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Sabrina Fernandes

Cosmetologia nas
Disfunções Estéticas
2ª edição

Brazcubas

Mogi das Cruzes - SP

2018
Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar

CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP

Reitor: Prof. Maurício Chermann

EQUIPE PRODUÇÃO CORPORATIVA

Gerência: Adriane Aparecida Carvalho

Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim

Coordenação Pedagógica: Karen de Campos Shinoda

Equipe Pedagógica: Alessandra Matos, Graziela Franco,

Rúbia Nogueira, Vania Ferreira

Coordenação Material Didático: Michelle Carrete

Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues, Aline Gonçalves,

Claudio Nascimento, Telma Santos

Diagramação: Amanda Holanda, Douglas Lira, Fábio Francisco,

Nilton Alves, Priscila Noberto

Ilustração: Everton Arcanjo, Noel Gonçalves

Impressão: Grupo VLS / Gráfica Cintra

Imagens: Fotolia / Acervo próprio

Os autores dos textos presentes neste material didático assumem total

responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade.

Proibida a reprodução total e/ou parcial.

© Copyright Brazcubas 2018


Sumário

Sumário

Apresentação 5

O Professor 7

Introdução 9

1unidade I

1Noções de farmacologia 11

1.1  Farmacologia e conceitos gerais 11

1.2 Farmacocinética 16

1.3 Farmacodinâmica 17

Referências da unidade I 21

2unidade II

2Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial  23

2.1  Ativos dermatológicos e medicamentos para acne vulgar 23

2.1.1  Controlar a produção sebácea 25

2.1.2  Remover queratina 26

2.1.3  Diminuir processo inflamatório 27

2.1.4  Inibir bactéria 27

2.2  Ativos médicos, dermatológicos e cosméticos para hipercromia 29

2.2.1  Inibir melanogênese 30

2.2.2  Inibir a tranferência do melanossomo 31

2.2.3  Remover queratinócitos pigmentados 31

2.2.4  Proteção aos raios UV 31

2.3  Ativos dermatológicos e cosméticos para envelhecimento 33

2.3.1  Estimular renovação celular 34

2.3.2  Controlar melanogênese 35

2.3.3 Hidratar 35

2.3.4  Combater radicais livres 36

2.3.5  Inibir metaloproteinase 36

2.3.6  Estimular fibroblastos 36

2.3.7  Inibir glicação  37

2.3.8  Proteger DNA 37

2.3.9  Aliviar linhas e rugas 37

2.4  Procedimentos médicos no envelhecimento 38


Sumário

2.4.1  Toxina botulínica (Botox) 38

2.4.2 Preenchimentos 39

2.4.3  Peelings químicos 40

Referências da unidade II 41

3unidade III

3Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais  43

3.1  Ativos dermatológicos e medicamentos para adiposidade 43

3.1.1  Objetivos dos ativos dermatológicos para lipólise 46

3.1.2  Medicamentos utilizados na lipólise e seus efeitos  49

3.2  Ativos dermatológicos e medicamentos para fibroedema geloide (FEG)51


3.2.1  Medicamentos utilizados na FEG 53

3.3  Ativos dermatológicos e medicamentos para flacidez 54

3.3.1  Objetivos dos ativos dermatológicos para flacidez 54

3.4  Ativos dermatológicos para estrias 56

3.5  Procedimentos médicos  58

Referências da unidade III 59

4unidade IV

4Cosmetovigilância 61

4.1  Armazenamentos e descarte de produtos cosméticos 61

4.2  Reações adversas e toxicológicas dos cosméticos 65

4.2.1  Reações irritativas 66

4.2.2  Reações alérgicas 67

4.2.3  Componentes responsáveis pelas reações adversas 68

4.2.3.1 Conservantes 69

4.2.3.2 Fragrância 71

4.2.3.3 Tensoativos 72

4.2.3.4 Corantes 72

4.3  Farmacologia de sistema 73

Referências da unidade IV 77


Apresentação

Apresentação

Olá aluno(a), seja bem-vindo(a) à disciplina de Cosmetologia aplicada à estética


B, em que você irá conhecer os ativos cosméticos e dermatológicos utilizados nas
disfunções estéticas variadas, bem como a forma de atuação e efeitos colaterais.

Na unidade I abordaremos a farmacologia de uma forma básica e direta, abor-


dando vias de administração dos fármacos, termos básicos dentro da farmacologia,
farmacodinâmica, farmacocinética, permeação, absorção e penetração, bem como
os segmentos novos envolvendo a indústria cosmética.

Na unidade II, veremos os medicamentos e concentrações para os tratamentos


faciais de acne, hipercromia e envelhecimento, e como os ativos cosméticos atuam
no seu controle, além dos ativos médicos dermatológicos e concentrações para os
tratamentos específicos, tipos de filtro solares e procedimentos médicos associados.

Na sequência, a unidade III abordará o mecanismo de atuação dos ativos para


a adiposidade e FEG, assim como ativos médicos dermatológicos e concentrações
para o tratamento de flacidez / estrias e seus efeitos colaterais.

Finalizando a disciplina, na unidade IV aprenderemos sobre os efeitos toxico-


lógicos e as reações cutâneas causadas pelos fármacos presentes em alguns medi-
camentos, bem como veremos os cuidados que devemos ter com o descarte desses
produtos.

Assim, a partir do conteúdo abordado aqui você conseguirá determinar obje-


tivos para o tratamento de diferentes disfunções estéticas e conseguirá selecionar
produtos cosméticos de acordo com as necessidades do seu cliente.

Você é meu convidado especial!

Vamos lá!

5
Objetivos da Disciplinas:

• Conceituar de forma direta farmacologia e diferenciar a forma de


atuação de um fármaco e um ativo cosmetológico;

• Compreender a forma de atuação dos ativos cosméticos, interven-


ções dermatológicas e medicamentosas com seus efeitos e reações
nas diferentes disfunções estéticas;

• Concientizar sobre os cuidados com o cosmético e o descarte na


prática diária.

Competências e Habilidades da Disciplina:

• Compreensão da forma de atuação dos ativos cosméticos;

• Classificação dos objetivos do cosmético para as disfunções estéticas;

• Reconhecimento das concetrações, medicamentos e técnicas derma-


tológicas;

• Conscientização dos cuidados com utilização e decarte dos produtos.


O Professor

O Professor

Profa. Sabrina Fernandes

Olá!

Sou a professora Sabrina, fisioterapeuta e esteticista,


com pós-graduação em Neurologia, Fisiologia; e Esté-
tica e Cosmetologia. Atuo na área da estética desde
2002 e como docente desde 2007. Atualmente, sou
professora na Braz Cubas e professora conteudista
da EaD.

7
Introdução

Introdução

Nesta disciplina você irá conhecer a farmacologia e entender o que nosso cor-
po faz com o medicamento quando ele entra em contato com nosso organismo e
como o medicamento age nas células do nosso corpo, além de compreender como
os ativos atravessam a barreira da nossa pele e agem nas diferentes disfunções
estéticas.

Para que você obtenha um resultado satisfatório nos diversos tratamentos


faciais e coporais, como tratamento de acne, hipercromia, adiposidade, FEG ou flaci-
dez tissular, além de dominar técnicas manuais e tecnologia de aparelhos, é impor-
tante também que você conheça a forma de atuação dos ativos cosméticos.

A disciplina também aborda a atuação de ativos dermatológicos e medica-


mentos utilizados na estética. Você sabia que alguns medicamentos utilizados para
melhorar uma disfunção estética podem causar alterações cutâneas?

Para tanto, é necessário que além do livro didático, você acesse todos os ma-
teriais disponíveis no AVA, como as videoaulas com participações especiais de pro-
fissionais da área, e também participe de forma construtiva dos fóruns de discussão
e leia os materiais complementares.

Dessa forma, você estará pronto (a) para elaborar protocolos de maneira per-
sonalizada, tendo a certeza dos objetivos dos cosméticos para os diversos tratamen-
tos realizados em cabine.

Aproveite a disciplina e bons estudos!

Um abraço,

Profa. Sabrina

9
1
Noções de farmacologia unidade I

1 unidade I

1 Noções de farmacologia

1.1  Farmacologia e conceitos gerais

A farmacologia apresenta o seguinte significado: “fármaco”


deriva do grego “pharmakos”, que significa remédio, modifica fun-
ções fisiológicas já existentes no organismo, não cria funções e
“lógia” = estudo.

Sendo assim, a farmacologia é reponsável por estudar a ori-


gem, propriedades físicas e químicas, ação, efeito e uso terapêuti-
co dos medicamentos.

Conhecer alguns termos utilizados na farmacologia ajuda


você a compreender essa ciência:

Fármaco: substância química que apresenta uma função


terapêutica, as formulações que utilizam um ou mais fárma-
cos são denominadas de medicamentos.

Medicamento: é um produto eleborado com a finalidade


preventiva, curativa, paliativa ou para diagnóstico.

11
Unidade I Noções de farmacologia

édio e
os aqui a diferença entre rem
Assim, é importante destacarm
ativos e
os não envolvem princípios
medicamento, pois os remédi
essariamente.
nem comprovação científica, nec

Assim, um chá caseiro pode Já os medicamentos


ser um remédio para um estão ligados às normas
resfriado, bem como as massa- estabelecidas pelo
gens, as terapias alternativas e Ministério da Saúde e
a fisioterapia também fazem devem seguir um
parte dessa classificação. criterioso rigor técnico.

Conheça mais:

Para você conhecer outros termos dentro da farmacologia, dê uma pausa


na leitura deste livro e acesse na midiateca o texto “Termos em farmaco-
logia”. Vale a pena ler, alguns termos serão citados nas demais unidades!

uticas são
ento, diferentes formas farmacê
Para se administrar um medicam
ncias, como:
lhor aproveitamento das substâ
utilizadas para permitir um me

Forma farmacêutica sólida:


cápsulas, comprimidos, drágeas, pós e granulados.

Forma farmacêutica líquida:


xarope, suspensão, soluções, gotas e elixires.

Forma farmacêutica semissólida:


pomadas, géis, cremes, loções e pastas.

12
Noções de farmacologia unidade I

las das
são utilizadas para que as molécu
Diferentes vias de administração
realizem as
aco atravessem os tecidos e
substâncias químicas do fárm
específica e
é indicada para uma situação
funções pretendidas. Cada via
vantagens, vamos conhecê-las!
apresenta suas vantagens e des

Via oral/enteral
Via de efeito sistêmico, ou seja, após a administração a
substância atinge circulação sanguínea, sendo distribuí-
da para todo organismo.

Via parenteral
Via de efeito sistêmico através de injeção e que pode
alcançar diferentes profundidades. Assim, a via parente-
ral pode ser: intramuscular, subcutânea, intravenosa e
intradérmica (sendo a última e a penúltima utilizadas na
medicina estética).

Disponível em: <http://www.atensalud.com/2017/04/farmacologia-geriatrica-la-via.html>. Acesso em: 02/04/2018.

Via respiratória
É uma via inalatória/pulmonar, em que o medicamento
é inalado através de aparelho de nebulização e chega
aos brônquios para sua ação.

Via retal
Introdução da medicação via anal em forma de suposi-
tório ou emulsão para efeito local e não sistêmico.

13
Unidade I Noções de farmacologia

Via intranasal
Via de efeito local, com introdução de medicamento atra-
vés das narinas em forma de suspensão, gotas ou spray.

Via ocular
Via de efeito local, com introdução de medicamento nos
olhos, como o colírio, que é uma preparação estéril
(livre de micro-organismos).

Via intra-auricular
Via de efeito local, com introdução de medicamento atra-
vés do pavilhão auditivo, com formulações mais viscosas
que prolongam o tempo de contato com a área afetada.

