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Reprodução em plantas

A reprodução
Você pode já ter ouvido alguém dizer que, se tirarmos um braço de uma estrela-do-
-mar, este poderá dar origem a um novo indivíduo inteiro, e a estrela que ficou sem um
braço pode regenerar o que foi perdido. Essa situação é possível em algumas espécies de
seres vivos. Outras espécies de animais, no entanto, reproduzem-se de forma diferente,
em que células chamadas de gametas são geradas por dois indivíduos e, ao se unirem,
formam uma célula chamada zigoto, que dará origem a um novo ser vivo.

A capacidade de reprodução é uma das características dos seres vivos. Assim, tanto
seres unicelulares quanto multicelulares conseguem passar suas informações genéticas
às gerações seguintes, contribuindo, dessa forma, para a perpetuação das espécies. No
entanto, a maneira como eles a realizam diferem entre uns e outros. Agora, vamos ver
como pode se dar a reprodução dos seres vivos.

Tipos de reprodução
Existem diferentes tipos de reprodução, que podem ser classificados em reprodução
assexuada e sexuada, cujas características estão resumidas na tabela a seguir.

Reprodução assexuada Reprodução sexuada

Conhecida também como reprodução ve- Conhecida também como reprodução


getativa ou agâmica, uma vez que não há a gamética, pois há a participação de
participação de gametas. gametas.

Os indivíduos gerados são geneti-


Os indivíduos gerados são geneticamente
camente diferentes daqueles que os
idênticos, exceto quando ocorrem mutações.
geraram.

Apresenta baixa variabilidade genética. Apresenta elevada variabilidade genética.

Requer a participação, muitas vezes,


Requer a participação de apenas um indiví- de dois indivíduos, os quais con-
duo para a formação dos demais. tribuem com seus gametas para a
formação dos novos indivíduos.

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Reprodução assexuada
Seres vivos que realizam reprodução assexuada geram descendentes geneti-
camente idênticos ao seu progenitor. Isso ocorre porque não há troca de gametas
ou fecundação. Na verdade, os novos indivíduos gerados recebem material genético
idêntico ao do ser que os originou. Nos próximos tópicos, serão estudados os diferen-
tes tipos de reprodução assexuada. O tipo de divisão celular associado a esse tipo de
reprodução é a mitose.

Mitose

Esquema representando a mitose. 1 – Duplicação do


material genético. 2 – Divisão celular.

Importante
Na mitose, uma célula-mãe duplica seu material e o divide igualmente em duas
células-filhas, as quais são geneticamente idênticas à célula-mãe; logo, há pouca ou
nenhuma variabilidade genética nesse tipo de reprodução.

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Divisão binária
Na divisão binária, o organismo se divide em dois (bipartição), originando dois novos
indivíduos. Esse processo ocorre tanto em seres unicelulares quanto em multicelulares,
sendo que, nos organismos unicelulares, como bactérias e protozoários, a divisão binária
também é conhecida como cissiparidade.

(A) Representação da cissiparidade em euglena (protoctista). (B) Representação da cissiparidade em


Paramecium sp. (protozoário ciliado).

Brotamento, gemiparidade ou gemulação

KLM BioScientific
A Reservas
nutritivas Mitocôndria

Vacúolo
Broto

Núcleo
Parede celular

B C

Broto
Nova hidra

(A) Representação esquemática do brotamento em célula de Saccharomyces cerevisiae, comumente


conhecido como “levedura” ou “fermento do pão”, e em (B) um pólipo de uma hidra (Hydra viridis), um
tipo de cnidário. Em (C), imagem de uma hidra com um broto em formação.

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Denomina-se brotamento a forma de reprodução que consiste na capacidade do ser
vivo de desenvolver brotos, os quais passam a ter vida independente. Esses novos orga-
nismos crescem associados ao organismo inicial, podendo ou não dele se desprenderem.
Ocorre tanto em unicelulares quanto em multicelulares. Muitos organismos que vivem em
colônias se reproduzem dessa forma. É o caso, por exemplo, de certos tipos de fungos –
as leveduras – e de pólipos de cnidários, como os corais e as hidras.

Esporulação
A esporulação consiste na capacidade do organismo de produzir e liberar esporos, cé-
lulas que atuam tanto na proteção quanto na dispersão e produção de novos indivíduos.

