Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rede de apoio às
mulheres em situação de
violência doméstica
UFSC | 2022
ESTRATÉGIAS PARA O FORTALECIMENTO DA
ATENÇÃO NA SAÚDE DAS MULHERES EM SITUAÇÃO
DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEXUAL
Rede de apoio às
mulheres em situação de
violência doméstica
Florianópolis
UFSC | 2022
GOVERNO FEDERAL DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA ASSESSORIA PEDAGÓGICA
Ministério da Saúde Chefe do Departamento Márcia Regina Luz
Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) Rodrigo Otávio Moretti-Pires
EQUIPE EXECUTIVA
Departamento de Ações
Subchefe do Departamento Gisélida Vieira
Programáticas e Estratégicas
Sheila Rubia Lindner Eurizon de Oliveira Neto
Coordenação-Geral de Saúde das Mulheres
GESTORA GERAL DO PROJETO REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA E ABNT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Elza Berger Salema Coelho Eduard Marquardt
Reitor
Ubaldo Cesar Balthazar AUTORIA DO MATERIAL
Carmem Regina Delziovo
Pró-Reitor de Pós-graduação
Stella R. Taquette
Cristiane Derani
Mércia Gomes Oliveira de Carvalho
Pró-Reitor de Pesquisa Elza Berger Salema Coelho
Sebastião Roberto Soares Caroline Schweitzer de Oliveira
Deise Warmling
Pró-Reitor de Extensão
Carolina Carvalho Bolsoni
Rogério Cid Basto
REVISÃO DE CONTEÚDO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Sheila Rubia Lindner
Diretor
Carmen Leontina Ojeda Ocampo Moré
Fabrício de Souza Neves
Scheila Krenkel
IDENTIDADE VISUAL E PROJETO GRÁFICO
Pedro Paulo Delpino
Nicole Alessandra Geller
DESENVOLVEDOR WEB
Dalvan Antônio de Campos
Ficha catalográfica elaborada pela Bibliotecária responsável: Rosiane Maria CRB 14/1588
Naiane Cristina Salvi
Thiago Ângelo Gelaim V796 Violência doméstica contra mulheres: rede de apoio às mulheres em situação
de violência doméstica / Carmem Regina Delziovo... [et al.]. – Florianópolis:
Rodrigo Rodrigues Pires de Mello UFSC, 2022.
Jean Marcos da Silva 34 p. : il.
E-book (PDF)
Tcharlies Dejandir Schmitz
ISBN: 978-85-8328-081-1
Paulo Alexsander Godoi Lefol
Vinícius Boff 1. Violência doméstica. 2. Violência contra as mulheres 3. Redes de apoio
social. I. Taquette, Estela Regina. II. Carvalho, Mércia Gomes Oliveira de. III.
Coelho, Elza Berger Salema. IV. Caroline, Schweitzer de. V. Warmling, Deise. VI.
FONTE PARA IMAGENS E ESQUEMÁTICOS Bolsoni, Carolina Carvalho. VII. Título.
CDU: 362.55
Unsplash, Rawpixel, Adobe Stock
Apresentação
Mulheres que vivenciam violência doméstica É preciso dizer NÃO à violência atuando na
não estão sozinhas, elas podem contar com informação e no apoio às mulheres, na educa-
uma rede de apoio e atenção. Estas mulheres ção dos meninos e meninas e reeducação dos
tem direito a atenção nos serviços de saúde, o homens e mulheres para relações não violentas.
que significa receber cuidado que as fortaleça
mostrando que são capazes de sair ou mesmo
MULHER, VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHA!
mudar o contexto vivido. Procure ajuda e se proteja.
Alguns preconceitos e ditos populares ainda Vamos dizer NÃO a todas
estão em nossa sociedade, podendo dificultar a as formas de violência!
Considerações finais..........................................................................31
Referências.......................................................................................32
O que é a violência doméstica?
UN1
UN1 O que é a violência doméstica?
