Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Eb70-Ci-11.470 - Tiros de Armas Portáteis
Eb70-Ci-11.470 - Tiros de Armas Portáteis
470
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
CADERNO DE INSTRUÇÃO
TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS - FUZIL
1ª Edição
2022
EB70-CI-11.470
EB70-CI-11.470
MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
CADERNO DE INSTRUÇÃO
TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS - FUZIL
1ª Edição
2022
EB70-CI-11.470
EB70-CI-11.470
Pag
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade.......................................................................................... 1-1
1.2 Generalidades................................................................................... 1-1
1.3 Objetivos da Instrução de Tiro......................................................... 1-2
CAPÍTULO V - MANEJO
5.1 Técnicas para Sanar os Incidentes de Tiro ..................................... 5-1
5.2 Recargas.......................................................................................... 5-2
5.3 Cheque aos pares............................................................................ 5-3
5.4 Procedimentos de Segurança .......................................................... 5-3
5.5 Verificação do Carregamento .......................................................... 5-4
ANEXOS:
1.1 FINALIDADE
- O presente Caderno de Instrução (CI) tem por finalidade orientar a instrução de
tiro de fuzil no âmbito das Unidades do Exército.
1.2 GENERALIDADES
a) O conteúdo deste CI, fornece subsídios aos instrutores de tiro, na medida em
que trata dos fundamentos de tiro com o fuzil, da instrução preparatória para o
tiro e de técnicas de tiro com o fuzil.
b) Trata também o CI, do preparo psicológico do atirador, fornecendo alguns sub-
sídios que permitam lidar da melhor maneira com situações de estresse típicas
da atividade, tanto na fase de aprendizado, adestramento ou combate.
c) Os exercícios de tiro de fuzil serão tratados pelas Instruções Reguladoras de
Tiro com o Armamento do Exército (IRTAEx).
d) Os fundamentos que serão abordados são válidos para qualquer tipo de fuzil,
sempre tendo por base, contudo, o fuzil de dotação do Exército: o Fuzil 7,62x51mm
M 964 – FAL, Fuzil 7,62x51mm M964A1 – PARAFAL e o Fuzil IMBEL 5,56x45mm
– IA2. Também será abordado a respeito do tiro com granada de bocal, utilizando
as possibilidades destes armamentos.
e) O tiro de fuzil é atividade de fundamental importância dentro do Exército, já que
a eficiência operacional de uma tropa está necessariamente ligada à capacidade
combativa de cada soldado.
f) Esta capacidade de combater só poderá ser elevada se o militar souber fazer uso
eficiente do seu armamento individual. Portanto, atirar bem é uma necessidade.
g) O aprendizado dos fundamentos e das técnicas de tiro, na fase da instrução
individual básica, deve ser conduzido de forma que todos os soldados aprendam
a disparar um tiro com precisão. Os militares com desempenho deficiente devem
ser recuperados. Os comandantes em todos os escalões devem estar compro-
missados inteiramente com os objetivos individuais de instrução.
h) A instrução de tiro, por suas características, é uma ferramenta importantís-
sima para o desenvolvimento das atitudes. Durante as instruções, os militares terão
1-1
EB70-CI-11.470
a oportunidade de desenvolver autoconfiança, decisão, combatividade, equilíbrio
emocional, iniciativa, persistência e responsabilidade, além de outras atitudes.
i) É importante salientar que tais atitudes serão desenvolvidas como uma con-
sequência natural da instrução, e não devem ser um fim por si só. A finalidade
precípua da instrução de tiro deve ser a aprendizagem do tiro nas melhores
condições possíveis para que isso ocorra.
j) As dificuldades impostas devem ser sempre planejadas para buscar o aperfei-
çoamento, dentro da previsão dos exercícios, sem perder de vista a finalidade
principal da instrução.
k) Dessa forma, este CI fornecerá a base de conhecimentos necessária para que
os instrutores de tiro e instruendos possam atingir os objetivos relacionados à
instrução de tiro.
1-2
EB70-CI-11.470
CAPÍTULO II
A INSTRUÇÃO DE TIRO DE FUZIL
DOCUMENTO IMPORTÂNCIA
2.2 ATRIBUIÇÕES
- Os Comandantes (Cmt), em todos os níveis, são responsáveis pela fiscalização
da instrução de tiro, inclusive no que se refere ao preenchimento e arquivamento
da documentação de instrução e administrativa, principalmente borrões de tiro,
boletins de existência de munição e registros de tiro das armas.
2.2.1 COMANDANTE DA UNIDADE (Cmt U)
- Deverá designar um Oficial de tiro da Unidade, encarregado da preparação dos
quadros - instrutores e instrutores auxiliares - antes das instruções de tiro. Para
essa função, deverá ser escalado o oficial mais capacitado em tiro da unidade,
dentre os instrutores de tiro, podendo este oficial acumular essa função com a
de oficial de tiro da subunidade.
2.2.2 COMANDANTE DE SUBUNIDADE (Cmt SU)
a) É o responsável direto pela instrução de tiro de seus comandados, para a qual
deve voltar a maior atenção, dada a importância e a natureza da atividade - em-
prego de munição real.
b) Deve orientar e fiscalizar instrutores e instrutores auxiliares, estando ciente de
que o sucesso das instruções depende da preparação técnica, da meticulosidade
e da paciência desses militares.
c) Deve ter em mente ainda que a atividade de tiro deve se desenvolver progressi-
vamente e que as dificuldades a serem colocadas durante os exercícios devem
se restringir estritamente às previstas neste caderno de instrução e nas fontes
de consultas relacionadas ao tiro.
d) Ademais, não deve admitir castigos físicos de espécie alguma que vão de
encontro ao que preveem as normativas. Deve entender que os instruendos pre-
2-2
EB70-CI-11.470
cisam criar gosto pela atividade e que os militares com desempenho deficiente
necessitam ser recuperados a fim de que todos sejam bons atiradores.
e) Finalmente, deve entender que saber atirar bem é uma obrigação do militar
e que a sua ação é fundamental para que todos os militares de sua subunidade
atinjam esse nível estabelecido na IRTAEx. Em nenhuma hipótese o comandante
permitirá que militares não habilitados portem armas.
2.2.3 Cabe ao Cmt SU designar um oficial e um sargento de tiro da subunidade
para ministrar as instruções, basicamente a instrução de fundamentos de tiro, a
Instrução Preparatória para o Tiro (IPT) e os exercícios de tiro. Para tal função,
deverão ser escolhidos os militares mais capacitados em tiro da subunidade, (pre-
ferencialmente, o sargento de tiro será do pelotão do oficial de tiro da subunidade).
2.2.4 O Oficial de tiro da unidade e o oficial de tiro da SU devem conduzir as
instruções de tiro com objetividade, responsabilidade, paciência, segurança e
perícia, baseando-se, para isso, neste caderno de instrução e nas fontes de con-
sulta relacionadas. Deverão escolher um sargento de tiro capacitado que auxilie
nas instruções.
2.3 TERMINOLOGIA
a) ATIRADOR - instruendo que realiza os exercícios de tiro.
b) CAVADO DO OMBRO - região côncava localizada entre o ombro e o peitoral.
c) CLICAR - regular os aparelhos de pontaria.
d) COMANDANTE DA LINHA DE TIRO – instrutor (Of/ST/Sgt) que emite todas
as ordens que devem ser observadas pelos atiradores.
e) CONTROLADOR DE MUNIÇÃO - graduado responsável pela distribuição
de munição aos municiadores.
f) DEDOS DA MÃO - polegar, indicador, médio, anular e mínimo.
g) FOLGA DO GATILHO - pequeno deslocamento do gatilho que não interfere
na ação de desengatilhamento da arma. Folga longitudinal da tecla do gatilho.
h) FALANGE - segmento dos dedos. Distal (da extremidade), média (do meio) e
proximal (mais próxima à palma da mão).
i) INSTRUTOR - é o responsável por conduzir as instruções de tiro.
j) INSTRUTOR AUXILIAR (Instr Aux) - militar que auxilia o instrutor/comandante
da linha de tiro na condução dos exercícios de tiro.
k) LADO DA MÃO AUXILIAR - é o lado do corpo correspondente à mão auxiliar.
l) LADO DA MÃO QUE ATIRA - é o lado do corpo correspondente à mão que atira.
2-3
EB70-CI-11.470
m) MAÇA DE MIRA - pequena saliência localizada na extremidade anterior da
arma.
n) MÃO AUXILIAR - mão que não atira.
o) MÃO QUE ATIRA - mão que é usada para acionar o gatilho.
p) MIRA HOLOGRÁFICA – dispositivo óptico que permite ao usuário olhar através
de um elemento de vidro e ver o reflexo de um ponto de mira iluminado ou de
alguma outra imagem sobreposta ao campo de visão. Como exemplo, cita-se a
Newcon Optik.
q) MUNICIADOR - soldado que auxilia na distribuição de munição.
r) OBREIA - pedaço de papel ou adesivo utilizado para tampar os impactos no alvo.
s) OFICIAL DE TIRO DA SUBUNIDADE - oficial responsável pela execução das
instruções de tiro, âmbito subunidade. É o comandante da linha de tiro da SU.
t) OFICIAL DE TIRO DA UNIDADE - oficial responsável pela execução das
instruções de tiro, âmbito unidade. É o comandante da linha de tiro da U.
u) PARALAXE – Deslocamento aparente de um objeto quando se muda o ponto
de observação.
v) PUNHO DE ENGAJAMENTO TÁTICO - é um acessório que facilita a empu-
nhadura da arma pela mão auxiliar.
x) PUNHO DA ARMA - parte da arma que é segurada pela mão que atira.
y) REARME DO GATILHO – é o ponto em que o gatilho está pronto para ser
acionado novamente, realizando o disparo.
z) SARGENTO DE TIRO - sargento que auxilia o oficial de tiro nas instruções.
1) SÉRIE DE ATIRADORES – grupamento de atiradores que executarão a série
de tiro.
2) SÉRIE DE FALHAS - repetição da série de tiro para os atiradores das armas
que apresentaram incidentes.
3) SÉRIE DE TIRO - o mesmo que exercício de tiro.
4) SESSÃO DE TIRO - são todos os exercícios de tiro realizados durante uma
jornada de instrução.
5) SIMULADOR DE TIRO – equipamento eletrônico que simula o tiro real.
6) TIRO EM SECO - consiste em realizar o acionamento do gatilho, sem munição,
ou utilizando cartuchos de manejo, aplicando todos os fundamentos do tiro.
7) TIRO VISADO - tiro no qual se utiliza as miras do armamento.
2-4
EB70-CI-11.470
8) “V” DA MÃO - é a área da palma da mão auxiliar onde o fuzil fica apoiado. O po-
legar, em lado oposto aos demais dedos, forma uma curva semelhante à letra “V”.
2-7
EB70-CI-11.470
2-8
EB70-CI-11.470
2.5.11 Os materiais que devem ser conduzidos para o tiro são os seguintes: siste-
ma de som, mesas, bancos, cola branca, tesoura, obreias adesivas ou de papel,
alvos e molduras de reserva, capacete para assistência, protetores auriculares,
óculos de proteção, material de manutenção de armamento, pranchetas, cane-
tas, lápis, borracha, manuais relacionados com o tiro, fitas adesivas tipo crepe,
martelo, prego e apito.
2.5.12 No planejamento da fase básica do período de instrução individual deve
ser previsto o tempo suficiente para as instruções de tiro.
2.5.12.1 Como sugestão, considerando a inexperiência dos futuros atiradores,
o instrutor de tiro pode intercalar, logo na primeira sessão, cartuchos de manejo
com cartuchos M1.
2.5.12.2 Este tipo de exercício propicia ao instrutor a oportunidade de identificar
erros, principalmente os de acionamento nos disparos com cartuchos de mane-
jo, assim como, verificar se o atirador está fechando o olho, acionando o gatilho
incorretamente, ou executando algum procedimento incorreto.
2.5.12.3 Dará também a oportunidade ao atirador da próxima série de, mesmo
sentado à retaguarda dos atiradores, poder observar os erros de procedimento
e ouvir os comentários sobre as correções necessárias.
2.5.13 Quanto menor o número de atiradores por instrutor, melhor será o rendi-
mento da instrução.
2.5.14 Os Instr/Instr Aux não deverão empregar agentes estressores além do
previsto nos exercícios de tiro.
2-9
EB70-CI-11.470
2.5.15 Sugere-se a instalação de um sistema de som compatível que facilite o
controle e a emissão de ordens.
2-10
EB70-CI-11.470
f) Fiscalizar a preparação do estande de tiro e das oficinas da IPT;
g) Comandar a linha de tiro, sendo responsável pela disciplina e segurança;
h) Fiscalizar os militares na linha de tiro, orientando-os na execução correta dos
fundamentos de tiro e na clicagem do armamento;
i) Verificar as condições de manutenção e segurança do armamento antes, durante
e depois dos exercícios de tiro;
j) Acompanhar o controle de consumo de munição, cobrando do graduado, res-
ponsável pela distribuição dos cartuchos, a quantidade consumida, sobras e falhas
das munições que foram utilizadas na instrução; e
k) Os Instr/Instr Aux deverão buscar sempre o alto rendimento da instrução com
a recuperação dos atiradores com baixo desempenho.
2-11
EB70-CI-11.470
2.8.4 EM RELAÇÃO AO FUZIL, É IMPORTANTE SALIENTAR AS SEGUINTES
OBSERVAÇÕES:
a) para o FAL/PARAFAL, o anel regulador do escape de gases deve proporcionar
uma pequena saída, a ser diminuída apenas em função da necessidade, caso haja
insuficiência de gases. O fechamento completo do orifício de escape de gases
pode resultar na soltura do cilindro de gases, o que indisponibiliza o fuzil para o tiro;
b) a manutenção do cano do fuzil, por ocasião do tiro, aumenta sua vida útil. Um
mau rendimento no tiro, com grupamentos excessivamente espalhados, pode
significar que o cano esteja descalibrado. O tiro de rajada também deve ser evi-
tado por ser um diminuidor da vida útil do cano; e
c) o percussor quebrado pode produzir um dos mais graves acidentes, que é o
disparo ocorrido antes do trancamento da arma, em virtude do afloramento da
ponta do percussor, o que ocasiona a percussão precoce durante o movimento
do fechamento do ferrolho. Para evitar este acidente, deve ser feita a verificação
do percussor sempre antes do tiro, buscando quebra ou ranhuras que indiquem
rachaduras.
2.8.5 OS APARELHOS DE PONTARIA DEVEM ESTAR BEM FIXADOS POR
OCASIÃO DO TIRO.
