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A doutrina da trindade
NA HISTÓRIA DA IASD
INTRODUÇÃO
a) Feliz sábado!
b) RESUMO DA SÉRIE:
d) Eles também afirmam que a Igreja Adventista do Sétimo Dia maculou sua
doutrina aceitando em seu Credo a doutrina do Espírito Santo com a terceira
pessoa da Trindade.
e) Hoje vamos estudar o que a Bíblia ensina sobre este assunto e como os
pioneiros Adventistas interpretavam tais ensinos.
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Série: A Teologia do Espírito Santo
Pr. Ângelo Márcio Ep. 3
a) Agora vejamos o que alguns pioneiros da Igreja Adventista do Sétimo Dia criam
a respeito do Espírito Santo e da Trindade.
b) Vamos começar com Guilherme Miller. Quem foi este homem e qual a sua
importância na história da Igreja Adventista do Sétimo Dia?
Guilherme Miller foi fazendeiro americano que viveu em Nova Iorque entre os anos de
1782 e 1849. Ele era um profundo estudioso das Escrituras Sagradas.
No ano de 1818, como resultado de seu estudo das profecias de Daniel 8 e 9 sobre a
profecia das 2300 tardes e manhãs (Dn 8:14), Miller chegou à conclusão de que o
Santuário que a profecia se referia era a Terra e a sua purificação se daria com a volta
de Jesus Cristo. De acordo com os seus cálculos, a volta de Cristo aconteceria entre
1843 e 1844. Ele hesitou até 1831, antes que começasse a anunciar suas descobertas
(algo em torno de 13 anos) enquanto estudava ainda mais a fundo a veracidade de
tais fatos.
Podemos considerar que Guilherme Miller foi o pai do movimento Adventista, que
posteriormente se tornou a Igreja Adventista do Sétimo Dia.
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Série: A Teologia do Espírito Santo
Pr. Ângelo Márcio Ep. 3
b) Porém, o Pr. Himes não acreditava na Trindade como fazia Miller. Certa vez, em
1833, foi convidado a escrever um artigo sobre as crenças da Igreja Conexão
Cristã, a qual fazia parte, na Encyclopedia of Religious Knowledge de J. Newton
Brown. Ele escreveu:
c) Agora, como pode, alguém com crenças tão distintas, se unirem? Na verdade,
este assunto não preocupava nenhum dos dois. Pois a mensagem de sua
pregação não era pautada no assunto da Trindade, mas na eminente volta de
Jesus à Terra.
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Série: A Teologia do Espírito Santo
Pr. Ângelo Márcio Ep. 3
e) Mas isso não quer dizer que eles rejeitavam toda e quaisquer concepções
trinitarianas. Eles somente não conseguiam encontrar elementos bíblicos
para acreditar da forma com que as demais igrejas acreditavam.
f) Em 1846, dois meses após Tiago White ter publicado um artigo sobre o tema
e quando ainda estava noiva dele, Ellen Gould Harmon também publicou um
artigo no mesmo jornal intitulado “Letter from Sister Harmon” de 14 de março
de 1846 (também publicado no livro Primeiros Escritos, p. 55) onde descreve
uma visão que teve da seguinte forma:
“Tenho visto muitas vezes o amorável Jesus, que é uma pessoa. Perguntei-
Lhes se Seu Pai era uma pessoa e tinha a mesma forma que Ele. Disse
Jesus: ‘Eu sou a expressa imagem da pessoa do Meu Pai’. Tenho muitas
vezes visto que o ponto de vista do espiritualismo afasta toda a glória do
Céu, e que em muitas mentes o trono de Davi e a amorável pessoa de Jesus
tem sido queimados no fogo do espiritualismo”.
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Série: A Teologia do Espírito Santo
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4. Tiago White.
a) Também em 1846, dois anos após o grande desapontamento e alguns meses
antes do seu casamento, Tiago White, membro da Igreja Conexão Cristã
antes de ingressar no movimento de Miller – inclusive era ministro ordenado
desta igreja (e, portanto, não cria na Trindade), escreveu um artigo num jornal
milerita chamado Day Star em 24 de janeiro de 1846 comentando a
passagem bíblica de Judas 3-4. Ele assim escreveu:
“No verso 4, ele (Judas) nos dá a razão por que devemos batalhar pela fé,
uma fé específica: ‘porque há certos homens’, ou uma certa classe que nega
o único Senhor Deus e nosso Senhor Jesus Cristo. Essa classe não pode ser
outra senão os que espiritualizam a existência do Pai e do Filho, negando-Os
como duas pessoas distintas, literais e tangíveis, bem como uma Cidade
Santa literal e o trono de Davi”.
h) Note que Tiago White ainda NÃO aceita a Doutrina da Trindade, quem sabe
até mesmo por causa da sua construção teológica como ministro da Igreja
Conexão Cristã, mas ele já questiona a declaração de Deus não ser “duas
pessoas distintas, literais e tangíveis”.
i) Até este momento, o Espírito Santo ainda era visto como um poder, energia e
influência santa de Deus.
