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POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Volume 3
Organizadoras
Dhyovana Guerra
Isaura Monica Souza Zanardini
Simone Sandri
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Dhyovana Guerra
Isaura Monica Souza Zanardini
Simone Sandri
(Organizadoras)
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Volume 3
Editora CRV
Curitiba – Brasil
2023
Copyright © dos autores
Editor-chefe: Railson Moura
Diagramação e Capa: Designers da Editora CRV
Imagem de capa: golib.tolibov | DepositPhotos
Revisão: Os Autores
Bibliografia
ISBN Digital 978-65-251-3944-9
ISBN Físico 978-65-251-3943-2
DOI 10.24824/978652513943.2
2023
Foi feito o depósito legal conf. Lei 10.994 de 14/12/2004
Proibida a reprodução parcial ou total desta obra sem autorização da Editora CRV
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Este livro passou por avaliação e aprovação às cegas de dois ou mais pareceristas ad hoc.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 9
Dhyovana Guerra
Isaura Monica Souza Zanardini
Simone Sandri
Dhyovana Guerra
Isaura Monica Souza Zanardini
Simone Sandri
(Organizadoras)
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ESTADO, CAPITAL E EDUCAÇÃO:
reflexões sobre hegemonia e
redes de governança1
Eneida Oto Shiroma
Olinda Evangelista
Introdução
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Rafael
Hoje decidiu procurar sete semelhanças
entre o sol e uma laranja.
Demorou uma hora para descobri-las.
E se foi caminhando com a laranja brilhando
no bolso.
(FERRADA; VALDEZ, 2020)2
Segundo Ball (2007), policy networks são redes que, embora congre-
guem coletivos em torno de uma mesma questão, por vezes portam interes-
ses implícitos distintos. Tais redes são rotas de influência e instauram outro
modo de disseminar ideias e agir politicamente. Seus participantes unem-se,
por iniciativa própria ou indução – de governos, Organizações Multilaterais
(OM) –, considerando que a ação conjunta pode ampliar o poder dos sujeitos
ou grupos envolvidos, ampliando sua capacidade de reivindicação e de luta
por meio de lobbying ou defesa de determinadas causas.
As redes de políticas públicas caracterizam-se por híbridos e instáveis
arranjos de organizações envolvidas em diferentes formas de coordenação e
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5 No campo da ciência política, a noção de governança aparece associada ao “conceito de poder social que
media as relações entre Estado e Sociedade Civil, como espaço de construção de alianças e cooperação,
mas também permeado por conflitos que decorrem do impacto das assimetrias sociais e seus reflexos no
meio ambiente e das formas de resistência, organização e participação dos diversos atores envolvidos. [...] Ao
utilizar o conceito de Governança, entende-se que se relaciona com a implementação socialmente aceitável
de políticas públicas, um termo mais inclusivo que governo, por abranger a relação sociedade, Estado,
mercado, direito, instituições, políticas e ações governamentais. Governança implica o estabelecimento de
um sistema de regras, normas e condutas que reflitam os valores e visões de mundo daqueles indivíduos
sujeitos a esse marco normativo” (JACOBI et al., 2012). Conquanto não apareça na definição dos autores,
os que podem atuar na “governança” são sujeitos de classe e não simples indivíduos.
18
6 Projeto político que se apresenta como “social-liberalismo”, tenta conciliar política econômica ortodoxa e
política social progressista. Propagado por Clinton e Blair, entre outros líderes, constitui a concha ideológica
mais adequada ao neoliberalismo (ANDERSON, 2000). Em 2003, na quarta reunião da cúpula da Terceira
Via que reuniu chefes de Estado e mais de 500 dirigentes, o projeto passou a se autodenominar Cúpula da
Governança Progressista (NEVES et al., 2010, p. 70).
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 19
Governança da Educação
7 Em abril deste ano, o TpE publicou Educação Já 2022, documento a ser apresentado aos candidatos à
Presidência da República e aos governos estaduais. Segundo o APH, “‘Educação de qualidade’ não pode
continuar sendo privilégio de poucos” (TPE, 2022, p. 3).
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 25
REFERÊNCIAS
ANDERSON, Perry. Renovação. Revista Praga: Estudos marxistas, São
Paulo, n. 9, p. 7-26, jun. 2000.
BALL, Stephen J. Global Education Inc.: new policy networks and the
neo-liberal imaginary. Oxford, UK: Routledge, 2012.
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BEVIR, Mark; RHODES, Rod A. W. The Stateless State. In: BEVIR, Mnome
(ed.). The Sage handbook of governance. London, UK: Sage, 2011. p. 203-217.
JESSOP, Bob. The capitalist state: Marxist theories and methods. Oxford,
UK: Basil Blackwell, 1984.
MÉSZÁROS, István. Educação para além do capital. São Paulo, SP: Boi-
tempo, 2005.
OZGA, Jenny; RINNE, Risto. The OECD and the Global Re-regulation of
Teachers Work: knowledge based regulation tools and the regulation of teach-
ers in Finland and England. In: LEVIN, John; SEDDON, Terri; OZGA, Jenny
(eds.). The World Yearbook of Education. London, UK: Routledge, 2013.
SHIROMA, Eneida Oto. Avaliação ‘ao longo da vida’: análise crítica das
políticas de avaliação de professores e das implicações sobre a carreira
docente. 2013. Relatório de pesquisa de pós-doutoramento – Universidade
de Oxford, 2013.
SHIROMA, Eneida Oto. Networks in action: new actors and practices in edu-
cation policy in Brazil. Journal of Education Policy, v. 29, p. 323-348, 2014.
Márcia Cossetin
Introdução
1 Texto publicado originalmente na Revista Educação e Políticas em Debate, v. 10, n. 2, p. 630-647, maio/
ago. 2021.
2 Como: a Conferência Mundial de Educação para Todos (1990), resultando no Plano Decenal de Educação
para Todos (1993-2003). Documentos foram firmados pela Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe (CEPAL). Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, que como fruto o documento
“Educação: um Tesouro a Descobrir”, o “Relatório Jacques Delors”, o qual indicava as urgências para a
Educação do novo século, sendo referência para elaboração das Políticas Educacionais brasileiras.
34
3 É pertinente enfatizar que o “[...] decreto é também apresentado e comentado didaticamente ao final
do ‘Caderno da PNA’” (BRASIL, 2019, p. 54), lançado em 15 ago. 2019. “[...] Esse documento tem sido
denominado também ‘Guia explicativo da PNA’ ou ‘Cartilha da PNA’” (MORTATTI, 2019a, p. 23).
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 35
7 A Portaria nº 1.460, de 15 ago. 2019, institui a Conferência Nacional de Alfabetização Baseada em Evidências
– Conabe (BRASIL, 2019) e pela Portaria nº 1.461, de 15 ago. 2019 nomeia os 12 pesquisadores para
compor o painel de especialistas da Conabe (BRASIL, 2019).