8
UN1 O que é a violência doméstica?
julgaram você pela roupa que vestia colocaram na sua cabeça que você Se você respondeu sim a uma ou mais das
teve medo de sair desacompanhada não tem racionalidade para chefia alternativas ao lado, bem-vinda ao clube da
em razão da cultura do estupro perguntaram se a sua irritação era TPM percepção.
insinuaram que não é decente esperaram que você resolvesse
ter desejo sexual a discussão com lágrimas
Você vive em uma sociedade machista
mediram sua honra pelo número sugeriram que você gosta é de dinheiro e já experimentou violência de gênero –
de parceiros sexuais e que um cartão de crédito soluciona ainda que simbólica!
pediram para você se cobrir enquanto qualquer crise
amamentava em público convenceram você de ser incapaz
A discriminação de gênero também impacta
cobraram padrão ideal de beleza de admirar e respeitar outra mulher
negativamente os homens. Será? Como é pos-
exigiram que você fosse bonita ou você notou a desproporcionalidade da
representação feminina na atividade política sível? — os estereótipos atribuídos às mulheres
inteligente – as duas coisas não dá!
pediram para você segurar o seu homem, encontram seus contrapontos naqueles atribuí-
acusaram você de mandona ou
histérica quando foi contundente porque o mercado está difícil dos aos homens, dos quais a sociedade exige
na defesa dos seus argumentos avaliaram sua inaptidão feminina prova de constante valentia e virilidade, negação
recebeu pagamento inferior pela para negócios, números, ciência da sensibilidade, possessividade, conquista pela
mesma função exercida por um homem ou condução de veículo automotor
força ou poder econômico e dominação pela
disseram que seu lugar é na cozinha incutiram na sua cabeça que ciúme
brutalidade — a cultura que oprime as mulheres
ou que um tanque de roupa suja é sinal de amor
e endossa a violência obsta que mulheres e
resolve qualquer depressão cantaram “um tapinha não dói”
homens vivam de forma livre e impede que am-
fizeram você acreditar que é a rainha juraram que sapo vira Príncipe Encantado se
bos atinjam potencial máximo, tanto no âmbito
do lar – daí você limpa e lava sozinha você tentar o suficiente (MP-BA, 2018)
o que todo mundo suja familiar como na vida pública, conforme suas
9
UN1 O que é a violência doméstica?
10
UN1 O que é a violência doméstica?
tes, apresenta comportamento tenso e acessos tranquilo entre o agressor e a mulher. A demons-
O estupro marital também é crime. Não
de raiva. tração de remorso permite que a mulher crie
há, na legislação brasileira, isenção para
a prática sexual forçada sob alegação de Nestes momentos é frequente o sentimento esperança de que o comportamento do agressor
débito conjugal. de culpa da mulher, que pode pensar que pode possa mudar e que o ato violento tenha sido um
11
UN1 O que é a violência doméstica?
12
UN1 O que é a violência doméstica?
13
UN1 O que é a violência doméstica?
Ý analfabetismo; Existem ditados populares que podem Mas atenção, esses argumentos são falsos
Ý problemas de saúde física ou mental; fazer com que consideremos situações de vio- e precisamos desmistificar e combatê-los em
Ý desconhecimento das opções de ajuda; lência como normais. nosso dia a dia. São eles:
Ý desconhecimento de que o abuso é crime.
(Lista inspirada no artigo “Fifty Obstacles to
Leaving, a.k.a., Why abuse victims stay.”, da
ativista americana Sarah M. Buel, 28-OCT
1.999 Colo. Law. 19).
14
UN1 O que é a violência doméstica?
15
Como ajudar mulheres em
situação de violência doméstica?
UN2
UN2 Como ajudar mulheres em situação de violência doméstica?
17
UN2 Como ajudar mulheres em situação de violência doméstica?
Ý recebeu ligação ou visita dela logo após os Ý faça sua parte como gesto de cidadania, Se você é vítima:
fatos – nervosa, chorando, pedindo apoio reprovação à violência de gênero e em prol Ý mesmo sendo difícil, em razão do medo, da
moral, acolhida, pouso para si e para os(as) de uma sociedade melhor. reconciliação, do desconforto emocional, da
filhos(as), ajuda financeira, companhia para ir Se você conhece ou convive com uma mulher dor, tente não destruir e/ou apagar provas –
à delegacia ou ao centro de saúde? em situação de violência, pode ajudar se dispon- deletar mensagens e fotografias, rasgar car-
Ý leu as mensagens no celular ou no do a ser testemunha ou informante – seja pre- tas, excluir relação de chamadas
computador? sencial do episódio criminoso ou simplesmente Ý saiba que a sua palavra é muito valorizada
Ý viu as lesões no corpo da vítima no ambiente conhecedor(a) da relação abusiva, do estado pelo sistema de justiça – ninguém melhor do
de trabalho ou em evento social? emocional da vítima em razão da violência ou que você pode descrever o drama cotidiano
Ý é membro da família e acompanha a rotina de das lesões aparentes. de um relacionamento abusivo e violento
sofrimento da vítima? Ý procure manter a coerência de sua narrativa
Ý conhece o comportamento violento do(a) Ý procure ajuda tão logo o delito tenha ocorrido
agressor(a)? Não existe mulher que gosta de apanhar – se há lesões aparentes,
Ý presenciou episódios anteriores de agressão O que existe é mulher Ý o atendimento imediato facilitará a elabora-
verbal ou física? humilhada demais ção do exame de corpo de delito e a lembran-
para denunciar, ça detalhada dos fatos
Se você respondeu sim a um ou mais dos
machucada demais Ý faça registro de foto ou vídeo das lesões
itens anteriores, então você pode ajudar:
para reagir, corporais e se não houve exame de corpo
Ý não julgue a mulher em situação de violência
com medo demais de delito direto, o prontuário do centro de
Ý se ela perdoou ou não o seu algoz em ocasião
para acusar saúde, do hospital ou atestado do médico em
anterior ou se ela pretende continuar a viver
consultório são registros admissíveis
com ele
18
UN2 Como ajudar mulheres em situação de violência doméstica?
