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Deputados
LEI MARIA
DA PENHA
8ª EDIÇÃO | 2022
INCLUI
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra a Mulher (Nova York, 1981)
Convenção de Belém do Pará (1994)
Lei Orgânica de Assistência Social (Loas)
Lei Lola
edições
câmara
Câmara dos Deputados
56ª Legislatura | 2019-2023
Presidente
Arthur Lira
1º Vice-Presidente
Marcelo Ramos
2º Vice-Presidente
André de Paula
1º Secretário
Luciano Bivar
2ª Secretária
Marília Arraes
3ª Secretária
Rose Modesto
4ª Secretária
Rosangela Gomes
Suplentes de secretários
1º Suplente
Eduardo Bismarck
2º Suplente
Gilberto Nascimento
3º Suplente
Alexandre Leite
4º Suplente
Cássio Andrade
Secretário-Geral da Mesa
Ruthier de Sousa Silva
Diretor-Geral
Celso de Barros Correia Neto
Câmara dos
Deputados
LEI MARIA
DA PENHA
8ª EDIÇÃO
edições
câmara
Câmara dos Deputados
Diretoria Legislativa: Luciana da Silva Teixeira
Consultoria Legislativa: Geraldo Magela Leite
Centro de Documentação e Informação: André Freire da Silva
Coordenação Edições Câmara: Ana Lígia Mendes
Coordenação de Organização da Informação Legislativa: Frederico Silveira dos Santos
Nota do editor: as normas legais constantes desta publicação foram consultadas no Sistema de Legis-
lação Informatizada (Legin) da Câmara dos Deputados.
2007, 1ª edição; 2009, 2ª edição; 2011, 3ª edição; 2012, 4ª edição; 2015, 5ª edição; 2016, 5ª edição, 1ª
reimpressão; 2017, 5ª edição, 2ª reimpressão; 2019, 6ª edição; 2020, 7ª edição; 2022, 8ª edição.
Série Legislação
n. 5 e-book
Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)
Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação.
Bibliotecária: Fabyola Lima Madeira – CRB1: 2109
LEGISLAÇÃO CORRELATA
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os ser- prática de violência doméstica e familiar contra a
viços públicos necessários à defesa da mulher em si- mulher.
tuação de violência doméstica e familiar e de seus Parágrafo único. Os atos processuais poderão
dependentes. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.505, de realizar-se em horário noturno, conforme dispu-
8/11/2017) serem as normas de organização judiciária.
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação
iminente à vida ou à integridade física ou psicoló- de divórcio ou de dissolução de união estável no
gica da mulher em situação de violência domésti- Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra
ca e familiar, ou de seus dependentes, o agressor a Mulher.
será imediatamente afastado do lar, domicílio ou § 1º Exclui-se da competência dos Juizados de
local de convivência com a ofendida: (Caput do arti- Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher a
go acrescido pela Lei nº 13.827, de 13/5/2019, e com reda- pretensão relacionada à partilha de bens.
ção dada pela Lei nº 14.188, de 28/7/2021) § 2º Iniciada a situação de violência doméstica
I – pela autoridade judicial; (Inciso acrescido pela e familiar após o ajuizamento da ação de divórcio
Lei nº 13.827, de 13/5/2019) ou de dissolução de união estável, a ação terá pre-
II – pelo delegado de polícia, quando o Muni- ferência no juízo onde estiver. (Artigo acrescido pela
cípio não for sede de comarca; ou (Inciso acrescido Lei nº 13.894, de 29/10/2019, vetado pelo presidente da Re-
pela Lei nº 13.827, de 13/5/2019) pública, mantido pelo Congresso Nacional e publicado no
III – pelo policial, quando o Município não for DOU de 11/12/2019)
sede de comarca e não houver delegado disponí- Art. 15. É competente, por opção da ofendida, pa-
vel no momento da denúncia. (Inciso acrescido pela ra os processos cíveis regidos por esta Lei, o Jui-
Lei nº 13.827, de 13/5/2019) zado:
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput I – do seu domicílio ou de sua residência;
deste artigo, o juiz será comunicado no prazo má- II – do lugar do fato em que se baseou a demanda;
ximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, em III – do domicílio do agressor.
igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas
da medida aplicada, devendo dar ciência ao Minis- à representação da ofendida de que trata esta Lei,
tério Público concomitantemente. (Parágrafo acres- só será admitida a renúncia à representação pe-
cido pela Lei nº 13.827, de 13/5/2019) rante o juiz, em audiência especialmente desig-
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da nada com tal finalidade, antes do recebimento da
ofendida ou à efetividade da medida protetiva de denúncia e ouvido o Ministério Público. (Vide ADI
urgência, não será concedida liberdade provisó- nº 4.424/2010, publicada no DOU de 17/2/2012)
ria ao preso. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.827, de
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de vio-
13/5/2019)
lência doméstica e familiar contra a mulher, de
TÍTULO IV – DOS PROCEDIMENTOS penas de cesta básica ou outras de prestação pe-
CAPÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS cuniária, bem como a substituição de pena que
implique o pagamento isolado de multa.
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução
das causas cíveis e criminais decorrentes da prática CAPÍTULO II – DAS MEDIDAS
de violência doméstica e familiar contra a mulher PROTETIVAS DE URGÊNCIA
aplicar-se-ão as normas dos Códigos de Processo Seção I – Disposições Gerais
Penal e Processo Civil e da legislação específica re- Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da
lativa à criança, ao adolescente e ao idoso que não ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta
conflitarem com o estabelecido nesta Lei. e oito) horas:
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e I – conhecer do expediente e do pedido e deci-
Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordi- dir sobre as medidas protetivas de urgência;
nária com competência cível e criminal, poderão II – determinar o encaminhamento da ofendida
ser criados pela União, no Distrito Federal e nos ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso,
Territórios, e pelos Estados, para o processo, o jul- inclusive para o ajuizamento da ação de separação
gamento e a execução das causas decorrentes da judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou
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de dissolução de união estável perante o juízo com- em conjunto ou separadamente, as seguintes me-
petente; (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.894, de didas protetivas de urgência, entre outras:
29/10/2019) I – suspensão da posse ou restrição do porte de
III – comunicar ao Ministério Público para que armas, com comunicação ao órgão competente,
adote as providências cabíveis; nos termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro
IV – determinar a apreensão imediata de arma de 2003;
de fogo sob a posse do agressor. (Inciso acrescido II – afastamento do lar, domicílio ou local de
pela Lei nº 13.880, de 8/10/2019) convivência com a ofendida;
III – proibição de determinadas condutas, entre
Art. 19. As medidas protetivas de urgência pode-
as quais:
rão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do
a) aproximação da ofendida, de seus familiares
Ministério Público ou a pedido da ofendida.
e das testemunhas, fixando o limite mínimo de
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão
distância entre estes e o agressor;
ser concedidas de imediato, independentemente
b) contato com a ofendida, seus familiares e tes-
de audiência das partes e de manifestação do Mi-
temunhas por qualquer meio de comunicação;
nistério Público, devendo este ser prontamente
c) frequentação de determinados lugares a fim
comunicado.
de preservar a integridade física e psicológica da
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão
ofendida;
aplicadas isolada ou cumulativamente, e pode-
IV – restrição ou suspensão de visitas aos de-
rão ser substituídas a qualquer tempo por outras
pendentes menores, ouvida a equipe de atendi-
de maior eficácia, sempre que os direitos reconhe-
mento multidisciplinar ou serviço similar;
cidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
V – prestação de alimentos provisionais ou pro-
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério
visórios;
Público ou a pedido da ofendida, conceder novas VI – comparecimento do agressor a programas
medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já de recuperação e reeducação; e (Inciso acrescido pe-
concedidas, se entender necessário à proteção da la Lei nº 13.984, de 3/4/2020)
ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, VII – acompanhamento psicossocial do agres-
ouvido o Ministério Público. sor, por meio de atendimento individual e/ou em
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou grupo de apoio. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.984, de
da instrução criminal, caberá a prisão preventiva 3/4/2020)
do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a reque- § 1º As medidas referidas neste artigo não impe-
rimento do Ministério Público ou mediante repre- dem a aplicação de outras previstas na legislação
sentação da autoridade policial. em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão as circunstâncias o exigirem, devendo a providên-
preventiva se, no curso do processo, verificar a cia ser comunicada ao Ministério Público.
falta de motivo para que subsista, bem como de § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encon-
novo decretá-la, se sobrevierem razões que a jus- trando-se o agressor nas condições mencionadas
tifiquem. no caput e incisos do art. 6º da Lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao res-
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos
pectivo órgão, corporação ou instituição as me-
processuais relativos ao agressor, especialmente
didas protetivas de urgência concedidas e deter-
dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão,
minará a restrição do porte de armas, ficando o
sem prejuízo da intimação do advogado consti-
superior imediato do agressor responsável pelo
tuído ou do defensor público.
cumprimento da determinação judicial, sob pe-
Parágrafo único. A ofendida não poderá entre-
na de incorrer nos crimes de prevaricação ou de
gar intimação ou notificação ao agressor.
desobediência, conforme o caso.
Seção II – Das Medidas Protetivas de § 3º Para garantir a efetividade das medidas pro-
Urgência que Obrigam o Agressor tetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qual-
Art. 22. Constatada a prática de violência domés- quer momento, auxílio da força policial.
tica e familiar contra a mulher, nos termos desta § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste arti-
Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, go, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5º
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LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006
mente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, ticipação da mulher, nas mesmas condições que o
de 26 de setembro de 1995. homem, na vida política, social, econômica e cultu-
[...] ral de seu país, constitui um obstáculo ao aumento
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cin- do bem-estar da sociedade e da família e dificulta
co) dias após sua publicação. o pleno desenvolvimento das potencialidades da
mulher para prestar serviço a seu país e à huma-
Brasília, 7 de agosto de 2006; 185º da
Independência e 118º da República. nidade,
PREOCUPADOS com o fato de que, em situa-
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Dilma Rousseff ções de pobreza, a mulher tem um acesso mínimo
à alimentação, à saúde, à educação, à capacita-
ção e às oportunidades de emprego, assim como
à satisfação de outras necessidades,
LEGISLAÇÃO CORRELATA
CONVENCIDOS de que o estabelecimento da
Nova Ordem Econômica Internacional baseada na
CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE
equidade e na justiça contribuirá significativamen-
TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO
te para a promoção da igualdade entre o homem
CONTRA A MULHER (NOVA YORK, 1981)
e a mulher,
(Aprovada pelo Decreto Legislativo nº 93 de 1983 e
promulgada pelo Decreto nº 89.460, de 20/3/1984) SALIENTANDO que a eliminação do apartheid,
de todas as formas de racismo, discriminação
Os Estados-Partes na presente convenção, racial, colonialismo, neocolonialismo, agressão,
CONSIDERANDO que a Carta das Nações Unidas ocupação estrangeira e dominação e interferên-
reafirma a fé nos direitos fundamentais do homem, cia nos assuntos internos dos Estados é essencial
na dignidade e no valor da pessoa humana e na para o pleno exercício dos direitos do homem e
igualdade de direitos do homem e da mulher, da mulher,
CONSIDERANDO que a Declaração Universal AFIRMANDO que o fortalecimento da paz e da
dos Direitos Humanos reafirma o princípio da segurança internacionais, o alívio da tensão inter-
não discriminação e proclama que todos os se- nacional, a cooperação mútua entre todos os Esta-
res humanos nascem livres e iguais em dignidade dos, independentemente de seus sistemas econô-
e direitos e que toda pessoa pode invocar todos micos e sociais, o desarmamento geral e completo,
os direitos e liberdades proclamadas nessa De- e em particular o desarmamento nuclear sob um
claração, sem distinção alguma, inclusive de sexo, estrito e efetivo controle internacional, a afirma-
CONSIDERANDO que os Estados-Partes nas Con- ção dos princípios de justiça, igualdade e provei-
venções Internacionais sobre Direitos Humanos to mútuo nas relações entre países e a realização
tem a obrigação de garantir ao homem e à mulher do direito dos povos submetidos a dominação co-
a igualdade de gozo de todos os direitos econômi- lonial e estrangeira e a ocupação estrangeira, à
cos, sociais, culturais, civis e políticos, autodeterminação e independência, bem como o
OBSEVANDO as convenções internacionais con- respeito da soberania nacional e da integridade
cluídas sob os auspícios das Nações Unidas e dos territorial, promoverão o progresso e o desenvol-
organismos especializados em favor da igualdade vimento sociais, e, em consequência, contribuirão
de direitos entre o homem e a mulher, para a realização da plena igualdade entre o ho-
OBSERVANDO, ainda, as resoluções, declara- mem e a mulher,
ções e recomendações aprovadas pelas Nações CONVENCIDOS de que a participação máxima
Unidas e pelas Agências Especializadas para favo- da mulher, em igualdade de condições com o ho-
recer a igualdade de direitos entre o homem e a mem, em todos os campos, é indispensável para o
mulher, desenvolvimento pleno e completo de um país,
PREOCUPADOS, contudo, com o fato de que, o bem-estar do mundo e a causa da paz,
apesar destes diversos instrumentos, a mulher TENDO presente a grande contribuição da mu-
continue sendo objeto de grandes discriminações, lher ao bem-estar da família e ao desenvolvimen-
RELEMBRANDO que a discriminação contra a to da sociedade, até agora não plenamente reco-
mulher viola os princípios da igualdade de direitos nhecida, a importância social da maternidade e
e do respeito da dignidade humana, dificulta a par- a função dos pais na família e na educação dos
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filhos, e conscientes de que o papel da mulher na as autoridades e instituições públicas atuem em
procriação não deve ser causa de discriminação, conformidade com esta obrigação;
mas sim que a educação dos filhos exige a respon- e) tomar as medidas apropriadas para eliminar a
sabilidade compartilhada entre homens e mulhe- discriminação contra a mulher praticada por qual-
res e a sociedade como um conjunto, quer pessoa, organização ou empresa;
RECONHECENDO que para alcançar a plena igual- f) adotar todas as medidas adequadas, inclusi-
dade entre o homem e a mulher é necessário modi- ve de caráter legislativo, para modificar ou derro-
ficar o papel tradicional tanto do homem como da gar leis, regulamentos, usos e práticas que consti-
mulher na sociedade e na família, tuam discriminação contra a mulher;
RESOLVIDOS a aplicar os princípios enunciados g) derrogar todas as disposições penais nacio-
na Declaração sobre a Eliminação da Discrimina-
nais que constituam discriminação contra a mu-
ção contra a Mulher e, para isto, a adotar as medi-
lher.
das necessárias a fim de suprimir essa discrimi-
nação em todas as suas formas e manifestações, Artigo 3º
CONCORDARAM no seguinte: Os Estados-Partes tomarão, em todas as esferas
e, em particular, nas esferas política, social, econô-
PARTE I
mica e cultural, todas as medidas apropriadas, in-
Artigo 1º clusive de caráter legislativo, para assegurar o ple-
Para os fins da presente Convenção, a expressão no desenvolvimento e progresso da mulher, com
“discriminação contra a mulher” significará toda a o objetivo de garantir-lhe o exercício e gozo dos
distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo
direitos humanos e liberdades fundamentais em
e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou
igualdade de condições com o homem.
anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela
mulher, independentemente de seu estado civil, Artigo 4º
com base na igualdade do homem e da mulher, 1. A adoção pelos Estados-Partes de medidas es-
dos direitos humanos e liberdades fundamentais peciais de caráter temporário destinadas a acele-
nos campos político, econômico, social, cultural e rar a igualdade de fato entre o homem e a mulher
civil ou em qualquer outro campo. não se considerará discriminação na forma defi-
Artigo 2º nida nesta Convenção, mas de nenhuma manei-
Os Estados-Partes condenam a discriminação ra implicará, como consequência, a manutenção
contra a mulher em todas as suas formas, concor- de normas desiguais ou separadas; essas medi-
dam em seguir, por todos os meios apropriados e das cessarão quando os objetivos de igualdade
sem dilações, uma política destinada a eliminar a de oportunidade e tratamento houverem sido al-
discriminação contra a mulher, e com tal objetivo cançados.
se comprometem a: 2. A adoção pelos Estados-Partes de medidas
a) consagrar, se ainda não o tiverem feito, em especiais, inclusive as contidas na presente Con-
suas constituições nacionais ou em outra legisla- venção, destinadas a proteger a maternidade, não
ção apropriada o princípio da igualdade do ho- se considerará discriminatória.
mem e da mulher e assegurar por lei outros meios
Artigo 5º
apropriados a realização prática desse princípio;
Os Estados-Partes tornarão todas as medidas
b) adotar medidas adequadas, legislativas e de
apropriadas para:
outro caráter, com as sanções cabíveis e que proí-
bam toda discriminação contra a mulher; a) modificar os padrões socioculturais de con-
c) estabelecer a proteção jurídica dos direitos duta de homens e mulheres, com vistas a alcançar
da mulher numa base de igualdade com os do ho- a eliminação dos preconceitos e práticas consue-
mem e garantir, por meio dos tribunais nacionais tudinárias e de qualquer outra índole que estejam
competentes e de outras instituições públicas, a baseados na ideia da inferioridade ou superiori-
proteção efetiva da mulher contra todo ato de dis- dade de qualquer dos sexos ou em funções este-
criminação; reotipadas de homens e mulheres;
d) abster-se de incorrer em todo ato ou prática b) garantir que a educação familiar inclua uma
de discriminação contra a mulher e zelar para que compreensão adequada da maternidade como
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CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FORMAS
DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER (NOVA YORK, 1981)
sua recomendação, se houver, às partes em ques- 2. O Comitê poderá, caso necessário, após o tér-
tão. mino do período de seis meses mencionado no Ar-
4. O Estado-Parte dará a devida consideração às tigo 8.4 deste Protocolo, convidar o Estado-Parte
opiniões do Comitê, juntamente com as recomen- a informá-lo das medidas tomadas em resposta à
dações deste último, se houver, e apresentará ao mencionada investigação.