2.8.5.1 Um desvio lateral de um milímetro na alça de mira ocasiona um erro de 9
cm, para o FAL/PARA-FAL, e de 11 cm para o IA2, a 50 m, prejudicando sobre-
maneira o resultado. Na inspeção antes do tiro, deve ser feita a verificação do
estado dos aparelhos de pontaria, observando-se especificamente a alça de mira.
2.8.5.2 Se esta apresentar folga, deverá ser manutenida, reparada ou substituída
a fim de não prejudicar o tiro.
2.8.5.3 O uso de uma liga elástica, que envolve a alça e a coronha da arma,
atenua esta folga originada de fábrica ou de uso constante.
2-12
EB70-CI-11.470
2.9.3 Não são permitidos castigos físicos.
2.9.4 O baixo rendimento deve ser analisado em busca da solução, inclusive com
a análise do armamento.
2.9.5 Os militares com baixo desempenho deverão iniciar uma recuperação da
instrução de tiro na primeira oportunidade.
2.9.6 As instruções devem começar à curta distância até a distância de utilização
de combate, considerando-se que a dificuldade sempre será gradual.
2.9.7 Da mesma forma, as instruções serão inicialmente estáticas (tiro de linha
de tiro), passando depois aos tiros dinâmicos (em pistas de tiro) até chegar ao
tiro sob estresse.
2.9.8 A falta de progressividade da instrução pode causar desmotivação, bloqueio
psicológico e acidentes.
2-13
EB70-CI-11.470
2.10.1.8 As figuras e tabelas a seguir servem de exemplo
104 Pé visado 2
A2 1 impacto na silhueta.
105 Pé visado 2
Linha de mira e
SIM -
linha de visada
Constância da
SIM Aprovado após 3 tentativas
Pontaria
Manejo SIM -
Manutenção SIM -
Acionamento do
SIM Dificuldade no acionamento em pé
gatilho
2-14
EB70-CI-11.470
2-15
EB70-CI-11.470
2.10.1.10 Segurança de terceiros
- procedimentos a serem realizados antes de iniciar o tiro:
a) para estandes fora da OM: verificar se civis ou outros militares circulam pelas
imediações do estande. Utilizar a Eqp Seg para bloquear os acessos ao estande
de tiro.
b) para estandes dentro da OM: certificar se os militares da OM estão cientes
da realização do tiro (avisos em formaturas, previsão em QTS, vias de acesso
interditadas, etc).
2.10.2 DESENVOLVIMENTO
2.10.2.1 Sequência e Comandos de Tiro
a) Manutenção do armamento:
1) o instrutor deve determinar a desmontagem de 1º escalão dos fuzis a fim
de inspecionar as peças móveis: numeração do ferrolho e do impulsor do ferro-
lho, situação do percussor, mola do percursor, extrator, condição do aparelho de
pontaria (alça e maça) etc;
2) o armeiro deve assistir os militares nessa desmontagem/montagem. Armas
com peças trocadas ou danificadas não podem ser utilizadas no tiro;
b) Verificar se os instruendos estão com protetor auricular e óculos de proteção;
c) Inspeção inicial:
1) dispor a tropa em coluna por dois, com intervalo de três passos, frente para
o interior, na posição de descansar;
2-16
EB70-CI-11.470
2) emitir as seguintes ordens:
2-17
EB70-CI-11.470
2.10.2.6 Após a 1ª série, ocupar a linha de tiro e comandar
“ATIRADORES, ARMAS AO SOLO, TRAVADAS, ABERTAS E SEM
CARREGADOR;
JANELA DE EJEÇÃO PARA CIMA E CARREGADOR COM O
TRANSPORTADOR VOLTADO PARA A RETAGUARDA.
SENTADOS!”.
“ATIRADORES, IDENTIFICAR OS ALVOS!”.
2.10.2.7 Os atiradores levantam o braço e citam número do alvo (da esquerda
para direita e em ordem crescente)
“PREENCHAM OS BORRÕES DE TIRO!”.
(Explicar como preencher).
“A PARTIR DE AGORA, CINCO MINUTOS DE TREINAMENTO DE TIRO EM
SECO E DAS POSIÇÕES DE TIRO!”.
2.10.2.8 Ressaltar as características de cada posição enquanto estiver corrigindo
os instruendos; ressaltar, ainda, a importância do tiro em seco na verificação do
correto acionamento do gatilho – a pontaria não pode ser desfeita durante e após
o disparo em seco.
“TREINAMENTO ENCERRADO!
ARMAS AO SOLO, APONTANDO PARA OS ALVOS, TRAVADAS, ABERTAS
E SEM CARREGADOR;
JANELA DE EJEÇÃO PARA CIMA E CARREGADOR COM O
TRANSPORTADOR VOLTADO PARA A RETAGUARDA.
SENTADOS!”.
Descrever o exercício a ser realizado.
“MUNICIAR O CARREGADOR,
CADA UM COM (NÚMERO DE TIROS A SEREM EXECUTADOS)
CARTUCHOS!”.
“TOMAR A POSIÇÃO...!”.
“ALIMENTAR!”
Verifique se alimentaram as armas.
“CARREGAR!”
Verifique se carregaram as armas.
“TRAVAR!”.
“ATIRADORES PRONTOS?”
2-18
EB70-CI-11.470
2.10.2.9. Neste momento os instrutores auxiliares percorrem a linha de tiro veri-
ficando se algum atirador não está pronto.
2.10.2.10 Caso o atirador não esteja pronto, este (ou o auxiliar) deve bradar em
voz alta “Alvo número não pronto!”.
“DESTRAVAR AS ARMAS!”.
“ATENÇÃO!”.
“FOGO À VONTADE!”
(Apitar ou comandar)
“CESSAR FOGO!”
(Apitar para terminar ou comandar)
“FALHAS?”
2.10.2.11 O oficial de tiro deve indicar o local da falha (esquerda, centro, direita)
para que os instrutores auxiliares possam sanar os incidentes (se houver), para
prosseguir com os exercícios. Os Instr Aux devem acompanhar, individualmente,
cada atirador.
2.10.2.12 Quando não houver mais falhas, comandar:
2-19
EB70-CI-11.470
2.10.3.2 Os instrutores auxiliares que permanecem na linha de tiro organizam o
próximo rodízio.
2.10.3.3 A série de espera recolhe estojos vazios e, em seguida, retorna ao seu
lugar e se posiciona de frente para o alvo sem tocar no armamento.
2.10.3.4 A próxima série se prepara para ocupar a posição de espera.
2.10.3.5 O armeiro anota o número das armas com as respectivas quantidades
de tiros, além de registrar, se for o caso, as panes, incidentes ou problemas
apresentados.
2.10.3.6 Os atiradores obreiam os orifícios dos impactos nos alvos ou trocam por
alvos novos, se for o caso.
2.10.3.7 Após o término dos exercícios de tiro previstos, os atiradores com re-
sultado satisfatório seguem para a manutenção do armamento, coordenada pelo
armeiro.
2.10.4 CONTROLE DA INSTRUÇÃO
2.10.4.1 É importante que o Cmt da linha de tiro acompanhe, antes, durante
e após o exercício, o trabalho dos seus auxiliares, a fim de providenciar,
mediante DIEx, as seguintes informações:
a) situação do armamento: neste item relaciona-se a numeração do fuzil com
o número de disparos efetuados pela arma. É necessário especificar as armas
que apresentaram mau funcionamento, tiveram peças danificadas ou causaram
incidente de tiro.
b) resultados individuais: no DIEx, os borrões de tiro são anexados, emitindo
parecer, indicando os militares que não atingiram resultado satisfatório. Esses
militares não deverão portar armamento e deverão realizar nova instrução pre-
paratória e tiro de recuperação.
c) consumo de munição: neste item são relacionadas as quantidades, por lote
de cartuchos consumidos, de cartuchos danificados e de cartuchos devolvidos.
2.10.4.2 Durante a instrução, o graduado responsável pela munição deve
usar a ficha de consumo de munição (Fig 7) como ferramenta de controle
a) Extra: é a munição distribuída além do previsto. Exemplo: munição para subs-
tituir cartucho danificado no carregamento.
b) Sobra: é a munição distribuída e não utilizada. Exemplo: o atirador não termina
a série de tiro dentro do tempo determinado.
c) Os municiadores, entregando munição extra para os Instr Aux ou recebendo
as sobras destes, informam imediatamente o fato ao graduado controlador da
munição.
2-20
EB70-CI-11.470
d) Os acidentes ocorridos durante a instrução deverão ser administrados de acordo
com o previsto no Programa de Instrução Militar (PIM).
2.10.5 CONCLUSÃO
- Ao término do exercício de tiro, é feita uma análise, em que se procura mostrar
os pontos a serem melhorados nos fundamentos de tiro, ressaltando-se os as-
pectos positivos.
2.10.6 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
a) Previsão de consumo de munição - conciliar a quantidade prevista para o
consumo, segundo a IRTAEx e a disponibilidade de cartuchos pelas dotações
da OM. Estas são regulamentadas por portarias específicas, sendo conveniente
consultá-las junto à 4ª seção e ao oficial de munição da OM.
b) Pedido de munição - é feito por meio da SU ao S4.
c) Pedido de apoio médico - é feito por meio da SU ao S4.
d) Pedido de estande - é feito por meio da SU ao S3.
e) Aquisição de Alvos e Obreias - os alvos e obreias podem ser adquiridos no
EGGCF ou por outros processos administrativos. Na impossibilidade de comprá-
-los, os alvos poderão ser confeccionados de maneira artesanal, usando- se
cartolina ou outro papel e tinta preta.
f) Tamanho do alvo: de acordo com o previsto no Anexo I.
2-21
EB70-CI-11.470
g) Em estandes reduzidos, bem como para a confecção dos meios auxiliares de
instrução, é recomendável utilizar alvos com dimensões reduzidas em escala,
proporcionais à distância operacional (200m para o FAL e 150m para o Para-Fal/
IA2), possibilitando ao instruendo sempre a mesma fotografia.
h) Exemplo:
1) pela regra de três:
2-22
EB70-CI-11.470
CAPÍTULO III
FUNDAMENTOS DE TIRO
3.1 GENERALIDADES
3.1.1 TIRO PRECISO
- É um conjunto de ações muito simples e interligadas. Os fundamentos de tiro
são aspectos básicos que devem ser perfeitamente compreendidos neste pro-
cesso, sendo apresentados na sequência natural das ações para realização de
um disparo com o fuzil. Se o atirador os executar corretamente, terá maior êxito
na realização de tiros em alvos de instrução e no combate.
3.1.1.1 O tiro é dividido em cinco fundamentos: posição estável, pontaria, controle
da respiração, acionamento do gatilho e acompanhamento.
3.1.1.2 Todos os fundamentos devem ser executados de forma integrada e sequen-
ciada. O atirador deve utilizar a estrutura óssea do corpo como apoio, procurando
amenizar a fadiga precoce dos músculos envolvidos na posição.
3.1.2 TIRO RÁPIDO
3.1.2.1 É a técnica utilizada para acertar alvos próximos ao atirador, em torno de
25m, que surgem repentinamente, sendo necessária uma pronta ação, sendo o
primeiro tiro realizado em menos de um segundo. É muito empregado nos fogos
de assalto, fogos defensivos aproximados, fogos no interior da posição, patrulha-
mentos e pelas sentinelas.
3.1.2.2 Como o tempo para a execução do tiro rápido é pequeno, então, todos
os fundamentos do tiro serão realizados com maior rapidez e com duplicidade,
pois a cada vez que for empregado o tiro rápido, serão executados dois disparos.
3.1.3 Os fundamentos de tiro de fuzil, bem como as diferentes técnicas de tiro
serão detalhados nos artigos a seguir.
3-1
EB70-CI-11.470
3.2.2 CONCEITOS
3.2.2.1 Oscilações - são movimentos constantes do corpo do atirador que in-
fluenciam o grupamento de tiro e são notados durante a pontaria.
3.2.2.2 Arco de movimento - é o desenho formado pela pontaria da arma, no
alvo, por causa da oscilação natural do atirador (Fig 8).
3-3
EB70-CI-11.470
3.3 PONTARIA
3.3.1 GENERALIDADES
3.3.1.1 A pontaria é o fundamento de tiro que faz com que o atirador direcione
sua arma para o alvo.
3.3.1.2 Apontar para o alvo significa alinhar os aparelhos de pontaria correta-
mente com o alvo.
3.3.1.3 O ser humano possui um de seus olhos com prioridade de entrada visual
no cérebro, denominado olho diretor. Por ser o principal, é onde ocorre o foco
natural, sem que haja esforço. Este, sempre que possível, deve ser utilizado para
realizar a pontaria, desde que seja do mesmo lado que o atirador prefira atirar
em função da sua habilidade motora. Caso este lado não seja correspondente ao
olho diretor, o atirador deve escolher sua posição de tiro de acordo com o lado
que possui mais coordenação para disparar, não utilizando o olho diretor para a
pontaria.
3.3.1.4 Para descobrir qual seu olho diretor, o atirador deve apontar com o dedo
indicador um objeto a uma distância aproximada de 05 (cinco) metros e focar com
os dois olhos. Após isso o atirador deverá manter somente o olho direito aberto e
posteriormente somente o esquerdo. O olho aberto que mantém o dedo apontado
para o objeto é o olho diretor do atirador.
3.3.1.5 A pontaria sempre será realizada no centro do alvo, por ser o local onde
há maior probabilidade de acerto devido à massa exposta e por ser região vital
do corpo humano.
3.3.1.6 Nem sempre o atirador terá a necessidade de atirar com um dos olhos
fechados, isso dependerá da distância do disparo, bem como dos aparelhos
ópticos que tiver disponível.
3.3.1.7 No tiro rápido a pontaria é realizada com os dois olhos abertos, com o foco
visual no alvo, por sobre o aparelho de pontaria. Tem por finalidade evitar que a
visão sobre a área do alvo seja limitada pelo aparelho de pontaria, ou seja, utilizar
a visão periférica na região do alvo, permitindo ao atirador caminhar enquanto
segura o fuzil na posição de tiro podendo, dessa forma, realizar tiros em outros
alvos que surjam inopinadamente.
3.3.1.8 Existem diversos sistemas de pontaria, serão abordados os seguintes:
pontaria com alça e maça, pontaria com luneta, pontaria com mira holográfica e
pontaria com amplificador.
3.3.2 PONTARIA COM ALÇA E MAÇA
3.3.2.1 Elementos da Pontaria
3.3.2.1.1 Linha de mira (LM) - Linha imaginária que une o olho à maça de mira,
passando pela alça. Ela é responsável pelo alinhamento do armamento com a
3-4
EB70-CI-11.470
direção de tiro. Qualquer erro, por menor que seja, provoca um desvio angular
do ponto de impacto (alvo) em relação ao ponto visado (Fig - 9).
