Você está na página 1de 4

Estudo dirigido- Revisão de literatura

Discente: Franciele Menacho de Melo

Dentre os artigos encontrados, alguns foram fundamentais para a elaboração


da revisão de literatura, no sentido de contribuir para a escolha do objeto de análise,
bem como para a delimitação do tema como proposta para um Pré-projeto de estudo
científico. São eles: Rocha (2020), Souza e Jaroseski (2022), Fantinatti (2017),
Ogawa (2017) e ROCHA (2007).
Inicialmente, chamo a atenção para a pesquisa de ROCHA (2020), pois diante
da leitura deste trabalho posso ver que apesar de não está voltado totalmente a
temática escolhida o mesmo mostra que independente da vertente de que empregada
a questão tributária na sucessão familiar não difere de outras pois as empresas
familiares são importantes, que é necessário um planejamento sucessório o
planejamento tributário consiste na utilização de mecanismos legais para reduzir os
impactos tributários sobre as organizações.
De acordo com ROCHA (2020), “No que se refere ao planejamento tributário e
à busca pela redução da carga tributária com base nos dados fornecidos pelos
empresários, e, consequentemente, para que a empresa familiar aumente suas
chances de sobrevivência após a sucessão, é preciso que haja um planejamento
sucessório”.
A pesquisa de Souza e Jaroseski (2022) traz como objeto de análise a sucessão,
inerente às empresas familiares, que envolve um processo complexo de transferência
de propriedade, poder e conhecimento entre membros familiares de diferentes
gerações. Sendo o objetivo central desta pesquisa a consiste em investigar como o
processo sucessório é percebido e conduzido em empresas familiares da Serra
Gaúcha. Os autores aqui especificaram o nicho de sua pesquisa, mas a relevância é
em primeira instância, decorre da notável representatividade das empresas familiares
na economia mundial. No Brasil, a produção científica sobre as empresas familiares
é emergente, porém ainda apresenta muitas lacunas e limitações. Quanto ao aporte
metodológico utilizada foi um estudo qualitativo de casos múltiplos, sendo a coleta de
dados feita através de entrevistas semiestruturadas com sucedidos e sucessores de
quatro empresas familiares, obviamente não é um caso que mostra a realidade de
todos os casos existentes, mas a partir deste pode-se analisar como pode acontecer
estas sucessões e como é o processo e planejamento. Os autores justificam que
embora a sucessão seja percebida como um momento determinante nos negócios
familiares, o planejamento administrativo do processo é, por vezes, deixado em
segundo plano, o que torna a questão tributária caída em esquecimento, sendo
procurada para ser resolvida em um momento mais apertado.
Fantinatti (2017) em seu artigo faz uma investigação acerca do planejamento
sucessório que deve ser traçado juntamente com o planejamento tributário. De acordo
com a pesquisadora, o olhar a ser dirigido à empresa familiar, que busca por um
planejamento sucessório, deverá se voltar para três grandes dimensões: a família, a
propriedade e a gestão. Que dessa relação surge a necessidade de se
compatibilizarem os interesses envolvidos, a perpetuidade do negócio e os impactos
tributários e societários. Uma importante ferramenta de auxílio nesse processo é a
governança corporativa e jurídica. O planejamento tributário, assim entendido como
o ato legítimo praticado com o objetivo de evitar a incidência tributária ou diminuir o
valor do tributo devido, antes do surgimento da obrigação tributária, revela-se
imprescindível para a sustentabilidade e viabilidade do projeto de sucessão.
O planejamento tributário se desenvolve necessariamente através de duas
etapas essenciais à sua viabilidade e sustentabilidade perante as autoridades
fiscais: a) prever a situação de fato que, se ocorrer, acarretará consequências
jurídicas, fazendo nascer a obrigação tributária (o que se denomina fato gerador ou
fato imponível); b) identificar o período anterior e o período posterior à ocorrência do
fato gerador da obrigação tributária de forma a mensurar seus reflexos.
Assim a autora enfatiza que se demonstra mais uma vez a importância de que
o planejamento sucessório seja traçado concomitantemente com o planejamento
tributário, observando-se, além disso, as regras atinentes ao direito de família e
sucessões.
Ogawa (2017), traz sua pesquisa com uma contribuição para a construção de
minhas reflexões sobre a questão tributária na sucessão de empresa familiar, pois
sabidamente as pessoas possuem grande preocupação a respeito da salvaguarda
dos bens e direitos adquiridos ao longo dos anos, já que a conquista de patrimônio é
uma das formas mais antigas de reconhecimento da capacidade do indivíduo pela
sociedade. O problema surge quando o assunto é a própria morte e a necessidade
de racionalizar a situação para planejar o futuro da família, a fim de manter a
segurança financeira dos entes.
Na visão do autor, o processo de sucessão é a fase que termina com a
transmissão do poder de decisão e da propriedade para a geração seguinte, sendo
um dos processos mais importantes e ao mesmo tempo mais críticos que uma
empresa familiar deve realizar para garantir a sua continuidade nas mãos da família
empresária. A empresa familiar, apesar de ser um empreendimento econômico como
qualquer outro, apresenta traços específicos que dificultam o processo de sucessão.
O planejamento do processo de sucessão se inicia com a adoção e cumprimento,
pelos membros familiares, das regras de governança corporativa, de modo a
profissionalizar o negócio e separar as questões familiares das empresariais.
O artigo de ROCHA (2007) trata como tema a sucessão nas empresas
familiares. Tema este que tem uma preocupação maior por parte dos administradores,
uma vez que essas empresas são a base de sustentação da economia de uma país
aonde encontram-se pequenos estabelecimentos, mas também, grandes impérios,
cuja eficiência e competitividade em suas áreas de atuação possibilitam destacar-se
na economia nacional e internacional. O processo sucessório na empresa familiar
pode firmar a atuação da família ou partir para uma situação de profissionalização,
cada uma com vantagens e desvantagens específicas e para isso é necessário um
processo bem planejado e estruturado.
Para o autor acompanhar as mudanças, modernizar os seus modelos de
gestão através da capacitação e do envolvimento das pessoas, sejam elas da família
ou não, vão ajudar no desenvolvimento continuado da empresa familiar, seja ela de
pequeno, médio ou grande porte que passe por um processo de sucessão. Quando
as relações familiares são bem administradas, os resultados tendem a ser positivos.
O fundador de uma empresa familiar deve avaliar como está sendo conduzido o
processo de sucessão, sem esquecer que suas ações podem gerar conflitos que
ameacem a existência da empresa.
Por fim, a discussão da sucessão nas empresas familiares mostra como é
difícil identificar com clareza os principais problemas de seu desenvolvimento.
Envolvem sempre algumas variáveis que por mais que os envolvidos façam um
planejamento de sucessão, elas podem aparecer externa ou internamente que
inviabilize o processo na organização. Cabe, então, ao gestor acompanhar passo a
passo o processo para que ocorra da melhor forma possível.