Comitê, dentro de seis meses, resposta por escri-
Artigo 10
to incluindo informações sobre quaisquer ações
1. Cada Estado-Parte poderá, no momento da
realizadas à luz das opiniões e recomendações do
assinatura ou ratificação do presente Protocolo ou
Comitê.
no momento em que a este aderir, declarar que
5. O Comitê poderá convidar o Estado-Parte a
não reconhece a competência do Comitê dispos-
apresentar informações adicionais sobre quais-
ta nos Artigos 8 e 9 deste Protocolo.
quer medidas que o Estado-Parte tenha tomado
2. O Estado-Parte que fizer a declaração de acor-
em resposta às opiniões e recomendações do Co-
do com o Parágrafo 1 deste Artigo 10 poderá, a
mitê, se houver, incluindo, quando o Comitê jul-
qualquer momento, retirar essa declaração atra-
gar apropriado, informações que passem a cons-
vés de notificação ao Secretário-Geral.
tar de relatórios subsequentes do Estado-Parte
segundo o Artigo 18 da Convenção. Artigo 11
Os Estados-Partes devem tomar todas as medi-
Artigo 8
das apropriadas para assegurar que os indivíduos
1. Caso o Comitê receba informação fidedigna
sob sua jurisdição não fiquem sujeitos a maus tra-
indicando graves ou sistemáticas violações por
tos ou intimidação como consequência de sua co-
um Estado-Parte dos direitos estabelecidos na
municação com o Comitê nos termos do presente
Convenção, o Comitê convidará o Estado-Parte a
Protocolo.
cooperar no exame da informação e, para esse
fim, a apresentar observações quanto à informa- Artigo 12
ção em questão. O Comitê incluirá em seu relatório anual, segun-
2. Levando em conta quaisquer observações que do o Artigo 21 da Convenção, um resumo de suas
possam ter sido apresentadas pelo Estado-Parte atividades nos termos do presente Protocolo.
em questão, bem como outras informações fide-
Artigo 13
dignas das quais disponha, o Comitê poderá desig-
Cada Estado-Parte compromete-se a tornar pú-
nar um ou mais de seus membros para conduzir
blicos e amplamente conhecidos a Convenção e
uma investigação e apresentar relatório urgente-
o presente Protocolo e a facilitar o acesso à infor-
mente ao Comitê. Sempre que justificado, e com o
mação acerca das opiniões e recomendações do
consentimento do Estado-Parte, a investigação po-
Comitê, em particular sobre as questões que di-
derá incluir visita ao território deste último.
gam respeito ao próprio Estado-Parte.
3. Após examinar os resultados da investigação,
o Comitê os transmitirá ao Estado-Parte em ques- Artigo 14
tão juntamente com quaisquer comentários e re- O Comitê elaborará suas próprias regras de pro-
comendações. cedimento a serem seguidas no exercício das fun-
4. O Estado-Parte em questão deverá, dentro ções que lhe são conferidas no presente Protocolo.
de seis meses do recebimento dos resultados, co-
Artigo 15
mentários e recomendações do Comitê, apresen-
1. O presente Protocolo estará aberto à assina-
tar suas observações ao Comitê.
tura por qualquer Estado que tenha ratificado ou
5. Tal investigação será conduzida em caráter
aderido à Convenção.
confidencial e a cooperação do Estado-Parte será
2. O presente Protocolo estará sujeito à ratifica-
buscada em todos os estágios dos procedimentos.
ção por qualquer Estado que tenha ratificado ou
Artigo 9 aderido à Convenção. Os instrumentos de ratifica-
1. O Comitê poderá convidar o Estado-Parte em ção deverão ser depositados junto ao Secretário-
questão a incluir em seu relatório, segundo o Ar- -Geral das Nações Unidas.
tigo 18 da Convenção, pormenores de qualquer 3. O presente Protocolo estará aberto à adesão
medida tomada em resposta à investigação con- por qualquer Estado que tenha ratificado ou ade-
duzida segundo o Artigo 18 deste Protocolo. rido à Convenção.
29
4. A adesão será efetivada pelo depósito de ins- 2. A denúncia não prejudicará a continuidade
trumento de adesão junto ao Secretário-Geral das da aplicação das disposições do presente Proto-
Nações Unidas. colo em relação a qualquer comunicação apre-
sentada segundo o Artigo 2 deste Protocolo e a
Artigo 16
1. O presente Protocolo entrará em vigor três qualquer investigação iniciada segundo o Artigo
meses após a data do depósito junto ao Secretário- 8 deste Protocolo antes da data de vigência da de-
-Geral das Nações Unidas do décimo instrumento núncia.
de ratificação ou adesão. Artigo 20
2. Para cada Estado que ratifique o presente Pro- O Secretário-Geral das Nações Unidas informa-
tocolo ou a ele venha a aderir após sua entrada em rá a todos os Estados sobre:
vigor, o presente Protocolo entrará em vigor três a) assinaturas, ratificações e adesões ao pre-
meses após a data do depósito de seu próprio ins- sente Protocolo;
trumento de ratificação ou adesão. b) data de entrada em vigor do presente Proto-
Artigo 17 colo e de qualquer emenda feita nos termos do
Não serão permitidas reservas ao presente Pro- Artigo 18 deste Protocolo;
tocolo. c) qualquer denúncia feita segundo o Artigo 19
deste Protocolo.
Artigo 18
1. Qualquer Estado-Parte poderá propor emen- Artigo 21
das ao presente Protocolo e dar entrada a pro- 1. O presente Protocolo, do qual as versões em
posta de emendas junto ao Secretário-Geral das árabe, chinês, inglês, francês, russo e espanhol são
Nações Unidas. O Secretário-Geral deverá, nessa igualmente autênticas, será depositado junto aos
ocasião, comunicar as emendas propostas aos arquivos das Nações Unidas.
Estados-Partes juntamente com solicitação de 2. O Secretário-Geral das Nações Unidas trans-
que o notifiquem caso sejam favoráveis a uma mitirá cópias autenticadas do presente Protocolo
conferência de Estados-Partes com o propósito de a todos os estados mencionados no Artigo 25 da
avaliar e votar a proposta. Se ao menos um terço Convenção.
dos Estados-Partes for favorável à conferência, o
Secretário-Geral deverá convocá-la sob os auspí- DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7
cios das Nações Unidas. Qualquer emenda ado- DE DEZEMBRO DE 1940
tada pela maioria dos Estados-Partes presentes e (CÓDIGO PENAL)
votantes na conferência será submetida à Assem- (Publicado no DOU de 31/12/1940 e
bleia-Geral das Nações Unidas para aprovação. retificado no DOU de 3/1/1941)
2. As emendas entrarão em vigor tão logo te- [Institui o] Código Penal.
nham sido aprovadas pela Assembleia-Geral das O presidente da República, usando da atribuição
Nações Unidas e aceitas por maioria de dois ter- que lhe confere o art. 180 da Constituição, decreta
ços dos Estados-Partes do presente Protocolo, de
a seguinte Lei:
acordo com seus respectivos processos constitu-
cionais. CÓDIGO PENAL
3. Sempre que as emendas entrarem em vigor, [...]
obrigarão os Estados-Partes que as tenham acei- PARTE ESPECIAL
tado, ficando os outros Estados-Partes obrigados (Canceladas na parte especial quaisquer referências
pelas disposições do presente Protocolo e quais- a valores de multas, substituindo-se a expressão
quer emendas anteriores que tiverem aceitado. “multa de” por “multa”, de acordo com o art. 2º da
Lei nº 7.209, de 11/7/1984, publicada no DOU de
Artigo 19 13/7/1984, em vigor 6 meses após a publicação)
1. Qualquer Estado-Parte poderá denunciar o pre-
TÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
sente Protocolo a qualquer momento por meio de
notificação por escrito endereçada ao Secretário- CAPÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA A VIDA
-Geral das Nações Unidas. A denúncia terá efeito Homicídio simples
seis meses após a data do recebimento da notifica- Art. 121. Matar alguém:
ção pelo Secretário-Geral. Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
30
DECRETO-LEI Nº 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940
34
DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que apli- Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, in-
ciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras provi-
cou a pena restritiva de direitos, o juiz da execução,
dências.
de ofício ou a requerimento do Ministério Público,
promoverá a execução, podendo, para tanto, requi- O presidente da República
sitar, quando necessário, a colaboração de entida- Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
des públicas ou solicitá-la a particulares. sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º São considerados hediondos os seguintes
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá
crimes, todos tipificados no Decreto-Lei nº 2.848,
o juiz, motivadamente, alterar a forma de cumpri-
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), consu-
mento das penas de prestação de serviços à co-
mados ou tentados: (Caput do artigo com redação dada
munidade e de limitação de fim de semana, ajus-
pela Lei nº 8.930, de 6/9/1994)
tando-as às condições pessoais do condenado e
I – homicídio (art. 121), quando praticado em
às características do estabelecimento, da entida-
atividade típica de grupo de extermínio, ainda que
de ou do programa comunitário ou estatal.
cometido por um só agente, e homicídio qualifica-
[…]
do (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII);
Seção III – Da Limitação de Fim de Semana (Inciso acrescido pela Lei nº 8.930, de 6/9/1994, e com
Art. 151. Caberá ao juiz da execução determinar a nova redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, pu-
intimação do condenado, cientificando-o do local, blicada na edição extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30
dias e horário em que deve cumprir a pena. dias após a publicação)
Parágrafo único. A execução terá início a partir I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravís-
da data do primeiro comparecimento. sima (art. 129, § 2º) e lesão corporal seguida de
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado, morte (art. 129, § 3º), quando praticadas contra
durante o tempo de permanência, cursos e pales- autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144
tras, ou atribuídas atividades educativas. da Constituição Federal, integrantes do sistema
Parágrafo único. Nos casos de violência domés- prisional e da Força Nacional de Segurança Pú-
tica contra a mulher, o juiz poderá determinar o blica, no exercício da função ou em decorrência
comparecimento obrigatório do agressor a pro- dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou pa-
gramas de recuperação e reeducação. (Parágrafo rente consanguíneo até terceiro grau, em razão
único acrescido pela Lei nº 11.340, de 7/8/2006, publicada dessa condição; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.142, de
no DOU de 8/8/2006, em vigor 45 dias após a publicação) 6/7/2015)
II – roubo: (Inciso acrescido pela Lei nº 8.930, de
Art. 153. O estabelecimento designado encami-
6/9/1994, e com nova redação dada pela Lei nº 13.964,
nhará, mensalmente, ao juiz da execução, relató-
de 24/12/2019, publicada na edição extra do DOU de
rio, bem assim comunicará, a qualquer tempo, a
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
ausência ou a falta disciplinar do condenado.
a) circunstanciado pela restrição de liberdade
[…]
da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); (Alínea acrescida
TÍTULO IX – DAS DISPOSIÇÕES pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na edição extra
FINAIS E TRANSITÓRIAS do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
[...] b) circunstanciado pelo emprego de arma de fo-
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitante- go (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de
mente com a lei de reforma da Parte Geral do Có- arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157,
digo Penal, revogadas as disposições em contrá- § 2º-B); (Alínea acrescida pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
rio, especialmente a Lei nº 3.274, de 2 de outubro publicada na edição extra do DOU de 24/12/2019, em vigor
de 1957. 30 dias após a publicação)
Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da c) qualificado pelo resultado lesão corporal gra-
Independência e 96º da República. ve ou morte (art. 157, § 3º); (Alínea acrescida pela Lei
JOÃO FIGUEIREDO nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na edição extra do DOU
Ibrahim Abi-Ackel de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
37
III – extorsão qualificada pela restrição da liber- III – o crime de comércio ilegal de armas de fo-
dade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou go, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de
morte (art. 158, § 3º); (Inciso acrescido pela Lei nº 8.930, dezembro de 2003; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964,
de 6/9/1994, e com nova redação dada pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na edição extra do DOU de
de 24/12/2019, publicada na edição extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação)
24/12/2019, em vigor 30 dias após a publicação) IV – o crime de tráfico internacional de arma de
IV – extorsão mediante sequestro e na forma fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da
qualificada (art. 159, caput, e §§ 1º, 2º e 3º); (Inciso Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; (Inciso
acrescido pela Lei nº 8.930, de 6/9/1994) acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019, publicada na
V – estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); (Inciso edição extra do DOU de 24/12/2019, em vigor 30 dias após
acrescido pela Lei nº 8.930, de 6/9/1994, e com nova reda- a publicação)
ção dada pela Lei nº 12.015, de 7/8/2009) V – o crime de organização criminosa, quando
VI – estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e direcionado à prática de crime hediondo ou equi-
§§ 1º, 2º, 3º e 4º); (Inciso acrescido pela Lei nº 8.930, de parado. (Inciso acrescido pela Lei nº 13.964, de 24/12/2019,
6/9/1994, e com nova redação dada pela Lei nº 12.015, de publicada na edição extra do DOU de 24/12/2019, em vigor
7/8/2009) 30 dias após a publicação)
VII – epidemia com resultado morte (art. 267, […]
§ 1º); (Inciso acrescido pela Lei nº 8.930, de 6/9/1994)
Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
VII-A – (Vetado na Lei nº 9.695, de 20/8/1998)
blicação.