19
UN2 Como ajudar mulheres em situação de violência doméstica?
Deixar que os amigos e os vizinhos saibam da Orientar os filhos, filhas e dependentes a nunca se
situação. Desenvolver um código (sinal) visual envolverem na violência entre a mulher e o parceiro. Planeje
para quando precisar da ajuda deles; por com os filhos sinais ou um código, que indiquem quando
exemplo, colocar uma toalha branca na janela. devem sair de casa para se proteger e/ou procurar ajuda.
20
UN2 Como ajudar mulheres em situação de violência doméstica?
Separar um pacote de roupas e objetos de Contar a situação para pessoas em quem confia,
primeira necessidade seus e das crianças. como: amigos e vizinhos. Planejar com elas um
Guardar com vizinhos ou amigos, para pegá-lo esquema de proteção e combine algumas
no caso de ter que abandonar a casa. formas de sinalizar que está em perigo.
Guardar cópias de documentos importantes em Faça acordo com algum(a) vizinha(o) ou com
local seguro: certidões de nascimento e quem possa confiar, e combine um código de
casamento, identidade, carteira profissional, comunicação para situações de emergência,
listas de telefones, documentos escolares etc. como: “Quando eu falar uma palavra específica,
busque ajuda imediata”.
21
Os serviços que compõe a rede
de atenção e proteção
UN3
UN3 Os serviços que compõe a rede de atenção e proteção
23
UN3 Os serviços que compõe a rede de atenção e proteção
Juizados
Núcleo da
Defensoria Pública especializados
Mulher Hospitais gerais
Ministério Público Serviços de atenção
Promotorias (casa do Unidades de Pronto
Juizado Criminal Cível às pessoas em
especializadas migrante) Atendimento
Posto de atendimento situação de
violência sexual Unidades Básicas de
humanizado nos Defensorias
Ouvidoria Saúde
aeroportos(tráfico de pessoas) especiliazadas
Justiça Saúde
24
UN3 Os serviços que compõe a rede de atenção e proteção
3.1 Saúde
nal de saúde que tiver mais confiança; este vai Atenção Psicossocial (CAPS). Este serviço pode
Na área da saúde todos os serviços devem ouvir e poderá, junto com a mulher, decidir qual o ser acionado para o atendimento caso a mulher
acolher mulheres em situação de violência, e, a melhor encaminhamento para a mesma. esteja em sofrimento psicológico, mental, ou
partir da escuta do relato da mulher em situação O acolhimento e o respeito são direitos das para o seu parceiro, caso ele tenha necessida-
de violência, realizar o atendimento – e se neces- mulheres que sofrem violência quando procuram des de cuidados na saúde mental, decorrentes
sário, o encaminhamento para outros serviços, os serviços de saúde. A violência também é um ou não do uso de álcool ou outras drogas.
avaliando o grau de risco e estabelecendo um problema de saúde! Para as situações que demandem atendimen-
processo de cuidado, com respeito às decisões Os serviços de saúde ofertam para mulheres to nos serviços de urgência e emergência, a re-
da mulher, sem julgamentos. vítimas de violência — cuidados em saúde, aco- ferência pode ser de uma UBS para uma Unidade
Se a mulher estiver sofrendo violência domés- lhimento, escuta, encaminhamento para a rede, de Pronto Atendimento (UPA) ou para o hospital.
tica, pode procurar uma Unidade Básica de Saúde profilaxias no caso de violência sexual. Entre as situações que precisam de atendimento
(UBS), preferencialmente a mais próxima da sua Outra possibilidade de encaminhamento den- de urgência e emergência estão especialmente
residência. Na UBS ela deve procurar o profissio- tro do setor saúde é o atendimento no Centro de as violências físicas e sexuais.