Via tópica
Via que utiliza as camadas da pele para transportar o
medicamento e que visa o efeito local, embora possa
ser utilizada para liberação sistêmica por meio dos
adesivos transdérmicos (patches).

Disponível em: <http://www.atensalud.com/2017/04/farmacologia-geriatrica-la-via.html>. Acesso em: 02/04/2018.

Conheça mais:

Antes de continuar a leitura do livro didático, acesse no AVA a videoaula


“Vias de administração”. Lá você vai conhecer um pouco mais sobre as vias
de administração de ativos dermatológicos na medicina estética.

14
Noções de farmacologia unidade I

Alguns fatores influenciam na absorção, como: a hidratação da pele,


lipossolubilidade do cosmético e a forma farmacêutica, que poderá ser em
creme, géis, soluções, emulsões, pomadas, mousse, óleos, sérum, adesivos e
cataplasma.

A pele é o maior órgão do corpo humano, como você já aprendeu em


outras disciplinas, e desempenha a função de barreira hídrica e contra mi-
cro-organismos, além de regular a temperatura do nosso organismo. Ela é
a primeira camada que faz contato com o meio externo e em sua superfície
encontramos o estrato córneo, que é formado por células mortas repletas de
queratina e que garantem a nossa barreira cutânea.

Os cosméticos utilizam a via tópica para a sua administração e podem


ser aplicados através de deslizamentos, técnicas de massofilaxia, fricção ou
com auxílio de eletroestética. A vantagem da via tópica na utilização dos cos-
méticos é que o efeito ocorre apenas no local da aplicação, evitando assim
efeitos sistêmicos, porém pode levar à irritação de pele e mucosas na região
onde foi aplicada.

Na disciplina de “Cosmetologia aplicada à estética”, na unidade II, você


aprendeu sobre as vias de penetração dos cosméticos, representada na figura 1.1.

Figura 1.1 – Representação das vias de penetração dos cosméticos

Disponível em: <http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4149>. Acesso em: 19/06/2018.

A diferença entre aplicar um cosmético e um medicamento pela via tópica está


na capacidade que o produto terá em alcançar fileiras e camadas da pele e atingir a
corrente sanguínea, dessa forma, terá penetração e permeação de cosmético e ab-
sorção dos fármacos presentes nos medicamentos.

15
Unidade I Noções de farmacologia

Vamos entender por meio da farmacocinética porque teremos penetração,


permeação de cosmético e absorção dos medicamentos.

1.2  Farmacocinética

A farmacocinética estuda o percurso que o


medicamento realiza no organismo, bem
como os efeitos que ele causa no homem.
Assim, fatores como condição de saúde, pato-
logia, fisiologia e posologia interferem na qua-
lidade de absorção dos medicamentos.

Veja abaixo as etapas por quais o medicamento passa pelo organismo


até chegar à eliminação.

É a passagem da substância ativa do local onde foi

ABSORÇÃO administrado até chegar à corrente sanguínea sem que


se desintegre;
É o conjunto de reações químicas que tornam as móle-
culas realmente ativas e mais facilmente absorvidas
METABOLIZAÇÃO para sua ação;

É a passagem da substância ativa da corrente sanguínea


DISTRIBUIÇÃO para os tecidos, que são os locais de ação do fármaco;

É a saída do fármaco do organismo.


ELIMINAÇÃO

Uma vez que o intuito do cosmético não é atingir a corrente sanguínea, não
ocorre a absorção de seus ativos cosmetológicos. Já uma pomada dermatológica ou
um adesivo (patches) composto por fármaco poderão ser absorvidos pela corrente
sanguínea.

16
Noções de farmacologia unidade I

1.3  Farmacodinâmica

A farmacodinâmica estuda o mecanismo


de ação e os efeitos fisiológicos provoca-
dos pelo fármaco, ou seja, o que ele faz
nos tecidos do nosso organismo quando
se liga a componentes específicos, se
produz o efeito desejado ou se interage
de forma inesperada com os tecidos,
provocando assim efeitos colaterais e
proporcionando reações adversas.

Uma vez que o fármaco entra em contato com componente específico, que
pode ser um receptor na membrana celular, isso irá desencadear uma resposta que
poderá ser agonista ou antagonista.

Fármacos agonistas ativam o receptor que desencadeia as reações desejadas,


como representa a figura 1.2.

Figura 1.2 – Representação do fármaco agonista ativando receptor

Fonte: Elaborada pela autora.

Como fármaco agonista podemos citar a adrenalina, que é agonista do recep-


tor beta adrenérgico, quando há uma ligação entre os dois no coração há um aumen-
to da frequência cardíaca.

17
Unidade I Noções de farmacologia

Já os fármacos antagonistas provocam o efeito reverso, ou seja, quando se ligam


aos receptores na membrana celular bloqueiam as reações e impedem que o angonis-
ta se ligue ao receptor e produza seus efeitos, como representado na figura 1.3.

Figura 1.3 – Representação do fármaco antagonista bloqueando reações

Fonte: Elaborada pela autora.

Como exemplo, o propanolol que é antagonista dos recepetores beta adrenér-


gico, ao se ligar ao receptor, impede a taquicardia no coração.

Na cosmetologia você vai aprender


que esse conceito de farmacodinâmica
também é utilizado. Assim, quando o
ativo cosmético age de forma agonista,
estimula os receptores na membrana
celular e quando age de forma antago-
nista, inibe os receptores e as reações.

O cosmético tem como objetivo atuar no sistema tegumentar através da


penetração e permeação, sem haver a absorção na corrente sanguínea.

18
Noções de farmacologia unidade I

Você sabe a diferença entre penetração e permeação?

Vamos conhecer!

Vale lembrar que a pele é uma barreira protetora, e os cosméticos como filtro
solar e as maquiagens permanecem na superfície junto ao manto hidrolipídico.

Alguns cosméticos conseguem vencer a barreira do estrato córneo, como al-


guns ácidos e hidratantes, quando isso ocorre denominamos de penetração. Quando
o ativo presente no cosmético vence a barreira do estrato córneo e atinge a derme
ocorre a permeação. Geralmente, produtos corporais ou para tratamentos faciais
específicos apresentam tecnologia para facilitar essa permeação através da nano-
tecnologia.

Penetração Permeação Absorção

 Atinge a camada  Vence a barreira  Atinge circulação


córnea da epider- superficial e sanguínea com
me (cosméticos). atinge a derme; efeito sistêmico
 Ativos para gordu- (medicamentos).
ra localizada.

Os dermocosméticos ou cosmecêutico são produtos com capacidade de


permeação dos ativos e auxiliam nos tratamentos das disfunções estéti-
cas faciais e corporais. Podem agir de forma agonista, a partir de estímu-
los ou favorecimento de reações, ou de forma antagonista, inibindo ou
bloqueando reações.

Você aprendeu na disciplina de “Cosmetologia aplicada à estética” que


os cosméticos são classificados em grau 1 e grau 2, os dermocosméti-
cos/cosmecêuticos são considerados cosméticos de grau 2, a Anvisa
classifica apenas cosméticos, medicamentos e alimentos, mas na atua-
lidade outros segmentos foram formados dentro da indústria alimentí-
cia, farmacêutica e cosmética, dando origem aos termos nutracêutico,
nutricosmético e cosmecêutico/dermocosmético. É possível observar a
relação entre os segmentos na figura 1.4.

19
Unidade I Noções de farmacologia

Figura 1.4 – Representação da relação entre os segmentos cosméticos

Cosmecêutico Cosmético Nutricosmético

Farmacêutico Alimentício

Nutracêutico

Fonte: Elaborada pela autora.

Os cosmecêutico, também denominado de dermocosmético, está entre o seg-


mento de cosmético e farmacêutico, são formulações de uso tópico que realizam
permeações nas camadas da pele com capacidade de alterar a sua estrutura.

Os nutricosméticos estão entre os segmentos de alimentos e cosméticos. As-


sim, utilizam suplementos com intuito de prevenir envelhecimento, combater radi-
cais livres ou disfunções estéticas e são chamados de “pílulas da beleza”.

Os nutracêuticos estão entre o segmento farmacêutico e alimentício e assim


conseguem prevenir ou tratar doenças por meio de suplementos, cápsulas, balas
com propriedades terapêuticas etc.

Conheça mais:

Para saber um pouco mais sobre As vantagens dos dermocosméticos, é


importante que você acesse no AVA a videoaula II.

Aprendemos que:

A farmacologia é a ciência que estuda os fármacos e diferentes vias de ad-


ministração são utilizadas para que o fármaco seja absorvido, metaboliza-
do e distribuído para todos os tecidos antes de ser eliminado. Nos tecidos,
o fármaco se liga a um receptor e irá desencadear uma ação agonista ou
antagonista. O cosmético apenas penetra na camada córnea, enquanto os
dermocosméticos permeiam até a derme, estimulando ou inibindo reações
que auxiliam nas disfunções estéticas.

20
Noções de farmacologia unidade I

Referências da unidade I

CAMPOS, P. M. B. G. M; MERCÚRIO, B. G. Farmacologia e a pele. Disponível em:<


http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4149>. Acesso
em: 30/04/2018.

GRAHAME-SMITH, D.G.; ARANSON, J.K. Tratado de farmacologia clínica e farmaco-


terapia. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

PEREIRA, M.F.L. (org.) Cosmetologia – série de estética. 1.ed. São Paulo: Difusão,
2013.

HERNANDEZ, M.; MERCIER-FRESNEL, M. M. Manual de cosmetologia. 3.ed. Rio de


Janeiro: Revinter, 1999. 353p.

RIBEIRO, Claudio de Jesus; GONÇALVES, Sheila Martins Ferreira. Cosmetologia apli-


cada à dermoestética. São Paulo: Pharmabooks, 2006.

COELHO, Christiane da Silva. Registro de produtos cosméticos. Disponível em:<


http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/Registro%20de%20cosm%C3%A9ticos%20
Curso%20BPF%20SP.pdf>. Acesso em: 28/04/2018.

21
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

2 unidade II

2 Medicamentos e ativos dermatológicos


na estética facial

2.1  Ativos dermatológicos e medicamentos para acne vulgar

A acne vulgar é uma disfunção estética que acomete o folículo piloso e glândula
sebácea, comum em adolescentes de ambos os sexos.

Dica de Leitura:

Para compreender a forma de atuação dos ativos dermatológicos, é im-


portante rever os conceitos sobre a fisiopatologia da acne vulgar. Preparei
um breve material, acesse no AVA o texto “Fisiopatologia da acne”.

23
unidade II Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial

O tratamento da acne está relacionado


ao grau de evolução da patologia e
requer cuidados cosméticos e/ou medi-
camentosos.

A acne grau I comedogênica responde bem aos tratamentos estéticos;

No grau II, em que ocorre processo inflamatório, o tratamento pode ser


associado ao médico especialista

e a partir do grau III a indicação é que o tratamento seja realizado com o


médico especialista.

É importante destacar que para cada grau de acne há uma característica


e ação cosmética específica. No caso do grau I, por exemplo, ocorre um
aumento da produção sebácea e hiperqueratinização, que ocasionam a
obstrução folicular por meio da formação de comedões abertos e fecha-
dos. Sendo assim, para prevenir a formação de novos comedões é
necessário controlar a oleosidade e remover a queratina, já que esses
comedões são formados a partir do acúmulo de sebo e células queratini-
zadas no interior do folículo como ilustra a figura 2.1.

Figura 2.1 – Representação dos objetivos da acne grau I

ACNE Controlar produção Remover prevenir formação


GRAU I sebácea queratina de novos comedões

Controlar a oleosidade e remover a queratina resulta na prevenção da


formação de novos comedões, uma vez que eles são formados a partir do
acúmulo de sebo e células queratinizadas no interior do folículo.

