ARTIGO 8 que contribuam para a erradicação da violên-
cia contra a mulher em todas as suas formas e
Os Estados Partes convêm em adotar, progres- enalteçam o respeito pela dignidade da mulher;
sivamente, medidas específicas, inclusive pro-
gramas destinados a: h) assegurar a pesquisa e coleta de estatísticas
e outras informações relevantes concernen-
a) promover o conhecimento e a observância tes às causas, consequências e frequência da
Lei Maria da Penha e normas correlatas
do direito da mulher a uma vida livre de vio- violência contra a mulher, a fim de avaliar a
lência e o direito da mulher a que se respeitem eficiência das medidas tomadas para prevenir,
e protejam seus direitos humanos; punir e erradicar a violência contra a mulher,
bem como formular e implementar as mudanças
b) modificar os padrões sociais e culturais necessárias; e
de conduta de homens e mulheres, inclusive
a formulação de programas formais e não for- i) promover a cooperação internacional para o
mais adequados a todos os níveis do processo intercâmbio de ideias e experiências, bem como
educacional, a fim de combater preconceitos e a execução de programas destinados à proteção
costumes e todas as outras práticas baseadas na da mulher sujeitada a violência.
premissa da inferioridade ou superioridade de
92
ARTIGO 9 devendo a Comissão considerar tais petições de
acordo com as normas e procedimentos estabe-
Para a adoção das medidas a que se refere este lecidos na Convenção Americana sobre Direitos
capítulo, os Estados Partes levarão especialmen- Humanos e no Estatuto e Regulamento da Co-
te em conta a situação da mulher vulnerável a missão Interamericana de Direitos Humanos,
violência por sua raça, origem étnica ou condi- para a apresentação e consideração de petições.
ção de migrante, de refugiada ou de deslocada,
entre outros motivos. Também será considerada
violência a mulher gestante, deficiente, menor, CAPÍTULO V – Disposições Gerais
idosa ou em situação socioeconômica desfavo-
rável, afetada por situações de conflito armado ARTIGO 13
ou de privação da liberdade.1
Nenhuma das disposições desta Convenção
poderá ser interpretada no sentido de restrin-
CAPÍTULO IV – Mecanismos gir ou limitar a legislação interna dos Estados
Interamericanos de Proteção Partes que ofereçam proteções e garantias iguais
ou maiores para os direitos da mulher, bem
ARTIGO 10 como salvaguardas para prevenir e erradicar a
violência contra a mulher.
A fim de proteger o direito de toda mulher a uma
vida livre de violência, os Estados Partes deve- ARTIGO 14
rão incluir nos relatórios nacionais à Comissão
Interamericana de Mulheres informações sobre Nenhuma das disposições desta Convenção
as medidas adotadas para prevenir e erradicar a poderá ser interpretada no sentido de restringir
violência contra a mulher, para prestar assistên- ou limitar as da Convenção Americana sobre
cia à mulher afetada pela violência, bem como Direitos Humanos ou de qualquer outra con-
sobre as dificuldades que observarem na apli- venção internacional que ofereça proteção igual
cação das mesmas e os fatores que contribuam ou maior nesta matéria.
para a violência contra a mulher.
ARTIGO 15
ARTIGO 11
Esta Convenção fica aberta à assinatura de to-
Os Estados Partes nesta Convenção e a Co- dos os Estados membros da Organização dos
missão Interamericana de Mulheres poderão Estados Americanos.
solicitar à Corte Interamericana de Direitos
Humanos parecer sobre a interpretação desta ARTIGO 16
Convenção.
Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os
ARTIGO 12 instrumentos de ratificação serão depositados
na Secretaria-Geral da Organização dos Estados
Qualquer pessoa ou grupo de pessoas, ou qual- Americanos.
quer entidade não governamental juridicamente
reconhecida em um ou mais Estados membros ARTIGO 17
da Organização, poderá apresentar à Comissão
Atos internacionais
Interamericana de Direitos Humanos petições Esta Convenção fica aberta à adesão de qualquer
referentes a denúncias ou queixas de violação do outro Estado. Os instrumentos de adesão serão
Artigo 7 desta Convenção por um Estado Parte, depositados na Secretaria-Geral da Organização
dos Estados Americanos.
1
Nota do Editor (NE): reprodução em conformidade
com o DOU. 93
ARTIGO 18 ARTIGO 21
Os Estados poderão formular reservas a esta Esta Convenção entrará em vigor no trigési-
Convenção no momento de aprová-la, assiná-la, mo dia a partir da data em que for depositado
ratificá-la ou a ela aderir, desde que tais reservas: o segundo instrumento de ratificação. Para
cada Estado que ratificar a Convenção ou a ela
a) não sejam incompatíveis com o objetivo e aderir após haver sido depositado o segundo
propósito da Convenção; instrumento de ratificação, entrará em vigor
no trigésimo dia a partir da data em que esse
b) não sejam de caráter geral e se refiram espe- Estado houver depositado seu instrumento de
cificamente a uma ou mais de suas disposições. ratificação ou adesão.
ARTIGO 19 ARTIGO 22
Tal declaração poderá ser modificada, em qual- cessarão os efeitos da Convenção para o Estado
quer momento, mediante declarações ulterio- denunciante, mas subsistirão para os demais
res, que indicarão expressamente a unidade ou Estados Partes.
as unidades territoriais a que se aplicará esta
Convenção. Essas declarações ulteriores serão ARTIGO 25
transmitidas à Secretaria-Geral da Organização
dos Estados Americanos e entrarão em vigor O instrumento original desta Convenção, cujos
trinta dias depois de recebidas. textos em português, espanhol, francês e inglês
são igualmente autênticos, será depositado na
Secretaria-Geral da Organização dos Estados
Americanos, que enviará cópia autenticada de
94
seu texto à Secretaria das Nações Unidas para Expedida na Cidade de Belém do Pará, Brasil,
registro e publicação, de acordo com o artigo no dia nove de junho de mil novecentos e no-
102 da Carta das Nações Unidas. venta e quatro.
Atos internacionais
95
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A obra apresenta a Lei no 11.340/2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha. Ela criou
mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e dispôs sobre a
criação de juizados para esse fim específico.
O volume inclui outras normas importantes relacionadas ao tema, além de três atos
internacionais: a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra a Mulher, o Protocolo Facultativo a essa Convenção e a Convenção Interamericana
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher – Convenção de Belém do Pará.