Muitos municípios têm também serviços es-
pecializados na área da saúde para a atenção a
Muitas UBS têm atendimento compartilhado
mulheres em situação de violência. Nestes ser-
com os Núcleos Ampliados de Saúde da
Família (NASF). Muitas destas equipes têm viços atuam profissionais médicos, enfermeiros,
profissionais psicólogos e assistentes psicólogos, entre outros, como parte da equipe
sociais que podem contribuir no apoio para de referência para elaboração de um plano de
que a mulher tome a melhor decisão para a
cuidados e o acompanhamento.
sua vida dentro do plano de cuidados.
25
UN3 Os serviços que compõe a rede de atenção e proteção
26
UN3 Os serviços que compõe a rede de atenção e proteção
órgão integrante do Sistema de Segurança Pú- Mulher (DEAM) mais próxima de sua residência. de corpo de delito. A delegacia vai iniciar um
blica de cada estado. À Polícia Civil compete Este registro pode ser feito pela mulher sozinha inquérito policial para apurar os fatos, ouvir
as ações de prevenção, registro de ocorrências, ou acompanhada por alguém da sua confiança testemunhas e reunir provas. Esta investigação
investigação e repressão de atos ou condutas (BRASIL, 2010). será encaminhada ao promotor de justiça. Se for
baseadas no gênero que configurem crime e Se for uma situação de emergência, telefone solicitada medida protetiva na delegacia, a polí-
infrações penais cometidos contra mulheres para o número 190 e peça apoio da polícia. Neste cia deve encaminhar ao juiz em até 48h, e o juiz
em situação de violência, devem ser feitas por último caso, será atendida pela polícia militar. É também tem o prazo de até 48 horas para decidir
meio de acolhimento com escuta ativa, reali- importante a mulher ser bastante direta na ex- se irá aplicar medidas protetivas de urgência.
zada preferencialmente por delegadas, e por plicação da gravidade e a urgência da situação.
equipe de agentes policiais, profissionalmente
E o que vai acontecer na delegacia
qualificados e atentos ao fenômeno da violência
quando fizer o BO?
de gênero, nos termos da Lei Maria da Penha,
nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, a qual cria A autoridade policial irá registrar seu relato. É
mecanismos para coibir a violência doméstica e importante fornecer todos os detalhes, como o
familiar contra mulheres. tipo de agressão, se teve ameaças, se o autor da
Ao sofrer violência doméstica, a mulher deve agressão possui armas, se a violência também
relatar a ocorrência dos fatos para efetuar o atinge filhos(as) ou dependentes, e indicar
registro do Boletim de Ocorrência (BO) contra o pessoas que testemunharam a agressão ou
autor da violência, caso seja a vontade dela; para agressões anteriores.
isso, pode comparecer a uma Delegacia comum Em seguida, será encaminhada para o Insti-
ou à Delegacia de Atendimento Especializado à tuto Médico Legal (IML) para realizar um exame
27
UN3 Os serviços que compõe a rede de atenção e proteção
Para pedir a medida protetiva, a mulher não vítima, pelo motivo de se tratar um crime de ação Mulher junto ao Ministério Público. Em alguns
precisa estar acompanhada de advogado. Além penal incondicionada. Em outras palavras, se municípios este serviço de referência está ligado
disso, pode solicitar a medida protetiva na realizado o BO nos casos de lesão corporal, não à assistência social ou à saúde. Para saber se
delegacia, na promotoria de justiça e também há como retirar o mesmo. Isso quer dizer que a este serviço existe no seu município, telefone
na defensoria pública. partir do Boletim de Ocorrência o processo não para o número 180 e pergunte.
dependerá da representação da vítima, ou seja,
3.4 Assistência jurídica
A medida protetiva é muito importante independe da manifestação da mulher à justiça
para evitar que o autor da violência dará o seguimento do fluxo no andamento do Lei nº 11.340/2006, conhecida como Lei
realize atos ainda mais violentos, e por processo judicial. Maria da Penha, diz que a mulher em situação
isso a denúncia e o BO são importantes.