38
Art. 2º Ficam instituídas as ações do Pacto, por meio do qual o MEC, em parceria com instituições de ensino
superior, apoiará os sistemas públicos de ensino dos Estados, Distrito Federal e Municípios na alfabetização e
Art. 8º A Política Nacional de Alfabetização será implementada por meio de programas, ações e instrumentos
que incluam:
VII – estímulo para que as etapas de formação inicial e continuada de professores da educação infantil e
de professores dos anos iniciais do ensino fundamental contemplem o ensino de ciências cognitivas e suas
aplicações nos processos de ensino e de aprendizagem;
VIII – ênfase no ensino de conhecimentos linguísticos e de metodologia de ensino de língua portuguesa e
matemática nos currículos de formação de professores da educação infantil e de professores dos anos iniciais do
ensino fundamental;
XII – incentivo à formação de gestores educacionais para dar suporte adequado aos professores da educação
infantil, aos professores do ensino fundamental e aos alunos;
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A concepção adotada no âmbito do PNAIC é a A PNA, com base na ciência cognitiva da leitura, define alfabetização
da Alfabetização na perspectiva do Letramento. como o ensino das habilidades de leitura e de escrita em um sistema
Ou seja, entende-se e defende-se que é preciso alfabético. Sistema alfabético é aquele que representa com os caracteres
que a criança domine o Sistema de Escrita Al- do alfabeto (letras) os sons da fala.
fabética, mas que também desenvolva habili- Ao aprender as primeiras regras de correspondência entre grafema fo-
nema/fonema-grafema, a pessoa começa a decodificar, isto é, a extrair de
dades de fazer uso desse sistema em diversas
uma sequência de letras escritas a sua forma fonológica (ou pronúncia),
situações comunicativas, com autonomia.
e a codificar, isto é, a combinar em sinais gráficos (letras ou grafemas) os
sons produzidos na fala. Em outras palavras, começa a ler e a escrever.
O ensino dessas habilidades de leitura e de escrita é que constitui o pro-
cesso de alfabetização. Em um sistema de escrita que não seja alfabético
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9 No final da década de 1950 e início da década de 1960, pequenos grupos de pesquisadores, principalmente
das áreas de linguística, neurociência, psicologia, antropologia, filosofia da mente e, de forma destacada,
inteligência artificial, se propuseram a responder em que consiste a mente ou a cognição. [...] assentando
as bases conceituais e metodológicas para a compreensão interdisciplinar da mente e dando origem à assim
chamada “ciência cognitiva” (MOLINA; JUNGES, 2020, p. 258).
44
Neste sentido, uma Política Pública precisa considerar o sujeito que irá
contemplar, bem como o ambiente em que estão inseridos. Ao criar uma Polí-
tica, deve-se analisar quais são os objetivos, quais serão os programas desen-
volvidos. Portanto, Macedo (2020) destaca que “[...] é preciso ter como ponto
de partida uma análise profunda das desigualdades sociais, cultural e econômica
do país”, para que as metas da Política sejam alcançadas e de forma igualitária.
Assim sendo, discutir a Alfabetização, sobretudo caminhos possíveis
para enfrentar os desafios que envolvem o processo de constituição da Política
Pública e de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, deve-se pautar na
construção do diálogo com os sujeitos; isto é, o professor alfabetizador que
atua em sala de aula, a comunidade acadêmica e os dirigentes e responsáveis
pela implantação e implementação de Políticas Públicas Educacionais brasi-
leiras precisam participar ativamente das definições e, não apenas recebê-las
como verdade absoluta.
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ALFERES, M. A. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: uma
análise contextual da produção da política e dos processos de recontextua-
lização. 2017. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual de
Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2017.
Introdução
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1 Texto publicado originalmente na Revista Retratos da Escola, v. 16, n. 35, p. 591-611, maio/ago. 202.
2 Considera-se que o Banco Mundial e o Grupo Banco Mundial são distintos (cf. GUERRA; FIGUEIREDO, 2021).
3 Nos documentos do BM, ‘educação primária’ corresponde à escolarização a partir de seis anos de idade
até, aproximadamente, 11 anos. A educação secundária é subdivida em secundária baixa (12 a 15 anos
de idade) e secundária alta (15 a 18 anos de idade). No Brasil, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional – LDB nº 9.394/1996 a Educação Básica está estruturada em Educação Infantil (0 a
5 anos de idade), Ensino Fundamental (a partir de 6 anos de idade até 14 anos de idade) e Ensino Médio
(15 a 17 anos de idade) (BRASIL, 1996). A obrigatoriedade da educação foi estipulada por faixa etária e
não por etapas da Educação Básica, portanto, conforme prevê Art. 208 da Constituição Federal (1988), no
inciso I, o Estado deve oferecer a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessetes)
anos de idade (BRASIL, 1998).
52
4 Portaria nº 10, de 8 de janeiro de 2021 que estabelece parâmetros e fixa diretrizes gerais para implementa-
ção do Sistema de Avaliação da Educação Básica – Saeb, no âmbito da Política Nacional de Avaliação da
Educação Básica.
54
5 Segundo Gramsci (1982), o consenso espontâneo e a coerção estatal são formas ideologizantes de domi-
nação do grupo dominante à vida social.
56
Aprender mais sobre o nível de aprendizado para que sua melhoria seja
um objetivo formal e mensurável. Medir melhor a aprendizagem e melho-
rar seu acompanhamento; usar esses resultados para orientar as ações a
serem tomadas.
Projeto de política baseado em evidências para garantir que as escolas
estejam a serviço da aprendizagem para todos os estudantes. Utilizar evi-
dências para orientar a inovação e a prática.
Construir coalizões e alinhar atores para que todo o sistema favoreça o
aprendizado. Abordar as barreiras técnicas e políticas que impedem o
aprendizado em escala (BANCO MUNDIAL, 2018, p. 16).
Considerações finais
fatores e se expressaria por meio dos baixos resultados nas avaliações externas
conduzidas principalmente pelo PISA. No âmbito do indivíduo, correspon-
deriam a estudantes/as provenientes de ambientes carentes e professores/
as desmotivados/as e com má formação. Sobre a sala de aula, a escola e o
sistema educacional, argumenta-se sobre a má gestão de recursos, insumos e
a falta de governabilidade.
A defesa de uma educação para todos/as e de uma aprendizagem para
todos/as tende a enaltecer a lógica do mercado e da economia, sendo as cau-
sas da crise propulsoras da desigualdade social; a educação seria, então, um
mecanismo de obtenção de eficiência para a redução da pobreza e o desenvol-
vimento da capacidade produtiva. Por isso, os investimentos educacionais se
tornariam justificáveis, à medida que se obteria o retorno estabelecido pelos
fins econômicos, mais especificamente, a formação para o capital humano.
A crise estrutural do capital velada pela retórica da crise do Estado, que
seria obsoleto e tecnoburocrata, com serviços públicos onerosos e ineficientes,
serviu de base para a reforma do aparelho do Estado brasileiro nos anos 1990.
Com base em argumentos semelhantes, apontava-se também a necessidade de
modernização da escola pública para acompanhar as novas demandas sociais,
tecnológicas e do mercado de trabalho.
Atualmente, o Banco Mundial lança um conjunto de documentos anun-
ciando a necessidade de novos ajustes na educação no Brasil, uma vez que o
sistema, composto por professores/as supostamente incapacitados, não geraria
capital humano passível de ser aproveitado pela sociedade. Essa argumentação
definiria a crise de aprendizagem. Para o BM, essa crise seria decorrente da
incapacidade de gestão da escola e dos/as professor/as, o que, por sua vez,
geraria falta de governança (desequilíbrio) no sistema educacional. Para cor-
rigir esse descompasso entre aprendizagem e capital humano, novas reformas
educacionais são sugeridas.
