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Centro Universitário Presidente Antônio Carlos

André Luís de Oliveira Lopes, Guilherme Augusto Vale da Silva, Matheus Felipe
Bomtempo de Albuquerque, Paulo Henrique Ferreira dos Santos, Rafael Bertolini
Viol Ferreira

Barramento EISA

BARBACENA
2023
André Luís de Oliveira Lopes, Guilherme Augusto Vale da Silva, Matheus Felipe
Bomtempo de Albuquerque, Paulo Henrique Ferreira dos Santos, Rafael Bertolini
Viol Ferreira

Barramento EISA

Trabalho da Segunda Etapa apresentado


ao Centro Universitário Presidente Antônio
Carlos, como parte dos requisitos para o
progresso na disciplina do curso.

ORIENTADOR: Prof. Felipe Rocalli de


Paula Carneiro

BARBACENA
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 3

2 PERSPECTIVA HISTÓRICA ............................................................................ 4

2.1 MicroChannel .................................................................................................. 4

2.2 EISA ................................................................................................................. 5

3 ARQUITETURA DO BARRAMENTO EISA ..................................................... 6

4 CONCLUSÃO .................................................................................................. 9

5 LISTA DE FIGURAS....................................................................................... 11

6 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 12
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1 INTRODUÇÃO

O avanço da tecnologia da informação tem sido um dos principais


impulsionadores do crescimento e inovação nas últimas décadas. Um dos elementos-
chave que permitiram essa evolução foi o desenvolvimento de barramentos eficientes
e de alta velocidade. Dentre esses barramentos, o Extended Industry Standard
Architecture (EISA) se destaca como uma solução que desempenhou um papel crucial
na melhoria da capacidade e expansibilidade dos sistemas computacionais.
Nesse contexto, o barramento EISA destaca-se como um marco significativo
na história dos barramentos e no desenvolvimento da tecnologia computacional. Sua
introdução, no final dos anos 80, foi uma resposta à crescente demanda por
expansibilidade, desempenho e compatibilidade de hardware nos computadores
pessoais da época.
O objetivo deste trabalho é oferecer uma análise abrangente sobre o
barramento EISA, explorando sua origem, funcionamento, características e impactos
no cenário tecnológico. Ao longo da pesquisa, serão abordados aspectos
fundamentais desse barramento, enfatizando seu papel na evolução dos sistemas
computacionais e sua interação com outros barramentos existentes.
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2 PERSPECTIVA HISTÓRICA

O barramento EISA (Extended Industry Standard Architecture) foi um padrão


de barramento de expansão desenvolvido pela IBM em 1988 para melhorar a
funcionalidade e o desempenho dos computadores pessoais da época. O EISA foi
lançado como uma evolução do barramento ISA (Industry Standard Architecture), que
era o padrão predominante naquela época. Antes do Barramento EISA ser abordado,
é interessante revisar a forma como os barramentos de sistemas microprocessadores
evoluíram, começando pelo seu sucessor o MicroChannel (MCA).

2.1 MicroChannel

Quando a IBM introduziu no mercado sua linha de computadores PS/2 no ano


de 1987, um dos principais recursos utilizados pela IBM na tentativa de reconquistar
o mercado de PCs foi o barramento MicroChannel.

Era um barramento completamente novo que tinha


características aprimoradas, como configuração automática
(sem endereços hardwire), velocidade mais rápida com 32 bits
adicionais para data e suporte a endereço. Porém este
barramento era incompatível com o barramento ISA. O contrato
de licenciamento da IBM exigia que os fabricantes pagassem à
IBM por cada máquina que fosse feita baseada em
MicroChannel, e que vendessem, uma política que, em
retrospecto, pode ter sido uma das principais razões para o
fracasso do MicroChannel em obter uma participação de
mercado substancial. (FINKELSTEIN e WEISS, 1999, p. 1152)

Enquanto os fabricantes de clones de PC estavam desenvolvendo o EISA, a


IBM apostou em seu MCA, uma arquitetura que se mostrou controversa. Os pontos
fortes e fracos do MCA são os mesmos: sua incompatibilidade com o barramento do
IBM PC/AT (barramento ISA). Na maioria das tecnologias ou mercados, há um tempo
para romper com o passado para alcançar uma melhoria no desempenho e nas
funcionalidades. Mediante desta analogia, no entanto, o “velho” deve realmente estar
impedindo todos de seguir em frente e o “novo” deve estar passos significativos à
frente. Essa ainda é uma questão em aberto em relação ao MCA. (WHITE, 1989)
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Os "novos" recursos do MCA são principalmente elementos padrões em


barramentos industriais: arbitragem multimestre, transferências em rajada e
interrupções sensíveis.

