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RECURSOS DO SUBSOLO

Extração de lítio em Boticas

Trabalho de Geografia A

Aluna nº 5800

Lisboa, Fevereiro de 2022

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Documento 2
Mina de lítio em Boticas com investimento previsto de 500 milhões de euros

A Savannah Resources disse que o projeto da mina de lítio em Boticas tem um


investimento previsto de 500 milhões de euros e que o recurso potencial conhecido dará
para produzir baterias para 250 a 500 mil carros/ano.

David Archer, presidente executivo (CEO) da Savannah Resources, afirmou à agência


Lusa que o projeto de uma mina a céu aberto previsto para a freguesia de Covas do
Barroso, no distrito de Vila Real, tem um investimento previsto “superior a 500 milhões de
euros”.

“O objetivo principal é o desenvolvimento de uma operação mineira que se enquadre nos


objetivos de desenvolvimento regional e nacional dentro de uma ótica de sustentabilidade e
de acordo com as melhores práticas ambientais, sociais e económicas e que,
simultaneamente, permita colocar Portugal na cadeia de valor do desenvolvimento da
indústria das baterias para os veículos elétricos”, salientou.

Segundo o responsável, o projeto prevê a criação, de forma direta, de cerca de 300


postos de trabalho a longo prazo, repartidos pelas áreas técnicas, administrativas e de
suporte.

Acrescentou que, durante a fase de construção, se estima que possa “ser criado um
número idêntico de empregos a curto prazo” e ainda mais “500 a 600” postos de trabalho
indiretos.

O projeto tem por objetivo a ampliação da concessão já existente desde 2006 para a
“produção de concentrado de espodumena com vista ao aproveitamento de minerais de lítio
para alimentar a indústria das baterias elétricas”.

David Archer explicou que a exploração será “feita de forma faseada” e inclui ainda uma
instalação industrial.

Prevê-se, acrescentou, dentro da área de concessão uma exploração inicial em cerca de


25 hectares, área que será, numa segunda fase, recuperada, começando-se a trabalhar
noutras áreas de exploração.

O responsável adiantou ainda que o “recurso potencial já conhecido nesta concessão


dará para fazer baterias para entre 250 a 500 mil carros por ano”.

“Obtidas todas as autorizações do Governo, o início da exploração comercial, já com a


unidade industrial em funcionamento, está previsto para 2020”, frisou.

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David Archer explicou que está neste momento em curso o Estudo de Impacto Ambiental
(EIA), “onde todas as questões ambientais estão a ser analisadas, identificando potenciais
riscos e medidas de mitigação”.

O projeto, explicou, depende da aprovação do EIA e só poderá avançar se todas as


entidades competentes considerarem que são observadas todas as condições necessárias.

A empresa requereu a classificação do projeto como de Potencial Interesse Nacional


(PIN) e já na segunda-feira vai decorrer uma reunião na Comissão Permanente de Apoio ao
Investidor (CPAI), na Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP),
para discutir e apreciar este pedido.

Um pedido que teve por base, segundo o responsável, a “relevância do projeto da mina
do Barroso, bem como o potencial impacto económico benéfico que o mesmo pode ter para
a região e para o país”.

"Ao contrário do que tem sido veiculado, em momento algum a classificação como PIN
(Projeto de interesse nacional) se traduz na supressão ou dispensa de realização de etapas
como, por exemplo, o EIA (Estudo de impacte ambiental). Teremos de realizar os mesmos
estudos, com toda a profundidade, mas apenas receberemos uma resposta mais rápida, o
que nos parece ser do interesse de todas as partes", salientou.

Quanto às queixas da população relativamente à “agressividade das prospeções”, David


Archer afirmou que a "comunidade local é uma prioridade para a Savannah" e que a
empresa “realizou todas as ações necessárias com vista a obter autorização de todos os
donos das áreas ou dos caminhos a que teve de aceder para fazer plataformas para fazer
sondagens de prospeção”.

Por fim, referiu que se está a “trabalhar no sentido de criar todos os canais necessários
para otimização da comunicação com a comunidade”.

