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1 Evolução Do Dir. Adm
1 Evolução Do Dir. Adm
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em geral. Logo depois fala sobre o direito administrativo italiano, primeiramente no
Reino e logo depois durante o seu desenvolvimento sucessivo. 7
Assim como o direito constitucional, o direito administrativo tem origem rela-
tivamente recente devido ao tempo longo na realização de condições históricas que
foram pressupostos ao seu surgimento.
As condições para o surgimento do direito administrativo se deram com a
instauração dos governos constitucionais. Contrariamente aos governos que se sub-
metiam às leis editadas nos estados a que pertenciam, os estados absolutistas só se
vinculavam às leis para a manutenção de assuntos financeiros e patrimoniais priva-
dos. A partir do século XIX, tal vinculação legal passou a ser reconhecida para
algumas leis de direito público, reconhecidas como o "direito de polícia" . Somente
após a Revolução francesa, porém, é que, pela afirmação do princípio da divisão
dos poderes e da integral sujeição do poder executivo às normas editadas pelo poder
legislativo é que foi possível constatar a eficácia vinculante das leis que tratavam
da organização e atividade dos órgãos da administração pública e o surgimento de
relações jurídicas entre o Estado e os cidadãos.
Os antigos Estados italianos possuíam ordenamentos jurídicos próprios e até
consideráveis, mas mesmo assim não conheceram um direito administrativo propria-
mente dito senão após a introdução da legislação francesa. ZANOBINI informa que
os antigos reinos piemonteses, das duas Sicílias e o ducado de Parma permaneceram
largamente informados pelo ordenamento administrativo francês. A partir da forma-
ção do novo Estado italiano, iniciada com a anexação das diferentes províncias ao
reino de Piemonte, mais tarde distanciado do modelo francês de direito administra-
tivo, foram adotados sistemas deduzidos de outros países estrangeiros - principal-
mente a Bélgica - e criações próprias e originais.
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ferida para Recife) em 1851 e pela influência recebida da Europa com as suas cátedras
e obras de direito administrativo. 9
Para regerem a cátedra de São Paulo, foram chamados José Inácio Silveira da
Mota e, tendo o mesmo desistido da tarefa, Antônio Joaquim RIBAS. Este último
demorou em apresentar-se por ter estado buscando um livro que servisse de texto
para os alunos e não tê-lo encontrado. A solução então foi preparar apontamentos
que seriam completados pelos alunos. 10
No ano de 1857 foi publicada em Recife a obra de Vicente PEREIRA DO REGO
entitulada "Elementos de direito administrativo brasileiro comparado com o direito
administrativo francês segundo o método de P. Pradier-Foderé". Conforme a ex-
plicação de MEDAUAR, o autor no seu prefacio revela que utilizara a obra de
Pradir-Foderé:
"para a ordem das matérias, para colher os princlplOs gerais ( ... ), para
aplicação ao direito administrativo pátrio e na parte da organização e legis-
lação administrativa pátrias, foi forçado a apostilar muitas preteções fora
daquele compêndio" lI.
9 Viana, Oliveira. "Instituições políticas brasileiras" , EDVSP, Ed. Itatiaia, Ed da EFF, 1987, 10
vol., pp. 271 e 275. apud Medauar. Ob. cit., p. 61.
\O Medauar. Ob. cit., pp. 60-61.
1I Ob. loc. cit. ant.. p. 62.
12 Medauar. Ob. cit., p. 62.
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Outro autor de Direito Administrativo que se seguiu com publicação foi o
Visconde de URUGUAI.
Um dos pontos tratados pelo autor era o que se referia à necessidade de que o
estudo não devia consistir " ... no mero conhecimento dos textos de nossas leis
administrativas" .13
Planejava trabalhar o tema da função pública na segunda parte da sua obra a
ser desenvolvida posteriormente à edição da primeira parte do "Direito Administra-
tivo Brasileiro". Ao assunto dera o seguinte título: "Título 4". Das condições,
direitos e deveres dos funcionários e empregados públicos. Da sua nomeação, pro-
moção, remoção, aposentadoria e demissão. Das vantagens pecuniárias e honoríficas.
Da subordinação e responsabilidade administrativa" .14
Não era seu propósito coordenar, o que considerava vastíssima e confusa, a
legislação administrativa do Brasil Império para chegar a um sistema que envolvesse
todos os seus ramos e sistemas. I5
Ao tratar da origem histórica do Direito Administrativo, o autor confere aos
progressos do Direito Político, o papel de responsáveis pela existência do primeiro.
Para a obra escrita em 1861, o caráter de novidade do Direito Administrativo
representava dificuldades para a sua própria afirmação como ciência, a determinação
de seu objeto.
Embora aceitasse os problemas que a nova ciência enfrentava, detecta RIBAS
certos princípios que já há tempos eram existentes, apesar de não se encontrarem
sistematizados como parte do Direito Administrativo.
Para o autor, determinados interesses gerais ou coletivos eram de tamanha
importância que, apesar de tudo, as leis das nações civilizadas minimamente que
fossem, não podiam deixar de reconhecer e definir. Ressaltava então, que certos
pontos de contato entre os interesses públicos e os privados eram tão sensíveis e
complicados que tinham que ser precisados. Isto com o intuito de "se evitarem os
funestos resultados das recíprocas invasões dessas órbitas" .16
Mostra ainda que as repúblicas romana ou helênica, além de quaisquer outros
povos, mantinham instituições para protegerem as ordens interna e externa e os
interesses coletivos mais importantes de seus cidadãos.I 7
Aponta ainda que resultante da civilização moderna, o desenvolvimento trouxera
a multiplicação e o estreitamento das relações sociais, a ampliação dos recursos e
das necessidades públicas. A partir deste ponto:
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" ... a vigilância, a repressão e a impulsão da autoridade deverão tomar-se
mais vastas e enérgicas, e as instituições administrativas progressivamente
mais desenvolvidas" .18
" ... entendia-se que a sua ação não estava sujeita a regras gerais e fixas" .19
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No período posterior às revoluções burguesas, o pensamento pelo qual o Estado
situava-se acima de qualquer tipo de governante consolidou-se por meio do ques-
tionamento da monarquia e da propagação dos ideais republicanos. 25
A transformação dos súditos em cidadãos permitiu, assim, a criação de conceitos
desta nova ordem.
Indica ainda:
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As aspirações e frutos resultantes desta aproximação foram a sindicalização dos
funcionários públicos. Primeiramente proibida, depois aceita e, finalmente, oficiali-
zada. 34
6. Conclusões
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