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Prezado Coordenador,

A Coordenadoria jurídica tem feito acompanhamento da comunicação


desenvolvida entre a CRS Itaipu e o curador que se apresentou através do e-mail aqui
encaminhado. Desta forma, considerando o as solicitações contidas no bojo das
mensagens, venho manifestar orientação jurídica acerca da possibilidade de atendimento
dos pleitos.

Nesse sentido, esta coordenadoria jurídica entende pela inviabilidade do envio


dos dados solicitados por e-mail, sem que haja prévia verificação da identidade do autor
da mensagem e garantia de tratamento adequado dos dados disponibilizados. A Lei
13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de dados- LGPD) que dispõe sobre o tratamento
de dados pessoais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou
privado.

A Lei prevê que o dado pessoal é qualquer informação relacionada a pessoa


natural identificada ou identificável; por sua vez, ela define dado pessoal sensível, como
dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política,
filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado
referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a
uma pessoa natural.

O tratamento de dados pessoais, por sua vez, compreende toda operação


realizada com dados pessoais, que se refiram a coleta, produção, recepção, classificação,
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processamento,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da informação,
modificação, comunicação, transferência, difusão ou extração. Ele somente poderá ser
realizado em hipóteses legalmente especificadas.

Fato é que o presente caso se enquadra em uma das hipóteses passíveis de


compartilhamento dos dados, entretanto, conforme disposto pelo artigo 46 da LGPD, os
agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e
administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de
situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer
forma de tratamento inadequado ou ilícito.
Considerando que a solicitação ocorreu por e-mail, sem que o agente se
apresentasse presencialmente para confirmação de sua identidade, por medida de
segurança, principalmente considerando a situação de vulnerabilidade dos acolhidos,
esta Coordenadoria Jurídica recomenda que os dados NÃO sejam remetidos por e-mail
sem que antes haja a confirmação da identidade do curador.

Atenciosamente,

Assessora Jurídica

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