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REFERÊNCIAS
BANCO MUNDIAL. Aprendizagem para todos: Investir nos conhecimen-
tos e competências das pessoas para promover o desenvolvimento – resumo
executivo. Washington, DC, 2011. Disponível em: https://documents1.worl-
dbank.org/curated/en/461751468336853263/pdf/644870WP00PORT00Bo-
x0361538B0PUBLIC0.pdf. Acesso em: 25 jul. 2022.
GAULEJAC, Vincent de. Gestão como doença social: ideologia, poder geren-
cialista e fragmentação social. São Paulo: Ideias & Letras, 2007.
ROCHA, Deise Ramos da; HYPOLITO, Álvaro Luiz Moreira. Disputas pela
escola pública: contribuições históricas para pensar o trabalho docente. Linhas
Críticas, Brasília, v. 26, e31908, p. 1-15, 2020. Disponível em: https://doi.
org/10.26512/lc.v26.2020.31908. Acesso em: 25 jul. 2022.
Introdução
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possível destacar que, tal como o BM recomenda que haja controle dos resultados
associado a conceitos de qualidade e avaliação, as ações desenvolvidas no Paraná,
especialmente no que se refere à educação, incorporam a mesma perspectiva.
Ressaltamos também que a influência dos organismos internacionais,
como o BM, no que diz respeito às políticas dos países periféricos do capita-
lismo, está relacionada ao processo definido por Barroso (2005) como regula-
ção transnacional. Nessa mesma perspectiva, Mello (2014), ao discorrer sobre
a atuação do BM na disseminação de políticas transnacionais, afirmou que:
Ele foi capaz de, ao longo da sua trajetória, alcançar legitimidade suficiente
para que seus dados estatísticos se tornassem referência, seus funcionários
e documentos circulassem nos governos, organizações não governamentais
(ONGs), universidades e jornais de todo o mundo, com influência em
diversas áreas e temáticas ligadas ao debate “guarda-chuva” do desenvol-
vimento que ele ajudou a consolidar (MELLO, 2014, p. 153).
Considerações finais
REFERÊNCIAS
BANCO MUNDIAL. Documento de Avaliação do Projeto do Emprés-
timo Proposto no Valor de US$350 Milhões de Dólares para o Estado
do Paraná com a Garantia da República Federativa do Brasil. Relatório
67388/BR. 2012. Disponível em: https://documents1.worldbank.org/cura-
ted/en/465531468015594208/pdf/NonAsciiFileName0.pdf. Acesso em:
6 dez. 2022.
Introdução
Currículo integrado
Formação omnilateral
Mas eles próprios começam a se distinguir dos animais logo que come-
çam a produzir seus meios de existência, e esse passo a frente é a própria
consequência de sua organização corporal. Ao produzirem seus meios de
existência, os homens produzem indiretamente sua própria vida material
(MARX; ENGELS, 1998, p. 11, grifos do autor).
Na sua dimensão mais crucial, ele aparece como atividade que responde
a produção dos elementos necessários e imperativos à vida biológica dos
seres humanos enquanto seres ou animais evoluídos da natureza. Con-
comitante, porém, responde às necessidades de sua vida cultural, social,
estética, simbólica, lúdica e afetiva. Trata-se de necessidades, ambas, que,
por serem históricas, assumem especificidades no tempo e no espaço (FRI-
GOTTO, 2005, p. 59).
2 “[...] conceito de homo economicus, isto é, homem econômico, segundo o qual toda pessoa é
profundamente influenciada por recompensas salariais, econômicas e materiais. Assim sendo, este
plano faz o trabalhador desenvolver o máximo de produção que é fisicamente capaz de atingir para obter
um ganho maior. Nessa visão, o operário é um indivíduo limitado e mesquinho, preguiçoso e culpado pela
vadiagem e pelo desperdício das empresas e deveria ser controlado por meio do trabalho racionalizado
e do tempo padrão. Seguindo esse raciocínio, as condições de trabalho passam a ser muito valorizadas,
não porque as pessoas o merecessem, mas porque o conforto do operário e a melhoria do ambiente
físico aumentavam sua eficiência” (COLTRO, 2006, p. 12).
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 95
Considerações finais
Identificamos em vários momentos que uma das questões que deveriam
ser contempladas para a efetivação do programa era a formação continuada dos
professores. A formação dos professores, neste caso específico, formação con-
tinuada para os professores do Proeja, como qualquer ação de política pública,
configura-se dentro de um contexto maior em que vigoram interesses divergentes
entre Estado e trabalhadores. Como resultado das contradições entre capital e
trabalho, torna-se amarrada a um jogo de interesses e tem como consequência o
pouco ou o não investimento em questões cruciais para a qualidade da educação.
A partir dessa primeira constatação com relação à formação dos profes-
sores, e ao analisarmos os dados referentes aos conceitos que fundamentam
a proposta do programa, constatamos que a compreensão dos docentes a
respeito de Currículo Integrado, bem como demais conceitos e categorias
que fazem parte da discussão teórica do Programa, se aproximam em alguma
medida da concepção apontada pelos teóricos estudados e das diretrizes legais
da proposta, porém, de forma generalista. Percebemos que os apontamentos
e as conceituações feitas pela maioria dos professores partem de conceitos
gerais da educação ou de conhecimento e experiências de sua prática docente.
Questões mais específicas sobre o Currículo Integrado explicitaram-se como
lacunas ou barreiras para a efetivação do trabalho de alguns professores, por
exemplo, ao definirem que integração curricular era relacionar os conteúdos
de determinada disciplina com o mercado de trabalho.
102
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.208, de 17 de abril de 1997. Regulamenta o § 2º
do Art. 36 e os Arts. 39 a 42 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 18 abr. 1997.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. 22. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2004. Livro 1, v. 1.
Introdução
1 Texto publicado originalmente na Revista Germinal: Marxismo e Educação em Debate, v. 12, n. 1, p. 315-324,
abr. 2020.
106
pelo Banco Mundial (2018). Como exemplo, temos a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC)2 no país, que já é um fato estabelecido. Seu norte formativo
baseia-se nas “Competências Gerais da BNCC”, sendo: 1 – Conhecimento; 2
– Pensamento científico, crítico e criativo; 3 – Repertório Cultural; 4 – Comu-
nicação; 5 – Cultura digital; 6 – Trabalho e projeto de vida; 7 – Argumentação;
8 – Autoconhecimento e autocuidado; 9 – Empatia e cooperação e 10 – Res-
ponsabilidade e cidadania (MOVIMENTO PELA BASE, 2018, p. 2).
