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Livro Breves Fund1 Completo Versão15
Livro Breves Fund1 Completo Versão15
PROJETO
ÓRIA
NOSSA HISTA
NOSS E
IDENTIDAD
HINO DE BREVES
acordo com
De
BASE
a
NACION
AL COM
CURRIC UM
ULAR
HOMOLO
BNCC
GADA EM
LEI Nº 13 20/12/20
.415/201 17
7
Breves
Projeto Nossa História, Nossa Identidade
Breves-PA – Brasil – 2022
1ª Edição – 1ª Impressão
© Todos os direitos reservados.
Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia da Editora Tocantins,
poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados:
eletrônicos, mecânicos, fotográfi cos, gravação ou quaisquer outros.
Direção Editorial: Projeto Gráfico e Design:
César Vinicius Molina Jesiel Barros
Autor(a): Ilustrações:
Prof.ª Dra. Dione Leão Jesiel Barros
Revisão: Editoração Eletrônica:
Ana Cláudia Braga Jesiel Barros
iniciais
Breves-PA
Projeto Nossa História, Nossa Identidade
Bons estudos!
BIOGRAFIA DO AUTOR
Dione do Socorro de Souza Leão
Formação: Graduação: Licenciatura e Bacharelado em
História; Especialização: Estudos Culturais da Amazônia
(UFPA); Mestrado: História Social da Amazônia
(UFPA);Doutorado: Antropologia Social (UFPA)
SUMÁRIO
UNIDADE I – VAMOS CONHECER O LUGAR ONDE VIVEMOS ?.........................07
Capítulo 1 - Nossa localização, clima e paisagens naturais ....................... 08
Capítulo 2 – O nosso clima..................................................................... 12
Capítulo 3 - Nosso relevo....................................................................... 14
Capítulo 4 - Nossos rios e afluentes........................................................ 17
Capítulo 5 - Nossa vegetação................................................................ 20
Bre
esv
08
1 NOSSA LOCALIZAÇÃO, CLIMA E
PAISAGENS NATURAIS
No Pará, fica o Arquipélago Gurupá, Melgaço, Muaná, Ponta
de Marajó, considerado o maior de Pedras, Portel, Salvaterra,
Arquipélago f lúvio-marítimo do S a n t a C r u z d o A ra ri , S ã o
mundo, formado por cerca de Sebastião da Boa Vista e Soure.
3.000 ilhas e ilhotas é banhado O Marajó é dividido em
pelo Rio Amazonas, Rio Tocantins Marajó Oriental que inclui os
e pelo Oceano Atlântico, sua municípios de Cachoeira do Arari,
e x t e n s ã o t e r ri t o ri a l é d e Chaves, Muaná, Ponta de Pedras,
aproximadamente 50.000 Km . Salvaterra, Santa Cruz do Arari e
N o A r q u i p é l a g o d e M a ra j ó , Soure, e Marajó Ocidental, o qual
e x i s t e m a p rox i m a d a m e n t e nosso município de Breves é
557.231 habitantes (IBGE, 2018) pertencente, juntamente com
nos 17 municípios a ele Afuá, Anajás, Bagre, Curralinho,
pertencente que são eles: Afuá, Gurupá, Melgaço, Portel e São
Anajás, Bagre, Breves, Cachoeira Sebastião da Boa Vista.
do Arari, Chaves, Curralinho,
Foto: mapa da mesorregião do Marajó. Fonte: mapa dos municípios do marajó - Bing images
09
1 NOSSA LOCALIZAÇÃO, CLIMA E
PAISAGENS NATURAIS
O município de Breves, como territorial de 9.566,572 km e uma
mencionado anteriormente é um população de aproximadamente
dos 144 municípios do Pará. Ou 104.280 habitantes (IBGE, 2021),
seja, vivemos em uma Ilha no lado divididos entre os espaços rurais e
Ocidental do Arquipélago de cidade, é o município mais
Marajó. Breves possui uma área populoso do arquipélago.
Foto: vista aérea da cidade de Breves. Fonte: breves pará - Bing images
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1 NOSSA LOCALIZAÇÃO, CLIMA E
PAISAGENS NATURAIS
ATIVIDADES
11
2 O NOSSO CLIMA
12
2 O NOSSO CLIMA
ATIVIDADES
Vamos relembrar o que aprendemos sobre o texto que acabamos de
ler.
13
3 NOSSO RELEVO
NOSSO RELEVO
14
3 NOSSO RELEVO
NOSSO RELEVO
Fotos: J. Tadeu
Fotos: https://www.transportal.com.br/noticias/rodoviaria-fortaleza/ilha-de-marajo/
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3 NOSSO RELEVO
NOSSO RELEVO
ATIVIDADES
Vamos relembrar o que aprendemos sobre o relevo do nosso estado
do Pará.
É com você professor (a): Orientar pesquisas em outras fontes sobre as características
do relevo do estado do Pará, da região do Marajó e do município de Breves para
apresentação de trabalhos em sala de aula.
16
4
3 NOSSOS RIOS E AFLUENTES
NOSSO RELEVO
Águas Cristalinas
https://www.pousadaboto.com.br/post/salvaterra-%C3%A9-o-
para%C3%ADso-dos-igarap%C3%A9s-no-maraj%C3%B3
águas claras
https://ufo.com.br/artigos/a-casuistica-ufologica-da-ilha-do-marajo
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4
3 NOSSOS RIOS E AFLUENTES
NOSSO RELEVO
18
4
3 NOSSOS RIOS E AFLUENTES
NOSSO RELEVO
ATIVIDADES
Vamos relembrar o que aprendemos sobre os nossos rios.
Atenção Professor (a): Vamos pesquisar sobre a variedade de cores das águas dos rios
que cercam o município de Breves e entender as razões científicas dessas variações.
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5
3 NOSSA VEGETAÇÃO
NOSSO RELEVO
Foto: Árvore de Angelim Vermelho típicos das florestas de terra firme, 2019.