24
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

2.1.1  Controlar a produção sebácea

Você sabia que para controlar a oleosidade da pele acneica é necessário regu-
lar a atividade da glândula e retirar a secreção que ela libera na superfície da pele?
Vamos entender como isso ocorre, observe a figura abaixo:

Figura 2.2 – Representação da ação dos ativos cosméticos no controle de oleosidade

Inibir lipase Adstringente

Inibir
Controlar Absorver
enzima 5
produção oleosidade
alfaredutase
sebácea

Fonte: Elaborada pela autora.

O controle da produção de sebo ocorre por meio de inibição da enzima hidro-


testosterona (DHT). Assim, é preciso utilizar ativos que inibam a lipase e que, conse-
quentemente, impeçam a formação de ácidos graxos livres.

Ativos adstringentes ajudam no controle dessa oleosidade por meio da regu-


lação da produção sebácea. Esses ativos podem ser absorvedores ou adsorvedores
da oleosidade. No primeiro caso o sebo se adere ao substrato e passa a fazer parte
dele, já no segundo o sebo se adere ao substrato, mas não passa a fazer parte dele.
Acompanhe essa representação na figura a seguir.

Figura 2.3 – Diferença entre absorsão e adsorção de oleosidade

Absorvente da oelosidade Adsorvente da oelosidade

Fonte: Elaborada pela autora.

25
unidade II Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial

Como exemplo de um produto cosmético eficiente para adsorver as toxinas te-


mos a argila, que quando aplicada sobre a pele favorece maior oxigenação tecidual e
absorção da oleosidade, apresentando também ação adstringente, clareadora, entre
outros benefícios.

2.1.2  Remover queratina

A remoção do excesso de queratina do estrato córneo diminui a obstrução do


folículo piloso e substâncias com ação queratolítica, como os peelings químicos alfa-
-hidroxiácidos (glicólico, láctico, mandélico) beta-hidroxiácido (salicílico) e poli-hidro-
xiácidos (gluconolactona e lactobiônico) contribuindo para o desprendimento das
células que estão acumuladas.

ento da acne grau II


s dos cosméticos no tratam
Vamos pensar nos objetivo

No grau II de acne os objetivos estão de acordo


com as lesões por se tratar de uma lesão inflamató-
ria, como você já aprendeu. Assim, além de contro-
lar a produção sebácea e remover queratina,
também devemos diminuir processo inflamatório e
inibir bactéria, como mostrado na figura 2.4. Se
tratada desde o início, as chances da acne evoluir
para outros graus será menor.

Figura 2.4 – Representação dos objetivos dos ativos cosméticos para o grau II

ACNE GRAU II Inibir bactéria Diminuir processo inflamatório

Fonte: Elaborada pela autora.

26
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

2.1.3  Diminuir processo inflamatório

Diversos ativos são utilizados nas formulações cosméticas com o intuito de


diminuir o processo inflamatório que ocorre nos casos de acne, diminuindo eritema,
edema e quadro álgico (dor) no local.

Encontramos nas formulações ativos com função suavizante, descongestio-


nante, calmante, anti-irritante, com o intuito de diminuir o eritema típico das peles
acneicas. O uso de ativos com ação cicatrizante que auxiliam na regeneração epitelial
também está presente nas formulações.

2.1.4  Inibir bactéria

A inibição da proliferação da bactéria ocorre por meio de cosméticos e me-


dicamentos de uso oral ou tópico, uma série de ativos presentes nas formulações
contribui para o controle da flora bacteriana junto ao manto hidrolipídico, mas é
importante que seu cliente faça uso de dermocosméticos em casa, além do atendi-
mento em cabine.

Dica de Leitura:

Disponibilizei na plataforma o texto “Principais ativos dermatológicos para


acne”. Acesse-o, leia e volte para continuarmos!

A partir do grau III, devido à presença de lesões como nódulos e cistos,


é necessário o acompanhamento de um médico dermatologista, e também,
às vezes, de um acompanhamento psicológico devido ao impacto social cau-
sado principalmente em adolescentes.

Importante!

Dê uma pausa na leitura do livro e acesse na plataforma a videoaula que


aborda o tratamento no cliente com acne. Volte para concluir sua leitura!

27
unidade II Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial

Vários ativos estão disponíveis nas formulações para o tratamento da acne,


porém dependendo do grau da lesão não serão suficientes para sanar o problema,
sendo necessária a utilização de medicamentos de uso tópico com ação local ou oral
com ação sistêmica para a melhora do quadro. Na tabela 2.1 é possível observar os
medicamentos de uso tópico utilizados.

Tabela 2.1 - Medicamentos de uso tópico com ação local

Substância Ação % Observação

Comedolítico e antibacte-
Associado à
Peróxido de riano reduz até 50% dos
2,5 - 10% antibiótico, seu efeito
benzoíla ácidos graxos e com efeito
é potencializado
anti-inflamatório
Não é fotossensível
Queratolítico e bacterios-
Ácido azeláico 15 - 20% e diminui lesões não
tático
inflamatórias
Queratolítico e melhora a
Até Produz irritação local
Ácido Retinóico penetração de outros me-
0,10% e fotossensibilização
dicamentos
Efeito queratolítico reduz
Tretinoína – Causa eritema local e
ácidos graxos e formação Até 0,1%
Retinoide descamação
de comedões
Tazaroteno - Age na normalização da Mais irritante que a
Até 0,1%
Retinoide queratinização isotretinoína
Adapaleno
Diminui comedões e infla-
– Retinóide Até 0,1% Baixa irritação local
mação
sintético
Antibiótico com efeito anti-
Eritromicina 2 – 4% Produz irritação local
-inflamatório
Clindamicina Antibiótico 1% Produz irritação local
Sulfacetamida Antibacteriano 5 -10% Produz sensibilização

Fonte: Elaborada pela autora.

Os medicamentos de uso tópico podem ocasionar sensibilização na pele com


eritema e descamação, quando o médico liberar o procedimento estético o ideal é
utilizar cosméticos com ativos anti-irritante, hidratante, máscaras com veículo em gel.

28
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

Os medicamentos de uso oral são utilizados quando não houver resposta aos
medicamentos de uso tópico. Assim ocorre a indicação do uso de antibióticos, que
diminui os ácidos graxos livres no sebo e a lípase bacteriana, controlando processo
inflamatório.

Os antibióticos mais utilizados são: tetraciclina, minocilcina, eritromi-


cina, azitromicina, doxiciclina, clotrimazol e nos casos mais graves de acne é
utilizado a isotretinoína.

O medicamento mais utilizado é o Roacutan, composto pela isotretinoí-


na, apresenta efeito anti-inflamatório, antisseborreico e antiqueratinizante. É
importante destacar que esse medicamento não pode ser utili-
zado por gestantes, pois pode atravessar a barrei-
ra placentária e causar má-formação fetal.

Os efeitos colaterais de quem utiliza o Roacutan são: secura labial, da mucosa


nasal, ocular e ressecamento na pele com áreas sensíveis e com descamação. A pele
do cliente que faz uso desse medicamento fica muito sensível, dessa forma deverá
ser tratada como tal. Assim, com a liberação médica, é necesário evitar produtos
adstringentes ou que agridam a pele, por isso é necessário dar preferência aos ativos
anti-inflamatórios, calmantes, descongestionantes, hidratantes e cicatrizantes.

2.2  Ativos médicos, dermatológicos e cosméticos para


hipercromia

As hipercromias ocorrem devido à estimulação direta ou indireta


do melanócito e diversos fatores contribuem para o aumento de pro-
dução de melanina, são eles: exposição à radiação solar, radicais livres,
envelhecimento, pós-inflamação, estímulo hormonal no pe-
ríodo gestacional e uso de anticoncepcionais.

29
unidade II Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial

Importante!

Você aprendeu na disciplina de Dermatologia Estética sobre a importância


da melanina para a proteção da nossa pele. O processo da melanogênese
é fundamental para que compreenda também a forma de ação dos ativos
presentes nos cosméticos.

O tratamento da hipercromia é realizado a partir dos ativos despigmentantes


que atuam no processo de formação e distribuição da melanina com o objetivo de
clarear ou uniformizar a tonalidade da pele, dentre os objetivos das formulações
utilizadas nos tratamentos estéticos temos:

Inibir melanogênese

Inibir transferência
do melanossomo

Remover queratinóci-
tos pigmentados

Proteção aos raios UV

2.2.1  Inibir melanogênese

Para que o cosmético realize a inibição da melanogênese é necessário inibir a


tirosina, inibir ação da tirosinase independente do estágio da produção da melanina,
ação antagonista ao hormônio MSH, ou seja, inibir MSH, quelar íons de cobre e im-
pedir oxidações essenciais na produção da melanina.

30
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

2.2.2  Inibir a tranferência do melanossomo

O melanócito é responsável por produzir os melanossomas e transferir através


de seus dendritos a melanina aos queratinócitos, o tamanho dos dendritos e dos
melanossomas contribuem para a hiperpigmentação.

2.2.3  Remover queratinócitos pigmentados

A melanina é produzina no melanócito e transferida aos queratinócitos, sendo


eliminada da pele por meio do processo de queratinização e descamação. Desse
modo, para eliminar a queratina depositada nos queratinócitos é necessário promo-
ver a esfoliação, renovação da epiderme ou dispersar o pigmento.

2.2.4  Proteção aos raios UV

Além dos ativos clareadores, o uso de


protetor solar impede que os raios
ultravioletas estimulem o melanócito
a produzir melanina com intuito de
preservar os queratinócitos. Após
a exposição solar o queratinócito
libera uma substância denominada
de endotelina, que aumenta a
melanogênese. Assim, é importante
além de bloquear a radiação solar,
inibir a endotelina.

Importante!

Dê uma pausa na leitura para assistir à videoaula 2 e aprender sobre os


filtros solares, os tipos e veículos utilizados.

31
unidade II Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial

Dicas:

No AVA também há uma tabela dos ativos despigmentantes com a for-


ma de ação de cada ativo. E importante conhecer a função de cada ativo.
Aproveite para participar do fórum sobre peelings e despigmentantes e
volte para continuarmos a leitura deste material!

Os despigmentantes são utilizados em cabine pelo tecnólogo em Estética e


Cosmética, algumas substâncias são de uso exclusivo dos médicos, como a hidroqui-
nona, ácido azeláico e ácido retinoico.

A hidroquinona é um despigmentante de ação imediata, é comum estar asso-


ciada ao ácido retinoico ou salicílico para aumentar a eficácia, dentre os efeitos ad-
versos temos a irritação na pele com eritema, erupções e hipopigmentação, ou seja,
pode ocasionar manchas brancas. Em dermocosméticos encontramos o Arbutin de-
rivado de hidroquinona com ação similar, porém sem os efeitos adversos.

Outro componente é o ácido azeláico utilizado em 15-20% em melasma e hi-


perpigmetação pós-inflamatória. Ele é inibidor da tirosinase e não oferece risco de
hipopigmentação ou sensibilização da pele.

O ácido retinoico é utilizado com concentração de até 3%, tem ação queratolíti-
ca, estimula síntese de colágeno e é indicado para o tratamento da acne e melasma.
É importante ter cuidado ao administrar esse produto, pois ele é fotossensibilizante
e pode produzir eritema e descamação.

A remoção da melanina pode ser realizada através de esfoliação química. Mas,


é necessário destacar que a substância utilizada e a concentração interferem no nível
de profundidade da ação, que pode ser:

Muito superficial
Remove a epiderme até a camada granulosa

Superficial
Remove toda epiderme até a camada basal

Médio
Remove até a derme papilar

Profundo
Remove até a derme reticular

32
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

Em cabine, utilizamos os dermocosméticos que realizam o peeling


muito superficial, removem a camada córnea e favorecem a permeação
dos despigmentantes. Os peelings médios e profundos são realizados so-
mente por médicos, já os peelings superficiais são utilizados nos casos de
hipercromias, podendo ser:

Ácido Salicílico
20% em base gel

Ácido Gicólico
20% a 30% em base gel

Solução de Jessner
Salicílico 14% - Ácido láctico 14% - Resorcina 14%

Resorcina
20% a 30% solução alcoólica

Ácido Tricloracético
15% pasta ou base líquida

Ácido Retinóico
3% em gel -creme

Ácido Mandélico
30% em base gel

Importante!