Fonte: www.jornaldenegocios.pt, 15 de janeiro de 2019

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1. Identifica o tipo de recurso referido no documento

O tipo de recurso referido no documento acima é o lítio (um elemento químico


composto por três protões e três elétrons), que por sua vez, também é o metal mais
leve e menos denso entre os elementos sólidos, com uma densidade de cerca de
metade da da água.
A transmutação de lítio em trítio foi a primeira reação de fusão nuclear feita pelo
homem, e o seu metal é feito através da eletrólise de cloreto de lítio fundido, que se
baseia na reação química de oxirredução* provocada pela passagem da corrente
elétrica.
Este elemento químico é um metal alcalino, e está situado no grupo 1 da tabela
periódica junto com os sódio, potássio, rubídio, césio e frâncio; foi-lhes atribuído o
nome “alcalino”, devido à sua muito fácil, e violenta, reação com a água. Quando esta
ocorre, eles produzem hidróxidos, libertando, então, hidrogénio.

*nome dado ao fenómeno químico onde ocorre a produção de energia elétrica a partir da ocorrência de
oxidação e redução de espécies químicas.

2. Localiza no território nacional o recurso abordado no texto.

Neste momento, o lítio em Portugal encontra-se distribuído por diversos distritos.

No que toca à de Área “SEIXOSO-VIEIROS”, situa-se em Braga, Porto, e Vila Real,


mais especificamente nos concelhos de Fafe, Celorico de Basto, Guimarães,
Felgueiras, Amarante e Mondim de Basto.

Na Área “MASSUEIME” encontramos o distrito de Guarda, notadamente os


concelhos de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel, Trancoso e Mêda.

Quanto à Área “GUARDA-MANGUALDE C (Blocos N e S)”, que consiste nos


distritos de Castelo Branco e, mais uma vez, Guarda; neste caso os concelhos são
Belmonte, Covilhã, Fundão e Guarda.

Em quarto, é-nos apresentada a Área “GUARDA-MANGUALDE E”, onde


encontramos, pela terceira vez, o distrito de Guarda, cujos concelhos destacados são
Almeida, Belmonte, Guarda e Sabugal.

A quinta área aprovada foi a Área “GUARDA-MANGUALDE W”, que contém os


distritos de Guarda e Viseu, e os concelhos de Mangualde, Gouveia, Seia, Penalva do
Castelo, Fornos de Algodres e Celorico da Beira.

Por último, é-nos apresentada a Área “GUARDA-MANGUALDE NW”, cujos distritos


apresentados são os de Viseu e Coimbra, e os concelhos correspondem aos de
Viseu, Satão, Penalva do Castelo, Mangualde, Seia e Nelas.

Estas são os seis, de oito distritos que foram a concurso, a receberem luz verde para
seguir com a exploração; os outros dois que acabaram por ser rejeitados são uma

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área denominada “Arga” (cuja exploração fora negada, uma vez que é uma área
protegida), e uma outra área denominada “Segura”, da qual a prevista redefinição de
limites da Zona de Proteção Especial do Tejo Internacional conduziu à sua exclusão.

No entanto, se a pergunta se dirigir exclusivamente à informação obtida através do


documento, Boticas é uma vila portuguesa da sub-região do Alto Tâmega, pertencendo à
região Norte e ao distrito de Vila Real.

3. Enumera as ideias principais que decorrem da análise do documento.

Segundo o documento apresentado, o objetivo principal é o “(...) desenvolvimento de


uma operação mineira que se enquadre nos objetivos de desenvolvimento regional e
nacional (...)”. David Archer salienta que pretende avançar com o projeto tendo em conta
a sustentabilidade, e as melhores práticas ambientais, sociais, e económicas que,

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consequentemente, permitiriam que Portugal entrasse na cadeia de valor do
desenvolvimento da indústria de baterias para veículos elétricos.

Porém, essa não será a única vantagem retirada deste projeto, uma vez que está
prevista a criação direta de por volta de “(...) 300 postos de trabalho a longo prazo,
repartidos pelas áreas técnicas, administrativas e de suporte.”. As vantagens não
acabam por aqui, porquanto, há também a estimativa de que possam ser criados um
número idêntico de empregos a curto prazo, e ainda mais 500 a 600 postos de trabalho
indiretos.

Em suma, o projeto visa à produção deste composto químico com o objetivo de os


minerais serem aproveitados para a indústria de baterias elétricas, no entanto as suas
consequências acabam por beneficiar também quem não está diretamente envolvido.

4. Identifica aspetos positivos e/ou negativos associados à exploração do recurso


abordado no documento.

Infelizmente, a exploração e extração de lítio, apresentam resultados mais


contraproducentes do que favoráveis.

