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Introdução

O presente trabalho de pesquisa visa falar de Galileu Galilei durante a


inquirição e suas implicações sobre as descobertas científicas. Foi um
importante cientista que realizou estudos inovadores nas áreas da física e
da astronomia, principalmente. Foi perseguido por defender o
heliocentrismo. Galileu Galilei foi um físico, matemático e astrônomo
italiano que ficou marcado na história como um dos maiores cientistas de
todos os tempos. Galileu demonstrou apreço pela Matemática quando
cursava Medicina pela Universidade de Pisa e acabou se tornando uma
importante referência em campos como a Física e a Astronomia. Ele
descobriu os satélites que orbitavam Júpiter e concluiu, por meio da
observação astronômica, que o modelo de Copérnico, que defendia que a
Terra orbitava o Sol, estava correto. Foi perseguido pela Santa Inquisição
por suas posições como cientista e obrigado a passar os últimos anos de
sua vida em prisão domiciliar.

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Galileu Galilei
físico, matematico, astronomo e filosofo florentino

Galileo di Vincenzo Bonaulti de Galilei, mais conhecido


como Galileu Galilei (Pisa, 15 de fevereiro de 1564 — Florença, 8
de janeiro de 1642), foi
um astrônomo, físico e engenheiro florentino, às vezes descrito
como polímata. Frequentemente é referenciado como "pai da
astronomia observacional", "pai da física moderna", "pai
do método científico" e "pai da ciência moderna".

Galileu Galilei

Galileu Galilei, por Justus Sustermans 1636.

Nascimento 15 de fevereiro de 1564


Pisa, Ducado de Florença

Morte 8 de janeiro de 1642 (77 anos)


Florença, Grao-ducado da
Toscana

Nacionalidade florentina

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Progenitores Mae: Giulia Ammannati
Pai: Vincenzo Galilei

Cônjuge Marina Gamba

Filho(a)(s) Maria Celeste (1600-1634) Freira


Lívia (n. 1601) Freira
Vincenzo (1606-1649)

Alma mater Universidade de Pisa

Assinatura

Orientador(es)(as) Ostilio Ricci[1]

Orientado(a)(s) Benedetto Castelli, Mario


Guiducci, Vincenzo Viviani

Instituições Universidade de
Pisa, Universidade de Padua

Campo(s) Astronomia, física e matematica

Galileu estudou o princípio da relatividade e fenômenos como


a rapidez e a velocidade, a gravidade e a queda livre, a inércia e
o movimento de projéteis, mas também trabalhou em ciência e
tecnologia aplicadas. Nesse âmbito, ele descreveu as propriedades
de pêndulos e "balanços hidrostáticos", inventou o termoscópio e
várias bússolas militares, e usou o telescópio para observações
científicas de objetos celestes. Suas contribuições à astronomia
observacional incluem a confirmação visual das fases de Vênus, a
observação dos quatro maiores satélites de Júpiter, a observação
dos anéis de Saturno e, a análise das manchas solares.

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Galileu defendeu os controversos heliocentrismo e
copernicanismo, quando a maioria adotava modelos geocêntricos,
como o sistema ticônico (combinação dos sistemas Copernicano e
Ptolemaico). Ele teve a oposição de astrônomos, que duvidavam do
heliocentrismo por conta da ausência da observação de
uma paralaxe estelar. O assunto foi então investigado em 1615 pela
igreja através da Inquisição Romana, que concluiu que o tema era
"tolo e absurdo em filosofia e formalmente herético, pois contradiz
explicitamente em muitos lugares o sentido da Sagrada Escritura".
Mais tarde, Galileu defendeu suas opiniões no Diálogo sobre os Dois
Principais Sistemas Mundiais (1632), que parecia atacar o papa
Urbano VIII e, assim, alienou-o dos jesuítas, que até então o haviam
apoiado.[8] Foi julgado pela Inquisição, considerado
"veementemente suspeito de heresia" e forçado a se retratar, e
passou o resto de sua vida em prisão domiciliar. Enquanto estava
preso, escreveu a obra Duas Novas Ciências, na qual resumiu o
trabalho feito, cerca de quarenta anos antes, nas duas ciências
atualmente designadas cinemática e força dos materiais.

Início da vida e família

Galileu nasceu em Pisa, então parte do Ducado de Florença, na


Península Itálica, em 15 de fevereiro de 1564, como o primeiro dos
seis filhos de Vincenzo Galilei, um lutenista, compositor e teórico
musical, e Giulia (née Ammannati), que se haviam casado em 1562.
Galileu tornou-se um lutenista talentoso e, desde cedo, teria
aprendido com o pai um ceticismo em relação às autoridades
estabelecidas.

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Quando Galileu Galilei tinha oito anos, sua família se mudou
para Florença, mas ele ficou com um tutor, Jacopo Borghini, por
dois anos. Ele foi educado de 1575 a 1578 na Abadia de
Vallombrosa, a cerca de trinta quilômetros ao sudeste de Florença.

Nome
Galileu costumava referir-se a si mesmo apenas pelo seu primeiro
nome. Na época, os sobrenomes eram opcionais na Itália, e seu
nome próprio tinha a mesma origem que seu nome de família,
Galilei. Esse seu sobrenome deriva, em última análise, de um
ancestral, Galileo Bonaiuti, um importante médico, professor e
político em Florença no século XV. Galileu Bonaiuti foi enterrado
na Basílica de Santa Cruz, em Florença, a mesma igreja onde, cerca
de duzentos anos mais tarde, seu descendente mais famoso, Galileu
Galilei, também foi enterrado.
Quando referia-se a si mesmo com mais de um nome, por vezes o
fazia com o nome "Galileo Galilei Linceo", uma referência
à Academia de Lincei, uma organização pró-ciência de elite na
Itália, da qual era membro. Era comum as famílias da Toscana de
meados do século XVI nomearem o filho mais velho com o
sobrenome dos pais. Portanto, Galileu Galilei não recebeu
necessariamente o nome de seu ancestral Galileo Bonaiuti. O nome
italiano masculino "Galileu" (daí o sobrenome "Galilei") deriva do
latim "Galilæus", que significa "Galiléia", uma região biblicamente
significativa no norte de Israel.
As raízes bíblicas do nome e sobrenome de Galileu se tornariam
objeto de um famoso trocadilho. Em 1614, durante o caso Galileu,
um dos oponentes de Galileu, o padre dominicano Tommaso
Caccini, proferiu contra Galileu um sermão controverso e influente
em que citou o versículo bíblico de Atos 1:11: "Vocês, homens da
Galileia, por que estão olhando para o céu?".

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Filhos

A filha mais velha de Galileu, Virginia, era particularmente


dedicada ao pai
Apesar de ter sido um devoto católico romano, Galileu foi pai de
três filhos fora do casamento, com Marina Gamba. Eles tiveram
duas filhas, Virginia (nascida em 1600) e Livia (nascida em 1601),
e um filho, Vincenzo (nascido em 1606).
Por causa de seu nascimento ilegítimo, o pai considerou que as
meninas jamais conseguiriam se casar, e que potencialmente elas
seriam pivô de problemas – na forma da necessidade de apoio
financeiro contínuo ou de dotes proibitivamente caros –
semelhantemente aos extensos problemas financeiros que Galileu
experimentou com duas de suas irmãs. Logo, sua única alternativa
viável era a vida religiosa. As duas meninas foram aceitas pelo
convento de San Matteo, em Arcetri, e permaneceram lá pelo resto
de suas vidas.
Virginia recebeu o nome de Maria Celeste ao entrar no convento.
Ela morreu em 2 de abril de 1634 e está enterrada com Galileu
na Basílica de Santa Cruz. Lívia adotou o nome de Arcangela e
viveu doente a maior parte de sua vida. Mais tarde, Vincenzo
foi legitimado como herdeiro legal de Galileu e casou-se com
Sestilia Bocchineri.