3-5
EB70-CI-11.470
3.3.2.1.3 Fotografia - imagem obtida quando se realiza a pontaria. Para tanto, é
necessário, no tiro de fuzil, focalizar o topo da maça de mira, tangenciando a linha
imaginária que corta o centro da alça de mira (Fig 11) e colocá-lo no centro do alvo.
3-6
EB70-CI-11.470
a) Esta distância permitirá atingir rapidamente a imagem da fotografia correta.
b) É importante que o atirador busque se adestrar de forma a sempre tomar a
mesma distância do olho para a alça de mira a fim de evitar diferenças na foto-
grafia, o que resultará em disparos desiguais.
3.3.2.1.5 Foco na maça - o olho humano não consegue focalizar, ao mesmo tempo,
objetos em planos diferentes.
a) Portanto, durante a pontaria, só se pode focalizar, nitidamente, um dos três
planos da fotografia: a alça, a maça ou o alvo.
b) Para uma perfeita fotografia, deve-se focalizar com clareza (nitidamente) a
maça de mira, conforme visto anteriormente (Fig 11).
c) Nesta situação, ela se encontrará naturalmente centrada em relação à alça,
obtendo-se a linha de mira. A partir daí, basta direcionar o topo do pino da maça
de mira para o centro do alvo, que permanecerá embaçado até o momento do
disparo.
d) Focando na alça ou no alvo, a maça ficará embaçada, permitindo que um mínimo
desvio seja imperceptível, provocando assim uma grande dispersão.
e) O atirador tem que acreditar que o importante é focar na maça de mira, do
início ao fim.
3-7
EB70-CI-11.470
3-8
EB70-CI-11.470
3-9
EB70-CI-11.470
a) O treinamento do tiro com luneta permite que se realize a pontaria e o disparo
com os dois olhos abertos.
b) Dessa forma, o atirador poderá ter controle sobre o que ocorre em seu setor
de tiro e não somente o que está sendo observado no retículo de sua luneta.
3.3.3.2.4 Cada luneta possui seu sistema de regulagem e suas características. O
instrutor de tiro é responsável pela consulta aos manuais técnicos, IP, ou mesmo
os manuais dos fabricantes das lunetas utilizados pelo Exército.
- Cabe ainda ao instrutor, a condução e a verificação da regulagem da luneta pelo
atirador responsável pela utilização deste material.
3.3.4 PONTARIA COM MIRA HOLOGRÁFICA
3.3.4.1 Fundamentos
3.3.4.1.1 O uso da mira holográfica é simples. Como não há aumento ou para-
laxe, o atirador deverá simplesmente colocar o ponto vermelho (no caso da mira
Newcon Optik) sobre o ponto de pontaria e realizar o disparo (Fig 18).
3-10
EB70-CI-11.470
3-11
EB70-CI-11.470
3.3.4.2.3 Após isso, designará um alvo como referência e deverá visualizar o alvo
tanto pelo cano do fuzil, como pela mira holográfica, observando assim a posição
do ponto de pontaria, que deverá estar na mesma posição da visada feita pelo
cano. Se isso não ocorrer, o atirador deverá ajustar o ponto de pontaria até que
ele coincida com o alvo visto nos tambores de clicagem.
3.3.4.2.4 Para realizar o ajuste “fino”, o atirador deverá montar seu fuzil novamente
e realizar a clicagem com tiros. A clicagem estará bem próxima do ideal devido
ao ajuste feito anteriormente.
3.3.5 PONTARIA COM AMPLIFICADOR
3.3.5.1 O uso do amplificador é muito semelhante ao uso de uma luneta. No en-
tanto, ao invés do retículo, o atirador utiliza o ponto vermelho da mira holográfica
para realizar a pontaria, tendo em vista que o amplificador não possui elemento
de pontaria. A seguir é possível ver o amplificador distribuído pela cadeia de
suprimento (Fig 21).
3.3.5.2 Dependendo da qualidade e do alinhamento do amplificador, podem
ocorrer pequenos desvios na clicagem, por isso bons amplificadores possuem
sistema de clicagem próprio.
3.3.5.3 Neste caso, o atirador deverá primeiro clicar a mira holográfica sem am-
plificação e depois clicar o amplificador.
3.3.5.4 O atirador também deve estar atento às distorções que podem ser provo-
cadas pelo uso da amplificação no ponto vermelho.
3-12
EB70-CI-11.470
3.4 CONTROLE DA RESPIRAÇÃO
3.4.1 É a ação de interromper voluntariamente o ciclo respiratório durante o pro-
cesso do disparo.
3.4.2 Durante o ciclo respiratório, entre uma expiração e a próxima inspiração,
existe uma pausa respiratória natural, momento em que o diafragma está total-
mente relaxado.
3.4.3 Nos tiros de precisão, o atirador deverá prender a respiração nesta pausa
respiratória natural (que se inicia ao final da expiração), prolongando-a enquanto
realiza o acionamento.
3.4.3.1 É importante para a realização de um bom disparo que o prolongamento
da pausa respiratória não ultrapasse, em média, 8 segundos. Caso contrário,
prejudicará a oxigenação do organismo, provocando tremores musculares e vista
embaçada.
3.4.3.2 Além de prejudicar o aspecto físico, aumenta a ansiedade e a tensão no
atirador que, por fim, acabará executando um mau acionamento do gatilho. Neste
caso, quando o tempo for suficiente, o atirador deverá ser orientado para que,
não conseguindo realizar o disparo neste intervalo, desfaça a pontaria, volte a
respirar e reinicie todo o processo.
3-13
EB70-CI-11.470
3.4.4 No tiro de combate, porém, o corte na respiração acontece em qualquer
momento do ciclo respiratório, tendo em vista que o objetivo principal é o enga-
jamento imediato do alvo (Fig 23).
3.4.5 Com o treinamento correto e sistemático desse tipo de respiração é possível
obter excelentes resultados no tiro de combate.
3.4.6 É importante reforçar que atiradores iniciantes devem ter um bom conheci-
mento da respiração do tiro de precisão antes de passarem para o tiro de combate.
Isso porque essa técnica exige amplo domínio dos fundamentos de tiro para ser
aplicada de maneira efetiva.
3-14
EB70-CI-11.470
3.5.1.4 O acionamento pode ser rápido, mas nunca pode ser brusco o suficiente
para desalinhar a linha de mira, nem a linha de visada. O acionamento mal feito
tem o poder de destruir toda pontaria realizada.
3.5.1.5 No tiro rápido, por exemplo, o acionamento é feito em uma velocidade
muito maior que a normal, porém de forma consciente para que os aparelhos de
pontaria não desalinhem de forma significativa.
3.5.1.6 O segredo de um tiro preciso está em acionar bem o gatilho sem desa-
linhar a pontaria.
3-15
EB70-CI-11.470
do alvo, maior a instabilidade da posição e menor o treinamento. Esta situação,
aliada à ansiedade de acertar, faz com que o atirador cometa erros no aciona-
mento, podendo obter um mau resultado.
3.5.3.2 Gatilhada - O atirador “comanda” o disparo, acionando bruscamente o
gatilho quando julga visualizar a fotografia ideal. Com isso, ao invés de atingir o
alvo no ponto desejado, pode deixar de acertá-lo.
3.5.3.3 Antecipação - Outra consequência de comandar o tiro é a antecipação
de reações ao disparo. O atirador pode ser levado a aumentar a pressão da em-
punhadura e a forçar o punho para baixo como para compensar o recuo da arma.
3.5.3.4 Esquiva - Pode ainda ocorrer a esquiva, na qual o atirador projeta o ombro
para trás procurando fugir do recuo. Muitas vezes, o atirador chega a fechar os
olhos antes do disparo, perdendo a fotografia.
3.5.4 TIPOS DE ACIONAMENTO
3.5.4.1 Existem três técnicas de disparos que devem ser de conhecimento de
todo militar, já que nem sempre o tiro será executado nas mesmas condições.
3.5.4.2 Essas técnicas levarão em consideração normalmente a distância do alvo
e o tipo de engajamento.
3.5.4.3 Em distâncias longas, com mais 100 m, o mecanismo é disparado em
uma cadência lenta. Nesta distância aciona-se o mecanismo de disparo mantendo
pressionado o gatilho contra o guarda-mato, impedindo que ele se rearme após
o tiro (não há desconexão). Em ato contínuo relaxa-se a pressão do dedo o sufi-
ciente para o mecanismo se rearmar, voltando então novamente ao acionamento
lento e progressivo.
3.5.4.4 Em distâncias médias, entre 50 e 100 m, o mecanismo é disparado em
uma cadência maior, relaxando a pressão do dedo até o mecanismo rearmar- se
naturalmente sem perder o contato com a tecla do gatilho (não há desconexão).
Dessa forma, é executado um acionamento progressivo com o objetivo de manter
uma cadência com maior volume de fogo a frente.
3.5.4.5 Em distâncias curtas, com menos de 50 m, o mecanismo é disparado o
mais rápido possível, sendo que para isso é necessário que haja desconexão entre
o dedo e o gatilho, permitindo assim que o mecanismo se rearme rapidamente
para um novo disparo. Nesta técnica o tiro ocorrerá sem a visada convencional,
tendo em vista o grande volume de fogo à frente. Cabe ressaltar que esta técni-
ca deve ser utilizada em situações extremas e particulares, onde não haja outra
alternativa de disparo.
3.5.4.6 É importante reforçar que as técnicas de disparo supracitadas deverão ser
treinadas após o domínio do acionamento progressivo e uniforme.
3-16
EB70-CI-11.470
3.6 ACOMPANHAMENTO
3.6.1 CARACTERÍSTICAS DO ACOMPANHAMENTO
3.6.1.1 É a fase que se inicia após o disparo do fuzil. É um fundamento que exige
bom domínio dos demais para ser aplicado corretamente.
3.6.1.2 Quando se olha na direção de algum objeto, a imagem atravessa a
córnea e chega à íris, que regula a quantidade de luz recebida por meio de
uma abertura chamada pupila.
a) Passada a pupila, a imagem chega ao cristalino e é focada sobre a retina.
O cérebro é responsável por receber uma imagem invertida e em milésimos de
segundos desinvertê-la.
b) Portanto, do ponto de vista científico, tudo o que se vê é passado.
c) Para se garantir que o tiro vá para onde se aponta, deve-se manter o processo
mesmo depois do disparo.
3.6.1.3 O acompanhamento consiste nas seguintes ações:
a) procurar manter a linha de mira, com o foco na maça;
b) continuar a acionar a tecla do gatilho até o final do curso da mesma forma que
vinha sendo feita antes do disparo;
c) manter o apoio da bochecha na coronha;
d) manter o mesmo nível de tensão muscular da posição e firmeza na empunha-
dura;
e) evitar qualquer reação ao recuo ou ao estampido do tiro; e
f) liberar a tecla do gatilho somente após a linha de visada ter sido restabelecida.
3.6.1.4 O acompanhamento é essencial para a boa execução do tiro, permitindo
ainda maior facilidade no engajamento de alvos subsequentes e que o atirador
realize a “cantada” de seu próprio tiro. Se realizado corretamente, auxilia na con-
centração e na pontaria nos momentos finais do disparo.
3.6.2 INDICAÇÃO DO TIRO (“CANTADA”)
3.6.2.1 Indicar o tiro é a capacidade do atirador saber onde o projétil atingiu o
alvo, imediatamente após ter sido disparado. Normalmente alvos humanos são
fugazes e movem-se após terem sido alvejados. O atirador deve ser capaz de dizer
o local provável de impacto do tiro para auxiliar na confirmação do acerto do alvo.
3.6.2.2 O tiro é indicado pelo atirador pela relação entre o local onde o fuzil estava
apontado no momento do disparo e o ponto de pontaria no alvo (em princípio,
o centro de massa), por meio do processo do relógio, observando a direção e a
distância.
3-17
EB70-CI-11.470
3.6.2.3 A imagem da indicação do tiro é a fotografia que o atirador observa ime-
diatamente após o desengatilhamento e antes do início do recuo do fuzil. Caso
a pontaria esteja correta, no centro do alvo, a cantada será a fotografia correta.
3.6.2.4 A partir do momento em que o atirador consegue realizar a cantada exata,
significa também que está aplicando corretamente os fundamentos de tiro. Quanto
mais experiente, mais precisas serão as cantadas do atirador.
3.6.2.5 Inicialmente é uma técnica difícil de ser executada. O acompanhamento
correto do tiro facilita a cantada.
3.6.2.6 Estando hábil em cantar o tiro, o atirador poderá mais facilmente realizar
a clicagem do armamento e determinar corretamente a alça de combate do fuzil.
3.6.2.7 A cantada correta indica que o atirador está realizando e dominando os
fundamentos de tiro corretamente.
3.6.3 RECUPERAÇÃO
3.6.3.1 Após a realização do disparo, inevitavelmente haverá a perda da
fotografia. A recuperação consiste na obtenção de uma nova fotografia após cada
disparo. Uma rápida recuperação depende do controle do recuo e do ato de se
buscar a nova fotografia.
3.6.3.2 O melhor controle do recuo será obtido a partir da firmeza da em-
punhadura, especialmente na mão auxiliar e do contato da arma com o ombro.
A posição de tiro deve ser frontal e inclinada à frente, proporcionando maior
estabilidade nesse controle.
3.6.3.3 No ato de se buscar uma nova fotografia, o atirador deve atentar para
dois detalhes:
a) primeiro não fazer qualquer movimento na arma além de trazê-la de volta a
posição inicial, tal como subir o cano além do ponto no qual este é lançado pelo
recuo.
b) Segundo, não deve aplicar força para baixo na arma antes da realização do
disparo, este erro é chamado de antecipação, conforme explicado no item 3.5.3.3.
3-18
EB70-CI-11.470
3.7.2 FASES
3.7.2.1 Fase da preparação
- Nessa fase o atirador procura assumir a melhor posição de tiro para realizar
o disparo, procurando as melhores condições que o terreno oferece. O atirador
procura também o melhor apoio disponível para a sua posição. Verifica se a zona
natural de pontaria está no alvo e se a posição de tiro está naturalmente equi-
librada. O atirador realiza, se necessário, correções na alça de mira de acordo
com a distância em que irá disparar.
3.7.2.2 Fase do disparo
- Nesta fase serão coordenadas as ações para o tiro propriamente dito:
a) Respirar: o atirador inspira e expira, iniciando posteriormente o prolongamento
da pausa respiratória. Verifica se o apoio da bochecha no fuzil está correto, ob-
tendo a distância de, aproximadamente, 4 dedos entre o olho e a alça de mira.
