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AS REGIÕES BRASILEIRAS

O extenso território brasileiro apresenta diversas características. É composto por grande diversidade
climática, diferentes tipos de biomas e áreas de grande adensamento populacional, em oposição a áreas
menos populosas. Alguns estados são mais industrializados e as atividades econômicas apresentam
importantes variações ao longo do país.

Com fins metodológicos, isto é, para ajudar nas interpretações estatísticas, bem como na implementação
de políticas públicas, em 1969, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) desenvolveu uma
proposta de regionalização baseada em cinco macrorregiões. São elas: Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-
Oeste e Sul. Para tal, foram pensadas as características em comum que tais localidades apresentam, e
também suas diferenças em relação às áreas vizinhas.

Divisão regional do Brasil pelo IBGE

Região Norte

É a maior região do país, com 3 869 673 km², corresponde a 45,27% do território nacional. Fazem parte da
região Norte os estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá e Tocantins.

Em relação a população, de acordo com o IBGE, a região Norte possui cerca de 18 milhões de habitantes.
Trata-se da região com menor densidade populacional do Brasil: cerca de 4,7 hab/km2. As maiores
cidades são as capitais Belém e Manaus, que são as mais populosas, com mais de um milhão de
habitantes cada.

Suas principais atividades econômicas são a indústria e o extrativismo vegetal e mineral. A região possui
importantes reservas de petróleo e gás natural que em muito contribuem para a economia do país. O
extrativismo mineral baseia-se na extração de metais como ouro, alumínio, ferro, diamantes, entre outros.

O setor industrial, ainda que não tão fortalecido quanto em outras regiões do país, foi desenvolvido na
região Norte durante o período militar, sobretudo em Manaus, com a criação da Zona Franca de Manaus.
O segmento está ligado à produção de eletroeletrônicos, equipamentos navais, setor metalúrgico etc, e é
responsável por milhões de empregos diretos e indiretos.
Zona Franca de Manaus: compreende três polos econômicos: comercial, industrial e agropecuário.

Além disso, a agropecuária vem apresentando significativo crescimento, em virtude da expansão da


fronteira agrícola. Esse empreendimento provoca intensos conflitos de terra pelo território e grande
impacto ambiental visto que essa atividade é responsável pelo desmatamento de vasta porção da floresta
amazônica.

Fronteira evidencia o desmatamento da Floresta Amazônica.

A região Norte apresenta clima úmido, e um regime de chuvas bem marcado, isto é, de período seco entre
junho e novembro e precipitação entre dezembro e maio. Em grande parte da região predomina o clima
equatorial, ou seja, altas temperaturas e baixa amplitude térmica. Isso contribui para a umidade da região,
em virtude do fenômeno conhecido como evapotranspiração. Esse fenômeno é tão forte na região que
pode ocorrer os chamados rios voadores, massas de ar carregadas de umidade que atingem diversas
outras regiões do país.

Em relação a vegetação, a região abrange a Floresta Amazônica, um dos mais importantes ecossistemas
do mundo, certas áreas de Cerrado e uma pequena extensão de Mangue no litoral. A Floresta Amazônica
é marcada por árvores altas e largas, do tipo latifoliadas. Próximo aos rios, encontra-se a mata de igapó,
áreas permanentemente alagadas, compostas de árvores mais baixas. A Mata de Várzea, localizada mais
para o interior, inunda durante as cheias do rios, e as áreas ainda mais distantes dos rios, chamadas de
Mata de Terra Firme, inundam apenas em situações de enchentes.

O relevo da região pode ser dividido em três tipos de formação: as Planícies e Terras baixas, o Planalto
Central e o Planalto das Guianas. As planícies estão localizadas sobretudo às margens do rio Amazonas.
Os igapós são as áreas mais baixas, constantemente inundadas; os terraços fluviais apresentam altitudes
de até 30m e alagam em chuvas mais fortes e nas áreas de Terra Firme, encontram-se relevos de até
350m, compostos principalmente de arenitos.

Os planaltos da Guianas são terrenos cristalinos, e certos picos em regiões serranas podem chegar a
quase três mil metros de altitude. Por sua vez, o planalto central, localiza-se mais ao sul da região norte. É
composto por terrenos cristalinos e sedimentos antigos e são predominantes nos estados de Tocantins e
Rondônia.

Região Nordeste
É terceira maior região do país com cerca de 1.554.291,6 km² de área e aproximadamente 56,1 milhões
de habitantes. Abrange nove estados: Bahia, Maranhão, Paraíba, Piauí, Alagoas, Ceará, Pernambuco, Rio
Grande do Norte e Sergipe.

