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EB70-CI-11.

470

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS - FUZIL

1ª Edição
2022
EB70-CI-11.470
EB70-CI-11.470

MINISTÉRIO DA DEFESA
EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

CADERNO DE INSTRUÇÃO
TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS - FUZIL

1ª Edição
2022
EB70-CI-11.470
EB70-CI-11.470

PORTARIA COTER/C Ex Nº 191, DE 29 DE JUNHO DE 2022.


EB: 64322.006862/2022-18

Aprova o Caderno de Instrução Tiro das


Armas Portáteis - Fuzil (EB70-CI-11.470),
1ª Edição, 2022 e dá outras providências

O COMANDANTE DE OPERAÇÕES TERRESTRES, no uso da atribui-


ção que lhe conferem os incisos II e XI do art. 10 do Regulamento do Comando de
Operações Terrestres (EB10-R-06.001), aprovado pela Portaria do Comandante do
Exército nº 914, de 24 de junho de 2019, e de acordo com o que estabelece os Art.
5º, 12º e 44º das Instruções Gerais para as Publicações Padronizadas do Exército
(EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria do Comandante do Exército nº 770, de
7 de dezembro de 2011, e alteradas pela Portaria do Comandante do Exército nº
1.266, de 11 de dezembro de 2013, resolve:

Art. 1º Fica aprovado o Caderno de Instrução Tiro das Armas Portá-


teis - Fuzil (EB70-CI-11.470), 1ª Edição, 2022 e dá outras providências.

Art. 2º Fica revogado o Manual de Campanha Tiro das Armas Por-


táteis 1ª Parte – Fuzil (C23-1), 2ª Edição, 2004, aprovado pela Portaria nº 136-
EME, de 23 de dezembro de 2004, e alterado pela Portaria nº 057-EME, de 17
de março de 2010.

Art. 3º Esta portaria entrará em vigor e produzirá efeitos a partir de


1º de agosto de 2022.

Gen Ex Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira


Comandante de Operações Terrestres

(Publicada no Boletim do Exército nº 27 de 8 de julho de 2022)


EB70-CI-11.470
EB70-CI-11.470

FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO ATO DE PÁGINAS


DATA
DE ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
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ÍNDICE DE ASSUNTOS

Pag

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1.1 Finalidade.......................................................................................... 1-1
1.2 Generalidades................................................................................... 1-1
1.3 Objetivos da Instrução de Tiro......................................................... 1-2

CAPÍTULO II - A INSTRUÇÃO DE TIRO DE FUZIL


2.1 Responsabilidade da Instrução ....................................................... 2-1
2.2 Atribuições ...................................................................................... 2-2
2.3 Terminologia .................................................................................... 2-3
2.4 Segurança na Instrução .................................................................. 2-5
2.5 Organização da Sessão de Tiro...................................................... 2-8
2.6 Oficial de Tiro da Unidade e Subunidade ........................................ 2-10
2.7 Seleção dos Instrutores e Instrutores auxiliares .............................. 2-11
2.8 Seleção das Armas a serem utilizadas na Instrução ....................... 2-11
2.9 Progressividade da Instrução de Tiro .............................................. 2-12
2.10 Execução dos Exercícios de Tiro ..................................................... 2-13

CAPÍTULO III - FUNDAMENTOS DE TIRO


3.1 Generalidades ................................................................................. 3-1
3.2 Posição Estável ............................................................................... 3-1
3.3 Pontaria............................................................................................. 3-4
3.4 Controle da Respiração .................................................................... 3-13
3.5 Acionamento do Gatilho................................................................... 3-14
3.6 Acompanhamento............................................................................. 3-17
3.7 Ação Integrada de Atirar .................................................................. 3-18
3.8 Análise do Tiro................................................................................. 3-19

CAPÍTULO IV - EMPUNHADURAS E POSIÇÕES DE TIRO


4.1 Generalidades ................................................................................. 4-1
4.2 Empunhadura................................................................................... 4-1
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4.3 Técnicas para Condução do Armamento.................................. ...... 4-6


4.4 Posições de Tiro .............................................................................. 4-16

CAPÍTULO V - MANEJO
5.1 Técnicas para Sanar os Incidentes de Tiro ..................................... 5-1
5.2 Recargas.......................................................................................... 5-2
5.3 Cheque aos pares............................................................................ 5-3
5.4 Procedimentos de Segurança .......................................................... 5-3
5.5 Verificação do Carregamento .......................................................... 5-4

CAPÍTULO VI - ENGAJAMENTO COMPLEXO


6.1 Regulagem dos Aparelhos de Pontaria ........................................... 6-1
6.2 Entendendo a Regulagem ............................................................... 6-1
6.3 Atuação nos Aparelhos de Pontaria ................................................. 6-3
6.4 Relação de Regulagem.................................................................... 6-8
6.5 Centro do Grupamento de Tiro........................................................ 6-10
6.6 Obtenção da Alça de Combate ........................................................ 6-10
6.7 Relação de Incidentes de Tiro ......................................................... 6-12
6.8 Técnicas de Tiro em Alvos Móveis .................................................. 6-13
6.9 Técnicas de Tiro Noturno.................................................................. 6-20
6.10 Técnicas de Tiro com Equipamentos Especiais .............................. 6-21

CAPÍTULO VII - LANÇAMENTO DE GRANADA DE BOCAL


7.1 Bocal para Lançamento de Granada e Quebra Chamas ................ 7-1
7.2 Tipos de Cargas de Lançamento...................................................... 7-1
7.3 Manejo ............................................................................................. 7-2
7.4 Partes Componentes da Granada ................................................... 7-2
7.5 Posições de Tiro .............................................................................. 7-2
7.6 Tiro Indireto ...................................................................................... 7-6
7.7 Tipos de Granadas .......................................................................... 7-8

CAPÍTULO VIII - INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO (IPT)


8.1 Finalidade e Organização................................................................ 8-1
8.2 Oficinas da Instrução Preparatória para o Tiro ................................ 8-2
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CAPÍTULO IX - O PREPARO PSICOLÓGICO


9.1 Generalidades ................................................................................. 9-1
9.2 Foco de Atenção .............................................................................. 9-1
9.3 Condicionamento ............................................................................. 9-1
9.4 Ansiedade ........................................................................................ 9-2
9.5 Imagens e Comandos Positivos .................................................. 9-3
9.6 Progressividade das Instruções ............................................... 9-3

ANEXOS:

Anexo A - NOMECLATURA DOS ALVOS A-1

Anexo B - TÉCNICAS DE TIRO NAS OPERAÇÕES B-1


B.1 Considerações Iniciais..................................................................... B-1
B.2 Operações Ofensivas....................................................................... B-1
B.3 Operações Defensivas..................................................................... B-1
B.4 Em Ambiente de Selva..................................................................... B-2
B.5 Em Ambiente Urbano........................................................................ B-3
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO

1.1 FINALIDADE
- O presente Caderno de Instrução (CI) tem por finalidade orientar a instrução de
tiro de fuzil no âmbito das Unidades do Exército.

1.2 GENERALIDADES
a) O conteúdo deste CI, fornece subsídios aos instrutores de tiro, na medida em
que trata dos fundamentos de tiro com o fuzil, da instrução preparatória para o
tiro e de técnicas de tiro com o fuzil.
b) Trata também o CI, do preparo psicológico do atirador, fornecendo alguns sub-
sídios que permitam lidar da melhor maneira com situações de estresse típicas
da atividade, tanto na fase de aprendizado, adestramento ou combate.
c) Os exercícios de tiro de fuzil serão tratados pelas Instruções Reguladoras de
Tiro com o Armamento do Exército (IRTAEx).
d) Os fundamentos que serão abordados são válidos para qualquer tipo de fuzil,
sempre tendo por base, contudo, o fuzil de dotação do Exército: o Fuzil 7,62x51mm
M 964 – FAL, Fuzil 7,62x51mm M964A1 – PARAFAL e o Fuzil IMBEL 5,56x45mm
– IA2. Também será abordado a respeito do tiro com granada de bocal, utilizando
as possibilidades destes armamentos.
e) O tiro de fuzil é atividade de fundamental importância dentro do Exército, já que
a eficiência operacional de uma tropa está necessariamente ligada à capacidade
combativa de cada soldado.
f) Esta capacidade de combater só poderá ser elevada se o militar souber fazer uso
eficiente do seu armamento individual. Portanto, atirar bem é uma necessidade.
g) O aprendizado dos fundamentos e das técnicas de tiro, na fase da instrução
individual básica, deve ser conduzido de forma que todos os soldados aprendam
a disparar um tiro com precisão. Os militares com desempenho deficiente devem
ser recuperados. Os comandantes em todos os escalões devem estar compro-
missados inteiramente com os objetivos individuais de instrução.
h) A instrução de tiro, por suas características, é uma ferramenta importantís-
sima para o desenvolvimento das atitudes. Durante as instruções, os militares terão

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a oportunidade de desenvolver autoconfiança, decisão, combatividade, equilíbrio
emocional, iniciativa, persistência e responsabilidade, além de outras atitudes.
i) É importante salientar que tais atitudes serão desenvolvidas como uma con-
sequência natural da instrução, e não devem ser um fim por si só. A finalidade
precípua da instrução de tiro deve ser a aprendizagem do tiro nas melhores
condições possíveis para que isso ocorra.
j) As dificuldades impostas devem ser sempre planejadas para buscar o aperfei-
çoamento, dentro da previsão dos exercícios, sem perder de vista a finalidade
principal da instrução.
k) Dessa forma, este CI fornecerá a base de conhecimentos necessária para que
os instrutores de tiro e instruendos possam atingir os objetivos relacionados à
instrução de tiro.

1.3 OBJETIVOS DA INSTRUÇÃO DE TIRO


a) Desenvolver no militar a capacidade técnica e psicomotora para que aplique
corretamente os fundamentos e técnicas de tiro;
b) Habilitar o militar a ser um atirador eficiente, ou seja, um atirador que acerte
os alvos com rapidez e precisão, tanto nos tiros estáticos quanto nos dinâmicos;
c) Garantir a eficiência operacional da tropa através do aumento da eficiência
operacional de cada militar;
d) Garantir o aprendizado dos fundamentos de tiro para que possam ser aplicadas
a qualquer tipo de armamento se a situação o exigir;
e) Desenvolver atitudes, tais como autoconfiança, decisão, combatividade, equi-
líbrio emocional, iniciativa, persistência e responsabilidade, dentre outras;
f) Selecionar os militares mais habilitados para o exercício de funções específicas
que exijam um adestramento mais apurado em tiro; e
g) Permitir aos instrutores de tiro e instruendos que os objetivos da instrução ou
exercício sejam atingidos com metodologia.

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CAPÍTULO II
A INSTRUÇÃO DE TIRO DE FUZIL

2.1 RESPONSABILIDADE DA INSTRUÇÃO


2.1.1 Os Comandantes de Unidade (Cmt U) devem exercer, juntamente com os
S/3 e S/4, e o OPAI, o apoio e fiscalização sobre as instruções de tiro.
2.1.2 O APOIO ÀS INSTRUÇÕES CONSISTE EM:
a) orientação de instrutores e instrutores auxiliares na busca dos meios mais
adequados para a obtenção dos objetivos, dentro do que prescreve este caderno
de instrução;
b) desenvolvimento do gosto pelo tiro, por intermédio da busca incessante do
autoaperfeiçoamento, inclusive com a participação dos militares em competições
desportivas; e
c) orientar os instrutores e os instrutores auxiliares quanto às medidas de segu-
rança tanto na preparação quanto na execução do tiro.
2.1.3 A FISCALIZAÇÃO EXERCIDA PELO COMANDO DA UNIDADE DEVE TER
COMO META:
a) a aplicação de métodos e processos de instrução preconizados por este ca-
derno de instrução;
b) a estrita observância das regras de execução nele previstas;
c) a busca dos melhores resultados, assim como da recuperação dos militares
com desempenho deficiente; e
d) a segurança de todas as atividades desenvolvidas na preparação e execução
do tiro.
2.1.4 FONTES DE CONSULTA RELACIONADAS AO TIRO

DOCUMENTO IMPORTÂNCIA

PIM – Programa de Instrução Militar - Segurança na instrução


- Módulos didáticos de tiro
IGTAEx / IRTAEx - Instruções Gerais de Tiro - Necessidade de munição
com o Armamento do Exército/ Instruções Re-
guladoras de Tiro com o Armamento do Exército - Classificação de resultados
- Diâmetro de escantilhão
- Dados sobre funcionamento
Manual Técnico do Armamento
- Procedimentos para sanar incidentes de tiro
EB70-CI-11.405 - Caderno de Instrução do Fuzil - Orienta a instrução de tiro de Fuzil de Assalto
de Assalto 5,56 IA2 5,56 IA2
Tab 1 - Fontes de consulta
2-1
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EB70-CI-11.416 Caderno de Instrução de Tiro


- Orienta a instrução de tiro de combate
de Combate
EB70-CI-11.463 - Caderno de Instrução
- Prevenção de acidentes na instrução e no
Prevenção de Acidentes na Instrução e no
serviço
Serviço
EB40-MT-30.552 Armazenamento, Conser-
- Assuntos de interesse àqueles que
vação, Transporte e Destruição de Munições,
manuseiam munição
Explosivos e Artifícios
EB40-MT-20.515 Acidentes e Incidentes de Tiro - Principais tipos de acidentes e
e Avarias – suas causas e correções incidentes, bem como suas causas e correções
EB70-MT-11.418 Manual Técnico Prevenção de - Prevenção de acidentes nas atividades mi-
Acidentes nas Atividades Militares litares

Tab 1 - Fontes de consulta (continuação)

2.2 ATRIBUIÇÕES
- Os Comandantes (Cmt), em todos os níveis, são responsáveis pela fiscalização
da instrução de tiro, inclusive no que se refere ao preenchimento e arquivamento
da documentação de instrução e administrativa, principalmente borrões de tiro,
boletins de existência de munição e registros de tiro das armas.
2.2.1 COMANDANTE DA UNIDADE (Cmt U)
- Deverá designar um Oficial de tiro da Unidade, encarregado da preparação dos
quadros - instrutores e instrutores auxiliares - antes das instruções de tiro. Para
essa função, deverá ser escalado o oficial mais capacitado em tiro da unidade,
dentre os instrutores de tiro, podendo este oficial acumular essa função com a
de oficial de tiro da subunidade.
2.2.2 COMANDANTE DE SUBUNIDADE (Cmt SU)
a) É o responsável direto pela instrução de tiro de seus comandados, para a qual
deve voltar a maior atenção, dada a importância e a natureza da atividade - em-
prego de munição real.
b) Deve orientar e fiscalizar instrutores e instrutores auxiliares, estando ciente de
que o sucesso das instruções depende da preparação técnica, da meticulosidade
e da paciência desses militares.
c) Deve ter em mente ainda que a atividade de tiro deve se desenvolver progressi-
vamente e que as dificuldades a serem colocadas durante os exercícios devem
se restringir estritamente às previstas neste caderno de instrução e nas fontes
de consultas relacionadas ao tiro.
d) Ademais, não deve admitir castigos físicos de espécie alguma que vão de
encontro ao que preveem as normativas. Deve entender que os instruendos pre-
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cisam criar gosto pela atividade e que os militares com desempenho deficiente
necessitam ser recuperados a fim de que todos sejam bons atiradores.
e) Finalmente, deve entender que saber atirar bem é uma obrigação do militar
e que a sua ação é fundamental para que todos os militares de sua subunidade
atinjam esse nível estabelecido na IRTAEx. Em nenhuma hipótese o comandante
permitirá que militares não habilitados portem armas.
2.2.3 Cabe ao Cmt SU designar um oficial e um sargento de tiro da subunidade
para ministrar as instruções, basicamente a instrução de fundamentos de tiro, a
Instrução Preparatória para o Tiro (IPT) e os exercícios de tiro. Para tal função,
deverão ser escolhidos os militares mais capacitados em tiro da subunidade, (pre-
ferencialmente, o sargento de tiro será do pelotão do oficial de tiro da subunidade).
2.2.4 O Oficial de tiro da unidade e o oficial de tiro da SU devem conduzir as
instruções de tiro com objetividade, responsabilidade, paciência, segurança e
perícia, baseando-se, para isso, neste caderno de instrução e nas fontes de con-
sulta relacionadas. Deverão escolher um sargento de tiro capacitado que auxilie
nas instruções.

2.3 TERMINOLOGIA
a) ATIRADOR - instruendo que realiza os exercícios de tiro.
b) CAVADO DO OMBRO - região côncava localizada entre o ombro e o peitoral.
c) CLICAR - regular os aparelhos de pontaria.
d) COMANDANTE DA LINHA DE TIRO – instrutor (Of/ST/Sgt) que emite todas
as ordens que devem ser observadas pelos atiradores.
e) CONTROLADOR DE MUNIÇÃO - graduado responsável pela distribuição
de munição aos municiadores.
f) DEDOS DA MÃO - polegar, indicador, médio, anular e mínimo.
g) FOLGA DO GATILHO - pequeno deslocamento do gatilho que não interfere
na ação de desengatilhamento da arma. Folga longitudinal da tecla do gatilho.
h) FALANGE - segmento dos dedos. Distal (da extremidade), média (do meio) e
proximal (mais próxima à palma da mão).
i) INSTRUTOR - é o responsável por conduzir as instruções de tiro.
j) INSTRUTOR AUXILIAR (Instr Aux) - militar que auxilia o instrutor/comandante
da linha de tiro na condução dos exercícios de tiro.
k) LADO DA MÃO AUXILIAR - é o lado do corpo correspondente à mão auxiliar.
l) LADO DA MÃO QUE ATIRA - é o lado do corpo correspondente à mão que atira.

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m) MAÇA DE MIRA - pequena saliência localizada na extremidade anterior da
arma.
n) MÃO AUXILIAR - mão que não atira.
o) MÃO QUE ATIRA - mão que é usada para acionar o gatilho.
p) MIRA HOLOGRÁFICA – dispositivo óptico que permite ao usuário olhar através
de um elemento de vidro e ver o reflexo de um ponto de mira iluminado ou de
alguma outra imagem sobreposta ao campo de visão. Como exemplo, cita-se a
Newcon Optik.
q) MUNICIADOR - soldado que auxilia na distribuição de munição.
r) OBREIA - pedaço de papel ou adesivo utilizado para tampar os impactos no alvo.
s) OFICIAL DE TIRO DA SUBUNIDADE - oficial responsável pela execução das
instruções de tiro, âmbito subunidade. É o comandante da linha de tiro da SU.
t) OFICIAL DE TIRO DA UNIDADE - oficial responsável pela execução das
instruções de tiro, âmbito unidade. É o comandante da linha de tiro da U.
u) PARALAXE – Deslocamento aparente de um objeto quando se muda o ponto
de observação.
v) PUNHO DE ENGAJAMENTO TÁTICO - é um acessório que facilita a empu-
nhadura da arma pela mão auxiliar.
x) PUNHO DA ARMA - parte da arma que é segurada pela mão que atira.
y) REARME DO GATILHO – é o ponto em que o gatilho está pronto para ser
acionado novamente, realizando o disparo.
z) SARGENTO DE TIRO - sargento que auxilia o oficial de tiro nas instruções.
1) SÉRIE DE ATIRADORES – grupamento de atiradores que executarão a série
de tiro.
2) SÉRIE DE FALHAS - repetição da série de tiro para os atiradores das armas
que apresentaram incidentes.
3) SÉRIE DE TIRO - o mesmo que exercício de tiro.
4) SESSÃO DE TIRO - são todos os exercícios de tiro realizados durante uma
jornada de instrução.
5) SIMULADOR DE TIRO – equipamento eletrônico que simula o tiro real.
6) TIRO EM SECO - consiste em realizar o acionamento do gatilho, sem munição,
ou utilizando cartuchos de manejo, aplicando todos os fundamentos do tiro.
7) TIRO VISADO - tiro no qual se utiliza as miras do armamento.

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8) “V” DA MÃO - é a área da palma da mão auxiliar onde o fuzil fica apoiado. O po-
legar, em lado oposto aos demais dedos, forma uma curva semelhante à letra “V”.

2.4 SEGURANÇA NA INSTRUÇÃO


2.4.1 Haverá um instrutor de tiro no comando da linha de tiro em todos os exer-
cícios (Of/ST/Sgt) que terá os comandos obedecidos pronta e irrestritamente,
sendo somente dele emanados. Exceção feita em caso de ato atentatório à se-
gurança, ocasião em que o comando de “SUSPENDER FOGO” poderá ser dado
por qualquer militar.
2.4.2 Antes da execução do tiro real e logo após o término da última série de tiro,
todas as armas e os carregadores deverão ser inspecionados. Caso exista cartu-
cho ou outro material no cano ou câmara, esse deverá ser retirado de imediato.
2.4.3 As munições de festim e de manejo serão sempre inspecionadas, uma vez
que pode haver munição real entre elas.
2.4.4 A manutenção antes e depois do tiro também visa à segurança, além da
eficiência do armamento. Antes dos exercícios, todos deverão verificar o estado
geral do armamento e os itens de manutenção, identificando especialmente se
não há fissuras no percussor ou se este não está quebrado.
2.4.5 A área do estande de tiro será demarcada com bandeirolas vermelhas e
avisos de “PERIGO: TIRO REAL”, (além de luzes indicativas em caso de tiro
noturno). Os acessos devem ser sinalizados e obstruídos. A população deve ser
alertada, em caso de necessidade.
2.4.6 As armas serão sempre transportadas, no interior do polígono de tiro/estan-
de, com o cano voltado para direção neutra, que não ofereça risco à segurança.
2.4.7 Durante todo o período de permanência no estande e quando não emprega-
das, as armas deverão estar travadas, abertas, sem o carregador, sem o reforça-
dor para tiro de festim e com o obturador do cilindro de gases em “A”, (TASSO).
2.4.8 Em hipótese alguma pode-se manusear o armamento ou permanecer com
a arma fechada se houver pessoal à frente.
2.4.9 NORMAS DE SEGURANÇA
- Antes de iniciar a sessão de tiro, deverão ser citadas as Normas de Segurança,
as quais deverão estar impressas em locais visíveis e distribuídas no local da
instrução, a saber:
a) é proibido fumar;
b) é obrigatória a utilização de óculos de proteção (ou de grau) e protetor auricular
em todas instruções onde houver tiro real;
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c) durante todo o período de permanência no estande, e quando não forem em-
pregadas as armas, deverão estar travadas, abertas e sem o carregador;
d) as armas que não estiverem na linha de tiro permanecerão em local a elas
destinado (indicar e balizar o local);
e) para as ações de municiar o carregador, alimentar, carregar, destravar, iniciar
o tiro e ir à frente verificar os impactos, os militares deverão aguardar a ordem
do comandante da linha de tiro;
f) em nenhuma hipótese a arma da linha de tiro terá seu cano voltado em outra
direção que não seja a dos alvos;
g) as armas estarão sempre abertas e não poderão ser tocadas caso haja alguém
à frente da linha de tiro;
h) todos deverão atender pronta e irrestritamente às ordens emanadas pelo co-
mandante da linha de tiro;
i) ao ser carregada, a arma deverá estar apontando para a linha de alvos, bem
como o dedo indicador da mão que atira deve estar fora do gatilho; e
j) qualquer pessoa que observar ocorrência de ato atentatório à segurança deverá
comandar “SUSPENDER FOGO”.
2.4.10 Nas situações de manuseio do armamento e no caso de incidentes e/ou
acidentes de tiro, deverão ser executadas ações previstas nos Manuais Técnicos
pertinentes a cada arma.
2.4.11 É muito importante que a equipe de instrução conheça exatamente os
detalhes de funcionamento, as medidas preliminares e as características do
armamento utilizado.
2.4.12 É importante inspecionar a qualidade dos cartuchos e impedir que
munições danificadas ou com prazo de Exame de Estabilidade Química vencido
sejam utilizadas no tiro.
2.4.13 O tiro somente deve ser realizado com apoio médico (pessoal e meios)
adequado.
2.4.14 CONTROLE VISUAL NA LINHA DE TIRO
- O controle visual da instrução numa linha de tiro, conforme Fig 1, é um proce-
dimento indispensável. Para isso, devem ser observados os seguintes aspectos:
a) após o término da série de tiro, o atirador, em silêncio, senta-se dois passos à
retaguarda do posto de tiro;
b) os militares da próxima série sentam-se a quatro passos da linha de atiradores; e
c) não admitir conversas paralelas.
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Fig 1 - Posicionamento dos atiradores e da próxima série de atiradores

2.4.15 SEGURANÇA NO TIRO NOTURNO


2.4.15.1 Para facilitar a identificação do alvo por parte do atirador, é prudente
dividir a série em grupos de, no máximo, quatro atiradores (Fig 2) separados pelo
intervalo de um alvo.

Fig 2 - Grupamento de quatro alvos

2.4.15.2 Ao comando de “Carregar”, os Instr Aux acendem lanternas com filtro


vermelho, acompanhando os tiros do seu setor. As lanternas devem estar dire-
cionadas ao comandante da linha de tiro.
2.4.15.3 Ao término do exercício, eles inspecionam o setor que estiver sob sua
responsabilidade e, quando terminarem, sinalizam piscando a lanterna para o
comandante da linha de tiro.
2.4.15.4 Antes da verificação dos impactos, as armas serão inspecionadas (visu-
almente e pelo tato) pelos instrutores auxiliares (armas ao solo, travadas, abertas,
sem o carregador e com a janela de ejeção voltada para cima). Ao término do
módulo e depois da última série, é necessário realizar a inspeção final.