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Carreira como cientista
Embora Galileu tenha considerado seriamente o sacerdócio
quando jovem, a pedido de seu pai ele se matriculou, em 1580,
na Universidade de Pisa para obter um diploma de medicina. Em
1581, quando estava estudando medicina, ele notou
um candelabro oscilante, que, empurrado por correntes de ar,
balançava em arcos ora maiores, ora menores. Em comparação
com o seu próprio batimento cardíaco, parecia a ele que o lustre
levava a mesma quantidade de tempo para girar para frente e para
trás, não importando o quão longe estivesse balançando. Quando
voltou para casa, montou dois pêndulos de igual comprimento e
balançou um com uma grande amplitude e o outro com um
pequeno alcance e descobriu que eles oscilavam em sincronia. Não
foi até o trabalho de Christiaan Huygens, quase cem anos depois,
que a natureza tautocrônica de um pêndulo oscilante foi usada
para criar um relógio preciso. Até esse ponto, Galileu havia sido
deliberadamente mantido longe da matemática, pois um médico
tinha uma renda mais alta que um matemático. No entanto, depois
de assistir acidentalmente a uma palestra sobre geometria, ele
convenceu seu relutante pai a deixá-lo estudar matemática
e filosofia natural em vez de medicina. Ele criou um termoscópio,
um precursor do termômetro, e, em 1586, publicou um pequeno
livro sobre o projeto de uma balança hidrostática que ele havia
inventado (o que o levou à atenção do mundo acadêmico). Galileu
também estudou disegno, um termo que englobava belas artes e,
em 1588, obteve o cargo de instrutor na Accademia delle Arti del
Disegno, em Florença, ensinando perspectiva e chiaroscuro.
Inspirado na tradição artística da cidade e nas obras dos artistas
renascentistas, Galileu adquiriu uma mentalidade estética.
Enquanto jovem professor na Accademia, iniciou uma amizade,
que carregaria para o resto da vida, com o pintor florentino Cigoli,
que incluiu as observações lunares de Galileu em uma de suas
pinturas.
Em 1589, ele foi nomeado para a cátedra de matemática em Pisa.
Em 1591, seu pai morreu e ele foi encarregado dos cuidados de seu
irmão mais novo, Michelagnolo. Em 1592, ele se mudou para
a Universidade de Pádua, onde ensinou geometria, mecânica e
astronomia até 1610. Durante esse período, Galileu fez descobertas
significativas tanto em pesquisa fundamental (por exemplo,
na cinemática do movimento e na astronomia), quanto em ciência

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aplicada (por exemplo, resistência dos materiais e como pioneiro
do telescópio). Seus múltiplos interesses incluíam o estudo
da astrologia, que na época era uma disciplina ligada aos estudos
de matemática e astronomia.

Métodos científicos
Galileu fez contribuições originais para a ciência do movimento por
meio de uma combinação inovadora de experimentos e
matemática. Mais típicos da ciência na época eram os estudos
qualitativos de William Gilbert, sobre magnetismo e eletricidade. O
pai de Galileu, Vincenzo Galilei, um lutenista e teórico da música,
realizou experimentos estabelecendo talvez a mais antiga relação
não linear conhecida na física: para uma corda esticada, o tom
varia como a raiz quadrada da tensão. Essas observações se
enquadram no quadro da tradição musical pitagórica, bem
conhecida pelos fabricantes de instrumentos, que inclui o fato de
que subdividir uma corda por um número inteiro produz uma
escala harmoniosa. Assim, uma quantidade limitada de matemática
relacionava música e ciências físicas há muito tempo e o jovem
Galileu pôde ver as observações de seu próprio pai expandir essa
tradição.
Galileu foi um dos primeiros pensadores modernos a afirmar
claramente que as leis da natureza são matemáticas. Em Il
Saggiatore, ele escreveu "A filosofia está escrita neste grande livro,
o universo ... Está escrito na linguagem da matemática e seus
caracteres são triângulos, círculos e outras figuras geométricas; ...
". Suas análises matemáticas são um desenvolvimento adicional de
uma tradição empregada pelos filósofos naturais escolásticos
tardios, que Galileu aprendeu quando ele estudou filosofia.
Galileu mostrou uma apreciação moderna pela relação adequada
entre matemática, física teórica e física experimental. Ele entendeu
a parábola, tanto em termos de seções cônicas quanto em termos
das ordenadas (y) variando como o quadrado da abcissa (x).
Galileu afirmou ainda que a parábola era a trajetória teoricamente
ideal de um projétil uniformemente acelerado na ausência
de resistência do ar ou de outros distúrbios. Ele admitiu que há
limites para a validade dessa teoria, observando, com base teórica,
que uma trajetória de projétil de tamanho comparável ao
da Terra não poderia ser uma parábola, mas mesmo assim ele
manteve que, para distâncias até o alcance da artilharia de sua
época, o desvio da trajetória de um projétil de uma parábola seria
muito pequeno.

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Astronomia

Galileu mostra ao Doge de Veneza como usar o telescopio (afresco


de Giuseppe Bertini)

Foi nesta pagina que Galileu registrou pela primeira vez uma
observaçao das luas de Jupiter, o que perturbou a noçao de que
todos os corpos celestes devem girar em torno da Terra. Galileu
publicou uma descriçao completa em Sidereus Nuncius, em março
de 1610

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As fases de Venus, observadas por Galileu em 1610
Baseado apenas em descrições incertas do primeiro telescópio
prático que Hans Lippershey tentou patentear na Holanda em
1608, Galileu, no ano seguinte, fez um telescópio com ampliação de
cerca de três vezes. Mais tarde, ele criou versões aprimoradas com
ampliação de até trinta vezes. Com um telescópio refractor, o
observador podia ver imagens ampliadas e retas na Terra - o que
geralmente é conhecido como telescópio terrestre ou luneta. Ele
também poderia usá-lo para observar o céu; por um tempo ele foi
um dos que conseguiu construir telescópios bons o suficiente para
esse fim. Em 25 de agosto de 1609, ele demonstrou um de seus
primeiros telescópios, com uma ampliação de cerca de oito ou nove
vezes, aos legisladores venezianos. Seus telescópios também eram
uma linha lateral lucrativa para Galileu, que os vendia a
comerciantes que os consideravam úteis no mar e como itens de
troca. Ele publicou suas observações astronômicas telescópicas
iniciais em março de 1610 em um breve tratado intitulado Sidereus
Nuncius (Mensageiro Estrelado).

Supernova de Kepler
Tycho e outros observaram uma supernova de 1572. A carta de
Ottavio Brenzoni, de 15 de janeiro de 1605, a Galileu trouxe a
supernova de 1572 e a nova menos brilhante de 1601 ao
conhecimento de Galileu. Galileu observou e discutiu a supernova
de Kepler em 1604. Como essas novas estrelas não
exibiam paralaxe diurna detectável, Galileu concluiu que eram
estrelas distantes e, portanto, refutou a crença aristotélica na
imutabilidade dos céus.

As luas de Júpiter
Em 7 de janeiro de 1610, Galileu observou com seu telescópio o
que ele descreveu na época como "três estrelas fixas, totalmente
invisíveis por sua pequenez", todas próximas a Júpiter e em uma

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linha reta através dele. Observações nas noites subsequentes
mostraram que as posições dessas "estrelas" em relação a Júpiter
estavam mudando de uma maneira que seria inexplicável se
fossem realmente estrelas fixas . Em 10 de janeiro, Galileu
observou que uma delas havia desaparecido, uma observação que
ele atribuiu ao fato de estar escondida atrás de Júpiter. Dentro de
alguns dias, ele concluiu que elas estavam orbitando Júpiter: ele
havia descoberto três das quatro maiores luas de Júpiter. Ele
descobriu a quarta lua em 13 de janeiro. Galileu nomeou o grupo
das quatro estrelas mediceanas, em homenagem a seu futuro
patrono, Cosme II de Médici, grão-duque da Toscana, e os três
irmãos de Cosimo. Mais tarde, os astrônomos os renomearam
como satélites galileus em homenagem a seu descobridor. Esses
satélites foram descobertos independentemente por Simon
Marius em 8 de janeiro de 1610 e agora são
chamados Io, Europa, Ganymede e Callisto, os nomes dados por
Marius em sua obra Mundus Iovialis publicada em 1614.
As observações de Galileu sobre os satélites de Júpiter causaram
uma revolução na astronomia: um planeta com planetas menores
em órbita não estava em conformidade com os princípios
da cosmologia aristotélica, que sustentava que todos os corpos
celestes deveriam circular a Terra e muitos astrônomos e filósofos
inicialmente se recusaram a acreditar que Galileu poderia ter
descoberto uma coisa dessas. Suas observações foram confirmadas
pelo observatório de Cristóvão Clávio e ele recebeu boas-vindas de
um herói quando visitou Roma em 1611. Galileu continuou a
observar os satélites nos dezoito meses seguintes e em meados de
1611, ele havia obtido estimativas extraordinariamente precisas
para seus períodos - um feito que Kepler julgara impossível.