Comporta a segunda maior população do país, atrás somente da região Sudeste. Os habitantes estão
concentrados sobretudo no litoral, onde estão presentes as maiores cidades e principais capitais. Cerca de
72% dos habitantes moram em áreas urbanas, mesmo assim, a região apresenta baixa densidade
demográfica. São cerca de 34,1 habitantes por quilômetros quadrados.

Foi a primeira região ocupada no período colonial e à época, foi a principal potência econômica do país.
Hoje a região é marcada por grandes desigualdades e baixos índices sociais. Além disso, a região
enfrenta longos períodos de seca que em virtude da concentração de terras e de renda agrava os
problemas sociais do território.

A região Nordeste pode ser dividida em quatro sub-regiões: a Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e Meio-
Norte. Elas apresentam características econômicas e naturais próprias.

Sub-regiões do Nordeste: 1. Meio-Norte; 2. Sertão; 3. Agreste 4. Zona da Mata

Zona da Mata

Compreende a faixa litorânea do Nordeste. Trata-se da área mais populosa e urbanizada da região, que
abarca as maiores cidades do Nordeste e possui a melhor infraestrutura de transporte e telecomunicações
em relação às outras sub-regiões.

A vegetação originária da Zona da Mata era a Mata Atlântica, já quase totalmente devastada em virtude da
intensa ocupação nessa região desde as primeiras ocupações no período colonial até os dias de hoje. O
clima predominante é o tropical úmido, e as temperaturas rondam em torno de 20 a 30 graus e apresenta
chuvas regulares durante todo o ano.

Apresenta algumas áreas industriais que se desenvolveram a partir da descoberta de reservas de


petróleo: a indústria de automóveis, de borracha e do plástico, entre outras, sobretudo na região
metropolitana de Salvador.

O turismo também é uma importante atividade econômica na Zona da Mata, em virtude do extenso e belo
litoral, marcado por festas populares e cidades bem estruturadas.

Agreste
Está localizado entre as sub-regiões da Zona da Mata e do Sertão em uma faixa paralela ao litoral que vai
do Rio Grande do Norte até a Bahia. É marcado pela presença de pequenas e médias propriedades,
dedicadas principalmente à subsistência e ao abastecimento das cidades da Zona da Mata.

Essa sub-região é grande produtora de algodão, fundamental para o desenvolvimento da indústria têxtil e
do sisal, produção de cordas, bolsas, tapetes e utilizados na indústria automobilística.

O agreste, por ser uma zona de transição, apresenta características tanto da Zona da Mata, de clima
tropical úmido, como também do Sertão, de clima semiárido, e predomínio da caatinga.

Sertão

É a maior sub-região do nordeste. Apresenta grandes propriedades de terra e intensos conflitos.

Apresenta o menor índice pluviométrico do Brasil. A escassez de água está relacionada à dinâmica das
massas de ar, podendo passar por longos períodos de estiagem. A vegetação predominante é a caatinga,
já que essa vegetação resiste às condições climáticas do sertão.

Meio Norte

Abrange o estado do Maranhão e parte do Piauí. Sua economia se baseia na pecuária extensiva e no
extrativismo de palmeiras do babaçu e carnaúba. Em relação à produção agrícola, predomina o cultivo de
algodão, milho, arroz e cana de açúcar.

Trata-se de uma faixa de transição entre o cerrado, a Floresta Amazônica e a Caatinga, onde prevalece a
Mata dos Cocais. É marcada pela presença de palmeiras como o babaçu e a carnaúba, fundamentais para
a economia local. A parte litorânea do Maranhão apresenta um grande manguezal, o maior do país.

Região Centro-Oeste

Compreende os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, além do Distrito Federal, onde se
encontra a capital do Brasil. É a segunda maior região do país, atrás apenas da região Norte.

Sua população está desigualmente distribuída pela região, que apresenta baixa densidade populacional e
está concentrada em algumas cidades. Essa região faz fronteira com todas as outras e é a única do país
que não possui litoral.

A pecuária extensiva é a principal atividade econômica do Centro-Oeste e está entre as mais importantes
do país. A agricultura predominante é sobretudo a produção de soja e milho, voltados para a exportação.
A atividade industrial é ainda incipiente. O maior parque industrial encontra-se em Anápolis no qual
predomina, entre outras, a indústria de fertilizantes, a farmacêutica e a automobilística.