Fonte: https://amazonia.org.br/2020/02/apos-encontro-da-maior-arvore-da-amazonia-nova-expedicao-vai-mapear-mais-especies-gigantes/
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5
3 NOSSA VEGETAÇÃO
NOSSO RELEVO
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5
3 NOSSA VEGETAÇÃO
NOSSO RELEVO
https://chc.org.br/artigo/o-fantastico-mundo-das-palmeiras/
Ve g e t a ç ã o P i o n e i ra : Savana ou cerrado
presente nas praias e dunas, amazônico: encontrados em
específicas de solos arenosos, é a diferentes áreas do sul, oeste,
vegetação de mangue, dos tipos extremo sul do Estado do Pará,
ve r m e l h o s , b ra n c o e p r e t o , dependendo da região,
existentes em solos pastosos ou destacam-se nesse tipo de
lamosos. ve g e t a ç ã o a s á r vo r e s d e
mangaba, caímbe, pequi e as
campinaranas.
22
5
3 NOSSA VEGETAÇÃO
NOSSO RELEVO
A VEGETAÇÃO DO MARAJÓ
A vegetação no arquipélago formações f lorestais incluem as
de Marajó é constituída por três f lorestas de várzea (predomi-
fisionomias diferentes: campos nantes), as f lorestas de igapó e as
naturais, f loresta tropical densa e f lorestas ombrófilas densas de
ve g e t a ç ã o p i o n e i ra c o m terras baixas (matas de terra
inf luência marinha. Os campos fi r m e ) . A ve g e t a ç ã o c o m
n a t u ra i s , p r e d o m i n a n t e s n a inf luência marinha inclui os
região, podem ser sazonalmente manguezais e extensas praias e
inundáveis ou campos de terra- restingas. Sendo que na região de
firme, conhecidos localmente Breves, prevalece a f loresta
como tesos, e que apresentam tropical densa com matas de terra
ve g e t a ç ã o d e s a va n a . A s firme e inundada (várzea).
23
5
3 NOSSA VEGETAÇÃO
NOSSO RELEVO
ATIVIDADES
Vamos relembrar o que aprendemos sobre a nossa vegetação.
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UNIDADE II
QUEM SOMOS?
6 INDÍGENAS:
OS PRIMEIROS HABITANTES
Assim como no Brasil de urnas funerárias nas quais eram
modo geral, a história do Pará enterrados os chefes das tribos.
começou com os diversos grupos Por meio de estudo nessas urnas,
i n d í g e n a s q u e o c u p a va m o os arqueólogos descobriram que
território do Estado, a exemplo em muitas delas havia crânios mal
dos Tupinambás, Arauaques, formados, não porque nasceram
Tapajós, Condorizes, Jurunas, assim. Mas, pelo costume de
Cariatós, Aruãs, Pacajás, Mapuás, amarrar faixas nas cabeças dos
Anajás, Jacundás, Mundurukus, futuros chefes das tribos, desde
Gaviões e dezenas de outros que eram bebês. Ter o crânio
grupos. deformado na cultura deles, era
Sobre os indígenas do um sinal de status. Essa prática era
Marajó, por meio dos desenhos e muito utilizada pelos indígenas
formas da cerâmica utilitária, ou que habitavam a Cordilheira dos
seja, daquelas que usavam no seu Andes e chegou até o Marajó pela
dia-a-dia, como garrafas, vasos e ocorrência do contato entre os
louças, foi descoberto que estes, grupos, provando que não viviam
praticavam uma agricultura mais tão isolados como se pensa.
aperfeiçoada e tinham uma
organização social e política mais
complexa que outros grupos da
Amazônia.
Graças também a existência
de cemitérios indígenas e de
vestígios de antigas moradias, foi
possível verificar uma estratifi-
cação social, ou melhor, a
existência de desigualdades entre
os indígenas dessa região,
identificados nos desenhos das
Os povos indígenas e sua importância na História do Brasil 26
6 INDÍGENAS:
OS PRIMEIROS HABITANTES
E s t a é u r n a f u n e rá ri a
marajoara (cultura datada entre
400 e 1.400 AD) escavada pelos
arqueólogos Betty Meggers e
Clifford Evans, no ano de 1949. Foi
encontrada no sítio Guajará, na
localidade de Monte Carmelo, alto
rio Anajás. Atualmente, encontra-
se na Reserva Técnica Mário
Cerâmica Marajoara - Foto: de Lorena Porto Maia (2019).
Ferreira Simões,
S e n d o q u e a t ra j e t ó ri a utilizaram-se da guerra, da
histórica desses povos indígenas e e s c ra v i d ã o e d a s d o e n ç a s
de outros que habitavam o Pará, t ra z i d a s , p ro m ove n d o u m a
foi violentamente interrompida ve r d a d e i ra d e s t r u i ç ã o d o s
pelos colonizadores europeus, em p ri m e i ro s h a b i t a n t e s d e s s a
especial os portugueses que região.
motivados pela ideia de lucro,
29
6 INDÍGENAS:
OS PRIMEIROS HABITANTES
Por volta dos anos 2000, podemos destacar; o avanço de
existia uma população de garimpeiros, madeireiros, a
a p rox i m a d a m e n t e 3 7 . 6 8 1 construção de usinas hidrelétricas
habitantes indígenas no estado do e rodovias que cortam seus
Pará, sendo que 25.962 viviam nas territórios.
terras indígenas e 11.718 nas
cidades. Em 2010, 39.81 pessoas se
declaram indígenas no censo
divulgados pelo IBGE. Na
atualidade, ainda existem mais de
trinta grupos indígenas no Pará,
que enfrentam vários problemas
para sobreviverem em seus
t e r ri t ó ri o s , d e n t r e o s q u a i s
Foto: Povo Munduruku em coletiva de imprensa, em Brasília, 2019. Foto: Maurício Ângelo.
30
6 INDÍGENAS:
OS PRIMEIROS HABITANTES
ATIVIDADES
Agora vamos relembrar o que estudamos no texto que acabamos de
ler.