Vênus, Saturno e Netuno


Desde setembro de 1610, Galileu observou que Vênus exibia um
conjunto completo de fases semelhantes às da Lua. O modelo
heliocêntrico do Sistema Solar desenvolvido por Nicolaus
Copernicus previa que todas as fases seriam visíveis, uma vez que
a órbita de Vênus ao redor do Sol faria com que seu hemisfério
iluminado ficasse de frente para a Terra quando estava no lado
oposto do Sol e se afastasse da Terra quando estava no lado
terrestre do Sol. Por outro lado, no modelo
geocêntrico de Ptolomeu, era impossível para qualquer das órbitas
dos planetas cruzar a concha esférica que carregava o Sol.
Tradicionalmente, a órbita de Vênus era colocada inteiramente no

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lado mais próximo do Sol, onde só podia exibir fases crescentes e
novas. No entanto, também era possível colocá-lo inteiramente no
lado mais distante do Sol, onde ele exibia apenas fases gibosas e
cheias. Após as observações telescópicas de Galileu das fases
crescente, gibosa e cheia de Vênus, o modelo ptolomaico tornou-se
insustentável. Assim, no início do século XVII, como resultado de
sua descoberta, a grande maioria dos astrônomos se converteu em
um dos vários modelos planetários geo-heliocêntricos, como
o modelo capelano.[b]
Galileu observou o planeta Saturno e, a princípio, confundiu seus
anéis com planetas, pensando que era um sistema de três corpos.
Quando ele observou o planeta mais tarde, os anéis de Saturno
estavam diretamente orientados na Terra, fazendo-o pensar que
dois dos corpos haviam desaparecido. Os anéis reapareceram
quando ele observou o planeta em 1616, confundindo-o ainda
mais.
Galileu também observou o planeta Netuno em 1612. Ele aparece
em seus cadernos como uma das muitas estrelas escuras não
observáveis. Ele não percebeu que era um planeta, mas notou seu
movimento em relação às estrelas antes de perdê-lo de vista.

Manchas solares

O telescopio "cannocchiali" de Galileu no Museo Galileo, Florença


Galileu fez estudos a olho nu e telescópicos de manchas
solares. Sua existência levantou outra dificuldade com a perfeição
imutável dos céus, como postulado na física celestial aristotélica
ortodoxa. Uma aparente variação anual em suas trajetórias,
observada por Francesco Sizzi e outros em 1612-1613, também
forneceu um argumento poderoso contra o sistema ptolemaico e o
sistema geoheliocêntrico de Tycho Brahe.

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Lua

Ilustraçoes da Lua feitas por Galileu em Sidereus, Nuncius,


publicado em Veneza em 1610
Em 30 de novembro de 1609, Galileu apontou seu telescópio para a
Lua. Apesar de não ser a primeira pessoa a observar a Lua através
de um telescópio (o matemático inglês Thomas Harriot já havia
feito isso quatro meses antes, mas apenas viu uma "mancha
estranha"), Galileu foi o primeiro a deduzir a causa da desigual
como a oclusão de luz das montanhas e crateras lunares. Em seu
estudo, ele também fez gráficos topográficos, estimando as alturas
das montanhas. A Lua não era uma esfera translúcida e perfeita
como se acreditava e como afirmava Aristóteles, e dificilmente era
o primeiro "planeta", uma "pérola eterna que ascenderia
magnificamente ao império celestial", como proposto por Dante. Às
vezes, Galileu é creditado com a descoberta da libração lunar na
latitude em 1632, embora Thomas Harriot ou William
Gilbert possam ter feito isso antes.

Via Láctea e estrelas


Galileu observou a Via Láctea, que antes se acreditava ser
uma nebulosa, e descobriu que era uma multidão de estrelas tão
densas que pareciam nuvens quando vistas a partir da Terra. Ele
localizou muitas outras estrelas muito distantes para serem

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visíveis a olho nu e observou a estrela dupla Mizar na Ursa
Maior em 1617.
No Mensageiro Estrelado, Galileu relatou que as estrelas apareciam
como meras labaredas de luz, essencialmente inalteradas na
aparência pelo telescópio, e as comparavam aos planetas, que o
telescópio revelou ser discos. Porém, pouco depois, em Cartas
sobre Manchas Solares, ele relatou que o telescópio revelou que as
formas das estrelas e dos planetas eram "bastante redondas".
Desse ponto em diante, ele continuou relatando que os telescópios
mostravam a redondeza das estrelas e que as estrelas vistas
através do telescópio mediam alguns segundos de arco de
diâmetro. Ele também criou um método para medir o tamanho
aparente de uma estrela sem um telescópio. Conforme descrito em
seu Diálogo sobre os Dois Principais Sistemas Mundiais, seu método
era pendurar uma corda fina em sua linha de visão da estrela e
medir a distância máxima a partir da qual a estrela seria
totalmente obscurecida. A partir de suas medições dessa distância
e da largura da corda, ele conseguiu calcular o ângulo subtendido
pela estrela em seu ponto de observação.
Em seu Diálogo, ele relatou que havia encontrado o diâmetro
aparente de uma estrela de primeira grandeza não mais do que
cinco para ser arco-segundos, e que de um de sexta magnitude em
cerca de 5/6 segundos de arco. Como a maioria dos astrônomos de
sua época, Galileu não reconheceu que os tamanhos aparentes de
estrelas que ele mediu eram espúrios, causados por difração e
distorção atmosférica, e não representavam os verdadeiros
tamanhos de estrelas. No entanto, os valores de Galileu eram muito
menores do que as estimativas anteriores dos tamanhos aparentes
das estrelas mais brilhantes, como as feitas por Tycho Brahe, e
permitiram que Galileu contivesse argumentos anti-copernicanos,
como os feitos por Tycho, de que essas estrelas teriam que ser
absurdamente grandes para que suas paralaxes anuais sejam
indetectáveis. Outros astrônomos como Simon Marius, Giovanni
Battista Riccioli e Martinus Hortensius fizeram medições
semelhantes de estrelas, e Marius e Riccioli concluíram que os
tamanhos menores não eram pequenos o suficiente para
responder ao argumento de Tycho.

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Engenharia

Bussola geometrica e militar de Galileu, pensada para ter sido feita


c. 1604, por seu fabricante de instrumentos pessoais Marc'Antonio
Mazzoleni
Galileu fez uma série de contribuições para o que hoje é conhecido
como engenharia, distinta da física pura. Entre 1595 e 1598,
Galileu concebeu e melhorou uma bússola geométrica e militar
adequada para uso por artilheiros e topógrafos. Isto expandiu os
instrumentos anteriores projetados por Niccolò
Tartaglia e Guidobaldo del Monte. Para os atiradores, ofereceu,
além de uma maneira nova e segura de elevar os canhões
com precisão, uma maneira de calcular rapidamente a carga
de pólvora para balas de canhão de diferentes tamanhos e
materiais. Como instrumento geométrico, permitiu a construção de
qualquer polígono regular, o cálculo da área de qualquer polígono
ou setor circular e uma variedade de outros cálculos. Sob a direção
de Galileu, o fabricante de instrumentos Marc'Antonio Mazzoleni
produziu mais de 100 dessas bússolas, que Galileu vendeu (junto
com um manual de instruções que ele escreveu) por 50 liras e
ofereceu um curso de instrução no uso das bússolas por 120 liras.

