Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
19748-Texto Do Artigo-23316-1-10-20120525
19748-Texto Do Artigo-23316-1-10-20120525
RESEARCH / ORIGINAL
Caroline G. De Salvo*
Ingrid H. K. Mazzarotto**
Suzane S. Löhr***
Salvo CGd, Mazzarotto IHK, Löhr SS. Promoção de habilidades sociais em pré-escolares. Rev
Bras Cresc Desenv Hum 2005(1):46-55.
*
Acadêmica do curso de Psicologia da Universidade Federal do Paraná. Autor responsável por correspondências. Rua
Sudão, 196. Curitiba-PR. 82960-150. e-mail: carolineguisantes@yahoo.com.br
**
Acadêmica do curso de Psicologia da Universidade Federal do Paraná
***
Psicóloga, Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo. Professora Adjunta da Universidade Federal
do Paraná, Departamento de Psicologia- Praça Santos Andrade, 50 / 1º andar- Curitiba-PR - 80060-000. Centro
Universitário Positivo
46
Caroline G De Salvo, et al. Rev Bras Cresc Desenv Hum 2005;15(1):46-55
te após o problema estar instaurado. Este tipo com crianças do jardim da infância, que envol-
de cultura impossibilita a atuação em preven- veu pais, pares e professores das crianças. Este
ção primária nas comunidades, pois há baixa programa apontou para melhoras tanto no âm-
adesão a intervenções deste tipo6. Ainda assim, bito social como no afetivo e escolar das crian-
os programas preventivos têm se mostrado uma ças. Cabe ressaltar que este programa procu-
estratégia eficiente para interromper a progres- rou, por meio de treinamento em habilidades
são do comportamento anti-social e /ou desen- sociais, auxílio acadêmico, treinamento de pais
volver comportamentos pró-sociais2. e visitas domiciliares, desenvolver competênci-
Muitos programas preventivos5,7, 8 vol- as na família, o que provavelmente constitui um
tam-se para crianças pré-escolares ou em seus importante fator de manutenção dos ganhos,
anos iniciais na escola, já que muitas crianças pois envolve diferentes contextos de convívio
têm seus primeiros contatos sociais com pares da criança. Outra pesquisa que encontrou re-
fora do ambiente familiar com a entrada na es- sultados positivos a longo prazo foi a pesquisa
cola. Este é um dos fatores que contribui para longitudinal realizada por Hawkins e col.8 com
que esta fase do desenvolvimento tornar-se foco adolescentes da quinta série de colégios norte-
de projetos voltados à prevenção primária em americanos, envolvendo orientação aos pais e
psicologia preventiva9,7,10. Alguns projetos que professores dos participantes e treinamentos em
procuram atender a criança de forma integral, competência social para os adolescentes. A
propondo ações dirigidas aos principais con- pesquisa obteve resultados positivos imediatos,
textos em que esta vive: família, escola e pares. como maior compromisso e ligação com a es-
Para Ingberman11, o trabalho conjunto entre cola e menos comportamentos inapropriados do
criança, pais e escola permite uma maior adap- que no grupo controle, sendo que a avaliação
tabilidade das crianças às exigências da socie- no follow up de seis anos pós-intervenção
dade, já que propicia mais contextos onde os mostrou que esses adolescentes envolveram-se
comportamentos adequados possam ser refor- em menos atos delinqüentes, tiveram menores
çados. Um exemplo de trabalho no Brasil nesta índices de gravidez precoce, obtiveram melho-
direção é o de Melo5 no qual a autora desen- res notas escolares e tiveram menos evasão es-
volveu um projeto voltado a crianças da segun- colar. Webster-Stratton13 trabalhou com um
da série de uma escola pública, envolvendo as programa de treinamento parental, no qual 296
crianças, os pais e os professores em grupos famílias fizeram parte do grupo experimental. As
de treinamento. As crianças e professores par- mães receberam treinamentos com foco no uso
ticiparam de grupos semanais, sendo que o foco de estratégias disciplinares positivas e o desen-
do trabalho com as crianças voltou-se para o volvimento de habilidades parentais efetivas.