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Série: A Teologia do Espírito Santo
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III. Herança dos Santos “além do espaço e do tempo”, ao invés da Terra Renovada
(Dn 7:37; Mt 5:5).
5. A. T. JONES E J. H. WAGGONER.
a) As discursões sobre a essência e as características de Deus Pai; se Jesus
Cristo era igual a Deus Pai ou um sub-Deus criado pelo Pai; e, se o Espírito
Santo era real ou apenas uma energia de Deus Pai e Jesus Cristo se
mantiveram acirradas até 1888, quando outro assunto entrou em voga: a
justificação pela graça, mediante a fé e como funciona isso.
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Série: A Teologia do Espírito Santo
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f) E, porque Waggoner disse isso? Porque para ele não havia possibilidade de
existir uma Trindade, uma vez que somente Deus Pai era Deus sem começo
ou fim, e Jesus Cristo era Deus Filho, gerado pelo Pai e d’Ele dependente.
“Para nenhum dos anjos o Pai disse que, pois nenhum dos anjos foram
criados do Pai; todos foram criados por Cristo, pois lemos que, sejam eles
‘tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades’ (Cl 1:16), todos
foram feitos por Ele, e sem Ele nada teria sido feito; enquanto o próprio
Filho foi diretamente criado pelo Pai, e assim é chamado seu único Filho
criado.”
k) Comentando sobre o texto de João 6:7-15, onde Cristo fala aos seus
discípulos que era necessário que Ele fosse para o Céu para o que o Espírito
Santo fosse enviado pelo Pai, Jones comenta:
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b) Até que em 1892, a editora oficial da igreja Pacific Press publicou um caderno
de estudos bíblicos e nesta edição trazia um artigo intitulado “A Doutrina
Bíblica da Trindade” (Imagem Anexo 1).
c) Este artigo foi escrito, na verdade, em 1889 por Samuel Spear, que era um
reverendo da igreja Presbiteriana. No entanto, a Pacific Press, por achar
relevante tal assunto, pediu permissão para publicá-lo, como o fez em 1892.
e) Alguns meses depois, uma pergunta de um leitor foi enviada para a Revista
Adventista (Review and Herald de 06/09/1892, p. 568):
PERGUNTA: “Se Deus é um espírito (Jo 4:24) e ao mesmo tempo uma pessoa
(Dn 7:9), não poderia usar o mesmo raciocínio para provar que o Espírito Santo
é uma pessoa, como referido em João 14:26?”
RESPOSTA: (Urian Smith) “Não; por Deus é descrito em outra parte como uma
pessoa, mas o Espírito Santo não. O fato de que o Espírito Santo é
personificado em João 14, e assim mencionado como agindo de uma maneira
pessoal e individual, não prova que seja uma pessoa, não mais do que o amor,
mencionando em 1 Coríntios 13 como exercendo certos atos e emoções, prova
que o amor seja uma pessoa.”
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Série: A Teologia do Espírito Santo
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f) Só lembrando que Urian Smith não acredita que o Espírito Santo era Deus.
PERGUNTA: Qual é a sua ideia sobre o Pai, o Filho e o Espírito Santo serem três
em um?
RESPOSTA: (outro editor) “Pouco importa a nossa ideia sobre o assunto. O que
a Bíblia ensina deve ser a questão para nós. Cristo diz: ‘Eu e o Pai somos um’,
e ora para que seus discípulos sejam um como Ele e seu Pai são um (Jo 10:30;
17:11-12). A unidade é algo que podemos apreender, embora não
compreendamos. ‘A Doutrina Bíblica da Trindade’ nº 90 da Bible Student’s
Library (Pacific Press, Oakland, Cal.), lhe dará algumas boas ideias e sugestões
sobre o assunto”.
– Imagem Anexo 2
NOTA: Está é a primeira vez que Ellen G. White escreve que o Espírito Santo é a terceira pessoa
da Trindade.
j) O que ela está dizendo é que o Espírito Santo representa a Cristo e o faz de
forma PERFEITA. Ele se relaciona com Cristo de tal forma que ao nos
comungarmos com Ele, estamos nos comungando com Cristo. Mas, é “uma
personalidade distinta”. Não é a mesma pessoa.
l) Em 1895, Ellen White faz uma declaração que deixou muita gente confusa.