Uma replica do telescopio sobrevivente mais antigo atribuído a


Galileu Galilei, em exibiçao no Observatorio Griffith
Em 1609, Galileu foi, juntamente com o inglês Thomas Harriot e
outros, um dos primeiros a usar um telescópio refrator como

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instrumento para observar estrelas, planetas ou luas. O nome
"telescópio" foi cunhado para o instrumento de Galileu por um
matemático grego, Giovanni Demisiani, em um banquete realizado
em 1611 pelo príncipe Federico Cesi para fazer de Galileu um
membro de sua Accademia dei Lincei. Em 1610, ele usou um
telescópio a curta distância para ampliar as partes de insetos. Em
1624, Galileu havia usado um microscópio composto. Ele entregou
um desses instrumentos ao cardeal Zollern em maio daquele ano
para apresentação ao duque da Baviera e, em setembro, enviou
outro ao príncipe Cesi. Os linceanos desempenharam novamente
um papel ao nomear o "microscópio" um ano depois, quando o
colega Giovanni Faber cunhou a palavra para a invenção de Galileu
a partir das palavras gregas μικρόν (mícron) que significa
"pequeno" e σκοπεῖν (skopein) "olhar para". A palavra deveria ser
análoga a "telescópio". Ilustrações de insetos feitas com um dos
microscópios de Galileu e publicadas em 1625, parecem ter sido a
primeira documentação clara do uso de um microscópio composto.
Em 1612, tendo determinado os períodos orbitais dos satélites de
Júpiter, Galileu propôs que, com um conhecimento suficientemente
preciso de suas órbitas, alguém pudesse usar suas posições como
um relógio universal, o que tornaria possível a determinação
da longitude. Ele trabalhou nesse problema de tempos em tempos
durante o resto de sua vida, mas os problemas práticos eram
graves. O método foi aplicado com sucesso por Giovanni Domenico
Cassini em 1681 e mais tarde foi amplamente utilizado para
grandes levantamentos de terra; esse método, por exemplo, foi
usado para analisar a França e, mais tarde, por Zebulon Pike, o
centro-oeste dos Estados Unidos, em 1806. Para a navegação
marítima, onde as observações telescópicas delicadas eram mais
difíceis, o problema da longitude acabou exigindo o
desenvolvimento de um cronômetro marinho portátil prático,
como o de John Harrison.
Galileu foi convidado em várias ocasiões para aconselhar sobre
esquemas de engenharia para aliviar as inundações nos rios. Em
1630, Mario Guiducci provavelmente foi fundamental para garantir
que ele fosse consultado por Bartolotti sobre um plano para cortar
um novo canal para o rio Bisenzio, perto de Florença.

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Física

Galileu e Viviani, 1892, Tito Lessi

Cupula da Catedral de Pisa com a "lampada de Galileu"


O trabalho teórico e experimental de Galileu sobre os movimentos
dos corpos, juntamente com o trabalho amplamente independente
de Kepler e René Descartes, foi um precursor da mecânica
clássica desenvolvida por Sir Isaac Newton. Galileu conduziu várias
experiências com pêndulos. Acredita-se popularmente (graças à
biografia de Vincenzo Viviani) que eles começaram assistindo os
balanços do candelabro de bronze na catedral de Pisa, usando seu
pulso como um temporizador. Experimentos posteriores são
descritos na obra Duas Novas Ciências. Galileu afirmou que um
pêndulo simples é isócrono, ou seja, que suas oscilações sempre
levam a mesma quantidade de tempo, independentemente
da amplitude. De fato, isso é apenas aproximadamente
verdade, como foi descoberto por Christiaan Huygens.
Galileu é menos conhecido, mas ainda creditado, por ser um dos
primeiros a entender a frequência do som. Raspando um cinzel em

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velocidades diferentes, ele vinculava a afinação do som produzido
ao espaçamento dos saltos do cinzel, uma medida de frequência.
Em 1638, Galileu descreveu um método experimental para medir
a velocidade da luz, organizando que dois observadores, cada um
com lanternas equipadas com persianas, observem as lanternas
um do outro a alguma distância. O primeiro observador abre o
obturador da lâmpada e, o segundo, ao ver a luz, abre
imediatamente o obturador da sua própria lanterna. O tempo entre
o primeiro observador abrir o obturador e ver a luz da lâmpada do
segundo observador indica o tempo que leva para a luz viajar entre
os dois observadores. Galileu relatou que, quando tentou isso a
uma distância de menos de um quilômetro, não conseguiu
determinar se a luz apareceu ou não instantaneamente. Em algum
momento entre a morte de Galileu e 1667, os membros
da Accademia del Cimento de Florença repetiram o experimento a
uma distância de cerca de uma milha e obtiveram um resultado
igualmente inconclusivo.

Corpos em queda
Uma biografia de Galileu feita por seu aluno, Vincenzo Viviani,
afirmou que ele havia jogado bolas do mesmo material, mas
de massas diferentes, da Torre Inclinada de Pisa para demonstrar
que o tempo de descida era independente da massa. Isto era
contrário ao que Aristóteles havia ensinado: que objetos pesados
caem mais rápido que objetos mais leves, em proporção direta ao
peso. Embora essa história tenha sido recontada em relatos
populares, o próprio Galileu não relata tal experimento e
geralmente é aceito pelos historiadores que foi no máximo
um experimento mental que realmente não ocorreu. Uma exceção
é Drake, que argumenta que o experimento aconteceu, mais ou
menos como Viviani descreveu. O experimento descrito foi
realmente realizado por Simon Stevin (vulgarmente conhecido
como Stevinus) e Jan Cornets de Groot, embora o edifício usado
tenha sido a torre da igreja em Delft em 1586. No entanto, a
maioria de seus experimentos com corpos em queda foram
realizados usando planos inclinados, onde as questões de tempo
e resistência do ar eram muito reduzidas. Em qualquer caso,
observações de objetos de tamanhos semelhantes de diferentes
pesos caíram na mesma velocidade são documentadas em obras
tão antigas quanto as de João Filopono, no século VI, e das quais
Galileu estava ciente.

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0:48CC
Durante a missao Apollo 15 em 1971, o astronauta David
Scott mostrou que Galileu estava certo: a aceleraçao e a mesma
para todos os corpos sujeitos a gravidade na Lua, mesmo que seja
um martelo e uma pena.
Em Discorsi, de 1638, o personagem de Galileu, Salviati,
amplamente considerado o porta-voz de Galileu, sustentava que
todos os pesos desiguais cairiam com a mesma velocidade finita no
vácuo. Mas isso havia sido proposto anteriormente
por Lucrécio[110] e Simon Stevin.
Galileu propôs que um corpo em queda caísse com uma aceleração
uniforme, desde que a resistência do meio pelo qual ele caísse
permanecesse insignificante, como no caso do vácuo. Ele também
derivou a lei cinemática correta para a distância percorrida
durante uma aceleração uniforme a partir do repouso — a saber,
que é proporcional ao quadrado do tempo decorrido
(d ∝ t 2). Antes de Galileu, Nicole d'Oresme, no século XIV, tinha
derivado a lei do tempo ao quadrado para mudanças
uniformemente aceleradas e Domingo de Soto havia sugerido no
século XVII que corpos caindo através de um meio homogêneo
seria uniformemente acelerado.
Ele também concluiu que os objetos retêm sua velocidade na
ausência de impedimentos ao movimento, contradizendo assim a
hipótese aristotélica geralmente aceita de que um corpo só poderia
permanecer em chamados movimentos "violentos", "não naturais"
ou "forçados" enquanto um agente de mudança (o "motor")
continuasse a agir sobre ele. Ideias filosóficas relacionadas
à inércia foram propostas por João Filopono e Jean Buridan. Galileu
afirmou: "Imagine qualquer partícula projetada ao longo de um
plano horizontal sem atrito; então sabemos, pelo que foi explicado
mais detalhadamente nas páginas anteriores, que essa partícula se
moverá ao longo do mesmo plano com um movimento uniforme e
perpétuo, desde que o plano não tenha limites". Isto foi
incorporado às leis do movimento de Newton (primeira lei), exceto
na direção do movimento: a de Newton é reta, a de Galileu é
circular (por exemplo, o movimento dos planetas em torno do Sol,
que segundo ele, e diferentemente de Newton, ocorre na ausência
de gravidade).