Inicia também o processo de pontaria, procurando identificar o alvo e observar
a linha de mira.
b) Relaxar: a partir do início da última expiração, o atirador procura manter a
musculatura envolvida firme, estabilizando a posição de tiro, mantendo o controle
do fuzil e a firmeza na empunhadura.
c) Apontar: ao se iniciar o prolongamento da pausa respiratória, o atirador deve
refinar a pontaria no alvo, focalizando a maça de mira e procurando manter a
oscilação do fuzil no centro do alvo, mesmo que este esteja em movimento.
d) Acionar: a pressão exercida na tecla do gatilho é iniciada no final da expiração.
Mantendo a pausa respiratória e a pontaria no centro do alvo o atirador aciona
progressivamente o gatilho até o momento do disparo.
3.7.2.3 Fase de acompanhamento do disparo
- No momento em que realizou o disparo o atirador realiza o acompanhamento
do tiro e a indicação do local de impacto.
a) O atirador deve analisar o tiro imediatamente após o disparo.
b) Se o tiro atingiu o alvo, significa que a ação integrada de atirar foi realizada
corretamente.
c) Caso o alvo não tenha sido atingido, o atirador deve analisar as possíveis
causas e dar mais ênfase na correção destes erros em tiros futuros.
3-20
EB70-CI-11.470
ANTECIPAÇÃO GATILHADA
FALTA DE ACOMPANHAMENTO
ESQUIVA
ANTECIPAÇÃO GATILHADA
FALTA DE ACOMPANHAMENTO
3-21
EB70-CI-11.470
3-22
EB70-CI-11.470
CAPÍTULO IV
EMPUNHADURAS E POSIÇÕES DE TIRO
4.1 GENERALIDADES
4.1.1 Durante o combate o militar deverá escolher a posição de tiro a ser tomada
de acordo com a missão, inimigo, terreno e os meios. Para tanto, o combatente
tem que conhecer as peculiaridades e as variações de cada posição de tiro, suas
vantagens e desvantagens, empregando-as corretamente nas mais diversas
situações. Desse modo, além de conhecer as posições fundamentais de tiro, o
militar tem de conhecer também as posições alternativas.
4.1.2 É válido lembrar, entretanto, que a posição é o sistema formado pela em-
punhadura e a posição de tiro, objetivando a menor oscilação do conjunto arma-
-atirador. Em algumas situações, o atirador não terá a oportunidade de buscar
apoios ou a posição mais estável, mas em qualquer posição será necessária uma
força muscular que sustente o peso da arma.
4.1.3 A posição de tiro deverá propiciar ao atirador estabilidade e conforto (este
último quando possível), permitindo assim uma correta empunhadura e pontaria.
Ela reduzirá o arco de movimento do atirador, possibilitando a ele melhores con-
dições para realizar um acionamento correto. A diminuição do arco de movimento
é consequência, portanto, da posição de tiro e, principalmente, do treinamento
constante.
4.2 EMPUNHADURA
4.2.1 CORONHA
4.2.1.1 Coronha: a colocação correta da coronha no ombro do lado da mão
que atira auxilia na obtenção de um apoio de bochecha sólido. A posição varia
lateralmente dependendo do equipamento do atirador.
4.2.1.2 Em qualquer posição, o atirador deve buscar ativamente pressionar a
coronha contra o ombro, balanceando a necessidade de relaxamento muscular
com a de controle da arma.
4.2.2 APOIO DE BOCHECHA
4.2.2.1 Apoio de bochecha: é a posição da cabeça do atirador na coronha da
arma. Um apoio de bochecha correto é vital para a rápida aquisição da pontaria.
O atirador apoia todo o peso de sua cabeça na coronha (Fig 25).
4-1
EB70-CI-11.470
4.2.2.2 A posição da cabeça deve ser a mais ereta possível para fornecer a melhor
visada pelo aparelho de pontaria.
4.2.2.3 O atirador traz o fuzil até seu rosto, não o rosto até o fuzil. A posição da
cabeça deve permanecer no mesmo ponto da coronha durante o tiro, mas o local
pode mudar com a posição de tiro. A bochecha apoiada na coronha é o ponto
principal.
4.2.2.4 O atirador deve se adaptar à sua estrutura facial para encontrar o local que
possibilite, simultaneamente, a tomada da pontaria e a repetição da colocação.
4-2
EB70-CI-11.470
4.2.3 MÃO QUE ATIRA
4.2.3.1 O posicionamento correto da mão que atira auxilia o acionamento do
gatilho.
4.2.3.2 O atirador pega o punho aplicando a força semelhante à de um aperto
de mão. De maneira geral, o dedo indicador toca o gatilho com o primeiro terço
da falange distal. No entanto, cada militar possui mãos e dedos de tamanhos
diferentes, logo, esta posição pode ser flexibilizada.
4.2.3.3 Para empunhar a arma, o atirador envolve à retaguarda do punho o mais
alto possível com a mão que atira. O indicador é estendido na armação, acima
do guarda-mato. O atirador envolve o punho com os demais dedos.
4.2.4 MÃO AUXILIAR
4.2.4.1 É baseada na posição de tiro e na colocação do cotovelo auxiliar para
fornecer estabilidade à arma. A posição da mão auxiliar é ajustada no tiro apoiado
ou sem apoio para maximizar a estabilidade.
4.2.4.2 De maneira geral, existem várias formas de se empunhar a arma, que
oferecem vantagens e desvantagens.
4.2.4.2.1 Empunhadura com “V” da mão
a) É a área da palma da mão onde o fuzil fica apoiado. O polegar, em lado oposto
aos demais dedos, forma uma curva semelhante à letra “V” (Fig 26).b) a mão
auxiliar apoia a parte inferior da placa do guarda-mão com o “V” da mão”.
4-3
EB70-CI-11.470
b) O antebraço da mão auxiliar fica o mais embaixo da arma possível para au-
mentar o apoio.
c) Permite maior estabilidade na tomada da posição e da diminuição do arco de
movimento, consequentemente, disparos mais precisos, porém não é tão vanta-
josa na diminuição do recuo e no tiro rápido. A mudança de alvos é mais lenta.
d) Existe também a possibilidade de usar o dedo indicador da mão auxiliar apon-
tando para o alvo.
e) Essa técnica permite ao atirador engajar o alvo de uma forma mais rápida,
tendo em vista que a direção do dedo coincide com a direção geral do cano do
armamento.
4-5
EB70-CI-11.470
4-6
EB70-CI-11.470
determinar a forma mais adequada de conduzir o armamento a cada situação.
4.3.2 SEGURANÇA
4.3.2.1 Para a segurança do atirador e de seus companheiros, o dedo indicador
da mão que atira vai ao gatilho apenas no momento do tiro, permanecendo o
restante do tempo ao lado do guarda-mato.
4.3.2.2 A arma permanece travada quando em deslocamento e o destravamento
da arma se dará na tomada da posição para o tiro, na iminência de atirar, agin-
do com o polegar da mão que atira. Para essa execução, é necessário intenso
treinamento.
4.3.2.3 Para a condução do armamento, deve sempre ser levado em conta
os seguintes princípios:
a) tratar sempre o armamento como se estivesse carregado;
b) somente apontar o armamento para onde se quer engajar, mantendo o controle
do cano em qualquer situação;
c) dedo sempre no guarda mato, ou seja, dedo fora do gatilho. Agir no gatilho
somente quando for realizar o disparo; e
d) estar ciente do que está aquém e além do seu alvo.
4.3.3 CONDUÇÃO ADMINISTRATIVA
4.3.3.1 A tiracolo
4.3.3.1.1 O militar deixa a arma suspensa em bandoleira, nas costas, preferencial-
mente com o cano para baixo. Deve ser utilizada em situações em que o militar não
fará uso do armamento e necessita utilizar ambas as mãos para algum trabalho.
4-7
EB70-CI-11.470
4-8
EB70-CI-11.470
4.3.3.2 Com bandoleira
4.3.3.2.1 A arma fica conectada na bandoleira e a mão que atira envolve o punho.
a) O atirador mantém o dedo fora do gatilho.
b) A mão auxiliar fica livre para outras atividades.
4.3.3.2.2 O atirador pode se mover em qualquer direção enquanto usa sua mão
que atira para orientar o cano para o solo.
- A posição “com bandoleira” proporciona controle do cano, flexibilidade no mo-
vimento e acesso ao registro de tiro e de segurança.
Deve ser incentivada a condução do armamento “com bandoleira”.
4-9
EB70-CI-11.470
4.3.3.2.3 A bandoleira, desde que em forma de alça e presa somente no zarelho
posterior, proporciona uma forma menos cansativa de condução do armamento
e uma rápida tomada da posição de tiro.
4.3.3.2.4 A utilização de forma adequada facilita a tomada das posições de tiro e
auxilia diretamente na execução do tiro.
4.3.4 CONDUÇÃO EM COMBATE
4.3.4.1 Posição de retenção
4.3.4.1.1 O atirador realiza a empunhadura mais adequada com as duas mãos,
mantém o cano apontado para baixo e a posição relaxada.
4.3.4.1.2 É utilizada em situações em que não haja risco imediato de engajamento
e não há necessidade de realização de trabalho com as mãos.
4-10
EB70-CI-11.470
4-11
EB70-CI-11.470
4.3.4.3.2 No “pronto baixo”, a mão que atira envolve o punho. A mão auxiliar
faz a empunhadura escolhida. O “pronto baixo” permite que o atirador circule
por aglomerações de pessoas ou ambientes confinados mantendo controle da
direção do cano.
4.3.4.4 Pronto Médio
4.3.4.4.1 A posição de “pronto médio” fornece um maior nível de prontidão com
a máxima área de observação para aquisição de alvos.
4.3.4.4.2 A coronha fica alojada no cavado do ombro e o cano fica a um ângulo
de 30 a 45 graus e apontando em direção ao setor de tiro.
4.3.4.4.3 A mão que atira está no punho com o dedo indicador estendido ao
longo da armação e fora do guarda-mato. Dessa posição, o atirador está pronto
para engajar ameaças em curto espaço de tempo e com mínima necessidade
de movimento.
4.3.4.4.4 O atirador mantém a observação de seu setor de tiro. A cabeça perma-
nece ereta.
4-12
EB70-CI-11.470
4.3.4.5 Pronto Alto
4.3.4.5.1 Atiradores usam a posição de “pronto alto” quando o contato com o
inimigo é iminente, quando estão se preparando para engajar ou já estão enga-
jando o alvo.
4.3.4.5.2 No “pronto alto”, a coronha vai no cavado do ombro e o cano per-
manece apontado em direção a ameaça ou na direção mais provável de contato
com o inimigo.
4.3.4.5.3 O atirador olha através do aparelho de pontaria. A mão auxiliar faz sua
empunhadura escolhida. A mão que atira permanece no punho, com o dedo fora
do gatilho até que a decisão de atirar tenha sido tomada.
4.3.4.6 Varredura
4.3.4.6.1 A partir da posição de pronto alto o atirador, após realizar o disparo, deve
conferir se existe mais alguma ameaça no seu campo de visão e posteriormente
se houve algum incidente de tiro no armamento para prosseguir.
4-13
EB70-CI-11.470
4.3.4.6.2 Com os dois olhos abertos, o atirador deve manter a visada por cima do
aparelho de pontaria e fazer a varredura para ambos os lados, buscando identificar
alguma ameaça que possa aparecer. O armamento deve ser direcionado para o
lado que está sendo buscado novas ameaças.
4-14
EB70-CI-11.470
4.3.4.6.4 É importante reforçar que esse procedimento deve ser feito de maneira
rápida e quase que simultânea de modo que o atirador esteja pronto a engajar
outros alvos.
4.3.4.7 Guarda Alta
4.3.4.7.1 O atirador está com todo o seu corpo já na posição de tiro e mantém a
arma empunhada com ambas as mãos, a mão que atira no punho e a mão auxiliar
na placa do guarda-mão.
4.3.4.7.2 O cano fica apontado para cima e para o lado da mão fraca, na diagonal,
com a arma cruzada em frente ao corpo e erguida em uma altura que permita a
rápida aquisição da posição de tiro.
4-15
EB70-CI-11.470
4.3.4.7.3 Essa posição tem por objetivo o combate corpo a corpo, quando o militar
se depara frente à frente com o inimigo e precisa utilizar-se do armamento para
atacar. Pode realizar golpes com a coronha do armamento ou com a baioneta
calada para ferir o inimigo (Fig 39).
4.3.4.7.4 Essa forma de condução do armamento é utilizada também em cursos
e estágios operacionais.
4.4.1.2 O atirador fica de frente para o alvo, com os pés afastados entre si a uma
distância correspondente à largura dos ombros (opção para o pé do lado da mão
auxiliar, um pouco à frente).
4-16
EB70-CI-11.470
4.4.1.3 A mão auxiliar segura a placa do guarda-mão.
4.4.1.4 A mão que atira segura o punho do fuzil na altura da cintura com o cano
voltado para frente.
4.4.1.5 O dedo indicador da mão que atira fica fora do gatilho.
4.4.2 DEITADO
4.4.2.1 A posição de tiro deitado é a plataforma de tiro mais estável devido à
proporção do corpo do atirador que fica em contato com o solo. A maior parte
do corpo do atirador fica atrás da arma para auxiliar no controle do recuo. Além
do tiro em si, a posição de tiro deitado, geralmente, é a que apresenta a menor
silhueta, sendo a ideal quando não há cobertas ou abrigos adequados, ou quando
o inimigo se encontra a uma grande distância (150 metros ou mais).
4-17
EB70-CI-11.470
4.4.2.5 O cotovelo do lado da mão auxiliar apoiado o mais embaixo possível da
arma e com o antebraço tocando o carregador. O cotovelo do lado da mão que
atira apoiado naturalmente ao lado do corpo.
4.4.2.6 A chapa da soleira encaixa no cavado do ombro.
4.4.2.7 A mão que atira empunha o fuzil, trazendo-o de encontro ao ombro do
lado que atira, dando-lhe firmeza.
4.4.2.8 A cabeça deve estar na vertical, apoiando a bochecha sobre a coronha e
descontraindo a musculatura do pescoço.
4.4.3 DEITADO APOIADO
4.4.3.1 Permanecem os mesmos fundamentos empregados na posição sem apoio.
4.4.3.2 A posição permite o uso de apoios, tais como o da mochila ou sacos de
areia.
4.4.3.3 Posição do corpo - quanto mais alinhado com o eixo da arma estiver o
corpo do atirador, melhor será o controle do recuo, no entanto, o atirador poderá
tomar uma posição inclinada em relação à arma, o que melhora a empunhadura
para um atirador de baixa estatura.
4.4.3.4 Mão auxiliar - será colocada, preferencialmente por baixo do guarda- mão,
de forma que possibilite maximizar o controle da arma e onde for mais confortável
no apoio, de acordo com a situação.