2.2 EISA

A empresa Compaq decide resolver o mesmo problema resolvido pelo


barramento MicroChannel da IBM, porém desta vez seria feito um barramento que
fosse compatível com o ISA, que na época ainda continuava sendo usado.

O barramento EISA foi projetado para ser compatível com o


barramento ISA usando um conector exclusivo que era
compatível com o conector de borda ISA, mas tinha pinos
adicionais para sua funcionalidade estendida em uma segunda
linha de pinos de contato no conector de borda do PCB. Isso
permitiu que as máquinas baseadas em EISA usassem cartões
ISA antigos, bem como os novos cartões EISA nos mesmos
slots. Os cartões ISA antigos simplesmente se conectariam
apenas à linha superior de conectores no soquete EISA,
enquanto os cartões EISA possuinte de pinos mais longos
alcançaria a linha inferior de pinos do conector. Os cartões EISA
não podiam ser usados em máquinas ISA, devido ao conector
EISA de borda mais longa (FINKELSTEIN e WEISS, 1999, p.
1152)

Isso significa que as placas de expansão EISA podiam ser usadas em slots ISA,
mas operariam apenas com a funcionalidade do barramento ISA, não aproveitando
todo o potencial do EISA. Essa compatibilidade foi um fator importante para a adoção
do EISA, pois permitia que os usuários atualizassem seus sistemas gradualmente.
O objetivo principal do barramento EISA era fornecer maior largura de banda e
suporte para dispositivos mais avançados, como controladores de disco rígido, placas
de vídeo, placas de som e placas de rede. Ele permitia que essas placas de expansão
operassem a uma velocidade mais alta em comparação com o barramento ISA.
(FINKELSTEIN e WEISS, 1999)
O EISA foi usado principalmente em máquinas servidoras que exigiam várias
placas de rede e vários controladores de disco que faziam uso eficiente dos recursos
de controle de barramento e da largura de banda extra desse barramento.
Melhorias significativas foram observadas ao utilizar o barramento EISA.
Porém, assim como o MicroChannel, o EISA não foi de muito sucesso, já que seus
cartões eram muito caros
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Porém várias empresas, atualizaram seus barramentos para o EISA. Pois ele
oferecia 32 bits, suporte para múltiplos mestres e configuração automática. O
barramento EISA não oferecia acesso às especificações para todos, aqueles que
quisessem acesso deveriam assinar um termo de confidencialidade (WHITE, 1989).
Segundo White (1989, p. 300) “Uma estimativa de 200 empresas, no entanto,
pagaram pela especificação e, com o advento do recém-lançado conjunto de chips de
quatro chips da Intel, as guerras de barramento estão esquentando”.

3 ARQUITETURA DO BARRAMENTO EISA

A arquitetura EISA apresenta uma grande semelhança com a arquitetura


MicroChannel, ilustrada na Figura 3. O barramento EISA era um barramento de 32
bits, enquanto o barramento ISA era de 16 bits. Isso significava que o EISA podia
transferir dados em blocos maiores, resultando em um desempenho aprimorado. Com
o intuito de manter a compatibilidade com o padrão ISA, o EISA possibilita a utilização
de placas ISA e mantém a taxa máxima de clock de 8,33 MHz. O controlador de
barramento EISA, conhecido como EBC (EISA Bus Controller), é capaz de suportar
adaptadores EISA de 32 e 16 bits, assim como adaptadores ISA de 16 e 8 bits. É
possível realizar transferências entre portas de diferentes larguras.