19
Teoria das marés

Galileu Galilei, retrato de Domenico Tintoretto


O cardeal Bellarmine havia escrito em 1615 que o sistema
copernicano não poderia ser defendido sem "uma verdadeira
demonstração física de que o Sol não circunda a Terra, mas a Terra
circunda o Sol". Galileu considerava sua teoria das marés para
fornecer tal evidência. Essa teoria era tão importante para ele que,
originalmente, ele pretendia chamar seu Diálogo nos Dois
Principais Sistemas Mundiais de Diálogo no Maré e no Mar.
Para Galileu, as marés eram causadas pelo deslizamento da água
nos mares, quando um ponto na superfície da Terra acelerava e
desacelerava devido à rotação da Terra em seu eixo e à revolução
em torno do Sol. Ele circulou seu primeiro relato das marés em
1616, dirigido ao cardeal Orsini.
Se essa teoria estivesse correta, haveria apenas uma maré alta por
dia. Galileu e seus contemporâneos estavam cientes dessa
inadequação, porque há duas marés altas diárias em Veneza, em
vez de uma, com cerca de 12 horas de diferença. Galileu descartou
essa anomalia como resultado de várias causas secundárias,
incluindo a forma do mar, sua profundidade e outros fatores.
Albert Einstein mais tarde expressou a opinião de que Galileu
desenvolveu seus "argumentos fascinantes" e os aceitou
acriticamente por um desejo de prova física do movimento da
Terra. Galileu também rejeitou a ideia, conhecida desde a
antiguidade e por seu contemporâneo Johannes Kepler, de que
a Lua causava a maré. Galileo também teve nenhum interesse
nas órbitas elípticas dos planetas propostas por Kepler.

20
Controvérsia sobre cometas e Il Saggiatore
Em 1619, Galileu se envolveu em uma controvérsia com o
padre Orazio Grassi, professor de matemática no Colégio Romano.
Começou como uma disputa sobre a natureza dos cometas, mas
quando Galileu publicou Il Saggiatore, em 1623, havia se tornado
uma controvérsia muito mais ampla sobre a própria natureza
da ciência. A página frontal do livro descreve Galileu como filósofo
e "Matematico Primario" do Grão-Duque da Toscana.
Como Il Saggiatore contém uma riqueza de ideias de Galileu sobre
como a ciência deve ser praticada, foi referido como seu manifesto
científico. No início de 1619, o padre Grassi publicou
anonimamente um panfleto, Uma Disputa Astronômica sobre os
Três Cometas do Ano de 1618, que discutia a natureza de um
cometa que apareceu no final de novembro do ano anterior. Grassi
concluiu que o cometa era um corpo ígneo que se movia ao longo
de um segmento de um grande círculo a uma distância constante
da Terra.
Os argumentos e conclusões de Grassi foram criticados em um
artigo subsequente, Discurso sobre os Cometas, publicado sob o
nome de um dos discípulos de Galileu, um advogado florentino
chamado Mario Guiducci, embora tenha sido amplamente escrito
pelo próprio Galileu. Galileu e Guiducci não ofereceram nenhuma
teoria definitiva sobre a natureza dos cometas, embora eles
apresentassem algumas tentativas de conjecturas que agora são
conhecidas por estarem erradas. (A abordagem correta para o
estudo de cometas foi proposta na época por Tycho Brahe.) Na
passagem inicial, o Discurso de Galileu e Guiducci insultou
gratuitamente o jesuíta Christoph Scheiner, e várias observações
não-elogiosas sobre os professores do Colégio Romano foram
espalhadas por todo o trabalho.[ Os jesuítas ficaram ofendidos e
Grassi logo respondeu com uma polêmica obra própria, O
Equilíbrio Astronômico e Filosófico, sob o pseudônimo de Lothario
Sarsio Sigensano, alegando ser um dos seus próprios alunos.
Il Saggiatore foi a resposta devastadora de Galileu ao Equilíbrio
Astronômico. Foi amplamente reconhecido como uma obra-prima
da literatura polêmica na qual os argumentos de "Sarsi" são
submetidos a um desprezo minguante. Foi recebido com grande
aclamação e agradou particularmente o novo papa, Urbano VIII, a
quem fora dedicado. Em Roma, na década anterior, Barberini, o
futuro Urbano VIII, havia ficado ao lado de Galileu e da Academia
Linceana.

21
A disputa de Galileu com Grassi alienou permanentemente muitos
dos jesuítas que antes eram solidários com suas ideias e Galileu e
seus amigos estavam convencidos de que esses jesuítas foram os
responsáveis por provocar sua condenação posterior. No entanto,
a evidência para isso é, na melhor das hipóteses, ambígua.

Controvérsia sobre o heliocentrismo

Galileu de frente para a Inquisição Romana, pintura de Cristiano Banti (1857)

Em todo o mundo anterior ao conflito de Galileu com a Igreja, a


maioria das pessoas instruídas subscrevia a
visão geocêntrica aristotélica de que a Terra era o centro do
universo e que todos os corpos celestes giravam em torno da
Terra[156] ou do sistema ticônico, que misturava geocentrismo
com heliocentrismo.
A oposição ao heliocentrismo e os escritos de Galileu combinaram
objeções científicas e religiosas. A oposição científica veio de Tycho
Brahe e de outros e surgiu do fato de que, se o heliocentrismo fosse
verdade, um paralaxe estelar anual deveria ser observado, embora
não existisse tal evidência na época. (Somente em 1838 Friedrich
Bessel foi capaz de observá-lo com precisão.) Copérnico
e Aristarco postularam corretamente que a paralaxe era
insignificante porque as estrelas estavam muito distantes. No
entanto, Tycho respondeu que, como as estrelas pareciam ter um
tamanho angular mensurável, se as estrelas estivessem tão
distantes e seu tamanho aparente fosse devido ao seu tamanho
físico, elas seriam muito maiores que o Sol. (De fato, não é possível
observar o tamanho físico de estrelas distantes sem telescópios
modernos). No sistema de Tycho, as estrelas eram um pouco mais
distantes que Saturno e o Sol e as estrelas eram comparáveis em
tamanho.

22
A oposição religiosa ao heliocentrismo surgiu de referências
bíblicas como o Salmo 93:1, 96:10 e 1 Crônicas 16:30, que incluem
texto afirmando: "O mundo também está estabelecido. Não pode
ser movido". Da mesma maneira, o Salmo 104:5 diz: "Ele (o
Senhor) lançou os fundamentos da terra, para que não se movesse
para sempre". Além disso, Eclesiastes 1:5 declara: "O sol também
nasce, e o sol se põe, e corre para o seu lugar onde nasce",
e Josué 10:14 afirma: "Sol, fique parado em Gibeão ...".
Galileu defendeu o heliocentrismo com base em suas observações
astronômicas de 1609 (Sidereus Nuncius 1610). Em dezembro de
1613, a Grã-duquesa Cristina de Florença confrontou um dos
amigos e seguidores de Galileu, Benedetto Castelli, com objeções
bíblicas ao movimento da Terra. Segundo Maurice Finocchiaro, isto
foi feito de maneira amigável e graciosa, por curiosidade. Induzido
por esse incidente, Galileu escreveu uma carta a Castelli na qual
argumentava que o heliocentrismo não era realmente contrário
aos textos bíblicos e que a Bíblia era uma autoridade sobre fé e
moral, não sobre ciência. Esta carta não foi publicada, mas circulou
amplamente. Dois anos depois, Galileu escreveu uma carta para
Cristina, que expandiu seus argumentos anteriormente feitos em
oito páginas para quarenta páginas.
Em 1615, os escritos de Galileu sobre heliocentrismo haviam sido
submetidos à Inquisição Romana pelo padre Niccolò Lorini, que
alegava que Galileu e seus seguidores estavam tentando
reinterpretar a Bíblia, o que era visto como uma violação
do Concílio de Trento e parecia perigosamente com
o protestantismo. Lorini citou especificamente a carta de Galileu a
Castelli. Galileu foi a Roma para defender a si mesmo e a suas
ideias copernicanas e bíblicas. No início de 1616, o
monsenhor Francesco Ingoli iniciou um debate com Galileu,
enviando-lhe um ensaio contestando o sistema copernicano.
Galileu afirmou mais tarde que acreditava que este ensaio tivesse
sido fundamental na ação contra o copernicanismo que se seguiu.
Segundo Maurice Finocchiaro, Ingoli provavelmente foi contratado
pela Inquisição para escrever uma opinião de especialista sobre a
controvérsia e o ensaio forneceu a "principal base direta" para as
ações da Inquisição.
O ensaio focalizou dezoito argumentos físicos e matemáticos
contra o heliocentrismo. Ele tomou emprestado principalmente
dos argumentos de Tycho Brahe e mencionou notavelmente o
argumento dele de que o heliocentrismo exigia que as estrelas
fossem muito maiores que o Sol. Ingoli escreveu que a grande