Dê uma pausa na leitura do livro e acesse à videoaula que aborda o trata-


mento no pós-peeling de um cliente. Volte para concluir sua leitura!

2.3  Ativos dermatológicos e cosméticos para


envelhecimento

33
unidade II Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial

O envelhecimento é um processo natural e esperado, que todo ser humano


passa, porém pode ser acelerado devido à influência de vários fatores internos e
externos, como você já aprendeu.

Os primeiros sinais aparecem entre 25 e 30


anos com evolução lenta, que afeta a epiderme,
derme e hipoderme, ocasionando desidratação,
hipercromias, flacidez cutânea, rugas, perda
do contorno facial, diminuição na produção do
fibroblasto, entre outros fatores.

O uso de cosméticos para os sinais de envelhecimento apresentam diferentes


objetivos que estão de acordo com o grau de envelhecimento do cliente, sendo im-
portante realizar avaliação para selecionar os cosméticos.

Dentre os objetivos dos cosméticos para retardar o envelhecimento temos:

Estimular
renovação celular
Combater radicais
livres
Controlar Inibir glicação
Melanogênese
Inibir
metaloproteinase

Hidratar Proteger DNA


Estimular
fibroblastos Aliviar linhas e
rugas

2.3.1  Estimular renovação celular

Com o processo de envelhecimento a produção de células novas fica mais len-


ta e estimular a renovação da epiderme favorece a formação de um epitélio com
células novas mais hidratadas e menos pigmentadas nos casos onde ocorre a hiper-

34
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

pigmentação, proporcionando ao seu cliente uma pele com aspecto mais uniforme
e hidratado.

O uso dos peelings físicos, enzimáticos e químicos elimina as células da camada


córnea, favorencendo a produção de células novas que garantem a renovação celu-
lar.

2.3.2  Controlar melanogênese

Com o passar dos anos, devido à somatória de exposição solar, é comum que
aconteça a atrofia do melanócito, o que pode ocasionar hipercromias, denominadas
de hipercromias sênis, típicas do processo de envelhecimento.

Os cosméticos oferecem em suas formulações


ativos despigmentantes, que controlam a melanogê-
nese para garantir a uniformização da tonalidade da
pele, amenizando as hipercromias.

2.3.3  Hidratar

No processo de envelhecimento a hidratação está comprometida, pois ocorre


a diminuição do aporte sanguíneo que garante a hidratação, nutrição e oxigenação
tecidual, além disso, há também a diminuição na produção da glândula sebácea, que
consequentemente diminui o manto hidrolipídico. Sendo assim, a pele perde lubrifi-
cação e hidratação.

Na membrana celular, canais de


aquaporina que permitem entrada de
água para células estão diminuídos, o que
prejudica a hidratação da epiderme. Des-
sa forma, é importante utilizar produtos
hidratantes com o intuito de repor man-
to hidrolipídico e estimular os canais de
aquaporina, que garantem uma maior hi-
dratação tecidual.

35
unidade II Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial

2.3.4  Combater radicais livres

Os radicais livres aceleram o envelhecimento cutâneo por serem reativos e en-


curtarem a vida celular, sendo necessária sua neutralização por meio de substâncias
antioxidantes que inibem a oxidação e impedem a morte celular precoce.

2.3.5  Inibir metaloproteinase

As metaloproteinases são enzimas responsáveis por


degradar a matriz celular, em especial as fibras do colágeno,
elastina e componentes da junção dermoepidérmica,
que são importantes no remodelamento dos tecidos.

Com a ação da radiação UVA a atividade


dessa enzima será acelerada, o que
comprometerá a firmeza e elasticidade
da pele, pois quanto maior a atuação
da metaloproteinase, maior será a
degradação do colágeno e elastina. Assim,
ao inibir a metaloproteinase as estruturas
da matriz celular serão preservadas.

2.3.6  Estimular fibroblastos

Para melhorar elasticidade e firmeza da pele é essencial estimular os fibroblas-


tos, pois estes favorecem a produção de colágeno, elastina e ácido hialurônico, que
auxiliam no preenchimento da derme.

Dentre os ativos utilizados para estimular a produção de colágeno estão àque-


les relacionados aso fatores de crescimento, como: TGF, IGF e EGF.

36
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

2.3.7  Inibir glicação

Com a glicação o açúcar fixa-se às fibras de co-


lágeno e elastina, com isso elas passam por enrijeci-
mento com consequente perda da elasticidade, por-
porcionando a formação de sulcos e rugas.

Inibir a glicação é importante para impedir a


formação de rugas na face, que acontecem pela per-
da de elasticidade decorrente da degradação das fi-
bras de colágeno e elastina.

2.3.8  Proteger DNA

Na extremidade dos cromossomos está presen-


te uma estrutura denominada de telômero, que é
responsável por proteger o DNA. Com o envelheci-
mento o telômero encurta, pois a cada duplicação o
telômero diminui até que ocorra a morte celular.

Sempre que você encontrar um produto que


protege o DNA, significa que ele atua no telômero,
prolongando a duplicação celular e amenizando as
alterações no DNA.

2.3.9  Aliviar linhas e rugas

Os cosméticos utilizados para aliviar linhas e rugas são denominados de der-


modescontráteis. São substâncias que amenizam as linhas de expressões, além de
contribuir para o relaxamento da musculatura facial. A ação dessa substância poten-
cializa a aplicação de botox realizada por um dermatologista. Na tabela 2.2 é possível
observar alguns desses ativos cosméticos:

37
unidade II Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial

Figura 2.5 – Tabela - Ativos cosméticos relaxantes da musculatura facial

Nome Substância Mecanismo de ação %

Inibe a liberação do
Agireline® Acilhexapeptideo3 5-10%
neurotransmissor

Botopical® Extrato de anis Inibe contração de miofibrila 3-10%

Impede liberação de 0,5-


Myoxinol® Oligopeptideo
acetilcolina 2%

Bloqueador neuromuscuar
Syn-Ake® Dipeptideo que mantém músculos 1-4%
relaxados

Thalassine® Polissacarídeo Dimiui liberação da acetilcolina 1-5%

Inibidor da acetilcolina e 0,05-


Vialox® Pentapeptídeos
mantém músculos relaxados 0,3%

Adaptada de: RIBEIRO, (2010).

Dentre os procedimentos realizados por médicos, além da aplicação de Botox


temos os preenchimentos, que vamos conhecê-los logo abaixo.

2.4  Procedimentos médicos no envelhecimento

Para reverter os sinais do envelhecimento, procedimentos médicos são utiliza-


dos com intuito de aliviar rugas ou melhorar o contorno facial.

2.4.1  Toxina botulínica (Botox)

O mecanismo de ação da toxina botulínica é por meio do bloqueio do neuro-


transmissor responsável por desencadear a contração muscular, a acetilcolina, sem

38
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

ela não ocorre a contração muscular. Dessa forma, a musculatura sob efeito da toxi-
na botulínica permanece em relaxamento.

É um procedimento reversível com durabilidade que varia de quatro a seis me-


ses. A toxina botulínica é comercializada com diferentes nomes, como Botox®, pro-
duzido nos Estados Unidos; Dysport®, produzido na Inglaterra; Prosige® produzido
na China.

2.4.2  Preenchimentos

O preenchimento cutâneo é realizado para melhorar o contorno facial, sen-


do utilizado na correção de sulcos e depressões, rugas superficiais e profundas e
aumento do volume facial. Consiste em injeções subcutâneas com substâncias que
diminuem a profundidade da lesão para melhorar o seu aspecto. Na tabela 2.3 é
possível observar as substâncias utilizadas no preenchimento.

Figura 2.6 – Tabela - Substâncias utilizadas no preenchimento

Substância Indicações

Colágeno autólogo Rugas superficiais e profundas

Colágeno bovino Rugas superficiais e profundas

Dimetilpolissiloxano Sulcos e depressões profundas

Ácido Hialurônico Rugas superficiais e profundas

Polimetilmetacrilato Para sulcos e depressões profundas

Poliacrilamida Para sulcos e depressões profundas

Fonte: Elaborada pela autora.

39
unidade II Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial

2.4.3  Peelings químicos

Os peelings utilizados na busca do rejuvenescimento são os médios, que pro-


vocam descamação e são indicados para rugas estáticas; e os peelings profundos,
sendo este mais agressivo com formação de crostas espessas e indicado para rugas
profundas.

Médio

• Ácido Glicóico 70%

• Solução de Jessner 35%

• Ácido Tricloracético 35-50%

Profundo
• Fenol 88%

• Solução de Baker-Gourdon (fenol 45%)

Podem ocorrer complicações como alterações pigmentares, infecções, proble-


mas na cicatrização, reações alérgicas, mudanças de texura e eritema. O atendimen-
to com profissional da estética deverá ser realizado após liberação médica.

Aprendemos que:

A acne é uma disfunção facial e os ativos cosméticos específicos e medica-


mentos utilizados variam de acordo com o grau de lesão da acne. Vimos
os objetivos dos ativos cosméticos e dermatológicos para realizar a des-
pigmentação, bem como o mecanismo de ação dos cosméticos para tratar
os sinais do envelhecimento, apresentando os ativos e suas concentrações
utilizadas, além da importância do trabalho multidisciplinar para o trata-
mento de acne, hipercromia e envelhecimento.

40
Medicamentos e ativos dermatológicos na estética facial unidade II

Referências da unidade II

BORELLI, Shirlei. Cosmiatria em Dermatologia: usos e aplicações. 2.ed. São Paulo:


Roca, 2007.

MAIO, Maurício (org.) Tratado de medicina estética. 2.ed, vol I. São Paulo: Roca,
2011.

PEREIRA, Maria de Fátina Lima. (org.) Cosmetologia - série de estética. 1.ed. São Pau-
lo: Difusão, 2013.

PEREIRA, Maria de Fátina Lima. (org.) Recursos e técnicas em estética - série de


estética. 1.ed. São Paulo: Difusão, 2013.

RIBEIRO, Claudio de Jesus; GONÇALVES, Sheila Martins Ferreira. Cosmetologia apli-


cada à dermoestética. São Paulo: Pharmabooks, 2006.

41
Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais unidade III

3 unidade III

3Ativos dermatológicos nos tratamentos


corporais

3.1  Ativos dermatológicos e medicamentos para adiposidade

A gordura localizada incomoda homens e mulheres de todas as


idades, você vai aprender como os ativos dermatológicos contribuem
para controlar e favorecer o processo da diminuição dessa gordura.

Para que você compreenda melhor os mecanismos de


ação dos ativos lipolíticos, apresentarei um caso clínico de um
tratamento estético combinado.

Vamos entender como isso ocorre?

43
unidade III Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais

Quando um cliente dá entrada num centro


es-
tético com a queixa de adiposidade, o profi
ssional,
após realizar uma anamnese detalhada, dete
rmina-
rá os objetivos, tais como: diminuir o acúm
ulo de
gordura localizada e melhorar o contorno
corporal.
A partir dessas metas poderá ser defin
ida como
conduta a utilização de equipamentos eletr
oestéti-
cos, técnicas manuais e cosméticos.

os ativos
cosm ético é ap licado na pele,
Quando o
l a partir da sua
nd em a alte ra r a fisiologia loca
presentes te
membrana
m os re ce ptor es presentes na
comunicação co -adrenérgicos e
ito, send o el es : receptores alfa
do adipóc figura 3.1.
-adr en érgi co s, representados na
receptores beta

Figura 3.1 – Representação dos receptores na membrana do adipócito

Legenda

Alfa - Adrenérgico
Inibe lipólise

ADIPÓCITO
Beta - Adrenérgico
Ativa lipólise

Adrenalina

Adaptado de: <https://slideplayer.com.br/slide/2360580/>. Acesso em: 19/09/2018

ses receptores!
Vamos conhecer a função des

Os receptores alfa-adrenérgicos são responsáveis pelo acúmulo de gordura


por permitir a entrada dos ácidos graxos no adipócito para que sejam armazenados,
já os receptores beta- adrenérgicos são responsáveis por desencadear a eliminação
da gordura.