VII-B – falsificação, corrupção, adulteração ou
alteração de produto destinado a fins terapêuti- Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
cos ou medicinais (art. 273, caput e § 1º, § 1º-A e Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da
§ 1º-B, com a redação dada pela Lei nº 9.677, de Independência e 102º da República.
b) o amparo às crianças e aos adolescentes ca- tam serviços e executam programas ou projetos
rentes; voltados prioritariamente para o fortalecimento
c) a promoção da integração ao mercado de tra- dos movimentos sociais e das organizações de
balho; usuários, formação e capacitação de lideranças,
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com dirigidos ao público da política de assistência so-
deficiência e a promoção de sua integração à vida cial, nos termos desta Lei, e respeitadas as deli-
comunitária; e berações do CNAS, de que tratam os incisos I e
e) a garantia de 1 (um) salário mínimo de bene- II do art. 18. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de
fício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso 6/7/2011)
que comprovem não possuir meios de prover a § 3º São de defesa e garantia de direitos aque-
própria manutenção ou de tê-la provida por sua las que, de forma continuada, permanente e pla-
família; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.435, de nejada, prestam serviços e executam programas e
6/7/2011) projetos voltados prioritariamente para a defesa
II – a vigilância socioassistencial, que visa a ana- e efetivação dos direitos socioassistenciais, cons-
lisar territorialmente a capacidade protetiva das trução de novos direitos, promoção da cidadania,
famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, enfrentamento das desigualdades sociais, arti-
culação com órgãos públicos de defesa de direi-
de ameaças, de vitimizações e danos; (Inciso com
tos, dirigidos ao público da política de assistên-
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
cia social, nos termos desta Lei, e respeitadas as
III – a defesa de direitos, que visa a garantir o
deliberações do CNAS, de que tratam os incisos
pleno acesso aos direitos no conjunto das provi-
I e II do art. 18. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435,
sões socioassistenciais; (Inciso com redação dada pela
de 6/7/2011)
Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
IV – (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) CAPÍTULO II – DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES
V – (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) Seção I – Dos Princípios
Parágrafo único. Para o enfrentamento da po- Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguin-
breza, a assistência social realiza-se de forma in- tes princípios:
tegrada às políticas setoriais, garantindo mínimos I – supremacia do atendimento às necessidades
sociais e provimento de condições para atender sociais sobre as exigências de rentabilidade eco-
contingências sociais e promovendo a universali- nômica;
zação dos direitos sociais. (Parágrafo único com reda- II – universalização dos direitos sociais, a fim de
ção dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) tornar o destinatário da ação assistencial alcançá-
Art. 3º Consideram-se entidades e organizações vel pelas demais políticas públicas;
de assistência social aquelas sem fins lucrativos III – respeito à dignidade do cidadão, à sua au-
que, isolada ou cumulativamente, prestam atendi- tonomia e ao seu direito a benefícios e serviços
mento e assessoramento aos beneficiários abran- de qualidade, bem como à convivência familiar e
gidos por esta Lei, bem como as que atuam na comunitária, vedando-se qualquer comprovação
defesa e garantia de direitos. (Caput do artigo com vexatória de necessidade;
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) IV – igualdade de direitos no acesso ao atendi-
§ 1º São de atendimento aquelas entidades mento, sem discriminação de qualquer natureza,
que, de forma continuada, permanente e plane- garantindo-se equivalência às populações urba-
jada, prestam serviços, executam programas ou nas e rurais;
projetos e concedem benefícios de prestação so- V – divulgação ampla dos benefícios, serviços,
cial básica ou especial, dirigidos às famílias e indi- programas e projetos assistenciais, bem como
víduos em situações de vulnerabilidade ou risco dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos
social e pessoal, nos termos desta Lei, e respeita- critérios para sua concessão.
das as deliberações do Conselho Nacional de As- Seção II – Das Diretrizes
sistência Social (CNAS), de que tratam os incisos Art. 5º A organização da assistência social tem co-
I e II do art. 18. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, mo base as seguintes diretrizes:
de 6/7/2011) I – descentralização político-administrativa para
§ 2º São de assessoramento aquelas que, de os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e co-
forma continuada, permanente e planejada, pres- mando único das ações em cada esfera de governo;
39
II – participação da população, por meio de or- senvolvimento Social e Combate à Fome. (Parágra-
ganizações representativas, na formulação das po- fo único transformado em § 3º com redação dada pela Lei
líticas e no controle das ações em todos os níveis; nº 12.435, de 6/7/2011)
III – primazia da responsabilidade do Estado na § 4º Cabe à instância coordenadora da Política
condução da política de assistência social em ca- Nacional de Assistência Social normatizar e padro-
da esfera de governo. nizar o emprego e a divulgação da identidade vi-
sual do Suas. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.714, de
CAPÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO E DA GESTÃO
24/8/2018)
Art. 6º A gestão das ações na área de assistência
§ 5º A identidade visual do Suas deverá prevale-
social fica organizada sob a forma de sistema des-
cer na identificação de unidades públicas estatais,
centralizado e participativo, denominado Sistema
entidades e organizações de assistência social,
Único de Assistência Social (Suas), com os seguin-
serviços, programas, projetos e benefícios vincula-
tes objetivos: (Caput do artigo com redação dada pela
dos ao Suas. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.714, de
Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
24/8/2018)
I – consolidar a gestão compartilhada, o cofinan-
ciamento e a cooperação técnica entre os entes fe- Art. 6º-A. A assistência social organiza-se pelos
derativos que, de modo articulado, operam a pro- seguintes tipos de proteção:
teção social não contributiva; (Inciso acrescido pela I – proteção social básica: conjunto de serviços,
Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
programas, projetos e benefícios da assistência
II – integrar a rede pública e privada de servi- social que visa a prevenir situações de vulnerabi-
ços, programas, projetos e benefícios de assistên- lidade e risco social por meio do desenvolvimen-
cia social, na forma do art. 6º-C; (Inciso acrescido pela to de potencialidades e aquisições e do fortaleci-
Lei nº 12.435, de 6/7/2011) mento de vínculos familiares e comunitários;
III – estabelecer as responsabilidades dos entes II – proteção social especial: conjunto de servi-
federativos na organização, regulação, manuten- ços, programas e projetos que tem por objetivo
ção e expansão das ações de assistência social; (In- contribuir para a reconstrução de vínculos fami-
ciso acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) liares e comunitários, a defesa de direito, o forta-
IV – definir os níveis de gestão, respeitadas as lecimento das potencialidades e aquisições e a
diversidades regionais e municipais; (Inciso acresci- proteção de famílias e indivíduos para o enfrenta-
do pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) mento das situações de violação de direitos.
V – implementar a gestão do trabalho e a educa- Parágrafo único. A vigilância socioassistencial é
ção permanente na assistência social; (Inciso acres- um dos instrumentos das proteções da assistência
cido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) social que identifica e previne as situações de ris-
VI – estabelecer a gestão integrada de serviços co e vulnerabilidade social e seus agravos no ter-
e benefícios; e (Inciso acrescido pela Lei nº 12.435, de ritório. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
6/7/2011) Art. 6º-B. As proteções sociais básica e especial
VII – afiançar a vigilância socioassistencial e a serão ofertadas pela rede socioassistencial, de for-
garantia de direitos. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.435, ma integrada, diretamente pelos entes públicos
de 6/7/2011) e/ou pelas entidades e organizações de assistên-
§ 1º As ações ofertadas no âmbito do Suas têm cia social vinculadas ao Suas, respeitadas as es-
por objetivo a proteção à família, à maternidade, pecificidades de cada ação.
à infância, à adolescência e à velhice e, como base § 1º A vinculação ao Suas é o reconhecimento
de organização, o território. (Parágrafo acrescido pela pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Com-
Lei nº 12.435, de 6/7/2011) bate à Fome de que a entidade de assistência so-
§ 2º O Suas é integrado pelos entes federativos, cial integra a rede socioassistencial.
pelos respectivos conselhos de assistência social § 2º Para o reconhecimento referido no § 1º, a
e pelas entidades e organizações de assistência entidade deverá cumprir os seguintes requisitos:
social abrangidas por esta Lei. (Parágrafo acrescido I – constituir-se em conformidade com o dispos-
pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) to no art. 3º;
§ 3º A instância coordenadora da Política Na- II – inscrever-se em Conselho Municipal ou do
cional de Assistência Social é o Ministério do De- Distrito Federal, na forma do art. 9º;
40
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
III – atender, em conjunto com os Estados, o Dis- Art. 13. Compete aos Estados:
trito Federal e os Municípios, às ações assisten- I – destinar recursos financeiros aos Municípios,
ciais de caráter de emergência; a título de participação no custeio do pagamen-
IV – realizar o monitoramento e a avaliação da to dos benefícios eventuais de que trata o art. 22,
política de assistência social e assessorar Estados, mediante critérios estabelecidos pelos Conselhos
Distrito Federal e Municípios para seu desenvolvi- Estaduais de Assistência Social; (Inciso com redação
mento. (Inciso acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
Art. 12-A. A União apoiará financeiramente o apri- II – cofinanciar, por meio de transferência auto-
moramento à gestão descentralizada dos serviços, mática, o aprimoramento da gestão, os serviços,
programas, projetos e benefícios de assistência os programas e os projetos de assistência social
social, por meio do Índice de Gestão Descentrali- em âmbito regional ou local; (Inciso com redação da-
zada (IGD) do Sistema Único de Assistência Social da pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
(Suas), para a utilização no âmbito dos Estados, III – atender, em conjunto com os Municípios, às
dos Municípios e do Distrito Federal, destinado, ações assistenciais de caráter de emergência;
sem prejuízo de outras ações a serem definidas IV – estimular e apoiar técnica e financeiramen-
em regulamento, a: te as associações e consórcios municipais na pres-
I – medir os resultados da gestão descentraliza- tação de serviços de assistência social;
da do Suas, com base na atuação do gestor esta- V – prestar os serviços assistenciais cujos custos
dual, municipal e do Distrito Federal na implemen- ou ausência de demanda municipal justifiquem
tação, execução e monitoramento dos serviços, uma rede regional de serviços, desconcentrada,
programas, projetos e benefícios de assistência no âmbito do respectivo Estado;
social, bem como na articulação intersetorial; VI – realizar o monitoramento e a avaliação da
II – incentivar a obtenção de resultados qualita- política de assistência social e assessorar os Mu-
tivos na gestão estadual, municipal e do Distrito nicípios para seu desenvolvimento. (Inciso acrescido
Federal do Suas; e pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
42
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
Art. 14. Compete ao Distrito Federal: III – o Conselho de Assistência Social do Distri-
I – destinar recursos financeiros para custeio to Federal;
do pagamento dos benefícios eventuais de que IV – os Conselhos Municipais de Assistência Social.
trata o art. 22, mediante critérios estabelecidos Parágrafo único. Os Conselhos de Assistência
pelos Conselhos de Assistência Social do Distrito Social estão vinculados ao órgão gestor de as-
Federal; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.435, de sistência social, que deve prover a infraestrutura
6/7/2011) necessária ao seu funcionamento, garantindo re-
II – efetuar o pagamento dos auxílios natalida- cursos materiais, humanos e financeiros, inclusi-
de e funeral; ve com despesas referentes a passagens e diárias
III – executar os projetos de enfrentamento da de conselheiros representantes do governo ou da
pobreza, incluindo a parceria com organizações sociedade civil, quando estiverem no exercício de
da sociedade civil; suas atribuições. (Parágrafo único acrescido pela Lei
IV – atender às ações assistenciais de caráter de nº 12.435, de 6/7/2011)
emergência; Art. 17. Fica instituído o Conselho Nacional de As-
V – prestar os serviços assistenciais de que trata sistência Social (CNAS), órgão superior de delibe-
o art. 23 desta Lei; ração colegiada, vinculado à estrutura do órgão da
VI – cofinanciar o aprimoramento da gestão, os Administração Pública Federal responsável pela
serviços, os programas e os projetos de assistên- coordenação da Política Nacional de Assistência
cia social em âmbito local; (Inciso acrescido pela Lei Social, cujos membros, nomeados pelo Presidente
nº 12.435, de 6/7/2011)
da República, têm mandato de 2 (dois) anos, per-
VII – realizar o monitoramento e a avaliação da mitida uma única recondução por igual período.
política de assistência social em seu âmbito. (Inci- § 1º O Conselho Nacional de Assistência Social
so acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
(CNAS) é composto por 18 (dezoito) membros e res-
Art. 15. Compete aos Municípios: pectivos suplentes, cujos nomes são indicados ao
I – destinar recursos financeiros para custeio do órgão da Administração Pública Federal responsá-
pagamento dos benefícios eventuais de que trata vel pela coordenação da Política Nacional de Assis-
o art. 22, mediante critérios estabelecidos pelos tência Social, de acordo com os critérios seguintes:
Conselhos Municipais de Assistência Social; (Inciso I – 9 (nove) representantes governamentais, in-
com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) cluindo 1 (um) representante dos Estados e 1 (um)
II – efetuar o pagamento dos auxílios natalida- dos Municípios;
de e funeral; II – 9 (nove) representantes da sociedade civil,
III – executar os projetos de enfrentamento da dentre representantes dos usuários ou de organi-
pobreza, incluindo a parceria com organizações zações de usuários, das entidades e organizações
da sociedade civil; de assistência social e dos trabalhadores do setor,
IV – atender às ações assistenciais de caráter de escolhidos em foro próprio sob fiscalização do Mi-
emergência; nistério Público Federal.
V – prestar os serviços assistenciais de que trata § 2º O Conselho Nacional de Assistência Social
o art. 23 desta Lei; (CNAS) é presidido por um de seus integrantes,
VI – cofinanciar o aprimoramento da gestão, os eleito dentre seus membros, para mandato de 1
serviços, os programas e os projetos de assistên- (um) ano, permitida uma única recondução por
cia social em âmbito local; (Inciso acrescido pela Lei igual período.
nº 12.435, de 6/7/2011) § 3º O Conselho Nacional de Assistência Social
VII – realizar o monitoramento e a avaliação da (CNAS) contará com uma Secretaria Executiva, a
política de assistência social em seu âmbito. (Inci- qual terá sua estrutura disciplinada em ato do Po-
so acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) der Executivo.
Art. 16. As instâncias deliberativas do Suas, de § 4º Os Conselhos de que tratam os incisos II, III
caráter permanente e composição paritária entre e IV do art. 16, com competência para acompanhar
governo e sociedade civil, são: (Caput do artigo com a execução da política de assistência social, apre-
redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) ciar e aprovar a proposta orçamentária, em conso-
I – o Conselho Nacional de Assistência Social; nância com as diretrizes das conferências nacio-
II – os Conselhos Estaduais de Assistência Social; nais, estaduais, distrital e municipais, de acordo
43
com seu âmbito de atuação, deverão ser instituí- X – acompanhar e avaliar a gestão dos recur-
dos, respectivamente, pelos Estados, pelo Distrito sos, bem como os ganhos sociais e o desempe-
Federal e pelos Municípios, mediante lei específi- nho dos programas e projetos aprovados;
ca. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.435, de XI – estabelecer diretrizes, apreciar e aprovar os
6/7/2011) programas anuais e plurianuais do Fundo Nacio-
nal de Assistência Social (FNAS);
Art. 18. Compete ao Conselho Nacional de Assis-
XII – indicar o representante do Conselho Na-
tência Social:
cional de Assistência Social (CNAS) junto ao Con-
I – aprovar a Política Nacional de Assistência
selho Nacional da Seguridade Social;
Social;
XIII – elaborar e aprovar seu regimento interno;
II – normatizar as ações e regular a prestação de
XIV – divulgar, no Diário Oficial da União, todas
serviços de natureza pública e privada no campo
as suas decisões, bem como as contas do Fundo
da assistência social;
Nacional de Assistência Social (FNAS) e os respec-
III – acompanhar e fiscalizar o processo de certi- tivos pareceres emitidos.