desenvolvimento de habilidades sociais. Em um Após um ano, os resultados obtidos ainda se
follow up de nove meses, os resultados alcan- mantinham, sendo que as mães tornaram-se mais
çados na pós-intervenção ao final da participa- efetivas em suas práticas educativas; professo-
ção no programa apontavam melhoras nos ní- res relataram que as mães pós-intervenção pas-
veis de competência social, nas relações com saram a se envolver mais com a vida escolar
pares sendo que as habilidades acadêmicas se das crianças, e essas se tornaram mais compe-
mantiveram. tentes socialmente. Em outro estudo, de Webs-
Um outro exemplo de resultados positi- ter-Stratton e Hammond14, foi comparada a efi-
vos decorrente de participação em programas cácia de treinamentos envolvendo crianças de
é o programa preventivo realizado pelo Con- 4 a 8 anos, seus pais ou ambos. Para o grupo
duct Problems Prevention Research Group12 infantil foram enfocados aspectos referentes ao
47
Caroline G De Salvo, et al. Rev Bras Cresc Desenv Hum 2005;15(1):46-55
48
Caroline G De Salvo, et al. Rev Bras Cresc Desenv Hum 2005;15(1):46-55
ais se desenvolvem. Além disso, as interações to das crianças e dos pais. Desta etapa mais
com pares influem na construção do autocon- controlada em que a pesquisa em clínica for-
ceito da criança. O desenvolvimento de pro- nece subsídios para a intervenção, definiu-se
gramas visando o desenvolvimento de habili- o modelo do programa, composto por nove
dades sociais no próprio ambiente escolar sessões semi-estruturadas de intervenção gru-
aponta, portanto, para possibilidades concre- pal com as crianças, acompanhadas de nove
tas de um trabalho preventivo, já que estimula sessões de orientação a pais, abordando os
a competência social, a construção de relaci- mesmos temas do grupo de crianças. Na se-
onamentos positivos e condutas socialmente mana que precedeu o programa, os pais parti-
mais ajustadas9. ciparam com suas crianças de uma sessão em
Falar em habilidades sociais pressupõe que desenvolviam jogos e atividades com a
situações nas quais mais de uma pessoa esteja criança. Ao final do programa (após a nona
envolvida interagindo com outra. No caso de sessão) novamente os pais e as crianças fo-
crianças, grupos de pares onde estas possam ram convidados para um encontro de jogos e
testar e aprender novas habilidades sociais. brincadeiras envolvendo a díade. De 1999 até
Assim, observa-se que os trabalhos em grupo o presente momento já foram realizados dez
são indicados para o desenvolvimento de habi- grupos. A principal dificuldade encontrada foi
lidades sociais. Falcone17 aponta algumas van- a adesão ao programa por parte dos pais. Esta
tagens de procedimentos para o desenvolvimen- deveu-se tanto ao custo do deslocamento da
to de habilidades pró-sociais em grupo: gene- criança e seu responsável até a clínica escola,
ralização mais rápida dos ganhos, maior varie- quanto à crença de que se a criança não tinha
dade de ensaios comportamentais com maior nenhum problema clinicamente comprovado,
número de pessoas, redução da ansiedade e não necessitando participar até o final em um
aumento das habilidades; maior quantidade de projeto de caráter preventivo. Melo3 mostra a
feedback efetivo (reforço social); maior núme- dificuldade da adesão ao tratamento por pais
ro de situações-problema e mais suporte para quando problemas clinicamente relevantes não
sua solução; maior disponibilidade de modelos são encontrados; como já salientado, vigora a
múltiplos. Del Prette e Del Prette22 indicam ain- cultura da procura de auxílio psicológico ape-
da a maior oportunidade de o participante de- nas quando os problemas aparecem e fogem
cidir entre diferentes tipos de respostas, maior ao controle dos pais. A baixa adesão dos pais
envolvimento motivacional e maiores oportuni- ao programa foi solucionada a partir do de-
dades de aprendizagem observacional. senvolvimento do projeto na própria escola no
Com o objetivo de estruturar e imple- último grupo em 2003. Nesta ocasião, todos
mentar grupos preventivos de desenvolvimen- os pais que concordaram em participar do pro-
to de habilidades sociais em pré-escolares sur- grama compareceram a todas as sessões pre-
giu, na Universidade Federal do Paraná, em vistas pelo projeto (100% de adesão).
