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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

CAPÍTULO 1
NÓS

101. GENERALIDADES

a. Utensílios utilizados em Arte Marinheiro

(1). Espicha: pequena haste metálica ou madeira, com uma das


extremidades aguçada, que se usa para abrir a cocha dos cabos.

(2). Passador: pequena haste de ferro ligeiramente curva, tendo uma das
extremidades em ângulo recto e outra em bico; utiliza-se para bater as
costuras e servir de espicha.

(3). Vasador: utensílio destinado a abrir buracos no pano para os ilhoses.

(4). Remanchador: peça de ferro que serve para fixar a anilha no ilhós,
depois deste se encontrar convenientemente colocado em outra peça
chamada « mesa do remanchador».

(5). Repucho: tira de couro, provida de dedal chato, que os marinheiros


enfiam na mão quando cosem o pano; o dedo polegar sai por um furo
existente no couro ficando o dedal sobre a palma da mão.

(6). Agulha: utiliza-se para coser pano «agulha de marinheiro», a sua


grossura é variável, consoante a espessura de pano que queremos
trabalhar.

(7). Navalha: instrumento de corte, de utilização variável, com ou sem


espicha.

(8). Macete de bater: pequeno maço de madeira para bater costuras, nós,
etc.

(9). Macete de forrar: macete com goivadura que encosta aos cabos na
operação de forrar.

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102. MANEJO DE CABOS

a. Desbolinar: É tirar as cocas a um cabo. Quando se desenrola um cabo, é


necessário desboliná-lo em virtude da sua tendência para criar cocas.

b. Colher: È enrolá-lo em voltas largas, ficando claro, isto é, safo para ser utilizado
sem correr risco de se poder enrascar. Os cabos podem ser colhidos em
"pandeiro", em "aduchas" e á "inglesa".

Pandeiro Aduchas Inglesa

c. Alar: È puxar um cabo para execução de uma determinada manobra. Os cabos


podem ser alados de diversas maneiras:

(1). Á lupa: de modo intervalado, aos puxões.

(2). De mão em mão: de forma continua, sem uma pessoa mudar de lugar,
puxando o cabo com uma e outra mão alternadamente

(3). De leva arriba: caminhando com o cabo, sem parar.

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(4). Virar um cabo: alar usando um cabrestante ou guincho

d. Arriar um cabo: È folgar um cabo, reduzir a tensão deixando-o correr por forma a
executar uma determinada manobra. Os cabos podem arriar-se de diversas
maneiras:

e. ARRIAR SOB VOLTA: È arriar um cabo, devagar, com volta passada num cabeço,
cunho, malagueta ou outro ponto de retorno, para maior segurança

f. ARRIAR A PEDIDO: È arriar o cabo á medida que vai fazendo força (vai
espertando).

g. SOLECAR: È folgar o cabo pouco apouco sob volta, de forma que vá recorrendo.

h. LARGAR POR MÃO: Largar o cabo completamente, soltando-o pelo chicote.

i. DAR VOLTA: È fixar um cabo pelo seio ou pelo chicote, fazendo-o dar as voltas
necessárias num ponto de retorno (cabeço ou cunho) de forma a não recorrer.
Ficando o cabo amarrado definitivamente.

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j. DOBRAR UM CABO: È passar outro cabo ou fazer retorno com o seio do mesmo
cabo, para o reforçar.

k. PÔR A SINGELO (PASSAR A SINGELO):Passar um único cabo ou deixar passado


um único cabo.

l. ENCAPELAR: È a operação que consiste em fixar um cabo num cabeço, cunho;

através de uma mãozinha ou lais de guia feito no chicote do cabo

m. GORNIR UM CABO: È passar o chicote dum cabo num gorne de uma roldana

n. RONDAR O BRANDO: È tirar a parte de um cabo que está a formar seio, por não
estar esticado, mantendo o cabo esperto, para não folgar.

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o. PERMEAR UM CABO: È rondar o cabo de modo a que o esforço esteja distribuído


por igual em relação aos outros cabo.

p. FOLGAR UM CABO: Consiste em deixá-lo correr um pouco (aliviá-lo), sem contudo


largar o chicote.

q. MORDER UM CABO: È entalar (apertar) um cabo para não o deixar recorrer


(deslizar)

r. PASSAR BALHARDO: Consiste em algumas voltas dadas com um cabo ou


corrente no seio de um outro cabo que demanda muita força, afim de o aguentar
enquanto se muda o chicote de um ponto de fixação para outro

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103. NORMAS DE SEGURANÇA

Deve-se ter em atenção os seguintes pontos:

- Modo de utilizar os cabos

- Utilizar luvas próprias

Em locais de espaço exíguo:

- Os cabos devem estar colhidos em pandeiro e não em aduchas.

- Os chicotes dos cabos devem estar controlados.

Cuidados a ter quando haja cabos em tensão:

Não se deve passar por cima ou por baixo de nenhum desses cabos.

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ILUSTRAÇÃO DE ACIDENTES NA MANOBRA DE CABOS

104. LAÇADA OU NÓ SIMPLES

É o mais simples dos nós, constituindo a primeira fase de grande número de


trabalhos de Arte de Marinheiro.

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Quando feito no chicote dum cabo serve de falcassa temporária, usando-se


ainda para impedir, de forma expedita, que um cabo desgurna um olhal ou gorne.

A laçada pode ser:

a. Singela

Como indica a figura 1.

Fig. 1
b. Dobrada

Utiliza-se nos rosários das bocas de


lobo (Cap. XX), podendo executar-se por dois
processos:
Fig.2
1º Processo: Dá-se ao cabo a disposição
da figura 2; A figura 3 representa uma fase
intermédia do nó, ao alar pelos chicotes, e a
figura 4 mostra o seu aspecto final, depois de
Fig.3
devidamente socado. Utiliza-se este método, mais rápido
que o indicado a seguir, quando não se exige que
o nó fique com muitas voltas. A Laçada Dobrada
ou Nó Simples Dobrado pode ainda chamar-se Nó
simples Mordido, Nó de Sutura ou Nó de frade.
Fig.4

2º Processo: Enrola-se o cabo como indica a figura 5, podendo usar-se uma


vara de madeira para facilitar a execução.
Retirando a vara como a seta indica, e fazendo

Fig.5

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Fig.6

Fig.7
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passar o chicote a por dentro das voltas e simultaneamente por trás do chicote b,
obtém-se o indicado ma figura 6.