ficação das entidades e organizações de assistên- Parágrafo único. (Parágrafo único acrescido pela Lei
cia social no Ministério do Desenvolvimento Social nº 10.684, de 30/5/2003, e revogado pela Lei nº 12.101, de
e Combate à Fome; (Inciso com redação dada pela Lei 27/11/2009)
nº 12.101, de 27/11/2009)
Art. 19. Compete ao órgão da Administração Pú-
IV – apreciar relatório anual que conterá a re-
blica Federal responsável pela coordenação da Po-
lação de entidades e organizações de assistência
lítica Nacional de Assistência Social:
social certificadas como beneficentes e encami- I – coordenar e articular as ações no campo da
nhá-lo para conhecimento dos Conselhos de As- assistência social;
sistência Social dos Estados, Municípios e do Dis- II – propor ao Conselho Nacional de Assistência So-
trito Federal; (Inciso com redação dada pela Lei nº 12.101, cial (CNAS) a Política Nacional de Assistência Social,
de 27/11/2009) suas normas gerais, bem como os critérios de prio-
V – zelar pela efetivação do sistema descentrali- ridade e de elegibilidade, além de padrões de qua-
zado e participativo de assistência social; lidade na prestação de benefícios, serviços, progra-
VI – a partir da realização da II Conferência Na- mas e projetos;
cional de Assistência Social em 1997, convocar or- III – prover recursos para o pagamento dos be-
dinariamente a cada quatro anos a Conferência nefícios de prestação continuada definidos nesta
Nacional de Assistência Social, que terá a atribui- Lei;
ção de avaliar a situação da assistência social e IV – elaborar e encaminhar a proposta orçamen-
propor diretrizes para o aperfeiçoamento do sis- tária da assistência social, em conjunto com as de-
tema; (Inciso com redação dada pela Lei nº 9.720, de mais áreas da Seguridade Social;
30/11/1998) V – propor os critérios de transferência dos re-
VII – (Vetado) cursos de que trata esta lei;
VIII – apreciar e aprovar a proposta orçamentá- VI – proceder à transferência dos recursos desti-
ria da Assistência Social a ser encaminhada pelo nados à assistência social, na forma prevista nes-
órgão da Administração Pública Federal respon- ta Lei;
sável pela coordenação da Política Nacional de VII – encaminhar à apreciação do Conselho Na-
Assistência Social; cional de Assistência Social (CNAS) relatórios tri-
mestrais e anuais de atividades e de realização fi-
IX – aprovar critérios de transferência de re-
nanceira dos recursos;
cursos para os Estados, Municípios e Distrito Fe-
VIII – prestar assessoramento técnico aos Esta-
deral, considerando, para tanto, indicadores que
dos, ao Distrito Federal, aos Municípios e às enti-
informem sua regionalização mais equitativa, tais
dades e organizações de assistência social;
como: população, renda per capita, mortalidade
IX – formular política para a qualificação siste-
infantil e concentração de renda, além de discipli- mática e continuada de recursos humanos no cam-
nar os procedimentos de repasse de recursos para po da assistência social;
as entidades e organizações de assistência social, X – desenvolver estudos e pesquisas para fun-
sem prejuízo das disposições da Lei de Diretrizes damentar as análises de necessidades e formula-
Orçamentárias; ção de proposições para a área;
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LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
XI – coordenar e manter atualizado o sistema deficiência aquela que tem impedimento de lon-
de cadastro de entidades e organizações de assis- go prazo de natureza física, mental, intelectual ou
tência social, em articulação com os Estados, os sensorial, o qual, em interação com uma ou mais
Municípios e o Distrito Federal; barreiras, pode obstruir sua participação plena e
XII – articular-se com os órgãos responsáveis efetiva na sociedade em igualdade de condições
pelas políticas de saúde e previdência social, bem com as demais pessoas. (Parágrafo com redação da-
como com os demais responsáveis pelas políticas da pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de
socioeconômicas setoriais, visando à elevação do 7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
patamar mínimo de atendimento às necessidades I – (Revogado pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
básicas; II – (Revogado pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
XIII – expedir os atos normativos necessários à § 3º Observados os demais critérios de elegibi-
gestão do Fundo Nacional de Assistência Social lidade definidos nesta Lei, terão direito ao bene-
(FNAS), de acordo com as diretrizes estabeleci- fício financeiro de que trata o caput deste artigo
das pelo Conselho Nacional de Assistência Social a pessoa com deficiência ou a pessoa idosa com
(CNAS); renda familiar mensal per capita igual ou inferior
XIV – elaborar e submeter ao Conselho Nacional a 1/4 (um quarto) do salário mínimo. (Parágrafo com
de Assistência Social (CNAS) os programas anuais redação dada pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021)
e plurianuais de aplicação dos recursos do Fundo I – (Inciso acrescido pela Lei nº 13.982, de 2/4/2020 e re-
Nacional de Assistência Social (FNAS). vogado pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021)
Parágrafo único. A atenção integral à saúde, inclu- II – (Vetado na Lei nº 13.982, de 2/4/2020)
sive a dispensação de medicamentos e produtos de § 4º O benefício de que trata este artigo não po-
interesse para a saúde, às famílias e indivíduos em si- de ser acumulado pelo beneficiário com qualquer
tuações de vulnerabilidade ou risco social e pessoal, outro no âmbito da seguridade social ou de outro
nos termos desta Lei, dar-se-á independentemente regime, salvo os da assistência médica e da pen-
da apresentação de documentos que comprovem são especial de natureza indenizatória. (Parágrafo
domicílio ou inscrição no cadastro no Sistema Úni- com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
co de Saúde (SUS), em consonância com a diretriz § 5º A condição de acolhimento em instituições
de articulação das ações de assistência social e de de longa permanência não prejudica o direito do
saúde a que se refere o inciso XII deste artigo. (Pará- idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício
grafo único acrescido pela Lei nº 13.714, de 24/8/2018)
de prestação continuada. (Parágrafo com redação da-
CAPÍTULO IV – DOS BENEFÍCIOS, DOS da pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
SERVIÇOS, DOS PROGRAMAS E DOS § 6º A concessão do benefício ficará sujeita à
PROJETOS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL avaliação da deficiência e do grau de impedimen-
Seção I – Do Benefício de Prestação Continuada to de que trata o § 2º, composta por avaliação
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a médica e avaliação social realizadas por médicos
garantia de um salário mínimo mensal à pessoa peritos e por assistentes sociais do Instituto Na-
com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cional de Seguro Social (INSS). (Parágrafo com reda-
cinco) anos ou mais que comprovem não possuir ção dada pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
meios de prover a própria manutenção nem de tê- § 7º Na hipótese de não existirem serviços no
-la provida por sua família. (Caput do artigo com reda- município de residência do beneficiário, fica asse-
ção dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) gurado, na forma prevista em regulamento, o seu
§ 1º Para os efeitos do disposto no caput, a famí- encaminhamento ao município mais próximo que
lia é composta pelo requerente, o cônjuge ou com- contar com tal estrutura. (Parágrafo com redação dada
panheiro, os pais e, na ausência de um deles, a ma- pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
drasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos § 8º A renda familiar mensal a que se refere o § 3º
e enteados solteiros e os menores tutelados, des- deverá ser declarada pelo requerente ou seu re-
de que vivam sob o mesmo teto. (Parágrafo com re- presentante legal, sujeitando-se aos demais pro-
dação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) cedimentos previstos no regulamento para o de-
§ 2º Para efeito de concessão do benefício de ferimento do pedido. (Parágrafo acrescido pela Lei
prestação continuada, considera-se pessoa com nº 9.720, de 30/11/1998)
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§ 9º Os rendimentos decorrentes de estágio su- tuação de vulnerabilidade de que trata o § 11 do
pervisionado e de aprendizagem não serão compu- art. 20 desta Lei, serão considerados os seguintes
tados para os fins de cálculo da renda familiar per aspectos para ampliação do critério de aferição
capita a que se refere o § 3º deste artigo. (Parágrafo da renda familiar mensal per capita de que trata o
acrescido pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011, e com redação § 11-A do referido artigo:
dada pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de I – o grau da deficiência;
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação) II – a dependência de terceiros para o desempe-
§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, nho de atividades básicas da vida diária; e
para os fins do § 2º deste artigo, aquele que pro- III – o comprometimento do orçamento do nú-
duza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. cleo familiar de que trata o § 3º do art. 20 desta
(Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011) Lei exclusivamente com gastos médicos, com tra-
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o tamentos de saúde, com fraldas, com alimentos
caput deste artigo, poderão ser utilizados outros especiais e com medicamentos do idoso ou da
elementos probatórios da condição de miserabi- pessoa com deficiência não disponibilizados gra-
lidade do grupo familiar e da situação de vulne- tuitamente pelo SUS, ou com serviços não presta-
rabilidade, conforme regulamento. (Parágrafo acres- dos pelo Suas, desde que comprovadamente ne-
cido pela Lei nº 13.146, de 6/7/2015, publicada no DOU de
cessários à preservação da saúde e da vida.
7/7/2015, em vigor 180 dias após sua publicação)
§ 1º A ampliação de que trata o caput deste ar-
§ 11-A. O regulamento de que trata o § 11 des-
tigo ocorrerá na forma de escalas graduais, defini-
te artigo poderá ampliar o limite de renda men-
das em regulamento.
sal familiar per capita previsto no § 3º deste artigo
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiência os ele-
para até 1/2 (meio) salário mínimo, observado o
mentos constantes dos incisos I e III do caput des-
disposto no art. 20-B desta Lei. (Parágrafo acrescido
te artigo, e à pessoa idosa os constantes dos inci-
pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/1/2022)
sos II e III do caput deste artigo.
§ 12. São requisitos para a concessão, a manu-
§ 3º O grau da deficiência de que trata o inciso I
tenção e a revisão do benefício as inscrições no
do caput deste artigo será aferido por meio de ins-
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e no Cadastro
Único para Programas Sociais do Governo Federal trumento de avaliação biopsicossocial, observados
(Cadastro Único), conforme previsto em regula- os termos dos §§ 1º e 2º do art. 2º da Lei nº 13.146,
mento. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 871, de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com De-
de 18/1/2019, convertida na Lei nº 13.846, de 18/6/2019) ficiência), e do § 6º do art. 20 e do art. 40-B desta Lei.
§ 13. (Parágrafo acrescido pela Medida Provisória nº 871, § 4º O valor referente ao comprometimento do
de 18/1/2019, e não mantido pela Lei nº 13.846, de 18/6/2019, orçamento do núcleo familiar com gastos de que
na qual foi convertida a referida medida provisória) trata o inciso III do caput deste artigo será defi-
§ 14. O benefício de prestação continuada ou nido em ato conjunto do Ministério da Cidadania,
o benefício previdenciário no valor de até 1 (um) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho
salário mínimo concedido a idoso acima de 65 do Ministério da Economia e do INSS, a partir de
(sessenta e cinco) anos de idade ou pessoa com valores médios dos gastos realizados pelas famí-
deficiência não será computado, para fins de con- lias exclusivamente com essas finalidades, facul-
cessão do benefício de prestação continuada a tada ao interessado a possibilidade de comprova-
outro idoso ou pessoa com deficiência da mesma ção, conforme critérios definidos em regulamento,
família, no cálculo da renda a que se refere o § 3º de que os gastos efetivos ultrapassam os valores
deste artigo. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.982, de médios. (Artigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021,
2/4/2020) em vigor em 1º/1/2022)
§ 15. O benefício de prestação continuada será Art. 21. O benefício de prestação continuada deve
devido a mais de um membro da mesma família ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da
enquanto atendidos os requisitos exigidos nesta continuidade das condições que lhe deram origem.
Lei. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 13.982, de 2/4/2020)
§ 1º O pagamento do benefício cessa no momen-
Art. 20-A. (Artigo acrescido pela Lei nº 13.982, de to em que forem superadas as condições referidas
2/4/2020, e revogado pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021) no caput, ou em caso de morte do beneficiário.
Art. 20-B. Na avaliação de outros elementos pro- § 2º O benefício será cancelado quando se cons-
batórios da condição de miserabilidade e da si- tatar irregularidade na sua concessão ou utilização.
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LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
§ 3º O desenvolvimento das capacidades cog- dos, Distrito Federal e Municípios e previstos nas
nitivas, motoras ou educacionais e a realização respectivas leis orçamentárias anuais, com base
de atividades não remuneradas de habilitação e em critérios e prazos definidos pelos respectivos
reabilitação, entre outras, não constituem motivo Conselhos de Assistência Social.
de suspensão ou cessação do benefício da pessoa § 2º O CNAS, ouvidas as respectivas represen-
com deficiência. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, tações de Estados e Municípios dele participan-
de 6/7/2011) tes, poderá propor, na medida das disponibilida-
§ 4º A cessação do benefício de prestação con- des orçamentárias das 3 (três) esferas de governo,
tinuada concedido à pessoa com deficiência não a instituição de benefícios subsidiários no valor de
impede nova concessão do benefício, desde que até 25% (vinte e cinco por cento) do salário míni-
atendidos os requisitos definidos em regulamen- mo para cada criança de até 6 (seis) anos de idade.
to. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011, e § 3º Os benefícios eventuais subsidiários não
poderão ser cumulados com aqueles instituídos
com redação dada pela Lei nº 12.470, de 31/8/2011)
pelas Leis nº 10.954, de 29 de setembro de 2004, e
§ 5º O beneficiário em gozo de benefício de
nº 10.458, de 14 de maio de 2002. (Artigo com reda-
prestação continuada concedido judicial ou admi-
ção dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
nistrativamente poderá ser convocado para ava-
liação das condições que ensejaram sua conces- Seção III – Dos Serviços
são ou manutenção, sendo-lhe exigida a presença Art. 23. Entendem-se por serviços socioassisten-
dos requisitos previstos nesta Lei e no regulamen- ciais as atividades continuadas que visem à melho-
to. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021) ria de vida da população e cujas ações, voltadas
Art. 21-A. O benefício de prestação continuada para as necessidades básicas, observem os objeti-
vos, princípios e diretrizes estabelecidos nesta Lei.
será suspenso pelo órgão concedente quando a
(Caput do artigo com redação dada pela Lei nº 12.435, de
pessoa com deficiência exercer atividade remune-
6/7/2011)
rada, inclusive na condição de microempreende-
§ 1º O regulamento instituirá os serviços socioas-
dor individual.
sistenciais. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 12.435, de
§ 1º Extinta a relação trabalhista ou a atividade
6/7/2011)
empreendedora de que trata o caput deste artigo
§ 2º Na organização dos serviços da assistência
e, quando for o caso, encerrado o prazo de paga-
social serão criados programas de amparo, entre
mento do seguro-desemprego e não tendo o be-
outros:
neficiário adquirido direito a qualquer benefício I – às crianças e adolescentes em situação de ris-
previdenciário, poderá ser requerida a continui- co pessoal e social, em cumprimento ao disposto
dade do pagamento do benefício suspenso, sem no art. 227 da Constituição Federal e na Lei nº 8.069,
necessidade de realização de perícia médica ou de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do
reavaliação da deficiência e do grau de incapaci- Adolescente);
dade para esse fim, respeitado o período de revi- II – às pessoas que vivem em situação de rua.
são previsto no caput do art. 21. (Parágrafo único transformado em § 2º com redação dada
§ 2º A contratação de pessoa com deficiência pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
como aprendiz não acarreta a suspensão do bene- Seção IV – Dos Programas de Assistência Social
fício de prestação continuada, limitado a 2 (dois)
Art. 24. Os programas de assistência social com-
anos o recebimento concomitante da remunera-
preendem ações integradas e complementares
ção e do benefício. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.470,
com objetivos, tempo e área de abrangência defi-
de 31/8/2011)
nidos para qualificar, incentivar e melhorar os be-
Seção II – Dos Benefícios Eventuais nefícios e os serviços assistenciais.
