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CAMPINAS
2007
i
SAULO VEIGA OLIVEIRA
CAMPINAS
2007
iii
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP
Bibliotecário: Sandra Lúcia Pereira – CRB-8ª / 6044
Banca examinadora:
iv
v
DEDICATÓRIA
vii
AGRADECIMENTOS
ix
Aos professores Cláudio Banzato, Mario Pereira, Egberto Turato e
Sergio Arruda, da Faculdade de Ciências Médicas. Robert Slenes, Fernando
Rosa, Omar Ribeiro e Robin Wright, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas,
pelas cuidadosas leituras e contribuições à pesquisa.
Como não citar meu irmão baiano Vitor. Abrigado sempre pelas
palavras, em todos os diversos momentos que pudemos passar juntos. Do sério
historiador ao folgazão cozinheiro das tardes de domingo.
xi
SUMÁRIO
PÁG.
RESUMO..................................................................................................... xxvii
ABSTRACT................................................................................................. xxxi
INTRODUÇÃO............................................................................................ 35
CAPÍTULO I- REVISÃO DA LITERATURA................................................ 39
Breves apontamentos sobre a história do suicídio............................... 41
O suicídio como pecado e crime......................................................... 41
Mudanças na visão do suicídio........................................................... 43
O suicídio e os alienistas europeus..................................................... 46
Durkheim e o suicídio.......................................................................... 48
Suicídio na atualidade......................................................................... 51
O suicídio de escravos na historiografia brasileira............................... 56
O banzo............................................................................................... 56
Viajantes e moradores estrangeiros.................................................... 60
Medicina e escravidão......................................................................... 68
Obras de medicina do século XIX....................................................... 69
Loucura e suicídio de escravos nas teses de medicina...................... 71
Escravidão e infanticídio...................................................................... 77
O suicídio escravo visto no século XX................................................ 78
Suicídio e rebeldia escrava................................................................. 81
Estudos recentes................................................................................. 83
Escravidão, progresso e civilização.................................................... 89
xiii
CAPÍTULO II- DESCRIÇÃO DAS FONTES E RESULTADOS.................. 97
Síntese dos dados obtidos dos Relatórios Provinciais de São Paulo. 107
CONCLUSÕES........................................................................................... 181
xv
ANEXOS..................................................................................................... 197
xvii
LISTA DE TABELAS
PÁG.
xix
Tabela 12- Procedimentos das autoridades, segundo condição, nas
notícias de suicídios e tentativas - Gazeta de Campinas
132
(1871-1887).........................................................................
xxi
Tabela 21- Escravos. Motivações atribuídas nas notícias de suicídios
- Gazeta de Campinas (1872-1887).................................... 141
xxiii
LISTA DE GRÁFICOS
PÁG.
xxv
RESUMO
xxvii
Ainda que se afirme, na historiografia brasileira, que foram muitos os casos de
suicídios entre escravos, este não é um ponto estudado detalhadamente. O
suicídio é quase sempre citado de passagem, em geral acompanhando
comentários sobre a formação de quilombos ou sobre fugas, homicídios e outras
ações violentas que expressariam o protesto escravo.
Resumo
xxix
ABSTRACT
xxxi
The suicide of slaves in the Brazilian historiography is not a point studied with
details. The suicide in general is cited with commentaries about the formation of
quilombos, escapes, homicides and other violent actions that would express the
protest of slaves.
The research had as sources the periodical Gazeta de Campinas (1871-1887) and
the Provincial Reports of São Paulo (1838-188). In both the sources had been
selected the specific points of view on the suicidal acts between slaves and free
people.
For both the sources, we argue the possible meanings of the data, such as
frequency, place of occurrence, distribution according to condition and sex, ways
used and motivations attributed for the suicidal acts.
Abstract
xxxiii
INTRODUÇÃO
35
O presente trabalho de pesquisa teve por objetivo estudar a prática de
atos suicidas entre os escravos brasileiros, na Província de São Paulo, mais
especificamente a região da cidade de Campinas. O período contemplado são as
duas últimas décadas da escravidão.
Introdução
37
Provinciais de São Paulo publicados em 1873, 1871, 1864 e 1863. O Anexo 6 traz
um quadro com informações sobre os Relatórios consultados (datas de
publicação, nomes dos autores e títulos dos documentos). No Anexo 7
apresenta-se um quadro com as datas de publicação e as principais informações
obtidas de notícias sobre suicídios e tentativas cometidas por escravos publicadas
no jornal Gazeta de Campinas; no Anexo 8, o mesmo para as notícias de pessoas
livres. Finalmente, o Anexo 9 lista os exemplares consultados da Gazeta de
Campinas (1870-1888).
Introdução
38
CAPÍTULO I- REVISÃO DA LITERATURA
39
Breves apontamentos sobre a história do suicídio
Ele realiza ainda uma divisão entre os tipos de suicídio, a partir das
categorias sociais dos sujeitos envolvidos. O camponês e o artesão
enforcariam-se para escapar da miséria e do sofrimento, em um tipo de suicídio
que seria considerado “egoísta”, na classificação feita em fins do século XIX por
Durkheim. O clérigo e o cavaleiro deixavam-se morrer para escapar à humilhação
da derrota para os inimigos nas várias guerras da Idade Média. Assim, mesmo
que em ambos os casos os atos possuam o mesmo objetivo final, matar-se ou
deixar-se morrer, eles são vistos de forma diferente, de acordo com a categoria
social do sujeito. No primeiro caso, o suicídio é visto como crime, sendo o cadáver
alvo de todas as punições já citadas. No segundo caso, para os cavaleiros, a
morte voluntária é vista como um grande sacrifício, em prol de uma grande causa,
Outras categorias de suicídio que Minois cita são a dos judeus e a dos
heréticos. Os primeiros se matam em geral por causa das perseguições cristãs,
particularmente em períodos que precedem e acompanham as cruzadas. Os
segundos se matam também por causa das perseguições, ou em virtude de suas
próprias crenças, sendo numerosas as imolações voluntárias, por recusa de
abjuração e receio de suplícios.
Conclui o autor que, mais do que o ato do suicídio em si, o que é levado
mais em conta na Idade Média são os motivos, a origem social do suicida e o
comportamento expressado pelo indivíduo, para a sociedade. Observa ainda que
as sanções religiosas e o direito penal são muito rigorosos com relação aos
suicidas, mas existiria uma imensa flexibilidade em sua aplicação
(Minois, 1995, p.27).
1
Segundo o Dicionário de Conceitos Fundamentais de Teologia, secularização “designa o
processo, iniciado na Idade Média e que continuou a manifestar-se nos tempos modernos, de
afastamento, separação e emancipação, praticamente de todos os campos do universo da vida
humana, do contexto de sentido fornecido pela fé cristã” (p.81). Retirado de: Amorim, Paulo Sérgio.
Secularização? Disponível em:
http://www.comunidadeshalom.org.br/formacao/vidacrista/secularizacao.html. Acesso em: 01 jul.
2007.
2
Para uma visão geral sobre a história da organização do ensino médico no Brasil, consultar:
Ferreira LO.; Fonseca MRF da.; Edler FC. A Faculdade Medicina do Rio de Janeiro no século XIX:
a organização institucional e os modelos de ensino. In: Dantes, M. A. M. (org.). Espaços da ciência
no Brasil (1800-1930). Rio de Janeiro: Ed. FIOCRUZ. 2001, p. 59-80
Durkheim e o suicídio
Segundo Durkheim,
Suicídio na atualidade
Suicídio e cultura
Epidemiologia do suicídio
O banzo
3
Capela, J. Prefácio. In: Mendes, Luiz Antonio de Oliveira. Memória a respeito dos escravos e
tráfico da escravatura entre a Costa d’África e o Brazil, apresentada à Real Academia de Ciências
de Lisboa, 1793. Porto, Publicações Escorpião, 1977, p. 7-18.
4
Excertos da ‘Memória a respeito dos escravos e tráfico da escravatura entre a costa d´África e o
Brasil’, de Luis Antonio de Oliveira Mendes, com destaque para a descrição do ‘banzo’, foram
republicados na Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. 10, n.2,
pp. 362-376. 2007.
Dois autores médicos, citados por Ana Oda em sua tese de doutorado,
teceram algumas hipóteses sobre o banzo. O primeiro, o parasitólogo Pirajá da
Silva, na década de 1940, coloca que o banzo, em muitos casos, seria a
manifestação da chamada doença do sono, endêmica na África. Transmitida por
uma mosca não existente no Brasil, a doença não teria se propagado no país.
Contemporaneamente, Álvaro Rubim de Pinho, professor da Faculdade de
Medicina da Bahia e etnopsiquiatra, escreve sobre o banzo e também sobre
outras formas de melancolia, a malinconia, o tangolomango.
Henry Koster, inglês que vem para o Brasil em busca de melhores ares
para tratar de seus pulmões, adquire terras em Pernambuco e se torna senhor de
engenho, em 1809, falecendo no Brasil em 1819 ou 1820 (Câmara Cascudo,
p.11-24, apud Koster, 1978). Ele escreve que os negros nascidos no Brasil,
denominados de negros crioulos, são uma versão melhorada de seus ancestrais,
em suas palavras, o ramo da árvore africana que fora “transplantada, cultivada e
melhorada em sua mudança para o novo mundo” (Koster, 1978, p.380 apud Oda,
2003, p.402).
5
Martius, Carl Friedrich Philipp von. Natureza, doenças, medicina e remédios dos índios brasileiros.
Tradução de Pirajá da Silva. São Paulo, Companhia Editora Nacional, 1939, p. 29-33.
[Das Naturell, die Krankheiten, das Arztthum und die Heilmittel der Uberwohner Brasiliens, 1844]).
Koster, Henry. Viagens ao nordeste do Brasil. Tradução e prefácio de Luis da Câmara Cascudo.
2ª. ed. Recife, Secretaria de Educação e Cultura, 1978, p. 372-433. [Travels in Brazil, 1816]
Sigaud, Joseph-François Xavier. Du climat et des maladies du Brésil. Paris, Fortin, Mason et C.,
1844, p. 126-142. Todas as traduções deste autor para o português foram feitas por Ana Maria
Oda.
Debret, Jean-Baptiste. Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. Tradução e notas de Sérgio Milliet.
São Paulo, Livraria Martins, 1940, vol 2, p. 186. [Voyage pittoresque et historique au Brésil, 1834-
39]
6
Os últimos citados por Karasch, Mary C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro (1805-1850). São
Paulo, Companhia das Letras, 2001, p. 415-420.
7
As referências ao suicídio e ao banzo no livro de Sigaud aqui utilizadas baseiam-se em trabalho
de pesquisa de Ana Maria Galdini Raimundo Oda, ainda em curso, no âmbito do projeto “Dos
desgostos provenientes do cativeiro: uma história da psicopatologia dos escravos brasileiros no
século XIX” (FAPESP, Auxílio Jovem Pesquisador, processo 04/00442-4) (Oda, 2006).
O importante livro de Sigaud não foi traduzido para o português, até o momento. Ali, o autor
discute, a partir da perspectiva da climatologia médica, as relações entre climas, raças e doenças,
havendo passagens do livro dedicadas às moléstias dos escravos. Além do banzo e do suicídio,
ele menciona certas doenças relacionadas ao tráfico transatlântico, como o escorbuto e a
disenteria, e relata as doenças consideradas mais comuns, como a “caquexia africana”
(que relaciona à ingestão de terra), o “maculo” (gangrena retal), a sífilis, a tuberculose, a cegueira,
etc. Para análise sobre a variada atuação de Sigaud, ver Ferreira, Luis Otávio. José Francisco
Xavier Sigaud: um personagem esquecido, uma obra reveladora. História, ciências, saúde –
Manguinhos, vol. 5, n. 1, p. 125-26, 1999.
Mary Karasch (2001) realiza uma extensa relação dos viajantes que se
ocuparam, em suas observações, do suicídio de escravos. A seguir um resumo
dos viajantes citados pela autora.
Walsh cita que o povo (os donos de escravos) era atormentado pelas
doenças indefinidas, atribuídas aos venenos administrados por seus escravos. Os
venenos seriam minerais e plantas, e outros mais secretos, que não produziriam
efeito imediato. Debilitavam gradualmente o organismo, causando morte lenta,
mas certa. Cita um exemplo de veneno, o cabelo cortado em pequenos pedaços e
adicionado à comida (Walsh, 1985, p.175).