31
7 OS PORTUGUESES:
COLONIZADORES
A forte presença portuguesa atualidade, de início eram uma
na Amazônia vem desde os ação militar, utilizada para
tempos que o Brasil era colônia de defender as terras pertencentes a
Portugal, quando a província do P o rt u g a l d a s i n va s õ e s d e
G rã o - P a rá e ra d i r e t a m e n t e estrangeiros, como os ingleses,
ligada à Coroa portuguesa. Sendo franceses e holandeses e com isso
que, o processo de colonização e p ro m ove r a o c u p a ç ã o d o
e x p l o ra ç ã o p o r t u g u e s a n o território. Assim, a ocupação
território atual do estado do Pará, militar era considerada como
iniciou com a construção do uma forma de mostrar para os
fortim do presépio em Belém no estrangeiros como os holandeses,
ano de 1616, comandado pelo franceses e ingleses, que vinham
c a p i t ã o - m o r d o g ove r n o invadindo o território, que essas
português Francisco Caldeira terras já estavam ocupadas por
Castelo Branco. Os fortins ou Portugal.
fortes como são chamados na
32
7 OS PORTUGUESES:
COLONIZADORES
O s p ri m e i ro s r e g i s t ro s A primeira geração da família
oficiais da presença de europeus, Breves tem origem francesa.
mais especificamente portugue- Porém, os descendentes de
ses, na região de Breves, remete Manoel de Breves migraram para
ao ano de 1738, quando os Açores, pertencente ao domínio
fundadores de Breves receberam português e seu filho Antônio de
um lote de terras, deliberado pelo Souza Breves veio para o Brasil,
Capitão José de Nápole Telles de especificamente para Serra do
Menezes e fixaram-se em 1740 no Mar e da Mantiqueira em Piraí,
local. São João Marcos Itaguaí, Angra
dos Reis e locais adjacentes no
território do Rio de Janeiro, de
o n d e vi e ra m M a n o e l M a ri a
Fernandes Breves e Victoriano
Fernandes Breves, os primeiros a
ocuparem oficialmente a região
Norte. Sendo que o primeiro a
chegar em Breves foi Manoel
Maria Fernandes Breves, em
seguida veio Ângelo Fernandes
Breves, começando um pequeno
povoado. Manoel era solteiro e
Ângelo, casado com Inês de
Souza. Em suas terras, Manoel fez
roças e construiu um engenho que
denominou Santana. Com o
passar dos anos, outras famílias se
juntaram a eles, aumentando as
relações de trocas, alianças e
reciprocidades.
Foto: Casa do Sr. Sebastião Horta Félix (em ruínas) – localidade Cantagalo no Alto Mapuá, registro Dione Leão-2015.
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7 OS PORTUGUESES:
COLONIZADORES
ATIVIDADES
Agora vamos responder de acordo com o que aprendemos no texto.
Atenção Professor (a): Defina uma metodologia que possa aproximar o texto desse
capítulo com a existência, nos dias de atuais, das famílias citadas neste estudo, como por
exemplo: os Hortas, os Félix e outras de igual importância que surgirem no decorrer da
pesquisa.
36
8 OS AFRICANOS
37
8 OS AFRICANOS
“ E m M u a n á d o s 3. 5 24 h a b i t a n t e s , 5 0 3 e r a m
escravos e 3.021 livres não identificados; Cachoeira do
Arari - 3.463 habitantes, 130 brancos, 531 escravos, 1.362
livres não identificados; Monsarás - 857 habitantes, 88
brancos, 249 escravos, 190 índios, 130 mestiços, 200
livres não identificados; Monforte - 664 habitantes, 33 brancos.
124 escravos, 367 índios, 140 mestiços; Salvaterra - 497
habitantes, 46 brancos, 31 escravos, 296 índios, 124 mestiços;
Soure - 366 habitantes, 26 brancos, 155 escravos, 44 índios, 141
mestiços; Breves – 227 habitantes, 80 escravos, 147 livres não
identificados e Melgaço 5.719 habitantes, distribuídos
entre 1.021 brancos, 1.140 escravos, 1.440 índios e 2.118
mestiços” (Baena, 2004).
38
8 OS AFRICANOS
O movimento de fugas de
escravos era comum em Soure,
Gurupá, Chaves, dentre outras.
Por esse motivo, não era de se
estranhar que tivessem fugido
para Breves ou seguido para
outras direções pelos estreitos de
Breves, até chegar em lugares
mais distantes como Chaves na
fronteira Pará/Amapá/ Guiana
Francesa ou vice-versa.
40
8 OS AFRICANOS
ATIVIDADES
Agora vamos relembrar o que vimos no texto sobre a chegada dos
africanos em nossa região do Marajó.
Atenção Professor (a): Vamos fazer uma breve viagem pelo continente africano,
entender sobre a forma como os negros foram introduzidos no Brasil e orientar os alunos a
buscar em outras fontes mais informações sobre o período de escravidão no Brasil.
41
9 OS JUDEUS
Fonte: Reprodução - Blog da Família Roffé, ano de 1922, disponível em https:/ /porta-retrato-ap.blogspot.com.br/
43
9 OS JUDEUS
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9 OS JUDEUS
ATIVIDADES
Aqui vamos entender um pouco sobre a presença dos Judeu-
marroquinos em Breves.
Atenção Professor (a): Após a realização das leituras e pesquisas sobre este tema, vamos
realizar a culminância deste estudo, convidando algum membro dessas famílias de Judeu-
marroquinos que ainda residem em Breves para uma conversa sobre seus antepassados
com a turma.
45
10 OS NORDESTINOS
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10 OS NORDESTINOS
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10 OS NORDESTINOS
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10 OS NORDESTINOS
Foto: Casa de Dona Vitória Nogueira – rio Mapuá 2017 – Fotografia: Sebastião
Foto: Comunidade Santa Rita – Porto Cumaru, 2015 – Fotografia: Dione Leão.
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10 OS NORDESTINOS
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10 OS NORDESTINOS
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10 OS NORDESTINOS
ATIVIDADES
Vamos relembrar o que aprendemos sobre a presença dos
nordestinos no Marajó.
Atenção Professor (a): Após a realização da leitura deste capítulo, vamos organizar em
trabalhos de grupos a apresentação das características dos nordestinos, a partir da sua
cultura e costumes.