Caso a mulher não queira procurar a polícia de violência doméstica tem direito à assistência
ou esteja insegura se quer mesmo fazer a jurídica em todos os momentos. Esta pode
Para a mulher acima de 18 anos de idade denúncia policial, ela pode procurar serviços procurar advogado ou, caso não possa pagar, é
a decisão de realizar o Boletim de Ocorrência de orientação jurídica ou psicológica, como seu direito ter acesso à Defensoria Pública do
Policial (BO) deve ser dela, salvo nos casos de os Centros Especializados de Atendimento à Estado ou um órgão que preste esse serviço gra-
risco de morte ou em que haja lesões físicas tuitamente, para ser acompanhada no processo
graves. cível e/ou criminal. A mulher não perde seus
Com relação ao Boletim de Ocorrência Policial direitos se precisar sair de casa para evitar a
(BO), é importante destacar que nos casos de violência. Nessas situações, deve procurar a
crime de lesão corporal no âmbito da violência autoridade policial e pedir proteção, transporte
doméstica, conforme Art. 129 do Código Penal para um lugar seguro e escolta para retirada dos
Brasileiro, este não é passível de retratação pela pertences da casa.
28
UN3 Os serviços que compõe a rede de atenção e proteção
Na defensoria as mulheres podem acessar tendo a violência, ele pode ser preso. Além disso, forma, estas prisões são temporárias. No final
orientações sobre os direitos que lhes são asse- o juiz pode pedir a prisão preventiva se houver do processo criminal o autor da violência pode
gurados (integridade, guarda de filhos, pensão necessidade e para garantir o cumprimento das ser condenado à prisão. Dentre as principais
alimentícia, acesso a programas sociais etc.), medidas protetivas de urgência. De qualquer medidas protetivas, destacam-se:
as situações que podem levar à prisão do autor
da violência, encaminhamento a atendimento
AÇÕES PROTETIVAS
psicossocial, entre outras atribuições.
Ao Ministério Público cabe representar a
Encaminhamento para programa de Suspensão da posse ou restrição de
sociedade na denúncia e busca de responsabili- proteção ou atendimento. posse de armas do autor de violência.
zação cível e criminal do autor da violência, so-
Pagamento de pensão alimentícia Proibição de contato com a vítima,
licitar medidas protetivas em defesa da mulher, para a mulher e/ou dependentes. seus familiares e testemunhas, por
requisitar força policial e serviços públicos de qualquer meio de comunicação
Restituição de bens indevidamente
saúde, de educação, de assistência social e de (telefone, e-mail, redes sociais).
retirados pelo autor de violência.
segurança, entre outros. Por sua vez, cabe a este Proibição do autor de violência de
Suspensão das procurações conferidas
serviço fiscalizar os estabelecimentos públicos frequentar determinados lugares.
pela mulher ao autor de violência.
e particulares de atendimento à mulher em situa- Restrição ou suspensão de visitas aos
Proibição temporária para celebração
ção de violência doméstica e adotar as medidas filhos ou demais dependentes.
de contratos de compra, venda e
administrativas ou judiciais cabíveis no tocante locação de bens em comum. Proibição da divulgação/ compartilha-
a quaisquer irregularidades constatadas. mento de fotos e/ou vídeos íntimos,
O afastamento do autor da violência
envolvendo a mulher, em redes
Se ao denunciar o autor da violência, e se a do lar, domicílio, ou local de
sociais ou qualquer outro meio.
polícia chegar enquanto o mesmo estiver come- convivência com a vítima.
29
UN3 Os serviços que compõe a rede de atenção e proteção
30
Considerações finais
31
Referências de violência. Departamento de Medicina Preventiva da
Recife/Pernambuco, Brasil. Ciênc. saúde colet., v. 21, n. D’OLIVEIRA, A. F. P. L.; SCHRAIBER, L. B et al. Manual para
2, fev. 2016. Disponível em: <https://www.scielosp.org/ profissionais de saúde sobre como atender mulheres
Anual-180_2016.pdf> Acesso em: 17 dez. 2018. Vitória, Espírito Santo, Brasil. Rev. Saúde Pública, v. 51,
32
MELO, Z. M.; SILVA, D. M.; CALDAS, M. T. Violência TONELI, F. M. J.; BEIRAS, Ad.; RIED, J. Homens autores
Intrafamiliar: crime contra a mulher na área metropolitana de violência contra mulheres: políticas públicas, desafios
do Recife. Psicol. Estud., v. 14, n. 1, p. 111-9, 2009. e intervenções possíveis na América Latina e Portugal.
33
UFSC | 2022