Henry Koster cita também a ação de comer terra, mas observa que esta
ação é considerada um hábito, e não um vício. A contínua vigilância e castigos
revertem o quadro, quando o escravo não está resolvido a morrer. Para estes, o
consumo de grandes quantidades de areia e barro é, segundo o autor, uma das
maneiras de se matar. Considerado um hábito, não uma doença, Koster nota que
o escravo adulto é muito mais predisposto. (Koster, 1978, p.399 apud Oda, 2003,
p.402)
Medicina e escravidão
Recorda ainda que uma influente obra sobre as relações entre medicina
e sociedade, publicada na década de 1970, o livro Danação da norma
(Machado et al., 1978), de certa forma disseminou a idéia de que para a medicina
da época o escravo seria uma reflexão secundária. Eles apontaram que, na
Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, apenas três teses sobre essa temática
foram defendidas (Duarte, 1849; Jardim, 1847; Santos, 1851) e que o tema estaria
Capítulo I- Revisão da Literatura
68
praticamente ausente nas publicações da Academia Imperial de Medicina. Disso
se concluiu que, como regra geral, a medicina e os proprietários pouco se
importavam com os cuidados à saúde dos cativos. Porém, Ângela Porto adverte
que estudos recentes têm alterado esta visão, indicando que o tratamento
dispensado aos escravos variava conforme a situação, dependendo das relações
estabelecidas com os proprietários e com o grau de liberdade de ação obtida pelo
escravo, por exemplo maior na área urbana que rural (Porto, 2006).
Na Introdução de sua obra, Imbert diz crer que o tráfico de escravos era
“abominável e odioso” e sua extinção seria a marca da civilização de um país.
Entretanto, defendia os direitos adquiridos dos proprietários de escravos.
Considera que no Brasil a escravidão era mais branda e humana, pois “a
Escravidão e infanticídio
Em três teses da Faculdade de Medicina da Bahia, do mesmo ano
(1874) encontram-se referências quase idênticas sobre a associação entre o
estado de escravidão e o ato de matar o filho recém-nascido, o infanticídio, nas
proposições de medicina legal. Os três autores se referem às conseqüências
benéficas da Lei do Ventre Livre.
Eulálio de Lellis Piedade é breve: “A lei de 28 de setembro de 1871 fez
desaparecer uma das causas deste feio crime.” (Piedade, 1874, p.27).
Já Virgílio de Oliveira é mais enfático:
“Os estadistas brasileiros prestaram relevantíssimo serviço à
humanidade, à causa da civilização e ao progresso de nosso país, desde que
reconheceram livre, pela lei de 28 de setembro de 1870, o ventre da mulher
escrava.” (Oliveira, 1874, p.22).
João Carlos da Silveira se estende mais:
Silveira, João Carlos Balthasar da. Do infanticídio considerado sob o ponto de vista médico-legal
Sobre o suicídio, Ortiz informa que eram ações que aconteciam a bordo
dos navios, sendo realizado por afogamento, com os negros lançando-se ao mar.
Alguns barcos possuíam resistentes redes à sua volta, para evitar justamente o
suicídio dos negros.
Gilberto Freyre, que cita várias obras de Ortiz em sua bibliografia, além
de relatos dos cronistas estrangeiros sobre o Brasil, no final Casa-Grande &
Senzala, faz uma ressalva à suposta brandura do cativeiro no país, num trecho
bastante conhecido sobre o suicídio de escravos e o banzo:
Mas não foi toda de alegria a vida dos negros, escravos dos
ioiôs e das iaiás brancas. Houve os que se suicidaram
comendo terra, enforcando-se, envenenando-se com ervas e
potagens dos mandingueiros. O banzo deu cabo de muitos. O
banzo – a saudade da África. Houve os que de tão banzeiros
ficaram lesos, idiotas. Não morreram: mas ficaram penando. E
sem achar gosto na vida normal – entregando-se a excessos,
abusando da aguardente, da maconha, masturbando-se
(Freyre, 1978, p.464).
José Alípio Goulart (1972) dedicou ao tema um capítulo de seu livro ‘Da
fuga ao suicídio’, considerando-o como a mais trágica das reações à violência do
cativeiro. Para ele, o suicídio seria uma forma de fuga e também espécie de
protesto e rebeldia, de vingança contra o senhor; em sua análise, suicídios,
homicídios e fugas eram reações decorrentes da inconformidade com o estado de
escravidão e da impotência em modificá-lo. Em certos casos, o suicídio seria
relacionado ao ‘banzo’, e facilitado pela crença que teriam os negros no retorno
espiritual à África. Goulart utiliza como fontes principais algumas estatísticas
policiais e informações retiradas dos relatórios dos presidentes de diversas
províncias brasileiras, além dos clássicos viajantes.
Estudos recentes
Isabel Cristina Ferreira dos Reis (Reis, 1998), em sua dissertação sobre
histórias de vida familiar dos escravos na Bahia (século XIX), recolhe casos de
suicídio em algumas fontes pesquisadas. Compreendendo o suicídio como o
recurso originado no desespero, a última ação do escravo em busca da liberdade.
Para a autora, os motivos eram vários, sendo o mais freqüente o objetivo dos
escravos livrarem-se dos maus tratos dos senhores. Isabel Reis cita também os
casos de aborto realizados por escravas e casos de assassinatos de filhos por
mães escravas. Refere ela que entre as escravas a prática do aborto era
comumente utilizada, com a ajuda de indivíduos que possuíam os conhecimentos
necessário para a prática, os chamados feiticeiros, “considerados como
possuidores de poderes sobrenaturais e de atributos sobrehumanos, indivíduos
pertencentes, em geral, a raça africana ou à população mestiça” (Reis, 1998,
p.82).
97
Fontes e arquivos pesquisados
A partir dos dados obtidos nas notícias, tais como nome do escravo, do
senhor, data do ocorrido, nome da autoridade policial responsável pelo caso,
pretendeu-se pesquisar fontes que fornecessem mais informações, como os
inquéritos policiais e os processos judiciais.
Anexo ao relatório redigido pelo chefe de polícia Joaquim José do Amaral, página S1-22.
In: Relatório apresentado á Assembléia Legislativa Provincial de S. Paulo pelo presidente da
província, o exm. sr. dr. João Theodoro Xavier em 5 de fevereiro de 1874. S. Paulo,
Tip. Americana, 1874.
Ano
Livres Escravos Total
1861 1 - 1
1862 - - 4
1864 3 6 9
1867 - - 3
1868 - - 7
1869 - - 2
1870 6 11 17
1871 - - 12
1872 17 16 33
1873 9 11 20
1878 11 11 22
1879 4 7 11
1880 2 1 3
1883 5 4 9
1884 9 6 15
1885 6 2 8
1886 - - 1
1887 1 1 2
Total 74 76 179
Fontes: Relatórios dos Presidentes da Província de São Paulo publicados em: 1862, 1863A,
1865A, 1868, 1869, 1870, 1871, 1872, 1873, 1874, 1878E, 1880, 1881, 1884, 1885, 1886, 1887 e
1888, relativos aos anos de: 1861, 1862, 1864, 1867, 1868, 1869, 1870, 1871, 1872, 1873, 1878,
1879, 1880, 1883, 1884, 1885, 1886, 1887,
Ano
Total
1862 4
1865 5
1872 1
1873 2
1880 2 livres
2 livres*, sendo:
1887 Um alemão.
Um preso da cadeia
Total 16
Fonte: Relatórios Provinciais de São Paulo, anos de 1863A, 1865A, 1873, 1874, 1881 e 1888,
referentes aos anos de: 1862, 1864, 1872, 1873, 1880, 1887
Anos
Livres Escravos Total
1870 6 11 17
1872 17 16 33
1873 9 11 20
1878 11 11 22
1879 4 7 11
1880 2 1 3
1883 5 4 9
1884 9 6 15
1885 6 2 8
1887 1 1 2
70 70 140
Total
(50%) (50%) (100%)
Fontes: Relatórios dos Presidentes de Província da São Paulo, publicados em 1871, 1873, 1874,
1878E, 1880, 1881, 1884, 1885, 1886 e 1888.
20
15
10
0
18 70
18 72
18 73
18 78
18 79
18 80
18 83
18 84
18 85
18 87
Gráfico 1- Relatórios Provinciais de São Paulo. Suicídios segundo condição
(livres ou escravos), 1870-1887
Anos
Meios utilizados Total
1870 1872 1873 1878 1879 1880 1884 1885 1886 1887
54
Enforcamento 5 13 12 13 3 2 4 1 1
(41%)
40
Afogamento 8 15 3 4 3 3 3 1
(30%)
28
Arma de fogo 2 4 2 3 4 1 8 3 1
(21%)
7
Arma branca 2 3 1 1
(6%)
3
Outros* 1 1 1
(2%)
132
*Outros. 1872: 1 caso de ferimento não especificado; 1877: 1 caso de esmagamento por trem;
1879: 1 caso de envenenamento.
Referentes aos relatórios publicados em: 1871, 1873, 1874, 1878E, 1880, 1886, 1885, 1881, 1887,
1888
Anos
Motivações
1873 1878 1879 1883 1884 1887
Desgostos do cativeiro SN* 3 1 4 4
Receio de castigos excessivos SN
Não conhecidas/ ignoradas 1
* SN: sem número especificado
Relatórios publicados nos anos de: 1874, 1878E, 1880, 1884, 1885, 1888
Anos
Motivações
1873 1878 1883 1887
Alienação mental SN* 5 5
Desgostos na vida doméstica SN 1
Embriaguez SN 1
* SN: sem número especificado
Relatórios publicados nos anos de: 1874, 1878E, 1884, 1888
Anos
Motivações
1879 1880 1884
Não conhecidas/ ignoradas 9 2 8
Desgostos na vida doméstica 1 2
Alienação mental 1
Paixão amorosa 1
Relatórios publicados nos anos de: 1880, 1881, 1885
Mas parece que tais alertas não surtiram efeitos na própria Gazeta de
Campinas, que continuou a noticiar suicídios e tentativas, e dar detalhes “técnicos”
que pareciam interessar aos seus leitores. Como sobre o suicídio do Dr. Luiz
Pientznauer, “formado em medicina e lente catedrático da cadeira de anatomia
descritiva da Faculdade do Rio de Janeiro”, contando que ele “serviu-se para
aquele ato de desespero de um bisturi com o qual feriu-se na região
supraclavicular direita, o que lhe ocasionou morte instantânea.” (26 de setembro
de 1880). Ou de “mais um suicídio” na Corte, do cabo de infantaria Vicente
Ferreira de Palma que “lançou mão de uma carabina Comblain carregada com
cartucho embalado, aplicou a boca da arma no estômago e com o auxilio do pé
desfechou um tiro, saindo-lhe o projétil na região renal esquerda.” (11 de junho de
1887).
Escravos Livres*
Ano
Suicídios Tentativas Total Suicídios Tentativas Total
1871 --- --- --- 2 0 2
1872 2 0 2 3 0 3
1873 1 1 2 2 0 2
1874 4 3 7 1 1 2
1875 5 2 7 2 0 2
1876 5 1 6 1 0 1
1877 6 1 7 2 4 6
1878 5 3 8 3 0 3
1879 11 6 17 4 2 6
1880 3 0 3 2 4 6
1882 5 2 7 6 4 10
1883 4 0 4 7 6 13
1884 3 0 3 9 1 10
1885 1 0 1 10 3 13
1886 0 0 0 7 4 11
1887 1 0 1 6 4 10
Total 56 19 75 67 33 100
* Computadas apenas as notícias da província de São Paulo.
12
10
8
6
4
2
0
18 79
18 84
18 85
18 86
18 87
18 74
18 77
18 78
18 80
18 82
18 83
18 71
18 72
18 73
18 75
18 76
12
10
8
6
4
2
0
18 71
18 72
18 73
18 74
18 75
18 76
18 77
18 78
18 79
18 80
18 82
18 83
18 84
18 85
18 86
18 87
Entre pessoas livres, para os dois eventos (100) são 94 homens (94%)
e há apenas 6 mulheres (6%). Nos 67 suicídios são 64 homens (95,5%) e 3
mulheres (4,5%); nas 33 tentativas, 30 homens (91%) e 3 mulheres (9%). A
Tabela 11 mostra os resultados.
