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ROTEIRO DE PRÁTICA AJUSTAGEM MECÂNICA – CONFECÇÃO DE ROSCA INTERNA E EXTERNA

Prof: Angelo Bezerra Leão

MATERIAIS EMPREGADOS

- BROCAS DIVERSAS

- TARRAXAS DIVERSAS

- DESANDADOR OU VIRA MACHO

- PORTA COSSINETE

- ÓLEO LUBRIFICANTE

OBJETIVO: Confeccionar parafuso e porca com medidas métricas e em polegada

CONCEITOS E NOÇÕES GERAIS:

Desandador ou vira macho são dispositivos construídos em aço, servem para fixar o macho para
aberturas de roscas internas.

Sendo o comprimento total do desandador e do diâmetro do macho, a experiência aconselha a


adotar os seguintes valores:

L = 25 x d para metais duros

L = 18 x d para metais macios

As dimensões para comprimento de desandadores ainda podem ser calculados de acordo com o
diâmetro da rosca a talhar. O comprimento aproximado do desandador pode ser determinado pela
seguinte fórmula:

L = (20 x D) + 100 [mm]

Onde:

L = comprimento total do desandador

D = diâmetro da rosca
Exemplo: Calcule o comprimento total do desandador, quando a rosca a fazer tem diâmetro de
10mm.

Exemplo conforme fabricante:

1) Confeccionar rosca externa ¼” 20 fios. Demonstre cálculos.


2) Confeccionar rosca interna ¼” 20 fios. Demonstre cálculos.
3) Confeccionar rosca externa M8 x 25 passo 1,25. Demonstre cálculos
4) Confeccionar rosca interna M8 x 25 passo 1,25. Demonstre cálculos
Jogo de machos: Representa em si um parafuso com vários canais longitudinais e helicoidais.
O macho de roscar com canais helicoidais tem a vantagem de assegurar condições mais
favoráveis que os machos de canais retos.

Onde:
a) Entrada
b) Parte de guia
c) Haste cilíndrica
d) Quadrado
e) Parte de trabalho

Os machos de ajustador servem para fazer roscas à mão. São fabricados em jogos compostos de três
machos, sendo um deles para desbaste (a), outro médio (b) e o terceiro para acabamento (c). No
entanto, hoje a tendência é um conjunto com dois ou três machos.

Conicidade dos machos conforme jogo de machos

Porta cossinetes, cossinetes e tarraxas: São ferramentas para o roscado, podendo ser efetuado
manualmente ou com máquina de roscar (rosqueadeira). Os cossinetes de roscar são fabricados
inteiros, partidos e de tubos.

Os cossinetes inteiros são tipos de procas de aço temperado, nos quais a rosca está cortada por
canais passantes longitudinais, formando arestas cortantes, que servem para dar saída aos cavacos.
Cossinete inteiro

Os cossinetes em ambos os lados possuem partes cortantes, que servem para dar entrada e
“morder” a espiga da peça a roscar.

Os cossinetes diferenciam dos inteiros, por ter uma ranhura de 0,5 a 1,5mm que permite regular o
diâmetro da rosca nos limites de 0,1 a 0,25mm.

A rosca talhada com esses cossinetes não tem perfil suficientemente preciso, já que a rigidez deste é
insuficiente. Nas atividades industriais deve-se ter em mãos alguma peça (porca, conexão) para testar
o roscado externo, até adequar roscado, conforme figura abaixo:

a) Regular porta Cossinete para aprofundar roscado


b) Regular porta Cossinete para abrir ou retornar roscado

Porta Cossinete para tarraxas (cossinetes)


As tarrafas extensíveis (prismáticas) são diferentes dos cossinetes comuns, constando de duas
metades, chamadas de metade das tarraxas. Em cada uma das metades está indicado o diâmetro da
rosca e existem os números 1 e 2, que indicam a posição dessas metades ao fixa-las entre si.

Nas partes externas dessas metades há umas ranhuras angulares (canais) com ângulo de 120⁰, por
meio dos quais se colocam nas saliências correspondentes do porta-tarraxa.

Cossinete de extensão

Os porta-tarraxas em que são montadas as tarraxas prismáticas são fabricados de diversas


dimensões.

Onde:

a) Corpo
b) Cabos
c) Tarraxa de extensão
d) Suporte
e) Parafuso de fixação
No ramo industrial
Rosqueamento de tubos e roscas de conexão

Na indústria, os tubos de aço rosca são uma ótima opção para quem precisa ter qualidade e
segurança na condução de materiais fluidos, água, gás, ar comprimido, óleo e vapor. Os
tubos rosca são feitos de aço carbono galvanizado ou aço preto, o que garante maior
resistência às altas temperaturas e materiais inflamáveis, seguindo a norma NBR 5580, que
determina as suas dimensões, proteções, processos de fabricação e revestimento.