Alando pelos chicotes e ajeitando as voltas obtém-se finalmente a figura 7.

Este processo, mais lento que o primeiro, utiliza-se sempre que se deseje que o
nó fique com um número de voltas, para apresentar maior volume.

105. NÓ DE AZELHA

Executa-se como se fosse uma Laçada


dada no seio dum cabo e serve para graduar
provisoriamente um cabo, assinalando qualquer Fig.8
medida.

A figura 8 mostra o aspecto final deste nó, antes de socado.

106. NÓ DE TREMPE, NÓ DE OITO OU VOLTA DE FIADOR

Dado no chicote de um cabo serve para não o deixar desgornir de um olhal ou


gorne.

Nó de Trempe pode ser:

a. Singelo

A figura 9 mostra o aspecto final


do nó, antes de socado.
Fig.9
b. Dobrada

Usa-se em vez de singelo quando


se pretende que o tenha maior volume.

A figura 10 mostra o nó depois de


Fig.10
feito.

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c. Singelo numa Mãozinha

Usa-se quando se pretende gornir,


através duma pequena passagem, um
cabo que deva ficar com os dois chicotes
virados para o mesmo lado, impedindo
que estes se enrasquem na referida
passagem. Para o executar procede-se Fig.11
da seguinte forma:

Dá-se ao cabo A, que se deseja gornir, a forma de uma mãozinha, e enfia-se o


chicote do cabo B como indica a
figura 11.A figura 12 representa a
fase intermédia do nó e constitui,
por si só um Nó de Escota Singelo
Vulgar (n.º 16 a deste capitulo)

Fig.12
Para completar o nó basta
seguir com o chicote b a seta
indicada na figura 12.

A figura 13 mostra o aspecto Fig.13


final do nó.

107. NÓ DIREITO

Usa-se para ligar dois cabos que não demandem muita força. Tem inúmeras
aplicações em Arte de Marinheiro e oferece a vantagem de não recorrer, salvo nos
casos em que os cabos a ligar são de bitolas ou materiais diferentes (ver n.º 16 deste
capítulo).

Este nó é também utilizado em numerosos trabalhos de Arte de Marinheiro, tais


como Gachetas (Cap. XII), Embotijos (Cap. XIII) e Redes (Cap. XVII).

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Nó Direito pode apresentar as seguintes variantes:

a. Vulgar

A figura 14 mostra como se devem cruzar os chicotes a e b para se obter o Nó


Direito Vulgar, representado na figura 15 (comparar com o trabalho n.º 5 deste capitulo).

b. Pronto a disparar para um lado

Fig. 14 Fig.15

Emprega-se quando se amarram dois Fig. 16


chicotes com um Nó Direito e se espera que o nó soque muito com o esforço. Também
se emprega quando se pretende que o nó possa desfazer-se rapidamente ou ainda
quando se receie que venha a socar muito por se molhar.

Executa-se da seguinte forma:

Dispõem-se os chicotes como indica a figura 14. Dobra-se em seguida um dos


chicotes – a para disparar para a esquerda, b para disparar para a direita – de forma a
conseguir-se a volta V indicada na figura 16, que mostra o nó depois de feito e pronto
a disparar para a esquerda.

c. Pronto a disparar para os dois lados

Tem aplicações idênticas ao anterior, com a vantagem de encurtar ambos os


chicotes. Emprega-se correntemente nos atacadores dos sapatos e executa-se por um
processo análogo ao anterior, procedendo
para com os dois chicotes como se fizera
anteriormente só para o chicote a. A figura
17 mostra o aspecto final deste nó.
Fig.17

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d. Dobrado ou Nó de Cirurgião

Serve normalmente para unir dois cabos que portem em sentidos opostos e é
também usado para rematar a sutura nas intervenções cirúrgicas, daí derivando o nome
de Nó de Cirurgião.

Fig.18 Tem a grande vantagem de


recorrer muito pouco, mesmo

quando está a ser executado, e é essa Fig.19


propriedade que justifica o seu emprego nos
casos citados. Executa-se dando aos chicotes dos cabos a unir a disposição da figura
18, isto é, enrola-se um dos chicotes sobre o outro, duas, três ou mais vezes.
Finalmente cruza-se o chicote a por cima de b e dão-se, em sentido inverso, tantas
voltas quantas as que havia sido dadas inicialmente. O aspecto final do nó é o
representado ma figura 19.

108. NÓ TORTO

Tem largo emprego em diversos trabalhos de Arte de Marinheiro, nomeadamente


nas Gachetas (Cap. XII) e Embotijos (Cap. XIII). Pode usar-se ainda para fazer a
ligação de cabos. Podem, ao contrário do Nó Direito, recorrer facilmente. Tal como para
o nó anterior, podem considerar-se 4 variantes para o Nó Torto que, no entanto, não se
apresenta aqui por não serem usadas na prática. O Nó Torto executa-se conforme
indica a figura 20. Note-se que os chicotes a e b se cruzam ao contrário do que sucede
no Nó Direito, em que o chicote a passa por cima de b. A figura 21 mostra o aspecto
final do nó.

Como curiosidade e servindo de exemplo à pouca eficácia deste nó, cita-se o Nó


Torto Pronto a Disparar Para os Dois Lados, que as pessoas sem prática fazem nos

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Fig.20 Fig.21
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atacadores dos sapatos e que facilmente se desarma (comparar com o Nó Direito


Pronto a Disparar Para os Dois Lados).

109. NÓ CEGO

É uma forma imperfeita de unir os chicotes de dois cabos. Em virtude de socar


demasiado e de possuir uma carga de rotura muito pequena, não é, em regra, utilizado.
Existem dois tipos de Nó Cego:

a. Derivado da Laçada

b. Derivado do Nó de Trempe Singelo

Obtêm-se estes nós juntando os chicotes a unir e dando com ambos,


simultaneamente, uma Laçada no primeiro caso, e um Nó de Trempe no segundo. O
aspecto final destes nós é o representado, respectivamente, pelas figuras 22 e 23.