Tabela 14- Escravos. Meios utilizados segundo sexo nas notícias de suicídios e
tentativas - Gazeta de Campinas (1872-1887)
Não cita
Arma de fogo
Instrumento perfurante
Enforcamento
Outro
Afogamento
Arma branca
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Não cita
Arma de fogo
Instrumento perfurante
Enforcamento
Outro
Afogamento
Arma branca
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Meio utilizado
Suicídios Tentativas Ambos
Enforcamento 19 1 20
(55,9%) (7,1%) (41,6%)
Arma branca 7 8 15
(20,6%) (57,1%) (31,3%)
Afogamento 3 1 4
(8,8%) (7,1%) (8,3%)
Arma de fogo 4 4
0
(11,8%) (8,3%)
Instrumento perfurante 1 1 2
(2,9%) (7,1%) (4,2%)
Colocar-se nos trilhos do trem 2 2
0
(14,3%) (4,2%)
Não cita 1 1
0
(7,1%) (2,1%)
Total 34 14 48
(100%) (100%) (100%)
Tabela 16- Escravos. Meios utilizados pelas mulheres, nas notícias de suicídios e
tentativas - Gazeta de Campinas (1872-1887)
Meio utilizado
Suicídios Tentativas Ambos
Afogamento 15 4 19
(68,2%) (80%) (70,4%)
Enforcamento 4 4
0
(18,2%) (14,8%)
Arma branca 1 1 2
(4,5%) (20%) (7,4%)
Esmagamento por trem 1 1
0
(4,5%) (3,7%)
Arma de fogo 0 0 0
Instrumento perfurante 0 0 0
Não cita 1 1
0
(4,5%) (3,7%)
Total 22 5 27
(100%) (100%) (100%)
Tabela 17- Livres*. Meios utilizados pelos homens, nas notícias de suicídios e
tentativas - Gazeta de Campinas (1871-1887)
Meio utilizado
Suicídios Tentativas Ambos
Arma de fogo 26 9 35
(40,6%) (30%) (37,2%)
Enforcamento 20 3 23
(31,2%) (10%) (24,5%)
Envenenamento 4 4 8
(6,2%) (13,4%) (8,5%)
Arma branca 1 7 8
(1,6%) (23,4%) (8,5%)
Afogamento 5 2 7
(7,8%) (6,7%) (7,4%)
Instrumento perfurante 1 3 4
(1,6%) (10%) (4,2%)
Outros 1 2 3
(1,6%) (6,7%) (3,2%)
Não cita 6 6
0
(9,4%) (6,4%)
Total 64 30 94
(100%) (100%) (100%)
* Computadas apenas as notícias da província de São Paulo
Meio utilizado
Suicídios Tentativas Ambos
Arma de fogo 2 2
0
(66,6%) (33,3%)
Enforcamento 1 1
0
(33,3%) (16,7%)
Afogamento 1 1
0
(33,3%) (16,7%)
Arma branca 1 1
0
(33,3%) (16,7%)
Envenenamento 1 1
0
(33,3%) (16,7%)
Total 3 3 6
(100%) (100%) (100%)
* Computadas apenas as notícias da província de São Paulo.
9
Gazeta de Campinas: 18/04/1875, Benedicta, doméstica; 01/12/1875, “uma escrava” lavadeira;
13/12/1876, Gertrudes, doméstica; 05/10/1877 (a mulata) Escolástica, doméstica;
08/09/1878, “uma escrava” doméstica; 18/11/1879, Alípio, pajem; 18/11/1882, Casimiro, caseiro.
Nacionalidade
Suicídios Tentativas Total
Brasileira 40 23 63
(59,7%) (69,7%) (63%)
Alemã 13 13
0
(19,4%) (13%)
Portuguesa 6 3 9
(8,9%) (9,1%) (9%)
Italiana 4 2 6
(5,9%) (6,1%) (6%)
Francesa 1 1
0
(1,5%) (1%)
Outra 1 1
0
(1,5%) (1%)
Não cita 2 5 7
(2,9%) (15,1%) (7%)
Total 67 33 100
* Computadas apenas as notícias da província de São Paulo.
Profissão
Suicídios Tentativas Total
Empregado 5 9 14
(7,5%) (29,1%) (14%)
Comerciante 6 1 7
(8,9%) (3,2%) (7%)
Fazendeiro 3 3
0
(4,5%) (3%)
Agregado / Colono 3 3
0
(4,5%) (3%)
Pedreiro 2 2
0
(2,9%) (2%)
Alfaiate 2 2
0
(2,9%) (2%)
Militar / policial 1 1 2
(1,5%) (3,2%) (2%)
Ferreiro 2 2
0
(2,9%) (2%)
Professor 2 2
0
(2,9%) (2%)
Carpinteiro 2 2
0
(2,9%) (2%)
Engenheiro 1 1
0
(1,5%) (1%)
Lavrador 1 1
0
(1,5%) (1%)
Barbeiro 1 1
0
(1,5%) (1%)
Guarda-livros 1 1
0
(1,5%) (1%)
Músico 1 1
0
(1,5%) (1%)
Caixeiro 1 1
0
(3,2%) (1%)
Menor de idade 1 1
0
(1,5%) (1%)
Não cita 33 21 54
(49%) (67,7%) (54%)
Total 67 31 100
* Computadas apenas as notícias da província de São Paulo.
Motivações atribuídas
Suicídios Tentativas Ambos
Motivo ignorado 9 1 10
(16,1%) (5,3%) (13,4%)
Não querer mudar-se / não querer acompanhar o novo dono 5 3 8
(9,2%) (15,8%) (10,7%)
Condenado por homicídio / logo após cometer homicídio 3 1 4
(5,3%) (5,2%) (5,4%)
Preso já condenado (crime não especificado) 2 2 4
(3,6%) (10,5%) (5,4%)
Em fuga, na ocasião da captura 2 2 4
(3,6%) (10,5%) (5,4%)
Desarranjos mentais (acesso de loucura, momento de 3 3
0
desvario, caduca) (5,3%) (4%)
Após homicídio passional (ciúmes) 2 2
0
(3,6%) (2,7%)
Acusação de furto 2 2
0
(3,6%) (2,7%)
Querer acompanhar os companheiros em mudança 1 1
0
(5,2%) (1,4%)
Por malvadeza (filicídio) 1 1
0
(1,8%) (1,4%)
Preso aguardando julgamento 1 1
0
(1,8%) (1,4%)
Acusação de homicídio 1 1
0
(5,2%) (1,4%)
Por estar embriagado 1 1
0
(5,2%) (1,4%)
Não cita 26 7 33
(46,4%) (36,8%) (44%)
Total 56 19 75
(100%) (100%) (100%)
Motivações atribuídas
Suicídios Tentativas Ambos
Livres 900.000
1880 - 1887 1.000.000
Escravos 100.000
Relatórios Provinciais
Média casos por
Década Condição Número de casos
ano
56 casos para 5 anos
Livres 11,2
com dados
1870-1879
47 casos para 5 anos
Escravos 9,4
com dados
149
Os escravos nas notícias de jornal
Mas esta parece ter sido apenas uma das possíveis trajetórias, entre
outras, seguidas pelos escravos e escravas que puseram termo aos seus dias,
nas últimas duas décadas de escravidão na província de São Paulo e, em
particular, no município de Campinas. Ao menos, isto parece ser o que indicam os
resultados apresentados no capítulo II desta dissertação, recapitulados,
comentados e discutidos a seguir.
10
Para uma esclarecedora discussão sobre o estabelecimento de sistemas de medição e
contagem confiáveis e a construção da soberania estatal, destacando as repercussões da
permanência do tráfico ilegal de escravos neste processo, ver Costa, Wilma Peres. O Império do
Brasil: dimensões de um enigma. Almanack Brasiliense, n. 1, p. 27-43, maio 2005. Publicação
eletrônica do projeto temático IEB USP - FAPESP
11
Como exemplo, consideremos que Durkheim (1897) informa que seu auxiliar Marcel Mauss
coletou dados tais como idade, sexo e estado civil em cerca de 26.000 dossiês de suicidas
franceses, o que certamente só foi possível graças à existência de um serviço de estatística
organizado e centralizado, ligado ao Ministério da Justiça francês (Durkheim, op. cit., p. 7) –
realidade evidentemente diferente da brasileira.
‘Casos de Campinas’:
‘Sexo e condição’:
‘Ocupação e nacionalidade’:
Sabe-se que boa parte dos africanos trazidos como escravos para o
Sudeste veio de grupos da África Central (Angola e baixo rio Zaire), e que suas
culturas tinham muitas afinidades, apesar da diversidade étnica. Observa Slenes
que a constituição da família escrava serviu como facilitadora da junção destas
culturas centro-africanas, a que se acrescentariam os valores e tradições trazidos
Suicídio e negociação
Outros autores que trabalham esta idéia de forma diversa são João
José Reis e Eduardo Silva, ressaltando a emergência do conceito de liberdade,
entre os próprios escravos e para os escravos, dentro de uma realidade onde este
não existia. Pensar o escravo como ser destituído de liberdade era natural, pois
não havia outro tipo de pensamento contrário. Segundo eles:
Segundo eles:
12
Os autores questionam duas vertentes existentes no debate acadêmico, a primeira, que pregava
a destruição da cultura africana, quando os escravos foram forçados a se adaptar a uma nova
cultura, a do senhor branco, e a segunda, que postulava a resistência da cultura africana trazida
pelos negros, de variadas formas.(Mintz e Price, 2003).
181
Conforme indicado no presente trabalho, os registros de suicídios na
província de São Paulo, estudados a partir dos relatórios provinciais e de notícias
de um jornal de Campinas, foram mais freqüentes para os escravos que para os
livres, mesmo considerando as várias possibilidades de distorção nos registros.
Entre os escravos, as motivações relacionadas mais diretamente à
situação de cativeiro foram as predominantes, nos casos onde o suicídio surge
como recusa à violência da mudança forçada em razão de vendas, nos casos
relativos a castigos ou ameaças de castigos, em especial entre escravos
condenados e presos, e finalmente, naqueles em situação de fuga.
Assinalou-se ainda a atribuição diferenciada de motivações dos atos
suicidas para livres e escravos, sendo que sua imputação a transtornos mentais
predomina entre os livres e é muito pouco citada para escravos. O fato de causas
psicopatológicas estritas terem sido ligadas muito mais aos suicídios dos livres
que ao dos cativos, pode refletir tanto a real predominância de suicídios ligados à
situação do cativeiro, quanto a veiculação de uma visão estereotipada dos
escravos como sendo moralmente diferentes das pessoas da classe senhorial.
Concluindo, não parece justificável que o fenômeno do suicídio entre
escravos no Brasil seja tomado como auto-explicável pela desfavorável condição
do cativeiro, e assim considerado como ponto resolvido na historiografia da
escravidão.
Neste trabalho, partiu-se da premissa de que os atos suicidas são
manifestações humanas extremas que não poderiam ser reduzidas a uma única
explicação, fosse ela de caráter sociológico, antropológico ou psicopatológico, e
que deveriam ser referidas aos contextos históricos em que se deram.
Espera-se que esta pesquisa tenha permitido vislumbrar a
complexidade e a variedade das situações em que se deram estes atos – bem
como as contingências que influiriam no registro destes casos – e que ela
contribua para desfazer explicações simplificadoras, que de certa forma repetem a
expressão-clichê recorrente nos documentos oficiais, a que afirmava serem os
suicídios de escravos obviamente decorrentes “dos desgostos provenientes do
cativeiro”.
Conclusões
183
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
185
Arquivos e siglas
Fontes primárias
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Universal de Laemmert; 1849.
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Tradução de Pirajá da Silva. São Paulo: Companhia Editora Nacional; 1939, p. 29-
33. [Das Naturell, die Krankheiten, das Arztthum und die Heilmittel der Uberwohner
Brasiliens, 1844]).
Referências Bibliográficas
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saude? (proposições). Rio de Janeiro: Typ. Universal de Laemmert; 1851.
Sigaud J-FX. Du climat et des maladies du Brésil. Paris : Fortin, Mason et C.;
1844, p. 126-142. Todas as traduções deste autor para o português foram feitas
por Ana Maria Oda.
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Editora Itatiaia/ Editora da Universidade de São Paulo; 1975.
Fontes secundárias
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Fontes/Editora da Universidade de Brasília; 1982.
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século XIX. São Paulo: Paz e Terra; 1987.
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Botega et al. Prática Psiquiátrica no hospital geral, 2ª ed. Porto Alegre: Artmed;
2006.
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Real Academia de Ciências de Lisboa, 1793. Porto: Publicações Escorpião; 1977.
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Rio de Janeiro: Objetiva; 2003.
Referências Bibliográficas
195
ANEXOS
197
ANEXO 1
13
É necessário aqui agradecer ao Professor Doutor Sérgio Saboya Arruda, do Departamento de
Psicologia Médica e Psiquiatria da FCM UNICAMP, pela ajuda inestimável na leitura do texto do
processo, trabalho este árduo e difícil.
Anexos
199
Apresenta uma caligrafia peculiar, com alguns possíveis erros de português,
alguns caracteres indecifráveis, algumas abreviações – muito usadas na época,
para documentos jurídicos – que tornam ainda mais difícil a leitura do texto.
Dificuldades adicionais são o estilo típico de redação da época, o
estado de conservação do original, em alguns pontos já corroído pela tinta usada,
além do vocabulário jurídico específico, ou seja um conjunto de condições que
tornam a leitura do documento uma tarefa de árdua realização. Algumas poucas
palavras não puderam ser compreendidas, mas o entendimento geral dos fatos
não foi prejudicado.