O relatório do Banco Mundial (2018), enfatiza o fator econômico como
um problema a ser superado no país. A solução para o Banco Mundial (2018),
é conferir uma urgência à agenda de políticas de competências e emprego,
“mas com ênfase na produtividade futura dos trabalhadores, e acentua o foco
no engajamento dos jovens na escola e no trabalho” (BANCO MUNDIAL,
2018, p. 12). Por essas definições, é possível depreender, a partir das conside-
rações de Tonet (2016), que a concepção de educação defendida pelo Banco
Mundial (2018), faz a distinta separação entre trabalho intelectual e trabalho
manual, haja vista a explícita noção de elevar a produtividade do país mediante
a empregabilidade dos jovens no mercado de trabalho. Vale dizer que numa
sociedade cujo establishment encontra raízes na desigualdade social, logo,
na luta de classes, a divisão social do trabalho é uma realidade que mantém
a ordem dos dominantes versus dominados. À vista disso,
2 Aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), no dia 15 de dezembro de 2017, a BNCC referente a
Educação Infantil e ao Ensino Fundamental. No dia 4 de dezembro de 2018, aprovou-se pelo CNE a BNCC
do Ensino Médio.
112
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ALTMANN, H. Influências do Banco Mundial no projeto educacional brasi-
leiro. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 77-89, 2002.
Introdução
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1 Texto publicado originalmente na Revista Temas & Matizes, v. 12, n. 23, 2018.
118
[...] os testes têm seu lugar no mundo educacional como uma ferramenta de
pesquisa. O grave problema é que eles foram sequestrados pelo mercado e pelo
mundo dos negócios e nele, as suas naturais limitações são ignoradas. Dentro
Considerações finais
teórica sobre a realidade não é uma reflexão diletante, mas uma reflexão em
função da ação para transformar” (FRIGOTTO apud FAZENDA, 2001, p. 81).
Diante do nosso problema inicial, que se moveu na direção de elucidar
quais os conteúdos presentes nas políticas de avaliação em larga escala e na
BNCC que se aproximam da perspectiva gerencial, nas dimensões do controle
e resultados da educação, procuramos, por intermédio do resgate histórico da
constituição das políticas públicas de avaliação e da BNCC, abordar elementos
centrais que evidenciam em que perspectiva de formação humana e societária
se inscrevem tais projetos.
Tomadas as referências históricas e o estudo de pesquisadores que tratam
do tema em questão, evidenciamos nas políticas públicas de avaliação e na
BNCC aspectos do gerencialismo, como modelo para processos de controle
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REFERÊNCIAS
AFONSO, Almerindo Janela. Avaliação educacional: regulação e emancipa-
ção. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
FREITAS, Luiz Carlos; SORDI, Mara Regina Lemes de; MALAVASI, Maria
Márcia Sigrist; FREITAS, Helena Costa Lopes de. Avaliação educacional:
caminhando na contramão. 7. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
GAULEJAC, Vincent de. Gestão como doença social: ideologia, poder geren-
cialista e fragmentação social. São Paulo: Ideias e Letras, 2007.
Introdução
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1 Texto publicado originalmente na Revista Temas & Matizes, v. 16, n. 27, 2022.
2 Segundo Klein, Favoreto e Figueiredo (2013), como transformação da sociedade entende-se a perspectiva
revolucionária, a qual pressupõe um rompimento com as estruturas sociais, implicando em uma mudança
radical. Transformação na sociedade entende-se como reformas e/ou mudanças orientadas para a solução
de alguns problemas pontuais, permanecendo a estrutura social.
134
[...] a escola para a classe trabalhadora surge como uma necessidade pro-
dutiva, cujo objetivo inicial é qualificar, preparar e disciplinar a mão-de-
-obra para o trabalho, com o menor custo possível de capital e de tempo.
E surge também como necessidade social, já que a revolução industrial,
que representou um grande progresso material e a possibilidade de liber-
tar o homem dos limites locais e do trabalho pesado, também criou uma
massa humana que, expropriada dos bens materiais e valores morais [...]
gostavam de falar da “injustiça eterna” e dos “ricos que sugam o sangue
dos pobres” (grifos do autor).
a educação como “coisa social”, destacou que seria preciso “levar em consi-
deração os sistemas educativos que existem ou que já existiram, compará-los
e identificar os aspectos em comum” (DURKHEIM, 2012, p. 49). Para ele,
“a ciência que elabora as noções cardeais que dirigem o nosso pensamento”
seria o apoio e o guia (DURKHEIM, 2012, p. 59) que, pelo método científico,
permitiria descobrir as “leis que dominam a evolução” e uma vez desveladas,
buscar-se-ia adequar-se a elas, para estabelecer a harmonia e gerar condições
para o progresso social (DURKHEIM, 2012, p. 82). Então, a educação não
seria compreendida pelo interesse individual ou de um grupo particular, mas
pelas “necessidades sociais que ela satisfaz e ideias e sentimentos coletivos
que ela expressa” (DURKHEIM, 2012, p. 118).
Focando no social, ou seja, na complexa divisão de trabalho e de classes,
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4 Durkheim depositava confiança no método empírico das Ciências Naturais. Para ele, por intermédio da
observação de um fenômeno social e da comparação entre causa e efeito nos diferentes contextos, poder-
se-ia compreender os valores predominantes em todas as esferas sociais.
136
[...] aprender a domar seu egoísmo natural, subordinar-se a fins mais ele-
vados, submeter os seus desejos ao império da sua força de vontade e
contê-los dentro de limites sensatos, é preciso que a criança exerça uma
forte repressão sobre si mesma (DURKHEIM, 2012, p. 70-71).
7 Para uma melhor reflexão acerca de tais princípios pedagógicos na teoria deweyana, ver: Buzin (2021) e
Buzin e Favoreto (2022).
8 Segundo Dewey (1979a, p. 17), o método experimental consiste em “[...] conclusões alcançadas como
resultado da atividade mental pessoal, observação, coleta e exame de provas”.
9 Sobre a importância do professor em Dewey, pontua-se que a historiografia brasileira não é unânime nesta
questão. Libâneo (2003, p. 12), por exemplo, afirma que para Dewey e demais teóricos da escola ativa “Não
há lugar privilegiado para o professor; antes, seu papel é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo
da criança”.
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 139
derá as forças em ação que lhe cabe dirigir e utilizar, para formar hábitos
de reflexão (DEWEY, 1979a, p. 44).
10 Sobre a reforma do ensino de Gentile na Itália, Carmo (1999) escreve que ela correspondeu às necessidades
do período pós-guerra com vistas a incorporar um modelo de ensino ‘adequado’ ao regime fascista de
Mussolini. O Ensino Médio foi dividido em humanístico e técnico, sendo o primeiro correspondente à educação
clássica e voltado para a elite; o segundo para a agricultura e o comércio, destinado à classe trabalhadora.
11 Bianchi (2019) destaca que Gramsci foi um crítico de Croce, principalmente por ele não perceber o conteúdo
político que a história e a filosofia podem assumir.
12 Sobre isso, consultar: Manacorda (1990), Nascimento (2019).
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 141
[...] escola única inicial de cultura geral, humanista, formativa, que equilibre
de modo justo o desenvolvimento da capacidade de trabalhar manualmente
(tecnicamente, industrialmente) e o desenvolvimento das capacidades de
trabalho intelectual. Deste tipo de escola única, através de repetidas experiên-
cias de orientação profissional, passar-se-á a uma das escolas especializadas
ou ao trabalho produtivo (GRAMSCI, 2004, p. 33-34).