1999, um projeto de pesquisa e extensão di- Este artigo enfoca os resultados de três
recionado a crianças das escolas públicas e grupos de desenvolvimento de habilidades so-
municipais de Curitiba, com atendimento para ciais, apresentando os resultados de dois gru-
as crianças, os pais e os professores. Este pro- pos desenvolvidos na clínica-escola da UFPR
jeto foi inicialmente desenvolvido na própria e um na comunidade durante o ano de 2003.
clínica escola da instituição, onde se tinha mai- Consiste, pois, em um estudo da verificação da
or controle de variáveis, possibilitando filma- eficácia de um programa preventivo de inter-
gens e observações diretas do comportamen- venção, cujo objetivo foi aumentar a compe-
49
Caroline G De Salvo, et al. Rev Bras Cresc Desenv Hum 2005;15(1):46-55
MÉTODO Procedimento
50
Caroline G De Salvo, et al. Rev Bras Cresc Desenv Hum 2005;15(1):46-55
Grupo A
1 55 64 62 52 53 52
tados submetidos à análise estatística. 2 63 62 60 52 58 55
3 64 72 71 55 67 63
4 55 67 61 46 59 56
Grupo B
RESULTADOS 5 61 70 66 60 66 60
6 43 56 51 51 56 53
A comparação dos escores do CBCL
Grupo C
7 59 54 55 49 53 51
obtidos na pré e pós-intervenção em relação às 8 55 58 56 48 50 47
9 70 63 68 59 58 60
escalas atividades e socialização, pode ser vi-
sualizado na Tabela 1.
Média 58,33 62,89 61,11 52,44 57,78 55,22
2 38 28 49 34
3 36 45 42 51 clínico é de 67, ou seja, crianças que pontuam
A
4 40 41 44 53
acima desta pontuação são consideradas clíni-
Grupo B
5 42 36 51 43
cas. Observa-se assim, que algumas crianças
foram consideradas clínicas no pré-intervenção.
6 42 48 46 48 Porém, na pós-intervenção, nenhuma criança
7 42 48 51 52
Grupo
9 33 23 38 39
média 38 37,78 44,78 45,78 escores da pós-intervenção foram mais baixos
do que os da pré-intervenção, o que aponta
para melhor desempenho social após a partici-
Observa-se, de forma geral, que todas pação no programa de desenvolvimento de ha-
as médias da pós-intervenção são mais altas bilidades sociais. Quanto ao escore Total, o
do que as da pré-intervenção. O ponto de ponto de corte para escore clínico é de 60. No
corte, nas escalas atividade e socialização, pré-intervenção, várias crianças encontravam-
para escores clínicos é de 30, ou seja, esco- se na faixa clínica, ou seja, escore maior que
res abaixo deste ponto de corte indicam que 60. Já na pós-intervenção, apenas uma criança
a criança precisa de atendimento psicológi- se encontrava na faixa clínica. Na média do gru-
co. As crianças 1, 2 e 9, que no pré-inter- po, o escore pré-intervenção estava na faixa
venção estavam na faixa clínica, no pós-in- clínica (61,11). Já na pós-intervenção a média
tervenção já se encontravam fora desta fai- do escore Total localizou-se na faixa não-clíni-
xa. De forma geral, os escores da maioria das ca (55,22).