O processo tem seu início na data de 12 de outubro de 1819 e ao que
parece foi apreciado por pelo menos dois juízes, e mais de um escrivão participou
do processo. Registrou-se o depoimento de vinte e quatro testemunhas.
Está presente um exame de corpo de delito no cadáver do escravo,
realizado por um médico diante da presença de testemunhas. No exame, aqui
transcrito, com sua ortografia original, observa-se que o escravo possuía uma
ferida na região gástrica, uma ferida no crânio, provocada ao que parece por um
objeto pontiagudo, e finalmente uma nódoa no antebraço.
declarou o ditto Aleixo Correa achar o
corpo do ditto Escravo fallecido com
huma ferida____ na região gástri-
ca ublicuamente ao llado direitto, e
que passando a examinar a rotura
_____, achou na parietal para a parte esquer-
da uma ferida contusa cuja _____ a
pe netrar o crâneo, para a sotura occipi-
tal, e dice mais, que achou no ante.bra-
sso uma nódoa contusa e nada mais
dice
As testemunhas ouvidas no processo dão várias explicações sobre
estas feridas presentes no corpo do escravo. Uma destas testemunhas, o senhor
Theodoro Francisco de Andrade, diz que o escravo se feriu quando saltou uma
Anexos
200
vala quando segurava uma faca. Outra testemunha, de nome Joaquim Marciano
de Ramos, diz que o filho de certa “Donna Anna”, de nome Manoel, contou que
havia matado o escravo José Mullato, do Capitão Manoel Ferraz de Campos.
Ao final do processo a conclusão é a de que o escravo cometeu
suicídio. O escravo é condenado a ser preso – pois suicídio era considerado um
crime grave – e solto, já que não poderia cumprir sua sentença, estando já morto.
O Juiz condena o Capitão Manoel Ferraz de Campos, dono do escravo
suicida, a pagar as custas do processo, acrescentando que o escravo não poderia
pagar já que “não existe”:
Conclusão
As testemunhas nesta Devaça inquiridas
obrigao.~ aprizao.~
e livramento a José Mullato
escravo do Cap.m Manuel Ferraz de Campos
por ter ce morto a si proprioe p.r q.~ não
existe dito Mullato .o Sn.r do mesmo como
requerente da presente devaça pague as
custas exlaura em que
Em que ocomdemno a pagar
Sam Carlos 3 de junho de 1820
O processo possui uma particularidade: além desta conclusão com
validade jurídica, que atesta a morte do escravo por suicídio, há outra “conclusão”
adicionada algum tempo mais tarde, na última página do processo, e que se opõe
à conclusão original.
Esta “conclusão não-oficial” diz que a causa da morte do escravo não
foi suicídio, e sim assassinato. Isto dá a entender que o processo seria novamente
aberto, mas este fato nunca ocorreu.
Para fins jurídicos, a primeira conclusão é a oficial, o processo é mesmo
sobre o suicídio de um escravo. Mas para fins históricos, pode-se perceber a
inegável contradição inscrita no processo e a rede de relações estabelecidas, que
parece pretender mesmo concluir que o escravo se matou.
Anexos
201
Possivelmente, se a conclusão oficial fosse de que o escravo tinha sido
assassinado, uma investigação maior sobre os acontecimentos teria que ser
realizada, o que talvez não fosse interessante para os envolvidos no caso,
notadamente se fossem pessoas de projeção na estrutura social da época, ou
mesmo gente mais pobre, mas apadrinhada por figuras importantes.
A seguir, excerto extraído da página inicial do processo:
Transcrição do processo
Anno de 1819
Juízo Ordinar.o da V.a de São Carloz
Autuassão do Auto de corpo de
delicto indirecto a Req.to do Alferes
digo do Cap.m M.el Ferraz de Ca
mpos no cadáver de Jose Mulla
to Escravo do d.o Cap.ao q m.da proce
der o Juiz Ordinar.o José de Soiza Siq.ra
como abaixo se declara
Anexos
202
ANEXO 2
Anexos
203
Relatório apresentado á Assembléa Legislativa Provincial pelo exm. sr. dr. João
Theodoro Xavier, presidente da provincia, no dia 5 de fevereiro de 1873. S. Paulo,
Typ. Americana, 1873. Mapa 3
Anexos
204
ANEXO 3
Anexos
205
Anexos
206
Anexos
207
Anexo ao Relatório do ano de 1872, redigido pelo chefe de polícia
Sebastião José Pereira.
Relatorio apresentado á Assembléa Legislativa Provincial de São Paulo pelo
presidente da provincia, o exm. sr. dr. José Fernandes da Costa Pereira Junior,
em 2 de fevereiro de 1872. Paulo, Typ. Americana, 1871
Anexos
208
ANEXO 4
Anexos
209
Homicídio e simulação de suicídio de escravo
Anexos
210
ANEXO 5
Anexos
211
Relato do Chefe de Polícia, Luiz José de Sampaio, em:
Relatório com que o Ill.mo e Ex.mo Senhor Doutor João Jacyntho de Mendonça
entregou a Presidência da Província de São Paulo ao Ill.mo e Ex.mo Senhor
conselheiro Dr. Manoel Joaquim do Amaral Gurgel 1º Vice-Presidente da mesma
província no dia 24 de setembro de 1862.
Relatório 1862A, Mapa 2
Anexos
212
ANEXO 6
Relatórios da Província de São Paulo - documentos consultados
Data Publicação
Ano Autor do Relatório Título
Relatório
Desapareceu e
f oi encont rada
“ A aut oridade “ não se t endo
Af ogament o mort a.
05/ 09/ Campinas A. C. Ferraz de compet ent e deu averiguado as
S Ignez F “ no t anque da “ Supõem-se que
1872 Zona rural Salles os passos legais causas que
f azenda” at ent ara cont ra
sobre o caso” levaram a t al f im”
a própria
exist ência”
“ aut o de corpo de Af ogament o
“ o pret o há
delit o e demais “ precipit ou-se
algum t empo
03/ 10/ Campinas A. E. de Souza f ormalidades de “ Acesso de em um t anque
S João M sof rera j á
1872 Zona rural Aranha direit o pelo Sr. loucura” para os bandos
desarranj os
Delegado Maj or do caminho de
ment ais”
Oliveira” Limeira”
A “ escrava (. . . )
Af ogament o levara
(“ nosso amigo” ) (O f ilicídio
“ em um sít io perversament e
13/ 02/ Campinas “ uma sua Amador Bueno ocorrera)
S F Não cit a (. . . ), por consigo uma
1873 Zona rural escrava” Machado “ só por nímia
imersão em f ilha de 5 anos
Florence malvadeza”
t anque” libert a” pelo
senhor
“ Socorrido pelo
Por “ t er se Sr. Dr. Cassiano,
Arma branca
desconf iado ou que f oi logo
(“ f alecido “ dando com um
08/ 06/ “ um verif icado que ele chamado, e uniu
Não cit a T M capit ão” ) Não cit a canivet e
1873 escravo” propinara veneno as f eridas com
Eliseu Ferraz repet idos golpes
a um parceiro (. . . ) 11 pont os, dá
sobre o pescoço”
que f alecera” esperanças de
ser salvo”
“ Foi avisado o
delegado de Desapareceu e
polícia de f oi encont rada
Bet hlém (alf eres) José Bet hlém, dist rit o Af ogament o mort a depois de
07/ 05/
(depois S Benedict a F Rodrigues do onde se deu o Não cit a “ em um t anque 12 dias.
1874
It at iba) 1 Prado f at o, a f im de j unt o ao sít io. . . ” “ Supõe-se que a
t omar mort e deu-se
averiguações por suicídio”
legais. ”
“ O Sr. Delegado Enf orcament o
“ em dezembro
Damaso da Silva “ com a própria
(capit ão) condenado pelo
21/ 05/ Campinas procedeu as corrent e em que
S José M Candido J. L. j úri dest a cidade Não há
1874 Zona rural diligências legais est ava preso na
Bueno por crime de
sobre o f at o. ” f azenda de seu
homicídio”
senhor”
06/ 08/ “ achando-se
1874 bast ant e
embriagado (. . . )
f oi encont rado
muit o
f erido. . . ” .
“ Declarou o
Campinas A. Pompeo de Arma branca próprio
T Israel M Não cit a Não cit a
(?) 2 Camargo “ f acadas” of endido que
ele mesmo
t ent ara cont ra
si. Acha-se em
t rat ament o na
enf ermaria do
Sr. Dr.
Lacerda. ”
1
Segundo Francisco Nardy Filho, a partir de 8 de maio de 1877, “a cidade de Betlém de Jundiaí passou a chamar-se Itatiba”. NARDY FILHO, F. A
cidade de Itu, vol. VI. 2ª ed. Itu, Ottoni Editora, 2000, p. 100.
2
As notícias de 06/08/1874, 13/09/1874, 17/10/1875 e 08/12/1887 não citam o local do evento, mas os nomes dos proprietários são de famílias
estabelecidas em Campinas e região (Pompeo de Camargo, Teixeira Nogueira, Aranha e Barão de Ibitinga, respectivamente).
“ O doent e f oi
recolhido à
“ O Sr. Delegado Arma branca
enf ermaria do
Damaso da Silva “ passando uma
Dr. Silveira
t omou f aca sobre o
06/ 08/ Campinas Joanna Severino Lopes e ali
T Bent o M conheciment o do Não cit a pescoço e assim
1874 Zona rural do Amaral t rat ado,
caso e procedeu causando-se
achando-se livre
as diligências gravíssimas
perigo apesar do
legais” of ensas”
est ado
melindroso”
“ Sempre as t ais
“ Const a-nos que vendas de
est e f at o f oi est rada com a
Enf orcament o
13/ 09/ Campinas “ um Eliseu Teixeira ocasionado ainda sombra má
S M Não cit a “ com um
1874 (?) escravo” Nogueira em conseqüência mult iplicando-se
baraço”
de f urt os de em nuvens de
caf é. ” prej uízo e de
incômodos! ”
“ Já por diversas
“ se achava
Arma branca vezes na cadeia,
cumprindo
“ prof undo golpe t ent ou ele dar-
sent ença de f erro
15/ 10/ Bierrembach e sobre o pescoço se a mort e por
Campinas S Ambrósio M Não cit a ao pescoço por
1874 irmão com uma esse meio e
dois homicídios e
pequena f olha af inal logrou o
uma t ent at iva de
de f aca. ” desast rado
homicídio”
int ent o. ”
“ O sr. delegado Em lut a, mat ara
Damaso da Silva um o escravo
“ (. . . ) acha-se
03/ 12/ Joaquim de procedeu ao aut o Calist o, “ seu Arma branca
Campinas T Procópio M em perigo de
1874 Barros Pent eado de corpo de delit o companheiro” , “ f acadas”
vida. ”
e mais t ermos f erindo-se a
legais. ” seguir.