Escrevendo uma carta particular ao seu filho e a sua nora ela diz (Carta 119,
para Edson e Emma White em 18/02/1895):
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"Embora nosso Senhor tenha ascendido da terra para o Céu, o Espírito Santo
foi designado como Seu representante entre os homens (João 14:15-18).
Limitado por sua humanidade, Cristo não poderia estar em todo lugar
pessoalmente; portanto era do interesse deles que ele os deixasse, e fosse
para o seu Pai e enviasse o Espírito Santo para ser o Seu sucessor sobre a
Terra. O Espírito Santo é Ele mesmo despojado da personalidade humana
e dela independente. Ele Se representaria como presente em todos os
lugares por Seu Santo Espírito, como o Onipresente".
m) O que Ellen White está dizendo aqui é que o Espírito Santo é um ser tão
idêntico a Jesus Cristo que o Mestre não faria falta aos seus discípulos no
sentido de que Ele (Cristo) seria perfeitamente representado. Ao Cristo
retornar para o Pai, o Espírito Santo seria como Ele mesmo entre seus
discípulos.
n) Note que ela não se dizendo que Jesus Cristo é o Espírito Santo, mas Seu
representante aqui na Terra.
p) Ellen White, enquanto em vida, fez várias modificações nos seus escritos para
aperfeiçoá-los de acordo com as visões que tivera. No entanto, este texto
permaneceu intacto, sem mudança, sem ajustes, até o dia da sua morte.
RESPOSTA: (Uriah Smith) Não sabemos de lugar algum na Bíblia onde nos é
ordenado adorar o Espírito Santo, como foi ordenado no caso de Cristo (Hb
1:6), ou onde encontremos um exemplo de adoração ao Espírito Santo, como
no caso de Cristo (Lc 24:52). No entanto, na fórmula batismal, o nome
‘Espírito Santo’ acha-se associado ao do Pai e do Filho. E se o nome pode ser
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r) NOTE que Uriah Smith anteriormente a 1892 (apenas 4 anos atrás) não
acreditava na Trindade e nem tão pouco na divindade do Espírito Santo.
Embora ele nunca tenha se tornando um trinitariano como nós hoje somos,
ele aproximou-se a ponto de reconhecer a existência da Trindade e a
divindade como também a pessoalidade do Espírito Santo.
b) Mas, somente em 1900 que eles têm um Hinário para chamar de seu.
c) Este primeiro “Hinário Adventista” foi usado entre os anos de 1900 e 1915. E,
o interessante para a nossa história são os hinos que ele continha. Note as
divisões de louvores: Imagem Anexo 3, 4 e 5.
c) No entanto, alguns poucos meses depois, Ellen White o confrontou com uma
verdade que não abria mais espaço para dúvidas ou suspeitas. Ela deixa claro
(Special Testimonies for Ministers and Workers, Seria A, nº 10, p. 37):
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e) Outro, preferindo manter o anonimato, uma vez que tinha sido um ferrenhos
defensor do antitrinitarianismo, escreveu suas mais atuais conclusões num
artigo da Review and Herald de 18/02/1900 (p. 802), intitulado “The King’s
Messenger”:
"Ele [Cristo] partiu e o enviou, e o Consolador veio, não como uma influência
ou emanação, mas como outra Pessoa, para tomar o lugar da Pessoa que
partiu. Ele veio. Devemos recebê-Lo e recebê-Lo em Sua personalidade. Essa
é a única maneira de receber uma pessoa. Não devemos recebê-Lo como
uma coisa, uma bênção ou uma experiência, mas como outra pessoa. Ele é
Deus no homem. Ele habita nos corações humanos. Seu trono está nos
templos terrestres. Ele toma o lugar de Jesus, o Homem das Dores, e Ele é o
Consolador divino."
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CONCLUSÃO e apelo
a) Para concluir, deixo um dos últimos textos escrito por Ellen White em 1905,
que além de ser Mensageiro do Senhor, era também pioneira da igreja:
"Há três pessoas vivas pertencentes ao trio celestial; em nome destes três
grandes poderes - o Pai, o Filho e o Espírito Santo - os que recebem a Cristo
por fé viva são batizados, e esses poderes cooperarão com os súditos
obedientes do Céu em seus esforços para viver a nova vida em Cristo".
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