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2.5 ORGANIZAÇÃO DA SESSÃO DE TIRO


2.5.1 A sessão de tiro deve ser organizada de forma a facilitar o aprendizado dos
instruendos, a segurança do pessoal envolvido e o controle das armas e munições
empregados. Na medida do possível, todo o conforto deve ser proporcionado,
principalmente nas primeiras instruções a fim de que o aprendizado seja facilitado
e o gosto pela atividade seja desenvolvido.
2.5.2 O Cmt da linha de tiro deverá ocupar posição central, de forma a controlar
da melhor forma possível o andamento da instrução.
2.5.3 Os instrutores auxiliares, em número de pelo menos um para cada 20 ati-
radores, deverão ser distribuídos ao longo da linha de tiro.
2.5.4 O armeiro deverá acompanhar todas as instruções a fim de sanar as panes
não eliminadas no 1º escalão de Mnt.
2.5.5 Um graduado deverá manter o controle de toda a munição que deverá ser
distribuída aos atiradores pelos municiadores.
2.5.6 À medida que forem terminando os exercícios de tiro, os atiradores deverão
sentar, aproximadamente, a dois passos, à retaguarda da sua posição de tiro (Fig
1), a fim de que os instrutores e instrutores auxiliares possam controlar e transitar
pela linha de tiro. Os Instr Aux farão uma inspeção sumária das armas, verificando
se estão abertas, descarregadas, travadas e sem carregador, e dando o pronto
ao comandante após a verificação de todas em seu setor. Para esta inspeção
da linha de tiro, é importante que os atiradores deixem seu armamento apontado
para frente, com as janelas de ejeção voltadas para cima e os carregadores com
seus transportadores (ou afins) virados para a retaguarda.
2.5.7 Os atiradores, em caso de dúvida, deverão consultar, inicialmente, o Instr Aux
do seu setor de tiro. Os militares que estiverem aguardando para atirar só deverão
opinar se autorizados pelo comandante da linha de tiro ou instrutores auxiliares.
Os exercícios de tiro deverão ser executados individualmente e com disciplina.
2.5.8 Depois de completados os exercícios, instrutores e instrutores auxiliares irão
à frente juntamente com os atiradores para a verificação dos alvos e marcação
dos borrões. Os borrões de tiro serão recolhidos e entregues ao oficial de tiro que
providenciará seu arquivamento.
2.5.9 Os militares que tiverem desempenho inferior ao estabelecido pela
IRTAEx deverão reiniciar os exercícios, sob a supervisão direta do instrutor ou
instrutor auxiliar ao lado, para auxiliar na recuperação, tendo em vista a melhoria
da sua atuação no tiro.
2.5.10 É obrigatória a presença de médico ou militar de saúde habilitado em
atendimento pré-hospitalar (APH) e de ambulância em qualquer instrução com
tiro real, sendo que este deverá conduzir material apropriado para as possíveis
lesões que ali possam ocorrer.

2-8
EB70-CI-11.470

Fig 3 - Exemplo de organização do estande e da instrução de tiro

2.5.11 Os materiais que devem ser conduzidos para o tiro são os seguintes: siste-
ma de som, mesas, bancos, cola branca, tesoura, obreias adesivas ou de papel,
alvos e molduras de reserva, capacete para assistência, protetores auriculares,
óculos de proteção, material de manutenção de armamento, pranchetas, cane-
tas, lápis, borracha, manuais relacionados com o tiro, fitas adesivas tipo crepe,
martelo, prego e apito.
2.5.12 No planejamento da fase básica do período de instrução individual deve
ser previsto o tempo suficiente para as instruções de tiro.
2.5.12.1 Como sugestão, considerando a inexperiência dos futuros atiradores,
o instrutor de tiro pode intercalar, logo na primeira sessão, cartuchos de manejo
com cartuchos M1.
2.5.12.2 Este tipo de exercício propicia ao instrutor a oportunidade de identificar
erros, principalmente os de acionamento nos disparos com cartuchos de mane-
jo, assim como, verificar se o atirador está fechando o olho, acionando o gatilho
incorretamente, ou executando algum procedimento incorreto.
2.5.12.3 Dará também a oportunidade ao atirador da próxima série de, mesmo
sentado à retaguarda dos atiradores, poder observar os erros de procedimento
e ouvir os comentários sobre as correções necessárias.
2.5.13 Quanto menor o número de atiradores por instrutor, melhor será o rendi-
mento da instrução.
2.5.14 Os Instr/Instr Aux não deverão empregar agentes estressores além do
previsto nos exercícios de tiro.
2-9
EB70-CI-11.470
2.5.15 Sugere-se a instalação de um sistema de som compatível que facilite o
controle e a emissão de ordens.

2.6 OFICIAL DE TIRO DA UNIDADE E SUBUNIDADE


2.6.1 MISSÕES DO OFICIAL DE TIRO DA UNIDADE
a) Assessorar o Cmt, S3 e S4 da unidade no planejamento das instruções e
exercícios de tiro;
b) Ministrar instruções de fundamentos de tiro e aplicar oficinas da IPT para os
quadros da unidade, em especial os oficiais e sargentos de tiro das subunidades,
de acordo com o planejamento do S3 a fim de padronizar os conhecimentos e
informações a serem repassadas aos instruendos. Essas instruções deverão, ser
conduzidas obrigatoriamente antes da IPT dos recrutas, podendo ser repetidas
por ocasião dos exercícios de tiro ao longo do ano de instrução;
c) Fiscalizar as instruções ministradas dentro de cada subunidade para verificar
o estrito cumprimento dos preceitos contidos neste CI, além de orientar os ins-
trutores e instrutores auxiliares no que for necessário; e
d) Conduzir o tiro no âmbito da unidade, que não for executado no âmbito da SU,
em especial o Teste de Aptidão para o Tiro (TAT) de oficiais e sargentos, compe-
tições de tiro e instruções dos quadros da OM.
2.6.2 MISSÕES DO OFICIAL DE TIRO DA SUBUNIDADE
a) Ministrar a instrução de fundamentos de tiro e a IPT para os militares da sua
subunidade, em especial aos recrutas, fazendo a avaliação individual de cada
um e lançando a avaliação das oficinas da IPT em borrão específico, que deverá
ser arquivado apropriadamente;
b) Fazer os pedidos de material que forem necessários ao fiscal administrativo
por meio do Cmt de SU e assessorado pelo sargento de tiro a fim de conduzir as
instruções e exercícios de tiro nas melhores condições possíveis;
c) Verificar os militares da subunidade que farão cada exercício de tiro;
d) Preencher os borrões de tiro, juntamente com os Instr Aux, analisando os
resultados;
e) Planejar e executar a recuperação dos militares que apresentarem desempe-
nho deficiente durante as sessões de tiro. Havendo disponibilidade de pessoal e
postos de tiro vagos no estande, os instruendos com deficiência técnica poderão
fazer treinamento com Fuzil a Ar Comprimido (FAC) ou tiro em seco (vide croqui
da linha de tiro) antes do tiro propriamente dito;

2-10
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f) Fiscalizar a preparação do estande de tiro e das oficinas da IPT;
g) Comandar a linha de tiro, sendo responsável pela disciplina e segurança;
h) Fiscalizar os militares na linha de tiro, orientando-os na execução correta dos
fundamentos de tiro e na clicagem do armamento;
i) Verificar as condições de manutenção e segurança do armamento antes, durante
e depois dos exercícios de tiro;
j) Acompanhar o controle de consumo de munição, cobrando do graduado, res-
ponsável pela distribuição dos cartuchos, a quantidade consumida, sobras e falhas
das munições que foram utilizadas na instrução; e
k) Os Instr/Instr Aux deverão buscar sempre o alto rendimento da instrução com
a recuperação dos atiradores com baixo desempenho.

2.7 SELEÇÃO DOS INSTRUTORES E INSTRUTORES AUXILIARES


2.7.1 A seleção dos instrutores e dos instrutores auxiliares de tiro é de suma
importância para o rendimento na instrução.
2.7.2 São qualidades e competências inerentes a esses militares, todas aquelas
que proporcionarão confiança, segurança e tranquilidade ao instruendo, para que
este possa desenvolver um aprendizado eficaz dos fundamentos e das técnicas
de tiro.
2.7.3 O Instrutor/Instr Aux deve, ainda, se sentir motivado pela atividade de tiro,
tratar com seriedade, mostrar-se dedicado e preocupado com a segurança. Essas
características associadas aos conhecimentos proporcionarão um alto rendimento
e sucesso na instrução de tiro.

2.8 SELEÇÃO DAS ARMAS A SEREM UTILIZADAS NA INSTRUÇÃO


2.8.1 As armas que deverão ser utilizadas na instrução devem ser, preferencial-
mente as armas distribuídas aos militares de cada subunidade. O combatente
deve conhecer seu armamento e fazer sua regulagem.
2.8.2 Devem ser sanados todos os problemas do armamento que possam causar
incidentes, acidentes ou baixo rendimento durante os exercícios de tiro.
2.8.3 O armamento deve estar em boas condições: cano sem ferrugem, assim
como as demais partes da arma, ausência de folgas, aparelhos de pontaria bem
fixados e todos os itens de manutenção em dia.

2-11
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2.8.4 EM RELAÇÃO AO FUZIL, É IMPORTANTE SALIENTAR AS SEGUINTES
OBSERVAÇÕES:
a) para o FAL/PARAFAL, o anel regulador do escape de gases deve proporcionar
uma pequena saída, a ser diminuída apenas em função da necessidade, caso haja
insuficiência de gases. O fechamento completo do orifício de escape de gases
pode resultar na soltura do cilindro de gases, o que indisponibiliza o fuzil para o tiro;
b) a manutenção do cano do fuzil, por ocasião do tiro, aumenta sua vida útil. Um
mau rendimento no tiro, com grupamentos excessivamente espalhados, pode
significar que o cano esteja descalibrado. O tiro de rajada também deve ser evi-
tado por ser um diminuidor da vida útil do cano; e
c) o percussor quebrado pode produzir um dos mais graves acidentes, que é o
disparo ocorrido antes do trancamento da arma, em virtude do afloramento da
ponta do percussor, o que ocasiona a percussão precoce durante o movimento
do fechamento do ferrolho. Para evitar este acidente, deve ser feita a verificação
do percussor sempre antes do tiro, buscando quebra ou ranhuras que indiquem
rachaduras.
2.8.5 OS APARELHOS DE PONTARIA DEVEM ESTAR BEM FIXADOS POR
OCASIÃO DO TIRO.
2.8.5.1 Um desvio lateral de um milímetro na alça de mira ocasiona um erro de 9
cm, para o FAL/PARA-FAL, e de 11 cm para o IA2, a 50 m, prejudicando sobre-
maneira o resultado. Na inspeção antes do tiro, deve ser feita a verificação do
estado dos aparelhos de pontaria, observando-se especificamente a alça de mira.
2.8.5.2 Se esta apresentar folga, deverá ser manutenida, reparada ou substituída
a fim de não prejudicar o tiro.
2.8.5.3 O uso de uma liga elástica, que envolve a alça e a coronha da arma,
atenua esta folga originada de fábrica ou de uso constante.

2.9 PROGRESSIVIDADE DA INSTRUÇÃO DE TIRO

2.9.1 As instruções de tiro devem seguir o princípio da progressividade, onde


dificuldades surgirão de forma progressiva e serão vencidas pelos militares ins-
truendos ao passo que surgirem.

2.9.2 A atividade do tiro requer a criação de procedimentos mentais complexos,


que devem ser aprendidos de forma favorável. Para isso, faz-se necessária uma
correta e simples explanação de todos os procedimentos a serem tomados no
estande de tiro.

2-12
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2.9.3 Não são permitidos castigos físicos.
2.9.4 O baixo rendimento deve ser analisado em busca da solução, inclusive com
a análise do armamento.
2.9.5 Os militares com baixo desempenho deverão iniciar uma recuperação da
instrução de tiro na primeira oportunidade.
2.9.6 As instruções devem começar à curta distância até a distância de utilização
de combate, considerando-se que a dificuldade sempre será gradual.
2.9.7 Da mesma forma, as instruções serão inicialmente estáticas (tiro de linha
de tiro), passando depois aos tiros dinâmicos (em pistas de tiro) até chegar ao
tiro sob estresse.
2.9.8 A falta de progressividade da instrução pode causar desmotivação, bloqueio
psicológico e acidentes.

2.10 EXECUÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE TIRO


2.10.1 GENERALIDADES
2.10.1.1 Todos os módulos de tiro estão previstos nas IRTAEx e devem ser cum-
pridos na íntegra.
2.10.1.2 Ao mesmo tempo em que é executado o tiro real, pode ser montado, à
parte, no próprio estande, (observando-se as normas de segurança do estande),
uma linha de tiro de ar comprimido.
2.10.1.3 Um Instr Aux conduzirá séries de tiro de chumbinho de 4,5 mm com os
atiradores que ainda não executaram as séries de tiro real ou que obtiveram baixo
rendimento na instrução.
2.10.1.4 Devem ser executados treinamentos de tiro em seco com os militares
que estiverem aguardando para realizar o tiro real.
2.10.1.5 Os atiradores com baixo desempenho devem receber instrução comple-
mentar, executando os exercícios dos itens 2.10.1.2 e 2.10.1.3, citados acima;
executar o tiro e, caso necessário, realizar recuperação do exercício, logo após
o término da última série.
2.10.1.6 O borrão de tiro é um documento. O correto preenchimento e o seu
arquivamento são fundamentais para o controle da instrução.
2.10.1.7 O borrão deve ser confeccionado de acordo com os exercícios que serão
executados na jornada.

2-13
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2.10.1.8 As figuras e tabelas a seguir servem de exemplo

Exercício Tiros por


Posição Alvo Padrões mínimos
de tiro homem

101 Deitada Apoiada 4


E, MB, B, R ou I, de acordo com tama-
102 Deitada 4 A6
nho do grupamento de tiro.
103 Ajoelhada apoiada 4

104 Pé visado 2
A2 1 impacto na silhueta.
105 Pé visado 2

106 Pé não visado 3 Treinamento para tiro noturno.

107 Pé não visado 3 A2


E, MB, B, R ou I, de acordo com núme-
ro de impactos na silhueta.
108 Pé não visado 3

Tab 2 - Séries de Tiro

FICHA DE AVALIAÇÃO DA INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO DE FUZIL - (IPT/Fz)


Nr Nome Data
100 DA SILVA 27/05/2021
Pelotão SU Assinatura do Atirador
1º 2ª
Apto Rubrica do Instr/
Exercício Observações
(SIM ou NÃO) Aux

Linha de mira e
SIM -
linha de visada

Constância da
SIM Aprovado após 3 tentativas
Pontaria

Posições de tiro SIM -

Manejo SIM -

Manutenção SIM -

Acionamento do
SIM Dificuldade no acionamento em pé
gatilho

Fig 4 – Exemplo de Ficha de Avaliação da IPT

2-14
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Fig 5 - Exemplo de borrão de tiro

2.10.1.9 Constituição da equipe de instrução de tiro


a) instrutor de tiro;
b) médico ou militar de saúde habilitado em APH;
c) instrutores auxiliares: um para, no máximo, vinte atiradores;
d) controlador de munição;
e) municiadores (no mínimo dois);
f) armeiro;
g) motorista da ambulância; e
h) equipe de segurança: constituição variada (depende do tamanho e localização
do estande);

2-15
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2.10.1.10 Segurança de terceiros
- procedimentos a serem realizados antes de iniciar o tiro:
a) para estandes fora da OM: verificar se civis ou outros militares circulam pelas
imediações do estande. Utilizar a Eqp Seg para bloquear os acessos ao estande
de tiro.
b) para estandes dentro da OM: certificar se os militares da OM estão cientes
da realização do tiro (avisos em formaturas, previsão em QTS, vias de acesso
interditadas, etc).
2.10.2 DESENVOLVIMENTO
2.10.2.1 Sequência e Comandos de Tiro
a) Manutenção do armamento:
1) o instrutor deve determinar a desmontagem de 1º escalão dos fuzis a fim
de inspecionar as peças móveis: numeração do ferrolho e do impulsor do ferro-
lho, situação do percussor, mola do percursor, extrator, condição do aparelho de
pontaria (alça e maça) etc;
2) o armeiro deve assistir os militares nessa desmontagem/montagem. Armas
com peças trocadas ou danificadas não podem ser utilizadas no tiro;
b) Verificar se os instruendos estão com protetor auricular e óculos de proteção;
c) Inspeção inicial:
1) dispor a tropa em coluna por dois, com intervalo de três passos, frente para
o interior, na posição de descansar;

Fig 6 - Posição para inspeção inicial

2-16
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2) emitir as seguintes ordens:

“PREPARAR PARA INSPEÇÃO!”;


“PARA INSPEÇÃO, POSIÇÃO!”;
“APÓS A INSPEÇÃO, ABAIXEM A ARMA E PERMANEÇAM NA POSIÇÃO
DE DESCANSAR!”.

- “Preparar para a inspeção!” - os militares colocam a arma, travada, sobre o


ombro esquerdo, com o cano voltado para a retaguarda, com a janela de ejeção
aberta e o carregador na mão direita com o transportador voltado para frente.
- “Para a inspeção, posição!” - os atiradores unem os calcanhares.

2.10.2.2 Ambientação com os procedimentos no estande e com o tiro


a) Apresentar a equipe de instrução e de apoio, explicando a função de cada um
de seus integrantes.
b) Persuadir os instruendos a executarem corretamente os fundamentos do tiro,
para que estejam em condições de usar de forma adequada o armamento, re-
lembrando estes fundamentos. O instruendo precisa adquirir confiança na técnica
de tiro.
c) Mostrar a disposição dos meios no estande.
d) Explicar como as atividades serão desenvolvidas.
e) Explicar o procedimento em caso de incidente de tiro (falhas): o atirador, em
silêncio, permanece com o armamento apontado para o alvo na posição de tiro,
levanta o braço da mão que não atira e aguarda a presença do Instr Aux, para
que este possa assisti-lo na solução da pane.
f) Demonstrar a sequência das ações a serem desenvolvidas pelos atiradores.
g) Ler as Normas de Segurança (Item 2.4.9).
h) Questionar os atiradores, verificando se entenderam o que foi explicado.
i) Perguntar se existem dúvidas.
2.10.2.3 Organizar as séries de atiradores.
2.10.2.4 Dispor a tropa conforme a Fig 3.
2.10.2.5 Recomendar aos atiradores que, ao término de cada série de tiro, per-
maneçam sentados, em silêncio, a dois passos à retaguarda do posto de tiro,
mantenham a arma ao solo, travada, aberta, com a janela de ejeção para cima e
o carregador com o transportador voltado para a retaguarda.

2-17
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2.10.2.6 Após a 1ª série, ocupar a linha de tiro e comandar
“ATIRADORES, ARMAS AO SOLO, TRAVADAS, ABERTAS E SEM
CARREGADOR;
JANELA DE EJEÇÃO PARA CIMA E CARREGADOR COM O
TRANSPORTADOR VOLTADO PARA A RETAGUARDA.
SENTADOS!”.
“ATIRADORES, IDENTIFICAR OS ALVOS!”.
2.10.2.7 Os atiradores levantam o braço e citam número do alvo (da esquerda
para direita e em ordem crescente)
“PREENCHAM OS BORRÕES DE TIRO!”.
(Explicar como preencher).
“A PARTIR DE AGORA, CINCO MINUTOS DE TREINAMENTO DE TIRO EM
SECO E DAS POSIÇÕES DE TIRO!”.
2.10.2.8 Ressaltar as características de cada posição enquanto estiver corrigindo
os instruendos; ressaltar, ainda, a importância do tiro em seco na verificação do
correto acionamento do gatilho – a pontaria não pode ser desfeita durante e após
o disparo em seco.
“TREINAMENTO ENCERRADO!
ARMAS AO SOLO, APONTANDO PARA OS ALVOS, TRAVADAS, ABERTAS
E SEM CARREGADOR;
JANELA DE EJEÇÃO PARA CIMA E CARREGADOR COM O
TRANSPORTADOR VOLTADO PARA A RETAGUARDA.
SENTADOS!”.
Descrever o exercício a ser realizado.
“MUNICIAR O CARREGADOR,
CADA UM COM (NÚMERO DE TIROS A SEREM EXECUTADOS)
CARTUCHOS!”.
“TOMAR A POSIÇÃO...!”.
“ALIMENTAR!”
Verifique se alimentaram as armas.
“CARREGAR!”
Verifique se carregaram as armas.
“TRAVAR!”.
“ATIRADORES PRONTOS?”

2-18
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2.10.2.9. Neste momento os instrutores auxiliares percorrem a linha de tiro veri-
ficando se algum atirador não está pronto.
2.10.2.10 Caso o atirador não esteja pronto, este (ou o auxiliar) deve bradar em
voz alta “Alvo número não pronto!”.

“DESTRAVAR AS ARMAS!”.
“ATENÇÃO!”.
“FOGO À VONTADE!”
(Apitar ou comandar)
“CESSAR FOGO!”
(Apitar para terminar ou comandar)
“FALHAS?”

2.10.2.11 O oficial de tiro deve indicar o local da falha (esquerda, centro, direita)
para que os instrutores auxiliares possam sanar os incidentes (se houver), para
prosseguir com os exercícios. Os Instr Aux devem acompanhar, individualmente,
cada atirador.
2.10.2.12 Quando não houver mais falhas, comandar:

“EXERCÍCIO DE TIRO TERMINADO!


ATIRADORES, ARMAS AO SOLO, APONTANDO PARA OS ALVOS, TRAVA-
DAS, ABERTAS E SEM CARREGADOR;
JANELA DE EJEÇÃO PARA CIMA E CARREGADOR COM O TRANSPOR-
TADOR VOLTADO PARA A RETAGUARDA”.
INSTR AUX, VERIFIQUEM A SEGURANÇA DA LINHA DE TIRO!”.
2.10.2.13 Após o sinal positivo dos instrutores auxiliares:
“LINHA DE TIRO EM SEGURANÇA!
ATIRADORES DE PÉ!
À FRENTE VERIFICAR OS IMPACTOS!”.
2.10.2.14 Depois de encerrado o último exercício de tiro, de cada série de ati-
radores, o instrutor e os Instr Aux farão a inspeção final na própria linha de tiro.
2.10.3 VERIFICAÇÃO DOS RESULTADOS
2.10.3.1 Durante a verificação dos alvos, os atiradores anotam os impactos no
borrão de tiro, um instrutor auxiliar anota em uma folha o desempenho (E, MB,
B, R ou I) e recolhe os borrões dos militares aptos. Os resultados insuficientes
têm que ser recuperados.

2-19
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2.10.3.2 Os instrutores auxiliares que permanecem na linha de tiro organizam o
próximo rodízio.
2.10.3.3 A série de espera recolhe estojos vazios e, em seguida, retorna ao seu
lugar e se posiciona de frente para o alvo sem tocar no armamento.
2.10.3.4 A próxima série se prepara para ocupar a posição de espera.
2.10.3.5 O armeiro anota o número das armas com as respectivas quantidades
de tiros, além de registrar, se for o caso, as panes, incidentes ou problemas
apresentados.
2.10.3.6 Os atiradores obreiam os orifícios dos impactos nos alvos ou trocam por
alvos novos, se for o caso.
2.10.3.7 Após o término dos exercícios de tiro previstos, os atiradores com re-
sultado satisfatório seguem para a manutenção do armamento, coordenada pelo
armeiro.
2.10.4 CONTROLE DA INSTRUÇÃO
2.10.4.1 É importante que o Cmt da linha de tiro acompanhe, antes, durante
e após o exercício, o trabalho dos seus auxiliares, a fim de providenciar,
mediante DIEx, as seguintes informações:
a) situação do armamento: neste item relaciona-se a numeração do fuzil com
o número de disparos efetuados pela arma. É necessário especificar as armas
que apresentaram mau funcionamento, tiveram peças danificadas ou causaram
incidente de tiro.
b) resultados individuais: no DIEx, os borrões de tiro são anexados, emitindo
parecer, indicando os militares que não atingiram resultado satisfatório. Esses
militares não deverão portar armamento e deverão realizar nova instrução pre-
paratória e tiro de recuperação.
c) consumo de munição: neste item são relacionadas as quantidades, por lote
de cartuchos consumidos, de cartuchos danificados e de cartuchos devolvidos.
2.10.4.2 Durante a instrução, o graduado responsável pela munição deve
usar a ficha de consumo de munição (Fig 7) como ferramenta de controle
a) Extra: é a munição distribuída além do previsto. Exemplo: munição para subs-
tituir cartucho danificado no carregamento.
b) Sobra: é a munição distribuída e não utilizada. Exemplo: o atirador não termina
a série de tiro dentro do tempo determinado.
c) Os municiadores, entregando munição extra para os Instr Aux ou recebendo
as sobras destes, informam imediatamente o fato ao graduado controlador da
munição.