No primeiro caso (proteção), quando as condições ambientais encontram-se desfa-


voráveis, algumas bactérias e alguns protozoários desenvolvem um revestimento ex-
terno bastante resistente e diminuem a quantidade de água no citoplasma, em uma
tentativa de reduzir as reações do metabolismo. Quando o ambiente se torna nova-
mente favorável à sobrevivência desses organismos, a estrutura do esporo é desfeita
e a célula retoma suas atividades. No segundo caso (dispersão), os esporos são espa-
lhados no ambiente e, quando encontram condições favoráveis, germinam por meio de
mitoses sucessivas, originando novos indivíduos. Esse tipo de reprodução ocorre em
fungos, algas e plantas.

Alfred Pasieka/Science photo library/Latinstock


A B Germinação dos esporos
Hifas do bolor em
desenvolvimento

Esporos
liberados
Esporângio

(A) Fotomicrografia de bactérias causadoras do tétano (Clostridium tetani) com esporos formados.
(B) Representação de esporulação em fungo.

Os esporos podem ser móveis, dotados de flagelos que auxiliam na sua locomoção,
os quais são denominados zoósporos, ou sem tais estruturas, que levam o nome de apla-
nósporos.

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.
Organismo
vegetativo maduro Zoósporo

Filamento
jovem

Esquema representando a esporulação observada em alga verde (Ulothrix sp.).

Laceração
A laceração é um processo que ocorre comumente nas planárias, caracterizada pelo
“estiramento” do corpo do animal, resultando em sua ruptura em vários pontos. A partir
disso, os fragmentos produzidos iniciam um processo de regeneração, originando novas
planárias.

Representação
esquemática da
laceração seguida
de regeneração em
uma planária.

Estrobilização ou divisão transversal

A estrobilização ou divisão transversal caracteriza-se pela segmentação, no plano


transversal, do corpo do animal em vários pedaços regularmente espaçados.

Essa modalidade de reprodução é comum em cnidários, fazendo parte de um ciclo de


vida mais complexo, denominado metagênese ou alternância de gerações. Nesse ciclo,
gerações subsequentes originam organismos morfologicamente distintos. No caso dos
cnidários, em uma geração é gerado um pólipo, o qual se divide em várias partes (estrobi-
lização), originando medusas (cujas jovens são chamadas de éfiras). Ao se reproduzirem,
as medusas dão origem a pólipos, e assim a alternância de gerações continua.

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Éfiras Medusa
Plânula

Célula-ovo Processo de
estrobilização
Pólipo

Esquema da reprodução por estrobilização em cnidários fixos (pólipos), originando medusas, formas
dotadas de livre movimentação.

Reprodução sexuada
Nos processos assexuados de reprodução, os novos indivíduos formados apresentam
praticamente o mesmo conjunto gênico dos seres que os geraram. Portanto, esses tipos
de reprodução têm baixa variabilidade genética, diferentemente da reprodução sexuada,
que representa um fator de grande influência na evolução dos organismos, pois possibi-
lita a geração de variabilidade genética.

Participam da reprodução sexuada os gametas, células especializadas na reprodução,


formadas por meiose nos indivíduos materno e paterno.

Meiose

1 Na meiose, uma célula-mãe


dá origem a quatro células-
-filhas (os gametas) com a
metade da carga genética
que carrega. Quando ocorre
a fecundação dos gametas,
a célula resultante (zigoto)
2 volta a ter a quantidade de
cromossomos da espécie,
mas com combinações
genéticas bem diferentes das
células-mães que geraram
os gametas, originando
3 variabilidade para a espécie.
Na imagem, vemos em 1
a duplicação do material
genético da célula, em 2, a
primeira divisão celular e, em
3, a segunda.

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Na meiose são formadas quatro células-filhas com metade da carga genética da cé-
lula-mãe. Essa divisão gera variabilidade por si só, pois a divisão de cromossomos do
mesmo tipo entre as células-filhas é aleatória. Além disso, a fecundação cruzada, que é
o encontro de gametas provenientes de indivíduos diferentes, forma uma célula única
chamada de zigoto, com novas combinações de cromossomos, o que também contribui
para aumentar a variabilidade genética dos indivíduos de uma espécie.