REFERÊNCIAS DAS OBRAS CITADAS:

Rocha, Charles Silva. Santos, Geovane Camilo dos. Santos, Dryelle Laiana de Jesus Silva
dos. HOLDING E OS PROCESSOS DE SUCESSÃO FAMILIAR E DE PLANEJAMENTO
TRIBUTÁRIO NO SEGMENTO DE CAFEICULTURA. Revista de Contabilidade da UFBA,
Salvador-Bahia, v. 14, n. 2, p. 76-90, set./dez. 2020.

Souza, Caroline Stedile de. Jaroseski, Sinara. Processo sucessório em empresas


familiares: um estudo multicaso na Serra Gaúcha. Bacharelado em Ciências
Contábeis – Universidade de Caxias do Sul Trabalho de Conclusão de Curso - TCC
II- 2022.

Fantinatti, Juliane Sciarreta. Planejamento sucessório deve ser traçado


juntamente com o planejamento tributário. Revista Consultor Jurídico, 9 de abril
de 2017

Ogawa, Luciano Martins. Sucessão em empresas familiares. Associação Brasileira


de Direito Financeiro. 2017.

ROCHA, WANDERSON DE OLIVEIRA. SUCESSÃO NAS EMPRESAS


FAMILIARES: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA ALPHA. FACULDADE DE
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – FASA. Brasília/DF Novembro de 2007.

Você também pode gostar