2-20
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d) Os acidentes ocorridos durante a instrução deverão ser administrados de acordo
com o previsto no Programa de Instrução Militar (PIM).

Fig 7 - Ficha de consumo de munição

2.10.5 CONCLUSÃO
- Ao término do exercício de tiro, é feita uma análise, em que se procura mostrar
os pontos a serem melhorados nos fundamentos de tiro, ressaltando-se os as-
pectos positivos.
2.10.6 PRESCRIÇÕES DIVERSAS
a) Previsão de consumo de munição - conciliar a quantidade prevista para o
consumo, segundo a IRTAEx e a disponibilidade de cartuchos pelas dotações
da OM. Estas são regulamentadas por portarias específicas, sendo conveniente
consultá-las junto à 4ª seção e ao oficial de munição da OM.
b) Pedido de munição - é feito por meio da SU ao S4.
c) Pedido de apoio médico - é feito por meio da SU ao S4.
d) Pedido de estande - é feito por meio da SU ao S3.
e) Aquisição de Alvos e Obreias - os alvos e obreias podem ser adquiridos no
EGGCF ou por outros processos administrativos. Na impossibilidade de comprá-
-los, os alvos poderão ser confeccionados de maneira artesanal, usando- se
cartolina ou outro papel e tinta preta.
f) Tamanho do alvo: de acordo com o previsto no Anexo I.

2-21
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g) Em estandes reduzidos, bem como para a confecção dos meios auxiliares de
instrução, é recomendável utilizar alvos com dimensões reduzidas em escala,
proporcionais à distância operacional (200m para o FAL e 150m para o Para-Fal/
IA2), possibilitando ao instruendo sempre a mesma fotografia.
h) Exemplo:
1) pela regra de três:

- Onde A é a distância de utilização do estande, B é a distância operacional


do armamento, C é uma das dimensões (altura/largura) do alvo original e D é a
mesma dimensão (altura/largura) do alvo, porém em escala reduzida.
2) por fator multiplicador:
- Em um estande de 50 m, considerar representar distância a 200m, 50/200
= ¼ ao FATOR MULTIPLICADOR. Multiplicam-se pelo fator multiplicador todas
as dimensões do alvo: 36 cm × ¼; 56 cm × ¼; 20 cm × ¼; 16 cm × ¼, pois ¼ é
o valor de 200 m dividido por 50.
i) As molduras podem ser confeccionadas com diversos materiais (papelão, ma-
deira, isopor, pano, etc.). Deverão ser numeradas e devem permanecer firmes e
resistentes às condições adversas do tempo, como chuvas e ventos fortes.

2-22
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CAPÍTULO III
FUNDAMENTOS DE TIRO

3.1 GENERALIDADES
3.1.1 TIRO PRECISO
- É um conjunto de ações muito simples e interligadas. Os fundamentos de tiro
são aspectos básicos que devem ser perfeitamente compreendidos neste pro-
cesso, sendo apresentados na sequência natural das ações para realização de
um disparo com o fuzil. Se o atirador os executar corretamente, terá maior êxito
na realização de tiros em alvos de instrução e no combate.
3.1.1.1 O tiro é dividido em cinco fundamentos: posição estável, pontaria, controle
da respiração, acionamento do gatilho e acompanhamento.
3.1.1.2 Todos os fundamentos devem ser executados de forma integrada e sequen-
ciada. O atirador deve utilizar a estrutura óssea do corpo como apoio, procurando
amenizar a fadiga precoce dos músculos envolvidos na posição.
3.1.2 TIRO RÁPIDO
3.1.2.1 É a técnica utilizada para acertar alvos próximos ao atirador, em torno de
25m, que surgem repentinamente, sendo necessária uma pronta ação, sendo o
primeiro tiro realizado em menos de um segundo. É muito empregado nos fogos
de assalto, fogos defensivos aproximados, fogos no interior da posição, patrulha-
mentos e pelas sentinelas.
3.1.2.2 Como o tempo para a execução do tiro rápido é pequeno, então, todos
os fundamentos do tiro serão realizados com maior rapidez e com duplicidade,
pois a cada vez que for empregado o tiro rápido, serão executados dois disparos.
3.1.3 Os fundamentos de tiro de fuzil, bem como as diferentes técnicas de tiro
serão detalhados nos artigos a seguir.

3.2 POSIÇÃO ESTÁVEL


3.2.1 É o sistema formado pela empunhadura e a posição de tiro, objetivando
a menor oscilação do conjunto arma-atirador. Sempre que possível, o atirador
deverá procurar utilizar qualquer tipo de apoio (sacos de areia, árvores, troncos,
pneus, colunas, etc.) para a realização do tiro, pois além de permitir uma posição
mais estável, poderá servir também de abrigo.Vale ressaltar que, em algumas
situações, o atirador não contará com apoios. Para manter uma boa estabilidade,
qualquer que seja a posição de tiro, é necessária uma força muscular que sustente
o peso da arma e tenha como resultante a firmeza da arma e da posição de tiro.

3-1
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3.2.2 CONCEITOS
3.2.2.1 Oscilações - são movimentos constantes do corpo do atirador que in-
fluenciam o grupamento de tiro e são notados durante a pontaria.
3.2.2.2 Arco de movimento - é o desenho formado pela pontaria da arma, no
alvo, por causa da oscilação natural do atirador (Fig 8).

Fig 8 - Arco de movimento

3.2.2.3 Estabilidade da posição - situação ocorrida quando, ao assumir a posição


de tiro, o atirador possui um arco de movimento reduzido.
3.2.2.4 Firmeza - é qualquer ação exercida sobre a arma ou sobre a musculatura
que resulte em estabilidade.
3.2.2.5 Contração - é a força muscular exercida sobre a arma ou musculatura
que resulte em instabilidade e fadiga precoce.
3.2.2.6 Zona natural de pontaria - ao assumir naturalmente a posição de tiro, o
fuzil do atirador aponta para uma determinada direção.
a) A direção apontada e a oscilação do corpo determinam a zona natural de
pontaria.
3-2
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b) Caso esta zona não coincida com o alvo, o atirador deve corrigir a posição de
tiro para que isto aconteça.
c) Se o atirador forçar a posição de tiro na direção do alvo, diminuirá a estabilidade
da posição, bem como a probabilidade de acerto.
d) Quanto mais frequente for a prática do atirador, melhor será a capacidade de
fazer com que a zona natural de pontaria seja a região do alvo, ao assumir a
posição de tiro naturalmente. Essa tomada de posição inicial é essencial para o
bom desempenho do tiro.
3.2.3 EMPUNHADURA
3.2.3.1 É o ajuste das partes do corpo à arma, proporcionando firmeza ao conjunto,
facilitando a realização da pontaria e o correto acionamento do gatilho. Ela sofre
apenas pequenas alterações conforme a posição de tiro. Os pontos de contato
do corpo do atirador com a arma são: a coronha com o ombro, a bochecha sobre
a coronha, a mão que atira no punho e a mão auxiliar no guarda- mão ou punho
de engajamento tático.
3.2.3.2 Os tipos de empunhadura serão abordados no Capítulo IV deste Caderno
de Instrução.
3.2.4 POSIÇÕES DE TIRO
3.2.4.1 A posição de tiro deverá propiciar ao atirador estabilidade e conforto
(este último quando possível), possibilitando assim uma correta empunhadura
e pontaria. Ela reduzirá o arco de movimento do atirador, permitindo a ele me-
lhores condições para realizar um acionamento correto. A diminuição do arco de
movimento é consequência, portanto, da posição de tiro e, principalmente, do
treinamento constante.
3.2.4.2 A escolha da melhor posição de tiro, ou uma variação desta, será feita em
função da situação do terreno, do inimigo ou dos meios disponíveis para apoio
e abrigo.
3.2.4.3 A precisão na tomada de posição dá-se repetindo sempre a mesma em-
punhadura, ou seja, pôr a arma no mesmo lugar todas as vezes. A bochecha em
contato firme com a coronha, a mão que atira exerce pressão para a retaguarda,
as placas do guarda-mão são empunhadas firmemente pela mão auxiliar e a
chapa da soleira está no cavado do ombro. A empunhadura é bem firme ao corpo
para aumentar a estabilidade do conjunto atirador-armamento e absorver melhor
o recuo da arma. Arma e atirador devem compor um único sistema.
3.2.4.4 As diversas posições de tiro serão abordadas no Capítulo IV deste Ca-
derno de Instrução.

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3.3 PONTARIA
3.3.1 GENERALIDADES
3.3.1.1 A pontaria é o fundamento de tiro que faz com que o atirador direcione
sua arma para o alvo.
3.3.1.2 Apontar para o alvo significa alinhar os aparelhos de pontaria correta-
mente com o alvo.
3.3.1.3 O ser humano possui um de seus olhos com prioridade de entrada visual
no cérebro, denominado olho diretor. Por ser o principal, é onde ocorre o foco
natural, sem que haja esforço. Este, sempre que possível, deve ser utilizado para
realizar a pontaria, desde que seja do mesmo lado que o atirador prefira atirar
em função da sua habilidade motora. Caso este lado não seja correspondente ao
olho diretor, o atirador deve escolher sua posição de tiro de acordo com o lado
que possui mais coordenação para disparar, não utilizando o olho diretor para a
pontaria.
3.3.1.4 Para descobrir qual seu olho diretor, o atirador deve apontar com o dedo
indicador um objeto a uma distância aproximada de 05 (cinco) metros e focar com
os dois olhos. Após isso o atirador deverá manter somente o olho direito aberto e
posteriormente somente o esquerdo. O olho aberto que mantém o dedo apontado
para o objeto é o olho diretor do atirador.
3.3.1.5 A pontaria sempre será realizada no centro do alvo, por ser o local onde
há maior probabilidade de acerto devido à massa exposta e por ser região vital
do corpo humano.
3.3.1.6 Nem sempre o atirador terá a necessidade de atirar com um dos olhos
fechados, isso dependerá da distância do disparo, bem como dos aparelhos
ópticos que tiver disponível.
3.3.1.7 No tiro rápido a pontaria é realizada com os dois olhos abertos, com o foco
visual no alvo, por sobre o aparelho de pontaria. Tem por finalidade evitar que a
visão sobre a área do alvo seja limitada pelo aparelho de pontaria, ou seja, utilizar
a visão periférica na região do alvo, permitindo ao atirador caminhar enquanto
segura o fuzil na posição de tiro podendo, dessa forma, realizar tiros em outros
alvos que surjam inopinadamente.
3.3.1.8 Existem diversos sistemas de pontaria, serão abordados os seguintes:
pontaria com alça e maça, pontaria com luneta, pontaria com mira holográfica e
pontaria com amplificador.
3.3.2 PONTARIA COM ALÇA E MAÇA
3.3.2.1 Elementos da Pontaria
3.3.2.1.1 Linha de mira (LM) - Linha imaginária que une o olho à maça de mira,
passando pela alça. Ela é responsável pelo alinhamento do armamento com a

3-4
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direção de tiro. Qualquer erro, por menor que seja, provoca um desvio angular
do ponto de impacto (alvo) em relação ao ponto visado (Fig - 9).

Fig 9 - Linha de mira

3.3.2.1.2 Linha de visada (LV) - Linha imaginária que se constitui no prolongamento


da linha de mira até o alvo. Linha que sai do olho do atirador até o alvo, passando
pelos aparelhos de pontaria (Fig 10).

Fig 10 - Linha de visada

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3.3.2.1.3 Fotografia - imagem obtida quando se realiza a pontaria. Para tanto, é
necessário, no tiro de fuzil, focalizar o topo da maça de mira, tangenciando a linha
imaginária que corta o centro da alça de mira (Fig 11) e colocá-lo no centro do alvo.

Fig 11 - Fotografia correta

- As abas de proteção da maça de mira não são utilizadas na pontaria. Como o


cérebro trabalha com imagens, a fotografia correta deve ser permanentemente
buscada pelo atirador até o momento do disparo, buscando visualizar com nitidez
a maça de mira e desfocar a alça e o alvo.
3.3.2.1.4 Distância para a alça - distância compreendida entre o olho do atirador
e a alça de mira, de aproximadamente 4 dedos (Fig 12).

Fig 12 - Distância para alça

3-6
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a) Esta distância permitirá atingir rapidamente a imagem da fotografia correta.
b) É importante que o atirador busque se adestrar de forma a sempre tomar a
mesma distância do olho para a alça de mira a fim de evitar diferenças na foto-
grafia, o que resultará em disparos desiguais.
3.3.2.1.5 Foco na maça - o olho humano não consegue focalizar, ao mesmo tempo,
objetos em planos diferentes.
a) Portanto, durante a pontaria, só se pode focalizar, nitidamente, um dos três
planos da fotografia: a alça, a maça ou o alvo.
b) Para uma perfeita fotografia, deve-se focalizar com clareza (nitidamente) a
maça de mira, conforme visto anteriormente (Fig 11).
c) Nesta situação, ela se encontrará naturalmente centrada em relação à alça,
obtendo-se a linha de mira. A partir daí, basta direcionar o topo do pino da maça
de mira para o centro do alvo, que permanecerá embaçado até o momento do
disparo.
d) Focando na alça ou no alvo, a maça ficará embaçada, permitindo que um mínimo
desvio seja imperceptível, provocando assim uma grande dispersão.
e) O atirador tem que acreditar que o importante é focar na maça de mira, do
início ao fim.

Fig 13 - Erros na linha de visada

3-7
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Fig 14 - Erros de linha de mira

3.3.3 PONTARIA COM LUNETA


3.3.3.1 Generalidades
3.3.3.1.1 A luneta de tiro do fuzil tem por objetivo auxiliar o atirador a visualizar
e identificar seu alvo com mais facilidade.
a) O uso da luneta causa uma falsa impressão de melhoria na precisão do tiro.
b) Porém o que vai indicar o tiro “perfeito” é a correta execução dos fundamentos de
tiro, a qualidade do armamento e da munição, e não o fato da luneta permitir uma
visualização mais apurada em relação aos aparelhos de pontaria convencionais.
3.3.3.1.2 A luneta de tiro deve ser usada por militares que possuam melhor qua-
lificação e desempenho no tiro com fuzil.
- Deve-se ainda, treinar a técnica correta para aproveitar ao máximo as suas
vantagens.
3.3.3.2 Fundamentos
3.3.3.2.1 Pontaria - o alinhamento dos aparelhos de pontaria obtido através da
alça e maça de mira não ocorre na luneta.
a) Um perfeito alinhamento acontece quando o centro dos retículos da luneta
coincide com o centro do alvo.
b) Ela não pode ter sombras no contorno da ocular e suas bordas devem estar
nítidas. O foco de mira deve estar no alvo. (Fig 15 e 16).

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Fig 15 - Fotografia correta

3.3.3.2.2 Distância ocular na posição de tiro - a distância do olho do atirador para


a ocular da luneta deve ser de aproximadamente 7 cm para permitir a fotografia
correta, respeitando a acuidade visual de cada atirador.

Fig 16 - Erros na distância ocular

Fig 17 - Erro de sombreamento das bordas

3.3.3.2.3 Engajamento dos alvos - ao melhorar a capacidade de enxergar o alvo,


a luneta de tiro também restringe o campo visual do atirador.

3-9
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a) O treinamento do tiro com luneta permite que se realize a pontaria e o disparo
com os dois olhos abertos.
b) Dessa forma, o atirador poderá ter controle sobre o que ocorre em seu setor
de tiro e não somente o que está sendo observado no retículo de sua luneta.
3.3.3.2.4 Cada luneta possui seu sistema de regulagem e suas características. O
instrutor de tiro é responsável pela consulta aos manuais técnicos, IP, ou mesmo
os manuais dos fabricantes das lunetas utilizados pelo Exército.
- Cabe ainda ao instrutor, a condução e a verificação da regulagem da luneta pelo
atirador responsável pela utilização deste material.
3.3.4 PONTARIA COM MIRA HOLOGRÁFICA
3.3.4.1 Fundamentos
3.3.4.1.1 O uso da mira holográfica é simples. Como não há aumento ou para-
laxe, o atirador deverá simplesmente colocar o ponto vermelho (no caso da mira
Newcon Optik) sobre o ponto de pontaria e realizar o disparo (Fig 18).

Fig 18 - Mira holográfica Newcon Optik

3.3.4.1.2 O atirador deve buscar fazer o apoio de bochecha e olhar ao longo do


centro do tubo da mira, este apoio de bochecha poderá ser mais alto do que o
que ocorre com as miras do tipo alça/maça, mas deve sempre existir.
3.3.4.1.3 O atirador também deve estar atento à altura da mira holográfica e como
isso afetará o ponto de impacto em relação ao ponto de pontaria nas diferentes
distâncias.

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Fig 19 – Tipos de Mira holográfica

3.3.4.2 Ajuste da Mira Holográfica


3.3.4.2.1 É importante também que o atirador faça o ajuste de sua mira
holográfica no momento em que ele for acoplado a seu armamento e guarde a
posição exata do trilho em que foi realizada a clicagem.

Fig 20 - Colimação pela visada do cano

3.3.4.2.2 Para realizar o ajuste “grosso” do equipamento, o atirador deverá des-


montar as partes móveis do fuzil de forma que consiga olhar através do cano de
seu armamento, no sentido câmara – cano.

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3.3.4.2.3 Após isso, designará um alvo como referência e deverá visualizar o alvo
tanto pelo cano do fuzil, como pela mira holográfica, observando assim a posição
do ponto de pontaria, que deverá estar na mesma posição da visada feita pelo
cano. Se isso não ocorrer, o atirador deverá ajustar o ponto de pontaria até que
ele coincida com o alvo visto nos tambores de clicagem.
3.3.4.2.4 Para realizar o ajuste “fino”, o atirador deverá montar seu fuzil novamente
e realizar a clicagem com tiros. A clicagem estará bem próxima do ideal devido
ao ajuste feito anteriormente.
3.3.5 PONTARIA COM AMPLIFICADOR
3.3.5.1 O uso do amplificador é muito semelhante ao uso de uma luneta. No en-
tanto, ao invés do retículo, o atirador utiliza o ponto vermelho da mira holográfica
para realizar a pontaria, tendo em vista que o amplificador não possui elemento
de pontaria. A seguir é possível ver o amplificador distribuído pela cadeia de
suprimento (Fig 21).
3.3.5.2 Dependendo da qualidade e do alinhamento do amplificador, podem
ocorrer pequenos desvios na clicagem, por isso bons amplificadores possuem
sistema de clicagem próprio.

Fig 21 - Amplificador Newcon Optik

3.3.5.3 Neste caso, o atirador deverá primeiro clicar a mira holográfica sem am-
plificação e depois clicar o amplificador.
3.3.5.4 O atirador também deve estar atento às distorções que podem ser provo-
cadas pelo uso da amplificação no ponto vermelho.

3-12
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3.4 CONTROLE DA RESPIRAÇÃO
3.4.1 É a ação de interromper voluntariamente o ciclo respiratório durante o pro-
cesso do disparo.
3.4.2 Durante o ciclo respiratório, entre uma expiração e a próxima inspiração,
existe uma pausa respiratória natural, momento em que o diafragma está total-
mente relaxado.
3.4.3 Nos tiros de precisão, o atirador deverá prender a respiração nesta pausa
respiratória natural (que se inicia ao final da expiração), prolongando-a enquanto
realiza o acionamento.
3.4.3.1 É importante para a realização de um bom disparo que o prolongamento
da pausa respiratória não ultrapasse, em média, 8 segundos. Caso contrário,
prejudicará a oxigenação do organismo, provocando tremores musculares e vista
embaçada.
3.4.3.2 Além de prejudicar o aspecto físico, aumenta a ansiedade e a tensão no
atirador que, por fim, acabará executando um mau acionamento do gatilho. Neste
caso, quando o tempo for suficiente, o atirador deverá ser orientado para que,
não conseguindo realizar o disparo neste intervalo, desfaça a pontaria, volte a
respirar e reinicie todo o processo.

Fig 22 - Controle da respiração

3.4.3.3 Com o treinamento, deverá aprender a realizar o disparo antes de começar


a se sentir incomodado com a pausa respiratória. Caso o atirador tenha que rea-
lizar tiros subsequentes, ele deve prolongar a pausa entre eles ou, necessitando
de ar, respirar rapidamente e continuar os disparos (Fig 22).

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3.4.4 No tiro de combate, porém, o corte na respiração acontece em qualquer
momento do ciclo respiratório, tendo em vista que o objetivo principal é o enga-
jamento imediato do alvo (Fig 23).
3.4.5 Com o treinamento correto e sistemático desse tipo de respiração é possível
obter excelentes resultados no tiro de combate.
3.4.6 É importante reforçar que atiradores iniciantes devem ter um bom conheci-
mento da respiração do tiro de precisão antes de passarem para o tiro de combate.
Isso porque essa técnica exige amplo domínio dos fundamentos de tiro para ser
aplicada de maneira efetiva.

Fig 23 - Controle da respiração no combate

3.5 ACIONAMENTO DO GATILHO


3.5.1 CARACTERÍSTICAS DO ACIONAMENTO DO GATILHO
3.5.1.1 Durante o acionamento, o atirador deve ter em mente: manter a posição
estável, focalizar a maça, procurar colocá-la no centro do alvo, prender a respi-
ração e aumentar, suave e progressivamente, a pressão na tecla do gatilho até
após ocorrer o disparo.
3.5.1.2 O dedo indicador toca a parte central da tecla do gatilho com a região
entre a parte central da falange distal e a sua interseção com a falange média.
3.5.1.3 A pressão deve ser exercida de forma suave e progressiva, sem
movimentos bruscos, para a retaguarda e na mesma direção do cano da arma,
sem vetores laterais. É importante não alterar a firmeza da empunhadura durante
a compressão do gatilho, ou seja, o movimento do indicador deve ser totalmente
independente da empunhadura (Fig 24).

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3.5.1.4 O acionamento pode ser rápido, mas nunca pode ser brusco o suficiente
para desalinhar a linha de mira, nem a linha de visada. O acionamento mal feito
tem o poder de destruir toda pontaria realizada.
3.5.1.5 No tiro rápido, por exemplo, o acionamento é feito em uma velocidade
muito maior que a normal, porém de forma consciente para que os aparelhos de
pontaria não desalinhem de forma significativa.
3.5.1.6 O segredo de um tiro preciso está em acionar bem o gatilho sem desa-
linhar a pontaria.

Fig 24 - Sentido da força do acionamento

3.5.2 REARME DO GATILHO


3.5.2.1 Após o disparo, estando o fuzil com o registro de tiro e segurança em
repetição, é necessário aliviar a pressão no gatilho até que este atinja o ponto
em que ele está pronto para o próximo tiro, no qual o atirador sentirá e ouvirá um
clique, este clique é chamado de rearme do gatilho.
3.5.2.2 Na prática, o atirador faz o alívio rápido da pressão de forma a provocar
o rearmar, imediatamente após, ele aplica força de novo no gatilho, parando seu
dedo após a folga, no ponto de quebra do gatilho.
3.5.2.3 Neste ponto, o atirador pode novamente aplicar força para executar o
próximo disparo, sem precisar retirar totalmente o dedo do gatilho.
3.5.2.4 O correto rearme do gatilho é a melhor forma de se obter disparos sub-
sequentes rápidos sem perda de precisão significativa.
3.5.3 ERROS NO ACIONAMENTO DO GATILHO
3.5.3.1 Linha de visada - ao executar a pontaria, é desejável que o atirador
permaneça com a arma sobre o ponto visado, mantendo a linha de visada. No
entanto, sempre há uma pequena oscilação, mais sentida quanto maior a distância

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do alvo, maior a instabilidade da posição e menor o treinamento. Esta situação,
aliada à ansiedade de acertar, faz com que o atirador cometa erros no aciona-
mento, podendo obter um mau resultado.
3.5.3.2 Gatilhada - O atirador “comanda” o disparo, acionando bruscamente o
gatilho quando julga visualizar a fotografia ideal. Com isso, ao invés de atingir o
alvo no ponto desejado, pode deixar de acertá-lo.
3.5.3.3 Antecipação - Outra consequência de comandar o tiro é a antecipação
de reações ao disparo. O atirador pode ser levado a aumentar a pressão da em-
punhadura e a forçar o punho para baixo como para compensar o recuo da arma.
3.5.3.4 Esquiva - Pode ainda ocorrer a esquiva, na qual o atirador projeta o ombro
para trás procurando fugir do recuo. Muitas vezes, o atirador chega a fechar os
olhos antes do disparo, perdendo a fotografia.
3.5.4 TIPOS DE ACIONAMENTO
3.5.4.1 Existem três técnicas de disparos que devem ser de conhecimento de
todo militar, já que nem sempre o tiro será executado nas mesmas condições.
3.5.4.2 Essas técnicas levarão em consideração normalmente a distância do alvo
e o tipo de engajamento.
3.5.4.3 Em distâncias longas, com mais 100 m, o mecanismo é disparado em
uma cadência lenta. Nesta distância aciona-se o mecanismo de disparo mantendo
pressionado o gatilho contra o guarda-mato, impedindo que ele se rearme após
o tiro (não há desconexão). Em ato contínuo relaxa-se a pressão do dedo o sufi-
ciente para o mecanismo se rearmar, voltando então novamente ao acionamento
lento e progressivo.
3.5.4.4 Em distâncias médias, entre 50 e 100 m, o mecanismo é disparado em
uma cadência maior, relaxando a pressão do dedo até o mecanismo rearmar- se
naturalmente sem perder o contato com a tecla do gatilho (não há desconexão).
Dessa forma, é executado um acionamento progressivo com o objetivo de manter
uma cadência com maior volume de fogo a frente.
3.5.4.5 Em distâncias curtas, com menos de 50 m, o mecanismo é disparado o
mais rápido possível, sendo que para isso é necessário que haja desconexão entre
o dedo e o gatilho, permitindo assim que o mecanismo se rearme rapidamente
para um novo disparo. Nesta técnica o tiro ocorrerá sem a visada convencional,
tendo em vista o grande volume de fogo à frente. Cabe ressaltar que esta técni-
ca deve ser utilizada em situações extremas e particulares, onde não haja outra
alternativa de disparo.
3.5.4.6 É importante reforçar que as técnicas de disparo supracitadas deverão ser
treinadas após o domínio do acionamento progressivo e uniforme.

