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A queda do herói.

A fornalha queimava dentro de Ezequiel , a afronta constante de seus opositores não


lhe permitiam um descanso nem mesmo se entregar ao descaso , aquela que outrora repousava em teus
sonhos e lhe afugentava as frustrações partirá a fim de evitar que um mal inominável se lançasse contra e
através da realidade já fraturada , a caminhada de Ezequiel oscilava entre momentos de sobriedade e
entorpecimento através de sacrifícios , vozes distantes falavam de um fim vindouro e a cada passo tal
destino se mostrava presente através de vozes em coro. Dentre todos os algozes Azuth era a quem este
devotava com afinco seu desejo de vingança e sua frustração vinha do entendimento de que este o
superava em poder e conhecimento, mas mesmo assim apostou sua última cartada, tendo então o
conhecimento das linhas que conectavam o destino de todos, uniu uma frente a fim de confrontar Azuth ,
através de sua aliança com Mirak , “O Colecionar” , o Lêmure Mobom , Radassa e Kalil. Sua ação findou
o mal arquitetado por Azuth , trouxe a estabilidade as dimensões conectadas e garantiu que o artefato
antes cobiçado até mesmo por Ezequiel e fonte de poder de seu algoz estivesse de posse de alguém que
o guardaria e não permitiria que fosse usado novamente para fins que comprometessem a estabilidade do
todo. Tempos tranquilos lhe permitiram um novo começo, a tranquilidade temporária lhe permitiu até
mesmo conceber novamente uma vida em família, visto que novamente todos aqueles a quem amava
tinham uma oportunidade de recomeço, sua filha livre do destino de outrora, seus pais mesmo debilitados
reintegrados as linhas dessa realidade e tempo. Ezequiel se permitiu um recomeço ao lado de Radassa
que lhe deu então uma nova filha. O mal então se fez presente , vindo de um horizonte distante , de um
lugar onde a definição de tempo não pode ser concebida , o Mal viu em Ezequiel a predisposição ao
heroísmo e o seduziu sabendo que este aceitaria o peso e a responsabilidade da manutenção da paz
recém adquirida , Ezequiel aceitou encerrar em si o Mal de todo o mundo e aqui encerro a história de
Ezequiel como o conhecemos. O horror simplesmente escoou para dentro de seu novo involucro, um
horror tátil de consistência viscosa, um óleo de odor doce e ao mesmo tempo ácido. A mente outrora
firme fora tomada por canções lamuriantes, gritos desordenados, cenas de matricídio, fratricídio, estupros,
vis manipulações governamentais, o deleite de alguns acerca da fome e da miséria de nações. Um
vislumbre momentâneo e ao mesmo tempo continuo uma carga única e ao mesmo tempo extensa de
mentes em seu mais profundo declínio, toda a dor e frustração do mundo, todo ato egoísta e o mal mais
profundo e neste momento aquele que antes aceitara o peso de sustentar em si o mal que afrontava todo
o firmamento urrou e o som estridente tal como de inúmeros espelhos se quebrando só poderia se
traduzir em seu desejo de negar toda a criação.

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