Arma branca
“ O f eriment o f oi
18/ 03/ “ rasgando o
Campinas T Lourenço M Viúva Doque Não cit a Não cit a considerado
1875 vent re”
mort al”
“ saindo (. . . ), a
pret ext o de
“ delegado de est ender roupa,
policia Luiz Pupo demorou-se
Enf orcament o
f ez o aut o de ext raordinariam
18/ 04/ Campinas J. L. de Andrade No quint al da
S Benedict a F corpo de delit o e Não cit a ent e. Dando-se-
1875 Zona rural Cout o f azenda de seu
procedeu às lhe pela f alt a
senhor.
averiguações f oram ao
necessárias” encalço e
encont raram-na
enf orcada. ”
“ O sr. delegado de
policia Luis Pupo
Enf orcament o
(senhora) f ez o aut o de
16/ 05/ Campinas Innocenci “ numa árvore da “ se achava
S M M. A. de corpo de delit o e Não cit a
1875 Zona rural o f azenda” de sua f ugido”
Mendonça Doque procedeu às
senhora.
averiguações
necessárias”
“ O f at o passara-
se na f azenda; e
como era mort al
o f eriment o,
“ O sr. Arma branca
t rat aram logo
subdelegado “ deu um golpe
de conduzir a
Albert o Muller f ez de f aca no
23/ 05/ Campinas Mart im Egydio of endida para a
S Benedict a F o aut o de corpo de Não cit a pescoço de
1875 Zona rural de Souza Aranha cidade, a f im de
delit o e procedeu modo a
ser-lhe aplicado
às averiguações int eressar (sic) a
o devido
legais” art éria carót ida”
curat ivo. Em
caminho,
porém,
f aleceu. ”
“ A polícia f ez aut o
26/ 08/ Campinas Viúva Barbosa de corpo de delit o
S José M Não cit a Enf orcament o Não há
1875 Zona rural Aranha e f ilho e procedeu às
diligencias legais”
“ O cadáver f oi
“ A policia t omou Af ogament o ret irado das
17/ 10/ Campinas J. P. Barbosa
S Anicet o M conheciment o do Não cit a “ at irando-se ao águas j á em
1875 (?) Aranha
f at o” Rio Jaguary” est ado de
put ref ação”
“ Acudindo-se-
lhe logo, f oi
“ Era escrava
com muit o cust o
lavadeira, muit o
t irada para f ora
est imada de seus Af ogament o
Joaquim j á inanimada,
01/ 12/ “ uma senhores e por “ precipit ou-se
Não cit a T F Theodoro Não cit a porém f oi
1875 escrava” isso ignora-se o no t anque da
Teixeira socorrida por
que desse causa a chácara . . . ”
um médico e
semelhant e at o de
const a-nos que
desespero”
vai f ora de
perigo. ”
Arma branca
“ cravou em si
“ A polícia f ez os “ Veio para a
(dout or) sobre o vent re
09/ 01/ exames e cidade
Não cit a S Izaias M A. X. Bueno de Não cit a uma f aca,
1876 indagações do moribundo e
Andrade penet rando ela e
est ilo” f aleceu ont em”
despedaçando os
int est inos. ”
“ t ent ou
suicidar-se na
f azenda e dali
f oi enviado para
a casa de saúde
01/ 02/ Campinas Luiz Ant onio de “ f oi recolhido à do Dr. Marinho,
T Adão M Não cit a Não cit a
1876 Zona rural Pont es Barbosa cadeia” nest a cidade,
onde t ent ou de
novo mat ar-se,
pelo que f oi
recolhido à
cadeia. ”
Arma branca “ Julgaram os
“ f eit o corpo de “ t ent ou suicidar- perit os serem
delit o” na Casa de se na f azenda mort ais os
04/ 02/ Campinas “ um
S M “ herança Lapa” Saúde do Dr. Não cit a dando t rês f eriment os, dos
1876 Zona rural escravo”
Marinho, onde golpes, dois no quais veio
f ora int ernado. vent re e um no ef et ivament e a
pescoço. ” morrer. ”
Est ava
“ desaparecida
“ O Sr. Delegado
há dias. (. . . )
de policia ordenou
(“ conhecido pela
ao subdelegado da
f azendeiro” ) aglomeração de
18/ 03/ Campinas Conceição que
S Balbina F F. de Paula Não cit a Não cit a corvos, f oi
1876 Zona rural f izesse as
Vasconcellos descobert o o
averiguações
Pint o seu cadáver em
precisas e desse os
t erras do
passos legais”
capit ão J.
Carlos Duart e. ”
“ próximo da
est ação da
Cachoeira, um
camarada que
“ O escravo,
vinha nest e
vendo-se
“ um Arma branca t rem [ de São
21/ 10/ Bernardo perseguido e
Campinas S escravo M Não cit a “ com um Paulo] , vendo
1876 Pent eado prest es a ser
f ugido” canivet e” passar pert o
agarrado, dizem,
dele um escravo
suicidou-se . . . ”
f ugido, saíra do
vagão e correra
no encalço
dele. ”
“ f icando
verif icado que
Gert rudes
suicidara-se sem
mot ivo algum,
“ O Dr. Delegado
porquant o era
13/ 12/ Campinas Mart im Egydio f ez aut o de corpo “ sem mot ivo Af ogament o
S Gert rudes F muit o est imada
1876 Zona rural de Souza Aranha de delit o e algum” “ em um t anque”
na casa, e
inquérit o”
mesmo nada
t inha havido
que desse lugar
a t al
acont eciment o”
Tent ou
enf orcar-se com
um cipó
amarrado a uma
árvore, mas
est e
arrebent ou,
Enf orcament o
caindo “ a
(seguido de
desgraçada com
queda)
a cabeça sobre
“ O Dr. Delegado “ donde lhe
umas pedras
t omou proveio
25/ 01/ Campinas Querubin João de Souza que est avam
S F conheciment o do Não cit a f ort íssima
1877 Zona rural a Camargo debaixo da
f at o e inquiriu comoção,
árvore e f icou
t est emunhas” f rat ura de crânio
desacordada,
e derramament o
sendo nesse
cerebral. ”
est ado recolhida
para a casa
onde f oi
examinada e
t rat ada pelo
f acult at ivo Sr.
Dr. Pereira
Lima. ”
“ t inha f ugido
f azia alguns
“ A aut oridade Enf orcament o
(capit ão) dias” .
15/ 02/ Campinas procedeu ao aut o “ nas mat as da
S Cypriano M Francisco de Não cit a Foi encont rado
1877 Zona rural de corpo de Fazenda
Paula Bueno “ j á em est ado
delit o” Taquaral”
de put ref ação
adiant ada”
“ como não viu
realizado est e
“ A aut oridade
“ querer ser desej o,
compet ent e
vendido com revolt ou-se e
(negociant e) compareceu e Arma branca
22/ 03/ out ros resist indo a
Não cit a T João M Rodrigo Marques f izeram os “ com uma f aca
1877 companheiros que f orça que
dos Sant os curat ivos e o aut o de pont a”
iam para Rio int ent ou
de corpo de
Claro. . . ” prendê-lo,
delit o”
resolveu
suicidar-se. ”
Enf orcament o “ andava f ugido”
(capit ão) “ A aut oridade
29/ 05/ Campinas “ um “ nas mat as da Encont rado “ j á
S M Francisco de procedeu Não cit a
1877 Zona rural escravo” Fazenda em est ado de
Paula Bueno diligencias da lei. ”
Taquaral” put ref ação”
“ O Sr.
Subdelegado
Friandes,
acompanhado dos
perit os Drs.
Gast on e
Francisco de
Melchert , Enf orcament o
22/ 08/ Campinas Paula
S Pedro M deveriam t er Não cit a Na f azenda do Não há
1877 Zona rural Vasconcellos
procedido, ont em, senhor
Pint o
no cemit ério, ao
respect ivo aut o de
corpo de delit o. A
aut oridade
prossegue em
averiguações”
O “ escravo
est ava alugado
na f azenda do
Sr. Ant onio
“ A aut oridade
20/ 09/ Campinas João B. de Pompeu de
S Manoel M procede as Não cit a Enf orcament o
1877 Zona rural Lacerda Camargo, de
diligencias legais”
onde f ugira por
t er sido
encont rado
roubando caf é. ”
“ O mot ivo que
levou a inf eliz a
comet er esse at o
Af ogament o
de loucura f oi o
“ at irou-se no
(a t er-se descobert o
poço da casa em
05/ 10/ mulat a) F Francisca Emilia que ela f izera um
Campinas S Não cit a que morava com Não há
1877 Escolást ic (21 a) de Carvalho roubo no
sua senhora, a
a mercadinho do
rua do
qual a acusara à
comércio. ”
sua senhora a uma
out ra escrava sua
conhecida. ”
Os propriet ários
Arma branca eram
31/ 01/ Cost a Almeida e “ 2 golpes de “ est abelecidos
Campinas T Ant onia F Não cit a Não cit a
1878 Cia. navalha no com loj a de
pescoço” f azenda à rua
do comércio”
Af ogament o
05/ 02/ “ em um moment o
Não cit a S Rit a F João de Sampaio Não cit a No “ t anque do Não há
1878 de desvario”
sit io” do senhor
Esmagament o
“ se puseram
dent ro dos
“ Ent ret ant o,
t rilhos da linha
chegado o
f érrea de
moment o
31/ 07/ “ dous Campinas ao Rio
Campinas 2T M Não cit a Não cit a Não cit a ext remo,
1878 escravos” Claro (. . . )
t iveram medo e
decert o com o
f ugiram a t oda
f im de se
pressa. . . ”
deixarem
esmagar pela
locomot iva”
“ Desconf ia-se que
Est ava
a escrava
Af ogament o desaparecida há
08/ 09/ “ uma F. Pompeo do suicidou-se por
Campinas S F Não cit a “ em um poço do dias quando o
1878 escrava” Amaral não querer ir para
quint al da casa” corpo f oi
a f azenda, porque
encont rado.
era bem t rat ada. ”
“ Ignora-se o
mot ivo que o
levou a est e at o
Enf orcament o
25/ 09/ Campinas Eliseu Teixeira de desespero,
S Domingos M Não cit a “ ignora-se” Na f azenda do
1878 Zona rural Nogueira pois era paj em
senhor.
e muit o
est imado por
seus senhores. ”
[ At é o moment o]
“ a aut oridade não
Esmagament o
t inha
“ precipit ou-se
conheciment o do A pret a vinha no
“ Ignoramos o pela j anela do
f at o, pois t ant o o t rem que
25/ 09/ “ uma mot ivo que levou vagão e sendo
Campinas S F Não cit a Sr. Delegado de chegava de Rio
1878 pret a” a inf eliz a est e at o apanhada pelas
policia quant o o Claro.
de alucinação. ” rodas morreu
Sr. Subdelegado
inst ant aneament
da Conceição
e”
achavam-se
ausent es”
Est ava
desaparecida.
“ sendo mais
“ O delegado de
Af ogament o declarado por
policia Ant onio
em rio depoiment o de
Gonzaga Sêneca
“ sendo t est emunhas ser
Sorocaba Francisca de Sá Fleury,
29/ 12/ F declarado pelos a ref erida
“ bairro de S Thereza Cândida apesar do est ado Est aria “ caduca”
1878 perit os t er sido a Thereza
It upeva” Madureira em que se achava
mort e causada sept uagenária e
o cadáver,
por asf ixia por caduca pelo que
procedeu a corpo
submersão” at ribuem t er ela
de delit o”
se at irado ao rio
por f alt a de . . .
(siso?)”
“ Foi recolhido à
casa de saúde
Sant a Cruz,
“ est ando f ugido
onde f oi curado.
f eriu-se com uma
Houve saída de
09/ 02/ Joaquim Lopes f aca, na ocasião Arma branca
Não cit a T Philippe M Não cit a int est inos e
1879 Coelho de ser preso por “ f aca”
perf uração dos
ordem de seu
mesmos, pelo
senhor”
que se j ulgou
gravíssimo o seu
est ado. ”
Domingos Enf orcament o
06/ 03/ Campinas “ Não sabemos
S João M Franklin Não cit a “ no past o da Não há
1879 Zona rural pormenores”
Nogueira f azenda”
“ suicidaram-se,
“ f oram levadas
at irando-se a
àquele act o de
um t anque 4
desespero por não
escravas, sendo
quererem
2 mães e 2
acompanhar seu
18/ 04/ 4S Af ogament o f ilhas; t ent ando
At ibaia Não cit a F Não cit a Não cit a novo senhor,
1879 3T “ em um t anque” suicidarem-se
f azendeiro,
mais 3, que
resident e no
f oram
município do
imediat ament e
Amparo, que as
socorridas”
veio buscar”
“ assassinou sua
parceira
Bárbara com
muit as f acadas,
porque
desej ando com
ela casar-se,
Francisco
Carmo de Suicídio após soube que
06/ 05/ Ant onio de Enf orcament o
Parnahyba S Januário M Não cit a homicídio est ava
1879 Moraes Em uma árvore
(MG) passional. cont rat ada com
out ro parceiro”
“ O assassino
evadindo-se,
passados cinco
dias f oi
encont rado
enf orcado. . . ”
“ O inf eliz,
segundo nos
“ A aut oridade Enf orcament o
inf ormam,
compet ent e Fora condenado “ numa das
21/ 06/ serviu-se, para
Campinas S Euf rásio M “ herança Lapa” procedeu o aut o pelo j úri, há grades da cadeia
1879 isso, de um
de corpo de alguns dias. dest a cidade,
cadarço que
delit o” onde se achava”
usava como
cint a”
“ Est iveram
present es os Srs. “ O mesmo escravo
Foi “ t irado com
Maj or comandant e é dado ao vício da
muit a
do dest acament o embriaguez e Af ogament o
dif iculdade de
13/ 08/ Alcyhiade e Ot t o Langgard, achava-se nest e Em “ um poço da
Campinas T M Joaquim Novaes dent ro daquele
1879 s subdelegado de est ado quando casa de seu
lugar e
Sant a Cruz, que comet eu aquele senhor”
socorrido pelo
t omou at o de loucura. . . ”
sr. Dr. Pupo” .
conheciment o do
f at o”
“ É inexplicável
est e Enf orcament o “ no dia ant erior
procediment o, “ nas grades t inha sido
t endo obt ido est e int ernas da condenado a
escravo a pena prisão, onde se galés perpét uas
03/ 09/ Mogy- Segesf redo da
S Adão M Não cit a que desej ava; achava, t endo pelo assassinat o
1879 mirim Siot a Paes
at ribui-se ao rasgado umas prat icado na
desgost o de t er de calças para f azer pessoa de
abandonar os seus a corda com que empregado de
companheiros do est rangulou-se” seu senhor”
crime”
“ Falecera ali a
(alf eres) Sr. D. Anna
28/ 09/ “ uma Af ogament o
Piracicaba S F L. de Paula Não cit a Não cit a Josef ina de
1879 escrava” “ em um poço”
Eduardo Campos. ”
“ f oi obst ado
Est ava preso na
pelo carcereiro
cadeia, “ a f im de Enf orcament o
que chegou a
21/ 04/ Joaquim de cumprir pena de “ Com dois
Campinas T Bernardo M Não cit a t empo de
1882 Sampaio Góes açoit es a que f oi lenços
impedir aquele
condenado” amarrados”
at o de
desespero. ”
Inst rument o Fora encont rado
Est ava preso na perf urant e f erido pelos
cadeia, “ quebrara um guardas.