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3.6 ACOMPANHAMENTO
3.6.1 CARACTERÍSTICAS DO ACOMPANHAMENTO
3.6.1.1 É a fase que se inicia após o disparo do fuzil. É um fundamento que exige
bom domínio dos demais para ser aplicado corretamente.
3.6.1.2 Quando se olha na direção de algum objeto, a imagem atravessa a
córnea e chega à íris, que regula a quantidade de luz recebida por meio de
uma abertura chamada pupila.
a) Passada a pupila, a imagem chega ao cristalino e é focada sobre a retina.
O cérebro é responsável por receber uma imagem invertida e em milésimos de
segundos desinvertê-la.
b) Portanto, do ponto de vista científico, tudo o que se vê é passado.
c) Para se garantir que o tiro vá para onde se aponta, deve-se manter o processo
mesmo depois do disparo.
3.6.1.3 O acompanhamento consiste nas seguintes ações:
a) procurar manter a linha de mira, com o foco na maça;
b) continuar a acionar a tecla do gatilho até o final do curso da mesma forma que
vinha sendo feita antes do disparo;
c) manter o apoio da bochecha na coronha;
d) manter o mesmo nível de tensão muscular da posição e firmeza na empunha-
dura;
e) evitar qualquer reação ao recuo ou ao estampido do tiro; e
f) liberar a tecla do gatilho somente após a linha de visada ter sido restabelecida.
3.6.1.4 O acompanhamento é essencial para a boa execução do tiro, permitindo
ainda maior facilidade no engajamento de alvos subsequentes e que o atirador
realize a “cantada” de seu próprio tiro. Se realizado corretamente, auxilia na con-
centração e na pontaria nos momentos finais do disparo.
3.6.2 INDICAÇÃO DO TIRO (“CANTADA”)
3.6.2.1 Indicar o tiro é a capacidade do atirador saber onde o projétil atingiu o
alvo, imediatamente após ter sido disparado. Normalmente alvos humanos são
fugazes e movem-se após terem sido alvejados. O atirador deve ser capaz de dizer
o local provável de impacto do tiro para auxiliar na confirmação do acerto do alvo.
3.6.2.2 O tiro é indicado pelo atirador pela relação entre o local onde o fuzil estava
apontado no momento do disparo e o ponto de pontaria no alvo (em princípio,
o centro de massa), por meio do processo do relógio, observando a direção e a
distância.

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3.6.2.3 A imagem da indicação do tiro é a fotografia que o atirador observa ime-
diatamente após o desengatilhamento e antes do início do recuo do fuzil. Caso
a pontaria esteja correta, no centro do alvo, a cantada será a fotografia correta.
3.6.2.4 A partir do momento em que o atirador consegue realizar a cantada exata,
significa também que está aplicando corretamente os fundamentos de tiro. Quanto
mais experiente, mais precisas serão as cantadas do atirador.
3.6.2.5 Inicialmente é uma técnica difícil de ser executada. O acompanhamento
correto do tiro facilita a cantada.
3.6.2.6 Estando hábil em cantar o tiro, o atirador poderá mais facilmente realizar
a clicagem do armamento e determinar corretamente a alça de combate do fuzil.
3.6.2.7 A cantada correta indica que o atirador está realizando e dominando os
fundamentos de tiro corretamente.
3.6.3 RECUPERAÇÃO
3.6.3.1 Após a realização do disparo, inevitavelmente haverá a perda da
fotografia. A recuperação consiste na obtenção de uma nova fotografia após cada
disparo. Uma rápida recuperação depende do controle do recuo e do ato de se
buscar a nova fotografia.
3.6.3.2 O melhor controle do recuo será obtido a partir da firmeza da em-
punhadura, especialmente na mão auxiliar e do contato da arma com o ombro.
A posição de tiro deve ser frontal e inclinada à frente, proporcionando maior
estabilidade nesse controle.
3.6.3.3 No ato de se buscar uma nova fotografia, o atirador deve atentar para
dois detalhes:
a) primeiro não fazer qualquer movimento na arma além de trazê-la de volta a
posição inicial, tal como subir o cano além do ponto no qual este é lançado pelo
recuo.
b) Segundo, não deve aplicar força para baixo na arma antes da realização do
disparo, este erro é chamado de antecipação, conforme explicado no item 3.5.3.3.

3.7 AÇÃO INTEGRADA DE ATIRAR


3.7.1 A partir do momento em que o atirador tiver aprendido os cinco fun-
damentos de tiro, ele deve saber integrá-los. A ação integrada de atirar é uma
sequência lógica de medidas que o atirador realiza para melhor harmonizar os
fundamentos.

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3.7.2 FASES
3.7.2.1 Fase da preparação
- Nessa fase o atirador procura assumir a melhor posição de tiro para realizar
o disparo, procurando as melhores condições que o terreno oferece. O atirador
procura também o melhor apoio disponível para a sua posição. Verifica se a zona
natural de pontaria está no alvo e se a posição de tiro está naturalmente equi-
librada. O atirador realiza, se necessário, correções na alça de mira de acordo
com a distância em que irá disparar.
3.7.2.2 Fase do disparo
- Nesta fase serão coordenadas as ações para o tiro propriamente dito:
a) Respirar: o atirador inspira e expira, iniciando posteriormente o prolongamento
da pausa respiratória. Verifica se o apoio da bochecha no fuzil está correto, ob-
tendo a distância de, aproximadamente, 4 dedos entre o olho e a alça de mira.
Inicia também o processo de pontaria, procurando identificar o alvo e observar
a linha de mira.
b) Relaxar: a partir do início da última expiração, o atirador procura manter a
musculatura envolvida firme, estabilizando a posição de tiro, mantendo o controle
do fuzil e a firmeza na empunhadura.
c) Apontar: ao se iniciar o prolongamento da pausa respiratória, o atirador deve
refinar a pontaria no alvo, focalizando a maça de mira e procurando manter a
oscilação do fuzil no centro do alvo, mesmo que este esteja em movimento.
d) Acionar: a pressão exercida na tecla do gatilho é iniciada no final da expiração.
Mantendo a pausa respiratória e a pontaria no centro do alvo o atirador aciona
progressivamente o gatilho até o momento do disparo.
3.7.2.3 Fase de acompanhamento do disparo
- No momento em que realizou o disparo o atirador realiza o acompanhamento
do tiro e a indicação do local de impacto.
a) O atirador deve analisar o tiro imediatamente após o disparo.
b) Se o tiro atingiu o alvo, significa que a ação integrada de atirar foi realizada
corretamente.
c) Caso o alvo não tenha sido atingido, o atirador deve analisar as possíveis
causas e dar mais ênfase na correção destes erros em tiros futuros.

3.8 ANÁLISE DO TIRO


3.8.1 GENERALIDADES
3.8.1.1 A causa do erro será indicada pelo setor do alvo atingido por esses disparos
fora do centro, denominados “tiros escapados”. A simples leitura do alvo informará
3-19
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o que, provavelmente, o atirador fez para que o seu tiro atingisse aquele setor.
3.8.1.2 A percepção do tiro, durante o momento exato do disparo, a cantada,
nada mais é que a lembrança da fotografia da pontaria, no último instante antes
do disparo.
- Uma correta cantada facilita ao atirador identificar seus erros no alvo e o motivo
deles.
3.8.1.3 Evidentemente, para se valer da análise do alvo, deve-se presumir que a
arma está com a mira devidamente regulada para o centro do alvo e que todos
outros fundamentos, em especial a fotografia, estão sendo bem executados.
3.8.2 ANÁLISE DOS ALVOS

LOCAL DOS IMPACTOS CAUSA PROVÁVEL

RESPIRANDO DURANTE O DISPARO ERRO NA TOMADA


DA LINHA DE MIRA FOCO FORA DA MAÇA DE MIRA

FUNDAMENTOS DE TIRO, EM GERAL,


APLICADOS INCORRETAMENTE, INSTABILIDADE
POSSIBILIDADE DE FUZIL COM CANO SEM PRECISÃO
(INSTRUTOR DEVE TESTAR O ARMAMENTO REALIZANDO
SÉRIE DE TIRO PARA VERIFICAR O GRUPAMENTO)

REGULAGEM DOS APARELHOS DE


PONTARIA INCORRETA

Tab 3 - Análise dos alvos

3-20
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ANTECIPAÇÃO GATILHADA
FALTA DE ACOMPANHAMENTO

ESQUIVA

ERRO NA OBTENÇÃO DA ZONA NATURAL DE PONTARIA


ERRO NA TOMADA DA LINHA DE MIRA

ANTECIPAÇÃO GATILHADA
FALTA DE ACOMPANHAMENTO

Tab 3 - Análise dos alvos (continuação)

3-21
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3-22
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CAPÍTULO IV
EMPUNHADURAS E POSIÇÕES DE TIRO

4.1 GENERALIDADES
4.1.1 Durante o combate o militar deverá escolher a posição de tiro a ser tomada
de acordo com a missão, inimigo, terreno e os meios. Para tanto, o combatente
tem que conhecer as peculiaridades e as variações de cada posição de tiro, suas
vantagens e desvantagens, empregando-as corretamente nas mais diversas
situações. Desse modo, além de conhecer as posições fundamentais de tiro, o
militar tem de conhecer também as posições alternativas.
4.1.2 É válido lembrar, entretanto, que a posição é o sistema formado pela em-
punhadura e a posição de tiro, objetivando a menor oscilação do conjunto arma-
-atirador. Em algumas situações, o atirador não terá a oportunidade de buscar
apoios ou a posição mais estável, mas em qualquer posição será necessária uma
força muscular que sustente o peso da arma.
4.1.3 A posição de tiro deverá propiciar ao atirador estabilidade e conforto (este
último quando possível), permitindo assim uma correta empunhadura e pontaria.
Ela reduzirá o arco de movimento do atirador, possibilitando a ele melhores con-
dições para realizar um acionamento correto. A diminuição do arco de movimento
é consequência, portanto, da posição de tiro e, principalmente, do treinamento
constante.

4.2 EMPUNHADURA
4.2.1 CORONHA
4.2.1.1 Coronha: a colocação correta da coronha no ombro do lado da mão
que atira auxilia na obtenção de um apoio de bochecha sólido. A posição varia
lateralmente dependendo do equipamento do atirador.
4.2.1.2 Em qualquer posição, o atirador deve buscar ativamente pressionar a
coronha contra o ombro, balanceando a necessidade de relaxamento muscular
com a de controle da arma.
4.2.2 APOIO DE BOCHECHA
4.2.2.1 Apoio de bochecha: é a posição da cabeça do atirador na coronha da
arma. Um apoio de bochecha correto é vital para a rápida aquisição da pontaria.
O atirador apoia todo o peso de sua cabeça na coronha (Fig 25).

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Fig 25 - Apoio de Bochecha

4.2.2.2 A posição da cabeça deve ser a mais ereta possível para fornecer a melhor
visada pelo aparelho de pontaria.
4.2.2.3 O atirador traz o fuzil até seu rosto, não o rosto até o fuzil. A posição da
cabeça deve permanecer no mesmo ponto da coronha durante o tiro, mas o local
pode mudar com a posição de tiro. A bochecha apoiada na coronha é o ponto
principal.
4.2.2.4 O atirador deve se adaptar à sua estrutura facial para encontrar o local que
possibilite, simultaneamente, a tomada da pontaria e a repetição da colocação.

4-2
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4.2.3 MÃO QUE ATIRA
4.2.3.1 O posicionamento correto da mão que atira auxilia o acionamento do
gatilho.
4.2.3.2 O atirador pega o punho aplicando a força semelhante à de um aperto
de mão. De maneira geral, o dedo indicador toca o gatilho com o primeiro terço
da falange distal. No entanto, cada militar possui mãos e dedos de tamanhos
diferentes, logo, esta posição pode ser flexibilizada.
4.2.3.3 Para empunhar a arma, o atirador envolve à retaguarda do punho o mais
alto possível com a mão que atira. O indicador é estendido na armação, acima
do guarda-mato. O atirador envolve o punho com os demais dedos.
4.2.4 MÃO AUXILIAR
4.2.4.1 É baseada na posição de tiro e na colocação do cotovelo auxiliar para
fornecer estabilidade à arma. A posição da mão auxiliar é ajustada no tiro apoiado
ou sem apoio para maximizar a estabilidade.
4.2.4.2 De maneira geral, existem várias formas de se empunhar a arma, que
oferecem vantagens e desvantagens.
4.2.4.2.1 Empunhadura com “V” da mão
a) É a área da palma da mão onde o fuzil fica apoiado. O polegar, em lado oposto
aos demais dedos, forma uma curva semelhante à letra “V” (Fig 26).b) a mão
auxiliar apoia a parte inferior da placa do guarda-mão com o “V” da mão”.

Fig 26 - “V” da mão

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b) O antebraço da mão auxiliar fica o mais embaixo da arma possível para au-
mentar o apoio.
c) Permite maior estabilidade na tomada da posição e da diminuição do arco de
movimento, consequentemente, disparos mais precisos, porém não é tão vanta-
josa na diminuição do recuo e no tiro rápido. A mudança de alvos é mais lenta.
d) Existe também a possibilidade de usar o dedo indicador da mão auxiliar apon-
tando para o alvo.
e) Essa técnica permite ao atirador engajar o alvo de uma forma mais rápida,
tendo em vista que a direção do dedo coincide com a direção geral do cano do
armamento.

Fig 27 - Empunhadura com “V” da mão

4.2.4.2.2 Carregador ou empunhadura tática


a) A mão auxiliar envolve a empunhadura vertical específica acoplada à arma ou,
na falta dessa, o carregador, trazendo o fuzil para a retaguarda, com leve força
para encaixar no cavado do ombro, o cotovelo para baixo e próximo ao corpo. De
qualquer forma, a mão auxiliar fica o mais alto possível no equipamento.
b) Essa posição ajuda a proteger o corpo com os braços mais próximos e pro-
porciona maior conforto ao atirador. No entanto, prejudica o controle do recuo e a
transição de alvos. Pode, inclusive, aumentar a probabilidade de causar incidentes
no carregador, como problemas na alimentação.
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Fig 28 - Empunhadura Tática

4.2.4.2.3 Empunhadura tipo “C”


a) a mão auxiliar fica o mais à frente possível na placa do guarda-mão, com a
palma da mão na lateral do guarda-mão; com os dedos empolgando-o por baixo
e o polegar, se não interferir com o aparelho de pontaria, por cima.
- Não há necessidade de se buscar que o braço fique embaixo da arma.
b) o polegar e o indicador seguram o fuzil com movimento de pinça, formando um
“C”, abraçando o armamento.
- Preferencialmente, o polegar deve apontar no sentido do cano do fuzil, de
maneira que quando estiver apontando para o alvo, consequentemente o arma-
mento já estará direcionado.
c) essa posição permite melhor controle do recuo e, especialmente, transição de
alvos e rápida abordagem, pois para onde o polegar aponta, o fuzil também aponta.
- Por outro lado, proporciona menor conforto e maior fadiga, aumentando o
desgaste físico do atirador, além do bloqueio parcial da visão periférica e maior
exposição dos órgãos vitais.
d) é importante lembrar que a mão não pode estar na saída dos gases, com risco
de lesão por queimaduras.
- Além disso, nesse tipo de empunhadura é aconselhável que o militar utilize
luvas devido ao aumento de temperatura na placa do guarda-mão.

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Fig 29 - Empunhadura Tipo “C”

4.2.4.2.4 Outras empunhaduras táticas


a) Existem diversos tipos de empunhaduras táticas disponíveis e o seu uso pode
ser variado. Empunhaduras verticais podem ser usadas na empunhadura tipo “C”
ou empolgando todo o acessório com a mão auxiliar.
b) Acessórios inclinados em 45° comumente são utilizados em empunhaduras tipo
“C” e podem também ser usados com o “V da mão”. Dentre os muitos exemplos
e formas disponíveis, cabe ao atirador testar e se adaptar ao equipamento.

4.3 TÉCNICAS PARA CONDUÇÃO DO ARMAMENTO


4.3.1 GENERALIDADES
4.3.1.1 A condução refere-se ao transporte do armamento pelo atirador em situ-
ação de combate, adestramento, serviço e deslocamentos.
4.3.1.2 Fatores como a probabilidade de contato com o inimigo, o terreno, a
vegetação, os obstáculos, a adaptação do atirador e o seu adestramento irão

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determinar a forma mais adequada de conduzir o armamento a cada situação.
4.3.2 SEGURANÇA
4.3.2.1 Para a segurança do atirador e de seus companheiros, o dedo indicador
da mão que atira vai ao gatilho apenas no momento do tiro, permanecendo o
restante do tempo ao lado do guarda-mato.
4.3.2.2 A arma permanece travada quando em deslocamento e o destravamento
da arma se dará na tomada da posição para o tiro, na iminência de atirar, agin-
do com o polegar da mão que atira. Para essa execução, é necessário intenso
treinamento.
4.3.2.3 Para a condução do armamento, deve sempre ser levado em conta
os seguintes princípios:
a) tratar sempre o armamento como se estivesse carregado;
b) somente apontar o armamento para onde se quer engajar, mantendo o controle
do cano em qualquer situação;
c) dedo sempre no guarda mato, ou seja, dedo fora do gatilho. Agir no gatilho
somente quando for realizar o disparo; e
d) estar ciente do que está aquém e além do seu alvo.
4.3.3 CONDUÇÃO ADMINISTRATIVA
4.3.3.1 A tiracolo
4.3.3.1.1 O militar deixa a arma suspensa em bandoleira, nas costas, preferencial-
mente com o cano para baixo. Deve ser utilizada em situações em que o militar não
fará uso do armamento e necessita utilizar ambas as mãos para algum trabalho.

Fig 30 - Fuzil FAL com bandoleira

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Fig 31 - Bandoleira em tiracolo

Fig 32 - Fuzil IA2 com bandoleira

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4.3.3.2 Com bandoleira
4.3.3.2.1 A arma fica conectada na bandoleira e a mão que atira envolve o punho.
a) O atirador mantém o dedo fora do gatilho.
b) A mão auxiliar fica livre para outras atividades.

Fig 33 - Com bandoleira

4.3.3.2.2 O atirador pode se mover em qualquer direção enquanto usa sua mão
que atira para orientar o cano para o solo.
- A posição “com bandoleira” proporciona controle do cano, flexibilidade no mo-
vimento e acesso ao registro de tiro e de segurança.
Deve ser incentivada a condução do armamento “com bandoleira”.

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4.3.3.2.3 A bandoleira, desde que em forma de alça e presa somente no zarelho
posterior, proporciona uma forma menos cansativa de condução do armamento
e uma rápida tomada da posição de tiro.
4.3.3.2.4 A utilização de forma adequada facilita a tomada das posições de tiro e
auxilia diretamente na execução do tiro.
4.3.4 CONDUÇÃO EM COMBATE
4.3.4.1 Posição de retenção
4.3.4.1.1 O atirador realiza a empunhadura mais adequada com as duas mãos,
mantém o cano apontado para baixo e a posição relaxada.
4.3.4.1.2 É utilizada em situações em que não haja risco imediato de engajamento
e não há necessidade de realização de trabalho com as mãos.

Fig 34 - Posição de retenção

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4.3.4.2 Cano para cima


4.3.4.2.1 Utilizada como alternativa para a posição de retenção. O atirador em-
punha a arma e deixa o cano apontado diretamente para a cima.
4.3.4.2.2 A técnica de condução com o cano voltado para cima é melhor utilizada
com armamentos mais curtos, tendo em vista que em determinadas situações o
cano pode atrapalhar a transposição de algum obstáculo.

Fig 35 - Cano para cima

4.3.4.3 Pronto Baixo


4.3.4.3.1 Atiradores usam a posição de “pronto baixo” quando é necessário um
maior nível de controle de cano e de prontidão para responder a ameaças ou
quando a segurança da arma se faz necessária (tal como ambientes de aglome-
ração de pessoas).

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4.3.4.3.2 No “pronto baixo”, a mão que atira envolve o punho. A mão auxiliar
faz a empunhadura escolhida. O “pronto baixo” permite que o atirador circule
por aglomerações de pessoas ou ambientes confinados mantendo controle da
direção do cano.
4.3.4.4 Pronto Médio
4.3.4.4.1 A posição de “pronto médio” fornece um maior nível de prontidão com
a máxima área de observação para aquisição de alvos.
4.3.4.4.2 A coronha fica alojada no cavado do ombro e o cano fica a um ângulo
de 30 a 45 graus e apontando em direção ao setor de tiro.
4.3.4.4.3 A mão que atira está no punho com o dedo indicador estendido ao
longo da armação e fora do guarda-mato. Dessa posição, o atirador está pronto
para engajar ameaças em curto espaço de tempo e com mínima necessidade
de movimento.
4.3.4.4.4 O atirador mantém a observação de seu setor de tiro. A cabeça perma-
nece ereta.

Fig 36 - Pronto baixo (Esq) e pronto médio (Dir)

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4.3.4.5 Pronto Alto
4.3.4.5.1 Atiradores usam a posição de “pronto alto” quando o contato com o
inimigo é iminente, quando estão se preparando para engajar ou já estão enga-
jando o alvo.
4.3.4.5.2 No “pronto alto”, a coronha vai no cavado do ombro e o cano per-
manece apontado em direção a ameaça ou na direção mais provável de contato
com o inimigo.
4.3.4.5.3 O atirador olha através do aparelho de pontaria. A mão auxiliar faz sua
empunhadura escolhida. A mão que atira permanece no punho, com o dedo fora
do gatilho até que a decisão de atirar tenha sido tomada.

Fig 37 - Pronto Alto

4.3.4.6 Varredura
4.3.4.6.1 A partir da posição de pronto alto o atirador, após realizar o disparo, deve
conferir se existe mais alguma ameaça no seu campo de visão e posteriormente
se houve algum incidente de tiro no armamento para prosseguir.

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4.3.4.6.2 Com os dois olhos abertos, o atirador deve manter a visada por cima do
aparelho de pontaria e fazer a varredura para ambos os lados, buscando identificar
alguma ameaça que possa aparecer. O armamento deve ser direcionado para o
lado que está sendo buscado novas ameaças.

Fig 38 - Posição de varredura (Esq) e Conferência do armamento (Dir)

4.3.4.6.3 Após a varredura e verificando que não existe a presença de nenhuma


ameaça, o atirador deve inclinar o armamento para a esquerda, com o objetivo
de verificar na janela de ejeção se existe algum incidente de tiro.

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4.3.4.6.4 É importante reforçar que esse procedimento deve ser feito de maneira
rápida e quase que simultânea de modo que o atirador esteja pronto a engajar
outros alvos.
4.3.4.7 Guarda Alta
4.3.4.7.1 O atirador está com todo o seu corpo já na posição de tiro e mantém a
arma empunhada com ambas as mãos, a mão que atira no punho e a mão auxiliar
na placa do guarda-mão.

Fig 39 - Guarda Alta

4.3.4.7.2 O cano fica apontado para cima e para o lado da mão fraca, na diagonal,
com a arma cruzada em frente ao corpo e erguida em uma altura que permita a
rápida aquisição da posição de tiro.
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4.3.4.7.3 Essa posição tem por objetivo o combate corpo a corpo, quando o militar
se depara frente à frente com o inimigo e precisa utilizar-se do armamento para
atacar. Pode realizar golpes com a coronha do armamento ou com a baioneta
calada para ferir o inimigo (Fig 39).
4.3.4.7.4 Essa forma de condução do armamento é utilizada também em cursos
e estágios operacionais.

4.4 POSIÇÕES DE TIRO


4.4.1 POSIÇÃO INICIAL
4.4.1.1 É a posição utilizada para o início dos exercícios de tiro no estande.

Fig 40 - Posição Inicial

4.4.1.2 O atirador fica de frente para o alvo, com os pés afastados entre si a uma
distância correspondente à largura dos ombros (opção para o pé do lado da mão
auxiliar, um pouco à frente).

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4.4.1.3 A mão auxiliar segura a placa do guarda-mão.
4.4.1.4 A mão que atira segura o punho do fuzil na altura da cintura com o cano
voltado para frente.
4.4.1.5 O dedo indicador da mão que atira fica fora do gatilho.
4.4.2 DEITADO
4.4.2.1 A posição de tiro deitado é a plataforma de tiro mais estável devido à
proporção do corpo do atirador que fica em contato com o solo. A maior parte
do corpo do atirador fica atrás da arma para auxiliar no controle do recuo. Além
do tiro em si, a posição de tiro deitado, geralmente, é a que apresenta a menor
silhueta, sendo a ideal quando não há cobertas ou abrigos adequados, ou quando
o inimigo se encontra a uma grande distância (150 metros ou mais).