Art. 22. Entendem-se por benefícios eventuais § 1º Os programas de que trata este artigo se-
as provisões suplementares e provisórias que in- rão definidos pelos respectivos Conselhos de As-
tegram organicamente as garantias do Suas e são sistência Social, obedecidos os objetivos e prin-
prestadas aos cidadãos e às famílias em virtude de cípios que regem esta Lei, com prioridade para a
nascimento, morte, situações de vulnerabilidade inserção profissional e social.
temporária e de calamidade pública. § 2º Os programas voltados para o idoso e a in-
§ 1º A concessão e o valor dos benefícios de tegração da pessoa com deficiência serão devida-
que trata este artigo serão definidos pelos Esta- mente articulados com o benefício de prestação
47
continuada estabelecido no art. 20 desta Lei. (Pa- Seção V – Dos Projetos de
rágrafo com redação dada pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) Enfrentamento da Pobreza
Art. 24-A. Fica instituído o Serviço de Proteção e Art. 25. Os projetos de enfrentamento da pobre-
Atendimento Integral à Família (Paif), que integra za compreendem a instituição de investimento
a proteção social básica e consiste na oferta de econômico-social nos grupos populares, buscan-
ações e serviços socioassistenciais de prestação do subsidiar, financeira e tecnicamente, iniciativas
continuada, nos Cras, por meio do trabalho so- que lhes garantam meios, capacidade produtiva e
cial com famílias em situação de vulnerabilidade de gestão para melhoria das condições gerais de
social, com o objetivo de prevenir o rompimento subsistência, elevação do padrão da qualidade
dos vínculos familiares e a violência no âmbito de de vida, a preservação do meio-ambiente e sua
suas relações, garantindo o direito à convivência organização social.
familiar e comunitária. Art. 26. O incentivo a projetos de enfrentamento
Parágrafo único. Regulamento definirá as dire- da pobreza assentar-se-á em mecanismos de arti-
trizes e os procedimentos do Paif. (Artigo acrescido culação e de participação de diferentes áreas go-
pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) vernamentais e em sistema de cooperação entre
organismos governamentais, não governamentais
Art. 24-B. Fica instituído o Serviço de Proteção
e da sociedade civil.
e Atendimento Especializado a Famílias e Indiví-
duos (Paefi), que integra a proteção social espe- Seção VI – Do Auxílio-Inclusão
cial e consiste no apoio, orientação e acompa- (Seção acrescida pela Lei nº 14.176, de
22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021)
nhamento a famílias e indivíduos em situação de
ameaça ou violação de direitos, articulando os Art. 26-A. Terá direito à concessão do auxílio-
serviços socioassistenciais com as diversas políti- -inclusão de que trata o art. 94 da Lei nº 13.146,
cas públicas e com órgãos do sistema de garantia de 6 de julho de 2015 (Estatuto da Pessoa com De-
de direitos. ficiência), a pessoa com deficiência moderada ou
Parágrafo único. Regulamento definirá as dire- grave que, cumulativamente:
trizes e os procedimentos do Paefi. (Artigo acrescido I – receba o benefício de prestação continuada,
de que trata o art. 20 desta Lei, e passe a exercer
pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
atividade:
Art. 24-C. Fica instituído o Programa de Erradica-
a) que tenha remuneração limitada a 2 (dois)
ção do Trabalho Infantil (Peti), de caráter interse-
salários mínimos; e
torial, integrante da Política Nacional de Assistên- b) que enquadre o beneficiário como segurado
cia Social, que, no âmbito do Suas, compreende obrigatório do Regime Geral de Previdência Social
transferências de renda, trabalho social com fa- ou como filiado a regime próprio de previdência
mílias e oferta de serviços socioeducativos para social da União, dos Estados, do Distrito Federal
crianças e adolescentes que se encontrem em si- ou dos Municípios;
tuação de trabalho. II – tenha inscrição atualizada no CadÚnico no
§ 1º O Peti tem abrangência nacional e será de- momento do requerimento do auxílio-inclusão;
senvolvido de forma articulada pelos entes fe- III – tenha inscrição regular no CPF; e
derados, com a participação da sociedade civil, e IV – atenda aos critérios de manutenção do be-
tem como objetivo contribuir para a retirada de nefício de prestação continuada, incluídos os cri-
crianças e adolescentes com idade inferior a 16 térios relativos à renda familiar mensal per capita
(dezesseis) anos em situação de trabalho, ressal- exigida para o acesso ao benefício, observado o
vada a condição de aprendiz, a partir de 14 (qua- disposto no § 4º deste artigo.
torze) anos. § 1º O auxílio-inclusão poderá ainda ser conce-
§ 2º As crianças e os adolescentes em situação dido, nos termos do inciso I do caput deste artigo,
de trabalho deverão ser identificados e ter os seus mediante requerimento e sem retroatividade no
dados inseridos no Cadastro Único para Progra- pagamento, ao beneficiário:
mas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com I – que tenha recebido o benefício de prestação
a devida identificação das situações de trabalho continuada nos 5 (cinco) anos imediatamente an-
infantil. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011) teriores ao exercício da atividade remunerada; e
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LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
II – que tenha tido o benefício suspenso nos ter- Parágrafo único. Ato do Poder Executivo federal
mos do art. 21-A desta Lei. disporá sobre o procedimento de verificação dos
§ 2º O valor do auxílio-inclusão percebido por critérios de manutenção e de revisão do auxílio-
um membro da família não será considerado no -inclusão. (Artigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021,
cálculo da renda familiar mensal per capita de que em vigor em 1º/10/2021)
trata o inciso IV do caput deste artigo, para fins Art. 26-E. O auxílio-inclusão não está sujeito a
de concessão e de manutenção de outro auxílio- desconto de qualquer contribuição e não gera di-
-inclusão no âmbito do mesmo grupo familiar.
reito a pagamento de abono anual. (Artigo acrescido
§ 3º O valor do auxílio-inclusão e o da remune-
pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021)
ração do beneficiário do auxílio-inclusão de que
trata a alínea a do inciso I do caput deste artigo Art. 26-F. Compete ao Ministério da Cidadania a
percebidos por um membro da família não serão gestão do auxílio-inclusão, e ao INSS a sua opera-
considerados no cálculo da renda familiar mensal cionalização e pagamento. (Artigo acrescido pela Lei
per capita de que tratam os §§ 3º e 11-A do art. 20 nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021)
desta Lei para fins de manutenção de benefício de Art. 26-G. As despesas decorrentes do pagamen-
prestação continuada concedido anteriormente a to do auxílio-inclusão correrão à conta do orça-
outra pessoa do mesmo grupo familiar. mento do Ministério da Cidadania.
§ 4º Para fins de cálculo da renda familiar per § 1º O Poder Executivo federal compatibilizará o
capita de que trata o inciso IV do caput deste arti- quantitativo de benefícios financeiros do auxílio-
go, serão desconsideradas: -inclusão de que trata o art. 26-A desta Lei com as
I – as remunerações obtidas pelo requerente dotações orçamentárias existentes.
em decorrência de exercício de atividade laboral, § 2º O regulamento indicará o órgão do Poder
desde que o total recebido no mês seja igual ou in- Executivo responsável por avaliar os impactos da
ferior a 2 (dois) salários mínimos; e concessão do auxílio-inclusão na participação no
II – as rendas oriundas dos rendimentos decor- mercado de trabalho, na redução de desigualda-
rentes de estágio supervisionado e de aprendiza- des e no exercício dos direitos e liberdades fun-
gem. (Artigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021, em damentais das pessoas com deficiência, nos ter-
vigor em 1º/10/2021) mos do § 16 do art. 37 da Constituição Federal.
Art. 26-B. O auxílio-inclusão será devido a partir (Artigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021, em vi-
da data do requerimento, e o seu valor correspon- gor em 1º/10/2021)
derá a 50% (cinquenta por cento) do valor do be- Art. 26-H. No prazo de 10 (dez) anos, contado da
nefício de prestação continuada em vigor. data de publicação desta Seção, será promovida a
Parágrafo único. Ao requerer o auxílio-inclusão,
revisão do auxílio-inclusão, observado o disposto
o beneficiário autorizará a suspensão do benefício
no § 2º do art. 26-G desta Lei, com vistas a seu apri-
de prestação continuada, nos termos do art. 21-A
moramento e ampliação. (Artigo acrescido pela Lei
desta Lei. (Artigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021,
nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021)
em vigor em 1º/10/2021)
CAPÍTULO V – DO FINANCIAMENTO
Art. 26-C. O pagamento do auxílio-inclusão não
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
será acumulado com o pagamento de:
I – benefício de prestação continuada de que Art. 27. Fica o Fundo Nacional de Ação Comuni-
trata o art. 20 desta Lei; tária (Funac), instituído pelo Decreto nº 91.970, de
II – prestações a título de aposentadoria, de pen- 22 de novembro de 1985, ratificado pelo Decre-
sões ou de benefícios por incapacidade pagos por to Legislativo nº 66, de 18 de dezembro de 1990,
qualquer regime de previdência social; ou transformado no Fundo Nacional de Assistência
III – seguro-desemprego. (Artigo acrescido pela Lei Social (FNAS).
nº 14.176, de 22/6/2021, em vigor em 1º/10/2021) Art. 28. O financiamento dos benefícios, serviços,
Art. 26-D. O pagamento do auxílio-inclusão ces- programas e projetos estabelecidos nesta Lei far-
sará na hipótese de o beneficiário: -se-á com os recursos da União, dos Estados, do
I – deixar de atender aos critérios de manuten- Distrito Federal e dos Municípios, das demais con-
ção do benefício de prestação continuada; ou tribuições sociais previstas no art. 195 da Consti-
II – deixar de atender aos critérios de concessão tuição Federal, além daqueles que compõem o
do auxílio-inclusão. Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).
49
§ 1º Cabe ao órgão da Administração Pública çamentária dos recursos próprios destinados à
responsável pela coordenação da Política de As- Assistência Social, alocados em seus respectivos
sistência Social nas 3 (três) esferas de governo ge- Fundos de Assistência Social, a partir do exercício
rir o Fundo de Assistência Social, sob orientação e de 1999. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de
controle dos respectivos Conselhos de Assistência 30/11/1998)
Social. (Parágrafo com redação dada pela Lei nº 12.435, de Art. 30-A. O cofinanciamento dos serviços, pro-
6/7/2011) gramas, projetos e benefícios eventuais, no que
§ 2º O Poder Executivo disporá, no prazo de 180 couber, e o aprimoramento da gestão da políti-
(cento e oitenta) dias a contar da data de publi- ca de assistência social no Suas se efetuam por
cação desta lei, sobre o regulamento e funciona- meio de transferências automáticas entre os fun-
mento do Fundo Nacional de Assistência Social
dos de assistência social e mediante alocação de
(FNAS).
recursos próprios nesses fundos nas 3 (três) es-
§ 3º O financiamento da assistência social no
feras de governo.
Suas deve ser efetuado mediante cofinanciamen-
Parágrafo único. As transferências automáticas
to dos 3 (três) entes federados, devendo os recur-
de recursos entre os fundos de assistência social
sos alocados nos fundos de assistência social ser
efetuadas à conta do orçamento da seguridade so-
voltados à operacionalização, prestação, aprimo-
cial, conforme o art. 204 da Constituição Federal,
ramento e viabilização dos serviços, programas,
caracterizam-se como despesa pública com a se-
projetos e benefícios desta política. (Parágrafo acres-
guridade social, na forma do art. 24 da Lei Comple-
cido pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
mentar nº 101, de 4 de maio de 2000. (Artigo acresci-
Art. 28-A. (Artigo acrescido pela Medida Provisória do pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
nº 2.187-13, de 24/8/2001, e revogado pela Medida Provi-
Art. 30-B. Caberá ao ente federado responsável
sória nº 852, de 21/9/2018, convertida na Lei nº 13.813, de
pela utilização dos recursos do respectivo Fundo
9/4/2019)
de Assistência Social o controle e o acompanha-
Art. 29. Os recursos de responsabilidade da União mento dos serviços, programas, projetos e benefí-
destinados à assistência social serão automatica- cios, por meio dos respectivos órgãos de controle,
mente repassados ao Fundo Nacional de Assistên- independentemente de ações do órgão repassa-
cia Social (FNAS), à medida que se forem realizan-
dor dos recursos. (Artigo acrescido pela Lei nº 12.435, de
do as receitas.
6/7/2011)
Parágrafo único. Os recursos de responsabili-
Art. 30-C. A utilização dos recursos federais des-
dade da União destinados ao financiamento dos
centralizados para os fundos de assistência so-
benefícios de prestação continuada, previstos no
art. 20, poderão ser repassados pelo Ministério da cial dos Estados, dos Municípios e do Distrito Fe-
Previdência e Assistência Social diretamente ao deral será declarada pelos entes recebedores ao
INSS, órgão responsável pela sua execução e ma- ente transferidor, anualmente, mediante relató-
rio de gestão submetido à apreciação do respec-
nutenção. (Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de
tivo Conselho de Assistência Social, que compro-
30/11/1998)
ve a execução das ações na forma de regulamento.
Art. 30. É condição para os repasses, aos Muni-
Parágrafo único. Os entes transferidores pode-
cípios, aos Estados e ao Distrito Federal, dos re-
rão requisitar informações referentes à aplicação
cursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e
dos recursos oriundos do seu fundo de assistên-
funcionamento de:
cia social, para fins de análise e acompanhamento
I – Conselho de Assistência Social, de composi-
de sua boa e regular utilização. (Artigo acrescido pela
ção paritária entre governo e sociedade civil; Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
II – Fundo de Assistência Social, com orientação
e controle dos respectivos Conselhos de Assistên- CAPÍTULO VI – DAS DISPOSIÇÕES
GERAIS E TRANSITÓRIAS
cia Social;
III – Plano de Assistência Social. Art. 31. Cabe ao Ministério Público zelar pelo efe-
Parágrafo único. É, ainda, condição para trans- tivo respeito aos direitos estabelecidos nesta lei.
ferência de recursos do FNAS aos Estados, ao Dis- Art. 32. O Poder Executivo terá o prazo de 60 (ses-
trito Federal e aos Municípios a comprovação or- senta) dias, a partir da publicação desta Lei, obe-
50
LEI Nº 8.742, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1993
decidas as normas por ela instituídas, para elabo- o órgão de credenciamento, de pagamento e de
rar e encaminhar projeto de lei dispondo sobre a fiscalização, dentre outros aspectos.
extinção e reordenamento dos órgãos de assistên- Art. 36. As entidades e organizações de assistên-
cia social do Ministério do Bem-Estar Social. cia social que incorrerem em irregularidades na
§ 1º O projeto de que trata este artigo definirá aplicação dos recursos que lhes foram repassa-
formas de transferências de benefícios, serviços, dos pelos poderes públicos terão a sua vincula-
programas, projetos, pessoal, bens móveis e imó- ção ao Suas cancelada, sem prejuízo de respon-
veis para a esfera municipal. sabilidade civil e penal. (Artigo com redação dada pela
§ 2º O Ministro de Estado do Bem-Estar Social in- Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
dicará Comissão encarregada de elaborar o proje-
Art. 37. O benefício de prestação continuada será
to de lei de que trata este artigo, que contará com
devido após o cumprimento, pelo requerente, de
a participação das organizações dos usuários, de
todos os requisitos legais e regulamentares exi-
trabalhadores do setor e de entidades e organiza-
gidos para a sua concessão, inclusive apresenta-
ções de assistência social.
ção da documentação necessária, devendo o seu
Art. 33. Decorrido o prazo de 120 (cento e vinte) pagamento ser efetuado em até quarenta e cinco
dias da promulgação desta Lei, fica extinto o Conse-
dias após cumpridas as exigências de que trata
lho Nacional de Serviço Social (CNSS), revogando-
este artigo. (Caput do artigo com redação dada pela Lei
-se, em consequência, os Decretos-Lei nos 525, de
nº 9.720, de 30/11/1998)
1º de julho de 1938, e 657, de 22 de julho de 1943.
Parágrafo único. No caso de o primeiro paga-
§ 1º O Poder Executivo tomará as providências
mento ser feito após o prazo previsto no caput,
necessárias para a instalação do Conselho Nacional
aplicar-se-á na sua atualização o mesmo critério
de Assistência Social (CNAS) e a transferência das
adotado pelo INSS na atualização do primeiro pa-
atividades que passarão à sua competência dentro
gamento de benefício previdenciário em atraso.
do prazo estabelecido no caput, de forma a assegu-
(Parágrafo único acrescido pela Lei nº 9.720, de 30/11/1998)
rar não haja solução de continuidade.
§ 2º O acervo do órgão de que trata o caput se- Art. 38. (Revogado pela Lei nº 12.435, de 6/7/2011)
rá transferido, no prazo de 60 (sessenta) dias, para Art. 39. O Conselho Nacional de Assistência So-
o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), cial (CNAS), por decisão da maioria absoluta de
que promoverá, mediante critérios e prazos a se- seus membros, respeitados o orçamento da se-
rem fixados, a revisão dos processos de registro e guridade social e a disponibilidade do Fundo Na-
certificado de entidade de fins filantrópicos das cional de Assistência Social (FNAS), poderá propor
entidades e organização de assistência social, ob- ao Poder Executivo a alteração dos limites de ren-
servado o disposto no art. 3º desta lei. da mensal per capita definidos no § 3º do art. 20
Art. 34. A União continuará exercendo papel su- e caput do art. 22.
pletivo nas ações de assistência social, por ela Art. 40. Com a implantação dos benefícios pre-
atualmente executadas diretamente no âmbito vistos nos arts. 20 e 22 desta Lei, extinguem-se a
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, renda mensal vitalícia, o auxílio-natalidade e o
visando à implementação do disposto nesta Lei, auxílio-funeral existentes no âmbito da Previdên-
por prazo máximo de 12 (doze) meses, contados cia Social, conforme o disposto na Lei nº 8.213, de
a partir da data da publicação desta Lei. 24 de julho de 1991.