23
distância para as estrelas na teoria heliocêntrica "prova
claramente ... que as estrelas fixas são desse tamanho, pois podem
superar ou igualar o tamanho do círculo de órbita da própria
Terra". O ensaio também incluiu quatro argumentos teológicos,
mas Ingoli sugeriu que Galileu se concentrasse nos argumentos
físicos e matemáticos, e ele não mencionou as ideias bíblicas de
Galileu. Em fevereiro de 1616, uma comissão inquisitorial declarou
o heliocentrismo: "tolo e absurdo em filosofia e formalmente
herético, pois contradiz explicitamente em muitos termos o
sentido da Sagrada Escritura". A Inquisição concluiu que a ideia do
movimento da Terra "recebe o mesmo julgamento em filosofia e ...
em relação à verdade teológica, é pelo menos errônea na fé".
O papa Paulo V instruiu o cardeal Bellarmine a entregar essa
descoberta a Galileu e a ordená-lo a abandonar a opinião de que o
heliocentrismo era fisicamente verdadeiro. Em 26 de fevereiro,
Galileu foi chamado à residência de Bellarmine e ordenado a:
"abandonar completamente ... a opinião de que o sol fica parado no
centro do mundo e a Terra se move e, a partir de agora, não a
sustenta, ensina ou defende de qualquer maneira, seja oralmente
ou por escrito."
O decreto da Congregação do Index proibiu De Revolutionibus,
de Copérnico, e outros trabalhos heliocêntricos até a correção. As
instruções de Bellarmine não proibiram Galileu de discutir o
heliocentrismo como uma ideia matemática e filosófica, desde que
ele não advogasse por sua verdade física.
Durante a década seguinte, Galileu ficou bem longe da
controvérsia. Ele reviveu seu projeto de escrever um livro sobre o
assunto, incentivado pela eleição do cardeal
Maffeo Barberini como papa Urbano VIII em 1623. Barberini era
amigo e admirador de Galileu, e se opôs à advertência de Galileu
em 1616. O livro resultante de Galileu, Diálogo sobre os Dois
Principais Sistemas Mundiais, foi publicado em 1632, com
autorização formal da Inquisição e permissão papal.
Inconscientemente ou deliberadamente, Simplicio, o defensor da
visão geocêntrica aristotélica no Diálogo, era frequentemente pego
em seus próprios erros e às vezes se via como um tolo. De fato,
embora Galileu afirme no prefácio de seu livro que o personagem
recebeu o nome de um famoso filósofo aristotélico (Simplicius em
latim, "Simplicio" em italiano), o nome "Simplicio" em italiano
também tem a conotação de "simplório".
A maioria dos historiadores concorda que Galileu não agiu por
malícia e se sentiu surpreendido pela reação ao seu livro.

24
Galileu havia alienado um de seus maiores e mais poderosos
apoiadores, o Papa, e foi chamado a Roma para defender seus
escritos em setembro de 1632. Ele finalmente chegou em fevereiro
de 1633 e foi levado ao inquisidor Vincenzo Maculani para
ser acusado. Ao longo de seu julgamento, Galileu sustentou
firmemente que, desde 1616, manteve fielmente sua promessa de
não manter nenhuma das opiniões condenadas e, inicialmente,
negou sequer defendê-las. No entanto, ele acabou sendo
persuadido a admitir que, ao contrário de sua verdadeira intenção,
um leitor de seu Diálogo poderia muito bem ter tido a impressão
de que ele pretendia ser uma defesa do copernicanismo. Em vista
da negação bastante implausível de Galileu de que ele jamais
sustentou as ideias copernicanas depois de 1616 ou pretendeu
defendê-las no Diálogo, seu interrogatório final, em julho de 1633,
concluiu que ele era ameaçado de tortura se não dissesse a
verdade, mas ele manteve sua negação apesar da ameaça.
A sentença da Inquisição foi proferida em 22 de junho em três
partes essenciais:

 Galileu foi considerado "veementemente suspeito de heresia"


(embora ele nunca tenha sido formalmente acusado de
heresia, o que impediu que ele enfrentasse puniçoes
corporais), ou seja, por ter mantido a opiniao de que o Sol
permanece imovel no centro do universo, que a Terra nao
esta no centro e se move, e que isso pode sustentar e
defender uma opiniao como provavel depois de ter sido
declarada contraria a Sagrada Escritura. Ele foi obrigado
a "abjurar, amaldiçoar e detestar" essas opinioes.
 Ele foi condenado a prisao formal, a prazer da Inquisiçao. No
dia seguinte, a pena foi comutada para prisao domiciliar, sob
a qual ele permaneceu pelo resto de sua vida.
 Seu Diálogo "ofensivo" foi banido; e em uma açao nao
anunciada no julgamento, a publicaçao de qualquer um de
seus trabalhos foi proibida, incluindo qualquer obra que ele
pudesse escrever no futuro.

25
Retrato, atribuído a Murillo, de Galileu olhando para as palavras "E
pur si muove" (E, no entanto, ele se move) (nao legível nesta
imagem) arranhado na parede da cela da prisao.
Segundo a lenda popular, depois de retratar sua teoria de que a
Terra se movia ao redor do Sol, Galileu supostamente murmurou a
frase rebelde "E ainda assim se move". Uma pintura de 1640 do
pintor espanhol Bartolomé Esteban Murillo ou um artista de sua
escola, na qual as palavras foram ocultas até a restauração em
1911, retrata um Galileu encarcerado, aparentemente
contemplando as palavras "E pur si muove" escritas na parede de
sua masmorra. O relato escrito mais antigo conhecido da lenda
data de um século após sua morte, mas Stillman Drake escreve
"não há dúvida agora que as famosas palavras já eram atribuídas a
Galileu antes de sua morte".
Depois de um período com o amigável Ascanio Piccolomini (o
arcebispo de Siena), Galileu foi autorizado a voltar para sua casa
em Arcetri, perto de Florença, em 1634, onde passou parte de sua
vida em prisão domiciliar. Galileu recebeu ordem de ler os sete
salmos penitenciais uma vez por semana pelos três anos seguintes.
No entanto, sua filha Maria Celeste o aliviou do fardo depois de
obter permissão eclesiástica para assumir o cumprimento da
ordem.
Foi enquanto Galileu estava em prisão domiciliar que dedicou seu
tempo a uma de suas melhores obras, Duas Novas Ciências. Aqui,
ele resumiu o trabalho que havia feito cerca de quarenta anos
antes, nas duas ciências agora denominadas cinemática e força dos
materiais, publicadas nos Países Baixos para evitar os censores.
Este livro recebeu muitos elogios de Albert Einstein. Como
resultado deste trabalho, Galileu é frequentemente chamado de

26
"pai da física moderna". Ele ficou completamente cego em 1638 e
sofria de uma hérnia e insônia dolorosas, por isso foi autorizado a
viajar para Florença para aconselhamento médico.
Dava Sobel argumenta que antes do julgamento de Galileu em
1633, o papa Urbano VIII havia se preocupado com as intrigas da
corte e os problemas de Estado, e começou a temer perseguição ou
ameaças à própria vida. Nesse contexto, Sobel argumenta que o
problema de Galileu foi apresentado ao papa por membros da
corte e inimigos de Galileu. Tendo sido acusado de fraqueza na
defesa da igreja, Urbano reagiu contra Galileu por raiva e medo.

Morte

Tumulo de Galileu, Santa Croce, Florença

Galileu continuou a receber visitantes até 1642, quando, após


sofrer febre e palpitações cardíacas, morreu em 8 de janeiro de
1642, aos 77 anos. O Grão-Duque da Toscana, Ferdinando II,
desejava enterrá-lo no corpo principal da Basílica de Santa Cruz, ao
lado dos túmulos de seu pai e de outros ancestrais, e erigir um
mausoléu de mármore em sua homenagem.
Esses planos foram abandonados, no entanto, depois que o papa
Urbano VIII e seu sobrinho, o cardeal Francesco Barberini,
protestaram porque Galileu havia sido condenado pela Igreja
Católica por "veemente suspeita de heresia". Ele foi enterrado em
uma pequena sala ao lado da capela dos noviços, no final de um
corredor, do transepto sul da basílica até a sacristia.
Ele foi enterrado novamente no corpo principal da basílica em
1737, depois que um monumento foi erguido lá em sua
homenagem; durante essa exumação, três dedos e um dente foram
removidos de seus restos mortais. Um desses dedos, o dedo médio
da mão direita de Galileu, está atualmente em exposição no Museo
Galileo, em Florença, Itália.