crianças subiram no segundo momento de Os escores da pré e da pós-intervenção
avaliação. foram comparados, verificando-se o grau de
Quanto às escalas de problemas inter- significância estatística por meio do teste não-
nalizantes, externalizantes e total, indicadas paramétrico Wilcoxon. Compararam-se os es-
pelo CBCL, estas podem ser observadas na cores de cada escala separadamente, aceitan-
51
Caroline G De Salvo, et al. Rev Bras Cresc Desenv Hum 2005;15(1):46-55
do-se p d•0,05. Os resultados podem ser ob- pel da prevenção na sociedade e se esta estaria
servados na Tabela 3. disposta a engajar-se em ações preventivas.
Bayes6 já destacou o quanto, muitas vezes, op-
Tabela 3: Comparação das médias dos escores nas escalas do
CBCL através do Teste de Wilcoxon tamos pelo reforço a curto-prazo de compor-
Escore Ativid 1 - Social 1 Internaliz 1 External 1 Total 1 tamentos de risco, ao mesmo tempo em que
Médio Ativid 2 Social 2 Internaliz 2 External 2 Total 2
deixamos de nos engajar em ações preventi-
Wilcoxon -2,527 -2,524 -2,196 -2,530 -2,552
- W vas, uma vez que a conseqüência de ações pre-
P 0,012* 0,012* 0,028* 0,011* 0,011* ventivas é sentida apenas a longo-prazo.
* significativo ao nível de p 0,05 A comparação dos escores no CBCL
antes e após a participação no programa de
Os resultados comparando pré e pós-in- desenvolvimento de habilidades sociais mostrou
tervenção, descritos na Tabela 3, mostram que, que, após a participação em sessões de desen-
nas cinco escalas avaliadas, houve diferença volvimento de habilidades sociais, a maioria das
estatisticamente significativa dos resultados nos crianças foi percebida pelos seus pais como
dois momentos de avaliação, ou seja, houve desempenhando mais comportamentos apropri-
mudanças do primeiro para o segundo momen- ados e pró-sociais do que antes de participar
to da avaliação. do mesmo; ou seja, parece ter havido aumento
de comportamentos facilitadores de interação
social.
DISCUSSÃO Nas escalas de Atividade e Socialização
- escalas componentes da primeira parte do
Os dados obtidos foram analisados caso CBCL referente à competência social -, todas
a caso, avaliando a percepção dos pais quanto as crianças tiveram escores mais altos ao térmi-
à conduta de seus filhos antes e após a partici- no das sessões do grupo de atendimentos. Nas
pação no programa voltado para o desenvolvi- escalas de problemas internalizantes e externa-
mento preventivo de habilidades sociais, ado- lizantes, componentes da segunda parte do
tando o delineamento de sujeito único. A ob- CBCL, referente aos Problemas de Compor-
servação dos escores obtidos na avaliação an- tamento, todas as crianças tiveram decréscimo
tes da implementação do programa mostra que, na pontuação, inclusive havendo casos em que,
embora o convite para a participação no mes- na pré-intervenção, a criança apresentava o
mo tenha ressaltado a sua natureza preventiva, escore equivalente ao de uma população clíni-
quatro das nove crianças obtiveram pontuação ca e, na pós-intervenção, apresentou um esco-
passível de classificação clínica em alguma das re mais baixo, equivalente à população não-clí-
escalas. Assim, a afirmação de Melo5 e de Ri- nica. Pode-se perceber com isso que a inter-
bes4 quanto à busca de atendimento psicológi- venção no grupo de crianças e pais (combina-
co apenas quando problemas estão instaurados da) em curto prazo teve efeitos positivos sobre
confirma-se em quatro dos nove casos. Quase o comportamento das crianças, colaborando
metade das crianças que participaram do pro- para o aumento de atividades e socialização e
grama, embora não tivessem ainda sido enca- para o decréscimo de comportamentos inter-
minhadas para atendimento psicológico, emiti- nalizantes e externalizantes. Este dado corro-
ram comportamentos com freqüência, intensi- bora diversas pesquisas da área de psicologia13,14
dade ou topografia, que poderiam, na seqüên- que apontam para a efetividade de trabalhos
cia, indicar necessidade de acompanhamento. combinados de intervenção com crianças e de
Tal constatação leva-nos a refletir sobre o pa- orientações a pais.