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UNIDADE III
BREVES NO CONTEXTO DO PERÍODO IMPERIAL
E
PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
Imagem ilustrativa das ações de revolta dos cabanos em Belém do Grão Pará. Fonte:
http://cstpsol.com/home/index.php/2020/01/08/185-anos-do-triunfo-do-movimento-cabano/
56
11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
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11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
Outras informações sobre a uma ligação mais forte e direta
Breves, vamos encontrar somente de comerciantes portugueses e
alguns anos mais tarde, dessa vez brasileiros do Grão-Pará com
o destaque vai para um dos Portugal e não com o governo
maiores eventos do século XIX no brasileiro. Esse grupo agia dessa
P a rá , o c o r ri d o e m 1 8 3 5 : a forma, pois era formado por
Cabanagem. homens ricos e poderosos que
Antes de mencionar a temiam perder muitos dos
participação de Breves neste privilégios adquiridos ao longo de
e ve n t o h i s t ó ri c o , va m o s anos, por isso o grupo apoiava a
relembrar alguns acontecimentos c o n t i n u i d a d e d o i m p é ri o
anteriores como a adesão do p o rt u g u ê s n o E s t a d o e n ã o
Estado do Grão-Pará à indepen- aceitava a independência do
dência do Brasil, ocorrido devido Brasil de Portugal.
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11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
Pará celebra uma data importante na sua história: a Adesão do Estado à Independência do Brasil. A ruptura com
Portugal aconteceu em 1823, somente um ano depois de o Brasil se tornar independente.
60
11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
Mesmo com a independência
do Brasil, a elite da província do
Grão-Pará, formada por
portugueses ricos, pretendia se
manter no poder. Os brasileiros
ricos, na sua maioria, acredita-
vam que o governo de D. Pedro I,
poderia mudar a situação política
deles, aumentando seu poder e
diminuindo os privilégios da elite
portuguesa.
Mas, acontece que o Pará,
era uma província com muitos
grupos sociais, não somente os
portugueses e brasileiros ricos.
Existia, uma maioria da popula-
ção, composta por pessoas
pobres que também queriam
melhorias na qualidade de vida.
Assim, indígenas, mestiços,
africanos que viviam precaria-
mente às margens dos rios em
construções generalizadas de
c a b a n a s , t a m b é m e s t a va m
descontentes com o governo do
imperador brasileiro e tinham
interesse em participar das
rebeliões e instalar em Belém um
governo popular e independente
que representassem também seus
interesses.
A mais sangrenta insurreição do império, o mais importante movimento
61 popular da história do Brasil.
11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
Além deles, proprietários qualidade de vida, durante o
r u ra i s e u r b a n o s e a l g u n s governo de Clemente Malcher.
membros da Igreja Católica, Entretanto, as principais medidas
também já tinham se mostrado desse presidente, deu prioridade
em favor de um governo indepen- para os portugueses. Chegando
dente do império no Pará. O apoio ao ponto de prender os próprios
desses grupos deu mais força ao c a b a n o s q u e m a n i f e s t a ra m
movimento revolucionário da contra as suas ideias de governo.
cabanagem. Por isso, podemos Por isso, o governo não durou
dizer que esse movimento não foi muito, em menos de dois meses o
homogêneo, ou seja, havia muitas primeiro presidente cabano foi
diferenças entre seus participan- deposto.
tes, pois cada grupo tinha
interesses próprios, conforme seu
nível social.
A data oficial do início da
cabanagem foi 07 de Janeiro de
1935, quando os cabanos
invadiram a cidade de Belém,
saindo-se vitoriosos, e instalaram
ali o primeiro governo cabano,
tendo em Clemente Malcher seu
primeiro presidente. Porém,
como dito antes, os diferentes
interesses dos participantes do
movimento, o presidente cabano,
não atendeu as expectativas dos
grupos menos favorecidos, que
acreditavam na melhoria da
62
11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
Em 1935, foi empossado o governo cabano independente de
segundo presidente, Francisco Belém, mas que foi contido pelo
V i n a g r e , m a i s u m a ve z u m presidente. O fato desagradou a
conjunto de ações do então maioria dos revoltosos, que
presidente mostrou não estar de invadiram a cidade e prenderam o
acordo com os interesses da presidente Francisco Vinagre.
maioria dos revolucionários Após esse acontecimento, a
cabanos. Francisco Vinagre se cidade de Belém foi novamente
mostrou contra a separação da invadida pelos cabanos, que mais
p roví n c i a d o G rã o - P a rá d o uma vez, saíram-se vitoriosos e
império brasileiro, punindo os escolheram um novo presidente
p r ó p ri o s c a b a n o s q u e n ã o para dar continuidade ao governo
concordavam com ele. Na cidade revolucionário, desta vez assumiu
de Cametá foi instaurado um Eduardo Angelim.
64
11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
O autor cita uma série de Igarapé-Miry e Anapú.
correspondências oficiais do No entanto, não existem
Padre Prudêncio José das Mercês mais detalhes de como o
Tavares, juiz de paz e defensor da movimento agiu em Breves. Sabe-
vila de Cametá com o Marechal se que ainda na atualidade, em
M a n o e l J o rg e R o d ri g u e s , vários lugares dos espaços rurais,
presidente da Província do Pará. muitas histórias foram passadas
Dentre as documentações, de geração em geração,
destaca-se um ofício de 04 de mencionando a presença dos
setembro de 1835 no qual o padre cabanos na região.
Prudêncio, descreveu a situação
vivida pelo resto da província,
assolada pelo terror, destacando
que inúmeras famílias e mais de
mil cidadãos de Igarapé-Miry,
Anapú, Oeiras e da capital,
a b a n d o n a ra m s u a s c a s a s e
vieram procurar refúgio na vila
dos Breves, porém não estavam
seguros por falta de armas e
mantimentos.