27
Legado
Reavaliaçoes posteriores da Igreja

O caso Galileu foi amplamente esquecido após a morte dele e a


controvérsia se acalmou. A proibição da Inquisição de reimprimir
as obras de Galileu foi levantada em 1718, quando foi concedida
permissão para publicar uma edição de suas obras (excluindo o
condenado Diálogo) em Florença. Em 1741, o Papa Bento
XIV autorizou a publicação de uma edição dos trabalhos científicos
completos de Galileu que incluíam uma versão levemente
censurada do Diálogo. Em 1758, a proibição geral contra obras que
defendiam o heliocentrismo foi removida do Index Librorum
Prohibitorum, embora a proibição específica de versões sem
censura do Diálogo e De Revolutionibus, de Copernicus, tenha
permanecido. Todos os vestígios de oposição oficial ao
heliocentrismo pela igreja desapareceram em 1835, quando essas
obras foram finalmente retiradas do Index.

Galileu durante o seu julgamento pela Inquisiçao

O interesse pelo caso Galileu foi revivido no início do século XIX,


quando os polemistas protestantes o usaram (e outros eventos
como a Inquisição Espanhola e o mito da Terra plana) para atacar
o catolicismo romano. O interesse por ele aumentou e diminuiu
desde então. Em 1939, o papa Pio XII, em seu primeiro discurso
na Pontifícia Academia das Ciências, poucos meses após sua eleição
para o papado, descreveu Galileu como um dos "heróis mais
audaciosos da pesquisa ... sem medo dos obstáculos. e os riscos a
caminho, nem temeroso dos monumentos funerários". Seu
conselheiro próximo de 40 anos, o professor Robert Leiber,
escreveu: "Pio XII teve muito cuidado para não fechar

28
prematuramente nenhuma porta (à ciência). Ele foi enérgico nesse
ponto e lamentou isso no caso de Galileu."
Em 15 de fevereiro de 1990, em um discurso proferido
na Universidade Sapienza de Roma, o cardeal Ratzinger (mais
tarde Papa Bento XVI ) citou alguns pontos de vista atuais sobre o
caso Galileu como formando o que ele chamou de "um caso
sintomático que nos permite para ver quão profunda é a dúvida da
idade moderna, da ciência e da tecnologia hoje". Algumas das
opiniões que ele citou foram as do filósofo Paul Feyerabend, a
quem ele citou como tendo dito: "A Igreja na época de Galileu
mantinha muito mais proximidade com a razão do que o próprio
Galileu e ela também levou em consideração as consequências
éticas e sociais dos ensinamentos de Galileu. Seu veredicto contra
Galileu foi racional e justo e a revisão desse veredicto só pode ser
justificada com base no que é politicamente oportuno". O cardeal
não indicou claramente se ele concordava ou discordava das
afirmações de Feyerabend. Ele disse, no entanto: "Seria tolice
construir uma apologética impulsiva com base nessas visões".
Em 31 de outubro de 1992, o papa João Paulo II reconheceu que a
Igreja havia errado ao condenar Galileu por afirmar que a Terra
gira em torno do Sol. "João Paulo disse que os teólogos que
condenaram Galileu não reconheceram a distinção formal entre a
Bíblia e sua interpretação".
Em março de 2008, o chefe da Pontifícia Academia de
Ciências, Nicola Cabibbo, anunciou um plano para homenagear
Galileu erguendo uma estátua dele dentro das paredes do Vaticano.
Em dezembro do mesmo ano, durante os eventos que marcaram o
400º aniversário das primeiras observações telescópicas de
Galileu, o Papa Bento XVI elogiou suas contribuições à
astronomia. Um mês depois, no entanto, o chefe do Pontifício
Conselho para a Cultura, Gianfranco Ravasi, revelou que o plano de
erguer uma estátua de Galileu nos terrenos do Vaticano havia sido
suspenso.

29
Impacto na ciencia moderna

Selo comemorativo sovietico em homenagem a Galileu

Segundo Stephen Hawking, Galileu provavelmente tem mais


responsabilidade pelo nascimento da ciência moderna do que
qualquer outra pessoa, sendo que Albert Einstein o chamou de "pai
da ciência moderna".
As descobertas astronômicas e investigações de Galileu sobre a
teoria copernicana levaram a um legado duradouro que inclui a
categorização das quatro grandes luas de Júpiter descobertas por
ele (Io, Europa, Ganimedes e Calisto) como as "luas galileanas".
Outros esforços e princípios científicos têm o nome de Galileu,
incluindo a sonda Galileo, a primeira sonda a entrar em órbita em
torno de Júpiter, a proposta de sistema global de navegação por
satélite Galileo, a transformação entre sistemas
inerciais na mecânica clássica denominada transformação
galileana e a Gal (unidade), às vezes conhecido como Galileo, que é
uma unidade de aceleração não SI.
Em parte porque o ano de 2009 foi o quarto centenário das
primeiras observações astronômicas registradas por Galileu com o
telescópio, as Nações Unidas programaram-no para ser o Ano
Internacional da Astronomia. O planeta Galileu e o asteróide 697
Galilea são nomeados em sua homenagem.

Na mídia artística e popular


Galileu é mencionado várias vezes na seção "ópera" da música
"Bohemian Rhapsody, da banda Queen.
Várias peças do século XX foram escritas sobre a vida de Galileu,
incluindo A Vida de Galileu (1943) pelo dramaturgo alemão Bertolt
Brecht, com uma adaptação cinematográfica (1975), e Lamp At
Midnight (1947) por Barrie Stavis, assim como a peça de 2008
"Galileo Galilei".

30
Kim Stanley Robinson escreveu um romance de ficção científica
intitulado Galileo's Dream (2009), no qual o Galileu é trazido ao
futuro para ajudar a resolver uma crise da filosofia científica; a
história se move para frente e para trás entre a época de Galileu e
um futuro distante hipotético e contém uma grande quantidade de
informações biográficas.

Escritos

Estatua de Galileu do lado de fora de Uffizi, Florença

Estatua de Galileu por Pio Fedi (1815–1892) no interior do Edifício


Lanyon Universidade da Rainha em Belfast. Sir William Whitla
(professor de Materia Medica 1890–1919) trouxe a estatua de
volta da Italia e a doou a Universidade.

31
Os primeiros trabalhos de Galileu que descrevem instrumentos
científicos incluem o tratado de 1586, intitulado La Billancetta, que
descreve uma balança precisa para pesar objetos no ar ou na
água e o manual impresso de 1606, Le Operazioni del Compasso
Geometrico et Militare, sobre a operação de um sistema geométrico
e uma bússola militar.
O Sidereus Nuncius de Galileu, escrito em 1610, foi o primeiro
tratado científico a ser publicado com base em observações feitas
através de um telescópio. Ele relatou suas descobertas de:
 as luas galileanas;
 a aspereza da superfície da Lua;

a existencia de um grande numero de estrelas invisíveis a olho


nu, principalmente as responsaveis pelo surgimento da Via
Lactea;
 diferenças entre as aparencias dos planetas e as das estrelas
fixas - as primeiras aparecendo como pequenos discos,
enquanto as ultimas apareciam como pontos de luz nao
ampliados.

Galileu publicou uma descrição das manchas solares em 1613,


intitulada Cartas sobre as Manchas Solares sugerindo que o Sol e o
céu são corruptíveis. As Cartas também relataram suas
observações telescópicas de 1610 de todo o conjunto de fases de
Vênus e sua descoberta dos intrigantes "apêndices" de Saturno e
seu desaparecimento subsequente, ainda mais intrigante. Em
1615, Galileu preparou um manuscrito conhecido como "Carta à
Grã-duquesa Christina", que não foi publicada em formato
impresso até 1636. Essa carta era uma versão revisada da Carta a
Castelli, denunciada pela Inquisição como uma incursão na
teologia, defendendo o copernicanismo como fisicamente
verdadeiro e consistente com as Escrituras. Em 1616, após a
ordem da Inquisição de Galileu de não manter ou defender a
posição copernicana, Galileu escreveu o "Discurso sobre as Marés"
(Discorso sul flusso e o refluxo del mare) baseado na terra
copernicana, na forma de um carta particular ao cardeal Orsini. Em
1619, Mario Guiducci, aluno de Galileu, publicou uma palestra
escrita em grande parte por Galileu, sob o título Discurso sobre os
Cometas (Discorso Delle Comete), argumentando contra a
interpretação jesuíta dos cometas.
Em 1623, Galileu publicou Il Saggiatore, que atacava teorias
baseadas na autoridade de Aristóteles e promovia a

32
experimentação e a formulação matemática de ideias científicas. O
livro foi muito bem-sucedido e até encontrou apoio entre os
escalões mais altos da igreja cristã.

