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MELHORAMENTO GENÉTICO DO MILHO

Disciplina: Itinerário Biologia


Alunos: João Arthur Thomé, Leonardo Mascarello e Marco Basi

1. HISTÓRICO DO MELHORAMENTO GENÉTICO DO MILHO

O melhoramento genético do milho no Brasil teve destaque em 1939, com


o primeiro híbrido duplo desenvolvido pelo Instituto Agronômico de
Campinas. Ele possibilitava o dobro de produção em comparação com as
variedades da época.

A partir desse evento, empresas começaram a investir em pesquisas genéticas


para criarem novos híbridos com melhor desempenho em campo.

Já no início do século 21, os milhos transgênicos foram liberados no Brasil.


Desde então, a cada ano vão surgindo novos materiais visando altas
produtividades, resistentes a pragas e a herbicidas, por exemplo, e
possibilitando o cultivo da safra ou safrinha.

Isso aumentou o leque de opções de sementes de milho no mercado,


dificultando muitas vezes saber qual o melhor híbrido utilizar.

Teosinto, ancestral do milho 


(Fonte: CIB)
2. OBJETIVOS DO MELHORAMENTO GENÉTICO

As atividades do programa de melhoramento de milho têm como objetivo


principal o desenvolvimento de cultivares com alto potencial produtivo,
tolerantes a estresses bióticos e abióticos, com enfoque regional, para as
diversas regiões brasileiras. Duas fases são fundamentais: obtenção e
avaliação de novas cultivares.

A fase de obtenção de novos materiais genéticos, basicamente, envolve o


desenvolvimento de linhagens através de autofecundações de populações
segregantes derivadas de híbridos entre linhagens de mesmo grupo heterótico,
variedades ou sintéticos. A obtenção de sementes é feita em três épocas de
plantio, com atividades que envolvem cruzamentos e autofecundações, para
atender a fase de testes de competição entre cultivares em redes (ensaios top-
crosses ou de primeiro ano, intermediário, elite, novas populações e
variedades). As novas linhagens são cruzadas com linhagens-elite de grupos
heteróticos bem definidos, chamadas de testadores, para obtenção dos
híbridos top-crosses. Novas variedades sintéticas também são obtidas pela
recombinação de diversas linhagens-elite.

A fase de avaliação de novas cultivares envolve a instalação de grande número


de ensaios em cada região alvo, para seleção de híbridos e variedades em
vários locais, épocas de plantio e condições edafoclimáticas, permitindo que
sejam caracterizados quanto ao potencial produtivo, adaptabilidade,
estabilidade, reação a doenças, porte, ciclo e outras características
agronômicas importantes

3. BIOTECNOLOGIA: TRANSGENIA DO MILHO E TÉCNICAS UTILIZADAS

O melhoramento genético do milho, há alguns anos, abriu novas portas com


início da comercialização de cultivares de milho transgênicos.

A transgenia é um processo no qual os melhoristas alteram o material genético


de uma espécie, introduzindo um ou mais genes específicos de outras
espécies.
Em milho, em alguns híbridos e variedades de alto potencial produtivo
foram inseridos genes específicos de resistência a herbicidas e insetos.

3.1. Milhos transgênicos tolerantes aos herbicidas

O Milho RR possui no seu material genético um segmento de DNA da


bactéria Agrobacterium spp, que confere às plantas de milho a tolerância ao
herbicida glifosato.

Com o novo gene (cp4 epsps), a enzima produzida pela planta é insensível ao
herbicida, de modo que a produção dos aminoácidos aromáticos na rota do
ácido chiquímico será normal e a planta não será afetada. 

Milho com tecnologia LibertyLink® possui tolerância ao glufosinato de amônio


devido à inserção do gene pat, que expressa uma enzima responsável por
catalisar a conversão do glufosinato em um produto não tóxico.

A tecnologia Enlist® confere às plantas tolerância aos herbicidas 2,4 D,


glufosinato de amônio e glifosato devido à inserção de genes cp4
epsps (glifosato), pat (glufosinato) e aad-12 (2,4D).

3.2. Milhos transgênicos resistentes aos insetos

A primeira tecnologia a surgir nesse segmento foram os milhos Bt, no qual as


plantas possuem em seu DNA a delta-endotoxinas (proteínas Cry) da
bactéria Bacillus thurigiensis.

Essas proteínas possuem propriedades inseticidas específicas que atacam o


sistema digestório de lepidópteros.

No mercado há cultivares que têm maior espectro no controle devido às


sementes possuírem em seu material genético mais de uma proteína Cry
como:

Yield Gard® – proteína Cry1Ab que confere resistência às brocas (Ostrinia


nubilalis e Sesamia nonagrioides);
YieldGard VTPro® – proteínas Cry1A.105 e Cry2Ab2 resistente a lagarta-do-
cartucho, lagarta-da-espiga e broca do colmo;

Leptra®– proteínas Cry1Ab, Cry1F e Vip3Aa20, com controle de lagarta-do-


cartucho, lagarta elasmo, lagarta eridania, lagarta-da-espiga e lagarta-rosca.

3.3. Milhos transgênicos tolerantes a herbicidas e resistentes aos


insetos

Com avanço tecnológico, pesquisadores de melhoramento genético foram


desenvolvendo novos cultivares transgênicos com presença de genes
tolerantes a herbicidas e resistentes a pragas. Veja alguns a seguir:

PowercoreTM – resistência ao glifosato, ao glufosinato de amônio, broca do


colmo e lagartas do cartucho, da espiga, elasmo, rosca e das vagens.

Viptera – resistência ao glifosato e lagartas do cartucho, da espiga, rosca e


elasmo.

VT PRO3 – resistência ao glifosato, broca do colmo e lagartas do cartucho, da


espiga e elasmo.

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