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Dando a razão de nossa esperança – Diálogo 27/08/2020 11:59

Dando a razão de nossa esperança


Humberto M. Rasi

Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a esperança que
vocês têm. Porém façam isso com educação e respeito (I Pedro 3:15, 16 NTLH).

Cenário 1: Em sua primeira aula num curso de ciências, seu professor universitário apresenta uma eloqüente defesa da evolução e
fala com desdém daqueles que ele chama de “criacionistas iletrados e promotores desorientados do assim chamado Design
Inteligente”. Você e seus colegas de classe continuam tomando notas quando alguns cínicos começam a se pronunciar. Ao você
deixar a classe silenciosamente, um de seus colegas lhe pergunta: “O que você acha da evolução?”

Cenário 2: Durante o almoço no restaurante da universidade, um colega percebe sua escolha dos alimentos e pergunta se você é
vegetariano. Ao vocês discutirem as aulas daquele dia, ele pergunta o que você acha de um painel de discussão no sábado. À
medida que a conversa avança amigavelmente, ele diz: “Você parece uma pessoa inteligente. Por que acredita em Deus?”

Cenário 3: A pessoa sentada ao seu lado numa longa viagem de avião está devorando o best-seller intitulado O Código da Vinci. Ao
mesmo tempo, você está lendo e sublinhando um texto cristão. Seu colega de poltrona se vira para você e pergunta: “Você já leu
este livro? O autor diz que Jesus se casou com Maria Madalena e que esse fato foi ocultado pelos líderes cristãos. Ele também diz
que a divindade de Jesus foi inventada pelo concílio de Nicéia em 325 AD. Não é surpreendente?”

Como você responderia a essas questões?

*******

Ao longo dos séculos, aqueles que acreditam em Deus têm travado importantes batalhas no campo da mente humana. É nessa
arena que argumentos são avaliados, conclusões são alcançadas e decisões cruciais são tomadas. É ali que a razão e a vontade se
encontram.

Jesus estava perfeitamente ciente do enorme potencial que as idéias têm de nos alcançar e mudar. “E conhecerão a verdade”,
disse Ele, “e a verdade os libertará” (João 8:32 – NVI).1 Ele acrescentou: “Eu sou a verdade” (João 14:6).

Os adventistas do sétimo dia, especialmente aqueles que freqüentam escolas e universidades públicas ou se ocupam com
carreiras pro!ssionais, com freqüência se deparam com questões referentes as suas crenças, convicções e estilo de vida. Tais
questionamentos podem partir tanto de outros cristãos quanto de ateus, agnósticos e seguidores de religiões não-cristãs.

Dependendo das circunstâncias, normalmente respondemos a essas questões oferecendo argumentos racionais, dando
evidências ou citando as Escrituras. Também podemos orar silenciosamente, pedindo ao Espírito Santo alguma ajuda
sobrenatural para que !nalmente conduzamos outros “a toda a verdade” (João 16:13). Ao darmos razões para nossas crenças, nos
envolvemos numa atividade que por dois mil anos tem sido usada por !éis – a apologética cristã.

Neste artigo, pretendemos (1) compreender a apologética cristã devidamente !rmada na Bíblia como uma valiosa estratégia para
o testemunho cristão; (2) examinar a abordagem utilizada pelos escritores do Novo Testamento para defender crenças cristãs
fundamentais; (3) destacar a comissão e o método bíblicos de fazer apologética; (4) recapitular o valor e os limites dessa tarefa e,
!nalmente, (5) propor uma agenda para o futuro.

Em busca de uma definição


A palavra “apologética” deriva da palavra grega apologia, que originalmente signi!cava um discurso em defesa ou uma resposta
dada a uma inquirição legal, normalmente durante um procedimento jurídico. Adotada por cristãos primitivos, a palavra foi usada
oito vezes no Novo Testamento, principalmente por Paulo, como um substantivo (apologia) ou um verbo (apologeomai) para
comunicar a idéia de defesa ou vindicação.2 Em sua base, essa defesa estava centrada na pessoa de Jesus Cristo – Sua divindade e
humanidade, Sua morte e ressurreição, Seu perdão e promessa de vida eterna além da sepultura, e a promessa segura de Seu
retorno em glória.