44
Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais unidade III

Cosméticos com nanotecnologia, devi-


do à capacidade em alcançar camadas pro-
fundas, conseguem estimular os receptores
com maior facilidade e desencadear uma sé-
rie de reações para que ocorra a lipólise.

Dentro do adipócito a gordura está armazenada em forma de triacilglicerol


(triglicérides), que é uma macromolécula com a união de três moléculas de ácidos
graxos e uma molécula de glicerol.

Quando você inclui no plano de tratamento um cosmético com ativos especí-


ficos que estimulem os recepetores beta-adrenérgicos, por exemplo, uma série de
reações ocorre para que o monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) inicie a hidrólise
do triglicerídeo, desta ocorre a quebra da macromolécula em três ácidos graxos e um
glicerol, representado na figura 3.2.

Figura 3.2 – Representação da lipólise por meio dos recepetores beta-adrenérgicos e AMPc

(1)

(2)

AMPc

Triglicerídeo
Adipócito
Adrenalina (Célula armazenadora de gordura)
Noradrenalina
Receptor Beta-3 Glicerol Ácidos graxos

Adaptado de: <http://blogfisioterapia.com.br/o-que-e-eletrolipolise/>. Acesso em: 19/09/2018.

Uma vez estimulada a lipólise, os ácidos graxos tornam-se disponí-


veis para serem utilizados como fonte de energia. Mas, não é tão simples assim
realizar a eliminação da gordura, pois o adipócito tem a função de armazerar
os ácidos graxos e possui uma enzima que regula a lipólise denominada de
fosfodiesterase, que garante a reseva de energia e impede a AMPc de realizar a
hidrólise do triacilglicerol, como ilustrado na figura 3.3.

45
unidade III Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais

Figura 3.3 – Atuação da fosfodiesterase contolando a lipólise

Hormonas lipolíticas Catecol-metiltransferase


(1)
INIBE

(2)

AMPc DEGRADA
(3)
Fosfodiestease
Triglicerídeo
Adipócito
Adrenalina (Célula armazenadora de gordura)
Noradrenalina
Receptor Beta-3 Glicerol Ácidos graxos

Adaptado de: <https://anaamelianutricao.wordpress.com/tag/lipolise/>. Acesso em: 19/09/2018.

3.1.1  Objetivos dos ativos dermatológicos para lipólise

Você deve ter observado que os produtos corporais apresentam uma diver-
sidade de ativos no mesmo pote, pois cada um proporciona um estímulo diferente
para garantir a lipólise, e para isso os ativos presentes nas formulações devem:

Na tabela 3.4 logo abaixo é possível conhecer a classe dos ativos lipolíticos que
atuam no metabolismo da gordura no adipócito.

46
Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais unidade III

Figura 3.4 – Tabela - Ativos cosméticos lipolíticos

Nome Substância Função %


Cafeína 8%
Cafeína, teofilina e Inibidores da fosfodiesterase
Metilxantinas Demais xanti-
aminofilina e estimula receptores beta
nas 4%

Extrato de chrysan- Inibidor de receptores alfa-


Lanachrys® 1-5%
thellumindican adrenérgicos

Inibidor de receptores alfa-


Laminaria digitata Laminaria digitata Não descrita
adrenérgicos

Inibidores da fosfodiesterase
Amarashape® Sinefrina e cafeína e estimula receptores beta- 2-5%
adrenérgicos

Cafeína associada à
Cafeisilane® Inibe fosfodiesterase 2-6%
silanol

Esterol extraído de Estimula receptores beta-


Rhodysterol® 2-4%
alga vermelha adrenérgicos

Saponinas e flavonói- Bloqueia receptores alfa-


Slimbuster H® 1-5%
des de marapuama adrenérgicos

Extrato de Euglena,
Reduz o depósito de lipídeos
Gracilis, Cafeína e
Phytosonic® inibição da diferenciação de 3%
extrato de Glaucium
pré- adipócitos
Flavum Leaf

Manurato de acefilina Inibe fosfodiesterase, reestru-


Xantagosil C® 3-6%
metilsilanol tura tecido conjuntivo

Tripeptideo-41 Fator Inibe a diferenciação de adi-


Lipoxyn® 5%
de crescimento pócitos e estimula AMPc

Fosfatidilcolina Fosfatidilcolina Favorece lipólise 0,5-5%

Fonte: elaborada pela autora.

Muitas são as substâncias que podem


ser utilizadas, e sua origem pode ser sintética
ou natural entre os ativos cosméticos exis-
tentes, alguns se destacam por serem hipere-
miantes e crioterápicos.

Quando você encontrar um produto cosmético que na embalagem esteja es-


crito “hiperemiante”, significa que ele apresenta ativo que é responsável pela ver-
melhidão, isso ocorre devido ao aumento de circulação sanguínea, que favorece a
oxigenação. Os ativos hiperemiantes mais utilizados nos produtos são o nicotinato

47
unidade III Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais

de metila e a pimenta. Esses ativos promovem o aquecimento da região e são consi-


derados termogênicos, além de favorecerem a permeação de outros ativos.

Ao utilizar na sua cliente um cosmético com nicoti-


nato de metila, oriento a realizar um teste de sensibilida-
de numa pequena região do corpo dessa cliente, pois se
trata de um ativo vasodilatador, e a pele pode reagir com
prurido, vermelhidão e sensação de aquecimento tempo-
rário, o que é normal, porém não deverão aparecer bo-
lhas ou vesículas permanentes, neste caso pode ser sinal
de reação alérgica, sendo contraindicados os produtos
com nicotinato nesta cliente.

Já os crioterápicos, geralmente em veículo gel, apre-


sentam em suas formulações a cânfora e/ou mentol. Eles
são ativos que promovem o resfriamento e reduzem a
temperatura, produzindo primeiro uma vasoconstrição
no local, o corpo terá a necessidade de gerar calor e
aquecer a área. Sendo assim, o ácido graxo será utilizado
como fonte de energia para gerar esse calor e promover
uma vasodilatação secundária.

Nos tratamentos de adiposidade, se você for finali-


zar com máscaras de gel crioterápico, é importante deixar
o produto evaporar para que o corpo inicie o gasto ener-
gético consumindo o ácido graxo presente nos adipócitos.

É fundamental ter alguns cuidados com a utilização


do gel crioterápico, como não ocluir com filme osmótico
por evitar a evaporação; não utilizar com gel de conta-
to para eletroterapia, pois o sensorial frio altera a sensi-
bilidade, além de impedir a evaporação do gel para que
o corpo realize o aquecimento; evitar banho quente ou
exposição solar por três horas após aplicação; evitar ati-
vidade física, pois ativa o metabolismo, o que diminui a
eficácia do produto.

48
Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais unidade III

3.1.2  Medicamentos utilizados na lipólise e seus efeitos

Para garantir a lipólise, os médicos po-


dem utilizar a intradermoterapia, uma téc-
nica que injeta substâncias na hipoderme
para o tratamento de adiposidade.

Alguns clientes não podem receber este tipo de


procedimento, como exemplo, a alergia a algum medica-
mento, infecção no local a ser tratado, infecções virais, ou se
o cliente utiliza algum medicamento que altera a coagulação.
Na tabela 3.2 abaixo você verá alguns medicamentos disponíveis para o tratamento
das adiposidades por meio desta técnica.

Figura 3.5 – Tabela - Medicamentos disponíveis para intradermoterapia

Nome Ação Observações


Cuidado com doenças cardía-
Cafeína (50mg/ml) Agonista receptor Beta
cas e arritmia

Não pode ser utilizado em


Ativa adenilciclase, aumentan-
Tiratricol(700mcg) clientes com problemas car-
do AMPc
díacos e na tireoide

Carregador de ácidos graxos


L-carnitina(600mg/2ml)
estimulando lipólise

Ioimbina a 5% Inibidor alfa-adrenérgico

Aminofilina Ação lipolítica

Fonte: elaborada pela autora.

Um ativo importante para o tratamento da adiposidade é a fosfatidilcolina,


componente presente no medicamento lipostabil que é indicado para doenças
relacionadas ao lipídio na corrente sanguínea, e passou a ser utilizado na for-
ma injetável no tecido adiposo para fins estéticos com o intuito de melhorar o
contorno corporal. Mas, devido à falta de estudos científicos a Anvisa proibiu a
importação, comercialização e utilização da substância na forma injetável para
fins estéticos.

49
unidade III Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais

Conheça mais:

De acordo com a Anvisa, a fosfatidilcolina pode ser utilizada nos produ-


tos de uso tópico como os cosméticos, desde que sejam comprovadas a
segurança e eficácia na pele. Acesse na midiateca o link da ANVISA sobre
Parecer Técnico nº 3, 6 de julho de 2005, que restringe a utilização da fos-
fatidilcolina em produtos cosméticos.

Alguns clientes procuram profissional da esté-


tica com o objetivo de emagrecer, mas vale ressaltar
que o emagrecimento é realizado somente pelo mé-
dico, que pode indicar alguns medicamentos de uso
oral, descritos na tabela 3.6.

Figura 3.6 – Tabela - Fármacos utilizados no emagrecimento

Nome
Fármaco Ação Efeitos Colaterais
Comercial
Constipação, náuseas, taquiacar-
Reductil, Bio- Inibidor de apetite, por
Cloridrato de dia, boca seca, insônia, delírios,
mag, Nolipo, causar sensação de
Sibutranima parestesia, cefaleia, ansiedade,
Sibus, Plenty. saciedade
sudorese e alterações do paladar

Faz o cérebro liberar Boca seca, insônia, irritabilidade,


Anfepramona Inibex, Dualid adrenalina, que inibe o alterações intestinais, agitação,
apetite ansiedade, tremor

Aumenta a serotonina
Dor de cabeça, cansaço, tontura,
na região do cérebro
Lorcaserin Belviq náusea, boca seca e prisão de
responsável pelo apeti-
ventre
te, inibindo-o

Desidratação devido à eliminação


de líquido, náusea, tontura, boca
Saxenda,
Liraglutina Regula o apetite seca, fraqueza, cansaço, paladar
VictoZa
alterado, reações alérgicas e
erupções cutâneas

Evacuações e fezes gordurosas,


Inibe a enzima lipase
Xenical/Lipi- incontinência fecal, ansiedade,
Orlistat impedindo a absorção
block fadiga, infecção urinária, prurido,
de até 30% da gordura
urticária e erupções bolhosas

Fonte: elaborada pela autora.

50
Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais unidade III

3.2  Ativos dermatológicos e medicamentos para fibroedema


geloide (FEG)

Você já aprendeu em outras disciplinas a fisiopatologia do FEG, agora


chegou o momento de entender como os ativos presentes nos cosméticos
atuam nos diferentes graus desse distúrbio.

Vamos analisar os objetivos esperados do cosmético numa cliente


com grau I de FEG em região posterior de coxa e grau II em região glútea

99 Melhorar circulação sanguínea;


Objetivo para
grau I e II de FEG 99 Favorecer drenagem de líquido intersti-
cial;

99 Melhorar oxigenação e nutrição tecidual;

99 Favorecer lipólise (nos casos onde há


acúmulo de gordura).