110. NÓ DE LADRÃO

Fig.22 Fig.23
É o nó que os pescadores usam para fechar as suas sacas. É muito facilmente
confundido com o Nó Direito ou com o Nó Torto, sendo porém muito menos seguro por
correr bastante, daí derivando o seu nome.Há duas espécies do Nó de Ladrão:

a. Derivado do Nó Direito

b. Derivado do Nó Torto

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O aspecto final destes nós é o representado, respectivamente, pelas figuras 24 e


25.

Fig.24 Fig.25
Ambos se diferenciam dos nós de que derivam pelo facto de ficarem com um
chicote para cada lado dos cabos a unir (confrontar com as figuras 15 e 21).

111. NÓ DE PEGA

Serve para facilitar a manobra de cabos, dando-lhe melhor pega. Deve utilizar-
se sempre que tenha de alar um cabo muito flexível e de pequena bitola. Executa-se
do seguinte modo:

Supondo que se quer alar um cabo pelo


seu chicote b (figura 26), dá-se ao cabo a
disposição indicada naquela figura e obriga-
se o ponto A do chicote b a seguir o percurso
indicado pela seta. Obtém-se assim o
representado na figura 27.
Fig.26

Dando ao seio B o movimento indicado pela seta desta figura, obtém-se a figura
28, que nos mostra o nó já feito e a sua aplicação.

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Fig.27 Fig.28
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112. NÓ DE BOMBEIRO

Quando feito em cabos que devam ser trepado por pessoal, este nó faz a vez de
degraus duma escada. Dai o seu nome, pois os bombeiros recorrem, por vezes, a este
processo.

Executa-se do seguinte modo:

Dão-se tantas voltas quantos os nós


ou «degraus» pretendidos e dispõem-se
essas voltas como indica a figura 29. O
intervalo entre os «degraus» depende do
diâmetro das voltas. Em seguida enfia-se
o chicote b por dentro das voltas, como Fig.29
indica a seta daquela figura. Depois de passado o chicote, inverte-se a ordem das
voltas, passando-as sucessivamente através das que estão do lado para onde se
passou o chicote.

Fig.30
Obter-se-á deste modo, uma série de laçadas que depois de convenientemente
socadas oferecem o aspecto da figura 30.

113. NÓ DE ENVERGUE

É utilizado no
envergue das velas, com
ele que se pretende os
envergues aos garrunchos
do pano. A figura 31
representa um garruncho a

Fig.31 Fig.32

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que se vai passar o envergue de chicote a e b. Introduz-se o envergue no interior do


garruncho, de forma que fique com os chicotes cruzados, como indica a referida figura.

Em seguida obriga-se o chicote b a percorrer o caminho indicado pela seta.


Obter-se-á a figura 32, que mostra o aspecto final do Nó de envergue com os dois
chicotes de igual comprimento e prontos a trabalhar, em sentidos opostos, na ligação da
vela ao garruncho.

114. NÓ DE BARCA

Dão-se no merlim com que se graduam as linhas de barca ou de prumo. Executa-


se do seguinte modo:

Colocam-se lado a lado os chicotes a e b do merlim. Obriga-se o chicote a a dar


uma laçada com a volta para a esquerda e de modo a abraçar o chicote b, como mostra
a figura 33.

Procedendo de modo idêntico com o chicote b, de tal forma que a volta por ele
formada se sobreponha à primeira (embora de diâmetro ligeiramente menor), e
obrigando b a seguir o percurso indicado na figura 34, obtém-se o Nó de Barca que,
depois de convenientemente socado fica com o aspecto da figura 35. Deve notar-se, no
entanto, que a maior dificuldade deste nó reside no modo de o socar.

Para o fazer rodam-se conjuntamente e no sentido retrógrado os chicotes a e b,


ao mesmo tempo que se procura apertar e aproximar as voltas.

Fig.33 Fig.34 Fig.35

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115. NÓ DE ESPIA OU DE ABOÇO

Emprega-se nas amarrações dos navios, quando se torna necessário emendar


uma espia de comprimento insuficiente.

Nó de Espia pode ser Singelo ou Dobrado:

a. Singelo

Usa-se para
emendar cabos da mesma
bitola e executa-se do
seguinte modo:
Fig.36
Dá-se à espia de
chicote "a" a disposição
da figura 36 e enfia-se, de
cima para baixo, o chicote
"b" da outra espia,
Fig.37
conforme indica aquela
figura.

Completando com b o traçado que a figura 37 mostra, Obtém-se o Nó de Espia


Singelo, representado com a e b abotoados.

b. Dobrado

Emprega-se em vez
de singelo quando as
espias a emendar tem
Fig.38
bitolas diferentes. Executa-
se por um processo semelhante ao interior, tendo a mais do que aquele a volta que o
chicote b dá em torno da cruz formada pela espia do chicote a. O seu aspecto final é o
da figura 38.

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116. NÓ DE PESCADOR OU DE BURRO

Usa-se para emendar dois cabos de pequena bitola e pode apresentar duas
variantes:

a. Singelo

Dispõem-se os cabos a emendar como indica a figura 39, dando-se com o


chicote de cada um deles uma
laçada em torno do outro, para
que os referidos chicotes fiquem
Fig.39
um para cada lado dos cabos a
emendar (figura 40

Fig.40
Depois de convenientemente
socado este nó apresenta o
aspecto da figura 41.
Fig.41

b. Dobrado

Usa-se também para emendar dois


cabos de pequena bitola, tendo sobre o nó
singelo a vantagem de ser mais seguro.
Executa-se da seguinte forma: Fig.42

Dispõem-se os cabos como na figura


39. Com o chicote a dão-se duas voltas
Fig.43
em torno do outro cabo e no sentido
indicado pela seta S1 da figura 42.

Procede-se identicamente com o chicote b, de modo a que as voltas se sucedam


no sentido indicado pela seta S2. Socando agora por A e B, obter-se-á o representado
na figura 43.