Frases de Galileu
 "A condição natural dos corpos não é o repouso, mas o
movimento."
 "Todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem
sido descobertas; o problema é descobri-las."
 "A Matemática é o alfabeto com o qual Deus escreveu o
Universo."

Publicações
As principais obras escritas de Galileu são as seguintes:

 La Bilancetta (1586);
 De Motu Antiquiora (c. 1590);
 Le mecaniche (c. 1600);
 Le operazioni del compasso geometrico et militare (1606);
 Sidereus Nuncius (1610);
 Discorso intorno alle cose che stanno in su l'acqua, o che in quella
si muovono (1612);
 Istoria e dimostrazioni intorno alle macchie solari (1613; trabalho
baseado em Tre lettere sulle macchie solari, 1612);
 Lettera a Madama Cristina di Lorena granduchessa di
Toscana (1615; publicado em 1636);
 Discorso del flusso e reflusso del mare (1616);
 Discorso delle Comete (1619);
 Il Saggiatore (1623);
 Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo (1632);
 Discorsi e Dimostrazioni Matematiche, intorno a due
nuove scienze (1638)

33
Resumo sobre Galileu Galilei
Galileu Galileu: pai do método científico
Galileu Galilei (em italiano Galileo Galilei) nasceu na cidade de Pisa,
Itália, no dia 15 de fevereiro de 1564. Passou grande parte de sua vida
em sua cidade natal.
Com 10 anos de idade foi estudar no Monastério de Santa Maria de
Vallombrosa, donde destacou-se por ser um aluno exemplar.
Posteriormente, já com 18 anos, seu pai resolve matriculá-lo na
Universidade de Pisa, no curso de Medicina.
Contra vontade do pai, abandonou o curso em 1585 e resolveu se
dedicar aos estudos da matemática clássica.
Contudo, desde cedo Galileu esteve interessado nos fenômenos
astronômicos e nos cálculos matemáticos, os quais o tornaram um dos
mais importantes cientistas do século XVI.
Suas teorias serviram de apoio e inspiração às ideias posteriores
de Isaac Newton. Podemos citar as três Leis dos Movimentos dos
Corpos (princípios da inércia, dinâmica, ação e reação) e a Lei da
Gravitação Universal.
Diante de seu notório brilhantismo, em 1588 foi indicado para ocupar
a Cátedra de Matemática na Universidade de Pisa.
Quatro anos mais tarde, em 1592, foi nomeado professor da Cátedra
de Matemática na Universidade de Pádua, e ali permaneceu 18 anos.
Viajou para Veneza, Roma e Florença a fim de aprofundar seus
estudos bem como divulgar suas ideias.
Entretanto, considerado um herege pelo Tribunal da Santa Inquisição,
foi acusado e perseguido pela Igreja Católica que o fez negar suas
teorias. Foi condenado à prisão domiciliar, pelo resto da vida.
Morreu cego, na cidade de Florença, no dia 08 de janeiro de 1642 no
mesmo ano em que nasceu Isaac Newton.
Em 1992, o Papa João Paulo II absolveu Galileu, reconhecendo que a
igreja tinha cometido um erro ao condená-lo.

Galileu Galilei foi um importante astrônomo, físico e matemático


italiano.
Ele é considerado um marco da revolução científica nas áreas da física
e da astronomia.
Os estudos de Galileu foram fundamentais para o desenvolvimento da
mecânica (movimento dos corpos) e a descoberta sobre os planetas e
os satélites.

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Fundador da Ciência Moderna e Pai da Física Matemática, uma de
suas relevantes contribuições reside, propriamente, na criação do
método científico.

Invenções de Galileu
Além de filósofo, professor, físico e astrônomo, Galileu foi um inventor.
Suas criações o auxiliaram no aprofundamento de teorias sobre o
movimento dos corpos, a inércia e os astros.
Como exemplo, podemos citar: o relógio de pêndulo, o binóculo, o
telescópio astronômico, a balança hidrostática, o compasso
geométrico, uma régua calculadora.
Galileu aprimorou o telescópio, tornando-o um instrumento para
observações astronômicas.
Principais Ideias e Descobertas
Defensor do Heliocentrismo de Nicolau Copérnico (1473-1543),
Galileu refutou as ideias de Aristóteles (384 a.C. - 322 a. C), uma vez
que acreditava que a terra não estava no centro do universo
(Geocentrismo).
Além disso, em 1589, publica um texto que discorda do teoria
proposta pelo filósofo grego sobre o peso dos corpos em queda livre.
Dessa maneira, demostrou que a velocidade da queda independe do
peso dos corpos.
Tentou medir a velocidade da luz, mas os equipamentos usados não
foram capazes de fazer tal medição.
Ao tomar conhecimento de um instrumento que permitia ver objetos
à longas distâncias, construiu seu próprio telescópio.
Conseguiu aperfeiçoar o equipamento, chegando a um aumento de 30
vezes, o que lhe permitiu fazer inúmeras observações dos corpos
celestes.
Entre suas descobertas astronômicas destacam-se o relevo da Lua, a
composição estelar da Via Láctea, os Satélites de Júpiter e as fases
de Vênus.

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Conclusão
Concluímos que o presente trabalho de pesquisa fez-nos conhecer melhor sobre a
vida do cientista que realizou estudos inovadores nas áreas da física e da
astronomia «Galileu Galilei», nasceu no dia 15 de fevereiro de 1564. Filho de
Vincenzo Galilei, e de Giulia Ammannati. Ao longo da sua carreira cientifica
descobriu e aprovou várias coisas, uma delas que o levou a ser perseguido pela
inquisição «modelo copernicano».

Agradecimento
Gostaríamos de concluir este trabalho agradecendo a Deus todo poderoso pela
vida e saúde, também dirigimos o nosso muito obrigado ao professor Mestre
Iabna Mbana quem nos deu este brilhante tema. Dada as exigências que o estudo
nos impõe hoje em dia, o trabalho investigado tem sido uma tarefa muito eficaz
no processo de ensino e aprendizagem!
Pela fase da vida que nos caracteriza, o tema é muito essencial para o nosso
conhecimento.
QUE VENHA MAIS TRABALHOS!

Referências
1. ↑ Galileu Galilei (em inglês) no Mathematics Genealogy Project
2. ↑ Modinos, A. (2013). From Aristotle to Schrödinger: The Curiosity of Physics,
Undergraduate Lecture Notes in Physics. Springer Science & Business
Mediaillustrated ed. [S.l.: s.n.] ISBN 978-3-319-00750-2
3. ↑ Singer, C. (1941). «A Short History of Science to the Nineteenth Century».
Clarendon Press: 217
4. ↑ Whitehouse, D. (2009). Renaissance Genius: Galileo Galilei & His Legacy to
Modern Science. [S.l.]: Sterling Publishing. p. 219. ISBN 978-1-4027-6977-1
5. ↑ Weidhorn, Manfred (2005). The Person of the Millennium: The Unique Impact
of Galileo on World History. [S.l.]: iUniverse. p. 155. ISBN 978-0-595-36877-8
6. ↑ Thomas Hobbes: Critical Assessments, Volume 1. Preston King. 1993. p. 59
7. ↑ Disraeli, I. (1835). Curiosities of Literature. [S.l.]: W. Pearson & Company. p. 371
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9. ↑ Sharratt 1994, pp. 127–131.
10. ↑ Finocchiaro 2010, p. 74.
11. ↑ Finocchiaro 1997, p. 47.
12. ↑ Hilliam 2005, p. 96.
13. ↑ Allan-Olney 1870.
14. ↑ O'Connor. The MacTutor History of Mathematics archive, ed. «Galileo
Galilei». University of St Andrews, Escócia. Consultado em 17 de janeiro de 2021
15. ↑ John Gribbin. The Fellowship: Gilbert, Bacon, Harvey, Wren, Newton and
the Story of the Scientific Revolution. The Overlook Press, 2008. p. 26.

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