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Melhoramento de espécies alógamas

Variedades e híbridos de linhagens


TIPOS DE CULTIVARES EM ALÓGAMAS

VARIEDADE
Uma variedade de milho é um conjunto de plantas com características
comuns, sendo um material geneticamente estável e que, por esta
razão, com os devidos cuidados em sua multiplicação, pode ser
reutilizada por várias safras sem nenhuma perda de seu potencial
produtivo. Obtidas por seleção e multiplicadas por polinização aberta

Vantagens:
- Não precisa comprar semente todo ano
- Menor custo da semente
Desvantagens:
- Qualidade da semente
- Menor produtividade
TIPOS DE CULTIVARES EM ALÓGAMAS

HÍBRIDOS
Vantagens:
- Melhor qualidade da semente;
- Maior produtividade;
- Maior uniformidade.

Desvantagens:
- Maior custo da semente;
- Semente tem que ser adquirida todo ano
Tabela 1. Produtividade média de espiga despalhada (t/ha), de híbridos e variedade
de milho - Lavras
Cultivar Tipo T/ha %
C 333 B HÍBRIDO 13,42 100
Z 8392 HÍBRIDO 11,09 83
AG 1051 HÍBRIDO 13,14 98
BR 105 VARIEDADE 10,08 75
- EM MÉDIA – REDUÇÃO DE 20% EM RELAÇÃO AOS HÍBRIDOS
Híbridos de linhagens
Shull (1908, 1909, 1910) descreveu um
sistema de endogamia seguido pela
hibridação que consiste em:
- Submeter populações à endogamia
Autofecundações sucessivas até a obtenção de linhagens
homozigóticas ou puras (6-8 gerações). Essas linhagens podem ser
mantidas, e por isso podem ser multiplicadas indefinidamente e
utilizadas na obtenção de híbridos.

- As diferentes linhagens são cruzadas para


obtenção do híbrido.
COMO OBTER UM HÍBRIDO?

- Autofecundações – diminuição da média, aparecem muitas plantas filhas


defeituosas. São selecionadas as melhores e autofecundação novamente.
Processo se repete.

- No final do processo obtem-se linhagens geneticamente puras podendo ser


mantidas indefinidamente, mantendo sua constituição genética. Contudo,
são de pequena produtividade

- Então procura-se cruzar as linhagens para obter os híbridos, aquelas boas


combinações são perpetuadas, pois todo ano a combinação pode ser refeita
INTRODUÇÃO DO MILHO HÍBRIDO NO BRASIL
• Instituto Agronômico de Campinas – 1932

•Início dos estudos com híbridos

• Primeiro híbrido duplo – Krug 1939 (IAC)

• Universidade Federal de Viçosa

- Gladstone A. Drummond

- Antônio Secundino São José

1945 - Primeiro híbrido comercial - Agroceres

Nos anos setenta a indústria de sementes começou a se desenvolver.

Incrementou a competição entre as empresas privadas – entrada de linhagens

temperadas (14 de fevereiro de 1976 – Embrapa Milho e Sorgo; importante

contribuição do CIMMYT).
No Brasil, cultivou-se no ano agrícola
2012/2013, 15 milhões de hectares de milho,
produtividade 4,96 t/ha (Conab, 2013);

Considerando todas as cultivares


(transgênicas e convencionais), 60,96 % são
híbridos simples; 21,50 são híbridos triplos
10,23% são híbridos duplos e 7,31% são
variedades.
(http://www.cnpms.embrapa.br/milho/cultivares/)
TIPOS DE HÍBRIDOS

• Top Cross
• Inter varietal
• Simples
• Simples modificado
• Triplo
• Triplo modificado
• Duplo
TIPOS DE HÍBRIDOS

• Top Cross (linhagem x variedade)

• Inter varietal (variedade A x variedade B)


TIPOS DE HÍBRIDOS

HIBRIDO SIMPLES
TIPOS DE HÍBRIDOS

HIBRIDO SIMPLES MODIFICADO (Lin. A x Lin. A’) x Lin. B


TIPOS DE HÍBRIDOS

HIBRIDO TRIPLO

Híbrido simples AB Linhagem C


TIPOS DE HÍBRIDOS

HIBRIDO TRIPLO MODIFICADO (Lin. A x Lin.B) x (Lin. C x Lin. C’)


HIBRIDO DUPLO
Obtenção de híbridos
1. Obtenção das linhagens endogâmicas;
2. Teste de capacidade de combinação das
mesmas identificando as melhores
combinações;
3. A produção e a comercialização das
cultivares híbridas.
Obtenção de híbridos
1) Obtenção de linhagens
- É a etapa mais demorada e normalmente de
custo elevado.
- Para atingir a homozigose, são necessárias
de seis a oito gerações de endogamia, sendo
realizadas milhares de autofecundações
artificiais anualmente
Obtenção de híbridos
1. Obtenção das linhagens endogâmicas;
2. Teste de capacidade de combinação das
mesmas identificando as melhores
combinações;
3. A produção e a comercialização das
cultivares híbridas.
ESCOLHA DAS LINHAGENS PARA OBTENÇÃO DO HÍBRIDO

1. CAPACIDADE GERAL DE COMBINAÇÃO

TOP CROSS

2. CAPACIDADE ESPECÍFICA DE COMBINAÇÃO

DIALELO PARCIAL OU COMPLETO


Capacidade de combinação

 Quando se tem uma série de genitores potenciais,


pode-se avaliar a capacidade de combinação dos
genitores por meio de cruzamentos dialélicos;

 No entanto, quando se tem um número muito grande de


genitores torna-se inviável a sua utilização
Capacidade de combinação
 O comportamento do híbrido é função da heterose
expressa no cruzamento entre os genitores
selecionados;

 Em geral, quando mais distantes os genitores


melhor é a expressão da heterose;

 As linhagens utilizadas na obtenção do híbrido são


oriundas de diferentes populações (grupos
heteróticos) e por isso os híbridos são
interpopulacionais.
Capacidade de combinação
 Grupos heteróticos – são grupos de linhas puras com composição
genética similar

 São desenvolvidos pela identificação de linhagens que dão


contribuições similares com cruzamentos com diferentes
linhagens. Linhagens relacionadas por ancestrais comuns
geralmente caem dentro de um mesmo grupo heterótico.