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O Novo Testamento provê vários exemplos de apologética em diferentes contextos. Por exemplo, em resposta à perseguição (I
Pedro 3:8-18); como um argumento deliberado diante de uma audiência religiosamente hostil (Atos 17:1-9); como um discurso
perante um grupo educado, mas cético (Atos 17:16-34); como uma defesa pessoal da parte de uma consistente testemunha cristã
(I Coríntios 9:19-23) e como um testemunho pessoal pela verdade de Jesus Cristo (I João 1:1-4; João 20:30).3

Durante o segundo século, o substantivo apologia e o verbo apologeomai começaram a adquirir um signi!cado mais técnico. A
palavra apologistas era então usada em referência a um grupo de expositores que defendiam as crenças e práticas cristãs contra
vários tipos de ataques, incluindo acusações de atividades ilegais e imorais.

Desde o início do século 19, a apologética tem sido considerada uma disciplina com vários ramos especializados, todos
defendendo a fé cristã a partir de várias perspectivas – ética, histórica, !losó!ca, religiosa, cientí!ca ou teológica.

Em seu sentido mais amplo, a apologética tem três dimensões. Ela é (1) uma explicação racional das crenças e dos ensinos
fundamentais da fé cristã com base em argumentos e evidências, (2) uma defesa do cristianismo em resposta a objeções e críticas
e (3) um desa!o e uma refutação a sistemas e ideologias contrários. Num primeiro momento, a apologética mostra que o
cristianismo é racional. Em seguida, demonstra que o cristianismo não é irracional. Por !m, mostra que idéias não-cristãs são
irracionais.

James W. Sire, um experiente apologista evangélico, oferece esta de!nição: “A apologética cristã coloca diante do mundo que nos
observa uma corpori!cação da fé cristã tão atraente que para todo aquele que esteja disposto a prestar atenção haverá um
testemunho intelectual e emocionalmente con!ável de suas verdades fundamentais.”4

Apologética neotestamentária
Uma cuidadosa leitura do Novo Testamento revela que, a princípio, além de proclamar as boas-novas de Jesus Cristo, “a igreja
nascente teve inúmeros encontros apologéticos com o judaísmo, o paganismo e outras tendências contrárias que surgiram
dentro da comunidade cristã”.5

Embora os escritores dos quatro evangelhos estivessem primariamente preocupados em contar a história de Jesus, é possível
detectar nas entrelinhas um desejo de responder, e talvez até mesmo antecipar, questões e objeções da parte dos crentes
cristãos e de possíveis oponentes cínicos, além de outros questionamentos honestos. Tais questionamentos incluíam: não deveria
o Messias ser um descendente direto de Davi, e também ter nascido e residido em Belém? Ele realmente fez milagres
testemunhados por outros? Por que Jesus não foi reconhecido como o Messias nem mesmo por seus seguidores? Por que foi
rejeitado e !nalmente condenado pelas autoridades religiosas? Por que Judas foi escolhido como discípulo, se Jesus sabia que ele
haveria de traí-lo? Por que Jesus teve que sofrer a morte de um criminoso numa cruz? Há evidência su!ciente de que Ele de fato
morreu e retornou à vida ao terceiro dia? Aonde Jesus foi após sua ascensão e por que Ele foi para lá? Por que Ele ainda não
voltou como havia prometido? Mateus, Marcos, Lucas e João provêem cuidadosas respostas a essas e outras questões-chave,
levando em conta a audiência para a qual seus livros foram a princípio endereçados.

No livro de Atos, Lucas revela a abordagem apologética usada pelos apóstolos e outros líderes cristãos primitivos quando a igreja
começava a expandir suas atividades na segunda parte do primeiro século. A defesa de Estêvão perante o Sinédrio destaca os
argumentos utilizados pelo recém-nascido movimento cristão ao confrontar o sistema judaico. O sermão de Pedro no Pentecostes
e seu discurso na casa de Cornélio revelam um cristianismo cuja abrangência está em fase de ampliação.

À medida que as viagens missionárias de Paulo avançam no território romano, o cristianismo se depara com os pagãos de Listra,
os intelectuais gregos de Atenas e os pragmáticos romanos. Nesses encontros e em repetidos con"itos com judeus, o apóstolo
emerge como um poderoso apologista em favor do Cristo vivo e da verdade do evangelho. Suas epístolas revelam uma mente
comprometida, um magistral uso da linguagem e uma profunda compreensão das culturas judaica, grega e romana – que são
utilizadas, em primeiro lugar, para explicar e defender o cristianismo e, em segundo lugar, para oferecer uma crítica poderosa das
heresias cristãs bem como das ideologias não-cristãs. Ele escreve vigorosamente que “as armas com as quais lutamos não são
humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta
contra o conhecimento de Deus, e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (II Coríntios 10:4, 5).

Por !m, a epístola endereçada aos Hebreus apresenta uma defesa vigorosa de Jesus Cristo como o cumprimento das profecias do
Antigo Testamento, o perfeito sacrifício, a propiciação pelo pecado, e o mediador entre o homem e Deus. O cristianismo então se
torna a verdadeira religião, que supera o judaísmo.