Fig 41 - Posição Deitada

4.4.2.2 O atirador deve deitar-se de frente, com o corpo em ângulo de aproxima-


damente 30º em relação à direção de tiro, para o lado da mão auxiliar.
4.4.2.3 A perna do lado da mão que atira ligeiramente flexionada e com o joelho
próximo a linha de cintura, ajudando na absorção do recuo, aliviando o movimento
do diafragma na respiração e proporcionando ao lado da mão auxiliar, um maior
contato com o solo.
4.4.2.4 A perna do lado da mão auxiliar naturalmente estendida no prolongamento
da coluna vertebral.

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4.4.2.5 O cotovelo do lado da mão auxiliar apoiado o mais embaixo possível da
arma e com o antebraço tocando o carregador. O cotovelo do lado da mão que
atira apoiado naturalmente ao lado do corpo.
4.4.2.6 A chapa da soleira encaixa no cavado do ombro.
4.4.2.7 A mão que atira empunha o fuzil, trazendo-o de encontro ao ombro do
lado que atira, dando-lhe firmeza.
4.4.2.8 A cabeça deve estar na vertical, apoiando a bochecha sobre a coronha e
descontraindo a musculatura do pescoço.
4.4.3 DEITADO APOIADO
4.4.3.1 Permanecem os mesmos fundamentos empregados na posição sem apoio.
4.4.3.2 A posição permite o uso de apoios, tais como o da mochila ou sacos de
areia.
4.4.3.3 Posição do corpo - quanto mais alinhado com o eixo da arma estiver o
corpo do atirador, melhor será o controle do recuo, no entanto, o atirador poderá
tomar uma posição inclinada em relação à arma, o que melhora a empunhadura
para um atirador de baixa estatura.
4.4.3.4 Mão auxiliar - será colocada, preferencialmente por baixo do guarda- mão,
de forma que possibilite maximizar o controle da arma e onde for mais confortável
no apoio, de acordo com a situação.
4.4.3.5 Posição das pernas - pode ser aberta, com calcanhares encostados
no solo, ou a perna do lado da mão que atira pode ficar dobrada para aliviar a
pressão no diafragma.

Fig 42 - Posição de Tiro Deitado Apoiado

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4.4.4 DEITADO LATERAL
4.4.4.1 A mão que atira pode estar por cima ou por baixo, a depender do lado que
estiver deitado. Não é necessário realizar o tiro com a mão fraca.
4.4.4.2 A perna que estiver por cima, fica ligeiramente dobrada, como se fosse
dar um passo à frente. A perna que fica por baixo deve ser mantida esticada ou
em posição lateral.
4.4.4.3 A empunhadura e a mão de apoio devem estar mantidas como se
estivessem na posição normal de tiro.
4.4.4.4 O pescoço deve ser mantido na mesma direção do fuzil, mantendo a
pontaria alinhada.

Fig 43 - Posição de Tiro Deitado Lateral

4.4.5 SENTADO COM AS PERNAS ABERTAS


4.4.5.1 É a posição de tiro sentado mais adequada para se atirar enquanto
trajando equipamento de combate, ou em terreno acidentado, particularmente
quando em declives.
4.4.5.2 De frente para o alvo, o atirador faz 1/8 de volta para o lado da mão que
atira e afasta os pés na largura dos ombros, senta-se atenuando a queda com
a mão que atira.
4.4.5.3 O peso das pernas deve estar apoiado nos calcanhares.
4.4.5.4 Apoia os cotovelos na parte interna das pernas, pouco à frente dos joelhos,
dando firmeza à posição.
4.4.5.5 A mão que atira exerce pressão na arma na direção do ombro.

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4.4.5.6 Os grupos musculares que não estiverem estabilizando a posição, devem
permanecer relaxados.

Fig 44 - Posição de Tiro Sentado com as Pernas Abertas

4.4.6 SENTADO COM AS PERNAS CRUZADAS


4.4.6.1 A posição de tiro sentado com as pernas cruzadas fornece uma base de
apoio e coloca a maior parte do peso do militar atrás da arma para rápida recu-
peração do recuo.
4.4.6.2 O atirador pode sentir fortes batimentos cardíacos devido à restrição do
fluxo sanguíneo nas pernas e abdômen.
4.4.6.3 O aumento da frequência cardíaca pode causar uma maior oscilação,
quando comparado com a posição de tiro sentado com as pernas abertas.
4.4.6.4 Após sentar-se (como na posição de pernas abertas), o atirador cruza
as pernas.
4.4.6.5 O atirador deve apoiar os cotovelos na parte interna das coxas, pouco à
trás dos joelhos, dando firmeza à posição.
4.4.6.6 As pernas podem estar com flexão parcial ou total. Essa última, é mais
estável.

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Fig 45 - Posição de Tiro Sentado com as Pernas Cruzadas

4.4.7 CÓCORAS
4.4.7.1 A posição de cócoras fornece grande estabilidade para disparos precisos,
não requer de qualquer parte do corpo do atirador com o solo além da sola dos pés.
4.4.7.2 Devido a essa última característica, é a posição mais indicada para disparos
precisos em um ambiente cujo solo esteja contaminado por agentes QBRN, em
um charco ou terreno pantanoso.
4.4.7.3 O tronco fica orientado em um ângulo de 45° em relação à direção dos
disparos.
4.4.7.4 O corpo deve estar inclinado na direção dos disparos para melhorar a
recuperação.
4.4.7.5 Os pés chapados no solo, podendo o pé do lado da mão que atira ficar
inclinado lateralmente.
4.4.7.6 Os cotovelos devem estar apoiados nas pernas utilizando apoio entre
osso e músculo. Normalmente se faz apoiando-se os cotovelos na parte interna
da coxa. Admitindo-se variações conforme fisionomia do atirador.
4.4.7.7 Conforme a situação, por exemplo, na ocupação de abrigos, a posição de
cócoras pode variar em altura, desde a posição mais baixa, descrita acima, até
a posição de pé, fazendo-se as adaptações necessárias.

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Fig 46 - Posição de Tiro Cócoras

4.4.8 AJOELHADO
4.4.8.1 É uma posição de boa estabilidade, baseada na correta distribuição do
peso do conjunto arma atirador.
4.4.8.2 O atirador deve girar para o lado da mão que atira aproximadamente 45°
em relação à direção de tiro. Dar um passo à frente com a perna do lado da mão
auxiliar, ajoelhando-se sobre a perna do lado da mão que atira.
4.4.8.3 A perna do lado da mão auxiliar permanece na vertical ou com o pé um
pouco à frente, mantendo-o paralelo à outra perna.
4.4.8.4 O peso do corpo é distribuído igualmente pelos três pontos de apoio do
conjunto (joelho, pé do lado da mão que atira e pé do lado da mão auxiliar), for-
mando uma boa base (triângulo equilátero). O atirador, porém, deve encaixar a
posição sobre a cintura do lado da mão auxiliar, procurando não pender para o
lado da mão que atira.
4.4.8.5 O cotovelo da mão auxiliar deve ser colocado diretamente abaixo da arma,
o tanto quanto possível. O atirador deve colocar o cotovelo à frente ou atrás do
joelho, o ato de colocar diretamente em cima do joelho faz com que o cotovelo
deslize e aumente a zona de oscilação.
4.4.8.6 A chapa da soleira é colocada no cavado do ombro e a mão que atira
empunha o fuzil trazendo-o, firmemente, de encontro ao cavado do ombro, re-
sultando em firmeza.

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4.4.8.7 A cabeça fica na vertical, apoiando a bochecha sobre a coronha e des-
contraindo a musculatura do pescoço.
4.4.8.8 A posição de tiro ajoelhado comporta ainda três tipos de colocação do pé do
lado que atira, podendo ser utilizadas de acordo com a individualidade do atirador.
4.4.8.9 É importante ressaltar que existem diferenças táticas entre as po-
sições do pé, que devem ser levadas em consideração quando na tomada
de posição.
a) A principal diferença entre elas é a velocidade na retomada da posição de pé
para uma progressão.
b) A posição “Nr 3”, da Fig 47, permite, em melhores condições, a retomada do
movimento.

Fig 47 - Posição de Tiro Ajoelhado

4.4.9 AJOELHADO APOIADO


4.4.9.1 A posição de joelho apoiado utiliza apoio artificial para estabilizar a arma.
4.4.9.2 Uma pressão à frente é aplicada pelo ombro do atirador para auxiliar no
controle do recuo.
4.4.9.3 A mão auxiliar empurra o apoio artificial firmemente e estabiliza a arma
simultaneamente. A posição da mão varia conforme o apoio utilizado.
4.4.9.4 A posição do corpo deve ser ajustada para manter a menor altura possível
em relação ao apoio.

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Fig 48 - Posição de Tiro Ajoelhado Apoiado

4.4.10 DE PÉ
4.4.10.1 A posição de tiro de pé oferece menos apoio e estabilidade ao atirador.
Essa posição facilita o engajamento de alvos em movimento e em várias direções.
Apesar de ser menos estável (por depender da sustentação muscular), a posição
permite tiros precisos com boa cadência.
4.4.10.2 O tronco inclina-se para a frente, no prolongamento da perna estendida.
4.4.10.3 Atiradores devem usar a posição de pé sem apoio para alvos próximos
ou quando não há tempo para tomar uma posição mais estável, como no combate
aproximado. O corpo deve ser inclinado à frente para auxiliar no controle do recuo.
4.4.10.4 O atirador deve dar um passo à frente com a perna do lado da mão auxiliar
e flexioná-la ligeiramente. A perna do lado da mão que atira permanece estendida.
4.4.10.5 A mão que atira empunha o fuzil, puxando-o firmemente de encontro ao
cavado do ombro. A mão auxiliar serve de apoio às placas do guarda-mão e o
antebraço apoia no carregador de modo a buscar mais estabilidade.

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4.4.10.6 A cabeça deve estar na vertical, apoiando a bochecha sobre a coronha
e relaxando a musculatura do pescoço.
4.4.10.7 A chapa da soleira fica um pouco acima do cavado do ombro em relação
à posição deitada e ajoelhada.
4.4.11 DE PÉ APOIADO
4.4.11.1 A posição de pé com apoio usa apoio artificial para estabilizar a posi-
ção.

Fig 49 - De pé

4-25
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4.4.11.2 O atirador usa as pernas e o tronco para aplicar pressão à frente e
auxiliar no controle do recuo.
4.4.11.3 A posição das mãos pode variar conforme o tipo de apoio utilizado.

Fig 50 - De Pé Apoiado

4.4.12 DE PÉ OLÍMPICO
4.4.12.1 Essa posição é normalmente utilizada nas competições desportivas e no
teste de entrada do estágio de caçador militar, não recomendada para o combate
aproximado, tendo em vista a demora na tomada de posição (Fig 50).
4.4.12.2 A posição dos pés pode ficar um pouco mais afastada que a largura dos
ombros, ficando o atirador em uma posição lateral em relação ao alvo.
4-26
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4.4.12.3 O atirador tem a possibilidade de apoiar o cotovelo da mão auxiliar na
cintura, inclinando o quadril levemente para frente, para servir de apoio.

Fig 51 - De Pé Olímpico

4.4.12.4 A arma fica o mais em cima do peito possível e a empunhadura da mão


auxiliar é feita apoiando o carregador sobre ela. No caso do fuzil IA2, não deve
ser feito esse apoio na base do carregador, conforme orientação da fabricante.
4.4.12.5 A chapa da soleira que normalmente é apoiada no ombro pode ser
apoiada mais próxima ao braço.

4.4.13 TIRO ABRIGADO


4.4.13.1 Durante o combate o militar irá atirar de uma posição que lhe dê maior
segurança, um abrigo. Para tanto, é necessário que o combatente saiba como
tomar uma posição abrigada, de forma a obter um maior desempenho no tiro.

4-27
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4.4.13.2 Deitado Abrigado
4.4.13.2.1 Permanecem os mesmos fundamentos empregados na posição deitado
desabrigado.
4.4.13.2.2 Deve-se buscar abrigar a maior parte do corpo possível, ficando so-
mente parte do cano do fuzil e do braço expostos.
4.4.13.2.3 A mão auxiliar encosta no abrigo, utilizando-o como apoio.
4.4.13.2.4 Proporciona boa proteção contra fogos inimigos e excelente estabilidade
na posição.

Fig 52 - Posição de Tiro Deitado Abrigado

4.4.13.3 Ajoelhado Abrigado


4.4.13.3.1 Permanecem os mesmos fundamentos empregados na posição
ajoelhado desabrigado.
4.4.13.3.2 O fuzil fica apoiado no dedo polegar da mão auxiliar.
4.4.13.3.3 Parte da palma da mão auxiliar fica encostada no abrigo, utilizando-a
como apoio.
4.4.13.3.4 A arma não toca o abrigo, permitindo o controle do atirador para
possíveis mudanças de direção.

4-28
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Fig 53 - Posição de Tiro Ajoelhado Abrigado

4.4.13.4 De Pé Abrigado
4.4.13.4.1 Permanecem os mesmos fundamentos empregados na posição de
pé desabrigado.

Fig 54 - Posição de Tiro de Pé Abrigado

4.4.13.4.2 O fuzil fica apoiado no dedo polegar da mão auxiliar.


4.4.13.4.3 Parte da palma da mão auxiliar fica encostada no abrigo, utilizando-a
como apoio.
4.4.13.4.4 A arma não toca o abrigo, permitindo o controle do atirador para
possíveis mudanças de direção.
4-29
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4.4.13.5 Para todas as posições abrigadas, caso o abrigo esteja do mesmo lado da
mão que atira, o combatente terá de inverter a sua posição de tiro, ou seja, acionar
o gatilho com a mão auxiliar. Isso exige que o militar tenha um mínimo de ades-
tramento neste tipo de situação, para que possa fazer um tiro eficaz com a mão
fraca, sendo que essas situações são muito comuns no combate em localidade.
4.4.14 VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS POSIÇÕES
4.4.14.1 Para determinar quais as vantagens e as desvantagens de uma deter-
minada posição de tiro, levam-se em conta os seguintes aspectos:
a) Estabilidade da posição;
b) Alcance eficaz do tiro proporcionado pela posição;
c) Campo de tiro oferecido pela posição;
d) Mobilidade que a posição proporciona;
e) Silhueta exposta ao inimigo; e
f) Tempo gasto para se tomar a posição.
4.4.14.2 Comparação de vantagens e desvantagens

POSIÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS

- Campo de tiro reduzido


- Maior alcance eficaz - Pouca mobilidade
DEITADO
- Menor silhueta exposta - Maior tempo gasto para a tomada
da posição
- Campo de tiro amplo
- Menor alcance eficaz
DE PÉ - Maior mobilidade
- Maior silhueta exposta
- Rápida tomada de posição
- Posição intermediária entre as posições de pé e deitado, suas vantagens e
AJOELHADO
desvantagens também são intermediárias em relação àquelas duas posições
- Vantagens e desvantagens semelhantes às da posição ajoelhado. Empre-
SENTADO gada em locais onde o terreno tenha forte inclinação e não permita a tomada
da posição ajoelhado.
- Posição empregada em situações onde o terreno se encontra contaminado
por agente QBRN ou encharcado.
CÓCORAS - Dessa forma, é necessário que o militar evite o contato com o solo e, ao mes-
mo tempo, exponha menos a sua silhueta. As vantagens e as desvantagens
assemelham-se às da posição ajoelhado.
- Proporciona ótima estabilidade - Campo de tiro reduzido
COM APOIO
aumentando o alcance eficaz - Pouca mobilidade
- Campo de tiro reduzido
- Mínima silhueta exposta ao inimigo
ABRIGADO - Aumento do tempo gasto na tomada
- Boa estabilidade na posição
de posição

Tab 4 - Comparação de vantagens e desvantagens

4-30
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CAPÍTULO V
MANEJO

5.1 TÉCNICAS PARA SANAR OS INCIDENTES DE TIRO


5.1.1 Nenhum armamento ou munição é imune a falhas, portanto, deve ser
natural e automático ao atirador identificar e sanar rapidamente as panes que
porventura venham surgir no armamento.
5.1.2 O atirador deve ter ciência que uma falha por detonação incompleta da
pólvora pode ocasionar o entupimento do cano devido ao projétil não sair do
cano. Nessa situação não devem ser executadas as técnicas aqui descritas, pois
um disparo subsequente, sem que tenha sido limpo o cano, irá causar uma falha
catastrófica no armamento, podendo vir a ferir o atirador.
5.1.3 AÇÃO IMEDIATA
5.1.3.1 São as ações executadas imediatamente ao se deparar com uma pane.
Sua execução tende a sanar grande parte das panes possíveis e no menor
tempo possível.
5.1.3.2 A primeira ação a ser executada é o “tapa” na base do carregador, que
tem por finalidade garantir que o mesmo foi corretamente encaixado e destravar
a mola do carregador caso essa tenha tido algum travamento.
5.1.3.3 A segunda ação a ser executada é o “golpe”, onde deve-se atuar na
alavanca de manejo, puxando-a completamente para retaguarda e soltando-
-a, atentando para que a janela de ejeção esteja voltada para baixo durante o
processo, de modo a retirar tanto estojos não ejetados, quanto munições não
deflagradas. Ao mesmo tempo que já é carregado o próximo cartucho presente
no carregador.
5.1.3.4 A terceira, e última ação, é o reinício do tiro quando o atirador retorna
à pontaria e aciona o gatilho.
5.1.4 AÇÃO REMEDIADORA
5.1.4.1 São as ações executadas caso as ações imediatas não consigam sanar a
pane, permanecendo o armamento com incidente. Requerem um grau maior de
atenção do atirador, bem como demandam mais tempo para serem executadas.
5.1.4.2 A primeira ação a ser executada é abrir a arma, trazendo o ferrolho até a
retaguarda e agindo no seu retém, de modo a aliviar qualquer pressão que exista
no carregador.
5.1.4.3 A segunda ação é a retirada do carregador, com a finalidade de permitir a
limpeza da câmara sem obstruções causadas por novos cartuchos.

5-1
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5.1.4.4 A terceira ação é realizar quantos “golpes” forem necessários para a lim-
peza do armamento, verificando a câmara após o procedimento.
5.1.4.5 A quarta ação é o reinício do tiro, colocando novamente o carregador,
executando um “golpe” na alavanca de manejo e reiniciando o disparo.
5.1.5 AÇÃO CORRETIVA
- Caso o armamento falhe em disparar após a execução das ações imediatas e
das ações remediadoras, deve ser verificado pane em algum dos componentes
da arma. O procedimento inicial deve ser a troca do carregador, tendo em vista
grande parte das panes serem causadas por esse item. Caso permaneça a falha,
o fuzil deverá ser levado para a reserva de armamento para que seja inspecionado
pelo armeiro.

5.2 RECARGAS
5.2.1 RECARGA EMERGENCIAL
5.2.1.1 É a recarga executada quando o armamento permanece aberto devido
não haver mais munições no carregador, devendo o atirador reagir instintiva-
mente, mantendo o foco na ameaça ou área de responsabilidade, e através
de um movimento fluído, realizar o recarregamento em quatro tempos.
a) 1º tempo: acionar o retém do carregador e liberar o carregador vazio;
b) 2º tempo: sacar o novo carregador do porta-carregador com a mão auxiliar.
1) Os porta carregadores deverão estar posicionados de modo a facilitar o
saque dos carregadores.
2) Os carregadores deverão estar posicionados de maneira que sejam inseridos
na arma sem necessidade de girá-los para o encaixe;
c) 3º tempo: inserir o carregador novo na arma, mantendo o foco na ameaça ou
na área de responsabilidade; e
d) 4º tempo: fechar a arma executando um golpe no ferrolho.
5.2.1.2 Após a conclusão dos procedimentos de recarregamento de emergência
e, consequente, estabelecimento da segurança da área de responsabilidade, o
atirador deverá, caso a situação permita, apanhar o carregador que foi descartado.
5.2.1.3 Um procedimento que permite que o atirador seja alertado quanto ao
momento da troca do carregador é, ao municiá-lo, fazê-lo com as três primeiras
munições traçantes, completando o carregador com munição M1. Dessa forma,
os três últimos tiros disparados serão traçantes, dando uma indicação visual ao
atirador que a munição do carregador está se esgotando e logo será necessária
a troca do mesmo.
5-2
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5.2.2 RECARGA TÁTICA
- É utilizado quando o atirador não sabe quantos tiros restam no carregador e ne-
cessita deixar sua arma com a capacidade plena de munição antes de prosseguir.
Deve ser realizado aproveitando alguma pausa durante o combate. É realizado
em quatro tempos:
a) 1º tempo: sacar o novo carregador do porta-carregador com os dedos indicador,
médio e polegar da mão auxiliar, os porta carregadores deverão estar posicio-
nados de modo a facilitar o saque dos carregadores. Os carregadores deverão
estar posicionados de maneira que sejam inseridos na arma sem necessidade
de girá-los para o encaixe;
b) 2º tempo: acionar o retém do carregador e retirar o carregador do armamento
empunhando com os dedos mínimo e anelar da mão auxiliar;
c) 3º tempo: inserir o carregador novo na arma; e
d) 4º tempo: guardar o carregador com pouca munição em local de descarte no
equipamento, distinto do destinado aos carregadores plenos.
5.2.3 RECARGA ADMINISTRATIVA
- É o recarregamento utilizado em estandes, entre os exercícios de tiro, com o
objetivo de colocar a arma plena para a próxima atividade.

5.3 CHEQUE AOS PARES


- O cheque aos pares é uma verificação de segurança executada em duplas ou
trios, onde a arma é verificada tanto pelo atirador, quanto pelo militar à sua es-
querda/direita. Tem por objetivo verificar se o armamento está limpo, não contendo
munições na câmara, e se está sem o carregador. Deve ser realizada a inspeção
tátil e visual por todos os militares.

5.4 PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA


5.4.1 Por ocasião da realização das séries de tiro, os procedimentos para carre-
gamento e descarregamento do armamento deverão sempre ser realizados com
as armas apontadas para direção dos alvos, mesmo que a posição inicial de tiro
não seja nessa direção. Após o carregamento das armas, o instrutor determinará
que os atiradores tomem a posição de retenção e, após isso, que se virem para
a posição inicial de tiro.
5.4.2 O dedo deverá estar sempre fora do gatilho, exceto no momento em que
se irá realizar os disparos.
5.4.3 O cano nunca deve apontar para algo que não se queira destruir.
5-3
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5.4.4 O militar deverá estar condicionado a destravar o armamento somente no


momento que irá executar o disparo, travando o seu fuzil após cessada a ameaça.
5.4.5 O cheque da área de responsabilidade é fundamental para que se garanta
a segurança, pois a quebra da visão de túnel permite um ganho de consciência
situacional.
5.4.6 Após cessadas as ameaças e antes de retornar à posição de retenção,
deve ser verificada a janela de ejeção por panes, visando ter o armamento em
condições para as próximas ameaças.

5.5 VERIFICAÇÃO DO CARREGAMENTO


5.5.1 A VERIFICAÇÃO DO CARREGAMENTO DE FUZIL É REALIZADA POR
MEIO DA OBSERVAÇÃO DA MUNIÇÃO SUPERIOR DO CARREGADOR BIFI-
LAR, EM TRÊS PASSOS:
a) primeiro passo: observar de que lado a munição superior se encontra no car-
regador;
b) segundo passo: alimentar e carregar a arma; e
c) terceiro passo: retirar o carregador e verificar se a munição superior está do
lado oposto ao observado antes do carregamento.
5.5.2 Caso o armamento possua um botão forçador (como o da família de fuzis e
carabinas AR-15/M16/M4), que tenha a finalidade de empurrar o ferrolho à frente,
é possível verificar o carregamento puxando levemente para trás a alavanca de
manejo até que a munição que está na câmara apareça, soltando- se a alavanca
na sequência. Se o armamento não completar o trancamento, será necessário
agir no botão forçador para finalizar o movimento.

5-4
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CAPÍTULO VI
ENGAJAMENTO COMPLEXO

6.1 REGULAGEM DOS APARELHOS DE PONTARIA


- É uma regulagem que permite ao militar ajustar o armamento de forma a fazer
coincidir o ponto visado com o ponto de impacto do projétil em uma determi-
nada distância.

Fig 55 - Linha de visada e ponto de impacto do projétil

6.2 ENTENDENDO A REGULAGEM


6.2.1 O ajuste do grupamento pode ser dividido em duas partes: regulagem em
direção (x) e regulagem em elevação (y).
6.2.1.1 A regulagem em direção

Fig 56 - Regulagem em direção

6-1
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Fig 57 - Alça de mira deslocada para direita

Fig 58 - Alça de mira deslocada para esquerda

6-2
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6.2.1.2 A regulagem em elevação
- A regulagem em elevação pode ser feita pela maça ou pela alça de mira.