Art. 35. Cabe ao órgão da Administração Pública § 1º A transferência dos beneficiários do siste-
Federal responsável pela coordenação da Políti- ma previdenciário para a assistência social deve
ca Nacional de Assistência Social operar os bene- ser estabelecida de forma que o atendimento à
fícios de prestação continuada de que trata esta população não sofra solução de continuidade. (Pa-
lei, podendo, para tanto, contar com o concurso rágrafo único transformado em § 1º pela Lei nº 9.711, de
de outros órgãos do Governo Federal, na forma a 20/11/1998)
ser estabelecida em regulamento. § 2º É assegurado ao maior de setenta anos e ao
Parágrafo único. O regulamento de que trata o inválido o direito de requerer a renda mensal vi-
caput definirá as formas de comprovação do di- talícia junto ao INSS até 31 de dezembro de 1995,
reito ao benefício, as condições de sua suspensão, desde que atenda, alternativamente, aos requisi-
os procedimentos em casos de curatela e tutela e tos estabelecidos nos incisos I, II ou III do § 1º do
51
art. 139 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991. (Pa- da fecundidade que garanta direitos iguais de cons-
rágrafo acrescido pela Lei nº 9.711, de 20/11/1998) tituição, limitação ou aumento da prole pela mu-
Art. 40-A. Os benefícios monetários decorrentes lher, pelo homem ou pelo casal.
do disposto nos arts. 22, 24-C e 25 desta Lei se- Parágrafo único. É proibida a utilização das
rão pagos preferencialmente à mulher responsá- ações a que se refere o caput para qualquer tipo
vel pela unidade familiar, quando cabível. (Artigo de controle demográfico.
acrescido pela Lei nº 13.014, de 21/7/2014, publicada no Art. 3º O planejamento familiar é parte integran-
DOU de 22/7/2014, em vigor 90 dias após sua publicação) te do conjunto de ações de atenção à mulher, ao
Art. 40-B. Enquanto não estiver regulamentado o homem ou ao casal, dentro de uma visão de aten-
instrumento de avaliação de que tratam os §§ 1º e dimento global e integral à saúde.
2º do art. 2º da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 Parágrafo único. As instâncias gestoras do Sis-
(Estatuto da Pessoa com Deficiência), a concessão tema Único de Saúde, em todos os seus níveis, na
do benefício de prestação continuada à pessoa prestação das ações previstas no caput, obrigam-
com deficiência ficará sujeita à avaliação do grau -se a garantir, em toda a sua rede de serviços, no
da deficiência e do impedimento de que trata o que respeita a atenção à mulher, ao homem ou ao
§ 2º do art. 20 desta Lei, composta por avaliação casal, programa de atenção integral à saúde, em
médica e avaliação social realizadas, respectiva- todos os seus ciclos vitais, que inclua, como ativi-
mente, pela Perícia Médica Federal e pelo serviço dades básicas, entre outras:
social do INSS, com a utilização de instrumentos I – assistência à concepção e contracepção;
desenvolvidos especificamente para esse fim. (Ar- II – o atendimento pré-natal;
tigo acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021) III – a assistência ao parto, ao puerpério e ao
Art. 40-C. Os eventuais débitos do beneficiário neonato;
decorrentes de recebimento irregular do benefí- IV – o controle das doenças sexualmente trans-
cio de prestação continuada ou do auxílio-inclu- missíveis;
são poderão ser consignados no valor mensal des- V – o controle e a prevenção dos cânceres cérvi-
ses benefícios, nos termos do regulamento. (Artigo co-uterino, de mama, de próstata e de pênis. (Inci-
acrescido pela Lei nº 14.176, de 22/6/2021) so com redação dada pela Lei nº 13.045, de 25/11/2014)
Art. 41. Esta lei entra em vigor na data da sua pu- Art. 4º O planejamento familiar orienta-se por
blicação. ações preventivas e educativas e pela garantia de
Art. 42. Revogam-se as disposições em contrário. acesso igualitário a informações, meios, métodos
e técnicas disponíveis para a regulação da fecun-
Brasília, 7 de dezembro de 1993, 172º da
Independência e 105º da República. didade.
ITAMAR FRANCO Parágrafo único. O Sistema Único de Saúde pro-
Jutahy Magalhães Júnior moverá o treinamento de recursos humanos, com
ênfase na capacitação do pessoal técnico, visan-
LEI Nº 9.263, DE 12 DE JANEIRO DE 1996 do a promoção de ações de atendimento à saúde
(LEI DO PLANEJAMENTO FAMILIAR) reprodutiva.
(Publicada no DOU de 15/1/1996)
Art. 5º É dever do Estado, através do Sistema Úni-
Regula o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata
co de Saúde, em associação, no que couber, às
do planejamento familiar, estabelece penalidades e dá ou-
tras providências.
instâncias componentes do sistema educacional,
promover condições e recursos informativos, edu-
O presidente da República
cacionais, técnicos e científicos que assegurem o
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
livre exercício do planejamento familiar.
sanciono a seguinte lei:
Art. 6º As ações de planejamento familiar serão
CAPÍTULO I – DO PLANEJAMENTO FAMILIAR
exercidas pelas instituições públicas e privadas, fi-
Art. 1º O planejamento familiar é direito de todo lantrópicas ou não, nos termos desta Lei e das nor-
o cidadão, observado o disposto nesta Lei. mas de funcionamento e mecanismos de fiscali-
Art. 2º Para fins desta Lei, entende-se planejamen- zação estabelecidos pelas instâncias gestoras do
to familiar como o conjunto de ações de regulação Sistema Único de Saúde.
52
LEI Nº 9.263, DE 12 DE JANEIRO DE 1996
Parágrafo único. Compete à direção nacional § 3º Não será considerada a manifestação de von-
do Sistema Único de Saúde definir as normas ge- tade, na forma do § 1º, expressa durante ocorrên-
rais de planejamento familiar. cia de alterações na capacidade de discernimento
Art. 7º É permitida a participação direta ou indire- por influência de álcool, drogas, estados emocio-
ta de empresas ou capitais estrangeiros nas ações nais alterados ou incapacidade mental temporária
e pesquisas de planejamento familiar, desde que ou permanente.
autorizada, fiscalizada e controlada pelo órgão de § 4º A esterilização cirúrgica como método con-
direção nacional do Sistema Único de Saúde. traceptivo somente será executada através da la-
queadura tubária, vasectomia ou de outro méto-
Art. 8º A realização de experiências com seres hu-
do cientificamente aceito, sendo vedada através
manos no campo da regulação da fecundidade
da histerectomia e ooforectomia.
somente será permitida se previamente autoriza-
§ 5º Na vigência de sociedade conjugal, a este-
da, fiscalizada e controlada pela direção nacional
rilização depende do consentimento expresso de
do Sistema Único de Saúde e atendidos os crité-
ambos os cônjuges.
rios estabelecidos pela Organização Mundial de
§ 6º A esterilização cirúrgica em pessoas abso-
Saúde.
lutamente incapazes somente poderá ocorrer me-
Art. 9º Para o exercício do direito ao planejamen- diante autorização judicial, regulamentada na for-
to familiar, serão oferecidos todos os métodos e ma da Lei. (Artigo vetado pelo presidente da República
técnicas de concepção e contracepção cientifica- e mantido pelo Congresso Nacional, em 20/8/1997)
mente aceitos e que não coloquem em risco a vi- Art. 11. Toda esterilização cirúrgica será objeto
da e a saúde das pessoas, garantida a liberdade de notificação compulsória à direção do Sistema
de opção. Único de Saúde. (Artigo vetado pelo presidente da Re-
Parágrafo único. A prescrição a que se refere pública e mantido pelo Congresso Nacional, em 20/8/1997)
o caput só poderá ocorrer mediante avaliação e
Art. 12. É vedada a indução ou instigamento in-
acompanhamento clínico e com informação sobre
dividual ou coletivo à prática da esterilização ci-
os seus riscos, vantagens, desvantagens e eficácia.
rúrgica.
Art. 10. Somente é permitida a esterilização vo-
Art. 13. É vedada a exigência de atestado de es-
luntária nas seguintes situações:
terilização ou de teste de gravidez para quaisquer
I – em homens e mulheres com capacidade civil
fins.
plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou,
Art. 14. Cabe à instância gestora do Sistema Único
pelo menos, com dois filhos vivos, desde que ob-
de Saúde, guardado o seu nível de competência e
servado o prazo mínimo de sessenta dias entre a
atribuições, cadastrar, fiscalizar e controlar as ins-
manifestação da vontade e o ato cirúrgico, perío-
tituições e serviços que realizam ações e pesqui-
do no qual será propiciado à pessoa interessada
sas na área do planejamento familiar.
acesso a serviço de regulação da fecundidade, in-
Parágrafo único. Só podem ser autorizadas a
cluindo aconselhamento por equipe multidiscipli-
realizar esterilização cirúrgica as instituições que
nar, visando desencorajar a esterilização precoce;
ofereçam todas as opções de meios e métodos de
II – risco à vida ou à saúde da mulher ou do fu-
contracepção reversíveis. (Parágrafo único vetado pelo
turo concepto, testemunhado em relatório escrito
presidente da República e mantido pelo Congresso Nacio-
e assinado por dois médicos.
nal, em 20/8/1997)
§ 1º É condição para que se realize a esteriliza-
ção o registro de expressa manifestação da vonta- CAPÍTULO II – DOS CRIMES E DAS PENALIDADES
de em documento escrito e firmado, após a infor- Art. 15. Realizar esterilização cirúrgica em desa-
mação a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis cordo com o estabelecido no art. 10 desta Lei:
efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa, se
opções de contracepção reversíveis existentes. a prática não constitui crime mais grave.
§ 2º É vedada a esterilização cirúrgica em mulher Parágrafo único. A pena é aumentada de um
durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos terço se a esterilização for praticada:
casos de comprovada necessidade, por cesarianas I – durante os períodos de parto ou aborto, sal-
sucessivas anteriores. vo o disposto no inciso II do art. 10 desta Lei.
53
II – com manifestação da vontade do esteriliza- Art. 21. Os agentes do ilícito e, se for o caso, as
do expressa durante a ocorrência de alterações na instituições a que pertençam ficam obrigados a
capacidade de discernimento por influência de ál- reparar os danos morais e materiais decorrentes
cool, drogas, estados emocionais alterados ou in- de esterilização não autorizada na forma desta Lei,
capacidade mental temporária ou permanente; observados, nesse caso, o disposto dos arts. 159,
III – através de histerectomia e ooforectomia; 1.518 e 1.521 e seu parágrafo único do Código Ci-
IV – em pessoa absolutamente incapaz, sem au- vil, combinados com o art. 63 do Código de Pro-
torização judicial; cesso Penal.
V – através de cesária indicada para fim exclu-
CAPÍTULO III – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
sivo de esterilização. (Artigo vetado pelo presidente
Art. 22. Aplica-se subsidiariamente a esta lei dis-
da República e mantido pelo Congresso Nacional, em
posto no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
20/8/1997)
de 1940 (Código Penal), e, em especial, nos seus
Art. 16. Deixar o médico de notificar à autoridade
arts. 29, caput, e §§ 1º e 2º, 43, caput e incisos I, II
sanitária as esterilizações cirúrgicas que realizar:
e III; 44, caput e incisos I e II e III e parágrafo único;
Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e
45, caput e incisos I e II; 46, caput e parágrafo úni-
multa.
co; 47, caput e incisos I, II e III; 48, caput e parágra-
Art. 17. Induzir ou instigar dolosamente a prática fo único; 49, caput e §§ 1º e 2º; 50, caput , 1º e alí-
de esterilização cirúrgica: neas e § 2º; 51, caput e §§ 1º e 2º, 52; 56; 129, caput
Pena – reclusão, de um a dois anos. e § 1º, incisos I, II e III, § 2º, incisos I, III e IV e § 3º.
Parágrafo único. Se o crime for cometido con-
Art. 23. O Poder Executivo regulamentará esta Lei
tra a coletividade, caracteriza-se como genocídio,
no prazo de noventa dias, a contar da data de sua
aplicando-se o disposto na Lei nº 2.889, de 1º de
publicação.
outubro de 1956.
Art. 24. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
Art. 18. Exigir atestado de esterilização para qual-
blicação.
quer fim:
Pena – reclusão, de um a dois anos, e multa. Art. 25. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 12 de janeiro de 1996; 175º da
Art. 19. Aplica-se aos gestores e responsáveis por
Independência e 108º da República.
instituições que permitam a prática de qualquer
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
dos atos ilícitos previstos nesta Lei o disposto no Adib Jatene
caput e nos §§ 1º e 2º do art. 29 do Decreto-Lei
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002
Art. 20. As instituições a que se refere o artigo an- (CÓDIGO CIVIL)
terior sofrerão as seguintes sanções, sem prejuízo (Publicada no DOU de 11/1/2002)
das aplicáveis aos agentes do ilícito, aos coauto- Institui o Código Civil.
res ou aos partícipes: O presidente da República
I – se particular a instituição: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
a) de duzentos a trezentos e sessenta dias- sanciono a seguinte lei:
-multa e, se reincidente, suspensão das atividades [...]
ou descredenciamento, sem direito a qualquer in-
PARTE ESPECIAL
denização ou cobertura de gastos ou investimen-
[...]
tos efetuados;
b) proibição de estabelecer contratos ou convê- LIVRO IV – DO DIREITO DE FAMÍLIA
nios com entidades públicas e de se beneficiar de TÍTULO I – DO DIREITO PESSOAL
créditos oriundos de instituições governamentais [...]
ou daquelas em que o Estado é acionista;
SUBTÍTULO II – DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO
II – se pública a instituição, afastamento tempo-
[...]
rário ou definitivo dos agentes do ilícito, dos ges-
tores e responsáveis dos cargos ou funções ocupa- CAPÍTULO V – DO PODER FAMILIAR
das, sem prejuízo de outras penalidades. [...]
54
LEI Nº 10.778, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2003
55
§ 2º Entender-se-á que violência contra a mulher Art. 5º A inobservância das obrigações estabele-
inclui violência física, sexual e psicológica e que: cidas nesta Lei constitui infração da legislação re-
I – tenha ocorrido dentro da família ou unidade ferente à saúde pública, sem prejuízo das sanções
doméstica ou em qualquer outra relação interpes- penais cabíveis.
soal, em que o agressor conviva ou haja convivido Art. 6º Aplica-se, no que couber, à notificação
no mesmo domicílio que a mulher e que compreen- compulsória prevista nesta Lei, o disposto na Lei
de, entre outros, estupro, violação, maus-tratos e nº 6.259, de 30 de outubro de 1975.
abuso sexual; Art. 7º O Poder Executivo, por iniciativa do Minis-
II – tenha ocorrido na comunidade e seja per- tério da Saúde, expedirá a regulamentação des-
petrada por qualquer pessoa e que compreen- ta Lei.
de, entre outros, violação, abuso sexual, tortura,
Art. 8º Esta Lei entrará em vigor 120 (cento e vin-
maus-tratos de pessoas, tráfico de mulheres, pros-
te) dias após a sua publicação.
tituição forçada, sequestro e assédio sexual no lu-
Brasília, 24 de novembro de 2003; 182º da
gar de trabalho, bem como em instituições educa-
Independência e 115º da República.
cionais, estabelecimentos de saúde ou qualquer
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
outro lugar; e Humberto Sérgio Costa Lima
III – seja perpetrada ou tolerada pelo Estado ou José Dirceu de Oliveira e Silva
seus agentes, onde quer que ocorra.