Quanto a positivos, a comunidade científica está mais focada na aceleração da descoberta


de novos materiais, na capacidade de auto-regeneração, na capacidade de fabrico e, por
fim, de reciclagem. Afirmam confiantemente que Portugal tem o potencial para percorrer o
ciclo todo, uma vez que é o único país que tem minas de lítio. Outro aspeto positivo é o
facto de poder trazer investimento, visibilidade e postos de trabalho.

Por outro lado, a lista de impactos negativos é mais extensa, começando com o facto de
que a exploração de minérios a céu aberto* é extremamente danosa para o ambiente e
para as populações, acabando por desvalorizar de forma ignorante padrões e valores
naturais, e de bem-estar humano. Outra grande desvantagem, é a pouca autonomia e baixo
nível de armazenamento da energia das baterias dos veículos. Em determinados locais, a
exploração pode sobrepor-se aos recursos naturais, agrícolas, agro-florestais, e hídricos
considerados importantes para os mesmos.

Por fim, gostaria de salientar a questão da poluição devido à emissão de dióxido de


carbono, resultando num contributo mais rápido para o aumento do aquecimento global.

*Mineração a céu aberto refere-se ao método de extração de rochas ou minerais da terra por sua remoção de
um poço aberto ou de uma escavação em empréstimo. O termo é usado para diferenciar esta forma de
mineração dos métodos extrativos que requerem perfuração de túneis na terra - mineração subterrânea

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5. Supõe que integravas uma ONGA (Organização Não Governamental para o
Ambiente) com o objetivo de sensibilizar as populações locais para o uso
sistemático de “energias verdes” que contribuem para a descarbonização da
economia. Elenca um conjunto de medidas que proporcionem a concretização do
objetivo inicial.

- Elabora um relatório onde foques todos os pontos anteriores e refiras as principais


conclusões.

Muitos falam sobre o lítio e as suas vantagens. No quão inovador será e tudo mais.
Ora, na teoria, a extração do lítio aparenta ser algo carregado de oportunidade e benefícios,
no entanto, não acho que valha a pena comprometermos o bem-estar do solo, e da
população, em Portugal.
Vários seriam os prejuízos que viriam com a aprovação desta exploração, dos quais
gostaria de salientar os seguintes: o desmonte a céu aberto irá levar à descaracterização da
paisagem, e provocará impactos visuais devido ao contraste entre a área explorada e o
meio envolvente; também iria alterar a morfologia do terreno com a abertura das cortas. A
ocupação e o uso do solo passará a ter uso extrativo, em vez de agrícola e florestal,
resultando na alteração das atividades económicas já existentes.
Não posso deixar de referir que esta situação resultará não só na contaminação dos solos
por derrames de combustíveis, e óleos, devido à circulação do equipamento utilizado, como
também na deposição de resíduos como baterias, pneus e/ou óleos usados, colocados
indiscriminadamente no terreno.

No que diz respeito ao meio hídrico, também é extensa a lista de problemas associados à
aprovação deste investimento, nomeadamente ocorrerem alterações nas linhas de água
pelas depressões associadas à exploração do minério, uma vez que a escavação altera o
normal escoamento das linhas de água.
Para além de que os depósitos de terras colocados na envolvente das linhas de água
poderão provocar a sua obstrução pela erosão, resultando na deposição dos sedimentos
nos vales.
Tudo isto que referi acima resultaria numa outra grande consequência que seria a qualidade
das águas ser afetada pela infiltração, e percolação de derrames de combustíveis e óleos
que resultaria numa acumulação de resíduos industriais.
Para impedir que haja tal degradação do nosso país, apelo a que adiram às energias verdes,
que por sua vez são produzidas através de fontes renováveis que não geram substâncias
contaminadoras, nem gases de estufa, respeitando ao máximo a biodiversidade e o ser
humano.
A Natureza dá-nos a escolher diversos tipos de recursos que podem ser convertidos em
energia elétrica. Eis as principais;

Sol

A energia solar é produzida através da utilização de painéis solares capazes de transformar

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a energia natural do sol em dois tipos de energia:

● Energia solar fotovoltaica: os raios solares incidem nos painéis solares, sendo
convertidos em energia elétrica pelas células fotovoltaicas que os compõem.
● Energia solar térmica: os painéis solares concentram a luz solar e o calor dos raios
solares, transformando-os em energia elétrica.

A energia solar é o recurso de energia mais abundante do planeta Terra – 173.000


terawatts de energia solar chegam ao nosso planeta de forma contínua. Este valor é 10.000
vezes superior ao consumo total de energia do mundo inteiro.