Essas diferenças de um organismo para outro fazem com que um consiga utilizar
melhor os recursos naturais do que o outro, ou sobreviva por mais tempo ou gere mais
descendentes, possibilitando a evolução.
Rich Carey/Shutterstock

Marie C Fields/Shutterstock

Vasilii Aleksandrov/Shutterstock
A B C

Nas fotos, podem-se observar diferentes situações relacionadas à reprodução sexuada. Em (A), corais
liberam seus gametas no mar para que haja a fecundação externa. Já em (B), há o detalhe de uma
flor, mostrando seus grãos de pólen, estruturas que contêm os gametas masculinos da planta. Eles
precisam ser transportados para que alcancem os gametas femininos e realizem a fecundação. Em
(C), verifica-se a cópula entre duas aves, em que o galo introduz seus espermatozoides na galinha,
realizando fecundação interna.

As plantas e sua reprodução


O reino Plantae inclui mais de 300 mil espécies de plantas existentes. Para sobreviver
na superfície terrestre, a maioria das plantas apresenta várias características específicas,
como vasos condutores, raízes, caule, folhas, flores e frutos.

Além de serem eucariontes e pluricelulares, os organismos do reino Plantae são au-


totróficos fotossintetizantes (produzem seu próprio alimento), sustentando, de forma di-
reta, os herbívoros – seres que delas se alimentam – e mantendo vivos de forma indireta
os carnívoros – seres que se alimentam dos herbívoros.

As plantas podem ser encontradas na terra ou na água e, além de servirem como


fonte de alimento, podem ser utilizadas na produção de combustível, papel e roupas, bem
como na fabricação de medicamentos e perfumes. Também são essenciais para a ma-
nutenção da temperatura local, pois, através de suas folhas, esses seres liberam vapor de
água para a atmosfera, resfriando o ambiente.

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Há muito tempo, as plantas despertaram o interesse humano. Estudos científicos
mostram que as plantas surgiram de um ancestral comum das algas verdes (clorofíceas).
Isso é evidenciado por características comuns entre esses grupos, como a presença de
clorofila nos cloroplastos e de parede celular formada por celulose. Assim, esse grupo
ancestral passou por eventos que selecionaram adaptações que o permitiram sobreviver
no ambiente terrestre, dando origem às primeiras plantas.

Shutterstock
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Ciências 67

De acordo com suas estruturas, as plantas estão classificadas em quatro grupos: (1) briófitas,
(2) pteridófitas, (3) gimnospermas e (4) angiospermas.

As plantas são classificadas de acordo com a presença ou a ausência de vasos condu-


tores (que transportam a seiva bruta e a seiva elaborada) e de estruturas reprodutivas
(sementes, flores e frutos).

Glossário

Seiva bruta é a solução de água e sais minerais que a planta absorve do solo.

Seiva elaborada é a solução de açúcares resultantes da fotossíntese e da água.

Assim, as plantas estão organizadas em quatro grupos, como observado na tabela a


seguir:

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Grupo Vasos condutores Sementes Flores Frutos

Briófitas Não Não Não Não

Pteridófitas Sim Não Não Não

Gimnospermas Sim Sim Não Não

Angiospermas Sim Sim Sim Sim

As plantas são seres com alternância de gerações, sendo uma geração o gametó-
fito, que produz gametas por reprodução sexuada, e a outra o esporófito, que produz
esporos por reprodução assexuada.

Briófitas
São pequenas plantas, delicadas e aparentemente frágeis. No entanto, elas são muito
resistentes e suportam grandes variações ambientais. Os exemplos de briófitas mais co-
muns e conhecidos são os musgos. Eles formam a cobertura vegetal em muitas rochas e
troncos na natureza.

Shutterstock

Hepáticas, plantas do grupo das briófitas.

Sendo as primeiras plantas a conquistarem o ambiente terrestre, as briófitas não


apresentam as estruturas que caracterizam os demais grupos de plantas. Assim, elas
não têm raiz, caule ou folhas, mas possuem rizoide, cauloide e filoides, como podemos
observar na imagem a seguir, que representa o gametófito.