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117. NÓ DE CATAU OU CATAU DE ESPIA

Este nó tem duas aplicações importantes:

1 - Encurtar cabos;

2 - Fazer aproveitar cabos que estejam enfraquecidos em qualquer ponto do seu


seio. nó de Catau ou Catau de Espia pode ser de três tipos:

a. Vulgar

Dispõe-se o cabo como


indica a figura 44,
representando F a parte Fig.44
enfraquecida do cabo, se for
este o caso.

Com os chicotes dão-se Fig.45

as voltas V1 e V2 que se encapelam em M1 e M2 (figura 45), ficando a parte fraca do


cabo ligeiramente branda para que não sofra qualquer esforço ao portar-se pelo cabo.
Para que V1 e V2 não se desencapelem de M1 e M2 usa-se, conforme as
circunstâncias, um dos três processos seguintes:

1ºProcesso: Abotoa-se a para M1 e b para M2,


como exemplifica, só para um dos lados, a figura 46.

2ºProcesso: Enfiam-se os chicotes a e b Fig.46

respectivamente em M1 e M2 (figura 47). Este


processo só se usa quando os chicotes a e b estão
livres e não são muito compridos.
Fig.47

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3ºProcesso: Coloca-se um cavirão como indica a figura 48. É bastante prático e


emprega-se sempre que o 2º processo não é viável.

b. De Cruz
Fig.48

Tem sobre o nó anterior a vantagem


de ser mais simples de executar. Formam-
se inicialmente as três voltas da figura 49,
representando F, tal como anteriormente, a
Fig.49
parte enfraquecida do cabo. Fazendo
passar os ramos laterais da volta V2 por
dentro das outras voltas, como mostram as
Fig.50 setas da figura 49, e socando
convenientemente o nó obtém-se o
indicado na figura 50.

c. De Encapeladura

Dá-se primeiramente ao cabo a disposição da figura 51, ou seja, dão-se quatro


Voltas Redondas ligeiramente sobrepostas.

Obrigando os ramos Z e V,
respectivamente das voltas V2 e V3, a
percorrer o trajecto indicado pelas setas
da figura 51, obtém-se o Catau de
Espia de Encapeladura (figura 52). Fig.51

Como se verá no trabalho nº31


deste capítulo, o Catau de Espia de
Encapeladura pode ser obtido a partir Fig.52
da Encapeladura de 2.

118. Nó de cabula

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Quanto à acentuação a palavra Cabula é grave, sendo portanto incorrecta a


formula Cábula, que se ouve frequentemente.

Este nó tem a aplicação idêntica à do nó de Catau e pode apresentar duas


variantes:

a. Singelo

Dá-se ao cabo a disposição da


figura 53, representando de novo F a
zona enfraquecida do cabo, se for esse
o caso. Fig.53

Com o chicote a dão-se duas


voltas indicadas na figura 54, ficando a
primeira volta folgada e justa a
segunda. Fig.54

Fazendo com que o seio que


contém F, se dobre e passe por
cima da volta justa e por dentro da
volta que se deixou folgada (seta da
figura 54), obtém-se o Nó de
Fig.55
Cabula Singelo, representado na
figura 55.

b. Dobrado

Tem sobre o nó anterior a vantagem de ser mais seguro e resistente.

NÃO CLASSIFICADO 1.21 ORIGINAL


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Execra-se como o Nó de Catau


Singelo, dando por em com o chicote
a mais uma volta justa em torno do
seio que contém F.
Fig.56
O aspecto final deste nó é muito
semelhante ao anterior e esta representada na figura 56.

119. NÓ ESCOTA

É um dos nós que mais aplicação tem abordo. Goza da propriedade de não socar
quando molhado, razão por que é utilizado para emendar as escotas. Usa-se ainda
emendar cabos de bitolas diferentes ou feitos de materiais diferentes. Recorda-se que
nestas condições, o nó direito recorre.

Nó de Escota usa-se ainda na urdidura de redes de pesca, aplicação que se


conhece desde tempos pré-históricos.

Existem três espécies de nó de escota:

a. Singelo

Dá-se ao chicote de um dos cabos a disposição indicada na figura 57.

Percorrendo com o chicote b do outro cabo o trajecto que a figura 58 representa,


obtém-se o Nó de Escota Singelo Vulgar que é, como se disse, um dos nós mais
aplicados a bordo.

b. Singelo pronto a dispara


Fig.57 Fig.58

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NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

É semelhante ao anterior, tendo sobre este


a

vantagem de se poder desarmar com mais


facilidade e rapidez.

A sua execução é igual à do Nó


Singelo Vulgar até à saída do chicote b, que
no primeiro caso sai singelo e agora sai
dobrado, pronto a disparar para um dos

Fig.59 lados (para a esquerda no caso da figura59).

c. Dobrado

Começa-se por dar a um dos cabos a


disposição da figura 57.

Com o chicote b do outro cabo segue-se o


trajecto representado na figura 60, que mostra já o
aspecto final do nó.

Nó de Escota fica deste modo reforçado com


a Volta Redonda que b dá em torno do cabo de
chicote a.
Fig.60

120. NÓ DE TECELÃO

Sendo idêntico ao Nó de Escota Singelo Vulgar, o Nó de Tecelão diferencia-se


daquele apenas pelo modo como é feito.

NÃO CLASSIFICADO 1.23 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Esta diferença de execução resulta das


diferentes naturezas dos cabos a emendar.
Assim o Nó de Escota usa-se para emendar
cabos de sertã bitola, enquanto o Nó de tecelão
se utiliza para emendar fios, nomeadamente na
indústria de tecelagem.
Fig.61
1
Executa-se do seguinte modo: Cruzam-
se os chicotes dos dois fios como mostra a
figura 61.

Obriga-se o seio A a seguir a seta


Fig.62
daquela figura, obtendo-se o indicado na figura
62.

Seguindo com o chicote b a seta da


figura 62, obtém-se finalmente o Nó de
Fig.63
Tecelão, igual, como se disse, ao Nó de
Escota Singelo Vulgar e representado na figura 63.

121. LAIS DE GUIA

Tal como o Nó de Escota, o Lais de Guia é um dos nós mais aplicado a bordo. Dá-
se no chicote de uma espia para a encapelar expeditamente num cabeço e nas bocas
das embarcações quando estas têm de ser rebocadas. Podem ainda e finalmente servir
de Balso (Cap. VII).

