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Poucos diretores conseguem trabalhar o


universo da metalinguagem no cinema. Se
você até hoje não entendeu essa palavra, se
trata de técnica usada para, por exemplo,
falar de um filme dentro de um filme. Nesse
caso, estamos falando da franquia “Pânico”.
Tudo começou em 1996, quando o primeiro
filme foi exibido. Não demorou muito para
virar febre entre os jovens que passaram a
vibrar com essa nova leitura do gênero
terror.

Com o roteiro escrito por Kevin Williamson e


com direção de Wes Craven  (criador da
franquia “A Hora do Pesadelo”), o primeiro
longa virou um modelo para muitas outras
produções posteriores. Assim, embalado pela
história do fanático matador que usa uma
máscara de fantasma, a ghostface, e
atormenta suas vítimas com telefonemas
malucos e perseguições fatais, o primeiro
longa foi sucesso de público e crítica.

Uma das partes mais interessantes é quando


o personagem Randy, interpretado por Jamie
Kennedy, dita as regras dos filmes de terror.
Isso tornou, tanto o ator como o personagem,
ícones da cultura pop. No primeiro filme,
ainda que embalado pelos grandes clássicos
do terror, Randy diz as seis regras de um
primeiro filme de uma série:

Regra 1: Você não vai sobreviver se fizer


sexo.
Regra 2: Você não vai sobreviver se beber ou
usar drogas.
Regra 3: Você não vai sobreviver se falar
“Volto já”.
Regra 4: Todo mundo é suspeito.
Regra 5: Você não vai sobreviver se
perguntar “Quem está aí?”
Regra 6: Você não vai sobreviver se sair para
investigar um barulho estranho.

De alguma forma, você vai conseguir casar


alguma dessas regras para filmes como “A
Hora do Pesadelo”, “Sexta-feira 13”,
“Halloween” e outros.

Com o grande sucesso, “Pânico 2” foi


inevitável. Em 1997, a continuação não só
repetiu a dobradinha de sucesso entre o
diretor e o roteirista, mas também consolidou
o projeto transformando o jeito de se
explorar o suspense/terror no cinema.
Beirando o caricato e com pitadas de humor,
o filme trouxe de volta a fascinante heroína
Sidney Prescott brilhantemente interpretada
por Neve Campbell (“Jovens Bruxas”), que
sempre consegue sobreviver aos ataques do
maluco mascarado enquanto o restante do
elenco sofre as mais terríveis e empolgantes
cenas de mortes distribuídas por toda a
película.

Pensando nas consequências da trama,


Randy revela novas regras, aplicadas em boa
parte das sequências dos filmes de terror:

Regra 1: O número de mortes é sempre maior


no segundo filme.
Regra 2: As cenas de morte sempre são muito
mais elaboradas, com mais sangue e
violência.
Regra 3: Nunca, sob qualquer circunstância,
assuma que o assassino está morto.

Ao mesmo tempo que o filme brincava com


sua estrutura narrativa, víamos uma obra de
terror causado sensações totalmente
diferentes: risos e medo. Onde já se viu isso?
Diversão em um filme de terror? Surgia uma
nova forma de atrair os olhares do público,
em grande maioria jovem, que agora viraria
febre em Hollywood. Muitos outros filmes
aproveitaram esse novo modelo e faturaram
com seu sucesso, alguns deles eram até de
outros gêneros, como a comédia “Todo
Mundo em Pânico”, entre outros.

Além disso, as cenas mais marcantes das


obras eram quando algum personagem
atendia o telefonema do assassino, Sidney ou
alguma outra vítima sempre eram
interrogadas sobre personagens ou fatos
marcantes de um outro filme, o que deixava o
clima  metalinguístico da obra ainda mais
interessante. Uma boa sacada que caiu como
uma luva na história.

Um terceiro filme acabou sendo lançado em


2000. “Pânico 3” veio para encerrar com
chave de ouro o projeto que já andava um
tanto desgastado. E a obra voltava mais
intrigante ainda. Dessa vez, o ambiente das
mortes era os cenários onde estavam sendo
gravadas as cenas da continuação de “A
Punhalada”, filme que simboliza muito bem a
própria obra.

Randy envia do além (pois é) uma fita onde


ele explica as novas regras do terceiro filme.
E ainda consegue reinventar, mostrando
todos os seus conhecimentos em trilogias de
terror:

Regra 1: O assassino tem que ser sobre-


humano – esfaquear ou atirar não será
suficiente para acabar com ele.
Regra 2: Todo mundo, até o personagem
principal, pode morrer.
Regra 3: O passado voltará para assombrar.
Qualquer ação cometida no passado pode
voltar e pode te destruir.
Regra 4: No terceiro filme de trilogias, tudo
pode acontecer.

Mais de 10 anos se passaram e estamos de


volta a Woodsboro, a pequena e pacata
cidade do interior da Califórnia que serve de
cenário para os quatro filmes. Em 2011,
“Pânico 4” chega para mudar as regras
anteriores e se reinventar. Randy ficou no
passado e apareceram os cineclubistas de
filmes de terror. Internet, IPhones, webcams,
streamings e muitos outros gadgets que
mudaram a cultura popular nos últimos anos
se fazem presentes.

Charlie (Rory Culkin) e Robbie (Erik Knudsen)


são os responsáveis pelas novas regras:

Regra 1: As mortes têm de ser mais radicais.


Regra 2: O inesperado é o novo clichê.
Regra 3: Virgens podem morrer.
Regra 4: O assassino tem de filmar as mortes.

Com toda metalinguagem que vemos nos


quatros filmes, a melhor frase ficou a cargo
de Sidney, que é desferida em um momento
muito importante:

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Com isso, a protagonista da franquia manda o


seu recado.

Essa matéria teve colaboração de Marcus


Vinicius

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