Disponível em:< https://www.mundoestetica.com.br/esteticageral/celulite/>. Acesso em: 18/06/2018.

Ao escolher um creme para realizar uma drenagem ou massagem mo-


deladora num cliente, é fundamental que você tenha em mente os objetivos
que espera alcançar com o auxílio dos ativos presentes nos cosméticos.

No caso da cliente acima, é necessário que os ativos cosméticos favo-


reçam a circulação sanguínea levando para a região tratada mais oxigênio e
nutriente ao mesmo tempo em que removem as toxinas, favorecem a cap-
tação do líquido excedente para os capilares linfáticos e contribuem para
diminuição do edema.

E neste caso o cosmético deverá diminuir o acúmulo de gordura nos


adipócitos apenas se o cliente apresentar adiposidade. Vale lembrar que
clientes magras também apresentam FEG e o uso de anticoncepcionais, o
fumo e o sedentarismo dificultam a circulação sanguínea e linfática, favore-
cendo a congestão simples e o acúmulo de líquido, dando início ao quadro
de FEG, que se não tratado pode ter o diagnóstico agravado.

51
unidade III Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais

99 Favorecer vasoproteção;
Objetivos
99 Melhorar microcirculação
para grau III e
periférica;
IV de FEG
99 Reparar tecido conjuntivo.

Disponível em:< http://www.ptmedical.pt/celulite-fisioterapia-dermato-funcional/>. Acesso em: 18/06/2018.

Quando você avaliar um cliente e identificar a presença de FEG grau III


ou IV, além dos objetivos já citados para os graus I e II é importante utilizar
ativos vasoprotetores para aumentar a resistência e modificar a permea-
bilidade dos vasos sanguíneos no local, pois a permeabilidade aumentada
favorece o escape de líquido, que caracteriza o edema e dificulta a microcir-
culação, comprometendo o metabolismo da derme.

O uso de ativos que incrementa a microcirculação periférica facilita


a drenagem e trocas de fluidos teciduais, com isso garante-se a síntese de
fibroblastos para a derme, o que melhora também a textura e aspecto da
pele.

Acompanhe na tabela 3.7 abaixo os diversos ativos (sintéticos ou natu-


rais) utilizados no tratamento da FEG.

Figura 3.7 – Tabela - Ativos cosméticos para FEG

Ativo Descrição Função %


Arnica, cavalinha, castanha da
Bioex Antilipê- Aumenta a resistência venular
índia, centella asiática, algas, 1-5%
mico® e inibe fosfodiesterase
hera e erva mate

Ácido linoleico conjugado e Aumenta AMPc, previne acú-


Regu -Shape® 2%
lectina mulo de lipídeos no adipócito

Alga marinha Fucus vesiculosus, laminária Tonificante e hidratante 3-10%

Estimulante, melhora a drena-


Arnica Arnica montana gem das áreas aplicadas, reduz 1 a 2%
edema e dor

Bétula Betula alba Estimulante 2-5%


Castanha da Vasoprotetor, anti-inflamatório
Aesculus hippocastanum Até 8%
índia e descongestionante

52
Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais unidade III

Melhora elasticidade e é cica-


Cavalinha Equisetum arvensis 3-5%
trizante

Vasoprotetor e melhora o de-


Ginkgo Ginkgo Biloba 1-5%
sempenho da circulação

Ativa microcirculação e meta-


bolismo do fibroblasto, apre-
Centella asiática Centella asiática 1-10%
senta propriedades diuréticas e
é vasoprotetora
Rhodofiltrat Atua na microcirculação, favo-
Palmaria palmata
Palmaria recendo a drenagem

Carreadora dos ácidos graxos


até
L- Carnitina L- Carnitina para as mitocôndrias para ser
300mg
utilizada como fonte de energia

Carreadora dos ácidos graxos


até
L- Carnitina L- Carnitina para as mitocôndrias para ser
300mg
utilizada como fonte de energia

Fonte: elaborada pela autora.

3.2.1  Medicamentos utilizados na FEG

Os medicamentos utilizados na FEG são injetados por meio da técnica de intra-


dermoterapia, que utiliza a via paraenteral subcutânea e intradérmica. Na tabela 3.8
estão os medicamentos disponíveis para o tratametno exclusivo dos médicos.

Figura 3.8 – Tabela - Medicamentos de intradermoterapia disponíveis para FEG

Nome Ação Observações

Regeneradora. Atua sobre os


Centelha Asiática
fibroblastos

Silício orgânico a
Regen
0,5%

Diminui a permeabilidade vascu-


Pode ocorrer prurido durante a
Benzopirona lar e o edema, aumenta a resis-
aplicação
tência vascular

Diminui a permeabilidade vascu-


Pentoxifilina lar e o edema, aumenta a resis-
tência vascular

Diminui a permeabilidade vascu-


Fonzylane®, conheci- Contraindicado para quem tem
lar e o edema, aumenta a resis-
do como Buflomedil problemas renais
tência vascular

53
unidade III Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais

Favorece a formação de hema-


Enzima fibrinolítica
tomas

Ação sobre o edema, facilitando


Mesoglicani
trocas metabólicas

Melhora drenagem e retorno


Thiomucase® venoso, protege a àrea vascular e Prurido na região da aplicação
diminui edema

Melhora drenagem e retorno


Esberiven® venoso, protege a àrea vascular e Prurido na região da aplicação
diminui edema

Fonte: elaborada pela autora.

3.3  Ativos dermatológicos e medicamentos para flacidez

Com o processo de envelhecimento, a pele perde a elasticidade e tende a


ficar desidratada. Com a consequente diminuição da renovação celular, a pele
também fica mais fina e perde substâncias importantes para o contorno corpo-
ral, como glicosaminoglinannas e as proteínas presentes na derme (colágeno e
elastina).

3.3.1  Objetivos dos ativos dermatológicos para flacidez

54
Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais unidade III

Ao selecionar um produto cosmético para uma adiposidade do tipo flácida ou


para uma flacidez tissular, é importante se atentar se este apresenta em sua compo-
sição ativo que estimule o fibroblasto a sintetizar as fibras de colágeno e elastina,
melhorar a condição da junção entre a derme e a epiderme para garantir a nutrição,
hidratação e coesão entre as camadas.

Alguns ativos como as vitaminas A, B, C e flavonoides estimulam o metabolis-


mo epidérmico e dérmico, que podem ocorrer por comunicação celular. Assim, um
determinado ativo estimula a liberação de mediadores químicos, que por sua vez irá
estimular outras células para obter a resposta tão desejada ao final desse tratamento.

Os queratinócitos têm receptores para certos açúcares, como


polissacarídeos e oligossacarídeos, aumentam a síntese de colá-
geno, elastina e glicosaminoglicanas e são utilizados como
ativos cosméticos.

Os fatores de crescimento são substâncias que auxi-


liam no reparo e estímulo ao colágeno, reforçando o tecido
conjuntivo no local utilizado. Assim, os ativos neutralizam a me-
taloproteinase e preservam a degradação das estruturas que com-
põem o tecido conjuntivo, como as fibras de colágeno e elastina.

Na tabela 3.9 abaixo estão os ativos que você deverá procurar


nos produtos quando estiver atendendo uma cliente com essa disfun-
ção estética.

Figura 3.9 – Tabela - Ativos cosméticos para flacidez tissular

Nome Substância Ação

Tensor, precursor da acetilcoli-


Dimetilaminoetanol encontrado
DMAE na, e reforça as estruturas das
em peixe
fibras musculares

Glicosaminoglicano, poder de
Sulfato de condroi- retenção de água e hidratação.
Condroitim sulfato
tina Desta forma, melhora a susten-
tação do tecido conjuntivo

Glicosaminoglicano, poder de
retenção de água e hidratação.
Ácido hialurônico Ácido hialurônico
Desta forma, melhora a susten-
tação do tecido do conjuntivo

Restaura tecido conjuntivo, me-


Silício orgânico Silício orgânico lhora aspecto de flacidez, atua
na auto-hidratação da pele

55
unidade III Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais

Antioxidante, hidratante, toni-


Coenzima Q10 Ubiquinona ficante, regenerador e melhora
elasticidade

Silício orgânico associado à hidro- Atua na biossíntese de coláge-


Hidroxiprolisilane®
xiprolina no de forma mais organizada

Melhora firmeza efeito lifting;


Actiporine 8G® Ativo tecnológico atua na organização das fibras
de colágeno

Reestruração global dos teci-


Algisium C® Ácido manurônico
dos; estimula fibroblastos

Estimula a síntese de colágeno;


Matrixil®
poder de retenção de água

Estimula fibroblasto e restaura


Raffermine® Extrato de soja
a derme

Estimula metabolismo dos


Auxina conjugada com aminoá-
Auxistim G® fibroblastos, melhorando fir-
cidos
meza e regenerando tecidos

Fonte: elaborada pela autora.

3.4  Ativos dermatológicos para estrias

As estrias são alterações indesejáveis na pele e podem ser


encontradas em indivíduos de ambos os sexos, comum nos ado-
lescentes devido às alterações que ocorrem nas fibras de coláge-
no após estiramento rápido por conta do crescimento, aumento
do peso ou ganho de massa muscular, já no adulto podem ser
observadas após gravidez, obesidade ou uso de corticoide tópico
ou sistêmico, fatores como idade, tamanho, localização e tempo
de aparecimento da lesão interferem nos resultados das estrias.

O cliente que busca atendimento estético para estria deseja eliminar as cicatri-
zes, cabe ao profissional realizar uma avaliação criteriosa e identificar o tipo de es-
tria, se alba/nacarada ou rubra/vermelha.Os tratamentos visam melhorar o aspecto
das lesões, estimulando a produção de células do tecido conjuntivo.

As formulações cosméticas para estria após serem aplicadas na pele devem


exercer a função emoliente, hidratante, e regeneradora, estimulando circulação san-
guínea e os fibroblastos na produção de colágeno, elastina.

56
Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais unidade III

Os ativos cosméticos atuam como coadjuvantes nos protocolos de estrias,


combinados com técnicas manuais e aparelhos com intuito de diminuir a extensão e
profundidade das lesões. Para tanto, é necessário:

É importante manter a região hidratada, pois além de favorecer a permea-


ção dos ativos, melhora a flexibilidade. A utilização de produtos adequados fa-
vorece a prevenção de cicatrizes e pode prevenir o desenvolvimento das marcas
inestéticas.

Na tabela 3.10 você verá os ativos cosméticos mais utilizados para o tratamen-
to das estrias.

Figura 3.10 – Tabela - Ativos cosméticos para estrias

Ativo Mecanismo de ação

Hidratante, contrubui para a formação de células epite-


d-pantenol
liais e acelera a regeneração

Regenera a matriz celular, previne e reduz estrias por


Regestril®
diminuir a degradação das fibras

Aumenta a resistência da pele, inibe MMP que degrada


Elastonyl®
colágeno e elastina

Favorece a elasticidade, melhorando o aspecto e textu-


Vexel®
ra da região

Ativo tensor que aumenta síntese de colágeno e elasti-


Tens Up
na, diminuindo sua degradação

Reduz a perda de água transepidérmica, tem ação


Omega 3,6 e 9
emoliente, hidrata e melhora a elasticidade

Hidrolisado de proteína Hidratação por umectação da camada córnea

Lactato de amônio Hidratação por umectação da camada córnea

PCA-Na – Ácido pirrolidocarboxílico Hidratação ativa da camada córnea por umectação

Vitamina C Estimula produção de colágeno

Escina Aumenta circulação

Lanolina Hidratação por oclusão-filme lipolifílico

Óleos de buriti, oliva e rosa mosqueta Hidratação por oclusão-filme lipolifílico e regeneração

Fonte: elaborada pela autora.