Comissão e método

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Uma passagem-chave no Novo Testamento provê a comissão e destaca o


método para a apologética cristã. Nós a encontramos em I Pedro 3:15. Vale
a pena citá-la no contexto dos versículos que a cercam: “Não !quem
amendrontados. Antes, santi!quem Cristo como Senhor em seu coração.
Estejam sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes
pedir a razão da esperança que há em vocês. Contudo, façam isso com
mansidão e respeito, conservando boa consciência, de forma que os que
falam maldosamente contra o bom procedimento de vocês, porque estão
em Cristo, !quem envergonhados de suas calúnias.”

Analisemos os principais elementos da passagem:

Estejam preparados: uma parte essencial de nosso testemunho e


proclamação da verdade de Deus é estudar, antecipar, planejar e estar
prontos. Firmemente ancorados na Palavra de Deus, devemos estar
familiarizados com as idéias prevalecentes de nosso tempo e os
argumentos que podem ser usados contra o cristianismo bíblico. Antes
de nos aprofundarmos no assunto, devemos conhecer a situação da
pessoa ou pessoas que desejamos alcançar.
Dêem as razões: a palavra grega usada é logos, que aqui significa uma
explicação racional que possa ser entendida e avaliada. Nossos
argumentos devem ser consistentes e baseados em evidência razoável.
Acerca da esperança: a esperança cristã está centralizada na pessoa de
Jesus Cristo, Sua divindade, a verdade de Sua existência e a
confiabilidade de Suas promessas.
A todo aquele que pedir: isso inclui todas as pessoas, do pesquisador honesto ao crítico, do simples à mente mais sofisticada.
Com mansidão: convicções devem ser apresentadas com respeito. Também devemos estar abertos ao diálogo. A verdade pode
ser rejeitada simplesmente por ser comunicada com arrogância ou com ares de superioridade.
Sejam consistentes: a fim de ser efetivas, nossas palavras devem condizer com nossa ações.
Exaltem a Cristo: o propósito final de nossa interação é levar o interlocutor a conhecer e aceitar a Jesus Cristo como Salvador e
Senhor.

Uma recapitulação dos exemplos bíblicos de apologética revela que o método usado pelo apologista varia de acordo com a
situação e o contexto. A explicação e a defesa das verdades cristãs podem ter lugar numa conversa particular, como em uma
palestra num ambiente educacional, em um debate público ou por escrito. A audiência pode ser amigável, curiosa ou hostil, ou
mesmo uma mistura dos três. Sendo assim, a argumentação e a retórica empregadas devem variar de acordo com as
circunstâncias.

O valor da apologética
Na melhor das hipóteses, a apologética busca eliminar obstáculos, abrir avenidas de entendimento e persuadir pessoas da
verdade e da credibilidade da fé cristã. No !m, o crente envolvido em apologética deseja ajudar não-cristãos a entregar sua vida a
Jesus Cristo como Salvador e Senhor, e a viver de modo consistente com essa entrega.6

A reivindicação do cristianismo bíblico é tal que o distingue de teístas não-cristãos, como os judeus e muçulmanos. As diferenças
dizem respeito principalmente à pessoa de Jesus Cristo. Tanto judeus quanto muçulmanos acham difícil acreditar que Cristo é
Deus o Filho, a segunda Pessoa da Trindade, que Se tornou carne em Jesus de Nazaré, que morreu e ressuscitou, que oferece
salvação àqueles que O aceitam, e que virá outra vez a este mundo em glória e majestade. Os agnósticos e os ateus, por outro
lado, não apenas negam que Deus existe, como também que Ele criou o universo, que Se comunica com os seres humanos de
várias formas, que realiza milagres e que vai conceder vida eterna àqueles que nEle crêem e con!am.

É claro que a apologética cristã não é para os imaturos e super!ciais. Ela exige profunda re"exão, estudo contínuo e coragem.
Além disso, argumentos racionais que fundamentam a fé bíblica também são muito valiosos para os cristãos caso eles também
tenham questões intelectuais sinceras acerca de suas crenças básicas. E isso é muito comum entre cristãos pensantes. Tais
argumentos, contudo, não são provas ou demonstrações que vão convencer a todos os racionalistas de que Deus existe ou de
que o cristianismo está correto. Todavia, eles provêem evidência de que a visão cristã e bíblica da realidade é coerente, digna de
crédito e mais razoável que as rivais.