Fig 59 - Maça de mira deslocada para cima

Fig 60 - Alça de mira deslocada para cima

6.3 ATUAÇÃO NOS APARELHOS DE PONTARIA


6.3.1 A maça de mira do FAL, PARAFAL e IA2 funciona de maneira similar,
variando somente o quanto cada clique dado altera o ponto de impacto à frente.

Fig 61 - Maça de mira

6-3
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6.3.2 SISTEMA DE REGULAGEM DE ELEVAÇÃO DA ALÇA DE MIRA
- O sistema de regulagem de elevação da alça de mira do FAL funciona sobre
uma base corrediça e o sistema de regulagem em elevação na alça de mira do
PARAFAL/IA2 funciona sobre uma base basculante com duas posições.

Fig 62 - Atuação na alça de mira do FAL

Fig 63 - Atuação na alça de mira do PARAFAL/IA2

6.3.3 Girando-se a maça de mira, com o auxílio da chave de clicar, no sentido


horário, a maça desce. Já quando se gira a maça de mira no sentido anti-horário,
ela sobe.

6-4
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Fig 64 - Maça de mira e sua chave de regular (clicar)

Fig 65 - Chave de regular (clicar) do IA2

6.3.4 O movimento lateral da alça de mira é limitado por dois parafusos no caso
do FAL/PARAFAL. Quando esses parafusos estão apertados, a alça de mira fica
sem movimento lateral.

6-5
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Fig 66 - Parafusos para regular (clicar) a alça de mira

6.3.5 Para deslocar a alça de mira para direita, deve-se afrouxar primeiro o
parafuso da direita (sentido anti-horário) e, logo em seguida, apertar totalmente
o parafuso da esquerda.

Fig 67 - Deslocamento lateral da alça de mira do FAL/PARAFAL

6.3.6 O movimento lateral da alça de mira do IA2 é ajustado conforme a rotação


do botão que se encontra à direita da alça. Para deslocar a alça de mira para a
direita, deve-se girar o botão no sentido horário. Caso não seja possível a utili-
zação do botão, é possível utilizar o parafuso à esquerda, atentando-se para o
fato que o parafuso ajusta no sentido oposto ao botão.

6-6
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Fig 68 - Deslocamento lateral da alça de mira do IA2

6.3.7 Os parafusos que se encontram na base do corpo da alça de mira têm


como finalidade permitir um ajuste, caso já tenha se esgotado os ajustes em
direção no botão, e ainda assim não esteja regulado o armamento, seu funcio-
namento é idêntico aos parafusos de deslocamento lateral do FAL/PARAFAL.
6.3.8 MEMENTOS DE REGULAGEM

CORREÇÕES EM ELEVAÇÃO DO FAL

Subindo o cursor da alça, o Descendo o cursor da alça,


tiro sobe. o tiro desce.

Descendo a maça (sentido Subindo a maça (sentido


horário), o tiro sobe. anti-horário), o tiro desce.

Tab 5 - Mementos de regulagem

6-7
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CORREÇÕES EM ELEVAÇÃO DO IA2

Colocando a alça em 250, Colocando a alça em 150,


o tiro sobe. o tiro desce.

Descendo a maça (sentido Subindo a maça (sentido


horário), o tiro sobe. anti-horário), o tiro desce.

CORREÇÕES EM DIREÇÃO DO FAL/PARAFAL

Deslocando a alça para a Deslocando a alça para


esquerda o tiro vai para a a direita o tiro vai para a
esquerda (solte o parafuso direita (solte o parafuso da
da esquerda e aperte o direita e aperte o parafuso da
parafuso da direita). esquerda).

CORREÇÕES EM DIREÇÃO DO IA2

Girando o botão no sentido


Girando o botão no sentido
anti-horário, o tiro irá para
horário, o tiro irá para direita.
esquerda.

Tab 5 - Mementos de regulagem (continuação)

6.4 RELAÇÃO DE REGULAGEM


6.4.1 Quando se dá um clique, ocorre uma variação angular entre a linha de
visada e a trajetória do projétil. Esta variação angular provoca uma variação
linear no alvo, que será maior quanto maior for a distância até o ponto de impacto.

6-8
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6.4.1.1 Do FAL/PARAFAL, tanto em elevação quanto em direção

UM CLIQUE À DISTÂNCIA DE DESLOCA O TIRO NO ALVO EM


25 m 0,25 cm
50 m 0,5 cm
100 m 1,0 cm
200 m 2,0 cm
300 m 3,0 cm
400 m 4,0 cm
500 m 5,0 cm
600 m 6,0 cm
Tab 6 - Relação de regulagem

6.4.1.2 Do IA2 em elevação

UM CLIQUE À DISTÂNCIA DE DESLOCA O TIRO NO ALVO EM


25 m 0,3 cm
50 m 0,6 cm
100 m 1,2 cm
200 m 2,4 cm
300 m 3,6 cm
Tab 7 - Relação de regulagem

6.4.1.3 Do IA2 em direção

UM CLIQUE À DISTÂNCIA DE DESLOCA O TIRO NO ALVO EM


25 m 0,45 cm
50 m 0,9 cm
100 m 1,8 cm
200 m 3,6 cm
300 m 5,4 cm

Tab 8 - Relação de regulagem

6.4.2 Esses valores de clicagem para o IA2 foram obtidos de forma experimental
pelas Seções de Tiro da AMAN e da EsSA, tendo em vista que não foram forne-
cidos dados de referência pela fabricante do armamento.

6-9
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6.5 CENTRO DO GRUPAMENTO DE TIRO
6.5.1 O centro do grupamento deve ser considerado como o centro da figura
formada pelos impactos.
6.5.2 Os tiros que forem considerados pelo atirador como ruins, indicados prin-
cipalmente pela cantada do tiro, não devem ser considerados para a obtenção
do centro do grupamento. Devendo então ser o ponto médio dos impactos con-
siderado para fins de regulagem da aparelhagem de pontaria.

Fig 69 - Centro do grupamento de tiro

6.6 OBTENÇÃO DA ALÇA DE COMBATE


6.6.1 A alça de combate é o ajuste que cada a militar faz no aparelho de pontaria do
seu fuzil (estando com a alça de mira na posição de menor valor) de modo que
o projétil encontre a linha visada exatamente no ponto de pontaria na distância
indicada na alça.
6.6.1.1 No FAL, após ter sido obtida a alça de combate, para que o militar possa
atingir um alvo à distância de 300 metros, bastará para isso que ele desloque a
sua alça para 300.

Fig 70 - Trajetória do projétil 7,62 mm até 200 metros

6.6.1.2 Desse modo, para atingir um alvo que está a 400 metros, a alça empre-
gada será a de 400; e assim serão para 500 e 600 metros.
6.6.1.3 No caso do IA2 e PARAFAL, o militar poderá alterar a alça para 250 e
engajar alvos a 250 metros. Não há recurso para que se possa corrigir a mira
de modo a atingir alvos em distâncias superiores a 250m no PARAFAL e no IA2.

6-10
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6.6.2 O método prático para a obtenção da alça de combate do FAL consiste em
realizar os exercícios de tiro à distância de 25 metros. Isso se deve ao fato de
que o valor da ordenada da trajetória para a distância de 25 metros coincide com
o valor da ordenada da trajetória da distância de 200 metros.
6.6.3 Para a alça de combate do PARAFAL, também é possível realizar exercícios
de tiro à distância de 25 metros, porém atentando-se ao fato que com o ponto de
pontaria no centro, os impactos devem ser ajustados para cair cinco centímetros
abaixo do centro do alvo, de modo a compensar a trajetória balística para a dis-
tância da alça.
6.6.4 Para o fuzil IA2, a alça de combate continua sendo obtida com exercícios
a 25 metros, porém atentando-se para o fato que o valor da ordenada a essa
distância situa-se 2 centímetros mais alto que a linha de visada. Portanto, o
atirador deverá mirar no centro e regular sua aparelhagem de pontaria para que
os impactos fiquem 2 centímetros acima do centro do alvo.

Fig 71 - Trajetória do projétil 5,56 mm SS109 até 150 metros

6.6.5 O alvo a ser utilizado será o alvo de clicagem para a distância de 25m.
6.6.6 Serão realizadas até quatro séries de três disparos na posição deitado
apoiado.
6.6.7 PARA SE INICIAR O EXERCÍCIO, O APARELHO DE PONTARIA ESTARÁ
COM A SEGUINTE REGULAGEM INICIAL:
a) FAL - alça de mira a 200 e a maça de mira com 15 cliques em elevação (basta
apertar toda a maça de mira e soltar 15 cliques).
b) PARAFAL - alça em 150 e maça de mira com 15 cliques em elevação (apertar
toda a maça de mira e soltar 15 cliques).
c) IA2: alça em 150 e maça de mira com 15 cliques de elevação (apertar toda a
maça e soltar 15 cliques).

6-11
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d) A alça de combate será obtida quando o centro dos grupamentos coincidir com
o ponto de zeragem do alvo de clicagem. O oficial de tiro e os auxiliares farão
correções em altura e elevação a cada série de tiro.
6.6.8 ALÇA DE COMBATE
- É importante ressaltar que a alça de combate tem de ser obtida com a alça
de mira do fuzil em 150 no PARAFAL/IA2 e 200 no FAL.
a) Caso não haja recurso de regulagem na maça de mira, será necessária a
substituição da maça de mira por outra de numeração maior ou menor, para
que se possa obter a alça de combate sem deslocar a alça de mira da posição
inicial.
b) Detalhes sobre os tamanhos das maças de mira ver, T 23-200 - Fuzil 7,62
M 964 - Pag. 3-20 e 3-21.
6.6.9 TABELA PARA O EXERCÍCIO DE OBTENÇÃO DA ALÇA DE COMBATE

Série Distância Alça/Maça Posição Nº Tiros Alvo Apto

Posição inicial
1ª conforme item
6.6.6 3 impactos no
escantilhão
2ª 25 m DA 3 De clicagem
de 5 cm de
De acordo
diâmetro
3ª com as
correções

Tab 9 - Tabela para o exercício de obtenção da alça de combate

6.7 RELAÇÃO DE INCIDENTES DE TIRO

ALTERAÇÃO CAUSA PROVÁVEL CORREÇÃO

- Falta de recuo ou insuficiência de - Ajustar o escape de gases, por meio


gases do anel regulador, para os armamentos
Falha na que possuem tal ajuste
apresentação - Excesso de gases
- Examinar, limpar ou substituir o
- Carregador sujo ou defeituoso carregador

- Câmara suja
- Limpar a câmara
Falha no - Arma suja
- Limpar a arma
carregamento - Cartucho defeituoso
- Retirar o cartucho defeituoso
- Ruptura do estojo

Tab 10 - Incidentes de tiro

6-12
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ALTERAÇÃO CAUSA PROVÁVEL CORREÇÃO

- Cartucho defeituoso
Falha na - Defeito no trancamento da arma, por - Extrair e ejetar o cartucho defeituoso
percussão sujeira - Limpar a arma
- Percursor defeituoso

- Ajustar o escape de gases por meio


- Insuficiência dos gases
do anel regulador para os armamentos
Falha na - Câmara suja que possuem tal ajuste
extração - Estojo sujo
- Limpar a câmara
- Extrator defeituoso
- Limpar a munição

- Insuficiência dos gases - Ajustar o escape de gases por meio


Falha na ejeção - Caixa da culatra suja do anel regulador para os armamentos
- Ejetor defeituoso que possuem tal ajuste

Tab 10 - Incidentes de tiro (continuação)

6.8 TÉCNICAS DE TIRO EM ALVOS MÓVEIS


6.8.1 Para se atingir alvos móveis a distâncias superiores ou iguais a 100
metros, é necessário que o militar faça uma precessão no ponto de pontaria.
6.8.1.1 Para tanto, existem duas técnicas:
a) o tiro de emboscada; e
b) o tiro de acompanhamento.
6.8.1.2 É importante que o atirador domine as técnicas de tiro em alvos móveis,
pois, em uma situação real, quase sempre os alvos possuirão movimentos.
6.8.2 FUNDAMENTOS
6.8.2.1 Precessão
a) É um ponto de pontaria à frente (precedente) do movimento do alvo, ou seja,
é o quanto o atirador terá de posicionar o seu ponto de pontaria à frente do mo-
vimento do alvo.
b) Assim, a precessão nada mais é do que a maneira do atirador compensar o
movimento do alvo.
6.8.2.2 Fatores que determinam a precessão:
a) velocidade de deslocamento do alvo;
b) direção de deslocamento do alvo; e
c) distância do alvo.

6-13
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6.8.2.3 Velocidade de deslocamento do alvo


- Quanto maior a velocidade do alvo, maior será a precessão empregada.

ALVO VELOCIDADE

Patrulha Lenta 0,3 m/s

Patrulha Rápida 0,6 m/s

Homem Lento 1,2 m/s

Homem Rápido 1,8 m/s

Tab 11 - Velocidade de deslocamento do alvo

6.8.2.4 Direção de deslocamento do alvo.


6.8.2.4.1 Movimento do alvo perpendicular à linha de visada do atirador.
- Quando o alvo se deslocar perpendicularmente à linha de visada do atirador, será
utilizada a precessão completa.

Fig 72 - Alvo se deslocando perpendicularmente à linha de visada do atirador

6.8.2.4.2 Movimento do alvo oblíquo à linha de visada do atirador. Quando o alvo


se deslocar obliquamente à linha de visada do atirador, será utilizada a meia
precessão.

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Fig 73 - Alvo se deslocando obliquamente à linha de visada do atirador

6.8.2.4.3 Movimento do alvo paralelo à linha de visada do atirador. Quando o


alvo se deslocar paralelamente à linha de visada, não será utilizada nenhuma
precessão, ou seja, a precessão será nula.

Fig 74 - Alvo se deslocando paralelamente à linha de visada do atirador


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6.8.2.4.4 Se não há deslocamento lateral do alvo em relação à linha de visada


do atirador, a técnica de tiro será a mesma utilizada para atingir alvos estáticos.
6.8.2.5 Distância do alvo.
6.8.2.5.1 Tabela de distâncias e de tempo de voo da munição.

TEMPO PARA O IMPACTO


DISTÂNCIA DO ALVO
FAL PARAFAL IA2
100 m 0,13 s 0,13 s 0,14 s
200 m 0,27 s 0,27 s 0,30 s
300 m 0,42 s 0,42 s 0,47 s
400 m 0,58 s 0,58 s 0,68 s
500 m 0,77 s 0,77 s 0,98 s
600 m 0,97 s 0,97 s 1,19 s

Tab 12 - Tabela de distâncias e de tempo de voo da munição

- Os valores foram calculados com base nas velocidades iniciais dos projéteis dispa-
rados pelos armamentos, sendo o FAL 840m/s, PARAFAL 810m/s e IA2 780m/s.
6.8.2.5.2 Quanto maior a distância do atirador para o alvo, maior será a precessão
empregada para atingir o alvo.
6.8.3 CÁLCULO DA PRECESSÃO
6.8.3.1 Para calcular a precessão, usa-se a seguinte fórmula:
a) P = V x T
b) P = a precessão a ser realizada c) V = a velocidade do alvo
d) T = o tempo gasto para o projétil atingir o alvo (Atenção: o tempo será empre-
gado de acordo com a distância do alvo).
6.8.3.2 Exemplo:
a) Um militar encontra-se no campo de batalha armado com o FAL, quando ob-
serva um mensageiro inimigo andando lentamente em direção perpendicular à
sua linha de visada.
b) O militar avalia que esse homem dista 300 m de sua posição.
c) Qual será a precessão a ser empregada pelo referido militar a fim de que ele
possa atingir este alvo?
1) V = Homem Lento = 1,2 m/s;
2) T = Distância do alvo -> tempo de o projétil atingir o alvo = 300 m = 0,43 s;
e c) P = 1,2 × 0,43 = 0,516 m
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6.8.3.3 Logo, o militar terá que fazer o ponto de pontaria 50 centímetros à
frente do centro do alvo.
- Atenção: à frente significa a posição futura do alvo em relação ao seu desloca-
mento.

Fig 75 - Ponto de precessão em relação ao alvo

6.8.3.4 Para se calcular a precessão de um alvo que se desloca obliquamente


em relação à linha de visada do atirador, basta dividir por dois o valor encontrado
no cálculo da precessão, ou seja, fazer a meia precessão.
6.8.3.5 Para que se possa utilizar este memento é importante definir que uma
silhueta humana vista de perfil tem em média, aproximadamente, 30 cm de
largura.
- Desse modo, para tiro em alvos humanos móveis, fica padronizado que um corpo
é o tamanho da largura de uma silhueta humana vista de perfil.

ALVOS
Patrulha Patrulha Homem
Distância Homem Lento
Lenta Rápida Rápido
100 m Precessão nula Precessão nula ½ Corpo 1 Corpo

200 m ½ Corpo ½ Corpo 1 Corpo 1 e ½ Corpo

300 m ½ Corpo 1 Corpo 1 e ½ Corpo 2 e ½ Corpos

400 m ½ Corpo 1 Corpo 2 e ½ Corpos 3 e ½ Corpos

500 m 1 Corpo 1 e ½ Corpo 3 Corpos 4 e ½ Corpos

600 m 1 Corpo 2 Corpos 4 Corpos 6 Corpos

Tab 13 – Memento de tamanho de silhuetas

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6.8.4 TREINAMENTO
6.8.4.1 É importante ressaltar que, para se realizar tiro em alvos móveis, o militar
deve estar bem adestrado nas técnicas de avaliação de distância, bem como na
determinação da precessão necessária para o tiro, pois estes procedimentos são
os primeiros a serem tomados na realização do tiro em alvos móveis.
6.8.4.2 Tiro de emboscada
- O tiro de emboscada é realizado nos seguintes passos:
a) avaliar a distância do alvo;
b) avaliar a velocidade do alvo;
c) calcular a precessão a ser empregada (ou utilizar o memento);
d) escolher um ponto nítido do terreno, que esteja à frente do movimento do alvo
(posição futura do alvo), para ser utilizado como ponto de pontaria;

Fig 76 - Tiro de emboscada

e) fazer a pontaria no ponto nítido escolhido no terreno; e


f) realizar o disparo quando a distância do alvo até o ponto nítido do terreno for
igual à precessão calculada.

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Fig 77 - Tiro de emboscada (momento do disparo)

6.8.4.3 Tiro de acompanhamento


- O tiro de acompanhamento é realizado nos seguintes passos:

Fig 78 - Acompanhamento realizado através do aparelho de pontaria


(disparo feito com meio corpo de precessão)

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a) avaliar a distância do alvo;
b) avaliar a velocidade do alvo;
c) calcular a precessão a ser empregada (ou utilizar o memento);
d) acompanhar o movimento do alvo através do aparelho de pontaria; e) conduzir
o ponto de pontaria para frente do movimento do alvo; e
f) realizar o disparo da arma quando a distância do ponto de pontaria até o alvo
for igual à precessão calculada.

6.9 TÉCNICAS DE TIRO NOTURNO


6.9.1 Todos os militares devem ser capazes de atirar e acertar alvos a curtas
distâncias em ambientes com restrição de luz. Para isso, é necessária a acuidade
visual em escuridão parcial e total, e aplicação correta dos fundamentos nestes
ambientes.
6.9.2 FUNDAMENTOS
6.9.2.1 Existem duas dificuldades na execução do tiro noturno: a identifica-
ção do alvo e a pontaria do armamento.
a) Identificação do alvo - a correta identificação do alvo depende do uso eficiente
dos olhos durante a noite ou em condições de pouca visibilidade; isto requer a
aplicação dos princípios da visão noturna: adaptação à escuridão, visão fora de
centro e esquadrinhamento.
b) Pontaria - é realizada com os dois olhos abertos, com o foco visual no alvo,
através do aparelho de pontaria.
6.9.2.2 Posição
- A precisão na tomada de posição é obtida realizando sempre a mesma empu-
nhadura, ou seja, pôr a arma no mesmo lugar todas as vezes.
6.9.3 TIRO COM LANTERNA
6.9.3.1 O tiro com lanterna pode ser realizado com a lanterna de mão ou dedicada
(acoplada a arma).
6.9.3.2 No caso do uso de lanterna de mão o atirador deverá segurar a lanterna
com a mão auxiliar e apoiar o fuzil no antebraço, fazendo força no carregador
trazendo a arma ao ombro.
6.9.3.3 No uso de lanterna dedicada, ela deverá, preferencialmente, estar
acoplada na lateral do guarda-mão do lado da mão que atira, com o seu acionador
posicionado para ser acionado com o polegar da mão auxiliar de forma a alterar
a empunhadura natural o mínimo possível.

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6.9.3.4 Para a realização dos disparos o atirador deverá ligar a lanterna de forma a
iluminar o alvo. Em seguida, faz pontaria e realiza disparos, imediatamente apaga
a lanterna e muda sua posição. Para melhor compreensão, deve ser utilizado o
mnemônico Flash, Fogo, Fuga.

6.10 TÉCNICAS DE TIRO COM EQUIPAMENTOS ESPECIAIS


6.10.1 Os equipamentos de visada instalados nos trilhos do armamento devem
ser bem fixos para que não haja movimento dos aparelhos ópticos causando a
perda da clicagem.
6.10.2 Cada aparelho de pontaria terá uma elevação diferente em relação ao
cano. Essa elevação recebe o nome de altura de visada. O valor dessa altura irá
afetar o quanto de clicagem será necessária em distâncias diferentes da zeragem.
A variação é mais pronunciada conforme se reduz a distância do alvo e não se
executa a clicagem.
6.10.3 O atirador deve, sempre que o equipamento permitir, corrigir a paralaxe do
seu aparelho de pontaria. Verifica-se a necessidade de correção quando o retículo
e o alvo não se encontram no mesmo plano focal, ocasionando um movimento
do retículo conforme o atirador ajusta a posição da sua cabeça no armamento,
sem que o alvo ou o armamento se movam. Esse movimento aparente do retículo
pode fazer com que o atirador mire em um ponto diferente do correto e acabe
desperdiçando o tiro.
6.10.4 LUNETA
6.10.4.1 Engajamento dos alvos - ao melhorar a capacidade de enxergar o alvo, a
luneta de tiro também restringe o campo visual do atirador. O treinamento do tiro
com luneta permite que se realize a pontaria e disparo com os dois olhos abertos.
Dessa forma o atirador poderá ter controle sobre o que ocorre em seu setor de
tiro, e não somente o que está sendo observado no retículo de sua luneta.
6.10.4.2 Regulagens
a) Cada luneta possui sistemas de regulagens e características diferentes. O
oficial instrutor de tiro é responsável pela consulta aos manuais técnicos, IP ou
mesmo os manuais dos fabricantes das lunetas utilizados pelo exército. Cabe
ainda ao instrutor a condução e a verificação da regulagem da luneta pelo atirador
responsável pela utilização deste material.
b) Para a Luneta de Pontaria para Fuzil M964 “OIP” 3,6x, ver a IP 10/DAN para
informações a respeito de características, manutenção e regulagens.
c) Cada luneta terá uma elevação diferente em relação ao cano. Essa elevação
recebe o nome de altura de visada. O valor dessa altura irá afetar o quanto de
clicagem será necessária em distâncias diferentes da zeragem. A variação é mais

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pronunciada conforme se reduz a distância do alvo e não se executa a clicagem.
6.10.5 MIRA HOLOGRÁFICA
a) O tiro com a mira holográfica deverá ser feito com os dois olhos abertos, com o
foco no alvo, colocando-se o ponto luminoso sobre o ponto de impactos desejado
(nos engajamentos simples).
b) Para minimizar erros de paralaxe, o atirador deve buscar que o ponto verme-
lho esteja no centro da janela do aparelho de pontaria. No entanto, isso não é
estritamente necessário para se realizar um disparo com precisão suficiente a
curta distância.
c) Nas situações em que se utiliza tanto o amplificador de imagem quanto a mira
holográfica, o amplificador deverá estar montado mais a retaguarda, facilitando
a operação no botão de rebater o amplificador.
6.10.6 MÁSCARA CONTRA GASES
a) A grande dificuldade que ocorre neste tipo de tiro é na execução da pontaria
correta, quer realizando-a através da alça de mira, quer manter a distância correta
do olho para a alça. Se o atirador consegue realizar a pontaria corretamente, o
tiro se caracteriza como normal, podendo aplicar os fundamentos de tiro.
b) Quando o atirador não consegue realizar a pontaria através da alça de mira,
ele realiza tiro não visado.
c) Outra dificuldade é a de manter o apoio da cabeça na realização do tiro, para
isso, é necessário treinamento.
d) Com a execução do tiro pode ocorrer uma quebra da vedação da máscara
por ação da coronha no instante do recuo da arma, permitindo a entrada de ar.
6.10.7 EQUIPAMENTO DE VISÃO NOTURNA
a) A nitidez, o alcance e o tamanho influenciam na realização do tiro com este
tipo de equipamento.
b) O tiro com equipamento do tipo luneta e adaptada ao armamento, é realizado
aplicando-se as técnicas de tiro com luneta (ver item 6.10.4).
c) Caso o atirador possua uma mira holográfica com capacidade de visão noturna,
ele deve fazer a pontaria normalmente.
d) Caso o atirador possua monóculo de visão noturna e uma mira de ponto lumi-
noso que não seja compatível com o uso de equipamento de visão noturna, ele
poderá utilizar o monóculo no olho auxiliar e observar a mira com o olho diretor.
e) Caso o armamento possua pontos luminosos no seu aparelho de pontaria,
esses devem ser utilizados pelo atirador.
f) O tiro com equipamento de outro tipo é realizado aplicando-se tiro não visado.