12/ 09/ Barão de Grão “ ia ent rar em vidro do “ O f eriment o f oi
Rio Claro S Elesbão M Não cit a
1882 Mogol j ulgament o” por lampião, e com j ulgado mort al.
t er assassinado a ele f izera sobre Est e incident e
mulher do f eit or. o pescoço uma f ez adiar o seu
grande incisão” j ulgament o. ”
“ O cadáver f oi
remet ido para
est a cidade, Enf orcament o
Francisco
30/ 09/ Campinas mandando o sr. Em uma árvore,
S Não cit a M Pompêo do Não cit a Não há
1882 Zona rural Delegado de “ nas mat as da
Amaral
policia proceder f azenda”
ao compet ent e
exame. ”
“ Sendo
encont rada mort a,
veio o cadáver
Fernando Enf orcament o
20/ 10/ Laurent in F remet ido à “ Por mot ivos que
Piracicaba S August o Na f azenda do Era solt eira.
1882 a (19 a) aut oridade, ignoramos”
Nogueira senhor.
j unt ament e com a
corda, de que f ez
uso a suicida” .
“ Pelas
averiguações a Arma de f ogo Foi encont rado
que procedeu o Tiro de “ no largo
14/ 11/ Manoel da Rocha Sr. Delegado de espingarda, “ um próximo à
Campinas S José M Não cit a
1882 Ribeiro policia, chegou-se f eriment o na est ação da
ao conheciment o f ont e, do lado est rada de
de que o suicida direit o” f erro”
chamava-se José”
“ A polícia t eve
ciência do
ocorrido e mandou Arma branca
“ não se sabendo
proceder ao “ uma f aca com a Era caseiro,
qual o mot ivo que
18/ 11/ M “ herança exame do qual f ez quat ro mat ou-se na
Campinas S Casimiro o levou a prat icar
1882 (60 a) Villella” cadáver, sendo f eriment os, dois casa onde
semelhant e at o de
perit os os srs. Drs. no pescoço e morava.
loucura”
Thomaz Alves dois no vent re”
Filho e Germano
Melchert . ”
“ sr. Subdelegado
de policia, que f ez
o aut o de corpo de
(dout or) Enf orcament o
21/ 03/ delit o, servindo de
Amparo S Caet ana F José Pint o Nunes Não cit a Encont rada na Não há
1883 perit os o sr. Dr.
Junior cozinha da casa.
José Ferraz de
Oliveira e Ant onio
José Moraes. ”
“ Pelo que se
pode averiguar
chegou-se ao
conheciment o
“ A aut oridade do de que houve
Enf orcament o
27/ 03/ Ant onio da Cost a Amparo t eve suicídio, sendo
Amparo S Emygdio M Não cit a Nas mat as de
1883 Machado conheciment o do t est emunhado
uma f azenda.
ocorrido. ” por várias
pessoas que
achavam-se no
lugar. ”
“ há dias cumpriu
sent ença de
açoit es pelo crime
19/ 05/ João de mort e Enf orcament o
Piracicaba S M Moraes de Barros Não cit a Não há
1883 Joaquim prat icado em “ com um lençol”
out ra escrava do
mesmo sr. Dr.
Moraes Barros”
“ Const a-nos que
não se f ez o
necessário aut o
Af ogament o
“ Foi chamada a de corpo de
“ f oi encont rada,
07/ 07/ F Luiz Nery de polícia, a qual delit o, como é
Campinas S Paulina Não cit a dent ro do poço
1883 (30 a) Souza procedeu a de lei,
do quint al da
indagações” ignorando nós
casa”
qual a causa
dessa
irregularidade. ”
“ Tendo a policia
conheciment o do
ocorrido, mandou
proceder ao
13/ 02/ Arma de f ogo
Campinas S Luiz M Joaquina Ribeiro preciso exame, Não cit a Não há
1884 (Tiro no ouvido)
sendo perit os os
drs. At aliba
Florence e
Melchert . ”
“ A requeriment o
do senhor do
escravo, a
aut oridade policial
procedeu à
Francisco
respect iva Enf orcament o
23/ 04/ Campinas Ferreira de
S Rubino M diligência, t endo Não cit a (“ na mat a do Não há
1884 Zona rural Camargo
vindo o corpo para Chapadão” )
Andrade
a polícia, onde f oi
examinado pelos
perit os drs.
Virgilio e
Mart inho”
Suicídio após
“ a policia mandou
t ent at iva de Tent ara
proceder ao Arma branca
homicídio assassinar a
preciso exame no (“ uma velha
06/ 11/ Campinas passional: escrava Rit a,
S Paulino M Barão de It apura cadáver, servindo f aca de mesa” ,
1884 Zona rural “ sent indo-se f erindo-a no
os srs. drs. cort ou “ a veia
magoado pelo pescoço com a
Guilherme da Silva carót ida” )
demônio do f aca.
e Sergio Meira”
ciúme”
“ A polícia mandou
proceder ao Af ogament o
04/ 02/ Campinas “ um Pedro Egydio e
S M compet ent e Não cit a (at irando-se ao Não há
1885 Zona rural escravo” Filho
exame cadavérico rio Capivary)
e dar sepult ura”
“ Manoel t inha
Arma de f ogo
dit o
“ disparou quat ro
ant eriorment e a
t iros de revólver
08/ 12/ Campinas “ Por mot ivos que algumas pessoas
S Manoel M Barão de Ibit inga Não cit a na cabeça, e
1887 (?) ignoramos” que ia suicidar-
vibrou uma
se ou f ugir, e
t errível
opt ou pelo mais
navalhada na
t errível alvit re”
gargant a”
ANEXO 9
Gazeta de Campinas - exemplares consultados
1870
(106-118); (50-102); (103-112, 116, 117-118);
1871
(119-165, 167-220); (204-220); (119-165, 167, 169);
1872
(221-290); (289-319); (244-302); (303-319);
1873
(320-421); (404-421, 444); (348-404); (320-347);
1874
(422-482, 484, 486, 488-492, 494-504); (422-436, 446-572); (437-443);
1875
(604-639, 644-648); (505-603); (573-601); (602-603);
1876
(649-724, 737-758); (758-831, 833-860, 862-865, 867-877, 885-895, 897-929);
1877
(1096, 1105); (930-962, 964-965, 967-995, 997-1051, 1053-1072); (1072-1169, 1175-
1216);
1878
(1224, 1769, 1939); (1218-1311, 1317-1387); (1387-1451, 1453-1457, 1459-1477, 1491-
1512); (1396-1402);
1879
(1513-1518, 1520-1526, 1528-1536, 1539, 1542-1552, 1555-1564, 1567-1578, 1580-
1657, 1659-1698, 1700-1711); (1711-1810);
1880
(1840, 1848-2056); (2056-2094);
1882
(2417-2593); (2594-2610, 2616, 2618-2625, 2635 2636, 2640, 2642, 2644, 2649, 2661-
2666, 2823-2955);
1883
(2721-2821, 2823-2955);
Anexos
255
1884
(3192); (2983-3036, 3038-3066, 3068-3128,3136-3279);
1885
(3280-3313, 3315-3407, 3409-3435, 3437-3581);
1886
(3593-3855); (3855-3879);
1887
(3910-3911, 3913-3922, 3924-3932, 3936-3962, 3965-3981, 3983-4019, 4021-4034,
4036-4060, 4063-4072, 4076-4084, 4088-4121, 4124-4161);
1888
(4282);
Anexos
256
ANEXO 8
Descrição das notícias de livres
Desarranj o
ment al (possível)
Felisbert o Arma de f ogo
14/ 09/ Inquérit o e corpo “ propenso, há
Campinas S Claro M Brasileira Lavrador (Tiro de Não há
1871 de delit o. t empos, a
d´ Escobar revólver)
desarranj os
ment ais”
Corpo de delit o
“ cuj o nome
28/ 09/ “ e mais
Campinas S não pudemos M Alemã Carpint eiro Não cit a Enf orcament o Não há
1871 f ormalidades do
apanhar”
est ilo”
[ O ocorrido]
“ produziu em t odos
Desarranj o dolorosa surpresa
ment al (possível) (. . . ). O t enent e
Corpo de delit o “ Há t empos Arma de f ogo Cypriano era moço
Cypriano Ex-t enent e de
04/ 04/ “ e mais not ava-se-lhe um (Tiro de est imável e de
Campinas S Francisco de M Brasileira Volunt ários da
1872 providencias da carát er sombrio e revólver no alguma ilust ração,
Assis Pát ria
lei” propenso a ouvido) sabendo línguas,
desarranj o et c. (. . . ). Deixou
ment al” várias declarações
escrit as em
f rancês. ”
Tinha 54 anos.
“ No domingo 8 do
corrent e, depois de
Desarranj o lhe ent regar a
ment al. quant ia de 28000
f ora levado a réis, despedira-se
O subdelegado de suicidar-se por Enf orcament o dela dizendo: -
15/ 09/
Campinas S Christ iano Jex M Alemã Não cit a policia recebeu desarranj o nas (Em árvore de Adeus por uma vez! –
1872
denúncia. f aculdades um past o) mas nenhum caso
ment ais, de que f ez ela disso por
sof ria há algum supor que o marido
t empo” est ivesse
gracej ando”
“ Ignoramos os
mot ivos que
17/ 11/
Campinas S João Muller M Alemã Não cit a Não cit a levaram est e Enf orcament o Não há
1872
desgraçado a t ão
sinist ro f im”
Paixão amorosa.
“ Parece que uma
“ Deixou uma cart a
Engenheiro paixão veement e
dizendo que se
(ex- lhe vinha at raindo Arma de f ogo
10/ 07/ Fernando mat ava por viver
Campinas S M It aliana empregado da Não cit a a f im para est e (Tiro de
1873 Bianchi desgost oso” .
est rada de alvo pelo f io revólver)
“ Era moço est imável
f erro Mogiana) pert inaz de uma
e de qualidades de
quase
apreço.
monomania”
“ Não sabemos os
Pedreiro
mot ivos que Arma de f ogo
14/ 12/ (na linha
Campinas S Ant onio Campi M It aliana Não cit a levaram a t al (Tiro de Não há
1873 f érrea
lament ável pist ola)
Mogiana)
desígnio”
Era hóspede do
Precipit ação de
Hot el das Quat ro
Desarranj o alt ura
Nações. “ Socorrido
ment al. “ achando-se,
imediat ament e pelo
“ f oi remet ido havia dois dias,
O delegado de Dr. Silveiro Lopes,
para São Paulo doent e de
21/ 05/ Não cit a policia f ez “ as verif icou que havia
Campinas T Marcolino M Brasileira por t er reumat ismo,
1874 invest igações apenas luxado o
cont inuado a t eve a inf eliz
necessárias” ombro esquerdo,
manif est ar idéia de
f rat urado a clavícula
sint omas de precipit ar-se da
do mesmo lado e
loucura. ” j anela para o
f eit o uma grande
lado do pát io”
brecha na cabeça. ”
Desarranj o
ment al (“ em um
acesso de
Arma de f ogo
08/ 10/ Thomaz Villa desarranj o
Campinas S M Brasileira Não cit a Não cit a (Tiro de pist ola
1874 Nova ment al, disparou
no vent re)
em si sobre o
vent re uma
pist ola” )
Tinha 60 anos.
Deixou t est ament o.