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Dennis van de Water/Shutterstock

Representação do gametófito
de um musgo. Os rizoides são
um conjunto de filamentos
responsáveis por fixar a
planta no solo. O cauloide é
uma haste que sustenta os
filoides, pequenas estruturas
clorofiladas que realizam a
fotossíntese.

|
Ciclo de vida de um musgo
Observe na imagem a seguir como ocorre a alternância de gerações em um musgo.

kcotsrettuhS/iahcipam
Os gametas
masculinos se juntam
aos femininos e surge
a célula-ovo ou zigoto,
A água leva os gametas o qual se desenvolve e dá
masculinos até as origem ao esporófito, que
plantas femininas. cresce sobre a planta-mãe.

Gametófito
feminino
Gametófito
masculino

O esporófito é uma
planta com uma
O processo cápsula em sua
recomeça. extremidade com
Esporos esporos dentro.

Os esporos caem
no solo e dão origem
a novos gametófitos.

CIÊNCIAS E AÇÃO Ciclo de vida de um musgo.

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daulon/Shutterstock
No caso das briófitas, o gametófito é a geração
Filoide
duradoura, que permanece viva no ambiente por mais
tempo e tem maior tamanho. Existem gametófitos fe- Cauloide

mininos e masculinos. Os masculinos produzem ga-


metas flagelados chamados de anterozoides, que
nadam na água até encontrarem o gameta feminino
(oosfera), que está no topo do gametófito feminino.

Quando ocorre a fecundação, é formado um zigo-


to, que dará origem a um novo indivíduo: o esporófito,
com aspecto bastante diferente do gametófito e que
desenvolve em cima do gametófito feminino.
Rizoide
O esporófito adulto produz esporos por reprodu-
ção assexuada, os quais são liberados no ambiente e,
ao germinarem, originam um gametófito. E, assim, o
ciclo se reinicia.

Pteridófitas
Após a colonização dos continentes pelos ancestrais das briófitas, surgiram as primei-
ras plantas com sistema de vasos condutores que transportam seiva bruta e elaborada:
as pteridófitas. Esse sistema facilita a circulação da água pela planta e permite que tenha
um tamanho maior. Essas plantas são formadas por raiz, caule e folhas.
Iain McGillivray/Shutterstock

Iain McGillivray/Shutterstock
joloei/Shutterstock

Somchai Buddha/Shutterstock

Somchai Buddha/Shutterstock
joloei/Shutterstock

Samambaia.
| Avenca.
|
Da esquerda para a direita: samambaia, xaxim e avenca.

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Reprodução das pteridófitas
Assim como as briófitas, as pteridófitas não produzem flores e frutos. Porém, diferen-
temente das briófitas, as pteridófitas têm como geração duradoura o esporófito, que vive

polaris50d/Shutterstock
no ambiente por um tempo mais longo do que o gametófito e é muito maior do que este.

Noppharat46/Shutterstock
polaris50d/Shutterstock

Noppharat46/Shutterstock
Frondes
Báculos

Folha de samambaia com soros


(pontos alaranjados).

Samambaia exibindo as folhas


chamadas de báculos.
As folhas das pteridófitas nascem enroladas (chamadas de báculos) e, ao amadurece-
rem, desenrolam-se a partir do centro da planta.

Samambaias, xaxins e avencas são esporófitos. Diferentemente das briófitas, a


geração duradoura das pteridófitas é o esporófito.

As folhas têm importante papel na reprodução dessas plantas porque é na face in-
ferior delas que se desenvolvem estruturas denominadas soros. Estes são um conjunto
formado por esporângios, responsáveis pela formação de esporos.

Ciclo de vida de uma samambaia


Nas samambaias adultas (os esporófitos), os soros, formados por esporângios,
produzem esporos que, ao encontrarem condições ideais no solo, originam uma es-
trutura hermafrodita denominada protalo (gametófito), o qual tem tanto estruturas
reprodutivas femininas quanto masculinas, ou seja, produz tanto gametas femininos
quanto masculinos.

Com auxílio da água, os gametas flagelados masculinos (anterozoides) chegam aos


gametas femininos (oosferas), permitindo que ocorra a fecundação e, assim, gerando
um zigoto. Este se desenvolverá e dará origem a uma nova planta adulta: a samambaia.