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6.10.8 EQUIPAMENTO INFRAVERMELHO OU LASER
a) A pontaria é feita colocando o visor iluminado ou os raios na região do alvo. A
cabeça é elevada em relação à coronha para executar a correta pontaria.
b) O tiro é facilitado com este tipo de equipamento, pois possibilita maior acerto,
rapidez e futuras correções.
c) Deve ser realizada a regulagem das miras laser para que o ponto de impacto
esteja deslocado na mesma medida em que o emissor laser se distancia do cano,
de forma que o laser corra paralelo com o cano da arma, mantendo-se um erro
constante para diferentes distâncias, especialmente se ele estiver montado na
lateral da arma.
d) Deve ser dada muita atenção para a conservação da regulagem das miras
laser, pois ela pode ser facilmente perdida. Sempre que o atirador suspeitar que
isso tenha ocorrido, ele deverá fazer uma nova regulagem.

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CAPÍTULO VII
LANÇAMENTO DE GRANADA DE BOCAL

7.1 BOCAL PARA LANÇAMENTO DE GRANADA E QUEBRA CHAMAS


7.1.1 FUZIS FAL, PARAFAL E IA2
- Os fuzis FAL, PARAFAL e IA2 estão equipados com uma peça que desempenha
as funções de:
a) bocal para lançamento de granadas;
b) quebra-chamas;
c) receptor do reforçador para o tiro de festim; e
d) suporte da baioneta.
7.1.2 Esta peça permite lançar com muita precisão, as granadas anticarro e
antipessoal. Ela é constituída de um cilindro fixado na boca da arma, no qual é
colocada a granada.
7.1.3 A mola de retenção da granada a mantém no seu bocal.
7.1.4 Possui orifícios oblíquos diametralmente opostos, que tem por função servir
de quebra-chamas.
7.1.5 O bocal é um dispositivo especial, onde são adaptadas as granadas de
bocal na parte anterior do cano do fuzil.

7.2 TIPOS DE CARGAS DE LANÇAMENTO


7.2.1 PARA O FAL E PARAFAL:
a) Gr M2 e M3:
1) é utilizado um tipo apropriado de munição sem projétil, sendo o estojo fechado
em forma de rosácea (estrelado) com vedação de cera; e
2) não pode ser utilizada a munição M1 para lançamento.
b) Gr M23 A1 e M24 A1:
- só será utilizada a munição M1 para fazer o lançamento.
c) Não deve ser usada a munição de festim para nenhuma das granadas.
7.2.2 PARA O FUZIL 5,56 IA2
- Até o presente momento, não existe nenhum arcabouço de conhecimento,
legalmente amparado, que contemple o assunto granada de bocal referente ao
Fuzil 5,56 IA2.

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7.3 MANEJO
- O manejo é executado na seguinte sequência:
a) colocar inicialmente o obturador do cilindro de gases em GR (FAL e PARAFAL)
ou G (IA2);
b) travar a arma;
c) abrir a arma;
d) inspecionar a câmara;
e) colocar o registro de tiro e segurança em “R”;
f) introduzir com a mão que atira o cartucho de lançamento na câmara;
g) carregar a arma, agindo no retém do ferrolho;
h) colocar a granada no bocal e assegurar-se de que ela foi bem introduzida;
i) remover a cinta com o pino de segurança da granada; e
j) destravar a arma.

7.4 PARTES COMPONENTES DAS GRANADAS DE BOCAL

Fig 79 - Partes componentes da granada

7.5 POSIÇÕES DE TIRO


7.5.1 Para o tiro direto - nas posições de pé, ajoelhada e deitada, a empunhadura
é sempre a mesma.
7.5.2 Colocar a coronha sob a axila do lado da mão que atira. Nunca se deve
apoiá-la no ombro.

7-2
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Fig 80 - Pontaria

7.5.3 Apontar para o alvo tomando como linha de mira o entalhe convexo da alça
de mira e a parte côncava da ogiva da granada, na graduação correspondente
à distância do alvo.

Fig 81 - Pontaria

7-3
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7.5.4 POSIÇÃO DE PÉ:
a) dar um passo à frente com a perna do lado da mão que não atira e flexioná-la
ligeiramente;
b) a perna de trás estendida;
c) tronco projetado para frente, no prolongamento da perna estendida;
d) mão auxiliar segura o guarda-mão com o braço estendido;
e) mão que atira empunha muito firmemente o punho (se o atirador não executar
este procedimento, poderá luxar ou até mesmo quebrar o polegar da mão que
atira);
f) coronha passando por baixo da axila do braço da mão que atira; e g) cabeça
na vertical, olhando para a pontaria.

Fig 82 - Posição de pé

7.5.5 POSIÇÃO AJOELHADO:


a) posicionar os ombros, na posição de pé, perpendicular à direção dos alvos;
b) dar um passo à frente com a perna do lado da mão que não atira, ajoelhando-
se sobre a perna do lado da mão que não atira;
c) sentar no calcanhar encaixando-o no vão entre as nádegas, mantendo a ponta
ou peito do pé no chão;
7-4
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d) perna do lado da mão auxiliar exatamente na vertical com o pé levemente
rotacionado para o lado da mão que atira;
e) peso do corpo levemente deslocado para frente, formando uma posição de
boa base;
f) cotovelo do braço da mão auxiliar apoiado no joelho, ultrapassando-o
ligeiramente;
g) coronha passando por baixo da axila do braço da mão que atira; e
h) mão que atira empunha firmemente o punho (se o atirador não executar este
procedimento, poderá luxar ou até mesmo quebrar o polegar da mão que atira).

Fig 83 - Posição ajoelhado

7.5.6 POSIÇÃO DEITADO:


a) deitar de frente para o alvo;
b) pernas estendidas;
c) coronha passando por baixo da axila do braço da mão que atira;
d) cotovelo do lado da mão que atira apoiado naturalmente ao lado do corpo;
e) mão que atira empunha muito firmemente o punho (se o atirador não executar
este procedimento poderá luxar ou até mesmo quebrar o polegar da mão que
atira); e

7-5
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f) Parte inferior da chapa da soleira ligeiramente enterrada (fazer uma pequena
cavidade no solo).

Fig 84 - Posição deitado

7.6 TIRO INDIRETO


7.6.1 O alcance variará de acordo com a inclinação. O alcance máximo será
próximo ao ângulo de 42º.

TABELA DE ALCANCE MÁXIMO À 42º


Granada de bocal Alcance máximo
Antipessoal M2 400 m
Anticarro M3 260 m
Antipessoal M23 200 m
Anticarro M24 200 m

Tab 14 - Tabela de alcance máximo à 42º

7.6.2 MÉTODO PRÁTICO PARA DETERMINAÇÃO DO ALCANCE

Fig 85 – Exemplo de marcação x tamanho da bandoleira

7-6
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a) Com o auxílio da bandoleira ou barbante deixando-a cair na vertical; e
b) Fazer marcas na bandoleira conforme os alcances pré-determinados.
7.6.3 PARA A REALIZAÇÃO DO TIRO
- Atirador toma a posição de joelho
a) Colocar o joelho aproximadamente 45º em relação à direção de tiro, girando
para o lado da mão que atira.
b) Pé do lado da mão auxiliar apoia a chapa da soleira na direção de tiro.
c) Braço da mão auxiliar estendido.
d) Mão auxiliar empunhando as placas do guarda-mão.
e) Mão que atira segura o punho, com quatro dedos por baixo do punho e o polegar
acionará a tecla do gatilho.
f) Punho voltado para o atirador.
g) Aparelho de pontaria voltado para a frente.
h) Chapa da soleira apoiada no solo e ancorada pelo pé da mão auxiliar, e
ligeiramente enterrada (fazer uma pequena cavidade no solo).
i) A inclinação é dada pelo tamanho da bandoleira para as distâncias previamente
determinadas e marcadas na bandoleira.

Fig 86 - Posição de tiro indireto

7-7
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7.7 TIPOS DE GRANADAS
7.7.1 ANTIPESSOAL M2
- munição que só pode ser utilizada com cartucho de projeção.
7.7.2 ANTICARRO M3
- munição que só pode ser utilizada com cartucho de projeção.
7.7.3 ANTIPESSOAL M23A1
- munição que utiliza a munição 7,62 mm M1 para sua propulsão.
7.7.4 ANTICARRO M24A1
- munição que utiliza a munição 7,62 mm M1 para sua propulsão.
7.7.5 ILUMINATIVA M51
- munição que utiliza a munição 7,62 mm M1 para sua propulsão.
7.7.6 SINALIZADORA M68
- munição que utiliza a munição 7,62 mm M1 para sua propulsão.
7.7.7 O Exército possui em sua cadeia de suprimento dois tipos de granadas. Se
for utilizada a munição 7,62 mm M1 nas granadas M2 e M3, poderá acontecer
um acidente.

7-8
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CAPÍTULO VIII
INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO (IPT)

8.1 FINALIDADE E ORGANIZAÇÃO


8.1.1 FINALIDADE
- A IPT tem a finalidade de fazer com que os instruendos preparem-se para o
tiro real. Para isso, devem aplicar a técnica (Fundamentos de Tiro) e realizar
exatamente o que foi ensinado e demonstrado durante as instruções teóricas e
práticas.
8.1.2 ORGANIZAÇÃO
8.1.2.1 Toda a instrução preparatória para o tiro deve ser, preferencialmente,
realizada no estande e, obrigatoriamente, antecedida por sessão teórica sobre
fundamentos de tiro. Tudo isso visa aumentar o rendimento das próximas
instruções.
8.1.2.2 A IPT é constituída de 4 (quatro) oficinas, e cada uma delas deverá ter como
responsável um Instrutor/Instr Aux que será encarregado de conduzir o exercício.
8.1.2.3 Inicia-se com a instrução de fundamentos de tiro, preferencialmente
ministrada de maneira centralizada para todo o efetivo da fração que realizará a
instrução preparatória naquele dia, sendo esta ministrada pelo oficial de tiro. Com
isso, nivela-se a instrução para todos os instruendos.
8.1.2.4 Após essa instrução, o grupamento será dividido de forma que haja um
rodízio entre as oficinas no período da manhã e no da tarde, de acordo com o
Quadro de Atividades.
8.1.2.5 Àqueles que apresentarem deficiências, deve ser dada atenção especial
para que sejam recuperados no mesmo dia da instrução ou antes da realização
do TIP. Devem estar disponíveis conjuntos de material auxiliar na proporção de
50% ou mais do efetivo do grupamento.
8.1.2.6 Além do instrutor responsável pela sessão, devem ser designados Instr
Aux, dentro da possibilidade da Unidade, para cada oficina da IPT, levando-se em
conta a proporção de 1 Instrutor/Instr Aux para cada 30 instruendos.
8.1.2.7 O Oficial de Tiro deverá coordenar e fiscalizar as oficinas. Somente em
último caso, ele deverá ser o instrutor de alguma oficina. Neste caso, deverá ser
o responsável pela oficina julgada mais importante.
8.1.2.8 Deve-se levar em conta, de acordo com o Quadro de Atividades, que a
oficina de Acionamento do Gatilho só poderá fazer parte do segundo rodízio, por
coroar os conceitos das duas oficinas constantes do primeiro rodízio.

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IPT TIP TIB

Procedimentos Procedimentos
1º tempo Fundamentos de tiro
no estande no estande

Rodízio entre as oficinas: Execução do tiro Execução do tiro


2º ao 4º tempo
posições de tiro e pontaria com FAC com o fuzil

Almoço

Rodízio entre as oficinas: con-


Execução do tiro Execução do tiro
5º ao 8º tempo duta com o Armt e acionamento
com FAC com o fuzil.
do gatilho

Tab 15 - Proposta de Quadro de Atividades

8.2 OFICINAS DA INSTRUÇÃO PREPARATÓRIA PARA O TIRO


8.2.1 OFICINA 01: PONTARIA
8.2.1.1 Esta oficina é executada em duas fases
a) 1ª Fase: Tomada da Linha de Mira (LM) e da Linha de Visada (LV) - nesta fase
os militares executam, em sistema de rodízio, dois trabalhos: um com a barra de
pontaria e o outro com a arma.
b) 2ª Fase: Constância da Pontaria - nesta fase os militares executam, em sistema
de rodízio, primeiramente o trabalho e depois atuam auxiliando na execução do
trabalho.
8.2.1.2 Tomada da Linha de Mira e da Linha de Visada
8.2.1.2.1 Objetivos
a) Ensinar ao instruendo o correto alinhamento entre a alça e a maça de mira,
bem como a sua importância durante um tiro real; e
b) Realizar o correto alinhamento das miras em direção ao centro do alvo, focando
a maça de mira (“fotografia” correta).
8.2.1.2.2 Procedimentos
a) Relembrar os conceitos de LM e LV, salientando a maior importância da LM e
a consequente necessidade de focar a maça de mira;
b) Explicar os trabalhos a serem desenvolvidos na oficina; e
c) Dividir a escola em dois grupamentos para o rodízio dos trabalhos. Metade
executará o trabalho com a arma, enquanto a outra metade realizará o trabalho
com a barra de pontaria.

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8.2.1.2.3 Execução
a) Trabalho com barra: realização da visada na direção de um alvo reduzido.
b) O instruendo posiciona o rosto na parte posterior da barra de pontaria a uma
distância de 4 dedos da alça de mira e, com uma das mãos firmando a barra,
desloca com a outra o cursor, buscando o alinhamento correto das miras no centro
do alvo até obter a fotografia correta.
c) O instrutor deve verificar o trabalho e desfazer a fotografia (duas vezes ou mais).
d) Características para confecção da barra de pontaria.
1) Ripas de 100 × 2,5 × 1,5 cm e 80 × 2,5 × 1,5 cm, pintadas de preto;
2) Couro pregado da extremidade anterior, à guisa de dobradiça;
3) Cursor – 1 lápis;
4) Visor e maça de mira devem apresentar a mesma fotografia, como se fosse o
PARAFAL ou IA2, podendo ser uma maça e alça de mira de ambos os armamentos,
ou confeccionadas de uma folha de lata e um prego; e
5) O alvo deve ser fixado na parte anterior da barra, nas dimensões de 6×2,5
cm, recoberto por papel branco e colado no terço superior do mesmo, um alvo
"A" reduzido.

Fig 87 - Trabalho com barra

8-3
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8.2.1.3 Trabalho com a arma
a) O atirador movimenta a arma até a obtenção da fotografia correta.
b) O instrutor verifica o trabalho e desfaz a fotografia.
- Executar o movimento duas ou mais vezes.
c) A distância do olho à alça é de aproximadamente 4 dedos, como no tiro real.
d) Montar a oficina no estande e colocar o alvo a 10 m ou em um local apropriado.
e) Instrutores orientam o exercício e verificam o trabalho.

Fig 88 - Trabalho com a arma

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8.2.1.4 Aprovação
a) O instruendo deverá fazer a fotografia correta no mínimo duas vezes.
b) Ao realizar a visada e a verificação, é necessário ter o cuidado de colocar o olho
na mesma posição em relação à alça a fim de que possa obter a mesma fotografia.
8.2.1.5 Conclusão
- análise do desempenho e da importância do exercício.
8.2.1.6 Material necessário:
a) barras de pontaria com cursor;

Fig 89 - Barra de pontaria com cursor

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b) suporte para arma com respectivo alvo; e

Fig 90 - Suporte para arma

c) bancadas e cadeiras.
8.2.1.7 Pessoal empregado
- Preferencialmente na oficina deve haver um instrutor e um instrutor auxiliar, no
mínimo.
8.2.2 OFICINA 02: VERIFICAÇÃO DA CONSTÂNCIA DA PONTARIA
8.2.2.1 Objetivos
a) Aplicação dos princípios ensinados sobre linha de mira e linha de visada; e
b) Realização de visadas sucessivas com a mesma pontaria.
8.2.2.2 Procedimentos
a) Relembrar os conceitos de LM e LV, salientando a maior importância da LM e
a consequente necessidade de focar a maça de mira;
b) explicar os trabalhos a serem desenvolvidos na oficina; e
c) dividir a escola em dois grupamentos, uma executará o exercício, enquanto o
outro auxiliará na consecução do trabalho com a prancheta e o alvo móvel.
8-6
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8.2.2.3 Execução
a) É realizado o trabalho em duplas, com o atirador na posição deitada e o seu
auxiliar sentado sobre o cunhete.
b) Na posição deitada, junto ao suporte, cotovelos no solo, o atirador fará a
pontaria. A partir deste momento, o atirador toma cuidado para não movimentar
mais o armamento e o rosto.
c) O auxiliar fixa o verso da ficha da IPT na prancheta com elástico.
d) O auxiliar, tendo por base uma das extremidades da folha, movimenta o alvo
de acordo com os sinais do atirador. O atirador e o seu auxiliar comunicam-se
somente por gestos.
e) O atirador sinaliza com a mão auxiliar, procurando obter uma linha de visada
correta.
f) Após obter uma visada correta sobre o centro do alvo, o atirador fará um sinal
de positivo.
g) Neste momento, o auxiliar marca a folha com um lápis, fazendo um ponto através
do orifício, no centro do alvo móvel. Este procedimento é repetido três vezes.

Fig 91 - Constância da pontaria

8-7
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8.2.2.4 Aprovação - O atirador será considerado aprovado quando o triângulo
obtido for inscritível em um círculo de um centímetro de diâmetro.
8.2.2.5 Observações:
a) a cabeça, a arma e o suporte devem permanecer imóveis;
b) a sinalização deve ser feita somente por gestos; e
c) na montagem da oficina, o alvo (na proporção 2,5 vezes menor que o alvo A)
deve ser colocado a 10 m de distância da posição do atirador.
8.2.2.6 Conclusão - o final do exercício, deve ser realizada uma análise pós- ação,
ressaltando-se os procedimentos realizados e a importância deles na realização
do tiro real.
8.2.2.7 Material empregado
a) Cunhete para apoio da prancheta;
b) Suporte para arma;
c) Alvo móvel;
d) Lápis ou caneta;
e) Prancheta; e
f) Elástico para prender o borrão de tiro na prancheta.

Fig 92 - Conjunto de material

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8.2.2.8 Para o instrutor e o instrutor auxiliar, são necessários:
a) quatro escantilhões de um centímetro de diâmetro; e
b) cartaz contendo o nome da oficina e os objetivos da instrução.
8.2.3 OFICINA 03: POSIÇÕES DE TIRO
8.2.3.1 Objetivos:
a) demonstração e prática da empunhadura e das posições de tiro deitado (D),
deitado apoiado (DA), ajoelhado (J), ajoelhado apoiado (JA), de pé (P) e de pé
apoiado (PA); e
b) execução correta da empunhadura e das posições de tiro com fuzil.
8.2.3.2 Procedimentos:
a) relembrar os conceitos de LM e LV, salientando a maior importância que deve
ser dada à LM e a consequente necessidade de focar a maça de mira; e
b) explicar os trabalhos a serem desenvolvidos na oficina.
8.2.3.3 Execução
a) O instrutor auxiliar demonstra a posição de tiro.
b) O instrutor faz as observações necessárias utilizando o instrutor auxiliar e/ou
o desenho da figura.
c) Após cada demonstração, os instruendos são divididos em dois grupos.
Enquanto uma parte executa a posição ensinada, a outra permanece observando.
d) A empunhadura e a posição inicial são explicadas, sendo executadas e
verificadas simultaneamente com as posições de tiro.
e) Os instruendos partirão da posição inicial para a execução de cada exercício.
f) Os instrutores corrigem os instruendos.
g) O instrutor deve seguir a seguinte sequência para a demonstração das posições
de tiro:
1) deitado (D);
2) deitado apoiado (DA);
3) ajoelhado (J);
4) ajoelhado apoiado (JA);
5) de pé (P); e
6) de pé apoiado (PA).
8.2.3.4 Aprovação - o instruendo será aprovado mediante à execução correta
das seis posições de tiro.
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8.2.3.5 Observações:
a) a melhor posição de tiro é aquela em que o atirador se sente estável e
confortável, permitindo uma correta empunhadura e uma boa pontaria, contribuindo
assim para um bom acionamento; e
b) as posições de tiro aqui apresentadas são básicas e partem sempre da posição
inicial. Muitas vezes deverão ser adaptadas de acordo com a situação do terreno,
do inimigo ou dos meios disponíveis para apoio e abrigo. Da mesma forma,
pequenos ajustes podem ser feitos, de acordo com a individualidade biológica de
cada atirador. No entanto, em qualquer caso, os princípios básicos não devem
ser negligenciados.
8.2.3.6 Conclusão - análise pós-ação da oficina, abordando o desempenho dos
atiradores.
8.2.3.7 Material empregado:
a) cartazes (nome da oficina e objetivos da instrução) e mural contendo o desenho
das posições de tiro.
b) o mural das posições de tiro pode ser confeccionado colocando-se as figuras
das posições em uma transparência. Faz-se a projeção dessa figura sobre um
lisolene fixado em uma parede e, com uma caneta apropriada, contorna-se o
desenho projetado.
8.2.3.8 Pessoal empregado - preferencialmente na oficina deve haver um Instr/
Instr Aux, no mínimo, para cada 30 instruendos.
8.2.4 OFICINA 04: CONDUTA COM O ARMAMENTO
8.2.4.1 Esta oficina é executada em duas fases
a) 1ª Fase: Manejo do Armamento (Mnj Armt); e
b) 2ª Fase: Manutenção do Armamento (Mnt Armt).
8.2.4.2 O instrutor deverá dividir o grupamento e o tempo de instrução de modo
que todos os instruendos passem pelas duas fases uniformemente.
8.2.4.3 Objetivos:
a) recordar as operações essenciais de manejo do fuzil, propiciando ao atirador
bom rendimento na instrução e alto grau de segurança;
b) realizar com segurança as operações de manejo com o fuzil;
c) recordar aspectos importantes para a manutenção antes e após o tiro;
d) orientar e normalizar a manutenção a ser executada em decorrência do tiro; e
e) contribuir para a formação da mentalidade de manutenção preventiva, sem a
qual não pode haver armamento eficiente.

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8.2.4.4 Procedimentos:
a) colocar os instruendos sentados em um dispositivo adequado para a instrução
na posição inicial de manejo. Exemplo: em forma de “U”, semicircular;
b) o instrutor deverá demonstrar as operações, fazendo os comentários
necessários;
c) os instruendos, após os comentários, deverão executar as operações;
d) cada operação deverá ser repetida diversas vezes, visando desenvolver a
habilidade dos instruendos; e
e) as operações de manejo são executadas pela mão auxiliar com a arma
empunhada pela mão que atira.
8.2.4.4.1 Como medida de segurança, o instrutor deverá alertar para os
seguintes procedimentos:
a) não apontar a arma para os lados; e
b) não colocar o dedo indicador no gatilho durante as operações.
8.2.4.5 Na execução das operações de manejo da arma será permitido,
exclusivamente, o uso de munição de manejo.
8.2.4.6 1ª Fase: Manejo do armamento
8.2.4.6.1 Posição inicial de manejo

Fig 93 - Posição de manejo

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a) Atirador sentado com as pernas cruzadas;
b) Armas apontadas para cima;
c) Punho voltado para frente; e
d) Carregador ao solo com o transportador voltado para frente.
8.2.4.6.2 Manejo do fuzil - para o início do exercício, as armas estarão travadas,
abertas e sem o carregador, condição inicial para o ingresso no estande de tiro.
É importante seguir as seguintes operações:
a) registrar alça 200 no FAL, ou 150 no Para-FAL e IA2;
b) municiar um carregador com dois cartuchos de manejo;
c) alimentar a arma;
d) carregar, agindo no retém do ferrolho (FAL/PARAFAL) ou na alavanca de
manejo (IA2);
e) destravar e preparar para o tiro de repetição, colocando o RTS em “R”;
f) disparar;
g) simular incidentes de tiro: mostrar aos instruendos que devem levantar o braço
e aguardar a presença do Instr/Instr Aux, quando então, segundo a orientação e
supervisão deste, irão sanar o incidente;
h) colocar o RTS em “S”;
i) retirar o carregador;
j) executar dois golpes de segurança, agindo na alavanca de manejo;
k) abrir a arma, prendendo o ferrolho à retaguarda;
l) inspecionar a câmara;
m) alimentar a arma;
n) carregar, agindo no retém do ferrolho (FAL/PARAFAL) ou na alavanca de
manejo (IA2);
o) destravar e preparar para o tiro de repetição, colocando o RTS em “R”;
p) disparar;
q) abrir a arma, simulando o último disparo;
r) retirar o carregador;
s) executar dois golpes de segurança, agindo na alavanca de manejo;
t) inspecionar a câmara: mostrar aos instruendos que esta deve ser a situação
da arma após o término de cada série de tiro;
u) colocar o RTS em “R” (regime de tiro de repetição);

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v) desengatilhar;
x) colocar o RTS em “S” (em segurança);
y) abrir a arma, prendendo o ferrolho à retaguarda; e
z) inspecionar o carregador e deixá-lo ao lado do armamento, com a mesa do
transportador voltada para retaguarda.
8.2.4.6.3 Troca de Carregador - a troca de carregador será uma necessidade em
combate.
a) Retirar o carregador agindo no retém;

Fig 94 - Retirada e Troca do carregador

b) Substituir o carregador vazio por um cheio, guardando o carregador vazio;


c) Encaixar o carregador cheio, utilizando o polegar como guia; e
d) Empurrar pela base para confirmar que esteja preso pelo seu retém.