4.4.3.5 Posição das pernas - pode ser aberta, com calcanhares encostados
no solo, ou a perna do lado da mão que atira pode ficar dobrada para aliviar a
pressão no diafragma.
4-18
EB70-CI-11.470
4.4.4 DEITADO LATERAL
4.4.4.1 A mão que atira pode estar por cima ou por baixo, a depender do lado que
estiver deitado. Não é necessário realizar o tiro com a mão fraca.
4.4.4.2 A perna que estiver por cima, fica ligeiramente dobrada, como se fosse
dar um passo à frente. A perna que fica por baixo deve ser mantida esticada ou
em posição lateral.
4.4.4.3 A empunhadura e a mão de apoio devem estar mantidas como se
estivessem na posição normal de tiro.
4.4.4.4 O pescoço deve ser mantido na mesma direção do fuzil, mantendo a
pontaria alinhada.
4-19
EB70-CI-11.470
4.4.5.6 Os grupos musculares que não estiverem estabilizando a posição, devem
permanecer relaxados.
4-20
EB70-CI-11.470
4.4.7 CÓCORAS
4.4.7.1 A posição de cócoras fornece grande estabilidade para disparos precisos,
não requer de qualquer parte do corpo do atirador com o solo além da sola dos pés.
4.4.7.2 Devido a essa última característica, é a posição mais indicada para disparos
precisos em um ambiente cujo solo esteja contaminado por agentes QBRN, em
um charco ou terreno pantanoso.
4.4.7.3 O tronco fica orientado em um ângulo de 45° em relação à direção dos
disparos.
4.4.7.4 O corpo deve estar inclinado na direção dos disparos para melhorar a
recuperação.
4.4.7.5 Os pés chapados no solo, podendo o pé do lado da mão que atira ficar
inclinado lateralmente.
4.4.7.6 Os cotovelos devem estar apoiados nas pernas utilizando apoio entre
osso e músculo. Normalmente se faz apoiando-se os cotovelos na parte interna
da coxa. Admitindo-se variações conforme fisionomia do atirador.
4.4.7.7 Conforme a situação, por exemplo, na ocupação de abrigos, a posição de
cócoras pode variar em altura, desde a posição mais baixa, descrita acima, até
a posição de pé, fazendo-se as adaptações necessárias.
4-21
EB70-CI-11.470
4.4.8 AJOELHADO
4.4.8.1 É uma posição de boa estabilidade, baseada na correta distribuição do
peso do conjunto arma atirador.
4.4.8.2 O atirador deve girar para o lado da mão que atira aproximadamente 45°
em relação à direção de tiro. Dar um passo à frente com a perna do lado da mão
auxiliar, ajoelhando-se sobre a perna do lado da mão que atira.
4.4.8.3 A perna do lado da mão auxiliar permanece na vertical ou com o pé um
pouco à frente, mantendo-o paralelo à outra perna.
4.4.8.4 O peso do corpo é distribuído igualmente pelos três pontos de apoio do
conjunto (joelho, pé do lado da mão que atira e pé do lado da mão auxiliar), for-
mando uma boa base (triângulo equilátero). O atirador, porém, deve encaixar a
posição sobre a cintura do lado da mão auxiliar, procurando não pender para o
lado da mão que atira.
4.4.8.5 O cotovelo da mão auxiliar deve ser colocado diretamente abaixo da arma,
o tanto quanto possível. O atirador deve colocar o cotovelo à frente ou atrás do
joelho, o ato de colocar diretamente em cima do joelho faz com que o cotovelo
deslize e aumente a zona de oscilação.
4.4.8.6 A chapa da soleira é colocada no cavado do ombro e a mão que atira
empunha o fuzil trazendo-o, firmemente, de encontro ao cavado do ombro, re-
sultando em firmeza.
4-22
EB70-CI-11.470
4.4.8.7 A cabeça fica na vertical, apoiando a bochecha sobre a coronha e des-
contraindo a musculatura do pescoço.
4.4.8.8 A posição de tiro ajoelhado comporta ainda três tipos de colocação do pé do
lado que atira, podendo ser utilizadas de acordo com a individualidade do atirador.
4.4.8.9 É importante ressaltar que existem diferenças táticas entre as po-
sições do pé, que devem ser levadas em consideração quando na tomada
de posição.
a) A principal diferença entre elas é a velocidade na retomada da posição de pé
para uma progressão.
b) A posição “Nr 3”, da Fig 47, permite, em melhores condições, a retomada do
movimento.
4-23
EB70-CI-11.470
4.4.10 DE PÉ
4.4.10.1 A posição de tiro de pé oferece menos apoio e estabilidade ao atirador.
Essa posição facilita o engajamento de alvos em movimento e em várias direções.
Apesar de ser menos estável (por depender da sustentação muscular), a posição
permite tiros precisos com boa cadência.
4.4.10.2 O tronco inclina-se para a frente, no prolongamento da perna estendida.
4.4.10.3 Atiradores devem usar a posição de pé sem apoio para alvos próximos
ou quando não há tempo para tomar uma posição mais estável, como no combate
aproximado. O corpo deve ser inclinado à frente para auxiliar no controle do recuo.
4.4.10.4 O atirador deve dar um passo à frente com a perna do lado da mão auxiliar
e flexioná-la ligeiramente. A perna do lado da mão que atira permanece estendida.
4.4.10.5 A mão que atira empunha o fuzil, puxando-o firmemente de encontro ao
cavado do ombro. A mão auxiliar serve de apoio às placas do guarda-mão e o
antebraço apoia no carregador de modo a buscar mais estabilidade.
4-24
EB70-CI-11.470
4.4.10.6 A cabeça deve estar na vertical, apoiando a bochecha sobre a coronha
e relaxando a musculatura do pescoço.
4.4.10.7 A chapa da soleira fica um pouco acima do cavado do ombro em relação
à posição deitada e ajoelhada.
4.4.11 DE PÉ APOIADO
4.4.11.1 A posição de pé com apoio usa apoio artificial para estabilizar a posi-
ção.
Fig 49 - De pé
4-25
EB70-CI-11.470
4.4.11.2 O atirador usa as pernas e o tronco para aplicar pressão à frente e
auxiliar no controle do recuo.
4.4.11.3 A posição das mãos pode variar conforme o tipo de apoio utilizado.
Fig 50 - De Pé Apoiado
4.4.12 DE PÉ OLÍMPICO
4.4.12.1 Essa posição é normalmente utilizada nas competições desportivas e no
teste de entrada do estágio de caçador militar, não recomendada para o combate
aproximado, tendo em vista a demora na tomada de posição (Fig 50).
4.4.12.2 A posição dos pés pode ficar um pouco mais afastada que a largura dos
ombros, ficando o atirador em uma posição lateral em relação ao alvo.
4-26
EB70-CI-11.470
4.4.12.3 O atirador tem a possibilidade de apoiar o cotovelo da mão auxiliar na
cintura, inclinando o quadril levemente para frente, para servir de apoio.
Fig 51 - De Pé Olímpico
4-27
EB70-CI-11.470
4.4.13.2 Deitado Abrigado
4.4.13.2.1 Permanecem os mesmos fundamentos empregados na posição deitado
desabrigado.
4.4.13.2.2 Deve-se buscar abrigar a maior parte do corpo possível, ficando so-
mente parte do cano do fuzil e do braço expostos.
4.4.13.2.3 A mão auxiliar encosta no abrigo, utilizando-o como apoio.
4.4.13.2.4 Proporciona boa proteção contra fogos inimigos e excelente estabilidade
na posição.
4-28
EB70-CI-11.470
4.4.13.4 De Pé Abrigado
4.4.13.4.1 Permanecem os mesmos fundamentos empregados na posição de
pé desabrigado.
4.4.13.5 Para todas as posições abrigadas, caso o abrigo esteja do mesmo lado da
mão que atira, o combatente terá de inverter a sua posição de tiro, ou seja, acionar
o gatilho com a mão auxiliar. Isso exige que o militar tenha um mínimo de ades-
tramento neste tipo de situação, para que possa fazer um tiro eficaz com a mão
fraca, sendo que essas situações são muito comuns no combate em localidade.
4.4.14 VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS POSIÇÕES
4.4.14.1 Para determinar quais as vantagens e as desvantagens de uma deter-
minada posição de tiro, levam-se em conta os seguintes aspectos:
a) Estabilidade da posição;
b) Alcance eficaz do tiro proporcionado pela posição;
c) Campo de tiro oferecido pela posição;
d) Mobilidade que a posição proporciona;
e) Silhueta exposta ao inimigo; e
f) Tempo gasto para se tomar a posição.
4.4.14.2 Comparação de vantagens e desvantagens
4-30
EB70-CI-11.470
CAPÍTULO V
MANEJO
5-1
EB70-CI-11.470
5.1.4.4 A terceira ação é realizar quantos “golpes” forem necessários para a lim-
peza do armamento, verificando a câmara após o procedimento.
5.1.4.5 A quarta ação é o reinício do tiro, colocando novamente o carregador,
executando um “golpe” na alavanca de manejo e reiniciando o disparo.
5.1.5 AÇÃO CORRETIVA
- Caso o armamento falhe em disparar após a execução das ações imediatas e
das ações remediadoras, deve ser verificado pane em algum dos componentes
da arma. O procedimento inicial deve ser a troca do carregador, tendo em vista
grande parte das panes serem causadas por esse item. Caso permaneça a falha,
o fuzil deverá ser levado para a reserva de armamento para que seja inspecionado
pelo armeiro.
5.2 RECARGAS
5.2.1 RECARGA EMERGENCIAL
5.2.1.1 É a recarga executada quando o armamento permanece aberto devido
não haver mais munições no carregador, devendo o atirador reagir instintiva-
mente, mantendo o foco na ameaça ou área de responsabilidade, e através
de um movimento fluído, realizar o recarregamento em quatro tempos.
a) 1º tempo: acionar o retém do carregador e liberar o carregador vazio;
b) 2º tempo: sacar o novo carregador do porta-carregador com a mão auxiliar.
1) Os porta carregadores deverão estar posicionados de modo a facilitar o
saque dos carregadores.
2) Os carregadores deverão estar posicionados de maneira que sejam inseridos
na arma sem necessidade de girá-los para o encaixe;
c) 3º tempo: inserir o carregador novo na arma, mantendo o foco na ameaça ou
na área de responsabilidade; e
d) 4º tempo: fechar a arma executando um golpe no ferrolho.
5.2.1.2 Após a conclusão dos procedimentos de recarregamento de emergência
e, consequente, estabelecimento da segurança da área de responsabilidade, o
atirador deverá, caso a situação permita, apanhar o carregador que foi descartado.
5.2.1.3 Um procedimento que permite que o atirador seja alertado quanto ao
momento da troca do carregador é, ao municiá-lo, fazê-lo com as três primeiras
munições traçantes, completando o carregador com munição M1. Dessa forma,
os três últimos tiros disparados serão traçantes, dando uma indicação visual ao
atirador que a munição do carregador está se esgotando e logo será necessária
a troca do mesmo.
5-2
EB70-CI-11.470
5.2.2 RECARGA TÁTICA
- É utilizado quando o atirador não sabe quantos tiros restam no carregador e ne-
cessita deixar sua arma com a capacidade plena de munição antes de prosseguir.
Deve ser realizado aproveitando alguma pausa durante o combate. É realizado
em quatro tempos:
a) 1º tempo: sacar o novo carregador do porta-carregador com os dedos indicador,
médio e polegar da mão auxiliar, os porta carregadores deverão estar posicio-
nados de modo a facilitar o saque dos carregadores. Os carregadores deverão
estar posicionados de maneira que sejam inseridos na arma sem necessidade
de girá-los para o encaixe;
b) 2º tempo: acionar o retém do carregador e retirar o carregador do armamento
empunhando com os dedos mínimo e anelar da mão auxiliar;
c) 3º tempo: inserir o carregador novo na arma; e
d) 4º tempo: guardar o carregador com pouca munição em local de descarte no
equipamento, distinto do destinado aos carregadores plenos.
5.2.3 RECARGA ADMINISTRATIVA
- É o recarregamento utilizado em estandes, entre os exercícios de tiro, com o
objetivo de colocar a arma plena para a próxima atividade.
5-4
EB70-CI-11.470
CAPÍTULO VI
ENGAJAMENTO COMPLEXO
6-1
EB70-CI-11.470
6-2
EB70-CI-11.470
6.2.1.2 A regulagem em elevação
- A regulagem em elevação pode ser feita pela maça ou pela alça de mira.
6-3
EB70-CI-11.470
6.3.2 SISTEMA DE REGULAGEM DE ELEVAÇÃO DA ALÇA DE MIRA
- O sistema de regulagem de elevação da alça de mira do FAL funciona sobre
uma base corrediça e o sistema de regulagem em elevação na alça de mira do
PARAFAL/IA2 funciona sobre uma base basculante com duas posições.
6-4
EB70-CI-11.470
6.3.4 O movimento lateral da alça de mira é limitado por dois parafusos no caso
do FAL/PARAFAL. Quando esses parafusos estão apertados, a alça de mira fica
sem movimento lateral.
6-5
EB70-CI-11.470
6.3.5 Para deslocar a alça de mira para direita, deve-se afrouxar primeiro o
parafuso da direita (sentido anti-horário) e, logo em seguida, apertar totalmente
o parafuso da esquerda.
6-6
EB70-CI-11.470
6-7
EB70-CI-11.470
6-8
EB70-CI-11.470
6.4.1.1 Do FAL/PARAFAL, tanto em elevação quanto em direção
6.4.2 Esses valores de clicagem para o IA2 foram obtidos de forma experimental
pelas Seções de Tiro da AMAN e da EsSA, tendo em vista que não foram forne-
cidos dados de referência pela fabricante do armamento.
6-9
EB70-CI-11.470
6.5 CENTRO DO GRUPAMENTO DE TIRO
6.5.1 O centro do grupamento deve ser considerado como o centro da figura
formada pelos impactos.
6.5.2 Os tiros que forem considerados pelo atirador como ruins, indicados prin-
cipalmente pela cantada do tiro, não devem ser considerados para a obtenção
do centro do grupamento. Devendo então ser o ponto médio dos impactos con-
siderado para fins de regulagem da aparelhagem de pontaria.
6.6.1.2 Desse modo, para atingir um alvo que está a 400 metros, a alça empre-
gada será a de 400; e assim serão para 500 e 600 metros.
6.6.1.3 No caso do IA2 e PARAFAL, o militar poderá alterar a alça para 250 e
engajar alvos a 250 metros. Não há recurso para que se possa corrigir a mira
de modo a atingir alvos em distâncias superiores a 250m no PARAFAL e no IA2.