Existem 5 tipos de Lais de Guia:

Singelo pelo chicote; Dobrado pelo chicote; Singelo pelo seio; Dobrado pelo seio e
Lais de guia espanhol.

NÃO CLASSIFICADO 1.24 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

a. Singelo pelo chicote

Fig.64 Fig.65 Fig.66


Depois de se dar ao cabo a disposição da figura 64, segue-se com o chicote a o
caminho indicado pela seta daquela figura. Obtém-se assim a fase intermédia do nó
representada na figura 65.

Continuando a trabalhar com o chicote a e seguindo com este a seta desta


segunda figura, obtém-se finalmente o Lais de Guia Singelo Pelo Chicote (Figura 66).

b. Dobrado pelo chicote

Emprega-se em vez do nó
anterior quando, por motivo da fraca
resistência do cabo ou da intensidade
do esforço a suportar, a volta V da
figura 66 não oferece a necessária
segurança. Para o executar procede-
se inicialmente às operações indicadas
na figura 64 e 65. Depois dá-se com o
chicote a nova volta (V1) idêntica à
primeira (V), tendo o cuidado de deixar
V e V1 sensivelmente com o mesmo Fig.67 Fig.68
perímetro, a fim de permitir que o esforço

NÃO CLASSIFICADO 1.25 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

seja igualmente repartido pelas duas voltas. Por fim e semelhantemente ao que se
fizera na figura 66, completa-se o nó seguido com o chicote "a" a seta da figura 67,
com o que se obtém o Lais de Guia Dobrado pelo Chicote (figura 68).

c. Singelo pelo seio

Além das aplicações citadas anteriormente, este nó pode ainda utilizar-se como
Balso (Cap. VII). Executa-se operando com o cabo dobrado pelo seio, dando-lhe

Fig.69 Fig.70 Fig.71 Fig.72


disposição análoga à tomada pelo cabo singelo nas figuras 64 e 65. Assim se chega às
figuras 69 e 70.

Levando o seio "A" a seguir a seta S1 da figura 70 e fazendo com que todo o nó
passe por dentro de A, como mostra a figura 71, obtém-se, depois de completado o
movimento indicado por S2, o Lais de Guia Singelo pelo Seio (figura 72).

d. Dobrado pelo seio

Aplica-se igualmente como Balso, tendo sobre o anterior a vantagem de ser mais
seguro, não só devido à maior resistência do cabo dobrado, como ainda por proteger o
marinheiro que dele se serve.

NÃO CLASSIFICADO 1.26 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Para o executar permeia-se o cabo e dá-se-lhe sucessivamente a disposição das


figuras 69 e 70. Leva-se em seguida o seio "A" a dar nova volta semelhante à primeira,
com o que se obterá a figura 73.

Fig.73 Fig.74
Finalmente, seguindo com A a seta desta figura e fazendo com que todo o nó
passe por dentro de A (comparar com a figura 71), completa-se o Lais de Guia Dobrado
Pelo Seio (figura 74).

A figura 75 mostra a sua aplicação na página seguinte.

e. Lais de Guia Espanhol

Emprega-se ainda como Balso, executando-se da seguinte forma:

NÃO CLASSIFICADO 1.27 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Fig.76 Fig.77

Dá-se ao cabo a disposição da figura 76. Sobrepondo ligeiramente a parte interna


das voltas V1 e V2 (figura 77), e fazendo rodar o cruzamento P1 em torno do eixo E, de

Fig.78 Fig.79

modo a levá-lo ao cruzamento P2, obtém-se o indicado na figura 78. Finalmente,


obrigando V1 e V2 a seguirem respectivamente as setas S1 e S2 daquela figura,
completa-se o Lais de Guia Espanhol (figura 79)

122. CATAU DE BANDEIRA

Usa-se para manter dobradas e prontas a disparar, bandeiras previamente


içadas.

NÃO CLASSIFICADO 1.28 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Este nó é feito com a própria tralha da bandeira e executa-se do seguinte modo:

Dão-se, em torno da bandeira dobrada (P na figura 80), duas voltas redondas

Fig.80 Fig.81
para a direita, cruzando depois para a esquerda o chicote a da tralha (figura 80).
Flectindo o chicote a como indica a figura 81, e seguindo com o seio "a" a seta desta
figura, obtém-se o representado na figura 82. Para completar o nó e para torna-lo

Fig.82 Fig.83
mais seguro, basta morder o seio "a" pelo processo indicado na figura 83, que
representa o Catau de Bandeira pronto a disparar pelo chicote a

123. NÓ DE BOTIJA OU DE ESPADA

Emprega-se como adorno no fiador das espadas, servindo ainda para suspender
garrafas, moringues, etc.

Existem 5 tipos diferentes de Nó de Botija ou de Espada:

NÃO CLASSIFICADO 1.29 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

a. Pelo seio

Dá-se ao cabo a disposição da figura 84. Sobrepõem-se ligeiramente as voltas V1


e V2 e obriga-se o ponto "m" da figura 85 a seguir a seta desta figura enquanto se soca
simultaneamente pelos dois chicotes.

Obter-se-á deste modo a figura 86, que representa o Nó de Botija Pelo Seio.
Note-se que o movimento do seio M terá de ser feito com cuidado, de modo a manter
a posição relativa dos cordões, pois se tal não suceder, o aspecto final do nó será
muito diferente do representado, deixando ainda de poder ser
usado para suspender qualquer objecto.

Para suspender, por exemplo, uma garrafa, mete-se o gargalo


desta na parte central do nó e ala-se simultaneamente pelo seio

Fig. 84 Fig.85 Fig.86


"m" e pelos dois chicotes, socando-se fortemente o nó em torno do gargalo.

b. Pelos chicotes, vulgar

NÃO CLASSIFICADO 1.30 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Permeia-se o cabo e dá-se-lhe a disposição da figura 87. Seguindo com os


chicotes a e b respectivamente as setas S1 e S2 daquela figura, obtém-se a figura 88.

Finalmente, socando pelos chicotes a e b por um lado, e pelo seio M por outro,
obtém-se a figura 89.

c. De meias voltas

Dá-se ao cabo a disposição da figura 90, isto é, duas Voltas Redondas para a

Fig.87 Fig.88 Fig.89

Fig.90 Fig.91 Fig.92


direita, cruzando depois para a esquerda o chicote b, como mostra aquela figura.