§ 3º Para efeito da definição serão observados LEI Nº 10.826, DE 22 DE
também as convenções e acordos internacionais DEZEMBRO DE 2003
(ESTATUTO DO DESARMAMENTO)
assinados pelo Brasil, que disponham sobre pre-
(Publicada no DOU de 23/12/2003)
venção, punição e erradicação da violência contra
Dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de
a mulher.
fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm),
§ 4º Os casos em que houver indícios ou confir-
define crimes e dá outras providências.
mação de violência contra a mulher referidos no
O presidente da República
caput deste artigo serão obrigatoriamente comu-
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
nicados à autoridade policial no prazo de 24 (vin-
sanciono a seguinte lei:
te e quatro) horas, para as providências cabíveis
[…]
e para fins estatísticos. (Parágrafo acrescido pela Lei
nº 13.931, de 10/12/2019, publicada no DOU de 11/12/2019, CAPÍTULO III – DO PORTE
em vigor 90 dias após a publicação) Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em to-
Art. 2º A autoridade sanitária proporcionará as fa- do o território nacional, salvo para os casos pre-
cilidades ao processo de notificação compulsória, vistos em legislação própria e para:
para o fiel cumprimento desta Lei. I – os integrantes das Forças Armadas;
II – os integrantes de órgãos referidos nos inci-
Art. 3º A notificação compulsória dos casos de
sos I, II, III, IV e V do caput do art. 144 da Constitui-
violência de que trata esta Lei tem caráter sigilo-
ção Federal e os da Força Nacional de Seguran-
so, obrigando nesse sentido as autoridades sani-
ça Pública (FNSP); (Inciso com redação dada pela Lei
tárias que a tenham recebido.
nº 13.500, de 26/10/2017)
Parágrafo único. A identificação da vítima de
III – os integrantes das guardas municipais das
violência referida nesta Lei, fora do âmbito dos
capitais dos Estados e dos Municípios com mais
serviços de saúde, somente poderá efetivar-se,
de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas con-
em caráter excepcional, em caso de risco à comu-
dições estabelecidas no regulamento desta Lei;
nidade ou à vítima, a juízo da autoridade sanitária (Inciso declarado inconstitucional, em controle concen-
e com conhecimento prévio da vítima ou do seu trado, pelo Supremo Tribunal Federal, a fim de invalidar
responsável. as expressões “das capitais dos Estados” e “com mais de
Art. 4º As pessoas físicas e as entidades, públicas 500.000 (quinhentos mil) habitantes”, pela ADC nº 38/2015,
ou privadas, abrangidas ficam sujeitas às obriga- ADI nº 5.538/2016 e ADI nº 5.948/2018, publicadas no DOU
ções previstas nesta Lei. de 11/3/2021)
56
LEI Nº 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003
IV – os integrantes das guardas municipais dos § 1º-A. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.118, de
Municípios com mais de 50.000 (cinquenta mil) 19/5/2005, e revogado pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, § 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agen-
quando em serviço; (Inciso com redação dada pela tes e guardas prisionais poderão portar arma de
Medida Provisória nº 157, de 23/12/2003, convertida na fogo de propriedade particular ou fornecida pela
Lei nº 10.867, de 12/5/2004) (Inciso declarado inconsti- respectiva corporação ou instituição, mesmo fora
tucional, em controle concentrado, pelo Supremo Tribu- de serviço, desde que estejam:
nal Federal, pela ADC nº 38/2015, ADI nº 5.538/2016 e ADI I – submetidos a regime de dedicação exclusiva;
nº 5.948/2018, publicadas no DOU de 11/3/2021)V – os II – sujeitos à formação funcional, nos termos
agentes operacionais da Agência Brasileira de In- do regulamento; e
teligência e os agentes do Departamento de Segu- III – subordinados a mecanismos de fiscaliza-
rança do Gabinete de Segurança Institucional da ção e de controle interno. (Parágrafo acrescido pela
Presidência da República; Lei nº 12.993, de 17/6/2014)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referi- § 1º-C. (Vetado na Lei nº 12.993, de 17/6/2014)
dos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da Constituição § 2º A autorização para o porte de arma de fogo
Federal; aos integrantes das instituições descritas nos inci-
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agen- sos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicio-
tes e guardas prisionais, os integrantes das escol- nada à comprovação do requisito a que se refere
tas de presos e as guardas portuárias; o inciso III do caput do art. 4º desta Lei nas condi-
VIII – as empresas de segurança privada e de ções estabelecidas no regulamento desta Lei. (Pa-
transporte de valores constituídas, nos termos rágrafo com redação dada pela Medida Provisória nº 417,
desta Lei; de 31/1/2008, convertida na Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
IX – para os integrantes das entidades de des- § 3º A autorização para o porte de arma de fo-
porto legalmente constituídas, cujas atividades go das guardas municipais está condicionada à
esportivas demandem o uso de armas de fogo, na formação funcional de seus integrantes em es-
forma do regulamento desta Lei, observando-se, tabelecimentos de ensino de atividade policial,
no que couber, a legislação ambiental; à existência de mecanismos de fiscalização e de
X – integrantes das Carreiras de Auditoria da Re- controle interno, nas condições estabelecidas no
ceita Federal do Brasil e de Auditoria-Fiscal do Tra- regulamento desta Lei, observada a supervisão
balho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributá- do Ministério da Justiça. (Parágrafo com redação dada
rio; (Inciso acrescido pela Lei nº 11.118, de 19/5/2005, e pela Lei nº 10.884, de 17/6/2004)
com nova redação dada pela Lei nº 11.501, de 11/7/2007) § 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polí-
XI – os tribunais do Poder Judiciário descritos no cias federais e estaduais e do Distrito Federal, bem
art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Pú- como os militares dos Estados e do Distrito Federal,
blicos da União e dos Estados, para uso exclusivo ao exercerem o direito descrito no art. 4º, ficam
de servidores de seus quadros pessoais que efeti- dispensados do cumprimento do disposto nos in-
vamente estejam no exercício de funções de segu- cisos I, II e III do mesmo artigo, na forma do regu-
rança, na forma de regulamento a ser emitido pelo lamento desta Lei.
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Conse- § 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de
lho Nacional do Ministério Público (CNMP). (Inciso 25 (vinte e cinco) anos que comprovem depender
acrescido pela Lei nº 12.694, de 24/7/2012, publicada no do emprego de arma de fogo para prover sua sub-
DOU de 25/7/2012, em vigor 90 dias após a publicação) sistência alimentar familiar será concedido pela
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e Polícia Federal o porte de arma de fogo, na catego-
VI do caput deste artigo terão direito de portar ar- ria caçador para subsistência, de uma arma de uso
ma de fogo de propriedade particular ou forneci- permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois)
da pela respectiva corporação ou instituição, mes- canos, de alma lisa e de calibre igual ou inferior a
mo fora de serviço, nos termos do regulamento 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove
desta Lei, com validade em âmbito nacional para a efetiva necessidade em requerimento ao qual de-
aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Parágrafo verão ser anexados os seguintes documentos: (Pa-
com redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008) rágrafo com redação dada pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008)
57
I – documento de identificação pessoal; (Inciso I – diagnóstico e tratamento das lesões físicas
acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008) no aparelho genital e nas demais áreas afetadas;
II – comprovante de residência em área rural; e II – amparo médico, psicológico e social ime-
(Inciso acrescido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008) diatos;
III – atestado de bons antecedentes. (Inciso acres- III – facilitação do registro da ocorrência e en-
cido pela Lei nº 11.706, de 19/6/2008) caminhamento ao órgão de medicina legal e às
§ 6º O caçador para subsistência que der outro delegacias especializadas com informações que
uso à sua arma de fogo, independentemente de possam ser úteis à identificação do agressor e à
outras tipificações penais, responderá, conforme comprovação da violência sexual;
o caso, por porte ilegal ou por disparo de arma de IV – profilaxia da gravidez;
fogo de uso permitido. (Parágrafo acrescido pela Lei V – profilaxia das Doenças Sexualmente Trans-
nº 10.867, de 12/5/2004, e com nova redação dada pela missíveis (DST);
Lei nº 11.706, de 19/6/2008) VI – coleta de material para realização do exame
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos de HIV para posterior acompanhamento e terapia;
Municípios que integram regiões metropolitanas VII – fornecimento de informações às vítimas
será autorizado porte de arma de fogo, quando sobre os direitos legais e sobre todos os serviços
em serviço. (Parágrafo acrescido pela Lei nº 11.706, de sanitários disponíveis.
19/6/2008) § 1º Os serviços de que trata esta Lei são presta-
[…] dos de forma gratuita aos que deles necessitarem.
CAPÍTULO VI – DISPOSIÇÕES FINAIS § 2º No tratamento das lesões, caberá ao médi-
[...] co preservar materiais que possam ser coletados
no exame médico legal.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
§ 3º Cabe ao órgão de medicina legal o exame
blicação.
de DNA para identificação do agressor.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182º da
Independência e 115º da República. Art. 4º Esta Lei entra em vigor após decorridos 90
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA (noventa) dias de sua publicação oficial.
Márcio Thomaz Bastos Brasília, 1º de agosto de 2013; 192º da
José Viegas Filho Independência e 125º da República.
Marina Silva
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
LEI Nº 12.845, DE 1º DE AGOSTO DE 2013 Alexandre Rocha Santos Padilha
(LEI DO MINUTO SEGUINTE) Eleonora Menicucci de Oliveira
(Publicada no DOU de 2/8/2013) Maria do Rosário Nunes
Dispõe sobre o atendimento obrigatório e integral de pessoas
em situação de violência sexual. LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015
(CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL)
A Presidenta da República
(Publicada no DOU de 17/3/2015)
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
[Institui o] Código de Processo Civil.
sanciono a seguinte lei:
Art. 1º Os hospitais devem oferecer às vítimas de A presidenta da República
violência sexual atendimento emergencial, inte- Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
gral e multidisciplinar, visando ao controle e ao sanciono a seguinte lei:
tratamento dos agravos físicos e psíquicos decor- PARTE GERAL
rentes de violência sexual, e encaminhamento, se [...]
for o caso, aos serviços de assistência social.
LIVRO II – DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
Art. 2º Considera-se violência sexual, para os efei- [...]
tos desta Lei, qualquer forma de atividade sexual
não consentida. TÍTULO III – DA COMPETÊNCIA INTERNA
59
LEI Nº 13.642, DE 3 DE ABRIL DE 2018 ou adolescentes em situação de violência, com a
(LEI LOLA) adaptação dos procedimentos estabelecidos na
(Publicada no DOU de 4/4/2018) Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da
Altera a Lei nº 10.446, de 8 de maio de 2002, para acrescentar Penha), às circunstâncias emergenciais do perío-
atribuição à Polícia Federal no que concerne à investigação do de calamidade sanitária decorrente da pande-
de crimes praticados por meio da rede mundial de compu- mia da Covid-19.
tadores que difundam conteúdo misógino, definidos como § 1º A adaptação dos procedimentos disposta
aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres.
no caput deste artigo deverá assegurar a continui-
O presidente da República dade do funcionamento habitual dos órgãos do
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu poder público descritos na Lei nº 11.340, de 7 de
sanciono a seguinte lei: agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), no âmbito
Art. 1º O caput do art. 1º da Lei nº 10.446, de 8 de sua competência, com o objetivo de garantir
de maio de 2002, passa a vigorar acrescido do se- a manutenção dos mecanismos de prevenção e
guinte inciso VII: repressão à violência doméstica e familiar contra
Art. 1º [...] a mulher e à violência contra idosos, crianças ou
adolescentes.
VII – quaisquer crimes praticados por meio da
rede mundial de computadores que difundam con- § 2º Se, por razões de segurança sanitária, não
teúdo misógino, definidos como aqueles que pro- for possível manter o atendimento presencial a to-
pagam o ódio ou a aversão às mulheres. das as demandas relacionadas à violência domés-
[...] tica e familiar contra a mulher e à violência contra
idosos, crianças ou adolescentes, o poder público
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
deverá, obrigatoriamente, garantir o atendimen-
blicação.
to presencial para situações que possam envolver,
Brasília, 3 de abril de 2018; 197º da
efetiva ou potencialmente, os ilícitos previstos:
Independência e 130º da República.
I – no Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro
MICHEL TEMER
Torquato Jardim de 1940 (Código Penal), na modalidade consuma-
Gustavo do Vale Rocha da ou tentada:
a) feminicídio, disposto no inciso VI do § 2º do
LEI Nº 14.022, DE 7 DE JULHO DE 2020 art. 121;
(Publicada no DOU de 8/7/2020) b) lesão corporal de natureza grave, disposto
Altera a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, e dispõe sobre no § 1º do art. 129;
medidas de enfrentamento à violência doméstica e familiar c) lesão corporal dolosa de natureza gravíssima,
contra a mulher e de enfrentamento à violência contra crian- disposto no § 2º do art. 129;
ças, adolescentes, pessoas idosas e pessoas com deficiência
d) lesão corporal seguida de morte, disposto no
durante a emergência de saúde pública de importância inter-
§ 3º do art. 129;
nacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto
de 2019. e) ameaça praticada com uso de arma de fogo,
disposto no art. 147;
O presidente da República
f) estupro, disposto no art. 213;
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
g) estupro de vulnerável, disposto no caput e
sanciono a seguinte lei:
nos §§ 1º, 2º, 3º e 4º do art. 217-A;
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre medidas de enfrenta- h) corrupção de menores, disposto no art. 218;
mento à violência doméstica e familiar contra a mu- i) satisfação de lascívia mediante presença de
lher e de enfrentamento à violência contra crianças, criança ou adolescente, disposto no art. 218-A;
adolescentes, pessoas idosas e pessoas com defi- II – na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei
ciência durante a emergência de saúde pública de Maria da Penha), o crime de descumprimento
importância internacional decorrente do coronaví- de medidas protetivas de urgência, disposto no
rus responsável pelo surto de 2019. art. 24-A;
[...] III – na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Es-
Art. 3º O poder público deverá adotar as medidas tatuto da Criança e do Adolescente);
necessárias para garantir a manutenção do aten- IV – na Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003
dimento presencial de mulheres, idosos, crianças (Estatuto do Idoso).
60
LEI Nº 14.022, DE 7 DE JULHO DE 2020
§ 3º Conforme dispõe o art. 158 do Decreto-Lei visual, em momento anterior à lavratura do bole-
nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Pro- tim de ocorrência e a colheita de provas que exija
cesso Penal), mesmo durante a vigência da Lei a presença física da ofendida, facultado ao Poder
nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, ou de esta- Judiciário intimar a ofendida e o ofensor da deci-
do de emergência de caráter humanitário e sani- são judicial por meio eletrônico.
tário em território nacional, deverá ser garantida § 4º Na hipótese prevista no § 3º deste artigo,
a realização prioritária do exame de corpo de deli- após a concessão da medida de urgência, a auto-
to quando se tratar de crime que envolva: ridade competente, independentemente da autori-
I – violência doméstica e familiar contra a mu- zação da ofendida, deverá:
lher; I – se for autoridade judicial, comunicar à uni-
II – violência contra criança, adolescente, idoso dade de polícia judiciária competente para que
ou pessoa com deficiência. proceda à abertura de investigação criminal para
§ 4º Nos casos de crimes de natureza sexual, se apuração dos fatos;
houver a adoção de medidas pelo poder público II – se for delegado de polícia, comunicar ime-
que restrinjam a circulação de pessoas, os órgãos diatamente ao Ministério Público e ao Poder Judi-
de segurança deverão estabelecer equipes móveis ciário da medida concedida e instaurar imediata-
para realização do exame de corpo de delito no lo- mente inquérito policial, determinando todas as
cal em que se encontrar a vítima. diligências cabíveis para a averiguação dos fatos;
Art. 4º Os órgãos de segurança pública deverão III – se for policial, comunicar imediatamen-
disponibilizar canais de comunicação que garan- te ao Ministério Público, ao Poder Judiciário e à
tam interação simultânea, inclusive com possibili- unidade de polícia judiciária competente da me-
dade de compartilhamento de documentos, desde dida concedida, realizar o registro de boletim de
que gratuitos e passíveis de utilização em disposi- ocorrência e encaminhar os autos imediatamente
tivos eletrônicos, como celulares e computadores, à autoridade policial competente para a adoção
para atendimento virtual de situações que envol- das medidas cabíveis.
vam violência contra a mulher, o idoso, a criança Art. 5º As medidas protetivas deferidas em favor
ou o adolescente, facultado aos órgãos integrantes da mulher serão automaticamente prorrogadas e
do Sistema de Justiça – Poder Judiciário, Ministé- vigorarão durante a vigência da Lei nº 13.979, de
rio Público e Defensoria Pública, e aos demais ór- 6 de fevereiro de 2020, ou durante a declaração
gãos do Poder Executivo, a adoção dessa medida. de estado de emergência de caráter humanitário
§ 1º A disponibilização de canais de atendimen- e sanitário em território nacional, sem prejuízo do
to virtuais não exclui a obrigação do poder públi-
disposto no art. 19 e seguintes da Lei nº 11.340, de
co de manter o atendimento presencial de mulhe-
7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).
res em situação de violência doméstica e familiar
Parágrafo único. O juiz competente providen-
e de casos de suspeita ou confirmação de violên-
ciará a intimação do ofensor, que poderá ser rea-
cia praticada contra idosos, crianças ou adoles-
lizada por meios eletrônicos, cientificando-o da
centes.
prorrogação da medida protetiva.