19 Gramsci pontuou algumas críticas ao autoritarismo jesuítico, afirmando ser ultrapassado, mas criticou
também o espontaneísmo rousseauniano, afirmando ser muito puerocêntrica, ou seja, centrada na criança,
transformando-a em um mito (MANACORDA, 1990).
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 145
sua classe, não somente por serem pertencentes a ela, mas por vincularem a
sua ação ao um projeto coletivo de interesse de classe. Assim, política, cul-
tura, pedagogia e ação educativa se complementariam em uma práxis para a
transformação da sociedade. Segundo Nascimento e Favoreto (2018, p. 265),
Considerações finais
20 Para Gramsci, a instrução referia-se a um ensino em que o aluno seria um ser passivo, o qual aprenderia
mecanicamente os conteúdos escolares, desinteressantes. A educação, por sua vez, seria o inverso, com
o aluno ativo, participando da aula, um ensino interessante, a partir do sentido filosófico do conhecimento,
e, portanto, não apenas prático.
146
defendeu uma ampla reforma, a qual, mais que mudanças no sistema educa-
cional, pressupunha mudança dos princípios pedagógicos. Para ele, a escola
por intermédio do Princípio Educativo do Trabalho, em suas contradições e
historicidade, poderia desenvolver o conhecimento científico e político. Deste
modo, a escola poderia instrumentalizar os intelectuais orgânicos da classe
operária, de modo que, coletivamente, pudesse atuar para a transformação da
sociedade, e constituir uma nova hegemonia social.
Destaca-se que as reflexões de Durkheim, Dewey e Gramsci, aqui recu-
peradas, não têm como objetivo repassar fórmulas que devem ser seguidas
pelos professores, mas apenas levantar o debate sobre a atuação do professor
em relação às perspectivas sociais. Neste sentido, ao comparar as concep-
ções de conhecimento, de sociedade e as perspectivas históricas implícitas
em suas teorias, buscou-se apontar que a atuação do professor exige um
conjunto de conhecimentos, os quais se interligam, desvelando não apenas
uma postura pedagógica, mas também uma perspectiva de transformação da
ou na sociedade.
Neste aspecto, grifa-se que a formação do professor não pode se limitar
ao ensino e/ou treinamento de determinada forma de atuação, nem se constitui
na soma de conhecimentos de áreas específicas, mas deve se constituir na
relação entre as teorias e a prática, sendo primordial que ele reconheça sua
concepção educacional, inclusive em suas perspectivas sociais.
148
REFERÊNCIAS
ALVES, G. L. A produção da escola pública contemporânea. Campo Grande,
MS: Ed. UFMS; Campinas, SP: Autores Associados, 2001.
BIANCHI, A. Gramsci, Croce e a história política dos intelectuais. Rev. bras. Ciê.
Soc., v. 34, n. 99, e349915, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?s-
cript=sci_abstract&pid=S0102=69092019000100509-&lng=en&nrm=iso&tlng-
pt. Acesso em: 22 jun. 2020.
DEWEY, J. Vida e educação. Trad. Anísio S. Teixeira. 11. ed. São Paulo:
Melhoramentos, 1978.
Introdução
que pensaram em propostas e projetos para a construção de uma educação popular e de políticas sociais
no Sudoeste do Paraná. Tendo, como aporte financeiro as Agências e ONGs Internacionais.
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 153
2 A ASSESOAR foi criada, em 1966, por jovens agricultores, com o apoio de Padres Belgas, da Congregação
do Sagrado Coração de Jesus, por meio do Pe. José Caekelbergh (Popular Jef), e Profissionais Liberais
de Francisco Beltrão, Paraná, ligados à Juventude Agrária Católica (JAC). É uma Associação constituída e
dirigida por Agricultoras e Agricultores Familiares. Tendo como objetivo a orientação, formação e capacitação
dos pequenos agricultores, na busca de melhorar a qualidade de vida e dos serviços. Além de organizar
e formar movimentos sociais como: os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, as Cooperativas, Grupos de
Reflexão, Movimento Sem Terra, Associações e entre outros (DANIELI, 2014).
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 155
Por meio dos trabalhos já realizados das EFR, foi pensado em uma
escola específica da realidade local dos agricultores, nascendo a Escola de
Educação Comunitária de Agricultores – EECAs. Segundo Duarte (1997),
essa escola preocupou-se com a educação dos adultos, onde os mesmos se
reuniam para estudar em alternância. A ideia dessa Escola estava centrada
na possibilidade da implantação de uma Escola Familiar Agrícola – EFA ou
uma Casa Familiar Rural – CFR4, mas essa proposta parou em 1975, com a
chegada em intercâmbio de um casal francês5, Geraldo e Catarina, que após
fazerem um diagnóstico sócio organizativo nas escolas, apontaram a falta de
condições organizativas das comunidades. As EECAs, foram sendo interrom-
pidas gradativamente (DANIELI, 2020).
Depois desses trabalhos, foi proposto outras ações, como em 1977 até
1981, a criação de uma Escola de Monitores e Monitoras Agrícolas, com a
intenção capacitar, formação profissional e técnica de jovens agricultores da
região. Além de se preocupar com a forma de apropriação do conhecimento.
3 Em levantamento nos documentos, não se encontrou registro de qual organização eles faziam parte, apenas
sinalizou que eram ligados a ONGs daquele país (DUARTE, 1997).
4 As EFAs surgiram na Itália em 1960, com uma metodologia de alternância, tempo-escola e tempo-comunidade.
Esse projeto pedagógico auxilia na educação formal sem se descuidar da produção agrícola. No Brasil,
surgiram em 1968 no Estado do Espírito Santo. Já as CFRs, surgiram na França, por camponeses na
década de 1930. Como as EFAs, as CFRs, tem o tempo-escola e tempo-comunidade, com a metodologia
da alternância. No Brasil, surgiram na década de 1980, se consolidando em Santa Catarina, a partir de
1991 (DANIELI, 2014).
5 Eram franceses devido à ASSESOAR manter intercâmbio com entidades daquele país. O casal de técnicos
franceses, após a decisão de não desenvolver o trabalho das EECAs, passaram três anos de trabalho na
ASSESOAR atuando junto a grupos de trabalho que manifestavam interesse pelo desenvolvimento de uma
prática agrícola em suas propriedades (DANIELI, 2014, p. 114).
156
6 A proposta educacional das ECAs, já foram analisadas em estudos de Danieli (2014 e 2020).
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 157
UFPR, para o ensino médio. Como o próprio projeto diz: “este trabalho está
sendo desenvolvido em Convênio com a Universidade Federal do Paraná. A
meta era elaborar o projeto para a implantação do Ensino Médio (2º grau)
que queremos para a região” (ASSESOAR, 2000, p. 4).
Segundo o relatório, o projeto estava em andamento e foi concretizado
a partir do triênio 2002 – 2004. Como mostra o projeto “Plano de Gera-
ção de Referências para o Desenvolvimento com Cidadania”, de agosto de
2001. Nesse projeto além do apoio e aporte financeiro da CCFD, encontra-
-se também o financiamento da Églises Évangéliquesen Allemagne pour le
Développement – EED8, serviço das Igrejas Evangélicas da Alemanha para
o Desenvolvimento dos países de terceiro mundo. Nesse projeto, o foco foi
a formação educacional, sendo executado em dois caminhos diferentes, ou
dois públicos alvos.
