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O futuro parque deverá, já com os quatro conversores em plena atividade, fornecer energia
suficiente para abastecer "cerca de mil casas". O objetivo da empresa do grupo Corpower
Ocean é viabilizar comercialmente a energia das ondas.
"A nossa intenção é que Portugal seja aquilo que foi a Dinamarca na altura em que a
indústria do vento nasceu", declarou hoje o diretor da Corpower, Miguel Silva, no âmbito
de uma visita do Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, onde foi dada a conhecer
a gigantesca máquina a instalar na Aguçadora "a meio de novembro".
Miguel Silva recordou o nascimento das eólicas "na crise petrolífera dos anos 70", em que
o Governo dinamarquês concedeu "apoios massivos ao desenvolvimento de fontes
renováveis". "O vento foi a escolha óbvia e a Dinamarca cresceu e é hoje o berço da
energia eólica. E nós podemos ser agora a Dinamarca das ondas, o berço de um novo
produto e principalmente o local onde se venceu o desafio de aceder à quantidade de
energia que o mar tem armazenada", referiu o responsável da CorPower, considerando que
o "mar é uma bateria gigante com energia quase infindável", mas a sua exploração
comercial "tem tido alguns fracassos".
Isso mesmo tem provocado a derrapagem do projeto sueco, que previa instalar o primeiro
conversor em janeiro deste ano e só agora reuniu condições de o concretizar. "Acreditar na
energia das ondas não é fácil", admitiu Miguel Silva, adiantando que na Aguçadoura estão
já instalados "o cabo e a âncora" da estrutura que acolherá o conversor no próximo mês
para testes durante um ano.
Aquele responsável, declarou também que a CorPower está também a procurar aliar-se a
outras fontes renováveis, como as eólicas offshore para formar "uma simbiose" capaz de
fornecer o mercado de uma forma estável e competitiva.
O parque WindFloat, composto por três turbinas, instalado ao largo de Viana do Castelo, é
um dos locais que a empresa sueca tem em vista para concretizar "um mix" energético. "É
o local de eleição para um parque pré-comercial. Temos a infraestrutura subterrânea, o
know-how da Aguçadoura a poucos quilómetros daqui e a oportunidade de tirar partido das
sinergias a nível de operação e manutenção", comentou, concluindo que já existem
"contactos e algumas ideias bem maturadas" para avançar com a aliança.
O secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, adiantou que espera que aquele projeto
"faça parte do mix energético que o país está a preparar" para fazer face às alterações
climáticas e cumprir "o desígnio nacional" de instalar "10 GW de potência de energias
renováveis oceânicas até 2030".
"Temos também a enorme expectativa de que este projeto seja demonstrativo a nível
internacional. Viana do Castelo já teve um projeto demonstrativo de energia eólica
flutuante, com as primeiras plataformas europeias e que hoje serve de referência. E
esperamos que este siga esse percurso", disse, manifestando ainda o desejo que "nos
próximos concursos [para novos promotores na área das renováveis], o primeiro dos quais
ainda no final deste ano, possam aparecer bons projetos, com inovação e tecnologia".