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Portanto, o envolvimento com a apologética ajuda a estabelecer a fé dos crentes e os equipa com argumentos para explicar e
defender suas convicções ao interagirem com interessados, céticos, críticos e seguidores de outras religiões. A apologética leva os
cristãos a entender e dominar a forma como as Escrituras vêem as coisas, a compreender e ser capaz de criticar a cultura ao
redor e, num contexto de missão estrangeira, a se familiarizar ainda mais com a cultura e forma de encarar a realidade daqueles a
quem eles desejam levar um conhecimento salví!co do evangelho.

Os limites da apologética
Os adventistas envolvidos com a explicação e defesa da fé precisam reconhecer os limites da apologética. Argumentos racionais
não podem servir de alicerce para a fé, tampouco farão com que os descrentes creiam.7 “Uma vida como a de Cristo,” escreveu
Ellen White, “é o mais poderoso argumento que pode ser apresentado em favor do cristianismo... Nem todos os livros escritos
podem efetuar a obra de uma vida santa.”8 Além disso, em nossa condição natural não estamos dispostos a nos submeter a Deus.
Não fosse pela sutil, mas poderosa, in"uência do Espírito Santo, nós não haveríamos de reconhecer nosso estado e necessidade
de um Salvador. Foi exatamente isso o que Jesus veio fazer no mundo – “buscar e salvar o perdido” (Lucas 19:10 – ARA).

Não obstante, a apologética pode ajudar a criar o ambiente para um diálogo respeitoso e que promova pontes de entendimento
com interessados. Uma apologética re"etida também pode fortalecer adventistas ao encorajar a busca e remover os obstáculos
que impedem o desenvolvimento de uma fé mais profunda e madura. Ellen White escreveu: “As verdades da Palavra divina
podem ser mais bem apreciadas por um cristão intelectual. Cristo será mais glori!cado por aqueles que O servem
inteligentemente.”9 Nossa maneira de ver as coisas e nossos argumentos, porém, devem estar ancorados nas Escrituras, a divina
revelação para os seres humanos de todas as épocas. Devemos ser cristãos equilibrados, evitando os extremos do racionalismo e
do emocionalismo – disputas inertes e sentimentos não-con!áveis.

Quando solidamente baseada na Escritura, a razão não é inimiga da fé; ela pode inclusive ser uma forte aliada. Deus mesmo nos
criou com a habilidade de pensar e escolher. Jesus declarou que “o primeiro e maior mandamento” exige que amemos a Deus
com todo o nosso “entendimento” (veja Mateus 22:37, 38; também Marcos 12:30; Lucas 10:27). Uma vida cristã consagrada
envolve a submissão de tudo o que somos a Jesus, que é a Verdade. Amar a Deus implica em obedecer a Sua vontade, a qual deve
ser entendida racionalmente a !m de que tenha sobre nós um efeito prático.

Além disso, “a razão pelo menos tem poder de veto. Não podemos crer naquilo que sabemos não ser verdade, assim como não
podemos amar aquilo que acreditamos não ser real. Os argumentos talvez não o façam crer, mas eles certamente poderão
mantê-lo afastado da fé. Portanto, devemos lutar a batalha dos argumentos.”10

James E. Taylor, um cristão apologista contemporâneo, argumenta que devemos encontrar um meio caminho entre uma ênfase
excessiva na razão e uma ênfase excessiva na fé. “Con!ança demais na razão pode levar à dúvida ou descrença porque nenhuma
combinação de argumentos e evidências pode provar conclusivamente que Deus existe ou que o cristianismo é verdadeiro... Por
outro lado, uma ênfase demasiada na fé ao ponto de excluir a razão também pode levar à dúvida e descrença porque existem
questões legítimas de natureza intelectual sobre o cristianismo, tais como o problema do mal ou o problema do pluralismo
religioso, que incomodam crentes e interessados sinceros.”11

Por !m, os vários fatores que levam uma pessoa a dedicar sua vida a Cristo estão além da compreensão e do controle humanos.
Normalmente, eles envolvem uma combinação de experiências pessoais, relações humanas, evidências racionais cumulativas, a
oração intercessória de amigos, e a sempre presente e poderosa in"uência do Espírito Santo.

A obra por ser feita


Nossa civilização está passando por uma profunda crise em relação à verdade. A idéia de verdade objetiva está sendo atacada ou
completamente abandonada na cultura pós-moderna. Crenças e ideologias múltiplas estão competindo com o cristianismo bíblico
ao redor do mundo. Num sentido mais profundo, a crise de nosso tempo é de natureza espiritual.