6-10
EB70-CI-11.470
6.6.2 O método prático para a obtenção da alça de combate do FAL consiste em
realizar os exercícios de tiro à distância de 25 metros. Isso se deve ao fato de
que o valor da ordenada da trajetória para a distância de 25 metros coincide com
o valor da ordenada da trajetória da distância de 200 metros.
6.6.3 Para a alça de combate do PARAFAL, também é possível realizar exercícios
de tiro à distância de 25 metros, porém atentando-se ao fato que com o ponto de
pontaria no centro, os impactos devem ser ajustados para cair cinco centímetros
abaixo do centro do alvo, de modo a compensar a trajetória balística para a dis-
tância da alça.
6.6.4 Para o fuzil IA2, a alça de combate continua sendo obtida com exercícios
a 25 metros, porém atentando-se para o fato que o valor da ordenada a essa
distância situa-se 2 centímetros mais alto que a linha de visada. Portanto, o
atirador deverá mirar no centro e regular sua aparelhagem de pontaria para que
os impactos fiquem 2 centímetros acima do centro do alvo.
6.6.5 O alvo a ser utilizado será o alvo de clicagem para a distância de 25m.
6.6.6 Serão realizadas até quatro séries de três disparos na posição deitado
apoiado.
6.6.7 PARA SE INICIAR O EXERCÍCIO, O APARELHO DE PONTARIA ESTARÁ
COM A SEGUINTE REGULAGEM INICIAL:
a) FAL - alça de mira a 200 e a maça de mira com 15 cliques em elevação (basta
apertar toda a maça de mira e soltar 15 cliques).
b) PARAFAL - alça em 150 e maça de mira com 15 cliques em elevação (apertar
toda a maça de mira e soltar 15 cliques).
c) IA2: alça em 150 e maça de mira com 15 cliques de elevação (apertar toda a
maça e soltar 15 cliques).
6-11
EB70-CI-11.470
d) A alça de combate será obtida quando o centro dos grupamentos coincidir com
o ponto de zeragem do alvo de clicagem. O oficial de tiro e os auxiliares farão
correções em altura e elevação a cada série de tiro.
6.6.8 ALÇA DE COMBATE
- É importante ressaltar que a alça de combate tem de ser obtida com a alça
de mira do fuzil em 150 no PARAFAL/IA2 e 200 no FAL.
a) Caso não haja recurso de regulagem na maça de mira, será necessária a
substituição da maça de mira por outra de numeração maior ou menor, para
que se possa obter a alça de combate sem deslocar a alça de mira da posição
inicial.
b) Detalhes sobre os tamanhos das maças de mira ver, T 23-200 - Fuzil 7,62
M 964 - Pag. 3-20 e 3-21.
6.6.9 TABELA PARA O EXERCÍCIO DE OBTENÇÃO DA ALÇA DE COMBATE
Posição inicial
1ª conforme item
6.6.6 3 impactos no
escantilhão
2ª 25 m DA 3 De clicagem
de 5 cm de
De acordo
diâmetro
3ª com as
correções
4ª
- Câmara suja
- Limpar a câmara
Falha no - Arma suja
- Limpar a arma
carregamento - Cartucho defeituoso
- Retirar o cartucho defeituoso
- Ruptura do estojo
6-12
EB70-CI-11.470
- Cartucho defeituoso
Falha na - Defeito no trancamento da arma, por - Extrair e ejetar o cartucho defeituoso
percussão sujeira - Limpar a arma
- Percursor defeituoso
6-13
EB70-CI-11.470
ALVO VELOCIDADE
6-14
EB70-CI-11.470
- Os valores foram calculados com base nas velocidades iniciais dos projéteis dispa-
rados pelos armamentos, sendo o FAL 840m/s, PARAFAL 810m/s e IA2 780m/s.
6.8.2.5.2 Quanto maior a distância do atirador para o alvo, maior será a precessão
empregada para atingir o alvo.
6.8.3 CÁLCULO DA PRECESSÃO
6.8.3.1 Para calcular a precessão, usa-se a seguinte fórmula:
a) P = V x T
b) P = a precessão a ser realizada c) V = a velocidade do alvo
d) T = o tempo gasto para o projétil atingir o alvo (Atenção: o tempo será empre-
gado de acordo com a distância do alvo).
6.8.3.2 Exemplo:
a) Um militar encontra-se no campo de batalha armado com o FAL, quando ob-
serva um mensageiro inimigo andando lentamente em direção perpendicular à
sua linha de visada.
b) O militar avalia que esse homem dista 300 m de sua posição.
c) Qual será a precessão a ser empregada pelo referido militar a fim de que ele
possa atingir este alvo?
1) V = Homem Lento = 1,2 m/s;
2) T = Distância do alvo -> tempo de o projétil atingir o alvo = 300 m = 0,43 s;
e c) P = 1,2 × 0,43 = 0,516 m
6-16
EB70-CI-11.470
6.8.3.3 Logo, o militar terá que fazer o ponto de pontaria 50 centímetros à
frente do centro do alvo.
- Atenção: à frente significa a posição futura do alvo em relação ao seu desloca-
mento.
ALVOS
Patrulha Patrulha Homem
Distância Homem Lento
Lenta Rápida Rápido
100 m Precessão nula Precessão nula ½ Corpo 1 Corpo
6-17
EB70-CI-11.470
6.8.4 TREINAMENTO
6.8.4.1 É importante ressaltar que, para se realizar tiro em alvos móveis, o militar
deve estar bem adestrado nas técnicas de avaliação de distância, bem como na
determinação da precessão necessária para o tiro, pois estes procedimentos são
os primeiros a serem tomados na realização do tiro em alvos móveis.
6.8.4.2 Tiro de emboscada
- O tiro de emboscada é realizado nos seguintes passos:
a) avaliar a distância do alvo;
b) avaliar a velocidade do alvo;
c) calcular a precessão a ser empregada (ou utilizar o memento);
d) escolher um ponto nítido do terreno, que esteja à frente do movimento do alvo
(posição futura do alvo), para ser utilizado como ponto de pontaria;
6-18
EB70-CI-11.470
6-19
EB70-CI-11.470
a) avaliar a distância do alvo;
b) avaliar a velocidade do alvo;
c) calcular a precessão a ser empregada (ou utilizar o memento);
d) acompanhar o movimento do alvo através do aparelho de pontaria; e) conduzir
o ponto de pontaria para frente do movimento do alvo; e
f) realizar o disparo da arma quando a distância do ponto de pontaria até o alvo
for igual à precessão calculada.
6-20
EB70-CI-11.470
6.9.3.4 Para a realização dos disparos o atirador deverá ligar a lanterna de forma a
iluminar o alvo. Em seguida, faz pontaria e realiza disparos, imediatamente apaga
a lanterna e muda sua posição. Para melhor compreensão, deve ser utilizado o
mnemônico Flash, Fogo, Fuga.
6-21
EB70-CI-11.470
pronunciada conforme se reduz a distância do alvo e não se executa a clicagem.
6.10.5 MIRA HOLOGRÁFICA
a) O tiro com a mira holográfica deverá ser feito com os dois olhos abertos, com o
foco no alvo, colocando-se o ponto luminoso sobre o ponto de impactos desejado
(nos engajamentos simples).
b) Para minimizar erros de paralaxe, o atirador deve buscar que o ponto verme-
lho esteja no centro da janela do aparelho de pontaria. No entanto, isso não é
estritamente necessário para se realizar um disparo com precisão suficiente a
curta distância.
c) Nas situações em que se utiliza tanto o amplificador de imagem quanto a mira
holográfica, o amplificador deverá estar montado mais a retaguarda, facilitando
a operação no botão de rebater o amplificador.
6.10.6 MÁSCARA CONTRA GASES
a) A grande dificuldade que ocorre neste tipo de tiro é na execução da pontaria
correta, quer realizando-a através da alça de mira, quer manter a distância correta
do olho para a alça. Se o atirador consegue realizar a pontaria corretamente, o
tiro se caracteriza como normal, podendo aplicar os fundamentos de tiro.
b) Quando o atirador não consegue realizar a pontaria através da alça de mira,
ele realiza tiro não visado.
c) Outra dificuldade é a de manter o apoio da cabeça na realização do tiro, para
isso, é necessário treinamento.
d) Com a execução do tiro pode ocorrer uma quebra da vedação da máscara
por ação da coronha no instante do recuo da arma, permitindo a entrada de ar.
6.10.7 EQUIPAMENTO DE VISÃO NOTURNA
a) A nitidez, o alcance e o tamanho influenciam na realização do tiro com este
tipo de equipamento.
b) O tiro com equipamento do tipo luneta e adaptada ao armamento, é realizado
aplicando-se as técnicas de tiro com luneta (ver item 6.10.4).
c) Caso o atirador possua uma mira holográfica com capacidade de visão noturna,
ele deve fazer a pontaria normalmente.
d) Caso o atirador possua monóculo de visão noturna e uma mira de ponto lumi-
noso que não seja compatível com o uso de equipamento de visão noturna, ele
poderá utilizar o monóculo no olho auxiliar e observar a mira com o olho diretor.
e) Caso o armamento possua pontos luminosos no seu aparelho de pontaria,
esses devem ser utilizados pelo atirador.
f) O tiro com equipamento de outro tipo é realizado aplicando-se tiro não visado.
6-22
EB70-CI-11.470
6.10.8 EQUIPAMENTO INFRAVERMELHO OU LASER
a) A pontaria é feita colocando o visor iluminado ou os raios na região do alvo. A
cabeça é elevada em relação à coronha para executar a correta pontaria.
b) O tiro é facilitado com este tipo de equipamento, pois possibilita maior acerto,
rapidez e futuras correções.
c) Deve ser realizada a regulagem das miras laser para que o ponto de impacto
esteja deslocado na mesma medida em que o emissor laser se distancia do cano,
de forma que o laser corra paralelo com o cano da arma, mantendo-se um erro
constante para diferentes distâncias, especialmente se ele estiver montado na
lateral da arma.
d) Deve ser dada muita atenção para a conservação da regulagem das miras
laser, pois ela pode ser facilmente perdida. Sempre que o atirador suspeitar que
isso tenha ocorrido, ele deverá fazer uma nova regulagem.
6-23
EB70-CI-11.470
6-24
EB70-CI-11.470
CAPÍTULO VII
LANÇAMENTO DE GRANADA DE BOCAL
7-1
EB70-CI-11.470
7.3 MANEJO
- O manejo é executado na seguinte sequência:
a) colocar inicialmente o obturador do cilindro de gases em GR (FAL e PARAFAL)
ou G (IA2);
b) travar a arma;
c) abrir a arma;
d) inspecionar a câmara;
e) colocar o registro de tiro e segurança em “R”;
f) introduzir com a mão que atira o cartucho de lançamento na câmara;
g) carregar a arma, agindo no retém do ferrolho;
h) colocar a granada no bocal e assegurar-se de que ela foi bem introduzida;
i) remover a cinta com o pino de segurança da granada; e
j) destravar a arma.
7-2
EB70-CI-11.470
Fig 80 - Pontaria
7.5.3 Apontar para o alvo tomando como linha de mira o entalhe convexo da alça
de mira e a parte côncava da ogiva da granada, na graduação correspondente
à distância do alvo.
Fig 81 - Pontaria
7-3
EB70-CI-11.470
7.5.4 POSIÇÃO DE PÉ:
a) dar um passo à frente com a perna do lado da mão que não atira e flexioná-la
ligeiramente;
b) a perna de trás estendida;
c) tronco projetado para frente, no prolongamento da perna estendida;
d) mão auxiliar segura o guarda-mão com o braço estendido;
e) mão que atira empunha muito firmemente o punho (se o atirador não executar
este procedimento, poderá luxar ou até mesmo quebrar o polegar da mão que
atira);
f) coronha passando por baixo da axila do braço da mão que atira; e g) cabeça
na vertical, olhando para a pontaria.
Fig 82 - Posição de pé
7-5
EB70-CI-11.470
f) Parte inferior da chapa da soleira ligeiramente enterrada (fazer uma pequena
cavidade no solo).
7-6
EB70-CI-11.470
a) Com o auxílio da bandoleira ou barbante deixando-a cair na vertical; e
b) Fazer marcas na bandoleira conforme os alcances pré-determinados.
7.6.3 PARA A REALIZAÇÃO DO TIRO
- Atirador toma a posição de joelho
a) Colocar o joelho aproximadamente 45º em relação à direção de tiro, girando
para o lado da mão que atira.
b) Pé do lado da mão auxiliar apoia a chapa da soleira na direção de tiro.
c) Braço da mão auxiliar estendido.
d) Mão auxiliar empunhando as placas do guarda-mão.
e) Mão que atira segura o punho, com quatro dedos por baixo do punho e o polegar
acionará a tecla do gatilho.
f) Punho voltado para o atirador.
g) Aparelho de pontaria voltado para a frente.
h) Chapa da soleira apoiada no solo e ancorada pelo pé da mão auxiliar, e
ligeiramente enterrada (fazer uma pequena cavidade no solo).
i) A inclinação é dada pelo tamanho da bandoleira para as distâncias previamente
determinadas e marcadas na bandoleira.
7-7
EB70-CI-11.470
7.7 TIPOS DE GRANADAS
7.7.1 ANTIPESSOAL M2
- munição que só pode ser utilizada com cartucho de projeção.
7.7.2 ANTICARRO M3
- munição que só pode ser utilizada com cartucho de projeção.
7.7.3 ANTIPESSOAL M23A1
- munição que utiliza a munição 7,62 mm M1 para sua propulsão.
7.7.4 ANTICARRO M24A1
- munição que utiliza a munição 7,62 mm M1 para sua propulsão.
7.7.5 ILUMINATIVA M51
- munição que utiliza a munição 7,62 mm M1 para sua propulsão.
7.7.6 SINALIZADORA M68
- munição que utiliza a munição 7,62 mm M1 para sua propulsão.
7.7.7 O Exército possui em sua cadeia de suprimento dois tipos de granadas. Se
for utilizada a munição 7,62 mm M1 nas granadas M2 e M3, poderá acontecer
um acidente.
7-8
EB70-CI-11.470
CAPÍTULO VIII
INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO (IPT)
8-1
EB70-CI-11.470
Procedimentos Procedimentos
1º tempo Fundamentos de tiro
no estande no estande
Almoço
8-2
EB70-CI-11.470
8.2.1.2.3 Execução
a) Trabalho com barra: realização da visada na direção de um alvo reduzido.
b) O instruendo posiciona o rosto na parte posterior da barra de pontaria a uma
distância de 4 dedos da alça de mira e, com uma das mãos firmando a barra,
desloca com a outra o cursor, buscando o alinhamento correto das miras no centro
do alvo até obter a fotografia correta.
c) O instrutor deve verificar o trabalho e desfazer a fotografia (duas vezes ou mais).
d) Características para confecção da barra de pontaria.