Seguindo com o chicote b a seta S1 da mesma figura, obtém-se o indicado na


figura 91, na qual a seta S2 representa o percurso a seguir com o chicote a para se
obter a figura 92. Finalmente, socando o nó simultaneamente pelos chicotes a e b
( setas S3 e S4), e pela volta V2 (seta S5), obtém-se o Nó de Botija ou de Espada de
Meias Voltas (Figura 93).

Fig.93

NÃO CLASSIFICADO 1.31 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

d. Derivado do lais de guia singelo pelo chicote.

Partindo do Lais de Guia Singelo


Pelo Chicote (figuras 64, 65, 66),
procede-se com o chicote a como indica
a seta S da figura 94, obtém-se o Nó de
Botija Derivado do Lais de Guia Singelo
Pelo Chicote (figura 95).

Note-se que apesar de bastante


semelhante no seu aspecto final, os
vários tipos de Nós de Botija ou de
Espada apresentam algumas pequenas
diferenças.

Fig.94 Fig.95

e. Pelos chicotes, diferente do vulgar.

Dá-se uma Laçada, representada na figura 96 propositadamente folgada e com


uma pequena torção para a direita para facilitar a execução do nó. Seguindo com o
chicote "a" a seta S1 daquela figura, obtém-se a figura 97.

NÃO CLASSIFICADO 1.32 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Por fim, obrigando o chicote b a percorrer o trajecto da seta S2 (figura 97), obtém-
se o Nó de Botija Pelos Chicotes, Diferente do Vulgar (figura 98).

Fig.96 Fig.97 Fig.98

124. NÓ DE BRANDAIS

Usa-se para emendar dois cabos e ainda para servir como encapeladura nos
mastros das embarcações miúdas.

Existem duas variantes de Nó de Brandais:

- Direito

- Diagonal

Primeiro é preferível ao segundo, por este ter uma acentuada tendência para
recorrer.

Executam-se do seguinte modo:

a. Direito

NÃO CLASSIFICADO 1.33 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Dá-se ao cabo de chicote a a disposição da figura 99. Colocando o chicote b da


outra espia como se indica naquela figura, e seguindo com b a seta S, obtém-se o Nó
de Brandais Direito (figura 100).

b. Diagonal

Fig.99 Fig.100

Fig.102
Fig.101

Executa-se conforme mostra a figura 101 e 102, pelas quais se verifica que o seu
aspecto é muito semelhante ao do nó anterior, diferindo deste por ter um chicote para
cada lado dos cabos a emendar.

125. NÓ COBERTO

Utiliza-se para unir os chicotes de dois cabos de pequena bitola e podem


apresentar quatro variantes.

- DERIVADO DA LAÇADA

- DERIVADO DO NÓ DE FRADE

- DERIVADO DO NÓ DE TREMPE

- DERIVADO DO LAIS DE GUIA

NÃO CLASSIFICADO 1.34 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Genericamente, estes nós executam-se dando comum dos chicotes o nó de que


derivam e cobrindo depois o nó assim obtido com o outro chicote, isto é, dando com o
segundo chicote um nó igual e sobreposto ao primeiro, mas em sentido oposto.

Ao socar qualquer destes nós, ter-se-á de manter a posição relativa das voltas, a
fim de evitar que estas se cavalguem.

Executam-se do seguinte modo:

a. Derivado da laçada

Dá-se uma Laçada com o


chicote a de um dos cabos (figura
103). Seguindo com o chicote b
do outro cabo a seta S daquela
figura, obtém-se uma segunda
laçada sobreposta à primeira e
executada em sentido inverso Fig.103
(figura 104).

Socando depois por A e b por um lado, e por B e a por outro, obtém-se o Nó


Coberto Derivado da Laçada, representado na figura 105 antes de ser socado.

b. Derivado do Nó de Frade

NÃO CLASSIFICADO 1.35 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Fig.104

Fig.105
Recorrendo à analogia com a execução do nó anterior, dá-se uma Laçada
dobrada com um dos chicotes, fazendo depois o mesmo com o outro chicote mas em
sentido inverso. O aspecto final
deste nó, depois de
convenientemente socado, é o da
figura 106.
Fig.106
c. Derivado do Nó de Trempe

Feito o Nó de Trempe com


o chicote de um dos cabos,
cobre-se aquele com o chicote do
outro cabo fazendo o segundo Nó
de Trempe em sentido inverso ao
Fig.107
primeiro. O seu aspecto final,
antes de ser socado, é o da figura 107.

d. Derivado do Lais de Guia

Dobra-se o chicote de um dos cabos e dá-se-lhe a disposição da figura 108.

NÃO CLASSIFICADO 1.36 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Operando com o chicote do outro


cabo, vai-se seguindo a seta da figura
acima referida de modo a obter o
representado na figura 109 ou seja o Nó
Coberto derivado do Lais de Guia.

Note-se que este nó se compõe de


dois Lais de Guia interligados e não
sobrepostos, fugindo um pouco à regra Fig.108 Fig.109
enunciada.

126. NÓ DE CADEIXA OU MEADA

Usa-se para impedir que uma meada de fio


se embarace.

Para o executar, procede-se do seguinte


modo:

Permeia-se a meada e dá-se-lhe o aspecto


da figura 110.

Fig.110

Fazendo com que os pontos P1 e P2 sigam respectivamente as setas S1 e S2


daquela figura, obtém-se o Nó de Cadeixa ou Meada (figura 111).

Fig.111
127. NÓ DE FIO

NÃO CLASSIFICADO 1.37 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Serve para emendar


dois chicotes de mealhar,
merlim ou fio de palomba,
oferecendo a vantagem de
não recorrer e de ser
bastante resistente.

Para o executar,
Fig,112
separam-se os cordões de
ambos os chicotes e dá-se-
lhes a disposição da figura
112.

Dando aos chicotes a e


b os movimentos indicados
respectivamente pelas setas
S1 e S2 daquela figura, e
Fig.113 executando depois uma
Laçada com esses mesmos
chicotes, obtém-se o Nó de
Fio (figura 113).