O Primeiro: “Construção de Referências para o Desenvolvimento Local/
Regional, construído a partir da experiência dos projetos ECAs e PVR”
(ASSESOAR, 2001, p. 3). Onde foi trabalhado com jovens, adultos (com
modelos das ECAs), crianças (das escolas municipais em dois municípios, a
partir das experiências do PVR) e educadores escolares.
O segundo: “Reflexão Sistemática sobre o Desenvolvimento do Campo,
busca refletir conceitos e práticas sociais desenvolvidas a partir de cursos de
níveis, médio, pós-médio e especialização” (ASSESOAR, 2001, p. 3). Esse foi
executado por dentro de instituições oficiais, tendo como parceiro a Unioeste
e a UFPR. Segundo o projeto, será implementado o “Curso de Ensino Médio
e de Educação Profissional de Nível Técnico [...] possibilitando o acesso à
escolarização e à formação, vinculada ao projeto de desenvolvimento” (ASSE-
SOAR, 2001, p. 29).
8 A EED ligada a religiosidade protestante, enquanto a CCFD com Igreja Católica. As duas são instituições
que apoiam ações nos países periféricos e apoia serviços como: educação, formação e questões estruturais.
160
Considerações finais
REFERÊNCIAS
ASSESOAR – ASSOCIAÇÃO DE ESTUDOS, ORIENTAÇÃO E ASSIS-
TÊNCIA RURAL. 30 anos da ASSESOAR. Apresentação: Companhia de
Teatro THESPIS. Filme-vídeo. Produção: ASSESOAR. Francisco Beltrão,
Paraná, 1996. DVD, 45 min.
naldebeltrao.com.br/entrevista/o-padre-belga-que-criou-a-assesoar-109220/.
Acesso em: 15 jan. 2014.
Introdução
Editora CRV - Proibida a impressão e/ou comercialização
Este artigo trata das políticas do governo Estado do Paraná (Beto Richa
– PSDB) para as universidades estaduais no período recente (2015-2017).
Tais políticas se integram ao conjunto das ações do governo, atingem todo o
serviço público e fazem parte de uma agenda regressiva, centrada no ajuste
fiscal, que resulta na restrição dos direitos dos servidores estaduais. No caso
das universidades paranaenses, o estado vem colocando em prática uma série
de ações com vistas a restringir o financiamento de tais instituições, limitar
ainda mais a autonomia universitária, aumentar a carga horária docente em
sala de aula e descaracterizar a dedicação exclusiva como regime de trabalho.
O que ocorre no Estado do Paraná não é um fato isolado e se soma aos
ataques que vêm sendo promovidos às universidades estaduais e ao serviço
público por outros governadores, de diferentes partidos, em outras unidades da
federação. As políticas do governo Beto Richa para as universidades estaduais
do Paraná (2015-2017) não podem ser tratadas como uma particularidade.
Precisam ser compreendidas na sua relação com o contexto nacional. Para
tanto, é necessário compreender os nexos entre o financiamento das políticas
sociais e a política econômica em curso no Brasil, que se constitui numa
resposta, do ponto de vista do capital, à atual crise de acumulação enfrentada
pelo capitalismo mundial. No enfrentamento dessa crise, o fundo público tem
assumido um papel relevante para a acumulação do capital, sobretudo para
garantir a rentabilidade do capital na esfera financeira.
Na atual crise do capitalismo, a dívida pública se converteu no principal
mecanismo de drenagem dos recursos públicos para a valorização do capital,
sobretudo do capital especulativo. No Brasil, a elevada subtração de recursos
da União e dos Estados para o pagamento da dívida pública tem imposto
enormes sacrifícios à população, especialmente à classe trabalhadora, com o
1 Este texto foi publicado em janeiro de 2018 na Revista Universidade e Sociedade, n. 61. Disponível em:
https://www.andes.org.br/img/midias/b2453145c8eb30241febcefe5e2f9729_1548264765.pdf.
168
JUROS, AMORTIZAÇÕES E
46,56%
REFINANCIAMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA
JUROS, AMORTIZAÇÕES
19,82%
DA DÍVIDA PÚBLICA
SAÚDE 3,90%
EDUCAÇÃO 2,91%
2 A chamada crise da dívida na América Latina veio à tona a partir da declaração de moratória da dívida externa
pelo governo do México em 1982 e se espraiou pela maioria dos países do continente. No Brasil a moratória
da dívida externa foi decretada em fevereiro de 1987. Tal crise resultou na queda acentuada da renda, no
desemprego, no aumento da inflação e na acentuada queda do crescimento econômico, mensurado pelo
PIB. Para resolver tal crise, do ponto de vista do capital, a maioria dos países latino-americanos, incluindo
o Brasil, adotaram ações preconizadas pelo FMI e pelo Banco Mundial e sintetizadas, especialmente, no
chamado Plano Brady elaborado por tais organismos em 1989.
170
continuação
DESPESAS SELECIONADAS PERCENTUAL MÉDIO (2003-2017)
SAÚDE
EDUCAÇÃO
9,45%
ASSISTÊNCIA SOCIAL
CIÊNCIA E TECNOLOGIA
Fonte: Senado Federal (2018a; 2018b).
7 O Andes-SN é o Sindicato Docente que atua em âmbito nacional. No Paraná, o Sindicato representa os
docentes em cinco das sete Universidades Estaduais: Unioeste, UEPG, Unespar, Unicentro e UEM.
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 177
Nos anos de 2016 e 2017 os ataques do governo Beto Richa aos direitos
dos servidores se agudizaram. No início de 2016, a secretaria da Fazenda
aprofundou o contingenciamento dos recursos de custeio das universidades
estaduais que já vinha ocorrendo desde 2015, conforme veremos adiante.
Em primeiro de julho de 2016, o secretário Chefe da Casa Civil do
governo Beto Richa, Valdir Rossoni, anunciou que o Poder Executivo não
iria pagar a revisão anual de salários, prevista para janeiro e maio de 2017,
conforme determinava a Lei nº 18.493/2015, aprovada por iniciativa do pró-
prio governo.
O governo Beto Richa alegava que a impossibilidade de quitar o paga-
mento da revisão salarial, decorria do agravamento da crise econômica do
país. Aproveitava a gravidade da situação atravessada por outros Estados da
federação para justificar o calote do reajuste salarial: “não queremos o Paraná
na situação dos outros Estados” afirmavam à exaustão os representantes do
governo Beto Richa (GALINDO, 2016).
Os argumentos apresentados à época pelo governo Beto Richa não tinham
sentido, uma vez que a receita corrente do Estado do Paraná apresentara um
crescimento real (acima da inflação) de 20,72% no período de 2011 a 2015.
Além disso, a reforma da previdência, aprovada em 2015 (“Massacre do dia
29 de abril”) permitiu uma economia ao Tesouro do Estado de um montante
de aproximadamente 3,8 bilhões de reais em dois anos, recursos mais do que
suficientes para implantar a revisão salarial em 2017 que teria um custo de R$
2,1 bilhões. O mesmo governo que dizia não ter dinheiro para implantar os rea-
justes em janeiro e maio de 2017 prometia investimentos na ordem de R$ 7,6
178
bilhões para o ano de 2017. Recursos que, em grande medida, iriam privilegiar
as empreiteiras8.