Para amenizar a situação, o
Padre Prudêncio, mandou para
Breves a barca Independência, a
fim de proteger algumas canoas
que estavam paradas no rio com
medo dos cabanos. Assim, a
embarcação foi enviada para
Breves e socorreu os habitantes, Pe. Prudêncio José das Mercês Tavares, Comandante
do Exército Anti-Cabano de Cametá.
juntamente com os refugiados de Instituto Histórico e Geográfico do Pará
65
11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
Alguns relatos ainda ref A partir daí o movimento
letem o caráter violento do não teve força para realizar a
movimento, outros associam o r e vo l u ç ã o q u e s e u s l í d e r e s
cabano a ideias de tesouros sonhavam principalmente os
enterrados em potes por eles em g r u p o s m e n o s f a vo r e c i d o s ,
toda a região, uma espécie de terminando a revolução em 1840.
lenda, na qual o cabano escolhia Mas, a luta cabana é sempre
em sonho uma pessoa para lembrada como sinônimo de
receber o tesouro, pois o mesmo resistência até a atualidade,
enterrou e não conseguiu voltar mencionada como uma das
mais para pegá-lo. grandes revoltas do período
regencial por ter envolvido um
Sabe-se que permaneceram
número enorme de participantes
em Breves, por um ano. Pois, o
de diferentes classes sociais do
último registro oficial apareceu
Pará e ter se espalhado também
em 1836, quando abandonaram a
pelos espaços de rios e f lorestas
r e g i ã o , d e p o i s d a s vi t ó ri a s
do interior do Estado, desper-
alcançadas entre os dias 20, 21, 22
tando em homens comuns o
de novembro do ano de 1835 na
interesse de lutar por seus ideais.
capital Belém.
66
Imagem: Representação em pintura da Cabanagem em lugares de rios e florestas.
Fonte: https://www.appai.org.br/conhecendo-a-cabanagem/
11 A PARTICIPAÇÃO DE BREVES
NO MOVIMENTO CABANO
ATIVIDADES
Atividades: Vamos relembrar o que aprendemos em relação ao
período Imperial e os primeiros tempos da República.
Atenção Professor (a): Vamos orientar nossos alunos a buscarem mais informações em
fontes diversas relacionadas à história do Pará, com foco no período apontado neste
capítulo.
67
12
A POPULAÇÃO DE BREVES, SUAS COMPOSIÇÕES
SOCIAIS E A EDUCAÇÃO PÚBLICA NO PERÍODO IMPERIAL
68
12
A POPULAÇÃO DE BREVES, SUAS COMPOSIÇÕES
SOCIAIS E A EDUCAÇÃO PÚBLICA NO PERÍODO IMPERIAL
Interessante, notar que
havia uma divisão de trabalho por
s e x o , o s p a p e i s e ra m b e m
definidos. Na atualidade, alguns
desses hábitos ainda são
preservados, o que demonstra
uma tradição nos modos de
trabalhar e produzir alimentos, a
exemplo do cultivo da mandioca
para a produção de farinha,
hábito de pescar e a prática do
extrativismo. Com r e l a ç ã o a o
a rt e s a n a t o d e c e râ m i c a ,
e n c o n t ra m o s e vi d ê n c i a s d a
produção até os anos de 1870, o
que significa que a extração de
borracha, tenha alterado este
ritmo de trabalho.
Ano
70
12
A POPULAÇÃO DE BREVES, SUAS COMPOSIÇÕES
SOCIAIS E A EDUCAÇÃO PÚBLICA NO PERÍODO IMPERIAL
Desse modo, podemos última evidência foi no ano de
observar que a população teve 1839 pelo registro de um viajante.
um acentuado crescimento no Porém, aparecem os africanos
município de Breves, destacando- escravos como parte da nossa
se os últimos anos, isso se deve ao composição étnica. Nós vamos
f a t o d a e n t ra d a d e m u i t o s ter notícias deles até 1888, quando
migrantes nordestinos e se tornaram livres. No entanto,
portugueses que a partir de 1870 desde os finais de 1880, existem
viveram para trabalhar nos solicitações de envio de verba por
negócios da borracha. parte da Câmara de Breves ao
É muito importante observar governo provincial para indenizar
que dentro dessa composição os proprietários de africanos
populacional, não encontramos a escravizados.
presença de indígenas mais, a
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12
A POPULAÇÃO DE BREVES, SUAS COMPOSIÇÕES
SOCIAIS E A EDUCAÇÃO PÚBLICA NO PERÍODO IMPERIAL
Em 1863, o número de escolas decimais, frações, proporções e
públicas, aumentou para três, geometria, elas não podiam ver
sendo duas na vila de Santana dos nada além das quatro operações
Breves e uma no rio Tajapuru. Até básicas. A educação das meninas
então, as escolas eram separadas era mais limitada que a dos
por sexo, havendo a escola de meninos e também envolvia
meninos e de meninas, uma aprender afazeres do lar como
característica da educação nos podemos ver na imagem a seguir,
tempos do império. não é de Breves, mas serve para
A p ri m e i ra g ra n d e l e i visualizarmos como era a sala de
educacional do Brasil, de 1827, aula do período em outros lugares
determinava que, nas “escolas de do Brasil, a exemplo de São Paulo,
primeiras letras” do Império, logicamente que vivíamos um
meninos e meninas estudassem outro contexto econômico e
separados e tivessem ensinos social e nossas escolas eram
diferentes. Em matemática, as diferentes. Mas, o currículo era o
meninas tinham menos lições do mesmo para todo o império.
que os meninos. Enquanto eles Notem que as meninas estão
aprendiam adição, subtração, aprendendo a bordar.
multiplicação, divisão, números
75
12
A POPULAÇÃO DE BREVES, SUAS COMPOSIÇÕES
SOCIAIS E A EDUCAÇÃO PÚBLICA NO PERÍODO IMPERIAL
ATIVIDADES
Atividades: : Neste capítulo vimos sobre a composição social da
população brevense e os espaços de educação nos tempos do
Império.
Atenção Professor (a): Devemos orientar nossos alunos para irem além da leitura e
produzir algo que represente sua percepção em relação à forma de educação contida no
texto. A produção pode ser textual, mas também em artes como desenhos e encenação
teatral, contando que se tenha aprendizagem, com uma visão crítica sobre o que
aconteceu conforme a história nos apresenta.
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12 DE LUGAR DOS BREVES A CIDADE DE BREVES
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13 DE LUGAR DOS BREVES A CIDADE DE BREVES
Imagem: Reprodução
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13 DE LUGAR DOS BREVES A CIDADE DE BREVES
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13 DE LUGAR DOS BREVES A CIDADE DE BREVES
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13 DE LUGAR DOS BREVES A CIDADE DE BREVES
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13 DE LUGAR DOS BREVES A CIDADE DE BREVES
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13 DE LUGAR DOS BREVES A CIDADE DE BREVES
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13 DE LUGAR DOS BREVES A CIDADE DE BREVES
ATIVIDADES
Atividades: Agora vamos ref letir sobre o que aprendemos em rela-
ção às mudanças que elevaram Breves de vila à cidade.