128. NÓ DE CORRER OU DE LAÇO

Utiliza-se para fazer a arreigada dum cabo, quando se deseja que esta seja tanto
mais socada quanto maior for o esforço exigido. Sob a designação genérica de Nó de
Correr ou de Laço considera-se os seguintes nós:

a. Vulgar

É o mais simples dos Nós de Correr.

Para o executar começa-se por dar ao cabo a disposição da figura 114.

NÃO CLASSIFICADO 1.38 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Obrigando o seio A a
seguir a seta daquela figura,
obtém-se o Nó de Correr Vulgar
(figura 115).

Fig.114 Fig.115

b. Dobrado

Inicia-se este nó
dando ao cabo uma Laçada,
representada na figura 116.
Leva-se em seguida o seio A a
percorrer o trajecto indicado
pela seta S1 daquela figura,
Fig.116 assim se obtém a figura 117.

NÃO CLASSIFICADO 1.39 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Procede-se identicamente com o seio B (seta S2) para se obter a figura 118.
Para tornar o nó utilizável resta ajeitar a laçada assim formada e socar o trabalho

Fig.117 Fig.118
simultaneamente pelos chicotes, por um lado, e pelos seios, por outro.

c. Cruzado

Dá-se ao cabo a disposição da figura 119. Seguindo com o chicote "a" a seta S1
dessa figura, chega-se à figura 120. Continuando a trabalhar com o chicote a e
seguindo com ele o percurso indicado pela seta S2, obtém-se, finalmente, o Nó de

Fig,117 Fig.119 Fig.120 Fig.118


Fig.121
Correr Cruzado (figura 121) Para dentro (derivado da volta de fiel)

NÃO CLASSIFICADO 1.40 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Dá-se ao cabo a disposição da figura 122. A sete S1 desta figura indica o caminho
a seguir com o chicote a para se obter a figura 123. Continuando a trabalhar com o

Fig.122 Fig.123 Fig.124

mesmo chicote e obrigando-o a seguir o trajecto indicado por S2 (figura 123), obtém-se
finalmente o Nó de Correr Para Dentro, derivado da Volta de Fiel (figura 124).

d. Para fora (derivado da Volta de Fiel) ou Aspirante nº 1

Dá-se ao cabo a disposição da figura 125. Operando com o chicote a e obrigando-


o a seguir a seta S1, obtém-se o indicado na figura 126.

Seguindo com o mesmo chicote a seta S2 desta figura, chega-se por fim ao Nó de
Correr Para Fora, derivado da Volta de Fiel. Este nó, que também é conhecido por
Aspirante Nº 1, está representado na figura 127.

NÃO CLASSIFICADO 1.41 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Fig.125 Fig.126 Fig.127

e. Derivado do Lais de Guia

Dá-se com a um Lais de Guia


Singelo Pelo Chicote (ver figura 64,
65, 66), que se representa de novo
na figura 128.

Seguindo com o chicote b a


seta da figura 128, obtém-se
finalmente o Nó de Correr derivado Fig.128 Fig.129
do Lais de Guia (figura 129).

f. De Merceeiro

Pode ser feito por 2 processos:

1º Processo: Permeia-se o cabo e dá-


se uma Laçada com o chicote a de modo a
abraçar o outro chicote (figura 130).

NÃO CLASSIFICADO 1.42 ORIGINAL

Fig.130 Fig.131
NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Procedendo de modo identico com o chicote b, de modo a que a nova Laçada


fique por cima da primeira, obtém-se finalmente a figura 131.

Ao socar o nó as duas laçadas recorrem


e ficam sobrepostas.

2º Processo: Dão-se no seio do cabo


duas Voltas Redondas de sentidos contrários,
as quais, depois de ligeiramente sobrepostas,
oferecem o aspecto da figura 132.Obriga-se o
seio "A" a seguira seta S desta figura. Depois
socasse o nó portando por A, ainda no
sentido da setas, e pelos chicotes a e b, em
sentidos opostos. Obter-se-á deste modo um
Fig.132
nó igual ao representado na figura 131.

g. Abotoado (Derivado da Meia Volta e Cote)

Dá-se ao cabo a disposição da figura 125.

Seguindo com o chicote a a seta S1


daquela figura e abotoando depois o
referido chicote, obtém-se a figura 133.

Obrigando por fim o chicote b a seguir


a seta desta figura, obtém-se o Nó de
Correr Abotoado derivado da meia Volta e
Cote (figura 134).
Fig.133 Fig.134

NÃO CLASSIFICADO 1.43 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

129. MALHA DE SOCAR

Tem aplicação semelhante à do Nó de Correr, subdividindo-se em quatro tipos:

a. Singela para dentro (figura 135).

b. Singela para fora (figura 136).

c. Dobrada para dentro (figura 137).

d. Dobrada para fora (figura 138)

Fig.135 Fig.136 Fig.137 Fig.138


Por serem de fácil execução, estes nós são apresentados já feitos e sem qualquer
explicação.

Faz-se notar que, tal como se representou, o chicote com que se faz o nó deve ser
sempre abotoado no final do trabalho.

130. Nó de empatadura ou de anzol

Emprega-se para ligar o anzol ao fio de pesca e pode se apresentado um grande


número de variantes, das quais se consideram apenas 10.

NÃO CLASSIFICADO 1.44 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Tal como para o nó anterior, a extrema simplicidade destes nós dispensa qualquer
explicação.

Fig.139 Fig.140 Fig.141 Fig.142 Fig.143

Estes nós foram criados quando se usava unicamente fibra de algodão na


urdidura do fio de pesca. Com linha de algodão, os nós eram seguros e davam,
portanto, bons resultados.

Actualmente usam-se quase exclusivamente fio de nylon, e para este a maioria


dos nós aqui apresentados são ineficazes, por recorrerem facilmente. Com fio de nylon,
somente os nós representados nas figuras 142 e 148 mantém a sua aplicação.

NÃO CLASSIFICADO 1.45 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Fig.144 Fig.145 Fig.146 Fig.147 Fig.148

131. Nó de voltas falidas

Usa-se, com excelentes


resultados, para amarrar uma retinida a
um cabo de grande bitola,
nomeadamente quando se pretende
passar para o cais a mãozinha duma
expia de amarração. O modo de
efectuar este nó reduz-se facilmente da
Fig.149
figura 149, que nos mostra já o seu
aspecto final, antes de socado.