“ alem do revólver,
Doença incurável.
preparara t ambém
Deixou declaração
uma navalha de
que de que se
Arma de f ogo barba”
mat ava “ por
14/ 01/ Joaquim “ Nat ural de Comerciant e (Tiro de “ Deit ou-se, e
Campinas S M Não cit a causa das
1875 Izique Gibralt ar” (t ecidos) revólver no perpet rou esse at o
enf ermidades que
ouvido direit o) de desespero, que
sof ria havia anos,
lançou na
e de que j ulgava
const ernação seus
não poder sarar”
ext remosos f ilhos. A
eles nossos sinceros
pêsames. ”
“ Um individuo
procurando uma
arvore para mast ro
em a véspera de S
João, deu com o
“ A polícia Enf orcament o
27/ 06/ Christ iano cadáver j á quase
Campinas S M Alemã Não cit a procedeu às Ignora-se (Na mat a de
1875 Emkc reduzido a esquelet o
diligencias legais” uma f azenda)
e com vest ígios
apenas por os quais
se podia aquilat ar a
ident idade da
pessoa”
“ principiou a
vomit ar sangue
puro, e assim
cont inuou sof rendo
horríveis dores e
Não cit a convulsões por
Envenenament o
19/ 11/ Joaquim José Propriet ário (“ j á a t empo espaço de 11 dias
Sant os S M Brasileira Não cit a (“ Álcali
1876 da Silva (Comerciant e) premedit ava (. . . ). Morreu
volát il” )
suicidar-se” ). arrependido de t er
t ent ado cont ra a
própria vida. O
suicida era a pessoa
mais import ant e do
bairro. ”
Empregado Envenenament o
16/ 02/ João Moreira
Campinas T M Brasileira (da companhia Não cit a Não cit a (Arsênico em Não há
1877 Guimarães
de gás) vinho)
“ Const a-nos que,
t endo sido acudido a
t empo, acha-se f ora
“ Ignoramos a
de perigo. Em
causa que levou
20/ 02/ Ant onio dos Envenenament o poucos dias é est e o
Campinas T M Brasileira Não cit a Não cit a esse moço a dar
1877 Sant os Cruz segundo caso que se
semelhant e
dá nest a cidade.
passo”
Que não pegue a
moda, é o que
aconselhamos"
Polícia f ez ao
aut o de corpo de
Ant onio delit o e Envenenament o
16/ 03/
At ibaia S Sat urnino do M Brasileira Não cit a “ inquérit o às Não cit a (“ subst âncias Não há
1877
Amaral t est emunhas que venenosas” )
conduziram o
cadáver” .
Paixão amorosa.
“ Rest os da f est a e Arma de f ogo
“ Foi-lhe ret irada a
alguns recuerdos (“ at irando-se
bala pelo Sr. Dr.
10/ 05/ José Feliciano Empregado amorosos f oram dois t iros de
Campinas T M Brasileira Não cit a Melchert e acha-se
1877 de Azevedo (em padaria) (. . . ) o que revolver, dos
f elizment e livre de
arrast ou o Sr. quais só um
perigo. ”
Azevedo a esse acert ou” )
at o de desespero”
Empregado
Arma branca
(“ da est ação
18/ 09/ (“ golpe no
São Paulo T Ignorada M Não cit a da est rada de Não cit a Não cit a Não há
1877 pescoço com
f erro do nort e,
um canivet e” )
no Braz” )
Sua prest ação de
cont as à Câmara era
quest ionada pela
Desonra. imprensa.
Sent ia-se Deixou uma cart a a
“ at acado na sua “ seu amigo Dr.
Arma de f ogo
Epiphanio Zelador do honra e convict o Moraes Salles”
27/ 11/ (Tiro de
Campinas S Gomes de M Brasileira cemit ério Não cit a de haver por isso explicando seus
1877 revolver no
Abreu municipal decaído da est ima mot ivos.
coração)
e do conceit o O ocorrido “ causou
publico que prof unda sensação
sempre gozara” nest a cidade, onde o
desdit oso moço
gozava de merecida
est ima. . . ”
Arma de f ogo
12/ 02/ Adolpho “ O inf eliz deixa
Campinas S M Alemã Não cit a Não cit a Não cit a (“ Tiro revolver
1878 Rot her mulher e 7 f ilhos. ”
crânio” )
Prof essor
(da escola
12/ 06/
Rio Claro S C. Loewe M Alemã alemã da Não cit a Não cit a Enf orcament o Não há
1878
sociedade
Germânia)
Desarranj o
ment al (possível).
Af ogament o Casado, 70 anos.
Aut o de corpo de “ est ava ele
28/ 09/ Sorocaba João (“ at irando-se “ O suicida era
S M Alemã Não cit a delit o e sof rendo
1978 (região de) Sonmerancer ao rio benquist o e gozava
averiguações. ult imament e das
Sorocaba“ ) de bom conceit o. ”
f aculdades
int elect uais”
“ ant igo e bom
empregado, chef e
Chef e da Enf orcament o de numerosa
07/ 06/ Frederico
Jundiaí S M Alemã est ação Não cit a Não cit a (em uma lat rina f amília”
1879 Bucoolz
f erroviária da est ação) “ deixou na
orf andade 7 f ilhos
menores”
Desarranj o
Foi levado à “ Casa
ment al (possível) Arma branca
de Misericórdia, a
12/ 08/ “ Ant onio de “ Const a-nos que a (“ cravando uma
Campinas T M Brasileira Não cit a Não cit a f im de serem
1879 t al” vit ima sof re de f aca na
aplicados os socorros
alienação barriga” )
necessários”
ment al”
Tinha 40 anos.
“ disparou um t iro de
espingarda cont ra
São Paulo
“ Ignora-se o Arma de f ogo sua mulher, f erindo-
20/ 08/ (Vila de Joaquim
S M Brasileira Não cit a Não cit a mot ivo dessa (t iro de a pelas cost as (. . . )
1879 Sant o Domingues
desgraça. ” espingarda) em seguida o inf eliz
Amaro)
t omou de out ra
espingarda e
suicidou-se”
Arma branca
(Com uma
“ Foi recolhido a
“ grande f aca
Sant a Casa de
02/ 09/ rasgou o vent re
Campinas S João “ de t al” M It aliana Carpint eiro Não cit a Não cit a Misericórdia, onde
1879 de modo a
f aleceu poucas horas
saírem-lhe para
depois. ”
f ora os
int est inos” )
“ Foi encont rado
mort o em sua casa,
est endido em seu
próprio leit o e com
Desarranj o
duas balas na
ment al (possível).
cabeça”
“ Diz um j ornal
“ Out ro j ornal,
26/ 09/ João Gomes que o inf eliz
São Paulo S M Port uguesa Barbeiro Não cit a Arma de f ogo porém, diz que
1879 do Paço sof ria há t empos
correm boat os a
de alienação
respeit o dessa
ment al”
mort e, havendo
opiniões de que
houve ali um
assassinat o
mist erioso” .
Arma de f ogo
03/ 12/ Guara- Amâncio Problemas (t iro de
T M Brasileira Não cit a Não cit a Não há
1879 t inguet á Gonçalves comerciais. revólver no
ouvido)
“ Alguns t ranseunt es
Empregado a policia “ t omou que passavam não o
08/ 06/
Campinas T Não cit a M Ignorada (“ loj a de conheciment o do Não cit a Enf orcament o deixaram levar a
1880
f azendas” ) f at o. ” cabo sua t rist e
resolução”
Tinha de 18 a 19
Arma de f ogo anos. “ Ferreira j á
Jerônymo
16/ 06/ (“ t iro de havia t omado uma
Amparo S Ferreira M Port uguesa Não cit a Não cit a Não cit a
1880 garrucha sobre dose de drogas
Duart e
a barriga” ) venenosas” pouco
ant es.
“ Sendo socorrido a
07/ 07/
São Paulo T “ um moço” M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Envenenament o t empo f icou livre de
1880
perigo”
Perf urou a carót ida .
Inst rument o
“ A mort e f oi quase
Não cit a perf urant e
12/ 10/ Benedict o de inst ant ânea, sendo
São Paulo S M Brasileira Não cit a Não cit a (Cumpria pena de (pedaço de
1880 Freit as impossível prest ar-se
6 anos). f olha de
lhe qualquer
Flandres)
socorro. ”
Arma de f ogo
“ A f erida, porém,
24/ 11/ (“ disparou na
São Paulo T “ um moço” M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a não é mort al, ao que
1880 cara um t iro de
nos dizem”
revolver” )
02/ 12/ João do Arma de f ogo
São Paulo T M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Não há
1880 Amaral França (Tiro no ouvido)
Após o
10/ 02/ João, f ilho de Menor de Tinha 10 anos de
Bragança S M Brasileira Não cit a f aleciment o Arma de f ogo
1882 José Salvador idade idade.
súbit o da mãe
Arma de f ogo
15/ 02/ (Tiro de
It u T “ uma j ovem” F Ignorada Não cit a Não cit a Briga conj ugal Não há
1882 revólver no
peit o)
Bernardo
11/ 03/ Empregado (do Aut o de corpo de Arma de f ogo
Sant os T Correa de M Brasileira Não cit a Não há
1882 correio) delit o (Tiro no ouvido)
Miranda
(ex) Gerent e
02/ 03/ Ant es at irara cont ra
Sant os T Não cit a M Ignorada da companhia Não cit a Ignora-se Arma de f ogo
1882 out ra pessoa.
de bondes
Af ogament o
03/ 03/ Havia dúvidas se
Capivari S Francisco Dias M Port uguesa Não cit a Não cit a Não cit a (poço de um
1882 t eria sido homicídio.
hot el)
O cadáver f oi
ent errado na capela
06/ 09/ Bragança Ant onia Maria de Sant a Cruz dos
S F Ignorada Não cit a Não cit a Ciúmes Enf orcament o
1882 Paulist a das Dores enf orcados, no
“ lugar dest inado aos
suicidas”
A policia t omou
13/ 09/ José Ant onio “ Ignora-se o
Limeira S M Port uguesa Comerciant e conheciment o dos Enf orcament o Não há
1882 de Macedo mot ivo”
f at os.
“ um alemão,
A policia t omou
13/ 09/ do qual
Limeira S M Alemã Não cit a conheciment o dos Não cit a Enf orcament o Não há
1882 ignora-se o
f at os.
nome”
Desarranj o
ment al (possível). “ Const a-nos que
“ Supõe-se que o f aleceu ant eont em,
15/ 11/ Precipit ação de
Campinas T Não cit a M Ignorada Não cit a Não cit a inf eliz f osse em conseqüência da
1882 alt ura
acomet ido de molést ia de que
loucura est ava se t rat ando”
repent ina”
O suicida havia j á
Arma de f ogo
Raphael sido not ícia, por
30/ 11/ Sorocaba (Tiro de
S Novaes de M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a cast igar
1882 (região de) revolver nos
Oliveira barbarament e sua
ouvidos)
f ilha de 12 anos.
Francisca Arma de f ogo
20/ 02/ “ Aborreciment o “ Acha-se porém,
Rio Claro T Maria da F Brasileira Não cit a Não cit a (Tiro de pist ola
1883 da vida” f ora de perigo. ”
Conceição na cabeça)
Paixão amorosa
Envenenament o
06/ 03/ Pirassunung “ est imável “ não t er obt ido “ Ist o em t empo de
T F Brasileira Não cit a Não cit a (óxido de
1883 a j ovem” permissão de seu t ant o posit ivismo…”
mercúrio)
pai para casar-se”
“ como se isso não
Desarranj o
Aut o do corpo de f osse suf icient e,
ment al (possível).
delit o, “ servindo ainda desf echou t rês
Comerciant e “ Supõe-se que Arma branca
28/ 03/ de perit os os srs. t iros de revolver
Campinas T Luiz Moreira M Port uguesa (De “ secos e est ej a com as (Facadas no
1883 Dr. Ant onio e sobre o crânio. . . ”
molhados” ) f aculdades pescoço)
Ot t o Langgaard. Depois da t ent at iva,
ment ais um t ant o
Moreira” apresent ou-se ao
alt eradas. ”
delegado.
Era casada, t inha
Gabriella,
cerca de 20 anos, e
f ilha do Af ogament o
dois f ilhos.
28/ 03/ Sant a capit ão “ ao ribeirão da
S F Brasileira Propriet ária Não cit a Não cit a “ Seu pai t ambém
1883 Bárbara Manoel chácara de sua
f alecera há anos
Francisco da residência”
vít ima de igual at o
Graça Mart ins.
de desespero”
“ sendo acudido em
t empo pelo
Desarranj o
carcereiro e praças
ment al. Inst rument o
que conseguiram
“ recolhido à perf urant e
11/ 04/ Moyses obst ar a consumação
Campinas T M It aliana Não cit a Não cit a cadeia por est ar (Pedaço de
1883 Viglione daquele at o”
sof rendo de suas lápis f eriment o
“ Prest ou os
f aculdades no pescoço)
primeiros socorros o
ment ais”
f armacêut ico sr.