Atenção Professor (a): Vamos orientar nossos alunos para buscarem novas fontes de
pesquisas, com o intuito de investigar mais sobre essas transformações. Realize atividades
que possa contextualizar sobre os motivos que elevaram a vila dos Breves à condição de
cidade.
85
14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
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14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
Coronel
Lourenço Borges Coronel
Pereira da Silva
Coronel
Dr. Pedro de Toledo Bertino de Miranda
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14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
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14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
PRA VOCÊ
FICAR SABENDO...
CURIOSIDADE
O ano é 1901... São concedidas à intendência as terras
devolutas para aumentar o patrimônio da cidade com a
abertura de 04 ruas, 04 travessas, construção de três praças
públicas. Neste tempo, o patrimônio de Breves incluía 12
sobrados (casas), 77 casas térreo, 05 lojas de tecidos com
tabernas (comércio), 01 loja, 02 padarias, 01 açougue, 02
botequins, 04 canoas de regatão, 03 trapiches, 01 barbearia, 02
telheiros, 20 barracas, 04 edifícios públicos, 01 igreja, 01
capela, 05 tabernas, 01 farmácia drogaria, 01 casa de bilhar, 01
tipografia. (Braga, 1919).
90
14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
Imagem: Prédio da Prefeitura Municipal de Breves, onde também funcionou a Câmara Municipal.
Fonte: https://www.ferias.tur.br/fotogr/181415/imagensdacidadedebreves-pa/breves/
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14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
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Foto: Imagem da Vila de Antônio Lemos para onde foi transferida
a sede da cidade de Breves em 1906. (arquivo Dione Leão).
14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
O intendente de Belém Antônio José de Lemos, homenageado com o seu nome na nova sede da cidade
de Breves. (Fonte: internet e redes sociais sobre o tema).
93 Vila de Antônio Lemos, ilha de Nazaré, Rio Tajapurú Breves Marajó Pará
14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
PRA VOCÊ
FICAR SABENDO...
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14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
Imagem ilustrativa de madeiras em toras no porto de uma serraria no interior de Breves. (arquivo: Dione Leão).
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14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
Imagem: Obra da artista brevense Necy Balieiro, retratando o momento da chegada de Joaquim Magalhães Barata em uma de suas visitas
ao município de Breves na década de 1950. A obra faz parte da coleção da artista lançada no livro “Breves Memórias” em 2022.
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14 BREVES NOS PRIMEIROS TEMPOS DA REPÚBLICA
ATIVIDADES
Atividades: Vamos aprofundar nosso conhecimento sobre a cidade
de Breves nos primeiros tempos da República.
Atenção Professor (a): Vamos dividir nossa turma em cinco grupos, distribuindo a cada
grupo um tema diferente, com base nas perguntas desta atividade. Em seguida, mobilizar
as condições necessárias para que os alunos possam buscar as respostas possíveis e
apresentar de forma objetiva e clara a percepção do grupo em relação aos
acontecimentos.
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UNIDADE IV
NOSSAS FORMAS DE SOBREVIVÊNCIA
15 O NEGÓCIO DA BORRACHA
104
Ciclo da extração do látex.
Produção se dá ao longo de quase todo o ano. Arte: Marina Mendes da Rocha
15 O NEGÓCIO DA BORRACHA
Em Breves, a extração, p ro d u ç ã o p a ra o s vá ri o s
p ro d u ç ã o e n e g o c i a ç ã o d a comerciantes da região,
borracha eram feitas da seguinte dispersos pelos principais rios de
forma: o seringueiro extraía a Breves que revendiam o produto
b o r ra c h a d a s á r vo r e s d e para regatões da capital. Cabe
seringueiras, eram na sua maioria mencionar que o negócio da
pessoas muito pobres financeira- borracha era algo específico dos
mente, dentre os quais podemos espaços rurais. Nesse sentido, os
destacar os nordestinos e os grandes comerciantes de Breves
moradores nativos dos espaços viviam em vilas, juntamente com
rurais, descendentes de as suas famílias e agregados.
indígenas. Eles entregavam a
Foto Divulgação: Barcos Regatões, responsáveis pela embarcação dos produtos de extrativismo.
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15 O NEGÓCIO DA BORRACHA
PRA VOCÊ
FICAR SABENDO...
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15 O NEGÓCIO DA BORRACHA
ATIVIDADES
Atenção Professor (a): Vamos orientar nossos alunos (a) para aprofundar esta pesquisa
sobre o ciclo da borracha na Amazônia a partir de novas leituras, mas em seguida, junto
com eles (a) vamos identificar qual localidade mais próxima da sua escola viveu as
experiências relacionadas ao negócio da borracha e as práticas do aviamento.
111
16 O COMÉRCIO DE FRUTAS, SEMENTES,
ÓLEOS VEGETAIS E ARROZ DE VÁRZEA
óleo arroz de
sementes
vegetal várzea
113 Fábrica de Açaí, situada às margens do rio Jaburu, no mesmo local onde funcionava
a indústria madeireira Mainardi.
16 O COMÉRCIO DE FRUTAS, SEMENTES,
ÓLEOS VEGETAIS E ARROZ DE VÁRZEA
Em Breves, por meio dos rios região.
e portos, outros produtos como A realidade de Breves até os
sementes oleaginosas, peles e anos de 1940 aproximadamente,
carnes de animais silvestres, era de uma maioria de habitantes
cruzavam os estreitos de Breves residindo nos espaços rurais e que
em embarcações de variados se dedicavam à extração e ao
tamanhos para serem negociados cultivo de vários produtos das
em diferentes lugares, tanto na f lorestas e sobreviviam do seu
cidade como no mundo. Nós já consumo e venda.
apresentamos a vocês a borracha
que está incluída, também entre No verão os moradores
o s p ro d u t o s q u e ve m d a s abriam roçados de mandioca,
f lorestas. milho, arroz, feijão, melancia,
jerimum, banana, maxixe, dentre
Em 1939, o jornal Estado do outros. Além de pescar e caçar
Pará ressaltou a grande complementavam a alimentação
va ri e d a d e d e p ro d u t o s q u e c o m p e q u e n a s c ri a ç õ e s d e
compunham a economia local de galinhas, porcos e patos.