52
Caroline G De Salvo, et al. Rev Bras Cresc Desenv Hum 2005;15(1):46-55
Abstract: Social skills promotion in the child’s relationships, in a preventive level, provides the
development of and improvement in social competence, resulting in greater adaptability to the
social environment. This research aimed to verify the effectiveness of a preventive program of
social skills development in children between 4 and 6 years old and their parents. The results
reflect the performance of 9 children of both sexes, with age between 5 and 6 years. CBCL
(Achenbach, 1991) was used as the analysis instrument, answered by parents about the children’s
behaviors, before and after the participation in the program. Based on this analysis, it was possible
to observe that there is a statistical difference between CBCL results before and after intervention,
indicating changes in parents’ perception about their children’s behaviors and the probable
increase in behaviors that facilitate social interaction.
53
Caroline G De Salvo, et al. Rev Bras Cresc Desenv Hum 2005;15(1):46-55
54
Caroline G De Salvo, et al. Rev Bras Cresc Desenv Hum 2005;15(1):46-55
práticas educativas e dos estilos parentais. In: Dekovic M. Parental attachment and
Hutz, SH. Situações de risco e vulnerabilidade adolescents’ emotional adjustment: the
na infância e na adolescência: aspectos teóricos associations with social skills and relational
e estratégia de intervenção. São Paulo(SP): Casa competence. Journal of Counseling Psychology
do Psicólogo Livraria e Editora Ltda; 2002. p.7-51. 2001; 48(4): 428-39.
29. Alvarenga P, Piccinini C. Práticas educativas 34. Casares MIM, Cabalo VE. A timidez infantil. In.
maternas e problemas de comportamento em pré- Silvares EFM. Estudos de caso em psicologia
escolares. Psicologia: Reflexão e Crítica 2001; clínica comportamental infantil. Vol. II.
14(3): 449-60. Campinas(SP): Ed. Papirus; 2002. P.11-43.
30. Pettit G, Laird RD, Dodge KA, Bates J, Criss M. 35. Achenbach TM. Manual for the child behavior
Antecedents and behavior-problem outcomes of checklist/ 4-18 and 1991 profile. University of
parental monitoring and psychological control in Vermont, Department of Psychiatry
early adolescence. Child Development Burlington(USA): VT; 1991. p. 1-288.
2001;72:583-98. 36. Bordin IAS, Mari JJ, Caiero, MF. Validação da
31. Matthews KA, Woodall KL, Kenyon K, Jacob T. versão brasileira do Child Behavior Checklist
Negative family environment as a predictor of (CBCL) Inventário de comportamentos da Infância
boys’s future status on measures of hostile e adolescência: dados preliminares. Revista ABP
attitudes, interview behavior, and anger APPAL 1995; 17(921): 55-66.
expression. Health Psychology 1996; 15(1): 30-7. 37. Silvares EFM, Melo MH. A psicologia clínica e
32. Patterson GR, Reid JB, Dishion TJ. Antisocial os programas preventivos de intervenção
boys. USA: Castalia Publishing Company; 1992. comunitária. Boletim de Psicologia 2001;1(113):
33.Engles RCME, Finkenauer C, Meeus W, 85-97.
Recebido em 19/11/2004
Modificado em 18/01/2005
Aprovado em 20/01/2005
55