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Protalo
Esporo germinado

alinabel/Shutterstock
Oosfera
Esporos

Anterozoides
Soro com
esporângios
Zigoto

Esporófito em
desenvolvimento

Sobre o protalo se
desenvolve a nova
Folha com soros
planta adulta

Ciclo reprodutivo de uma samambaia.

Gimnospermas
As gimnospermas formam um grupo muito variado de plantas, que podem ser en-
contradas em quase todos os ambientes da Terra. Da mesma forma que as pteridófitas,
as gimnospermas são plantas vasculares e apresentam estruturas como raiz, caule e fo-
lhas. No entanto, diferenciam-se por serem o primeiro grupo de vegetais a se reproduzir
sem necessidade de água, devido ao surgimento dos grãos de pólen e do tubo polínico,
e a ter total domínio do ambiente terrestre, com o surgimento do óvulo e das sementes.

As sementes apareceram pela primeira vez nesse grupo de plantas. O significado do


termo gimnosperma (gimno = nua; sperma = semente) indica que nessas plantas as se-
mentes não se formam dentro de frutos, por isso são denominadas “sementes nuas”. As
sementes abrigam o embrião, que dará origem a um novo indivíduo, como estudaremos
mais adiante.

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Fazem parte
• os pinheiros do grupo das gimnospermas:
em geral.

yykkaa/Shutterstock
A A • as Cycas; B B

• a Ginkgo biloba;

• a Welwitschia mirabilis;

• os pinheiros em geral.
• •osos
pinheiros emem
pinheiros geral.
geral.

yykkaa/Shutterstock
B •BB os pinheiros em geral.

yykkaa/Shutterstock

yykkaa/Shutterstock

v.apl/Shutterstock
AA A B

yykkaa/Shutterstock
A A B B

iladm/Shutterstock
DC ED

eral.
iladm/Shutterstock
iladm/Shutterstock

DDCC ED
E
E D CD
yykkaa/Shutterstock

Lane V. Erickson/Shutterstock

iladm/Shutterstock

iladm/Shutterstock
CB B ED
Lane V. Erickson/Shutterstock

| (A) Cycas revoluta. (B) Ginkgo biloba


gimnosperma com folhas em formato
de leque. (C) Welwitschia mirabilis
gimnosperma que vive no deserto. (D)
Araucaria angustifolia – pinheiro-do-
-paraná. (E) Pinheiros diversos, também
conhecidos como coníferas.

C C EE
Lane V. Erickson/Shutterstock
Lane V. Erickson/Shutterstock

C E
Lane V. Erickson/Shutterstock
Iuliia Timofeeva/Shutterstock
iladm/Shutterstock

ED
(A) Cycas revoluta. (B) Ginkgo biloba –
(A)(A)
Cycas
de leque. (C) Pinheiros
| |
gimnosperma com folhas em formato
revoluta.
Cycas (B)(B)
revoluta.
diversos,
Ginkgo
também
Ginkgobiloba
biloba |
gimnosperma
gimnosperma com
comfolhas emem
folhas formato
formato
conhecidos como
de de
leque. coníferas.
leque.(C)(C)
Welwitschia
Welwitschia mirabilis
mirabilis
(D) Welwitschiagimnosperma
mirabilis – gimnosperma
gimnosperma que vive
que nono
vive deserto.
deserto.(D)(D)
que vive noAraucaria
deserto.
Araucaria(E)angustifolia
Araucaria
angustifolia – pinheiro-do-
– pinheiro-do-
angustifolia -paraná. (E) (E)
-paraná. Pinheiros diversos,
Pinheiros
– pinheiro-do-paraná. também
diversos, também
conhecidos
conhecidos como
comoconíferas.
coníferas.

E
Reprodução das gimnospermas
Assim como as pteridófitas, a geração duradoura é o esporófito. Isso significa que as
árvores que pertencem
(A) ao grupo
Cycas das(B)gimnospermas
revoluta. Ginkgo biloba são os próprios esporófitos. |
gimnosperma com folhas em formato
de leque. (C) Welwitschia mirabilis
336 gimnosperma que vive no deserto. (D)
Araucaria angustifolia – pinheiro-do-
-paraná. (E) Pinheiros diversos, também
conhecidos como coníferas.