 Em outras palavras linhagens que apresentam elevada heterose


em cruzamentos e/ou elevada CEC são alocados em grupos
heteróticos distintos, enquanto que aqueles materiais que não
apresentam estes resultados são alocados no mesmo grupo
heterótico.
Capacidade de combinação

• A CGC mede o comportamento médio de uma


linhagem, ou seja, o valor médio dos híbridos do
cruzamento desta linhagem com diversas outras

• A CEC mede o comportamento de uma


linhagem quando cruzada com outra linhagem
Topcross

 É uma metodologia de avaliação da capacidade de


combinação;

 Cruzar as linhagens a serem avaliadas com um


testador comum (fonte de pólen)
Testador
Topcross

Testador

MI MI MI MI MI MI MI MI

MI - Meio-irmãos
Topcross – cont.

 Estimar a CGC;
 As diferenças nos comportamentos entre meios-
irmãos reflete a diferença na capacidade de
combinação das linhagens;
 Bons testadores são aqueles que classificam
corretamente os genótipos avaliados com nº mínimo
de avaliações;
Capacidade especifica de combinação
hibridos e variedades sintéticas

• Os híbridos obtidos do intercruzamento de um grupo de


linhagens ou clones selecionados com base na CGC são
geralmente chamados de sintéticos

• Variedade sintética - desenvolvida a partir de todas as


combinações possíveis entre os genótipos selecionados,
resultando uma população que é subsequentemente
propagada por sementes oriundas de polinização livre
Capacidade especifica de combinação
hibridos e variedades sintéticas
• Diferença - variedade obtida por seleção em massa e uma
variedade sintética
– Seleção em massa - geração seguinte mistura de
sementes de plantas fenotipicamente desejáveis da
população anterior
– Variedade sintética é constituída de genótipos que
foram previamente testados quanto à CGC, ou seja, a
capacidade de produzir progênies superiores,
resultantes dos cruzamentos em todas as combinações
Capacidade especifica de combinação
• A CEC é realizada quando as linhagens já apresentam
com alto grau de homozigose, por volta de S5,
através do cruzamento entre linhagens não
aparentadas

• Quando estes testes são feitos no formato de dialelo,


é possível fazer a predição dos híbridos duplos ou
triplos

• A CEC fornece o resultado dos híbridos simples


Predição do comportamento de
Híbridos Duplos
- Híbridos duplos (HD)
- O número de HD possíveis é:
n (n-1)(n-2)(n-3)/8

- Método B de Jenkins
Utiliza o comportamento dos HS para
predizer os HD
Predição do comportamento de Híbridos Duplos – cont.

- Método B de Jenkins

Qual o comportamento do HD (AxB) (CxD)?

HD (AxB) (CxD) = ¼ [ (AxC)+(AxD)+(BxC)+(BxD)]


Produção de grãos de milho (t/ha) de cinco linhagens e seus híbridos

LInhagens A B C D E
A 1,43 4,93 2,4 6,11 4,51
B 1,58 5,14 4,23 4,17
C 1,40 5,12 5,15
D 1,38 2,21
E 1,26
Predição do comportamento de Híbridos – cont.

- Híbrido Triplo

HT(AB) (C) = (½) [HS (AC) + HS(BC)]


Obtenção de híbridos
1. Obtenção das linhagens endogâmicas;
2. Teste de capacidade de combinação das
mesmas identificando as melhores
combinações;
3. A produção e a comercialização das
cultivares híbridas.
Produção comercial de Híbridos
- Uma vez identificadas as linhagens
superiores, elas tornam-se estoques
genéticos para produção dos híbridos;

- Podem ser multiplicados por autopolinização


ou polinização aberta em campos isolados;
Produção comercial de Híbridos – cont.

- Para produção de sementes, deve-se considerar o


campo de sementes como um fábrica no qual deve
apresentar os seguintes aspectos agronômicos:
1. Densidade populacional ( 50.000 plantas/ha);
2. Elevada proporção de genitor feminino em relação
masculino;
3. Eliminar os genitores masculinos após a polinização
para evitar a competição;
4. Reduzir o risco de contaminação de pólen externo –
mínimo 300 m de outro campo de produção
Produção comercial de Híbridos – cont.

Híbrido simples – 1 fileira do genitor masculino


para 2 do feminino
Produção comercial de Híbridos – cont.

Híbrido duplo – 2 fileiras do genitor masculino


para 6 do feminino
Produção comercial de Híbridos – cont.

 Diferença de ciclo entre genitores;

 Plantio escalonado para assegurar coincidência


de floração;

 Campo deve estar isolado no mínimo 300 m de


qualquer outro campo de milho.

 Pendão do genitor feminino deve ser removido


ainda imaturo ou deve-se utilizar linhagens
macho-estéreis
Produção de híbridos simples de milho utilizado a
macho-esterilidade genético-citoplasmática

rfrf x RfRf
S N
Macho estéril Macho fértil
(restauradora)

Rfrf
S
Hibrido F1 fértil

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