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Resumo do artigo: ALGUMAS DIRETRIZES PARA MELHOR AÇÃO

TERAPÊUTICA de Hélio José Guilhardi, do Intituto de Terapia por


Contingencias de Reforçamento, feito por Harley Pacheco de Sousa da
Universidade São Marcos.

O analista do comportamento altera contingências de reforçamento, se


interessa pelos comportamentos e pelos sentimentos. O instrumento são as
contingencias. O que se chama sentimento é comportamento respondente
interagindo com operantes. Contingencias são os fenômenos comportamentais
que englobam, estimulo, físicos ou simbólicos, o comportamento, o biológico, o
fisiológico e relação do homem com essa contingencia.

O analista deve se atentar que porque um comportamento não está se


manifestando isso não quer dizer que ele se extinguiu, mas pode estar sendo
emitido outro comportamento que melhor caiba na situação. Mas que o cliente
continue a responder em sentido respondente.

O analista deve estar atento para descobrir porque o cliente fala sobre tal
assunto na sessão. Em função de que contingências ele está agindo, da
maneira como o vem fazendo e falando.

O analista deve estar atento primeiro aos comportamentos que o cliente chama
de sentimento, lembrando que estes devem estar sob - controle natural
evitando coloca-los sob controle de regras e auto regras. (regra em analise do
comportamentos são descrições das contingencias e auto regra acontece
quando o próprio organismo descreve). Em segundo lugar, comportamentos
operantes sob controle de regras, auto-regras e selecionados por contingências
arbitrárias são mais prontamente modelados e mantidos que os sentimentos,
mas não por isso precisa ser, necessariamente, a prioridade do terapeuta.
(contingencia arbitraria é a ambiente não real).

Deve usar técnicas graduais como modelagem, contingencias de reforçamento


positivo e consequências naturais evitando consequências arbitrárias e
reforçamento coercitivo a não ser que não existam alternativas. Não devemos
acelerar o processo, mas estar sempre à frente, sem se limitar apenas ao que
o cliente pode fazer. Sem ficar sob controle do cliente. A terapia é processo
interacional, de influência recíproca entre terapeuta e cliente.

Os comportamentos o cliente devem ser selecionados e mantidos por


naturalmente. Deve ser fortalecido os desejáveis e enfraquecido os
indesejáveis, pode ser usado consequências arbitrarias, mas essas devem ser
substituídas por naturais o mais rápido possível.

O cliente convive com quem quiser, então, o terapeuta deve incluir em suas
analises e procedimentos os comportamentos dessas pessoas, pensando no
que é reforçador para elas e o que lhe é aversivo, pois o comportamento
destes pode ser função do comportamento do cliente. O terapeuta deve fazer
as analises, mas não deve submeter o cliente passivamente as condições
sociais, mas transformá-las para que a convivência social seja construtiva para
todos envolvidos, reduzindo o que é aversivo no cliente, mas sem tornar
aversivo para o outro. Provendo reforçadores para o cliente, mas não as custas
da privação do outro.

O terapeuta deve ser um agente social que aprimora as contingências de


reforçamento sociais esperadas no terceiro nível de seleção de Skinner
(seleção cultural);

Existem diferenças entre conhecer por regras e por consequências. Regras são
estímulos verbais que tem funções dependentes da historia do sujeito.
Obviamente se são mandos verbais, governarão comportamentos dos ouvintes
de acordo o que se expressa, mas se a função for de tato verbal podem ou não
governar isso vai depender dos componentes da regra.

Ou seja, se a consequência descrita na regra for muito reforçadora ou aversiva


haverá maior probabilidade de resposta, pessoas pouco sensíveis aos
controles sociais desdenharão da regra. Quem conhece as contingencias será
capaz de repeti-las, mas não a conhece quando está sob controle dela. Uma
pessoa pode quebrar a regra e se comportar e disso provirá uma consequência
que dependendo do valor reforçador ou aversivo da consequência, do tempo
de aparecimento e das operações estabelecedoras ela pode ou não ficar sob
controle, mas isso dependerá da função que os antecedentes adquiriram no
processo de história de contingências.