Breves nesta década, destacando Trabalhavam ainda com a lenha e
as sementes oleaginosas, a palha de buçu.
madeira de lei, o timbó e outras
raízes consideradas preciosas na
114
16 O COMÉRCIO DE FRUTAS, SEMENTES,
ÓLEOS VEGETAIS E ARROZ DE VÁRZEA
Imagem ilustrativa do Jornal O estado do Pará e o texto da reportagem sobre Breves em 1939
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16 O COMÉRCIO DE FRUTAS, SEMENTES,
ÓLEOS VEGETAIS E ARROZ DE VÁRZEA
ATIVIDADES
Atividades: Aqui vamos aprofundar nosso conhecimento sobre o
comércio de frutas, sementes, óleos vegetais e o arroz de várzea no
município de Breves no período estudado.
Atenção Professor (a): Vamos realizar um estudo crítico sobre a capacidade do nosso
município de produzir alimentos nos dias atuais. Vamos entender a partir da merenda
escolar, dos produtos vendidos nas feiras municipais e nos comércios de alimentos e frutas,
quais dos produtos mais consumidos são produzidos em nosso município e quais vêm de
fora. Vamos procurar saber dos órgãos públicos competentes o que está sendo feito para
que Breves volte a se destacar novamente como um grande produtor agrícola no futuro.
117
17
O REGATÃO E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS MODOS
DE VIDA RIBEIRINHOS
119
17
O REGATÃO E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS MODOS
DE VIDA RIBEIRINHOS
ATIVIDADES
Atividades: A partir do que acabamos de ler, vamos produzir um
texto de no mínimo 15 e no máximo 20 linhas sobre a figura do
“regatão” na história do município de Breves.
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Atenção Professor (a): É hora de orientar nossos alunos (a) para uma releitura do texto
com bastante atenção, além de fazer uma detalhada explicação sobre o tema, para
posterior iniciar a atividade. É importante também identificar se há na escola, ou na
comunidade próxima, alguém que tenha vivenciado este tempo e que possa falar sobre a
figura do regatão em sala de aula.
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18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
Imagem: As instalações da BISA S/A na década de 1960, segundo as memórias retratadas em pintura de tela da
artista brevense Necy Balieiro, como parte da coleção de obras que estão no livro “Breves Memórias” de autoria da
artista, lançado em 2022.’
A primeira madeireira do n o m e n c l a t u ra p a ra B r e ve s
município de Breves foi instalada Industrial Sociedade Anônima,
em 1917, na vila Antônio Lemos. Na conhecida pela população como
cidade foi a empresa Moinhos de BISA.
Breves Ltda., fundada em 1925,
que mais tarde mudou a
121
18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
Imagem: Galpão da madeireira - Breves Indústria Sociedade Anônima (BISA) na década de 1960. (arquivo: Dione Leão).
Imagem da Loja Marajó Tecidos que ocupa parte do galpão da antiga Breves Industrial Sociedade Anônima-BISA nos dias atuais.
Fonte: https://nicelocal.br.com/breves/shops/type/tissue/
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18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
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Imagem: Trabalhadores da BISA, em cima de monte de moinha
(serragem de madeira), na década de 1950. (arquivo Dione Leão).
18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
Legenda: Toras de madeiras das madeireiras, década de 1950. (arquivo: Dione Leão).
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18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
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18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
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18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
VILA DE
ANTÔNIO LEMOS
estavam a Madeiras da Amazônia S.A (MADASA), Vipasa, São Luís
Madeira S.A (SALUMASA), Diana Pallucci, Empresa Tropical Indústria e
Comércio.
VILA DE CORCOVADO
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18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
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18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
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18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
Imagem: Parte do patrimônio da empresa ROBCO, às margens do rio Parauaú, ainda resiste ao tempo, 2014. (foto: Dione Leão).
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18 A INDÚSTRIA DA MADEIRA
ATIVIDADES
Atividades: Aqui vamos ref letir e aprofundar sobre o histórico papel
da Indústria madeireira em Breves, a partir dos seguintes
questionamentos:
Atenção Professor (a): Sobre este tema, cabe mobilizar junto à sua escola e ao órgão
gestor municipal, as condições e estrutura para possibilitar aos alunos que visite pelo
menos um dos locais onde funcionaram as maiores indústrias de madeiras da região. Cabe
à escola, escolher o local mais próximo e apresentar este universo de histórias grandiosas
e curiosas vividas em um tempo recente.
133
Arte J. Tadeu
UNIDADE v
AS TRANSFORMAÇÕES NAS PAISAGENS
DO MUNICÍPIO DE 1950 A 1990
Arte J. Tadeu
19 AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM DE 1950 A 1960
Imagem: Vista parcial da frente da cidade de Breves em 1964. (arquivo Dione Leão).
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19 AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM DE 1950 A 1960
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19 AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM DE 1950 A 1960
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19 AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM DE 1950 A 1960
Imagem: Colégio Santo Agostinho na década de 1950. Espaço cercado apenas por árvores. (arquivo: Dione Leão).
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Imagem ilustrativa que mostra em forma de desenho as instalações da Breves
Industria Sociedade Anônima – BISA em pleno funcionamento.
19 AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM DE 1950 A 1960
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19 AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM DE 1950 A 1960
ATIVIDADES
Atividades: É hora de vermos aqui o que aprendemos sobre as
transformações na paisagem da cidade de Breves nos anos de 1950 a
1960.
Atenção Professor (a): Vamos incentivar a turma a buscar mais informações sobre essas
alterações da paisagem da cidade, bem como orientá-los sobre a importância de
entender como se deu o crescimento populacional da cidade de Breves e
consequentemente a expansão do espaço urbano da cidade.
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DE 1970 A 1980, UMA DÉCADA DE AUGE MADEIREIRO,
O QUE MUDOU NA PAISAGEM DE BREVES
Imagem: Pavimentação de parte da orla da cidade em frente ao mercado municipal na década de 1970,
pertencente ao arquivo pessoal de Wilson Câmara Frazão Neto e Cláudio Frazão.