No dia 30 de setembro/2016 o governador Beto Richa remeteu à Assem-
bleia Legislativa (mensagem governamental nº 43/2016) a emenda ao projeto de
Lei nº 153/2016 que dispunha sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
para o exercício financeiro de 2017. A mensagem estava respaldada no Projeto
de Lei Complementar (PLP) nº 257, apresentado pelo governo Dilma em março
de 2016, que propunha o prazo adicional de até 20 anos para o pagamento das
dívidas refinanciadas pelos Estados junto à União e, ao mesmo, tempo, deter-
minava como contrapartida dos Estados a adoção, por dois anos, de medidas
com vistas a reduzir as despesas primárias, especialmente com pessoal.
Antes mesmo da aprovação do PLP 257/2016 e da PEC 241/2016 pelo
Propõe-se a concessão de prazo adicional de até 240 meses [20 anos] para
pagamento das dívidas refinanciadas pelos entes estaduais perante a União,
mediante celebração de aditivo contratual [...] Em contrapartida, propõem-
-se [...], que os entes [Estados] sancionem e publiquem leis determinando
a adoção durante os 24 meses subsequentes de medidas para auxiliá-los
a reduzir suas despesas, [...] das quais se destacam: [...] não conceder
aumento de remunerações dos servidores a qualquer título, ressalvadas
as decorrentes de atos derivados de sentença judicial e previstas consti-
tucionalmente, bem como suspender a contratação de pessoal, salvo em
8 A Operação Quadro Negro investiga fraudes em obras de escolas do Estado do Paraná. Estimativas do
Ministério Público do Estado indicam que cerca de R$20 milhões de reais foram desviados dos cofres
públicos. O caso envolve assessores diretos do governador Beto Richa. Um dos envolvidos no esquema é
o secretário-chefe da casa civil do governo, Valdir Rossoni (PSDB).
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 179
∆ 2003-2010
MÉDIA % 43,92% 84,95% 4,51% 77,40% 3,71% 126,13% 0,80%
2003-2010
∆ 2011-2017
MÉDIA % 19,12% 53,79% 5,70% 48,98% 4,46% 73,49% 1,24%
2011-2017
∆ 2003-2017
MÉDIA % 84,77% 193,01% 5,11% 169,93% 4,08% 318,90% 1,02%
2003-2017
9 O governo Beto Richa criou, em junho de 2013, o Hospital Universitário dos Campos Gerais, vinculado à
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Os hospitais universitários estão em fase de expansão.
186
2014 167.475.024 - -
Em algumas regiões do estado são os únicos hospitais públicos que prestam atendimento gratuito à
população, por meio do Sistema Único de Saúde. Por conta do processo de expansão, os hospitais
universitários estão passando por reformas. No início do ano de 2016, os quatro hospitais tinham 776
leitos e em 2017 o número de leitos foi reduzido, provisoriamente, para 744. Para viabilizar o trabalho
de reforma e ampliação é necessário “fechar” temporariamente alguns leitos. Após as reformas os
leitos são “reabertos”.
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 187
2014 114.954.850 - -
10 O governo estadual destinou no ano de 2017, diferentemente do ocorria em anos anteriores, recursos
contabilizados na função Educação para o custeio dos hospitais universitários. Para tanto, incluiu, por
exemplo, a ação “Gestão do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná”, vinculado à UEL, dentro
do Programa “Excelência no Ensino Superior”. Tais recursos destinados aos quatro hospitais universitários
(R$ 7,687 milhões) custearam despesas com a manutenção de instituições de saúde e não podem ser
contabilizados como despesas com ensino.
188
O ofício enviado pelo governo estadual aos reitores elevou o tom dos
ataques. Além de indicar que as reitorias deveriam implantar medidas de
ajuste, o governo passou a chantagear os reitores. O governo ameaçava que
iria suspender o repasse financeiro da universidade caso o reitor não enviasse
as informações que possibilitariam a implantação do Meta 4. O governo amea-
çava suspender o repasse mensal às universidades como forma de chantagear
os reitores e a comunidade universitária. O governo cumpriu a ameaça e, a
partir do final de maio/2017, bloqueou recursos de custeio, incluindo recursos
próprios, da UEL, UEM e Unioeste dificultando as condições de funciona-
mento de tais universidades.
As cinco universidades, coagidas a aderir ao Sistema RH Meta 4, toma-
ram decisões diferentes em relação à solicitação do governo. Duas delas
12 Os servidores públicos do Paraná (Poder Executivo) recebem seus salários no último dia útil do mês. Em
janeiro de 2018, os servidores da UEM, UEL e Unioeste deveriam ter recebido o salário de janeiro/2018 no
dia 31 de janeiro/2018.
192
Richa. Não foi a primeira vez que o governo do estado apresentou proposta de
“regulamentação da autonomia” com a vinculação de um percentual da receita
orçamentária para o financiamento das IEES. Assim como no passado, atual-
mente o movimento docente tem se posicionado contrariamente a tal proposta.
O governo Lerner (1995-2002) tentou implantar a chamada “autonomia
plena” das universidades desde o início de sua gestão. As IEES do Paraná
chegaram a celebrar com o governo Lerner um “Termo de Autonomia” pro-
visório nos anos de 1999 e 2000. Nesses dois anos observou-se uma drástica
redução dos recursos destinados pelo estado às IEES paranaenses. Em 1997,
as IEES receberam 12,87% do ICMs (parcela estadual) para o financiamento
global de suas atividades e em 2001 receberam apenas 8,15%, uma redução
em termos proporcionais de 36,67%.
13 Para maiores informações sobre a proposta de “regulamentação da autonomia” durante o governo Lerner
(1995-2002) e o posicionamento do movimento docente e dos servidores técnicos consultar: REIS Luiz
Fernando. A “concessão” governamental de autonomia e financiamento nas universidades estaduais do
Paraná. Revista Universidade e Sociedade, n. 53, p. 74-87, 2014.
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 195
agosto de 2013, que iria criar um Grupo de Trabalho para discutir a “amplia-
ção da autonomia administrativa e financeira nas sete universidades estaduais
do Paraná”, tal Grupo foi criado oficialmente somente em 24 de fevereiro de
2015, por meio do Decreto nº 546/2015.
Em fevereiro de 2015, os docentes e agentes universitários em greve,
contra o pacote de ajuste do governo Beto Richa, exigiram a revogação do
Decreto nº 546/2015. O governo revogou tal decreto como resultado do acordo
que apresentou ao movimento docente para a suspensão da greve. Desta forma,
a proposta de “regulamentação da autonomia financeira” foi retirada da pauta
de discussões entre o governo, reitorias e os sindicatos.