57
unidade III Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais

A aplicação de peelings químicos por meio dos alfa-hidroxiácidos e poli-hidro-


xiácidos está presente nos protocolos, pois realiza uma descamação na pele e esti-
mula a produção de novas fibras durante a regeneração tecidual. Os ácidos utiliza-
dos nas estrias são glicólico, láctico, mandélico, lactobiônico e gluconolactona.

3.5  Procedimentos médicos

A utilização de ácido retinoico de forma tópica é


indicada para o tratamento de estrias, pois ele estimu-
la a produção de colágeno e elastina. Assim, ao reorga-
nizar as fibras de colágeno na pele, há uma redução da
largura e comprimento das estrias. O cliente que opta
por fazer esse tipo de tratamento aplica a pomada à
noite e faz a remoção pela manhã, devendo sempre
utilizar o filtro solar, pois a pele fica sensível.

Outros procedimentos realizados pe-


los médicos no tratamento dessas estrias
estão a intradermoterapia e a mesoterapia,
que injetam ativos para estimular o metabo-
lismo da derme na região onde foi realiza-
da a aplicação. Estas substâncias injetadas
podem ser: vitamina C, mesocaína, centel-
la asiática e ginkgobilola, que estimulam a
neovascularização, a produção de colágeno
e o reparo tecidual.

Aprendemos que:

As disfunções estéticas corporais estão presentes em ambos os sexos, e


quando os cosméticos são aplicados na pele alteram a fisiologia, estimu-
lam a comunicação celular e desencadeam reações que contribuem para os
tratamentos de adiposidade, fibroedema geloide, flacidez tissular e estrias.

58
Ativos dermatológicos nos tratamentos corporais unidade III

Referências da unidade III

BORELLI, Shirlei. Cosmiatria em dermatologia: usos e aplicações. 2.ed. São Paulo:


Roca, 2007.

MAIO, Maurício (org.) Tratado de medicina estética. 2.ed, vol I. São Paulo: Roca
2011.

MAIO, Maurício (org.) Tratado de medicina estética. 2.ed, vol III. São Paulo: Roca
2011.

PEREIRA, Maria de Fátina Lima. (org.) Cosmetologia – série de estética. 1.ed. São
Paulo: Difusão, 2013.

PEREIRA, Maria de Fátina Lima. (org.) Recursos e técnicas em estética – série de


estética. 1.ed. São Paulo: Difusão, 2013.

RIBEIRO, Claudio de Jesus; GONÇALVES, Sheila Martins Ferreira. Cosmetologia apli-


cada à dermoestética. São Paulo: Pharmabooks, 2006.

59
Cosmetovigilância unidade IV

4 unidade IV

4 Cosmetovigilância

4.1  Armazenamentos e descarte de produtos cosméticos

Chegamos à última unidade da disciplina e nela você vai entender a necessi-


dade de cuidar muito bem do seu produto cosmético, afinal, por meio dos ativos
presentes nele que seu cliente alcançará melhores resultados. Sendo assim, além
de avaliar, traçar o plano de tratamento personalizado incluindo aparelhos, técnicas
manuais e cosméticos, é necessário ter cuidados com a manipulação e armazena-
mento dos produtos para garantir a eficácia dos ativos.

61
unidade IV Cosmetovigilância

Pronto para aprender?

Você já deve ter observado que as embalagens de cosméticos


são brancas e opacas, não possibilitando a visualização do
produto e quando é transparente o vidro é na cor âmbar
(como representado na figura 4.1 na versão do AVA). A
tonalidade da embalagem é para impedir que a luz ambiente
não altere o produto cosmético no interior da embalagem.

Figura 4.1 – Embalagem do cosmético

Além da cor da embalagem, a forma de vedação também tem


a finalidade de preservar o cosmético, por exemplo, produtos
com facilidade em oxidar a embalagem possuem válvulas, que
dispensam a abertura da tampa e dificultam o contato com
oxigênio e micro-organismo, como é possível identificar na
figura 4.2. É comum encontrar produtos para uso domiciliar
com essa embalagem devido à falta de informações sobre
os cuidados com o cosmético pelo cliente.

62
Cosmetovigilância unidade IV

Figura 4.2 – Tipos de tampas ou dispenser do produto

Já os produtos profissionais, como os cremes de massagem e hidratantes,


apresentam grande abertura para facilitar a utilização na rotina profissional,
o ideal é retirar o produto e tampar novamente a
embalagem, pois caso o produto fique aberto
o produto tende a sofrer oxidação
e degradar devido ao contato com o
oxigênio, poeira e micro-organismos.

Conheça mais:

Dê uma pausa na leitura e assista à videoaula 1, em que abordaremos os


cuidados com a manipulação e higienização dos cosméticos. É importante
conservar bem seus produtos para garantir a eficácia. Volte para conti-
nuar sua leitura!

Para retirar o produto da embalagem você deve utilizar espátula de plástico, de


vidro, de silicone ou abaixador de língua descartável, nunca deve retirar o produto
com as mãos, como mostra a figura 4.3, pois, pode contaminar o produto com as
células mortas, suor ou oleosidade, mesmo com a presença de conservantes que
inibem a proliferação de bactérias. A falta de cuidados do profissional pode acarretar
na degradação do produto.

63
unidade IV Cosmetovigilância

Figura 4.3  –  Utilização incorreta do cosmético

Disponível em: <HTTPS://GOO.GL/MYUJWC/>. Acesso em: 03/07/2018.

O uso de espátulas metálicas ou colher de alumínio não é ideal, pois esses


materiais liberam resíduos que alteram o produto. Após retirar o produto da
embalagem com a espátula correta, o ideal é usar uma cubeta de silicone ou
dappen de vidro para depositar o produto e utilizar durante o atendimento.
Vale destacar a importância de ler o rótulo da embalagem, pois alguns produ-
tos devem ser retirados da embalagem no momento exato da aplicação.

Na hora de montar seu espaço de estética, o ideal é selecionar um armário


com portas para manter os produtos longe da luz, umidade e calor. Na
unidade III deste livro você aprendeu sobre os constituintes cosméticos,
dentre eles o antioxidante, que preserva o cosmético da oxidação causada
pela radiação solar, luz, calor e oxigênio. Mas, mesmo com este aditivo são
necessários alguns cuidados, pois o antioxidante pode perder sua eficácia.

Conheça mais:

Uma opção de atendimento é no formato Home Care, ou seja, atendimen-


to domiciliar. Você sabia que alguns cuidados devem ser tomados com os
cosméticos? Assista à videoaula 2 e acompanhe os cuidados que devemos
ter com os cométicos no atendimento domiciliar.

64
Cosmetovigilância unidade IV

Ao escolher um produto, é importante se certificar de que este


apresenta registro na ANVISA, enquanto profissional você
não deve utilizar produtos caseiros ou sem registro.

É de inteira responsabilidade do fabricante a


colocação do produto no mercado e para isso
as empresas seguem as boas práticas de
fabricação e controle de qualidade, o que não é
garantido num produto caseiro ou sem registro.

As empresas fornecem informações ao consumidor de maneira clara, evitando


o uso inadequado, utilizam em suas formulações substâncias e concentrações per-
mitidas, realizam testes de segurança que garantem menor risco de reações. Sendo
assim, se você utilizar produtos fora dos padrões, isso pode acarretar em reações
adversas ao cliente.

4.2  Reações adversas e toxicológicas dos cosméticos

Para evitar reações adversas, o profissional deve saber


avaliar e classificar os tipos de pele antes de escolher
um produto, além de ter a capacidade de identificar as
reações adversas, como irritação, sensibilização e reação
alérgica, pois isto ajuda na orientação e encaminhamento
para um médico, além da escolha de um tratamento
adequado.

Cada cliente apresenta características que são individuais.


Desta forma, fica difícil prever se ele vai desenvolver
uma reação alérgica ou irritação, essas reações podem
se tratar de um simples desconforto, vermelhidão, pele
seca e queimadura, podendo evoluir para ardência,
coceira e em casos mais graves, edema e bolhas.

65
unidade IV Cosmetovigilância

Além das características individuais do cliente, também


temos que considerar o produto cosmético, pois são
formulações com número grande de componentes e,
eventualmente, pode acarretar em reações de irritação
ou hipersensibilidade. Quando a pele do cliente entra
em contato com a substância que desencadeia essas
reações, dizemos que ela entrou em contato com o
alérgeno, neste momento, o sistema imunológico é
acionado e os mediadores químicos da inflamação
presentes no organismo iniciam um processo de ação,
a histamina chega ao local promovendo a vasodilatação
que caracteriza o eritema na região, formando o edema
e ocasionando o prurido.

4.2.1  Reações irritativas

Figura 4.4 – Pele com irritação no local de aplicação do produto

Disponível em: <https://goo.gl/g6dJJ9>. Acesso em: 03/07/2018.

66
Cosmetovigilância unidade IV

Quando você aplica um determinado cosmético na pele de um


cliente, e este produto contém substâncias irritantes como
ácidos, alcoóis ou componente que promova fricção na pele
e pode induzir um processo inflamatório com vermelhidão,
pinicação, se essa resposta inflamatória ocorre no primerio
contato com o produto, identificamos assim a irritação
imediata. Caso seu cliente apresente irritação como ilustra
a figura 4.4, você deve lavar o local com água para remover o
produto e suspender o uso até desaparecer a reação.

A irritação pode ser também acumulativa, quando o cliente está aplicando um


produto na pele há três ou mais dias e surge a reação como na irritação imediata. O
procedimento neste caso é o mesmo, ou seja, deve-se lavar o local com água para
remover o produto e suspender o uso até desaparecer a reação.

As alterações climáticas, como baixa umidade do ar, desidratação cutânea e


queda de temperatura, por exemplo, são fatores que aumentam as queixas de ver-
melhidão e ardência. Fique atento ao período de inverno, pois este é o período mais
fácil de seu cliente apresentar irritação na pele.

4.2.2  Reações alérgicas

Figura 4.5 – Urticária após contato com componente ao qual o cliente é alérgico

67
unidade IV Cosmetovigilância

A reação alérgica pode ter resposta imediata conhecida como


dermatite alérgica de contato ou urticária, como mostra a
figura 4.6, pode ter a participação do sistema imunológico
ou resposta tardia com a formação de anticorpos.

Quando um cosmético é aplicado na pele do cliente e


apresenta alergia, as Células de Langerhans presentes na
epiderme identificam o antígeno e estimulam os linfócitos
a produzir anticorpo que será liberado para o corpo.

É importante destacar algumas diferenças entre a irritação e alergia. De modo


geral, a irritação é menos grave, dura poucos dias e restringe-se à área na qual o pro-
duto foi aplicado, enquanto que a alergia pode durar até 10 dias e requer cuidados
médicos, as lesões podem atingir regiões próximas à aplicação e se ocorrer a libera-
ção da histamina pode se espalhar por outras regiões do corpo. Fique atento a essas
reações adversas durante o atendimento!

Você imagina quais substâncias presentes nas


formulações mais causam essas reações?

Vamos conhecer!

4.2.3  Componentes responsáveis pelas reações adversas

Existem milhões de produtos químicos utilizados nas


formulações dos cosméticos, esses componentes podem
apresentar funções múltiplas, como o propilenoglicol, que
garante a hidratação por ser umectante, apresenta ação
conservante e antioxidante, mas pode ser irritativo se
estiver em altas concentrações.

68
Cosmetovigilância unidade IV

Os ingredientes podem funcionar em sinergia, em que um mais um é igual a


mais que dois devido ao fato dos componentes serem multifuncionais. A
capacidade de penetração da substância favorece as reações adver-
sas e isso depende do peso molecular do cosmético, pois, para
penetrar na pele a substância deve ter o peso molecular infe-
rior a 1.000, para entrar na célula deve ter aproximada-
mente o peso molecular de 400 e para entrar na corren-
te sanguínea o peso molecular deve ser abaixo de 100.