Por exemplo, suponha que um barramento EISA de 32 bits


execute uma gravação em um escravo ISA de 8 bits. O mestre
do barramento (busmaster) obtém acesso ao barramento e
aciona o endereço e os sinais de dados no barramento. O
escravo ISA de 8 bits indica que só pode realizar transferências
de 8 bits. Neste ponto, o controlador de barramento EISA
assume e aciona no barramento os mesmos sinais que o mestre
de barramento. Em seguida, o mestre do barramento desativa
seus acionamentos e os sinais, agora acionados apenas pelo
controlador do barramento. Finalmente, o controlador do
barramento divide os dados de 32 bits em quatro gravações de
byte ISA. Os acessos de leitura são acumulados e combinados
em leituras de 32 bits de maneira semelhante. O EBC
implementa a lógica que divide/combina os dados e gera
múltiplos ciclos de acesso, os mestres do barramento não são
necessários para fazer a duplicação. (FINKELSTEIN e WEISS,
1999, p. 1156)
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Figura 1 - Desmonstração Gráfica Do EISA Bus Controller

Autoria Própria
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Figura 2 - Finalização do funcionamento do EBC

Autoria Própria

Figura 3 - Arquitetura MicroChannel

Fonte: Finkelstein e Weiss (1999)


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Um problema comum em máquinas ISA é a falta de linhas de interrupção. O


EISA resolve esse problema permitindo que os níveis de interrupção sejam sensíveis
ao nível, em vez de edge-triggered (acionados por borda). Vários dispositivos podem
compartilhar a mesma linha de interrupção. Enquanto um dispositivo é atendido, a
linha de interrupção permanece ativa, indicando interrupções pendentes de outros
dispositivos. Os adaptadores ISA são edge-triggered (acionados por borda) e
requerem linhas de interrupção separadas, mesmo se conectados a um barramento
EISA. (SOLARI, 1992)
Além disso, o EISA oferecia suporte a interrupções compartilhadas, o que
permitia que várias placas compartilhassem o mesmo canal de interrupção, reduzindo
assim a carga sobre o sistema. Este era um problema muito comum em máquinas
ISA, a falta de linhas de interrupção, devido ao modelo edge-trigger que era adotado
pelos adaptadores ISA, que requer linhas de interrupção separadas para seu
funcionamento, mesmo quando conectados a um barramento EISA. No modelo de
interrupções compartilhadas do barramento EISA, diferentes dispositivos podem ser
configurados para usar a mesma linha de interrupção. Quando um dispositivo precisa
sinalizar uma interrupção, ele envia um sinal elétrico para a linha compartilhada. O
controlador de interrupção do barramento EISA é capaz de identificar qual dispositivo
gerou a interrupção, mesmo que várias linhas compartilhadas estejam sendo usadas.
(SOLARI, 1992)
O suporte a interrupções compartilhadas no barramento EISA ajudou a
simplificar a conexão de vários dispositivos ao sistema, permitindo uma utilização mais
eficiente das linhas de interrupção disponíveis.

4 CONCLUSÃO

O barramento EISA representou um marco importante na evolução dos


computadores pessoais, oferecendo maior largura de banda e suporte a dispositivos
avançados. Introduzido como uma melhoria do barramento ISA, o EISA permitiu
transferências de dados mais rápidas e interrupções compartilhadas, fornecendo um
aumento significativo no desempenho dos sistemas da época. No entanto, com o
surgimento do barramento PCI e suas capacidades aprimoradas, o EISA foi
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gradualmente substituído, perdendo sua relevância no mercado. Apesar de sua curta


vida útil, o barramento EISA desempenhou um papel importante no avanço da
tecnologia de barramentos de expansão e pavimentou o caminho para padrões
posteriores, impulsionando ainda mais a evolução dos computadores pessoais.
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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Desmonstração Gráfica Do EISA Bus Controller .............................. 7


Figura 2 - Finalização do funcionamento do EBC ............................................. 8
Figura 3 - Arquitetura MicroChannel ................................................................. 8
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REFÊNCIAS

FINKELSTEIN, E.; WEISS, S. Microprocessor system buses: A case study. Journal of


Systems Architecture , Israel, 1999.
SOLARI, E. Isa and Eisa Theory and Operation. San Diego (CA): Annabooks, 1992.
WHITE, G. A Bus TOUR - Why the big controversy over bus architectures, and why
you should care. BYTE, Irvine, CA, Setempbro 1989.

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