O centro-oeste é marcado pelo clima tropical quente e chuvoso principalmente no verão, enquanto no
inverno o clima é mais seco. No norte da região, ocupado pela floresta amazônica, predomina o clima
equatorial, com altos índices pluviométricos anuais.

Em relação a vegetação, grande parte da região é marcada pelo cerrado, isto é, vegetação composto por
gramíneas, arbustos e árvores de raízes longas, que atingem as águas presentes no subsolo. Nas
margens dos rios, predominam as chamadas matas de galeria, formações densas que contribuem para a
umidade do território.

Região Sudeste

Abrange os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Corresponde a 10,8%
do território brasileiro e concentra a maior parte da população do país. Ao longo da história, sobretudo a
partir dos anos 1950, recebeu um grande número de imigrantes do Nordeste, que se alocaram sobretudo
no eixo Rio-São Paulo.

Trata-se da região mais desenvolvida economicamente do país e corresponde a mais de 50% do PIB
nacional. Foi a região pioneira no desenvolvimento da indústria nacional, a partir de 1930. Hoje destacam-
se a indústria automobilística, siderúrgica, petrolífera, naval e a indústria de celulose. São Paulo é
conhecido como o “vale do silício” brasileiro pois possui importantes cidades que desenvolvem atividades
de alta tecnologia e abrigam os maiores centros de pesquisa do país.

Zona central da cidade de São Paulo, maior cidade do país

Os principais tipos climáticos são o clima tropical, presente nas baixadas litorâneas. Nessas áreas,
correspondentes aos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e parte de Minas, as temperaturas são
elevadas e as estações são bem definidas, isto é, o verão é chuvoso e o inverno é seco. Em áreas de
maior altitude, encontra-se o clima tropical de altitude, onde as temperaturas são mais baixas. A região
apresenta ainda áreas de clima subtropical, sobretudo em São Paulo. As chuvas estão presentes o ano
todo e as temperaturas médias variam em cerca de 20 graus celsius.

A região sudeste é marcada pela floresta tropical hoje devastada pela ocupação urbana. A conhecida Mata
Atlântica é marcada pela alta umidade e grandes árvores, sobretudo no litoral. No interior, em virtude do
clima mais seco, a floresta encontra-se menos densa e também bastante devastada pela expansão da
fronteira agrícola.

Região Sul

Compreende os estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. É a menor região do país em
extensão (cerca de 576 774,31 km²). A região sul possui uma grande população e uma alta densidade
demográfica que corresponde a 50 habitantes por km2. É também a região que apresenta os melhores
índices sociais e de desenvolvimento.

Sua característica mais marcante está relacionada à população. Marcada pela colonização e ocupação do
território por europeus, hoje os habitantes são majoritariamente descendentes de português, alemães,
italianos, entre outros, que tem como consequência uma população predominantemente caucasiana. Essa
herança europeia está presente na arquitetura das cidades e também na cultura local.

Cidade de Nova petrópolis, de colonização alemã


Em termos econômicos, a região é marcada pela pecuária extensiva, favorecida pelas grandes áreas de
pastagem natural. Nessas áreas predominam as grandes propriedades de terra e poucos trabalhadores
rurais, pouco requisitados nesse tipo de atividade. Destaca-se também a presença de frigoríficos e da
pecuária leiteira.

Em outras áreas da região sul predominam as pequenas e médias propriedades marcadas pela policultura
típicas da agricultura familiar. Os principais produtos cultivados são: batata, arroz, abóbora, soja, frutas e
hortaliças. A região possui também uma grande produção de tabaco que abastece as indústrias de cigarro
na região.

A industrialização é desenvolvida no Sul do país com destaque para as indústrias químicas, siderúrgicas e
têxtil. Curitiba apresenta um importante parque industrial, composto pela indústria automobilística,
metalúrgica, indústria alimentícia, têxtil e madeireiras.

Em relação ao clima, a região Sul está localizada na parte meridional do trópico de capricórnio. Isso
implica no predomínio do clima subtropical e nas menores temperaturas do país. As estações do ano são
bem definidas e as chuvas bem distribuídas ao longo do ano. Em virtude das baixas temperaturas,
algumas épocas podem até mesmo ocorrer a formação de neves cadentes.

A vegetação predominante é chamada Mata de Araucárias, marcada por pinheiros e adaptada às baixas
temperaturas da região. Hoje o bioma encontra-se bem devastado, sobretudo em virtude da extração de
madeira.

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