A pessoa que conhece as contingências a que está exposta e que for capaz de
descrevê-las de forma verbal corretamente poderá viver com mais qualidade
porque atuará de modo “consciente”. Para conhecê-las, no sentido de se
comportar sob controle das funções delas, basta a presença dos componentes
das contingências de reforçamento. No entanto, para conhecê-las verbalmente,
ou seja, para ser capaz de descrever os componentes das contingências de
reforçamento e as interações funcionais entre elas, é necessária a atuação de
uma comunidade verbal que instale o comportamento de observá-las, e esse é
o trabalho do terapeuta. Mas tendo cuidado para que o cliente não repita ou se
comporte porque extrai do terapeuta o saber, pois deve aprender a entender
por meio de sua própria compreensão. Em outros termos, o cliente pode estar
se comportando em função dos ganhos da terapia, quando deve achar ganhos
em seu ambiente não arbitrário.

Podemos concluir que tornar ciente envolve dois processos: descrever as


contingencias e comportar-se sobre controle de tais contingencias. Uma
pessoa pode fazer isso com foco, porque quando sente, nada mais faz que
descrever comportamentos respondentes de seu corpo.

Sentimentos podem ser o primeiro passo para identificação das


contingências funcionais, mesmo que relate que desconhece quais são e até
mesmo quando ele acha que sabe, mas conhece um sentimento, mas esse
não é de fato função.
Sentimentos são respondentes eliciados componentes de contingencias são
mais previsíveis do que outras classes do comportamentos ligados a operantes
emitidos por controle de antecedentes e modelados pelos consequentes das
contingências. São mais previsíveis porque os respondentes são respostas de
primeiro nível. Quando o incondicionado não é apresentado, a reação
respondente é também altamente previsível, pois a apresentação do
condicionado é necessária e suficiente para que a resposta seja eliciada. Os
operantes são menos previsíveis porque são sensíveis a historia de
contingencia de cada pessoas, aos parâmetros dos componentes da tríplice
contingência, às operações estabelecedoras, às funções dos estímulos do
contexto, todas essas condições variáveis tornam a resposta menos previsível.

Se o que interessa são as contingencias, porque enfatizamos os respondentes


e operantes? Porque as respostas podem ser o ponto de partida para
investigação das contingencias que estão operando. O cliente desconhece a
presença do evento aversivo que está atuando.

O terapeuta não deve acreditar no comportamento verbal, mas nas


contingências que determinam o verbal. Podemos ver o significado no
comportamento e não deveríamos omitir isso é o que se diz, mas significado
não é propriedade de comportamento, mas das condições onde ocorre.
Significados devem ser buscados em variáveis independentes e não em
propriedades das dependentes.

Quem ouve é essencial nas contingências que modelam e mantêm o


comportamento verbal do falante. Os comportamentos do terapeuta assumem
extrema relevância na determinação do comportamento verbal do cliente.
Assim sendo, o terapeuta deve ficar sob controle das funções que o próprio
comportamento verbal que ele emite têm sobre o cliente e ao mesmo tempo,
deve ficar sob controle das funções que o comportamento verbal do falante tem
sobre ele. O comportamento verbal é essencial, mas não supervalorize ou
despreze. Perceba se o comportamento verbal é verdadeiro quando há
consistência entre a identificação das contingências, os comportamentos e
sentimentos aos quais elas dão origem são aqueles previstos pelas
contingências e as contingências são sensíveis às manipulações dos
parâmetros dos a compõe, ou seja, alterações nos valores das variáveis
produzem alterações comportamentais previsíveis.

Se o único modo de ter dados for o verbal, nunca tenha certeza sobre a
fidedignidade, pois o relato pode ser intra verbal, e sua consistência ter sido
adquirida por controle de outra pessoa aprovando ou não aquilo. Exemplo.
Numa briga eu digo que estou certo, mas pode ser que falar para um terceiro
que estou certo me faz sentir bem, então, fiquei sob controle desse verbal, mas
isso não quer dizer que eu realmente esteja certo.