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Nas gimnospermas, as estruturas reprodutivas estão abrigadas em estróbilos, tam-
bém chamados de cones. Muitos estróbilos são formados por folhas em forma de es-
camas, que se organizam ao redor de um eixo. Observe a seguir o aspecto de alguns
estróbilos.

Heiti Paves/Shutterstock

Heiti Paves/Shutterstock
VladoV/Shutterstock

Monika23/Shutterstock
Alguns exemplares de estróbilos.

Os estróbilos, masculinos ou femininos, podem ser encontrados na mesma planta


(plantas hermafroditas) ou em indivíduos diferentes (plantas dioicas).

Os estróbilos femininos e masculinos têm esporângios, os quais geram esporos


que ficam retidos, em vez de serem liberados no ambiente, como esporos de briófitas
e pteridófitas.

Quando os esporos masculinos germinam, eles dão origem aos gametófitos mascu-
linos, os grãos de pólen, cada um com um gameta masculino. Já os esporos femininos,
quando germinados, dão origem aos gametófitos femininos, também chamados de óvu-
los, outro diferencial das gimnospermas. No interior dos óvulos maduros, existem células
responsáveis pela formação do gameta feminino (oosfera).

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As gimnospermas têm gametófitos de tamanhos reduzidos: os grãos de pólen
(gametófitos masculinos), formados por apenas algumas células, e os óvulos (game-
tófitos femininos), que são maiores. Repare: nas gimnospermas existem esporos fe-
mininos e masculinos, diferentemente de briófitas e pteridófitas.

No caso das gimnospermas, a

Brian Maudsley/Shutterstock
transferência de grãos de pólen de um
estróbilo a outro é realizada principal-
mente pelo vento. Esse tipo de polini-
zação recebe o nome de anemofilia. A
água também pode realizar o trans-
porte de pólen, chamado de hidrofilia.

Quando o grão de pólen chega ao


óvulo, ele começa a desenvolver uma
estrutura chamada de tubo polínico,
o qual abrirá caminho para que o ga-
meta masculino presente no grão de
pólen chegue até a oosfera que está
dentro do óvulo. Da união dessas duas
células surge o zigoto, que originará o
embrião. Junto ao embrião há o acú-
mulo de nutrientes, tendo como con-
sequência a formação da semente.
Liberação dos grão de pólen.
CarlaNichiata/Shutterstock

Pinhas e pinhões.

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O pinhão é a semente da araucária. Os pinhões apresentam reserva de nutrientes
e ficam organizados em um estróbilo feminino maduro conhecido como pinha. Quan-
do a pinha está bem madura, os pinhões começam a cair no chão.

SAS
Estróbilo masculino

Grãos de pólen

Estrutura feminina

Estróbilo feminino

Embrião – desenvolvi-
mento da semente

Ciclo reprodutivo de uma gimnosperma.

Angiospermas ribeiroantonio/Shutterstock

As angiospermas surgiram há cer-


ca de 130 milhões de anos e hoje com-
põem a maior parte das espécies de
plantas no planeta, cerca de 90% delas.
Esse sucesso se deve ao surgimento
de duas estruturas que só encontra-
mos nesse grupo: flores e frutos.

Fruto e flor de maracujá.

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Flores
As flores apresentam diversas características que permitem atrair insetos e animais
até suas estruturas reprodutivas, colaborando para o sucesso das angiospermas. Apesar
de existir uma grande variedade de flores, podemos identificar na maioria delas algumas
estrutura, como veremos a seguir.

Órgãos de suporte
• Pedúnculo – ramo que sustenta a flor.

• Receptáculo – porção dilatada na extremidade do pedúnculo na qual se fixam as


estruturas que formam a flor.

Órgãos de proteção
• Sépalas – folhas modificadas que apresentam coloração geralmente esverdeada.
O conjunto de sépalas forma o cálice, que protege as estruturas da flor durante o
desenvolvimento inicial.

• Pétalas – folhas modificadas localizadas internamente ao cálice, apresentando


diferentes formatos e colorações. Em conjunto, as pétalas são conhecidas como
corola. Uma das funções das pétalas é atrair agentes polinizadores.

Órgãos de reprodução
O conjunto de órgãos masculinos forma o androceu, e o conjunto de órgãos femini-
nos, o gineceu.