132. Nó de voltas, abotoado, ou aspirante nº 2

É uma variante da Volta de


Anete (nº 62 do Cap. IV), e aplica-se
como tal. Oferece a vantagem de não
recorrer em virtude de no final, se
abotoar com o chicote com que se faz
o nó. Para o executar dá-se ao cabo a

Fig.150 Fig.151

NÃO CLASSIFICADO 1.46 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

disposição da figura 150 e segue-se com o chicote "a" a seta S, obtendo-se o nó


representado na figura 151.

133. NÓ DE ESQUADRIA

Usa-se para fazer os cantos das


molduras ou caixilhos executados com
trabalhos de Arte de Marinheiro.

Para o executar começa-se por


dar ao cabo a disposição da figura
152.

Operando com o chicote b e


Fig.152
dando-lhe o movimento indicado pela
seta S1 obtém-se a figura 153.

Trabalhando com o chicote a e seguindo a seta desta figura, obtém-se o Nó de


Esquadria representado na figura 154.

Fig.153 Fig.154

134. ENCAPELADURA OU NÓ DE ENCAPELADURA

NÃO CLASSIFICADO 1.47 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Quando encapelada num mastro, a Encapeladura ou Nó de Encapeladura serve


para substituir uma chapa de arreigada, possibilitando a fixação de brandais, plumas,
estais, etc.

A Encapeladura pode ser de três tipos:

a. Vulgar.

A Encapeladura Vulgar pode ser «de 2», «de 3», «de 4», etc. A encapeladura «de
2», dá possibilidade de fixação a 3 plumas; à «de3» podem fixar-se 4 plumas; e, de uma
forma geral, as de ordem «n» permitem a fixação de «n+1» plumas.

Na prática, as Encapeladuras de 2 e de 3 são as mais usadas, empregando-se as


de ordem superior a 3 na urdidura dos coxins de Encapeladura (nº 109 do Cap.
XI).Dada a semelhança existente na execução das Encapeladuras vulgares
apresentam-se apenas as de 2, 3, e 4, pois, a partir destas facilmente se deduz a regra
para uma Encapeladura de qualquer ordem.

(1). Encapeladura de 2

Dão-se inicialmente duas


Voltas Redondas, dispondo-as
como mostra a figura 155.

Obrigando a parte interna Fig.155


destas voltas a seguir
simultaneamente as setas S1 e
S2 daquela figura, obtém-se a
encapeladura de 2,
representada na figura 156. Fig.156

A partir deste nó pode-se obter o Catau de Espia de Encapeladura (Nº 14


do Capitulo I) para o que se procede da seguinte forma:

NÃO CLASSIFICADO 1.48 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Partindo da figura 156, dá-se uma Volta Redonda com cada chicote,
encapelando-as depois como se indica na figura 52.

(2). Encapeladura de 3

Dão-se inicialmente três


Voltas Redondas, que se dispõem
como indica a figura 157.
Obrigando a parte interna
das Voltas V1 e V2 a seguir, Fig.157
respectivamente, as setas S1 e S2 da referida figura, e fazendo com que, ao
mesmo tempo, o ramo superior da
volta V2, siga a seta S2, obtém-se
a encapeladura de 3, que está
representada na figura 158.

Fig.158

(3). Encapeladura de 4

Depois de se dar 4 Voltas Redondas representadas na figura 159,


procede-se da seguinte maneira:

Com os ramos internos das voltas V1 e V4, seguem-se as setas S1 e S4,


respectivamente.

Operando depois
com os ramos superiores
das voltas V2 e V3, e
seguindo com eles

NÃO CLASSIFICADO 1.49 ORIGINAL


Fig.159
NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

respectivamente as setas S2 e S3, chega-se à figura 160, que mostra já o


aspecto final duma Encapeladura de Note-se que, com pouca prática, torna-se
por vezes difícil identificar a parte superior das voltas V2 e V3 depois de
executada a primeira fase do trabalho (setas S1 e S4).

Esta dificuldade aumentará, evidentemente, com o número de ordem da


Encapeladura.

Unindo com um nó resistente e seguro, os chicotes de qualquer das


Encapeladuras estudadas, possibilita-se a fixação de mais uma pluma, estai
ou brandal, por onde se verifica que, de facto, uma Encapeladura de ordem

Fig.160
«n» torna possível a fixação de «n+1» elementos (plumas, etc.)

(4). JAPONESA

Dá-se uma Laçada com o cabo de chicote a e b.

Seguindo a seta da figura 161 com o chicote a e fazendo com que este
dê uma nova Laçada passando por dentro da anterior, obtém-se a figura 162.

Finalmente, seguindo com a parte interna das Laçadas as setas daquela


figura, chega-se à figura 163, que mostra o aspecto final da encapeladura

NÃO CLASSIFICADO 1.50 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Japonesa. Unindo fortemente os chicotes, possibilita-se a fixação de 4


elementos.

Fg.161 Fig.162
(5). DE ANEL

Fig.163
Para a sua execução exige-se o conhecimento da pinha de Anel de 3/8
(figura 299 do Cap. X) pelo que só depois de estudado este capitulo se poderá
entender a urdidura do presente trabalho.

NÃO CLASSIFICADO 1.51 ORIGINAL


NÃO CLASSIFICADO PEETNA 4546

Depois de feita uma


pinha de Anel de 3/8,
planifica-se esta de modo a
obter o representado na
figura 164.

Partindo desta figura e


seguindo com os seios A, B
e C, respectivamente as
setas S1, S2 e S3, obtém-se
a Encapeladura de Anel,
representada na figura 165.
Fig.164

Como se pode verificar, o aspecto final deste trabalho é muito


semelhante ao da
Encapeladura Japonesa.

Pelas razões já
apontadas anteriormente,
verifica-se que a Encapeladura
de Anel permite a fixação de 4
estais, plumas ou brandais,
para o que bastará unir
fortemente os dois chicotes.

Fig.165

NÃO CLASSIFICADO 1.52 ORIGINAL

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