1) Ripas de 100 × 2,5 × 1,5 cm e 80 × 2,5 × 1,5 cm, pintadas de preto;
2) Couro pregado da extremidade anterior, à guisa de dobradiça;
3) Cursor – 1 lápis;
4) Visor e maça de mira devem apresentar a mesma fotografia, como se fosse o
PARAFAL ou IA2, podendo ser uma maça e alça de mira de ambos os armamentos,
ou confeccionadas de uma folha de lata e um prego; e
5) O alvo deve ser fixado na parte anterior da barra, nas dimensões de 6×2,5
cm, recoberto por papel branco e colado no terço superior do mesmo, um alvo
"A" reduzido.
8-3
EB70-CI-11.470
8.2.1.3 Trabalho com a arma
a) O atirador movimenta a arma até a obtenção da fotografia correta.
b) O instrutor verifica o trabalho e desfaz a fotografia.
- Executar o movimento duas ou mais vezes.
c) A distância do olho à alça é de aproximadamente 4 dedos, como no tiro real.
d) Montar a oficina no estande e colocar o alvo a 10 m ou em um local apropriado.
e) Instrutores orientam o exercício e verificam o trabalho.
8-4
EB70-CI-11.470
8.2.1.4 Aprovação
a) O instruendo deverá fazer a fotografia correta no mínimo duas vezes.
b) Ao realizar a visada e a verificação, é necessário ter o cuidado de colocar o olho
na mesma posição em relação à alça a fim de que possa obter a mesma fotografia.
8.2.1.5 Conclusão
- análise do desempenho e da importância do exercício.
8.2.1.6 Material necessário:
a) barras de pontaria com cursor;
8-5
EB70-CI-11.470
b) suporte para arma com respectivo alvo; e
c) bancadas e cadeiras.
8.2.1.7 Pessoal empregado
- Preferencialmente na oficina deve haver um instrutor e um instrutor auxiliar, no
mínimo.
8.2.2 OFICINA 02: VERIFICAÇÃO DA CONSTÂNCIA DA PONTARIA
8.2.2.1 Objetivos
a) Aplicação dos princípios ensinados sobre linha de mira e linha de visada; e
b) Realização de visadas sucessivas com a mesma pontaria.
8.2.2.2 Procedimentos
a) Relembrar os conceitos de LM e LV, salientando a maior importância da LM e
a consequente necessidade de focar a maça de mira;
b) explicar os trabalhos a serem desenvolvidos na oficina; e
c) dividir a escola em dois grupamentos, uma executará o exercício, enquanto o
outro auxiliará na consecução do trabalho com a prancheta e o alvo móvel.
8-6
EB70-CI-11.470
8.2.2.3 Execução
a) É realizado o trabalho em duplas, com o atirador na posição deitada e o seu
auxiliar sentado sobre o cunhete.
b) Na posição deitada, junto ao suporte, cotovelos no solo, o atirador fará a
pontaria. A partir deste momento, o atirador toma cuidado para não movimentar
mais o armamento e o rosto.
c) O auxiliar fixa o verso da ficha da IPT na prancheta com elástico.
d) O auxiliar, tendo por base uma das extremidades da folha, movimenta o alvo
de acordo com os sinais do atirador. O atirador e o seu auxiliar comunicam-se
somente por gestos.
e) O atirador sinaliza com a mão auxiliar, procurando obter uma linha de visada
correta.
f) Após obter uma visada correta sobre o centro do alvo, o atirador fará um sinal
de positivo.
g) Neste momento, o auxiliar marca a folha com um lápis, fazendo um ponto através
do orifício, no centro do alvo móvel. Este procedimento é repetido três vezes.
8-7
EB70-CI-11.470
8.2.2.4 Aprovação - O atirador será considerado aprovado quando o triângulo
obtido for inscritível em um círculo de um centímetro de diâmetro.
8.2.2.5 Observações:
a) a cabeça, a arma e o suporte devem permanecer imóveis;
b) a sinalização deve ser feita somente por gestos; e
c) na montagem da oficina, o alvo (na proporção 2,5 vezes menor que o alvo A)
deve ser colocado a 10 m de distância da posição do atirador.
8.2.2.6 Conclusão - o final do exercício, deve ser realizada uma análise pós- ação,
ressaltando-se os procedimentos realizados e a importância deles na realização
do tiro real.
8.2.2.7 Material empregado
a) Cunhete para apoio da prancheta;
b) Suporte para arma;
c) Alvo móvel;
d) Lápis ou caneta;
e) Prancheta; e
f) Elástico para prender o borrão de tiro na prancheta.
8-8
EB70-CI-11.470
8.2.2.8 Para o instrutor e o instrutor auxiliar, são necessários:
a) quatro escantilhões de um centímetro de diâmetro; e
b) cartaz contendo o nome da oficina e os objetivos da instrução.
8.2.3 OFICINA 03: POSIÇÕES DE TIRO
8.2.3.1 Objetivos:
a) demonstração e prática da empunhadura e das posições de tiro deitado (D),
deitado apoiado (DA), ajoelhado (J), ajoelhado apoiado (JA), de pé (P) e de pé
apoiado (PA); e
b) execução correta da empunhadura e das posições de tiro com fuzil.
8.2.3.2 Procedimentos:
a) relembrar os conceitos de LM e LV, salientando a maior importância que deve
ser dada à LM e a consequente necessidade de focar a maça de mira; e
b) explicar os trabalhos a serem desenvolvidos na oficina.
8.2.3.3 Execução
a) O instrutor auxiliar demonstra a posição de tiro.
b) O instrutor faz as observações necessárias utilizando o instrutor auxiliar e/ou
o desenho da figura.
c) Após cada demonstração, os instruendos são divididos em dois grupos.
Enquanto uma parte executa a posição ensinada, a outra permanece observando.
d) A empunhadura e a posição inicial são explicadas, sendo executadas e
verificadas simultaneamente com as posições de tiro.
e) Os instruendos partirão da posição inicial para a execução de cada exercício.
f) Os instrutores corrigem os instruendos.
g) O instrutor deve seguir a seguinte sequência para a demonstração das posições
de tiro:
1) deitado (D);
2) deitado apoiado (DA);
3) ajoelhado (J);
4) ajoelhado apoiado (JA);
5) de pé (P); e
6) de pé apoiado (PA).
8.2.3.4 Aprovação - o instruendo será aprovado mediante à execução correta
das seis posições de tiro.
8-9
EB70-CI-11.470
8.2.3.5 Observações:
a) a melhor posição de tiro é aquela em que o atirador se sente estável e
confortável, permitindo uma correta empunhadura e uma boa pontaria, contribuindo
assim para um bom acionamento; e
b) as posições de tiro aqui apresentadas são básicas e partem sempre da posição
inicial. Muitas vezes deverão ser adaptadas de acordo com a situação do terreno,
do inimigo ou dos meios disponíveis para apoio e abrigo. Da mesma forma,
pequenos ajustes podem ser feitos, de acordo com a individualidade biológica de
cada atirador. No entanto, em qualquer caso, os princípios básicos não devem
ser negligenciados.
8.2.3.6 Conclusão - análise pós-ação da oficina, abordando o desempenho dos
atiradores.
8.2.3.7 Material empregado:
a) cartazes (nome da oficina e objetivos da instrução) e mural contendo o desenho
das posições de tiro.
b) o mural das posições de tiro pode ser confeccionado colocando-se as figuras
das posições em uma transparência. Faz-se a projeção dessa figura sobre um
lisolene fixado em uma parede e, com uma caneta apropriada, contorna-se o
desenho projetado.
8.2.3.8 Pessoal empregado - preferencialmente na oficina deve haver um Instr/
Instr Aux, no mínimo, para cada 30 instruendos.
8.2.4 OFICINA 04: CONDUTA COM O ARMAMENTO
8.2.4.1 Esta oficina é executada em duas fases
a) 1ª Fase: Manejo do Armamento (Mnj Armt); e
b) 2ª Fase: Manutenção do Armamento (Mnt Armt).
8.2.4.2 O instrutor deverá dividir o grupamento e o tempo de instrução de modo
que todos os instruendos passem pelas duas fases uniformemente.
8.2.4.3 Objetivos:
a) recordar as operações essenciais de manejo do fuzil, propiciando ao atirador
bom rendimento na instrução e alto grau de segurança;
b) realizar com segurança as operações de manejo com o fuzil;
c) recordar aspectos importantes para a manutenção antes e após o tiro;
d) orientar e normalizar a manutenção a ser executada em decorrência do tiro; e
e) contribuir para a formação da mentalidade de manutenção preventiva, sem a
qual não pode haver armamento eficiente.
8-10
EB70-CI-11.470
8.2.4.4 Procedimentos:
a) colocar os instruendos sentados em um dispositivo adequado para a instrução
na posição inicial de manejo. Exemplo: em forma de “U”, semicircular;
b) o instrutor deverá demonstrar as operações, fazendo os comentários
necessários;
c) os instruendos, após os comentários, deverão executar as operações;
d) cada operação deverá ser repetida diversas vezes, visando desenvolver a
habilidade dos instruendos; e
e) as operações de manejo são executadas pela mão auxiliar com a arma
empunhada pela mão que atira.
8.2.4.4.1 Como medida de segurança, o instrutor deverá alertar para os
seguintes procedimentos:
a) não apontar a arma para os lados; e
b) não colocar o dedo indicador no gatilho durante as operações.
8.2.4.5 Na execução das operações de manejo da arma será permitido,
exclusivamente, o uso de munição de manejo.
8.2.4.6 1ª Fase: Manejo do armamento
8.2.4.6.1 Posição inicial de manejo
8-11
EB70-CI-11.470
a) Atirador sentado com as pernas cruzadas;
b) Armas apontadas para cima;
c) Punho voltado para frente; e
d) Carregador ao solo com o transportador voltado para frente.
8.2.4.6.2 Manejo do fuzil - para o início do exercício, as armas estarão travadas,
abertas e sem o carregador, condição inicial para o ingresso no estande de tiro.
É importante seguir as seguintes operações:
a) registrar alça 200 no FAL, ou 150 no Para-FAL e IA2;
b) municiar um carregador com dois cartuchos de manejo;
c) alimentar a arma;
d) carregar, agindo no retém do ferrolho (FAL/PARAFAL) ou na alavanca de
manejo (IA2);
e) destravar e preparar para o tiro de repetição, colocando o RTS em “R”;
f) disparar;
g) simular incidentes de tiro: mostrar aos instruendos que devem levantar o braço
e aguardar a presença do Instr/Instr Aux, quando então, segundo a orientação e
supervisão deste, irão sanar o incidente;
h) colocar o RTS em “S”;
i) retirar o carregador;
j) executar dois golpes de segurança, agindo na alavanca de manejo;
k) abrir a arma, prendendo o ferrolho à retaguarda;
l) inspecionar a câmara;
m) alimentar a arma;
n) carregar, agindo no retém do ferrolho (FAL/PARAFAL) ou na alavanca de
manejo (IA2);
o) destravar e preparar para o tiro de repetição, colocando o RTS em “R”;
p) disparar;
q) abrir a arma, simulando o último disparo;
r) retirar o carregador;
s) executar dois golpes de segurança, agindo na alavanca de manejo;
t) inspecionar a câmara: mostrar aos instruendos que esta deve ser a situação
da arma após o término de cada série de tiro;
u) colocar o RTS em “R” (regime de tiro de repetição);
8-12
EB70-CI-11.470
v) desengatilhar;
x) colocar o RTS em “S” (em segurança);
y) abrir a arma, prendendo o ferrolho à retaguarda; e
z) inspecionar o carregador e deixá-lo ao lado do armamento, com a mesa do
transportador voltada para retaguarda.
8.2.4.6.3 Troca de Carregador - a troca de carregador será uma necessidade em
combate.
a) Retirar o carregador agindo no retém;
8-13
EB70-CI-11.470
8.2.4.6.4 Posição para inspeção:
a) o atirador, com a mão esquerda, coloca a arma aberta no ombro esquerdo,
segurando-a pelo punho, sem o carregador, mantendo o cano voltado para a
retaguarda e a arma paralela ao solo;
b) o carregador deve ser mantido sobre a palma da mão direita com a mesa do
transportador voltada para frente, mantendo o antebraço paralelo ao solo;
c) o atirador deve permanecer com as costas voltadas para o alvo;
d) após a inspeção, ele deve permanecer com o fuzil na posição de retenção em
frente ao peito, mantendo a arma aberta, placa do guarda-mão apoiada no pulso,
o carregador na mão esquerda e permanecer na posição de descansar
8-14
EB70-CI-11.470
8.2.4.6.7 Conclusão – análise pós-ação da oficina, abordando o desempenho
dos atiradores.
8.2.4.6.8 Material empregado:
a) dois cartuchos de manejo por instruendo, pelo menos;
b) um carpete ou pedaço de lona de 1,60 ×1,00 m;
c) dois carregadores para cada instruendo;
d) cartazes (nome da oficina e objetivos da instrução); e
e) pessoal empregado: um Instr e um Instr Aux devem constituir, preferencialmente,
a oficina.
8.2.4.7 2ª Fase: Manutenção do armamento
8.2.4.7.1 Nesta oficina os instruendos são orientados a realizar manutenção no
armamento com os devidos cuidados a serem tomados antes e depois do tiro.
8.2.4.7.2 Deve-se explicar e citar exemplos sobre a necessidade de ser realizada
a manutenção preventiva.
8.2.4.7.3 O material necessário para a manutenção deve ser colocado à
disposição dos instruendos.
8.2.4.7.4 Deve-se mostrar aos instruendos a necessidade de todos possuírem o
kit de manutenção individual.
8.2.4.7.5 Apresentação do material necessário para manutenção do fuzil de um
grupamento de atiradores:
a) um carpete, capichama ou cobertor para cada instruendo ou pedaço de lona
de cerca de 3,00×1,00m para cada dez instruendos;
b) cinco recipientes contendo óleo neutro para limpeza de armamento;
c) cinco recipientes contendo querosene;
d) cinco varetas de limpeza;
e) cinco escovas de náilon para cano;
f) cinco escovas de latão para cano;
g) dez cordéis de limpeza;
h) dez pincéis pequenos (cerdas de quatro centímetros);
i) dez escovas de dente; e
j) retalhos de pano de algodão.