O androceu é formado pelo conjunto de estames. Cada estame possui:

• filete – haste flexível em cuja extremidade está a antera;

• antera – dilatação localizada na extremidade do estame. Ali existem os sacos


polínicos, os esporângios que dão origem aos esporos masculinos. Os esporos
ficam retidos ali dentro e dão origem aos gametófitos masculinos: os grãos de
pólen. Estes são formados por três células, sendo uma delas o gameta masculino,
chamado de núcleo espermático.

Já o gineceu constitui-se pelo conjunto de carpelos, os quais são formados por:

• estilete – tubo oco e alongado que liga o ovário ao estigma;

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• estigma – porção dilatada na extremidade do estilete, onde se prendem os grãos
de pólen.

• ovário – porção normalmente dilatada que fica na base do carpelo. No interior


de cada ovário existem um ou mais óvulos, que são os esporângios femininos.
Estes produzem esporos femininos que ficam retidos nos óvulos e dão origem ao
gametófito feminino, o saco embrionário, que é formado por oito células, entre
elas a oosfera, o gameta feminino.

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Estigma

Estilete
Anteras

Corola –
Filete conjunto de
pétalas

Ovário

Cálice –
Receptáculo
conjunto de
sépalas

Pedúnculo

Esquema representando estruturas de uma flor.

As flores podem ser hermafroditas, isto é, ter os dois tipos de órgãos reprodutores
ao mesmo tempo ou apresentar sexos separados, havendo uma flor feminina e outra
masculina. Existem plantas com apenas flores de um sexo, flores de ambos os sexos ou,
ainda, flores hermafroditas.

Assim como as gmnospermas, as angiospermas apresentam esporos de sexos


separados, os quais ficam retidos em seus esporângios e, ao germinarem, dão origem
aos gametófitos. O gametófito masculino é o grão de pólen – formado por três células
– e o gametófito feminino é o saco embrionário – formado por oito células.

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Polinização
A polinização é o transporte dos grãos de pólen até o órgão reprodutor feminino. Em
relação ao agente polinizador, as plantas podem ser caracterizadas como:

• ornitófilas – polinizadas por pássaros;

• anemófilas – polinizadas pelo vento;

• quiropterófilas – polinizadas por morcegos;

• entomófilas – polinizadas por insetos;

• antropófilas – polinizadas pelo homem.


Grandpa/Shutterstock

Daniel Prudek/Shutterstock
Ao lado: abelha polinizando
flor. Acima: ser humano
polinizando flor.

Muitas flores são extremamente vistosas, muitas exalam forte cheiro, outras, perfu-
me, e há as que exalam odor de carne podre. Essas características têm por objetivo atrair
agentes polinizadores, como aves, insetos e até morcegos. Alguns fatores, como o vento,
a água e a polinização artificial realizada pelos seres humanos, também contribuem para
essa atração.

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Fecundação Grãos de pólen

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Estigma
Transportado até o estigma, o grão de pólen fica
aderido a ele e inicia o desenvolvimento de uma longa
Tubo polínico
projeção: o tubo polínico. Essa estrutura leva os núcleos
reprodutores masculinos até o saco embrionário, que
está dentro do óvulo. Se a fecundação ocorrer, haverá o Estilete

desenvolvimento de um embrião, o qual fica protegido


Saco
por diversas membranas, constituindo a semente. O ová- embrionário

rio aumenta de tamanho e forma o fruto.

Enquanto o óvulo está se desenvolvendo como se-


mente, o ovário se desenvolve para formar o fruto. Ob- Oosfera
servando a imagem a seguir, é possível ver o início da
formação de uma abóbora, ou seja, o ciclo de vida de Ovário
uma angiosperma. As pétalas amarelas ainda podem ser
vistas enquanto o ovário está crescendo, em um proces-
so que, ao final, dará origem a uma abóbora. Carpelo de uma flor
representando suas estruturas e
os tubos polínicos desenvolvidos
por dois grãos de pólen que
caíram sobre o estigma.

O fruto abriga as
sementes. Sementes
Em cada germinam.
semente há
um embrião.

Planta adulta.
Ciclo de vida de uma
angiosperma, por exemplo,
a macieira.