Ambiente é tudo que é externo à resposta e com ela se relaciona, despertando


uma relação funcional. Tal relação pode ser contingente (se... então) ou não
contingente (supersticiosa). Assim sendo, eventos privados – estímulos e
respostas – podem constituir ambiente para respostas. Por exemplo,
pensamento pode ser SD para outras respostas, enquanto ele próprio é
comportamento sob controle de outros eventos, públicos ou privados. Tal
afirmação não significa dizer que comportamento causa comportamento.
Comportamentos podem fazer parte como eventos com função de estímulos
antecedentes e conseqüentes – de uma cadeia de respostas. A causa do
encadeamento é a conseqüência selecionadora final. Ele não chorou e por
isso sente tristeza, mas ele chorou porque sentiu um respondente que o fez
chorar e que pode estar encadeado com um evento aversivo ou não aversivo,
mas ele chorou porque algo aconteceu.

Seja tecnológico no descrever, tecnológico no sentido cientifico behaviorista.


Psicólogo não é leigo que acerta por intuição, mas absolutamente todos os
procedimentos devem ser convertidos em conceitos sistemáticos próprios da
CCH e do behaviorismo radical. Todo procedimento deve ser conceitualmente
sistemáticos.

Sempre aplique procedimentos operantes e respondentes, aos


comportamentos emitidos pelo cliente ou eliciados nele em contexto
terapêutico obviamente, deve aplicar procedimentos diretamente sob controle
dos comportamentos do cliente que ocorrem em sua presença, o terapeuta
apenas falar sobre as contingências e esperar que as consequências
aconteçam em ambientes naturais. mas a sessão deve ser uma vida cotidiana
análoga de como se comporta em outros contextos.

O cliente deve apresentar mudanças no contexto terapêutico, na direção


esperada
pelo manejo das contingências de reforçamento. Ou seja, a terapia não deve
ser apenas falar sobre as mudanças, mas deve-se ser o ambiente onde o
terapeuta pode evocar e o cliente emitir comportamentos observáveis.

As mudanças devem ser duradouras e ocorrer sob outros controles de


estímulos: diante de outras pessoas e em diferentes contextos se expandir
para outras respostas da mesma classe. O processo de generalização deve ser
programado e implementado pelo terapeuta. Os procedimentos de
generalização devem incluir a observação dos comportamentos sob controles
de estímulos naturais da vida do cliente: ou ele sai do consultório com essa
finalidade, ou traz mais do cotidiano do cliente para dentro da sessão. No
primeiro caso, participa de atividades da vida diária do cliente; no segundo traz,
pessoas significativas para o ambiente terapêutico.

A análise Aplicada do Comportamento, ocupa uma posição privilegiada, em


relação a outras abordagens e propostas terapêuticas, quando a questão
proposta é a confiabilidade que se pode aferir da relação entre aplicação de
procedimentos terapêuticos e as mudanças comportamentais e afetivas que
decorrem, necessariamente, de tais procedimentos.
As contingências de reforçamento incluem procedimentos, processos e
produtos comportamentais gerados pela aplicação de tais procedimentos. As
relações funcionais entre procedimentos experimentais e alterações
comportamentais foram exaustivamente demonstradas, e continuam se
expandindo, nos estudos experimentais da Ciência do Comportamento. Toda
vez que o terapeuta utiliza procedimentos tecnologicamente descritos,
produzidos pela Ciência do Comportamento, ele está em condições de fazer
previsões sobre as mudanças comportamentais que eles produzirão. A
confirmação da previsão é uma evidência da existência de uma relação
funcional. E, inversamente, a ocorrência de padrões comportamentais
diferentes dos previstos remetem o terapeuta as duas conclusões: manejou
inadequadamente os procedimentos e deve revê-los; as funções que ele
atribuiu aos componentes das contingências de reforçamento não são exatas e
deve, então, revê-las.

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