Escolas e universidades adventistas podem ajudar a preparar nossos futuros ministros e pro!ssionais em pensamento crítico,
familiarizando-os com as idéias correntes que se opõem ao cristianismo bíblico e mostrando como responder a argumentos
contrários. Nossos líderes intelectuais precisam ser capazes de argumentar em favor das verdades do cristianismo e a solidez das
crenças adventistas em meio à vida real.

Mais materiais preparados por e para adventistas serão também de grande utilidade nessa importante tarefa. Por exemplo, um
manual de apologética adventista muito ajudaria os milhares de estudantes adventistas que freqüentam centros universitários
secularizados, e também pro!ssionais adventistas que desejam ter ao alcance da mão, respostas às questões acerca de sua fé.

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Por !m, nossa luta como adventistas do sétimo dia é contra a descrença secular e a crença desorientada, não contra os ateístas,
agnósticos, seguidores de outras religiões ou hereges propriamente ditos. Na verdade, pela graça de Deus, cada um deles é um
cidadão em potencial do novo reino que Cristo vai estabelecer. O respeito que manifestamos para com as pessoas criadas à
imagem de Deus deve fazer com que melhoremos nossos argumentos e redirecionemos nossa busca. Deveríamos estar sempre
prontos a, sem desculpas, batalhar “pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3).

Humberto M. Rasi (Ph.D., Universidade de Stanford) é autor de muitos artigos e editor de vários livros. Ele atuou como editor-chefe da
Diálogo por quase vinte anos. O texto integral desse artigo foi apresentado durante o III Symposium on the Bible and Adventist
Scholarship, e pode ser encontrado em http://fae.adventist.org. E-mail: h.rasi@adelphia.net

Citação Recomendada
Humberto M. Rasi, "Dando a razão de nossa esperança," Diálogo 20:1 (2008): 11-15

REFERÊNCIAS:
1. A não ser quando indicado diferentemente, todas as as citações bíblicas são da Nova Versão Internacional.
2. Algumas passagens do Novo Testamento onde aparecem as palavras apologia ou apologeomai:
Atos 22:1: “Irmãos e pais, ouçam agora a minha defesa.”

Atos 25:16: “…oportunidade de se defender das acusações que lhe fazem.”

I Coríntios 9:3: “Esta é a minha defesa diante daqueles que me julgam.”

II Coríntios 7:11: “…que desejo de ver a justiça feita!”

Filipenses 1:7: “…quer defendendo e con!rmando o evangelho.”

Filipenses 1:16: “Aqui me encontro para a defesa do evangelho.”

II Timóteo 4:16: “Na minha primeira defesa, ninguém apareceu para me apoiar.”

I Pedro 3:15: “…preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir.”

3. Veja James W. Sire. A Little Primer on Humble Apologetics. Downers Grove, Illinois: IVP Books, 2006. pp. 14-25.
4. Ibid. p. 26.
5. Avery Cardinal Dulles. A History of Apologetics. 2a ed. São Francisco, Califórnia: Ignatius Press, 2005. pp. 1ff.
6. Veja Kenneth D. Boa e Robert M. Bowman Jr. Faith Has Its Reasons: An Integrative Approach to Defending Christianity. Colorado Springs,
Colorado: NavPress, 2001. pp. 17-22.
7. O discurso de Paulo no Areópago trouxe alguns resultados, pois “alguns homens juntaram-se a ele e creram. Entre eles estava Dionísio,
membro do Areópago, e também uma mulher chamada Dâmaris, e outros com eles” (Atos 17:34). Entretanto, Paulo estava ciente das
limitações de sua argumentação: “Pois a mensagem da cruz é loucura para os que estão perecendo, mas para nós, que estamos sendo
salvos, é o poder de Deus... Onde está o sábio? Onde está o erudito? Onde está o questionador desta era? Acaso não tornou Deus louca a
sabedoria deste mundo? Visto que, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por meio da sabedoria humana, agradou a Deus salvar
aqueles que crêem por meio da loucura da pregação” (I Coríntios 1:18, 20, 21).
8. Ellen G. White, Testimonies for the Church. Mountain View, Califórnia: Pacific Press Publ. Assn., 1948. vol. 9, p. 21.
9. Ibid. vol. 3, p. 160.
10. Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli. Handbook of Christian Apologetics. Downers Grove: InterVarsity Press, 1994. p. 21.
11. James E. Taylor. Introducing Apologetics: Cultivating Christian Commitment. Grand Rapids, Michigan: Baker Academic, 2006. p. 12. Veja
também meu artigo “Faith, Reason, and the Educated Christian.” College and University Dialogue 15:3, 2003. pp. 5-9, 16.

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Dialogue | 20 • 1 | 2008
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