O ovário da flor
se desenvolve
gerando o fruto.
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Flor.

Ciclo reprodutivo de Grão de pólen cai sobre o estigma da flor. Um tubo polínico se forma,
transportando o núcleo espermático até a oosfera, ocorrendo a fecundação.
uma angiosperma. O zigoto levará ao surgimento do embrião dentro da semente.

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Frutos

B and E Dudzinscy/Shutterstock
Os frutos são formados por uma porção
que envolve as sementes. Essa porção recebe o
nome de pericarpo. Alguns frutos, como o aba-
cate, o tomate, a manga e o mamão, têm paredes
espessas e, nesses casos, comestíveis. Esse tipo
de fruto é denominado fruto carnoso.

Nas paredes de outros frutos não há esse es-


pessamento; como o pericarpo é seco, são deno-
minados frutos secos, como a noz e a avelã.

O pericarpo é formado por: Nozes são exemplos de frutos secos.

• epicarpo – camada mais externa, que corresponde à casca do fruto;

• mesocarpo – porção mediana, sendo geralmente a camada mais desenvolvida


e que acumula reservas nutritivas. Essa é a camada que, muitas vezes, forma a
parte comestível e de interesse econômico dos frutos;

• endocarpo – camada mais interna, que envolve a semente.


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Semente

Mesocarpo

Endocarpo

Epicarpo

Pericarpo

Partes de um abacate, um fruto carnoso.

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Semente
A semente se origina do óvulo fecundado e abriga em seu interior o embrião, que dará
origem a uma nova planta. As sementes são a garantia da perpetuação das diferentes
espécies de plantas que as produzem.

Uma semente é formada por:

• tegumento – envoltório externo com função de proteção;

• endosperma – reserva energética que fornece nutrientes ao embrião;

• embrião – origina a nova planta. Possui um ou dois cotilédones – folhas diferen-


ciadas que podem armazenar reservas nutritivas e fornecer nutrientes durante o
início do desenvolvimento do embrião.

As plantas com dois cotilédones são chamadas eudicotiledôneas. As que contam com
apenas um cotilédone são chamadas monocotiledôneas.

Dispersão das sementes


O mecanismo que permite às sementes caírem no solo e se espalharem pelo ambien-
te é o que conhecemos como dispersão. Vários são os agentes de dispersão:
O mecanismo que permite às sementes caírem no solo
• vento – sementes dispersas pelo vento

PRILL/Shutterstock
se espalharem pelo ambiente é o que conhecemos como
costumam ter adaptações que facilitam o
deslocamento a grandes distâncias;
vento – sementes dispersas pelo vento costumam ter
• aves
adaptações que – frutos
facilitam brilhantes, coloridosa egrandes
o deslocamento sa-
borosos atraem as aves que deles se ali-
mentam. Posteriormente, as sementes são
aves – frutos brilhantes, coloridos, saborosos atraem
eliminadas com as fezes e, assim, trans-
as aves que deles se alimentam. Posteriormente, as
portadas a longas distâncias;
sementes são eliminadas com as fezes e assim, trans-
• mecanismo explosivo – alguns frutos
se rompem violentamente, lançando as
mecanismo explosivo – alguns frutos se rompem vio-
sementes ao longe;
|Frutos de um dente-de-leão
voando com o vento.

• água – algumas sementes apresentam um envoltório fibroso que auxilia a flutua-


ção e, dessa forma, são levadas a grandes distâncias. É o caso do coco-da-baía.

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| A dispersão do coco-da-bahia ocorre pela água.

Ethan Daniels/Shutterstock
Ethan Daniels/Shutterstock
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NCIAS

Coco-da-baía na água.

Germinação
Você sabe que todos os seres vivos precisam de água para garantir sua sobrevivência.
No caso das sementes, é a água que as faz saírem da condição de dormência em que
se encontram para passar a desenvolver um intenso metabolismo interno e dar origem
a uma nova planta. A germinação é influenciada pelo estado da semente, que deve estar
madura e inteira, além de não ser muito velha. A umidade do solo também é importante.
Água em excesso apodrece a semente; pouca água impede a germinação (crescimento
do embrião) e a formação da nova planta.

Bogdan Wankowicz/Shutterstock

Processo de germinação de uma semente.

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