A rosca, propriamente dita, está em suas extremidades, sendo ligadas com outros tubos,
formando a linha de tubulação. Os modelos disponíveis de tubos rosca quando falamos de
suas ligações são:

Cônica-paralela
Cônica-cônica
Paralela-paralela

a) Rosqueadeira manual b) Rosqueadeira automática

Rosca NPT, BSP e BSPT

Bsp e npt são roscas comumente utilizadas em tubulações. A vedação nesses tipos de rosca se dá
pelo aperto dos filetes e adição de um vedante, normalmente uma fita de teflon (ptfe). Disso a
grande maioria dos técnicos sabem. Porém, é comum que apareçam algumas dúvidas quanto a
utilização dessas roscas, principalmente para aqueles que têm pouco contato.

BSP (Rosca americana ângulo 60⁰)

A rosca BSP (British Standard Pipe) é a que causa mais confusão com relação a sua especificação. Isso
se deve ao fato de ser uma rosca especificada por várias entidades normativas através de várias
normas. Além disso, causa confusão pelos termos que são utilizados para se referir a essa rosca,
como BSP, BSPT, BSPP, rosca gás, rosca G, whitworth gás, entre outras denominações.

As normas para rosca BSP são: ISO 7/1; NBR ISO 7.1 (que substituiu a NBR 6414); EN 10226 (DIN EN
10226 é a versão em alemão da EN 10226, que substituiu a DIN 2999); BS21; BS EN 10226; JIS B 0203.
Das normas acima, a BS é a mais antiga norma ainda em vigor. Sua primeira versão é de 1905, com
revisões em 1909, 1938, 1957, 1973 e 1985. Apesar do status de ainda estar em vigor, em teoria já
foi substituída pela BS EN 10226.

NPT (Rosca inglesa ângulo 55⁰)

A rosca NPT (National Pipe Thread) já não causa tantas dúvidas. É especificada pelas normas ANSI
b1.20.1 e NBR 12912 (igual a ANSI) e conhecida apenas por rosca NPT.

Características

Quando falamos em rosca BSP para tubulação temos que ter em mente o seguinte: a rosca externa
(do tubo) é cônica; a rosca interna (conexão) é paralela. A menos que esteja especificado de outra
forma, é assim que deve ser, é assim que o mercado oferece.

Isso é importante, pois as normas de rosca BSP permitem que a roscas internas sejam também
cônicas, porém é apenas uma alternativa, pois o mercado adotou o padrão como rosca interna
paralela. Dica: referencie sempre a norma ISO 7/1 quando especificar uma rosca BSP. Isso pelo fato
da ISO ser uma norma internacional amplamente reconhecida.

Para diferenciar a rosca cônica da paralela, a norma ISO utiliza a seguinte designação:

- rosca interna paralela => designação: RP

- rosca interna cônica => designação: RC

- rosca externa (sempre cônica) => designação: R

Portanto, se você se deparar com a seguinte especificação: rosca para tubo ISO 7/1 RP 1”, significa
que é uma rosca BSP interna paralela de 1”.

Diferentemente da norma ISO, a norma EN se apresenta dividida, conforme abaixo:

EN 10226-1 >> rosca externa cônica + rosca interna paralela

EN 10226-2 >> rosca externa cônica + rosca interna cônica

Apesar do mesmo número, são normas adquiridas separadamente. No caso, a EN 10226-1 é a mais
utilizada. Dica: é comum ouvirmos a designação “G”, como por exemplo ‘ rosca G ½” ‘. Normalmente
já traduzimos essa expressão para “rosca BSP 1/2" ‘. Isso não é uma verdade absoluta. A designação
“G” se refere à rosca especificada pela norma DIN 228 (ISO 228-1). O problema é que essa norma
estabelece que a rosca externa deve ser paralela, ao contrário das outras normas onde a rosca
externa é sempre cônica. A principal característica das roscas conforme DIN 228 (ISO 228-1) é que a
vedação não é feita pelos filetes da rosca, e sim através de uma espécie de anel de vedação,
normalmente de borracha. No caso da rosca interna, que também é paralela, as dimensões são
idênticas às outras normas BSP.
Exemplos: Conexão Bujão NPT e Niple BSP

Resumo roscas NPT e BSP:

Rosca NPT

- Conicidade

- Conexões

- Veda rosca (lubrificante)

Rosca BSP

- Paralela

- Conexões

- Vedação com oring ou anel de cobre


ATIVIDADE PRÁTICA

1) Realize a confecção de furo passante com rosca, em peça proposta. Mantendo a


perpendicularidade do macho para abertura de roscas e do cossinete conforme verificado na
figura abaixo:

a) Furo passante rosca interna M8x25 passo 1,25. Justifique seus cálculos (brocas).
b) Furo passante rosca interna ¼” 20 fios. Justifique seus cálculos (brocas).
c) Furo passante rosca externa M8x25 passo 1,25. Justifique seus cálculos (procedimento).
d) Furo passante rosca externa ¼” 20 fios. Justifique seus cálculos (procedimentos).

Utilize lubrificação conforme apresentado na tabela abaixo, para o material empregado na prática

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