§ 2º Nos casos de violência doméstica e fami-
liar, a ofendida poderá solicitar quaisquer medi- Art. 6º As denúncias de violência recebidas na es-
das protetivas de urgência à autoridade compe- fera federal pela Central de Atendimento à Mulher
tente por meio dos dispositivos de comunicação – Ligue 180 e pelo serviço de proteção de crianças
de atendimento on-line. e adolescentes com foco em violência sexual – Dis-
§ 3º Na hipótese em que as circunstâncias do que 100 devem ser repassadas, com as informa-
fato justifiquem a medida prevista neste artigo, ções de urgência, para os órgãos competentes.
a autoridade competente poderá conceder qual- Parágrafo único. O prazo máximo para o envio
quer uma das medidas protetivas de urgência das informações referidas no caput deste artigo é
previstas nos arts. 12-B, 12-C, 22, 23 e 24 da Lei de 48 (quarenta e oito) horas, salvo impedimento
nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da técnico.
Penha), de forma eletrônica, e poderá considerar Art. 7º Em todos os casos, a autoridade de segu-
provas coletadas eletronicamente ou por audio- rança pública deve assegurar o atendimento ágil
61
a todas as demandas apresentadas e que signifi- § 2º O Formulário Nacional de Avaliação de Ris-
quem risco de vida e a integridade da mulher, do co deve ser preferencialmente aplicado pela Polí-
idoso, da criança e do adolescente, com atuação cia Civil no momento de registro da ocorrência ou,
focada na proteção integral, nos termos da Lei em sua impossibilidade, pelo Ministério Público
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Crian- ou pelo Poder Judiciário, por ocasião do primeiro
ça e do Adolescente) e da Lei nº 10.741, de 1º de atendimento à mulher vítima de violência domés-
outubro de 2003 (Estatuto do Idoso). tica e familiar.
Art. 8º O poder público promoverá campanha in- § 3º É facultada a utilização do modelo de For-
formativa sobre prevenção à violência e acesso a mulário Nacional de Avaliação de Risco por outros
mecanismos de denúncia durante a vigência da órgãos e entidades públicas ou privadas que atuem
Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, ou duran- na área de prevenção e de enfrentamento da vio-
te a vigência do estado de emergência de caráter lência doméstica e familiar contra a mulher.
humanitário e sanitário. Art. 3º Aplica-se às disposições previstas nesta Lei
Art. 9º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu- o disposto na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006
blicação. (Lei Maria da Penha).
Brasília, 7 de julho de 2020; 199º da Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua pu-
Independência e 132º da República. blicação.
JAIR MESSIAS BOLSONARO Brasília, 5 de maio de 2021; 200º da
André Luiz de Almeida Mendonça Independência e 133º da República.
Damares Regina Alves
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Carlos Alberto Franco França
LEI Nº 14.149, DE 5 DE MAIO DE 2021 Damares Regina Alves
(Publicada no DOU de 6/5/2021)
Institui o Formulário Nacional de Avaliação de Risco, a ser DECRETO Nº 5.099, DE 3
aplicado à mulher vítima de violência doméstica e familiar. DE JUNHO DE 2004
(Publicado no DOU de 4/6/2004)
O presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu Regulamenta a Lei nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, e
institui os serviços de referência sentinela.
sanciono a seguinte lei:
Art. 1º Esta Lei institui o Formulário Nacional de O presidente da República, no uso das atribuições
Avaliação de Risco, a ser aplicado à mulher víti- que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea a,
ma de violência doméstica e familiar, observado o da Constituição, tendo em vista o disposto na Lei
disposto na Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 nº 10.778, de 24 de novembro de 2003, e
(Lei Maria da Penha). Considerando que o Brasil é signatário da De-
claração e Plataforma de Ação da IV Conferência
Art. 2º É instituído o Formulário Nacional de Ava-
Mundial sobre a Mulher, Pequim, 1995, e da Con-
liação de Risco para a prevenção e o enfrentamen-
venção Interamericana para Prevenir, Punir e Er-
to de crimes e de demais atos de violência domésti-
radicar a Violência contra a Mulher, Belém do Pa-
ca e familiar praticados contra a mulher, conforme
rá, 1995; e
modelo aprovado por ato normativo conjunto do
Considerando que a violência contra a mulher,
Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Na-
apesar de configurar problema de alta relevância
cional do Ministério Público.
e de elevada incidência, apresenta pequena visi-
§ 1º O Formulário Nacional de Avaliação de Ris-
bilidade social, e que o registro no Sistema Único
co tem por objetivo identificar os fatores que in-
de Saúde destes casos é fundamental para dimen-
dicam o risco de a mulher vir a sofrer qualquer
sionar o problema e suas consequências, a fim de
forma de violência no âmbito das relações do-
contribuir para o desenvolvimento das políticas e
mésticas, para subsidiar a atuação dos órgãos de
segurança pública, do Ministério Público, do Po- atuações governamentais em todos os níveis, de-
der Judiciário e dos órgãos e das entidades da creta:
rede de proteção na gestão do risco identificado, Art. 1º Ficam instituídos os serviços de referência
devendo ser preservado, em qualquer hipótese, o sentinela, aos quais serão notificados compulso-
sigilo das informações. riamente os casos de violência contra a mulher,
62
DECRETO Nº 7.393, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2010
63
DECRETO Nº 7.958, DE 13 oferecer atendimento às vítimas de violência se-
DE MARÇO DE 2013 xual, observados os níveis de assistência e os dife-
(Publicado no DOU de 14/3/2013) rentes profissionais que atuarão em cada unidade
Estabelece diretrizes para o atendimento às vítimas de violên- de atendimento, segundo normas técnicas e pro-
cia sexual pelos profissionais de segurança pública e da rede tocolos adotados pelo Ministério da Saúde e pelo
de atendimento do Sistema Único de Saúde. Ministério da Justiça.
A presidenta da República, no uso das atribuições Art. 4º O atendimento às vítimas de violência se-
que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alí- xual pelos profissionais da rede do SUS compreen-
nea a, da Constituição, e tendo em vista o disposto
derá os seguintes procedimentos:
nos incisos IV e V do caput do art. 15 da Lei nº 8.080,
I – acolhimento, anamnese e realização de exa-
de 19 de setembro de 1990, decreta:
mes clínicos e laboratoriais;
Art. 1º Este Decreto estabelece diretrizes para o II – preenchimento de prontuário com as seguin-
atendimento humanizado às vítimas de violência tes informações:
sexual pelos profissionais da área de segurança a) data e hora do atendimento;
pública e da rede de atendimento do Sistema Úni- b) história clínica detalhada, com dados sobre
co de Saúde (SUS), e as competências do Ministé-
a violência sofrida;
rio da Justiça e do Ministério da Saúde para sua
c) exame físico completo, inclusive o exame gi-
implementação.
necológico, se for necessário;
Art. 2º O atendimento às vítimas de violência se- d) descrição minuciosa das lesões, com indica-
xual pelos profissionais de segurança pública e da ção da temporalidade e localização específica;
rede de atendimento do SUS observará as seguin- e) descrição minuciosa de vestígios e de outros
tes diretrizes: achados no exame; e
I – acolhimento em serviços de referência;
f) identificação dos profissionais que atenderam
II – atendimento humanizado, observados os
a vítima;
princípios do respeito da dignidade da pessoa, da
III – preenchimento do Termo de Relato Circuns-
não discriminação, do sigilo e da privacidade;
tanciado e Termo de Consentimento Informado,
III – disponibilização de espaço de escuta quali-
assinado pela vítima ou responsável legal;
ficado e privacidade durante o atendimento, para
IV – coleta de vestígios para, assegurada a ca-
propiciar ambiente de confiança e respeito à vítima;
deia de custódia, encaminhamento à perícia ofi-
IV – informação prévia à vítima, assegurada sua
cial, com a cópia do Termo de Consentimento In-
compreensão sobre o que será realizado em cada
formado;
etapa do atendimento e a importância das condu-
tas médicas, multiprofissionais e policiais, respeita- V – assistência farmacêutica e de outros insumos
da sua decisão sobre a realização de qualquer pro- e acompanhamento multiprofissional, de acordo
cedimento; com a necessidade;
V – identificação e orientação às vítimas sobre VI – preenchimento da Ficha de Notificação
a existência de serviços de referência para aten- Compulsória de violência doméstica, sexual e ou-
dimento às vítimas de violência e de unidades do tras violências; e
sistema de garantia de direitos; VII – orientação à vítima ou ao seu responsável
VI – divulgação de informações sobre a existên- a respeito de seus direitos e sobre a existência de
cia de serviços de referência para atendimento de serviços de referência para atendimento às víti-
vítimas de violência sexual; mas de violência sexual.
VII – disponibilização de transporte à vítima de § 1º A coleta, identificação, descrição e guarda
violência sexual até os serviços de referência; e dos vestígios de que tratam as alíneas e e f do in-
VIII – promoção de capacitação de profissionais ciso II e o inciso IV do caput observarão regras e
de segurança pública e da rede de atendimento diretrizes técnicas estabelecidas pelo Ministério
do SUS para atender vítimas de violência sexual da Justiça e pelo Ministério da Saúde.
de forma humanizada, garantindo a idoneidade e § 2º A rede de atendimento ao SUS deve garan-
o rastreamento dos vestígios coletados. tir a idoneidade e o rastreamento dos vestígios
Art. 3º Para os fins deste Decreto, considera-se coletados.
serviço de referência o serviço qualificado para Art. 5º Ao Ministério da Justiça compete:
64
DECRETO Nº 8.086, DE 30 DE AGOSTO DE 2013
65
I – implementação de unidades da Casa da Mu- § 2º As unidades da Casa da Mulher Brasileira
lher Brasileira, espaços públicos onde se concen- poderão ser mantidas pelos Estados, pelo Distrito
trarão os principais serviços especializados e mul- Federal e pelos Municípios, com o apoio técnico e
tidisciplinares da rede de atendimento às mulheres financeiro das instituições públicas parceiras e da
em situação de violência, de acordo com as tipo- Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres
logias e as diretrizes estabelecidas pela Secretaria do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos
Nacional de Políticas para as Mulheres do Ministé- Humanos. (Parágrafo com redação dada pelo Decreto
rio da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, nº 10.112, de 12/11/2019)
inclusive em regiões de fronteira, em cujas unida- Art. 4º Compete à Secretaria Nacional de Políticas
des serão prestados também serviços especiali- para as Mulheres do Ministério da Mulher, da Fa-
zados de enfrentamento ao tráfico de mulheres e mília e dos Direitos Humanos: (Caput do artigo com
situações de vulnerabilidade decorrentes do fenô- redação dada pelo Decreto nº 10.112, de 12/11/2019)
meno migratório; (Inciso com redação dada pelo Decre- I – coordenar a implantação e execução do Pro-
to nº 10.112, de 12/11/2019) grama;
II – integração dos sistemas de dados das uni- II – coordenar a execução das ações de que tra-
dades da Casa da Mulher Brasileira com a Central ta o art. 3º;
de Atendimento à Mulher (Ligue 180); (Inciso com III – implementar, construir e equipar as unida-
redação dada pelo Decreto nº 10.112, de 12/11/2019) des da Casa da Mulher Brasileira, direta ou indire-
III – implementação de ações articuladas para tamente, por meio da articulação com órgãos e
organização, integração e humanização do aten- entidades da União, dos Estados, do Distrito Fe-
dimento às vítimas de violência sexual e outras deral e dos Municípios; (Inciso com redação dada pelo
situações de vulnerabilidade, considerado o con- Decreto nº 10.112, de 12/11/2019)
texto familiar e social das mulheres; (Inciso com re- IV – capacitar as equipes que atuarão nas unida-
dação dada pelo Decreto nº 10.112, de 12/11/2019) des da Casa da Mulher Brasileira; (Inciso com redação
IV – implementação de unidades móveis para dada pelo Decreto nº 10.112, de 12/11/2019)
atendimento das mulheres vítimas de violência V – promover a articulação com os órgãos e en-
fora dos espaços urbanos; e (Inciso com redação da- tidades referidos nos §§ 1º e 2º do art. 3º, com o
da pelo Decreto nº 10.112, de 12/11/2019) objetivo de assegurar a implementação e o cum-
V – execução de ações e promoção de campa- primento das metas do Programa;
nhas continuadas de conscientização destinadas VI – elaborar, divulgar e atualizar os protocolos
à prevenção da violência contra a mulher. (Inciso de atendimento e as normas técnicas adotados nas
com redação dada pelo Decreto nº 10.112, de 12/11/2019) unidades da Casa da Mulher Brasileira, com apoio
§ 1º Por meio da articulação com órgãos e enti- dos órgãos e das entidades participantes e de co-
dades da União, dos Estados, do Distrito Federal laboradores; (Inciso com redação dada pelo Decreto
e dos Municípios e com entidades do terceiro se- nº 10.112, de 12/11/2019)
tor, as unidades da Casa da Mulher Brasileira po- VII – prestar apoio técnico e financeiro, não com-
derão dispor de: (Parágrafo com redação dada pelo De- pulsório, aos entes federativos na manutenção das
creto nº 10.112, de 12/11/2019) unidades da Casa da Mulher Brasileira; e (Inciso com
I – serviços de atendimento psicossocial; redação dada pelo Decreto nº 10.112, de 12/11/2019)
II – alojamento de passagem; VIII – monitorar a prestação dos serviços nas
III – orientação e direcionamento para progra- unidades da Casa da Mulher Brasileira, para ava-
mas de auxílio e promoção da autonomia econô- liar a implementação e a execução do Programa
mica, de geração de trabalho, emprego e renda; Mulher Segura e Protegida. (Inciso com redação dada
IV – integração com os serviços da rede de saú- pelo Decreto nº 10.112, de 12/11/2019)
de e socioassistencial; e Parágrafo único. A Secretaria Nacional de Polí-
V – a presença de órgãos públicos voltados pa- ticas para as Mulheres do Ministério da Mulher, da
ra as mulheres, como as Delegacias Especializa- Família e dos Direitos Humanos poderá convidar
das de Atendimento à Mulher, os Juizados e Varas para participar das ações de implementação do
Especializados de Violência Doméstica e Familiar Programa Mulher Segura e Protegida outros ór-
contra a Mulher, as Promotorias Públicas Especia- gãos e entidades públicos e privados, tais como o
lizadas da Mulher e as Defensorias Públicas Espe- Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacio-
cializadas da Mulher. nal do Ministério Público e o Conselho Nacional
66
LISTA DE OUTRAS NORMAS E INFORMAÇÕES DE INTERESSE
67
y Conselho Nacional dos Direitos da Mulher
(CNDM)
www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/
politicas-para-mulheres/arquivo/assuntos/
conselho
y Observatório da Mulher contra a Violência
www12.senado.leg.br/institucional/omv
y ONU Mulheres (Entidade das Nações Unidas
para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento
das Mulheres)
www.onumulheres.org.br
y Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados
www2.camara.leg.br/a-camara/secretaria-da-
mulher
y Secretaria de Políticas para as Mulheres
www.spm.gov.br
Datas comemorativas
y 20 de janeiro – Dia Nacional da Parteira
Tradicional (Lei nº 13.100/2015)
y 5 de fevereiro – Dia Nacional da Mamografia (Lei
nº 11.695/2008)
y 24 de fevereiro – Dia da Conquista do Voto
Feminino no Brasil (Lei nº 13.086/2015)
y 8 de março – Dia Internacional da Mulher
(Resolução 13.2 da 20ª Conferência-Geral da
Unesco, aprovada na 36ª Reunião Plenária de
27/11/1978)
y 30 de abril – Dia Nacional da Mulher (Lei
nº 6.791/1980)
y 25 de julho – Dia Nacional de Tereza de Benguela
e da Mulher Negra (Lei nº 12.987/2014)
y Agosto – Mês do Aleitamento Materno (Lei
nº 13.435/2017)
y 28 de agosto – Dia Nacional de Combate
e Prevenção ao Escalpelamento (Lei
nº 12.199/2010)
y Novembro (última semana) – Semana Nacional
pela não Violência contra a Mulher (Lei
nº 13.421/2017)
y 27 de novembro – Dia Nacional de Luta contra o
Câncer de Mama (Lei nº 12.116/2009)
y 6 de dezembro – Dia Nacional de Mobilização
dos Homens pelo Fim da Violência contra as
Mulheres (Lei nº 11.489/2007)
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edições câmara
L E G I S L AT I V O