Fig 95 - Colocar o carregador (Esq) e Encaixe do carregador (Dir)

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8.2.4.6.4 Posição para inspeção:
a) o atirador, com a mão esquerda, coloca a arma aberta no ombro esquerdo,
segurando-a pelo punho, sem o carregador, mantendo o cano voltado para a
retaguarda e a arma paralela ao solo;
b) o carregador deve ser mantido sobre a palma da mão direita com a mesa do
transportador voltada para frente, mantendo o antebraço paralelo ao solo;
c) o atirador deve permanecer com as costas voltadas para o alvo;
d) após a inspeção, ele deve permanecer com o fuzil na posição de retenção em
frente ao peito, mantendo a arma aberta, placa do guarda-mão apoiada no pulso,
o carregador na mão esquerda e permanecer na posição de descansar

Fig 96 - Posição para inspeção e Posição de descansar

8.2.4.6.5 Aprovação - o instruendo será aprovado mediante a execução correta


das operações.
8.2.4.6.6 O instrutor, antes de iniciar a instrução, deverá verificar todos os cartuchos
de manejo que serão utilizados na oficina, para ter certeza que não há outro tipo
de munição entre eles.

8-14
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8.2.4.6.7 Conclusão – análise pós-ação da oficina, abordando o desempenho
dos atiradores.
8.2.4.6.8 Material empregado:
a) dois cartuchos de manejo por instruendo, pelo menos;
b) um carpete ou pedaço de lona de 1,60 ×1,00 m;
c) dois carregadores para cada instruendo;
d) cartazes (nome da oficina e objetivos da instrução); e
e) pessoal empregado: um Instr e um Instr Aux devem constituir, preferencialmente,
a oficina.
8.2.4.7 2ª Fase: Manutenção do armamento
8.2.4.7.1 Nesta oficina os instruendos são orientados a realizar manutenção no
armamento com os devidos cuidados a serem tomados antes e depois do tiro.
8.2.4.7.2 Deve-se explicar e citar exemplos sobre a necessidade de ser realizada
a manutenção preventiva.
8.2.4.7.3 O material necessário para a manutenção deve ser colocado à
disposição dos instruendos.
8.2.4.7.4 Deve-se mostrar aos instruendos a necessidade de todos possuírem o
kit de manutenção individual.
8.2.4.7.5 Apresentação do material necessário para manutenção do fuzil de um
grupamento de atiradores:
a) um carpete, capichama ou cobertor para cada instruendo ou pedaço de lona
de cerca de 3,00×1,00m para cada dez instruendos;
b) cinco recipientes contendo óleo neutro para limpeza de armamento;
c) cinco recipientes contendo querosene;
d) cinco varetas de limpeza;
e) cinco escovas de náilon para cano;
f) cinco escovas de latão para cano;
g) dez cordéis de limpeza;
h) dez pincéis pequenos (cerdas de quatro centímetros);
i) dez escovas de dente; e
j) retalhos de pano de algodão.
8.2.4.7.6 Explicação dos procedimentos a serem executados na manutenção.
a) Antes do tiro:
1) desmontar a arma em primeiro escalão, dispondo as peças na sequência;
2) secar completamente o cano com o cordel de limpeza e um pano seco;
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3) retirar o excesso de óleo nas demais peças;


4) inspecionar o percursor, verificando se a sua ponta está quebrada ou se
existe alguma trinca ou fissura;
5) montar a arma;
6) verificar se o anel regulador do escape de gases está na posição correta: o
anel regulador do escape de gases não deve estar completamente fechado ou
completamente aberto (somente no FAL e PARAFAL);
7) verificar se o registro de tiro e segurança e o eixo do gatilho estão na posição
correta, isto é, ambos engrazados pela placa suporte dos eixos; e
8) secar completamente o exterior da arma.

Fig 97 - Manutenção do armamento

b) Depois do tiro:
1) desmontar a arma em primeiro escalão, dispondo as peças na sequência;
2) escovar diversas vezes o cano com óleo passando-o pela câmara;
3) secar completamente o cano com o cordel de limpeza e um pano seco;

8-16
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4) limpar com óleo, utilizando pano e escovas, as partes internas e externas
do ferrolho e da armação;
5) secar todas as partes do armamento;
6) aplicar o óleo no interior do cano e nas demais partes metálicas da arma;
7) montar a arma; e
8) retirar o excesso de óleo na parte externa.
8.2.4.7.7 Mostrar o material necessário para a confecção do kit de manutenção
individual, a saber:
a) recipiente ou tubo pequeno com óleo;
b) pedaço de pano seco de aproximadamente 7 × 7 cm;
c) cordel de limpeza (corda de nylon, de aproximadamente 70 cm com pedaço
de pano preso em uma das extremidades);
d) escova de limpeza (pode-se improvisar utilizando escova de dente usada); e
e) chave de fenda pequena (5 mm de largura).
8.2.4.7.8 Aprovação - o instruendo será aprovado mediante a execução correta
das operações.
8.2.4.7.9 O instrutor deverá verificar se todos os instruendos estão com o seu “kit”
de manutenção do armamento.
8.2.4.7.10 Conclusão: realizada a manutenção.
8.2.4.7.11 Material necessário:
a) uma banqueta para colocação do material;
b) kit de manutenção (recipiente e tubo pequeno com óleo, pano seco, cordel de
limpeza, escova de limpeza de cano, escova de dente usada e chave de fenda
pequena);
c) material para manutenção do armamento de um grupamento de atiradores (lata
de óleo, capichama ou poncho, varetas, escovas de limpeza de cano e recipientes
para colocar as peças de molho);
d) material para escurecer aparelho de pontaria (vela, pedra de cânfora, lamparina,
fósforo e isqueiro);
e) um fuzil;
f) cartaz contendo os objetivos da sessão;
g) cavalete com o nome da oficina; e
h) uma prancheta para assinar as fichas de avaliação da IPT.

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8.2.5 OFICINA 05: ACIONAMENTO DO GATILHO
8.2.5.1 Objetivo
- Realizar corretamente o acionamento do gatilho.
8.2.5.2 Procedimentos:
a) relembrar o conceito do fundamento acionamento do gatilho;
b) dividir o grupamento em duas partes para o rodízio dos trabalhos. Metade
executará o acionamento do gatilho e a outra metade auxiliará colocando o estojo
de 9 mm equilibrado no quebra-chamas do fuzil;
c) linha de alvos proporcional à distância utilizada no estande para a obtenção da
visada correta, preferencialmente, uma distância semelhante ao do TIP (10 m);
d) pode-se ensinar o acionamento do gatilho, pressionando a tecla do gatilho
com o dedo indicador do instrutor sobre o dedo do instruendo. Repete-se este
procedimento por algumas vezes e, em seguida, o instruendo pressiona o gatilho
sobre o dedo do instrutor.
8.2.5.3 Execução
a) O atirador deverá fazer a pontaria no alvo (Fig 98).

Fig 98 - Pontaria

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b) O auxiliar coloca um estojo vazio de munição 9 mm sobre o quebra-chamas
do fuzil (Fig 99).

Fig 99 - Acionamento do gatilho

c) O atirador, mantendo as miras alinhadas, deverá pressionar a tecla do gatilho


com força suave, progressiva e paralela ao cano da arma, até que ocorra o
acionamento, sem deixar o estojo cair.
d) Deve-se repetir o exercício nas posições deitada, ajoelhada e de pé, nesta
ordem, visando a progressividade da aprendizagem.
8.2.5.4 Aprovação - cada instruendo deverá executar o acionamento do gatilho,
nas três posições fundamentais, até que consiga manter o estojo de 9 mm
equilibrado no quebra-chamas, sem deixá-lo cair do cano (a repetição desse
exercício deverá ser incentivada e praticada antes de cada sessão de tiro, em
todas as posições).
8.2.5.4.1 Aspectos a serem observados e corrigidos:
a) posições de tiro;
b) posicionamento da falange distal do dedo indicador sobre a tecla do gatilho;
c) força progressiva na direção da coronha da arma, vencendo a resistência do
gatilho;
d) movimento do dedo indicador deve ser independente dos outros;

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e) permanecer comprimindo o gatilho após o disparo por aproximadamente dois
segundos; e
f) verificar se o atirador fecha o olho no momento do disparo.
8.2.5.4.2 Padrão desejado – o atirador dará o sinal quando estiver pronto, com
a pontaria já feita.
a) O auxiliar dará os comandos ao atirador de “PREPARAR” e “JÁ” (cerca de dois
segundos depois).
b) O primeiro comando servirá para o atirador vencer apenas o descanso do gatilho.
c)Após o comando de “JÁ”, o atirador começará o acionamento propriamente
dito, enquanto o auxiliar contará mentalmente “MIL E UM, MIL E DOIS, MIL E
TRÊS…” até o “DISPARO”.
d) O auxiliar dará o retorno ao atirador de quantos segundos, em média, foi o
seu disparo.
e) O exercício será realizado três vezes. É desejável que o disparo seja realizado
entre dois e quatro segundos.
8.2.5.5 Conclusão
- Análise pós-ação da oficina, abordar o desempenho dos atiradores.
8.2.5.6 Material empregado:
a) cartazes (nome da oficina e objetivos da instrução);
b) estojos de 9 mm; e
c) alvos apropriados para as três posições.
8.2.5.7 Pessoal empregado
- Um Instr e um Instr Aux a cada 30 instruendos.
8.2.5.8 Esta é a oficina que integra os conhecimentos adquiridos nas demais
oficinas da IPT, portanto, para ela devem ser designados os instrutores mais
experientes e qualificados.

8-20
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CAPÍTULO IX
O PREPARO PSICOLÓGICO

9.1 GENERALIDADES
- Um disparo é um conjunto de procedimentos que requer do executante uma
grande habilidade motora fina. Como em toda atividade que envolve este tipo de
habilidade, é difícil executá-la em momentos em que o nível de ansiedade estiver
alto. Por isso, é importante explorar a parte psicológica do tiro.

9.2 FOCO DE ATENÇÃO


9.2.1 O foco de atenção do atirador deve estar totalmente voltado para o alinha-
mento de miras porque esta é a única forma de alinhar o cano para o alvo (é im-
portante não confundir com o foco visual, que deve estar o tempo todo na maça).
Se o foco de atenção não estiver em alinhar as miras, a sua mente poderá ser
tomada pelo pensamento de “agora é o momento para apertar o gatilho”. Nesta
hora será tarde e aparecerão provavelmente os erros comuns de acionamento
de gatilho (gatilhada ou antecipação).
9.2.2 O atirador durante os tiros deve estar com o foco de atenção no alinhamen-
to de miras e o restante das ações será executado automaticamente. Este é o
objetivo final de todo o atirador, pois a automação dos movimentos e as ações
fluem naturalmente. Portanto, no momento final do tiro o foco de atenção deve
estar no alinhamento de miras.

9.3 CONDICIONAMENTO
9.3.1 É importante o instruendo repetir várias vezes o tiro em seco na oficina de
acionamento do gatilho, para se criar uma automação do movimento de puxada
correta de gatilho. Com essa automação, o atirador deixará livre seu consciente
para focar sua atenção no alinhamento de miras. À medida que o atirador for
automatizando os fundamentos de tiro, conseguirá concentrar mais e mais sua
atenção no alinhamento de miras ou, até mesmo, na resolução da situação tática
em que ele se encontrar. Consequentemente, após esta automação, os níveis de
ansiedade diminuem muito.
9.3.2 No tiro em combate ou tiro rápido, a automação dos movimentos envolvidos
na execução do tiro se torna imprescindível, porque, com o nível de ansiedade
alta, só os movimentos condicionados serão perfeitos e rapidamente executados.

9-1
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9.3.3 ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO:
a) o reforço é todo aquele estímulo que aumenta a probabilidade da repetição do
comportamento. O reforço positivo é a adição de algo “bom” e o reforço negativo
é a retirada de algo “ruim”. Por sua vez, a punição é todo estímulo que visa a não
repetição de determinado comportamento. A punição positiva é a adição de algo
“ruim” e a punição negativa é a retirada de algo bom;
b) na administração do reforço positivo e negativo pelo instrutor é importante sa-
ber que, quando o atirador é elogiado, ocorre um aumento da sua motivação, ao
mesmo tempo que fortalece a aprendizagem da sua habilidade, isto é, vai haver
um progresso no seu desenvolvimento. Pode-se imaginar que, se o atirador fosse
punido, ocorreria o contrário, isto é, um regresso do seu desenvolvimento, o que
não é desejável. Na punição, o que sucede é a supressão temporal do compor-
tamento errado, mas que poderá retornar se não houver um controle permanente
do comportamento infrator até que aquela prática seja levada à extinção; e
c) o instrutor deve levar em conta o comportamento que ele quer trabalhar no ins-
truendo. Se ele desejar que o instruendo não repita determinado comportamento,
deve-se valer da punição, observando-se que uma simples “chamada de atenção”
já se caracteriza como uma punição em termos psicológicos. Porém, para manter
um alto grau de desempenho no tiro, o instrutor deve valer-se prioritariamente do
reforço para aquelas atitudes e comportamentos considerados positivos para o tiro.

9.4 ANSIEDADE
9.4.1 A ansiedade tem como principal característica a preocupação exagerada
em relação a algum evento futuro. Quanto maior a destreza com o armamento e
quanto melhor o desempenho no tiro, menor será a tendência à ansiedade. Nota
se que em situação de emprego real, mesmo os melhores atiradores podem ter
seu desempenho comprometido em função da ansiedade face à situação tática
apresentada.
9.4.2 SE OS NÍVEIS DE ANSIEDADE AUMENTAREM, E NÃO FOREM CON-
TROLADOS, ALGUNS DOS SINTOMAS PODERÃO APARECER
a) Diminuição da visão periférica (visão de túnel).
b) Diminuição da capacidade de ouvir os sons ao redor.
c) Diminuição da habilidade motora fina.
d) Descarga de adrenalina - provocando um consequente aumento da sudorese
e frequência cardíaca.
e) Taquipsiquia - efeito da demora, o atirador pensa que ele está se deslocando
lentamente.

9-2
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f) Analgesia - ocorre quando a taxa de adrenalina está alta, o inimigo pode levar
um tiro e ele ainda permanece avançando para atacar. Por isso, em combate,
deve-se executar quantos disparos forem necessários para cessar a ameaça.
9.4.3 Uma forma bem prática de controlar a ansiedade é a técnica da “respiração
regressiva”. O militar mentaliza que vai respirar e conta de dez a um, e quando
chegar no um, estará muito mais calmo. A partir daí ele procede uma inspiração
diafragmática (enchendo completamente o pulmão e sentido o abdômen também
expandir) e expira lentamente contando ou mentalizando de forma decrescente,
acrescido da palavra “relaxa” a cada respiração (dez, relaxa… nove, relaxa... oito,
relaxa mais ainda.... sete relaxa.... até o número um). Além de melhorar a oxige-
nação e favorecer a parte motora do tiro, essa técnica é eficiente para diminuir a
ansiedade e os batimentos cardíacos.

9.5 IMAGENS E COMANDOS POSITIVOS


9.5.1 Para criar uma imagem positiva, é necessário que o atirador se enxergue
acertando um, dois, três, etc, tiros no alvo. Nosso cérebro trabalha com imagens.
Se a mente do atirador visualizar uma imagem de um tiro passando ao lado do
alvo, certamente, o cérebro fará o possível para que o tiro vá naquele local onde
se imaginou, ou seja, ao lado do alvo. Então, visualiza-se uma imagem positiva de
acertar o alvo. Destrua a imagem negativa com um “míssil, foguete, fogo, água,
etc.”. Tire-a da sua mente, em suma, limpe a mente.
9.5.2 Dê comandos positivos para sua mente, “vou acertar o alvo” e o tiro certa-
mente irá acertar o alvo.
9.5.3 Com comandos negativos, como “não posso acertar o alvo”, a mensagem
ou imagem “erre o alvo” será projetada no cérebro, e o cérebro fará tudo para
que isso aconteça.

9.6 PROGRESSIVIDADE DAS INSTRUÇÕES


9.6.1 Existem vários fatores que fazem com que a ansiedade aumente, que vêm,
desde a inexperiência no trato com o armamento, passando pela responsabilidade
de não cometer nenhuma negligência, imperícia ou imprudência com o fuzil, como
também pelo recuo, estampido e efeito letal da arma, e chega ao estágio final da
competência profissional em acertar o alvo, quando necessário.
9.6.2 Para os inexperientes, pode-se afirmar que o medo é inerente ao ser hu-
mano. Portanto, encare o tiro, o acertar o alvo, como um obstáculo a ser vencido
como qualquer outro da vida.

9-3
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9.6.3 O natural deve ser buscado por cada atirador, pois cada militar é um indiví-
duo e essa individualidade deve ser aceita tanto pelo próprio atirador como pelos
instrutores. As regras gerais para os fundamentos e as técnicas já foram expostas.
Adapte-as à sua individualidade para que se alcance o máximo de rendimento.

9-4
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ANEXO A
NOMECLATURA DOS ALVOS

Escala do alvo
Distância para Designação do
Tipo de Alvo Representação sobre o huma-
os alvos alvo
noide
15 m 1/3 A5_15
25 m 1/8,3 A5_25
100 m 1/20 A5_100
5m
150 m 1/30 A5_150
200 m 1/40 A5_200
250 m 1/50 A5_250
25 m 1 A25_25
50 m ½ A25_50
100 m 1/4 A25_100
150 m 1/6 A25_150
25 m 200 m 1/8 A25_200
300 m 1/12 A25_300

Humanoide 400 m 1/16 A25_400


(A) 500 m 1/20 A25_500
600 m 1/24 A25_600
150 m 1/3 A50_150
50 m 200 m 1/4 A50_200
250 m 1/5 A50_250
100 m 1 A100_100
150 m 2/3 A100_150
200 m 1/2 A100_200
250 m 2/5 A100_250
100 m
300 m 1/3 A100_300
400 m 1/4 A100_400
500 m 1/5 A100_500
600 m 1/6 A100_600

Tab 16 - Alvos

A-1
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A.1 LETRA INICIAL: modelo do alvo (o antigo A2, com tamanho de 100 centí-
metros de altura por 50 centímetros de largura, com borda branca ao redor, é
o alvo base, letra A).
A.2 PRIMEIRO GRUPO DE NÚMEROS: distância a ser posicionado o alvo.
A.3 SEGUNDO GRUPO DE NÚMEROS: distância que o alvo representa.

Fig 100 - Dimensões dos alvos

A-2
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ANEXO B
TÉCNICAS DE TIRO NAS OPERAÇÕES

B.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS


- As técnicas de tiro a serem adotadas pelo combatente variam de acordo com a
missão, a situação e o terreno.

B.2 OPERAÇÕES OFENSIVAS


B.2.1 PROGRESSÃO POR LANÇOS
B.2.1.1 O militar realiza seus disparos, prioritariamente, enquanto estiver
executando a base de fogos, o tiro normalmente será visado nesta situação.
B.2.1.2 A posição de tiro a ser adotada dependerá da altura do abrigo que encontrar
em sua progressão.
B.2.1.3 Estas posições devem expor o mínimo da silhueta do atirador e, em
princípio, podem ser:
a) posição deitada;
b) posição deitada apoiada;
c) posição ajoelhada; e
d) posição ajoelhada apoiada.
B.2.2 CONDUTA NO ASSALTO
B.2.2.1 De acordo com o que prescreve o Manual C 7-5 - EXERCÍCIOS PARA
A INFANTARIA, quando houver superioridade de fogos, o militar executará o tiro
na posição de pé, executando pequenas paradas no momento da realização do
disparo.
B.2.2.2 Pode empregar qualquer técnica de tiro (tiro visado, rápido, noturno, etc.)
já abordada. A situação é que vai impor a melhor técnica.

B.3 OPERAÇÕES DEFENSIVAS


B.3.1 PROGRESSÃO POR LANÇOS
- Obedece aos mesmos princípios da progressão por lanços nas operações
ofensivas.

B-1
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B.3.2 TIRO DENTRO DE ABRIGO
a) O apoio do cotovelo no tiro dentro de abrigo é o mesmo que o utilizado na
posição deitada. A única diferença será a posição do corpo que irá se acomodar
às dimensões em que se encontrar o abrigo.
b) O tiro será visado inicialmente, podendo evoluir para qualquer outra técnica. A
situação é que irá determinar.

Fig 101 - Posição de tiro dentro de abrigo

B.4 EM AMBIENTE DE SELVA


- Devido ao ambiente de selva ser peculiar, alguns aspectos são importantes.
B.4.1 TIRO RÁPIDO
- É a forma mais apropriada para a execução de tiro no interior deste ambiente.
B.4.2 CONSUMO DE MUNIÇÃO
- É a maior preocupação do atirador devido à dificuldade de ressuprimento, então
o adestramento deve ser maior para que cada tiro disparado atinja o objetivo.

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B.4.3 TIRO A CURTAS DISTÂNCIAS
- O tiro será limitado ao campo visual, que varia em torno de 25 m, limitado pelos
obstáculos naturais deste ambiente.
B.4.4 TÚNEL DE TIRO
- O atirador deve procurar aberturas naturais dentre a vegetação que possibilitem
aumentar a visada para bater alvos mais distantes. Este tipo de tiro é muito utilizado
em emboscadas, ou em operações defensivas.
B.4.5 LOCAL DA TOMADA DA POSIÇÃO
- O atirador deve tomar a posição de tiro em local previamente reconhecido,
para não se surpreender com galhos, raízes ou armadilhas que iriam denunciar
a posição ou dificultar a execução do tiro.
B.4.6 TIRO RÁPIDO VISADO
- Caso tenha disponibilidade de tempo e abrigo, o atirador deve realizar a visada
para executar o tiro, sendo uma combinação de tiro rápido e a rápida visada.
B.4.7 O tiro, quando realizado em posições que acompanham varadouros, trilhas,
igarapés, rios, clareiras ou localidades, possibilita atingir alvos a distâncias
maiores, chegando até ao alcance de utilização do armamento. Quando nestas
condições, aplicam-se os fundamentos de tiro em situações normais.

B.5 EM AMBIENTE URBANO


B.5.1 O tiro em ambiente urbano vem sendo muito utilizado no combate atual.
É utilizado para desalojar o inimigo de dentro de um local, onde esse inimigo
construiu suas posições defensivas.
B.5.2 Esses locais urbanos têm um campo de tiro reduzido, mas contém várias
posições onde um atirador pode ocupar para deter ou retardar o inimigo.
B.5.3 CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS:
a) as posições de tiro devem ser cuidadosamente escolhidas, dependendo dos
locais das seteiras. São preferidos locais imprevisíveis pelo inimigo e as armas
que devem atirar das janelas ou de grandes aberturas deverão ser localizadas
bem recuadas no interior do edifício;
b) o terreno à frente das armas deve ser molhado para evitar que a poeira causada
pelo sopro da boca da arma revele a posição. As bocas das armas não devem
ficar fora do abrigo. Os atiradores mudam frequentemente de posição para iludir
o inimigo;

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c) as seteiras podem ser elevadas para permitir ao atirador atirar de uma plataforma
ou baixas para o tiro da posição deitada;
d) o emprego de armamento, no interior de uma localidade, para desalojar um
inimigo em uma localidade, deverá ser de pequeno ou médio calibre;
e) a camuflagem dos espaldões é favorecida pelos edifícios. Os espaldões podem
ser construídos dentro dos edifícios e suas seteiras situadas de modo a permitirem
o tiro através de janelas e portas existentes;
f) a observação e os campos de tiro são limitados, exceto ao longo das ruas e
becos; e
g) o movimento de viaturas é reduzido e canalizado. As viaturas ficam sujeitas
aos tiros a pequena distância de várias armas.
B.5.4 FASES DO ATAQUE
a) 1ª Fase - tem por fim isolar a localidade, apoderando-se dos acidentes do
terreno que dominam os campos de tiro da localidade. Os atiradores se apossam
de posições fora da região edificada de onde possam apoiar o ataque a localidade
e a conquista passo a passo do objetivo.
b) 2ª Fase - consiste no avanço dos elementos de assalto, com suas armas em
posição de pronto alto, para a região edificada e a conquista de alguns edifícios
na orla anterior da localidade. Isto diminui ou impede a observação dos atiradores
inimigos e os tiros diretos sobre o atacante que se aproxima. O atacante utiliza
as cobertas e abrigos proporcionados por esses edifícios atingidos, descentraliza
o controle e desloca as armas para frente.
c) 3ª Fase - é o avanço sistemático casa a casa, o atirador deverá ocupar uma
posição de tiro e deixar em condições as posições de muda, com o intuito de
iludir o inimigo. Nesta fase deve ser dedicada atenção particular ao controle
das unidades, à limpeza dos edifícios, à distribuição dos meios de comunicação
adequados e aos suprimentos de munição.

B-4
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COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES


Brasília, DF, de de 2022
https://portaldopreparo.eb.mil.br
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