8.2.4.7.6 Explicação dos procedimentos a serem executados na manutenção.
a) Antes do tiro:
1) desmontar a arma em primeiro escalão, dispondo as peças na sequência;
2) secar completamente o cano com o cordel de limpeza e um pano seco;
8-15
EB70-CI-11.470
b) Depois do tiro:
1) desmontar a arma em primeiro escalão, dispondo as peças na sequência;
2) escovar diversas vezes o cano com óleo passando-o pela câmara;
3) secar completamente o cano com o cordel de limpeza e um pano seco;
8-16
EB70-CI-11.470
4) limpar com óleo, utilizando pano e escovas, as partes internas e externas
do ferrolho e da armação;
5) secar todas as partes do armamento;
6) aplicar o óleo no interior do cano e nas demais partes metálicas da arma;
7) montar a arma; e
8) retirar o excesso de óleo na parte externa.
8.2.4.7.7 Mostrar o material necessário para a confecção do kit de manutenção
individual, a saber:
a) recipiente ou tubo pequeno com óleo;
b) pedaço de pano seco de aproximadamente 7 × 7 cm;
c) cordel de limpeza (corda de nylon, de aproximadamente 70 cm com pedaço
de pano preso em uma das extremidades);
d) escova de limpeza (pode-se improvisar utilizando escova de dente usada); e
e) chave de fenda pequena (5 mm de largura).
8.2.4.7.8 Aprovação - o instruendo será aprovado mediante a execução correta
das operações.
8.2.4.7.9 O instrutor deverá verificar se todos os instruendos estão com o seu “kit”
de manutenção do armamento.
8.2.4.7.10 Conclusão: realizada a manutenção.
8.2.4.7.11 Material necessário:
a) uma banqueta para colocação do material;
b) kit de manutenção (recipiente e tubo pequeno com óleo, pano seco, cordel de
limpeza, escova de limpeza de cano, escova de dente usada e chave de fenda
pequena);
c) material para manutenção do armamento de um grupamento de atiradores (lata
de óleo, capichama ou poncho, varetas, escovas de limpeza de cano e recipientes
para colocar as peças de molho);
d) material para escurecer aparelho de pontaria (vela, pedra de cânfora, lamparina,
fósforo e isqueiro);
e) um fuzil;
f) cartaz contendo os objetivos da sessão;
g) cavalete com o nome da oficina; e
h) uma prancheta para assinar as fichas de avaliação da IPT.
8-17
EB70-CI-11.470
8.2.5 OFICINA 05: ACIONAMENTO DO GATILHO
8.2.5.1 Objetivo
- Realizar corretamente o acionamento do gatilho.
8.2.5.2 Procedimentos:
a) relembrar o conceito do fundamento acionamento do gatilho;
b) dividir o grupamento em duas partes para o rodízio dos trabalhos. Metade
executará o acionamento do gatilho e a outra metade auxiliará colocando o estojo
de 9 mm equilibrado no quebra-chamas do fuzil;
c) linha de alvos proporcional à distância utilizada no estande para a obtenção da
visada correta, preferencialmente, uma distância semelhante ao do TIP (10 m);
d) pode-se ensinar o acionamento do gatilho, pressionando a tecla do gatilho
com o dedo indicador do instrutor sobre o dedo do instruendo. Repete-se este
procedimento por algumas vezes e, em seguida, o instruendo pressiona o gatilho
sobre o dedo do instrutor.
8.2.5.3 Execução
a) O atirador deverá fazer a pontaria no alvo (Fig 98).
Fig 98 - Pontaria
8-18
EB70-CI-11.470
b) O auxiliar coloca um estojo vazio de munição 9 mm sobre o quebra-chamas
do fuzil (Fig 99).
8-19
EB70-CI-11.470
e) permanecer comprimindo o gatilho após o disparo por aproximadamente dois
segundos; e
f) verificar se o atirador fecha o olho no momento do disparo.
8.2.5.4.2 Padrão desejado – o atirador dará o sinal quando estiver pronto, com
a pontaria já feita.
a) O auxiliar dará os comandos ao atirador de “PREPARAR” e “JÁ” (cerca de dois
segundos depois).
b) O primeiro comando servirá para o atirador vencer apenas o descanso do gatilho.
c)Após o comando de “JÁ”, o atirador começará o acionamento propriamente
dito, enquanto o auxiliar contará mentalmente “MIL E UM, MIL E DOIS, MIL E
TRÊS…” até o “DISPARO”.
d) O auxiliar dará o retorno ao atirador de quantos segundos, em média, foi o
seu disparo.
e) O exercício será realizado três vezes. É desejável que o disparo seja realizado
entre dois e quatro segundos.
8.2.5.5 Conclusão
- Análise pós-ação da oficina, abordar o desempenho dos atiradores.
8.2.5.6 Material empregado:
a) cartazes (nome da oficina e objetivos da instrução);
b) estojos de 9 mm; e
c) alvos apropriados para as três posições.
8.2.5.7 Pessoal empregado
- Um Instr e um Instr Aux a cada 30 instruendos.
8.2.5.8 Esta é a oficina que integra os conhecimentos adquiridos nas demais
oficinas da IPT, portanto, para ela devem ser designados os instrutores mais
experientes e qualificados.
8-20
EB70-CI-11.470
CAPÍTULO IX
O PREPARO PSICOLÓGICO
9.1 GENERALIDADES
- Um disparo é um conjunto de procedimentos que requer do executante uma
grande habilidade motora fina. Como em toda atividade que envolve este tipo de
habilidade, é difícil executá-la em momentos em que o nível de ansiedade estiver
alto. Por isso, é importante explorar a parte psicológica do tiro.
9.3 CONDICIONAMENTO
9.3.1 É importante o instruendo repetir várias vezes o tiro em seco na oficina de
acionamento do gatilho, para se criar uma automação do movimento de puxada
correta de gatilho. Com essa automação, o atirador deixará livre seu consciente
para focar sua atenção no alinhamento de miras. À medida que o atirador for
automatizando os fundamentos de tiro, conseguirá concentrar mais e mais sua
atenção no alinhamento de miras ou, até mesmo, na resolução da situação tática
em que ele se encontrar. Consequentemente, após esta automação, os níveis de
ansiedade diminuem muito.
9.3.2 No tiro em combate ou tiro rápido, a automação dos movimentos envolvidos
na execução do tiro se torna imprescindível, porque, com o nível de ansiedade
alta, só os movimentos condicionados serão perfeitos e rapidamente executados.
9-1
EB70-CI-11.470
9.3.3 ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO:
a) o reforço é todo aquele estímulo que aumenta a probabilidade da repetição do
comportamento. O reforço positivo é a adição de algo “bom” e o reforço negativo
é a retirada de algo “ruim”. Por sua vez, a punição é todo estímulo que visa a não
repetição de determinado comportamento. A punição positiva é a adição de algo
“ruim” e a punição negativa é a retirada de algo bom;
b) na administração do reforço positivo e negativo pelo instrutor é importante sa-
ber que, quando o atirador é elogiado, ocorre um aumento da sua motivação, ao
mesmo tempo que fortalece a aprendizagem da sua habilidade, isto é, vai haver
um progresso no seu desenvolvimento. Pode-se imaginar que, se o atirador fosse
punido, ocorreria o contrário, isto é, um regresso do seu desenvolvimento, o que
não é desejável. Na punição, o que sucede é a supressão temporal do compor-
tamento errado, mas que poderá retornar se não houver um controle permanente
do comportamento infrator até que aquela prática seja levada à extinção; e
c) o instrutor deve levar em conta o comportamento que ele quer trabalhar no ins-
truendo. Se ele desejar que o instruendo não repita determinado comportamento,
deve-se valer da punição, observando-se que uma simples “chamada de atenção”
já se caracteriza como uma punição em termos psicológicos. Porém, para manter
um alto grau de desempenho no tiro, o instrutor deve valer-se prioritariamente do
reforço para aquelas atitudes e comportamentos considerados positivos para o tiro.
9.4 ANSIEDADE
9.4.1 A ansiedade tem como principal característica a preocupação exagerada
em relação a algum evento futuro. Quanto maior a destreza com o armamento e
quanto melhor o desempenho no tiro, menor será a tendência à ansiedade. Nota
se que em situação de emprego real, mesmo os melhores atiradores podem ter
seu desempenho comprometido em função da ansiedade face à situação tática
apresentada.
9.4.2 SE OS NÍVEIS DE ANSIEDADE AUMENTAREM, E NÃO FOREM CON-
TROLADOS, ALGUNS DOS SINTOMAS PODERÃO APARECER
a) Diminuição da visão periférica (visão de túnel).
b) Diminuição da capacidade de ouvir os sons ao redor.
c) Diminuição da habilidade motora fina.
d) Descarga de adrenalina - provocando um consequente aumento da sudorese
e frequência cardíaca.
e) Taquipsiquia - efeito da demora, o atirador pensa que ele está se deslocando
lentamente.
9-2
EB70-CI-11.470
f) Analgesia - ocorre quando a taxa de adrenalina está alta, o inimigo pode levar
um tiro e ele ainda permanece avançando para atacar. Por isso, em combate,
deve-se executar quantos disparos forem necessários para cessar a ameaça.
9.4.3 Uma forma bem prática de controlar a ansiedade é a técnica da “respiração
regressiva”. O militar mentaliza que vai respirar e conta de dez a um, e quando
chegar no um, estará muito mais calmo. A partir daí ele procede uma inspiração
diafragmática (enchendo completamente o pulmão e sentido o abdômen também
expandir) e expira lentamente contando ou mentalizando de forma decrescente,
acrescido da palavra “relaxa” a cada respiração (dez, relaxa… nove, relaxa... oito,
relaxa mais ainda.... sete relaxa.... até o número um). Além de melhorar a oxige-
nação e favorecer a parte motora do tiro, essa técnica é eficiente para diminuir a
ansiedade e os batimentos cardíacos.
9-3
EB70-CI-11.470
9.6.3 O natural deve ser buscado por cada atirador, pois cada militar é um indiví-
duo e essa individualidade deve ser aceita tanto pelo próprio atirador como pelos
instrutores. As regras gerais para os fundamentos e as técnicas já foram expostas.
Adapte-as à sua individualidade para que se alcance o máximo de rendimento.
9-4
EB70-CI-11.470
ANEXO A
NOMECLATURA DOS ALVOS
Escala do alvo
Distância para Designação do
Tipo de Alvo Representação sobre o huma-
os alvos alvo
noide
15 m 1/3 A5_15
25 m 1/8,3 A5_25
100 m 1/20 A5_100
5m
150 m 1/30 A5_150
200 m 1/40 A5_200
250 m 1/50 A5_250
25 m 1 A25_25
50 m ½ A25_50
100 m 1/4 A25_100
150 m 1/6 A25_150
25 m 200 m 1/8 A25_200
300 m 1/12 A25_300
Tab 16 - Alvos
A-1
EB70-CI-11.470
A.1 LETRA INICIAL: modelo do alvo (o antigo A2, com tamanho de 100 centí-
metros de altura por 50 centímetros de largura, com borda branca ao redor, é
o alvo base, letra A).
A.2 PRIMEIRO GRUPO DE NÚMEROS: distância a ser posicionado o alvo.
A.3 SEGUNDO GRUPO DE NÚMEROS: distância que o alvo representa.
A-2
EB70-CI-11.470
ANEXO B
TÉCNICAS DE TIRO NAS OPERAÇÕES
B-1
EB70-CI-11.470
B.3.2 TIRO DENTRO DE ABRIGO
a) O apoio do cotovelo no tiro dentro de abrigo é o mesmo que o utilizado na
posição deitada. A única diferença será a posição do corpo que irá se acomodar
às dimensões em que se encontrar o abrigo.
b) O tiro será visado inicialmente, podendo evoluir para qualquer outra técnica. A
situação é que irá determinar.
B-2
EB70-CI-11.470
B.4.3 TIRO A CURTAS DISTÂNCIAS
- O tiro será limitado ao campo visual, que varia em torno de 25 m, limitado pelos
obstáculos naturais deste ambiente.
B.4.4 TÚNEL DE TIRO
- O atirador deve procurar aberturas naturais dentre a vegetação que possibilitem
aumentar a visada para bater alvos mais distantes. Este tipo de tiro é muito utilizado
em emboscadas, ou em operações defensivas.
B.4.5 LOCAL DA TOMADA DA POSIÇÃO
- O atirador deve tomar a posição de tiro em local previamente reconhecido,
para não se surpreender com galhos, raízes ou armadilhas que iriam denunciar
a posição ou dificultar a execução do tiro.
B.4.6 TIRO RÁPIDO VISADO
- Caso tenha disponibilidade de tempo e abrigo, o atirador deve realizar a visada
para executar o tiro, sendo uma combinação de tiro rápido e a rápida visada.
B.4.7 O tiro, quando realizado em posições que acompanham varadouros, trilhas,
igarapés, rios, clareiras ou localidades, possibilita atingir alvos a distâncias
maiores, chegando até ao alcance de utilização do armamento. Quando nestas
condições, aplicam-se os fundamentos de tiro em situações normais.
B-3
EB70-CI-11.470
c) as seteiras podem ser elevadas para permitir ao atirador atirar de uma plataforma
ou baixas para o tiro da posição deitada;
d) o emprego de armamento, no interior de uma localidade, para desalojar um
inimigo em uma localidade, deverá ser de pequeno ou médio calibre;
e) a camuflagem dos espaldões é favorecida pelos edifícios. Os espaldões podem
ser construídos dentro dos edifícios e suas seteiras situadas de modo a permitirem
o tiro através de janelas e portas existentes;
f) a observação e os campos de tiro são limitados, exceto ao longo das ruas e
becos; e
g) o movimento de viaturas é reduzido e canalizado. As viaturas ficam sujeitas
aos tiros a pequena distância de várias armas.
B.5.4 FASES DO ATAQUE
a) 1ª Fase - tem por fim isolar a localidade, apoderando-se dos acidentes do
terreno que dominam os campos de tiro da localidade. Os atiradores se apossam
de posições fora da região edificada de onde possam apoiar o ataque a localidade
e a conquista passo a passo do objetivo.
b) 2ª Fase - consiste no avanço dos elementos de assalto, com suas armas em
posição de pronto alto, para a região edificada e a conquista de alguns edifícios
na orla anterior da localidade. Isto diminui ou impede a observação dos atiradores
inimigos e os tiros diretos sobre o atacante que se aproxima. O atacante utiliza
as cobertas e abrigos proporcionados por esses edifícios atingidos, descentraliza
o controle e desloca as armas para frente.
c) 3ª Fase - é o avanço sistemático casa a casa, o atirador deverá ocupar uma
posição de tiro e deixar em condições as posições de muda, com o intuito de
iludir o inimigo. Nesta fase deve ser dedicada atenção particular ao controle
das unidades, à limpeza dos edifícios, à distribuição dos meios de comunicação
adequados e aos suprimentos de munição.
B-4
EB70-CI-11.470