Em julho/2017, os reitores voltaram a pautar a discussão de um projeto
de lei para “regulamentar da autonomia universitária”. Em comum acordo com
o governo estadual, os reitores instituíram um grupo de trabalho, constituído
somente pelos reitores, para discutir a elaboração de uma proposta que poderia
se converter em projeto de lei com a subvinculação do financiamento das uni-
versidades à um percentual da receita tributária. Entretanto, não há consenso
entre os reitores. Os reitores da UEL e UEM defendem a “regulamentação
imediata da autonomia universitária” com a definição de um percentual da
receita específico para o financiamento de cada uma das sete universidades. Os
outros reitores defendem um período de transição antes da regulamentação. O
secretário da Fazenda é contrário à subvinculação do financiamento das uni-
versidades à receita tributária e defende o enquadramento das mesmas ao Meta
4 como forma de controle das despesas. Até a presente data (março/2018) as
discussões realizadas pelos reitores com o governo estadual, com o objetivo de
“regulamentar a autonomia” e subvincular o financiamento das universidades
a um percentual da receita, não prosperaram. Tudo indica, que a proposta de
“regulamentação da autonomia” das universidades estaduais do Paraná é um
assunto que não será novamente discutido pelo governo estadual até o final
de seu mandato (31 de dezembro de 2018).
196
Considerações finais
REFERÊNCIAS
AMARAL, Nelson Cardoso. Para compreender o financiamento da
educação básica no Brasil. Brasília: Liber Livro, 2012.
Avaliações em larga escala 10, 11, 39, 54, 61, 62, 68, 82, 86, 111, 117, 118,
120, 121, 122, 124, 125, 126, 127, 128, 206
B
Banco Mundial 9, 10, 13, 20, 26, 30, 51, 52, 53, 54, 56, 57, 58, 59, 60, 61,
62, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 70, 73, 74, 75, 78, 79, 80, 81, 83, 88, 89, 90, 105,
106, 109, 110, 111, 112, 113, 114, 115, 169, 196
C
Classe trabalhadora 25, 95, 102, 134, 140, 143, 162, 167, 168, 170, 171, 196
Competências 10, 53, 57, 59, 60, 61, 62, 63, 65, 69, 81, 105, 106, 109, 110,
111, 112, 113, 114, 115, 120, 124, 125, 126, 128
Concepção de alfabetização 42, 43, 45, 48, 50
Crise de aprendizagem 9, 10, 51, 53, 56, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 66, 67, 68
Crise estrutural do capital 54, 57, 67, 68, 107
D
Desenvolvimento econômico e social 62, 74, 82, 89
Docentes e agentes universitários 173, 177, 180, 181, 188, 189, 195
E
Educação de jovens e adultos 10, 91, 100, 103, 104
Educação de qualidade 52, 57, 65, 68, 87
Educação transformadora 11, 133, 136, 150
200
F
Financiamento da educação popular 11, 151
Formação de professores 35, 38, 40, 41, 42, 48, 53, 62, 86, 106, 123, 128,
133, 203, 205
G
Governo Beto Richa 11, 167, 168, 171, 172, 173, 174, 175, 176, 177, 178,
181, 183, 185, 186, 188, 189, 190, 191, 194, 195
H
Habilidades de leitura e de escrita 43, 44, 47
L
Leitura e escrita 43, 44, 46, 47, 48
M
Mercado de trabalho 57, 58, 59, 67, 91, 96, 99, 100, 101, 102, 110, 111, 125
O
Organizações não governamentais 11, 14, 19, 26, 85, 151
P
Pacto nacional pela alfabetização na idade certa 9, 33, 49, 50
Pesquisas em política educacional e social 9, 203, 204, 205, 206
Políticas educacionais 3, 4, 9, 10, 26, 28, 30, 33, 36, 39, 53, 56, 62, 69, 73,
74, 75, 77, 79, 80, 82, 84, 86, 87, 88, 90, 92, 105, 106, 107, 108, 109, 110,
113, 114, 115, 116, 117, 120, 127, 128, 131, 149, 160, 203, 204, 205, 206
Políticas públicas 9, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 21, 33, 34, 42, 46, 49, 50, 51,
54, 56, 73, 88, 110, 114, 115, 116, 118, 119, 120, 127, 160, 205, 206
Políticas públicas de alfabetização 9, 33, 34, 46
Processo de ensino 11, 42, 91, 99, 102, 138, 139, 144, 145, 146
Professores alfabetizadores 34, 35, 36, 40, 41, 42, 45, 48
ESTADO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS – Volume 3 201
Projeto multissetorial para o desenvolvimento do Paraná 10, 74, 79, 80, 81,
82, 86, 87
Q
Qualidade da educação 10, 44, 63, 74, 77, 79, 83, 85, 86, 87, 101, 106, 116,
118, 121, 122, 124
R
Região Sudoeste do Paraná 11, 151, 152, 157, 158, 164
Revisão anual de salários 172, 175, 177, 180, 181, 186, 188
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S
Sistema de avaliação da aprendizagem 74, 80, 81, 82, 84, 86, 89
T
Trabalho como princípio educativo 10, 91, 92, 95
U
Universidade Estadual de Maringá 164, 171, 203, 205, 206
Universidade Estadual do Oeste do Paraná 9, 50, 88, 90, 148, 150, 158, 171,
203, 204, 205, 206
Universidade Federal do Paraná 49, 149, 159, 203, 206
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SOBRE OS AUTORES
Aparecida Favoreto
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Dhyovana Guerra
Doutoranda em Educação na Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
Unioeste, Campus Cascavel. Graduada em Pedagogia e Mestra em Educação
pela mesma instituição. Pesquisadora no Grupo de Estudos e Pesquisas em Polí-
tica Educacional e Social (GEPPES). E-mail: dhyovanaguerra@hotmail.com
Márcia Cossetin
Doutora em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Mes-
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Marijane Zanotto
Possui Graduação em Geografia pela Faculdade de Ciências Humanas de
Francisco Beltrão – FACIBEL (1995), Graduação em Pedagogia pela Univer-
sidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste (2000), Mestrado em Educação
pela Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG (2006) e Doutorado
em Políticas Públicas e Formação Humana pela Universidade do Estado do
Rio de Janeiro – UERJ (2014). Atualmente é professora adjunta – nível D,
da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus Cas-
cavel – PR, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Educação e Formação
de Professores – GPEFOR da Universidade Estadual do Oeste do Paraná –
Unioeste – Campus Cascavel – PR. Tem experiência na área de Educação,
206
Olinda Evangelista
Simone Sandri
Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (Unioeste); Mestrado e Doutorado em Educação pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Docente do curso de Pedagogia e do Programa
de Pós-Graduação em Educação (PPGE), da Unioeste, Campus Cascavel.
Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Educacional e Social
(GEPPES), da Unioeste. Pesquisadora da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS). Atua no campo de pesquisa de Políticas Educacionais
com ênfase em Políticas Curriculares para a Educação Básica: Política Curri-
cular e Gestão Educacional/Escolar; Política Curricular e Avaliação em Larga
Escala; Público-Privado na Educação. E-mail: simone.sandri@unioeste.br
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SOBRE O LIVRO
Tiragem não comercializada
Formato: 16 x 23 cm
Mancha: 12,3 x 19,3 cm
Tipologia: Times New Roman 10,5/11,5/13/16/18
Arial 8/8,5
Papel: Pólen 80 g (miolo)
Royal Supremo 250 g (capa)