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DE 1970 A 1980, UMA DÉCADA DE AUGE MADEIREIRO,
O QUE MUDOU NA PAISAGEM DE BREVES
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Imagem: Mulheres em pose para fotografia entre as toras
de madeira empilhadas na década de 1970.
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DE 1970 A 1980, UMA DÉCADA DE AUGE MADEIREIRO,
O QUE MUDOU NA PAISAGEM DE BREVES
As décadas de 1970 e 1980 1980 a população subiu para
compreendem o auge da 55.749. Por conta disso, a cidade
produção de madeira em Breves. começou a se estruturar de forma
Esse foi o período que mais mais rápida, principalmente com
recebeu migrantes das áreas a melhoria no saneamento básico
rurais de Breves. Muitas famílias porque as ruas sempre ficavam
vieram para tentar a vida na alagadas no período de chuvas e
cidade e proporcionar acesso à m u i t a a r e i a n o ve rã o . A
educação para os filhos. As pavimentação foi intensificada
madeireiras ofereciam emprego p ri n c i p a l m e n t e n a s r u a s d o
para quem chegasse e absorviam centro. Sem esquecer a melhoria
toda a mão-de-obra disponível. A n a á r e a p o rt u á ri a c o m a
população deu seu maior salto no c o n s t r u ç ã o d e p o rt o s m a i s
crescimento. Em 1970 moravam adequados para receber os
no município 38. 234 pessoas. Em visitantes.
Imagem: Trecho da pavimentação da orla portuária, próximo ao Trapiche Municipal na década de 1970.
Fotografia pertencente aos arquivos de Wilson Câmara Frazão Neto.
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DE 1970 A 1980, UMA DÉCADA DE AUGE MADEIREIRO,
O QUE MUDOU NA PAISAGEM DE BREVES
Imagem: Pavimentação de trecho da orla portuária na década de 1970, pertencente aos arquivos de Wilson Frazão Neto.
Imagem: Trapiche de madeira construído na década de 1980, foto cedida por Wilson Câmara Frazão Neto e Cláudio Frazão.
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DE 1970 A 1980, UMA DÉCADA DE AUGE MADEIREIRO,
O QUE MUDOU NA PAISAGEM DE BREVES
Referências ao processo de Foi nesse período que a
pavimentação de diversas ruas e cidade se expandiu para todos os
do cais de acostamento da cidade lados. Até então existia somente
foram encontradas em decretos um bairro em Breves. Depois
da Câmara Municipal de Breves surgiram os bairros Cidade Nova,
do ano de 1971, assinado pelo Aeroporto, Castanheira, Santa
então prefeito João Messias dos Cruz, Riacho Doce e Bandeirantes
Santos. Além dele, destacaram-se que posteriormente se
nas duas décadas os prefeitos transformou no bairro Parque
C a r l o s E s t á c i o e G e r vá s i o Universitário, onde na atualidade
Bandeira, que tiveram mandatos abriga o entorno da Universidade
consecutivos. Federal do Pará.
147 Imagem: Movimento Universidade Já, década de 1980. (arquivo: Dione Leão).
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DE 1970 A 1980, UMA DÉCADA DE AUGE MADEIREIRO,
O QUE MUDOU NA PAISAGEM DE BREVES
Os movimentos se em parceria com o poder público
i n t e n s i fi c a ra m p a ra q u e a municipal da época e obtiveram a
Universidade Federal do Pará partir de seu insistente movimento
implantasse um núcleo em Breves, essa importante conquista que
o que veio a ocorrer na década de c e rt a m e n t e r e vo l u c i o n o u a
1990 quando alunos brevenses que história da educação em Breves e
se deslocavam para estudar no nos municípios do Marajó de
município de Soure resolveram f lorestas nas décadas seguintes.
mobilizar a sociedade brevense
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DE 1970 A 1980, UMA DÉCADA DE AUGE MADEIREIRO,
O QUE MUDOU NA PAISAGEM DE BREVES
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DE 1970 A 1980, UMA DÉCADA DE AUGE MADEIREIRO,
O QUE MUDOU NA PAISAGEM DE BREVES
ATIVIDADES
Atividades: Vamos observar e conhecer mais sobre as mudanças que
aconteceram na cidade de Breves em uma década de auge da
madeira (1970 a 1980).
1-Você consegue definir o que é desenvolvimento?
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2-Qual a importância da madeira para o desenvolvimento de Breves na
década de 1970 a 1980?
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3-A partir do quê você aprendeu no texto, quais os principais
acontecimentos marcaram o crescimento da cidade nesse período?
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4-Quais os principais motivos que levaram ao declínio do comercio da
madeira na região de Breves?
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5-Qual acontecimento social marcou o município de Breves e região do
Marajó de f lorestas no ano de 1990?
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Atenção Professor (a): É muito importante aprofundar este tema. Para isso precisamos
trabalhar com nossos alunos (a) em duas frentes de pesquisas que possam nos ajudar a
entender sobre essa questão do desenvolvimento da cidade.
Primeira frente: Identificar no município, tanto na cidade quanto no meio rural, sobre
quais os traços de desenvolvimento econômico a partir da extração da madeira ainda
existem em nossa comunidade.
Segunda frente: Ref letir sobre qual a importância da implantação de uma universidade
para o crescimento de um município. A partir disso, realize a socialização, sempre com o
objetivo de promover a capacidade crítica da turma em relação aos diferentes modelos
de desenvolvimento existentes no mundo.
150
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________________________________. O Porto em Narrativas: Experiências de Trabalhadores, Moradores e
151
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
152
"A pintura que tem medida de 1,20 x 80cm
retrata a beleza do amanhecer em nossa
cidade, que já nas primeiras horas do dia recebe
de várias partes de nossa região, embarcações
de todos os portes, trazendo e levando pessoas
e bens de consumo, fortalecendo assim a
economia da nossa cidade.A pintura mostra
também em destaque a Igreja Matriz de
Santana, que ainda é o mais belo cartão postal
de nossa querida cidade de Breves".
153
Ensino Fundamental - Anos Iniciais
Conhecimentos Regionais e Cultura local
Componentes Curriculares: História e Geografia