4.2.3.1  Conservantes

As reações adversas ocorrem, na maioria das vezes, devido à presença dos


conservantes que são adicionados nas formulações para prevenir a propagação de
micro-organismos que acabam alterando a qualidade do produto. Dentre os com-
ponentes utilizados para exercer essa função estão os parabenos, propilparabeno,
metilparabeno, metilsotiazolinona, tuloenosulfosamina/ formoldeido.

A Anvisa permite o uso de formoldeido como conservantes em cosméticos,


porém a concentração máxima permitida é de 0,2%, não se assuste caso encontre
produtos com esta substância, pois, em pequenas concentrações não apresenta as
reações adversas, os produtos que são registrados respeitam essa norma. Sendo
assim, é imprescindível a utilização de produtos registrados
e regulamentados.

Todo produto registrado tem sua composi-


ção avaliada, os produtos não registrados não
passam por avaliação e poderão conter subs-
tâncias proibidas em cosméticos ou concen-
trações fora do padrão. Portanto,
se aplicar um produto deste
em seu cliente você pode-
rá causar sérios danos à
saúde dele.

69
unidade IV Cosmetovigilância

Conheça mais:

No site da Anvisa você consegue identificar se o produto é registrado e está


dentro dos padrões. Sendo assim, quando surgir alguma dúvida, entre em
sua midiateca e acesse o link disponível da Anvisa.

Usar produtos dentro do prazo de validade também contribui para diminuir os


riscos de reações adversas. Mas, fique atento, pois se não tiver os devidos cuidados
com seu produto cosmético, ele também poderá deteriorar-se antes de acabar o
prazo de validade.

Figura 4.6 – Esquema da aparência do cosmético vencido

Fermentação
Cor e odor
diferente Separação
das fases Turvação
Decomposição
do ativo

Fonte: elaborada pela autora.

É importante destacar que usar produto vencido


prejudica o resultado final do tratamento por não
obter os resultados esperados, já que os ativos
que desempenham as funções no produto em
questão não apresentam a mesma eficácia, além, é
claro, de esse uso indevido acarretar uma série de
complicações na pele de seu cliente.

70
Cosmetovigilância unidade IV

4.2.3.2  Fragrância

Cerca de 6.7% das substâncias utilizadas em fragrâncias geram reações adver-


sas. Caso seu cliente tenha algum tipo de alergia respiratória, asma, rinite ao aspirar
a fragrância, poderá desencadear os sintomas como espirros e tosse.

Figura 4.7 – Tabela - Substâncias que ocasionam reações alérgicas frequentemente

Substância Fragrância

Cinamaldeido Odor canela

Cinamol Odor de jacinto

Álcool Alfa-Amil Cinâmico Odor de jasmim

Geraniol Odor de rosas

Eugenol Odor de cravo da índia

Hidroxicitronelal Odor de lírio

Fonte: elaborada pela autora.

Caso seu cliente inicie espirros, náuseas ou


enxaqueca durante o atendimento, vale investigar
a presença de alergia aos componentes da
formulação, em especial ao perfume, que mascara
os odores da base veicular. Experimente utilizar
produtos com cheiro suave ou sem fragrância
até ter a certeza do que desencadeou o quadro.

71
unidade IV Cosmetovigilância

4.2.3.3  Tensoativos

Os tensoativos são aditivos presentes nos cosméticos


com a função de emulsificar a água e o óleo, e em contato
com a pele arrasta a sujeira e oleosidade. Produtos com gran-
de quantidade de tensoativo possuem propriedades irritan-
tes para pele, como o lauril sulfato de sódio, muito utilizado
nos sabonetes de limpeza ou produtos desincrustantes.

É uma substância que remove a oleosidade natural da


nossa pele, deixando-a desprotegida e ressecada, aumen-
tando a eliminação de água da epiderme e favorecendo a
desidratação. A pele, quando desidratada, torna-se mais
sensível e com facilidade a produzir reações alérgicas.

4.2.3.4  Corantes

Os corantes e pigmentos determinam diretamente as características da cor


que tanto embelezam os produtos, mas será que eles são de fato importantes para
as formulações e eficácia do produto?

Figura 4.8 – Corantes

72
Cosmetovigilância unidade IV

Os corantes são componentes controlados nas formulações, obtidos


de fontes naturais (rocha, semente, flor, folhas e minérios), ou
fontes sintéticas e artificiais, sendo a classe de aditivos
que fazem mal à saúde e causam reações alérgicas, por
isso que em alguns países o uso dos corantes foi banido.

Os corantes artificiais são mais utilizados pelo poder de tingimento, uniformi-


dade do tom, estabilidade nas formulações e custo menor que os naturais, mas em
contrapartida são associados a problemas respiratórios, além das reações alérgicas.

Alguns estudos indicam, por exemplo, que algumas pessoas alérgicas a dipiro-
na também apresentam reações ao corante amarelo tartazina devido ao fato de suas
moléculas serem parecidas.

Importante!

Você sabia que a Anvisa tem uma lista de corantes com as concentrações
permitidas para minimizar os riscos de toxicidade? As empresas têm o de-
ver de verificar essas substâncias antes de fabricar os cosméticos.

O uso de pigmentos naturais vem sendo utilizado em produtos cosméticos por


não causar danos à saúde, porém este tipo de pigmento sofre alterações do ambien-
te, como o calor, mais rapidamente em comparação aos pigmentos sintéticos.

4.3  Farmacologia de sistema

O uso de fármacos para corrigir a homeostasia


do organismo pode levar a reações adversas
diferentes, é comum atender clientes que utilizam
medicamentos para determinada patologia e
algumas substâncias prejudicam o tratamento
estético de forma a não permitir que o cliente
note mudanças com o passar das sessões.

73
unidade IV Cosmetovigilância

É importante você identificar essas alterações metabólicas, como retenção hí-


drica, aumento do apetite ou lentidão do metabolismo. Essas são algumas das rea-
ções adversas que podem ocorrer no seu cliente, e dependendo do caso, é necessá-
rio aguardar o término da medicação para dar sequência ao tratamento.

Algum tempo depois do início da administração


do medicamento muitas pessoas se queixam
do aumento de peso, isso acontece com
quem faz uso de corticoides, antidepressivos,
ansiolíticos e anticoncepcionais.

Os glicocorticoides, também chamados de corticoides ou corticoesteroides são


medicamentos derivados do hormônio cortisol, utilizados como anti-inflamatório
para dermatite tópica, artrite reumatoide e problemas alérgicos como a asma. Ape-
sar de ser um medicamento eficaz para essas patologias apresentam muitos efeitos
colaterais, favorecem o ganho de peso e medidas do cliente, por reter líquido e favo-
recer o acúmulo de gordura no tecido adiposo.

Se você atender um cliente que faça uso de corticoides será difícil observar
diferença nas medidas e no peso, por isso a reavaliação deve ser realizada durante o
tratamento, pois pode ocorrer do cliente fazer uso do corticoide e já estar em trata-
mento, desta forma, as medidas e o peso poderão aumentar.

O corticoide inibe o fibroblasto na for-


mação do colágeno e da matriz celular, com-
prometendo a cicatrização e favorecendo a
formação de estrias, além do desenvolvimen-
to de telangiectasias, púrpura, formação de
pápula e pústula, que caracterizam a acne.
Os glicocorticoides mais utilizados são de ori-

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Cosmetovigilância unidade IV

gem sintética e as mais utilizadas são prednisona, prednisolona, dexametasona, hi-


drocortisona e metilprednisolona.

Alguns antidepressivos denominados de tricíclicos agem no aumento do ape-


tite e, por consequência, provocam o aumento do peso, sendo eles: imipramina, clo-
roimipramina, amitriptilina, desimiramina e nortriptilina, embora uma nova classe
de medicamentos moderna não aumente o apetite.

Uma classe de medicamentos que pode favorecer o acúmulo de líquido é o


anticoncepcional, os contraceptivos orais são formulados com estrógeno e proges-
tágeno. O estrógeno diminui o nível de testosterona livre e com isso diminui a pro-
dução de sebo, já os progestágenos favorecem a acne, hirsutismo, alopecia, causam
alterações no metabolismo lipídico e aumentam a glicose sanguínea.

Progesterona é um hormônio produzido naturalmente


pelo corpo feminino nos dias que antecedem
o período menstrual, caso não aconteça
a fecundação ocorre uma queda deste
hormônio e com isso temos a mestruação e a
eliminação do líquido retido. Sendo assim,
clientes que utilizam anticoncepcionais
com progesterona tendem a acumular
líquido, embora os medicamentos com
doses baixas, geralmente, não aumentem
o peso. A progesterona ainda ajuda a
controlar a tensão pré-menstrual, acne
e hirsutismo.

Em relação aos hormônios, observamos também alterações ocorrendo em


mulheres que estão no período da menopausa e que precisam fazer uso de medi-
camentos para abrandar os sintomas, como a onda de calor, a partir de susbtâncias
como a tibolona, que contribui para a retenção de líquidos e aumento de medidas.

Mas não são só as mulheres que apresentam


alterações devido à ação hormonal, os homens
também, só que neste caso o hormônio em questão
é a testosterona, responsável pelas características
masculinas, em especial à condição muscular, com
isso vem a utilização dos esteroides anabolizantes.

75
unidade IV Cosmetovigilância

Os anabolizantes diminuem a produção


natural de testosterona, aumentam a produção
de sebo ocasionando a acne; estimulam a
produção de glândula mamária, ocasionando
a ginecomastia; aceleram a queda de cabelo
e, nas mulheres, provocam o surgimento de
pelos, voz rouca e diminuição da libido.

Medicamento para diabetes, como no caso glitazona,


se não estiver com a dose adequada acelera o
metabolismo da gordura, amentando o depósito no
tecido adiposo, embora diminua a gordura viceral,
com isso vem o aumento do peso e das medidas.
Sendo assim, é muito importante você ficar atento aos
medicamentos que o seu cliente faz uso!

Aprendemos que:

Embora os cosméticos sejam formulados com aditivos que preservam o


produto por tempo predeterminado, é fundamental ter cuidados com o
manuseio em cabine e no atendimento domiciliar, para que este não oxide
antes do tempo, sendo importante identificar quando ocorrer a oxidação e
assim descartar o produto da maneira correta.

É essencial utilizar produtos registrados para evitar efeitos adversos, como


as irritações e alergias causadas também por componentes específicos,
como corantes e conservantes.

Para obter a eficácia no tratamento estético, é importante também co-


nhecer os principais medicamentos que alteram a fisiologia do organismo
levando-o a disfunções, como retenção de líquido, celulite, acne, desidra-
tação.Tudo isso dificulta os resultados positivos nos tratamentos estéticos.

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Cosmetovigilância unidade IV

Referências da unidade IV

ANVISA. Guia para avaliação de segurança de produtos cosméticos. 2 ed. 2012.


Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/106351/107910/Guia+pa-
ra+Avalia%C3%A7%C3%A3o+de+Seguran%C3%A7a+de+Produtos+Cosm%C3%A9ti-
cos/ab0c660d-3a8c-4698-853a-096501c1dc7c>. Acesso em: 19/09/2018.

BORELLI, Shirlei. Cosmiatria em dermatologia: usos e aplicações. 2 ed. São Paulo:


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MAIO, Maurício. (org.) Tratado de medicina estética. 2.ed, vol I. São Paulo: Roca,
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______. Tratado de medicina estética. 2.ed, vol III. São Paulo: Roca, 2011.

PEREIRA, Maria de Fátina Lima. (org.) Cosmetologia – série de estética. 1.ed. São
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RIBEIRO, Claudio de Jesus; GONÇALVES, Sheila Martins Ferreira. Cosmetologia apli-


cada à dermoestética. São Paulo: Pharmabooks, 2006.

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