Vento

O vento, ou o movimento das massas de ar, também é utilizado para gerar energia elétrica.
Esta energia é produzida através aerogeradores com pás que giram com a força do vento,
convertendo o mesmo em eletricidade. Atualmente, a energia eólica representa um quarto
da eletricidade consumida pelos portugueses.

Marés

O movimento do mar e das marés é aproveitado por um sistema de turbinas que o converte
em energia elétrica.

Água

A energia hídrica é gerada através da transformação da força das águas em eletricidade.


Segundo a Associação de Energias Renováveis, ou APREN, as “centrais hídricas são o
modo mais eficiente de gerar eletricidade e contribuem para a estabilidade do sistema
elétrico”. Em Portugal, cerca de 30% da eletricidade consumida tem origem hídrica,
mostram os dados da APREN.

Biomassa

A energia de biomassa é produzida através da decomposição das bactérias encontradas

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em matéria orgânica de origem vegetal ou animal.

Calor da Terra

O calor proveniente do interior do Planeta Terra é utilizado para produzir energia


geotérmica, muito utilizada para sistemas de aquecimento de refrigeração.

Uma vez que a produção de energia através de fontes não renováveis é a responsável pela

destruição do nosso planeta, diria que optar por energias verdes seria uma aposta segura e
benéfica para todos os envolvidos. Para além de nos ser praticamente oferecida pela
Natureza, a energia verde não emite dióxido de carbono nem gases de efeito estufa para a
atmosfera, nem polui o ar, mares e solos. Apresentar-vos-ei as significativas vantagens
deste tipo de energia;

● Renovável: ao contrário de combustíveis fósseis como o carvão ou o gás natural, o


sol, o vento, as marés ou o calor da Terra são recursos inesgotáveis e sustentáveis,
que se renovam forma natural e regular. Isto dita o fim da preocupação com a
escassez de recursos.

● Sustentável: por ter uma origem renovável e limpa, a energia verde é um grande
contributo para a proteção do meio ambiente e, por sua vez, para a sustentabilidade
do Planeta Terra.

● 100% verde: a energia é gerada a partir de fontes renováveis, o que significa que
não tem impactos negativos no ambiente como a emissão de gases com efeito de
estufa, contaminação dos solos, da água e do ar, entre outros.

● Menor dependência energética do exterior: redução da necessidade de importar


combustíveis fósseis, como carvão ou gás natural, exportados de países
estrangeiros.

● Custos de manutenção e exploração mais baixos: as energias renováveis

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continuam a caminhar para um futuro cada vez mais eficiente em termos
económicos. Atualmente, os custos de manutenção são inferiores aos custos
associados à queima de combustíveis fósseis.

● Riscos menores: o risco associado à geração e produção de energia renovável é


significativamente menor que o risco associado às fontes de energia não renováveis.

● Melhoria da saúde pública: a produção de energia através de combustíveis fósseis


é responsável por grande parte da poluição no ar, na água e no solo, afetando o ar
que respiramos, a água que bebemos e os alimentos que plantamos, colhemos e
comemos. A longo prazo, os riscos de viver em zonas poluídas incluem problemas
respiratórios, ataques cardíacos, problemas neurológicos e outras complicações
graves. A aposta na energia verde eliminaria todos estes problemas e contribuiria
para a melhoria da saúde da nossa comunidade.

Em conclusão, as pessoas devem ter mais cuidado e atenção, visto que o nosso
planeta precisa de ajuda, não de mais extrações, derrames, erosões. Espero ter
contribuído para um despertar, de certa forma, no leitor, e que o tenha feito perceber
que por muito revolucionário que algo aparente ser, nem sempre é a melhor opção.

Webgrafia

https://www.dn.pt/sociedade/ambientalistas-dizem-que-litio-e-importante-mas-
avisam-para-impactos-da-exploracao-8801239.html

https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADtio

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https://www.rtp.pt/noticias/mundo/alerta-sobre-seguranca-de-chernobyl-e-a-maior-
preocupacao_v1390079

https://blog.bbbaterias.com.br/bateria-de-litio/

https://www.greelane.com/pt/ci%c3%aancia-tecnologia-matem%c3%a1tica/ci
%c3%aancia/lithium-element-facts-608237/

https://youtu.be/uYXAvkthWJo

https://youtu.be/M0RtkBKGGWs

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