Ot t o Langgaard”
Francisco
26/ 04/ Arma de f ogo
Sorocaba S Leme de M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Casado, 19 anos.
1883 (t iro de pist ola)
Souza
“ A aut oridade
Arma de f ogo
18/ 05/ Joaquim t omou “ Sent iment os
Nazaret h S M Brasileira Não cit a (“ Tiro no Não há
1883 d’ Oliveira Paz conheciment o do part iculares”
ouvido” )
f act o”
“ se diz que f oi cousa
que lhe deram a
beber! (. . . ) Vinho
21/ 07/ Af ogament o
Sant os T Manoel Bugre M Brasileira Não cit a Não cit a Embriagado. com unha raspada!
1883 (no mar)
Que o vinho f izesse
das suas vá; mas a
unha…qual! ”
Duart e Comerciant e
24/ 07/ Enf orcament o
Sant os S Ferreira da M Port uguesa (De “ secos e Não cit a Ignorada Não há
1883 (em casa)
Cost a Braga molhados” )
Diligências “ São ignoradas as
Arma de f ogo “ Supõe-se que f osse
Joaquim policiais e exame, razões (. . . ) caso
17/ 08/ (Tiro suicídio, em vist a da
Campinas S Gonçalves M Brasileira Pedreiro “ perit os os drs. t enha ela sido
1883 espingarda posição em que f ora
Teixeira Melchert e out ra que não um
cabeça) encont rado o corpo”
Gast on” desast re”
“ Ora, seu Chaves,
Of ensa pessoal
pois ent ão só por
“ um individuo lhe
João Ferreira isso queria morrer?!
21/ 08/ havia chamado Envenenament o
Sant os T Azevedo M Port uguesa Não cit a Não cit a Quem sabe se o
1883 um nome com (querosene)
Chaves querosene que ele
que ninguém
ingeriu não é de
ainda o xingou. ”
Parat y?”
Exame no cadáver Of ensa pessoal “ O inf eliz deixa
f eit o pelos “ drs. (o suicida f icara viúva e quat ro
28/ 09/ Germano
Campinas S M Alemã Colono Bent o de Souza e magoado com as Enf orcament o f ilhos, sendo dois
1883 Crabbenhof t
Gast on” palavras do seu homens e duas
Inquérit o. pat rão) mulheres”
Af ogament o
19/ 10/ João Bapt ist a
Sorocaba S M Brasileira Ferreiro Não cit a Não cit a (poço do Não há
1883 Der
quint al)
Marcelino
26/ 04/
Lorena S Marcondes das M Brasileira Guarda-livros Não cit a Não cit a Arma de f ogo Não há
1884
Chagas
16/ 03/ Eugenio “ Diret or da banda de
São Paulo S M It aliana Músico Não cit a Ignora-se Arma de f ogo
1884 Vecchio música it aliana”
“ Suicidou-se na
penit enciária o
preso Messias
Messias
13/ 05/ Francisco Fernandes,
São Paulo S Francisco M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Não cit a
1884 condenado em 1882
Fernandes
a 8 anos de prisão
com t rabalho, pelo
j úri de Jabot icabal”
07/ 08/ João Pacheco Envenenament o
It u S M Brasileira Não cit a Não cit a Ignora-se Não há
1884 Jordão (“ verdet e” )
Aut o de corpo de “ Uma sua f ilhinha
Dif iculdades
Empregado delit o, “ perit os f oi quem o descobriu
Carlos pecuniárias
11/ 09/ (almoxarif ado os srs. Drs. naquela t rist e
Campinas S Hermann M Alemã (Não poder Enf orcament o
1884 da Companhia Virgilio de Araúj o posição”
Bruhns sust ent ar sua
Paulist a) e Guilherme da “ Deixa viúva e set e
f amília)
Silva” f ilhos menores”
“ Tragédia
Joaquim
13/ 09/ Após homicídio sanguinolent a” :
Brot as S Ribeiro da M Brasileira Não cit a Não cit a Arma de f ogo
1884 passional Disparou na esposa e
Silva
depois se mat ou.
(ex) Arma de f ogo
05/ 11/
São Paulo T Nicanor Soares M Brasileira Empregado Não cit a Não cit a (quat ro t iros na Não há
1884
do comércio cabeça)
Arma de f ogo
22/ 11/ Sant a Rit a Casimiro José M (“ t iro de
S Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Não há
1884 do Paraíso de Oliveira (20a) garrucha no
peit o”
26/ 11/ Ribeirão Frederico
S M Alemã Colono Não cit a Não cit a Enf orcament o Não há
1884 Pret o Est evam
Exame f eit o
Zef erino Comerciant e “ pelos srs. dr. Arma de f ogo
27/ 12/
Campinas S Manoel da M Brasileira (dono de Bráulio Gomes e Não cit a (Tiro garrucha Não há
1884
Silva t aberna) f armacêut ico no ouvido)
Ot t o Langgaard”
Tinha cerca de 59
anos.
Pelo exame,
31/ 01/ Aut o de corpo de Arma de f ogo
São Paulo S José Barbosa M Port uguesa Não cit a Não cit a “ verif icou-se que a
1885 delit o. (Tiro no ouvido)
bala rompeu o
cérebro, sendo a
mort e inst ant ânea” .
O menor t ent a se
mat ar por
O delegado “ deu
enf orcament o e,
por f indo o
Desvios da quando seu pat rão
int errogat ório e
Imaginação. pergunt a a
recomendou ao
28/ 04/ Empregado “ que o t eriam f inalidade de uma
Campinas T Emilio Thiele M Brasileira pai do menor que Enf orcament o
1885 (f armácia) f eit o prat icar at os solução química,
t omasse em
reprovados pela preparada por ele,
consideração as
moral. ” af irma que havia
respost as de seu
f eit o um veneno
f ilho”
para quando
precisasse se mat ar.
“ O inf eliz, ref ere o
Correio Paul ist ano,
era dado ao vício da
Esmagament o embriagues e na
12/ 05/ Paulo Felippe “ Aborrecido de
São Paulo S M Alemã Não cit a (“ f oi apanhado véspera de sua
1885 Worpt viver”
pelo t rem” ) mort e dissera a um
seu companheiro,
que est ava
aborrecido de viver”
“ ut ilizando uma
28/ 05/ João da Silva calça de criança, pôs
Sant os S M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Enf orcament o
1885 Tavares f im à exist ência,
est rangulando-se”
“ t endo o sr.
subdelegado
ciência do
ocorrido, para lá
26/ 08/ Joaquim dos Empregado Desarranj o
Sant os S M Brasileira se dirigiu Af ogament o Não há
1885 Sant os (armazém) ment al
acompanhado do
seu escrivão (. . . )
t iraram do f undo
do rio o cadáver”
Prof essor
01/ 09/ João Vicent e
Franca S M Brasileira (escola Não cit a Não cit a Não cit a Não há
1885 de Brit o
pública)
“ levado por mot ivos
que em nada
j ust if icam o at o”
“ logo que se
Inj ust iça.
apanhou rest it uído à
Em cart a diz que
“ A aut oridade vida escapou-se do
“ sua resolução
08/ 09/ Praça de t omou lugar em que est ava
Campinas T João Pires M Brasileira era devida a uma Enf orcament o
1885 polícia conheciment o do e desapareceu,
inj ust iça que
ocorrido” t endo sido
sof rera de um seu
encont rado com
superior”
dif iculdade ont em à
t arde. Acha-se no
hospit al de
Misericórdia”
16/ 09/ Just ino José
Bragança S M Brasileira Alf aiat e Não cit a Não cit a Enf orcament o Não há
1885 do Carmo
18/ 10/ “ um moço “ Junt o est ava um
Piracica-ba S M Ignorada Não cit a Não cit a Não cit a Enf orcament o
1885 bem t raj ado” cavalo arreado”
Rodrigo
10/ 11/ Pindamo- Af ogament o
S Marcondes do M Brasileira Não cit a Não cit a Ignora-se Tinha 17 anos.
1885 nhangaba (rio Paraíba)
Amaral
Joaquim
06/ 12/
Taubat é S Ant onio M Brasileira Alf aiat e Não cit a Não cit a Não cit a Não há
1885
Figueira
Após t ent at iva de
11/ 12/ Sebast ião da Suspeit a de
São Paulo T M Brasileira Não cit a Não cit a homicídio Arma de f ogo
1885 Cruz e Silva inf idelidade conj ugal
passional
20/ 12/ Não cit a
Capivari S João Manoel M Brasileira Não cit a Não cit a Enf orcament o Não há
1885 (preso na cadeia).
“ A aut oridade
Assassinou a ex-
t omou
05/ 02/ It apet i- Virissimo de Após homicídio mulher a golpe de
S M Brasileira Não cit a conheciment o de Enf orcament o
1886 ninga Almeida passional f oice, e mat ou-se
f at o e procede na
em seguida.
f orma da lei. ”
Cart a em que
Firmino Arma de f ogo “ declara que
13/ 02/
Sant os T August o M Brasileira Caixeiro Não cit a Desonra. (Tiro no mat ava-se para lavar
1886
Quaresma coração) a sua honra
manchada” .
Desarranj o
Ant onio ment al Arma de f ogo
25/ 05/
Areias S Barbosa da M Brasileira Não cit a Não cit a “ O inf eliz sof ria (Tiro no Não há
1886
Silva das f aculdades est ômago)
ment ais. ”
Desarranj o
“ A polícia ment al. Arma branca Recolhido ao
04/ 08/ Thomas Luiz
Campinas T M Brasileira Não cit a int errogou a “ que há t empos (Facada no hospit al da
1886 Guimarães
mulher” dava indícios de pescoço) Misericórdia.
loucura”
O j ornal crit ica sua
Inj ust iça. prisão inj ust a,
(Fora preso e ref erindo que ele,
07/ 09/ Francisco de
Sorocaba S M Brasileira Ferreiro Não cit a depois de solt o Enf orcament o apesar de dado ao
1886 Arruda
f icara muit o vício da embriaguez,
t rist e). era em geral muit o
t rabalhador.
“ f ez em si uns
f eriment os no pulso
com um canivet e,
22/ 09/ Desarranj o Arma branca em um moment o de
Campinas T Paulo Selmi M It aliana Não cit a Não cit a
1886 ment al (possível). (canivet e) alucinação. Foi em
t empo socorrido
pelo dout or
Guilherme Silva”
Lavrado o aut o “ O inf eliz valeu-se
Empregado
01/ 10/ Floriano “ de pelo delegado de um cint o para
Campinas S M Francesa (“ da padaria Não cit a Enf orcament o
1886 t al” ant es do realizar o seu
União” )
sepult ament o sinist ro int ent o”
Doença incurável
(“ por sof rer de
Manoel
15/ 10/ molést ia do
São Vicent e S Sant iago M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Não há
1886 coração e est ar
Ribeiro
desenganado
pelos médicos” )
07/ 11/ Joaquim de Arma branca
Sorocaba T M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Não há
1886 Lacerda (f aca)
Exame f eit o “ Dr. Arma de f ogo
20/ 11/ Galdino Leit e Agregado de Meira e (Tiro de
Campinas S M Brasileira Não cit a Tinha 26 anos.
1886 de Sant ana f azenda f armacêut ico espingarda no
Ot t o Langgaard” ouvido)
Saíra do Hospit al da
Misericórdia “ onde
João Candido
10/ 12/ Desarranj o se achava por
Taubat é S Homem de M Brasileira Fazendeiro Não cit a Arma de f ogo
1886 ment al. apresent ar sint omas
Azevedo
de alienação
ment al. ”
Arma de f ogo
05/ 03/ Albano Franco “ import ant e (“ disparando
Amparo S M Brasileira Não cit a Não cit a Não há
1887 de Godoy f azendeiro” um t iro na
cabeça” )
Inst rument o
perf urant e
Eleut erio
18/ 03/ Não cit a (golpe no
São Paulo T Rodrigues do M Brasileira Não cit a Não cit a Não há
1887 (Preso na cadeia). pescoço com
Amaral
f olha de
f landres)
“ O sr. alf eres Desarranj os
Mat heos Gomes ment al (“ Diz-se
de Paiva, digno e que o f inado
zeloso manif est ara por “ A not icia dest e
subdelegado do vezes a idéia de t rist e sucesso
“ import ant e lugar, procedeu pôr t ermo á sua sensibilizou
Águas do Capit ão
29/ 05/ f azendeiro e ao aut o de corpo vida, em prof undament e a
Lambary ou S Paulino Bueno M Brasileira Enf orcament o
1887 capit alist a de de delit o e conseqüência de população das Águas
Alambary de Aguiar
It at iba” arrecadou a sof riment os do Lambary e a
quant ia de cerebrais que de t odos encheu de vivo
428$000 e cert o modo lhe pesar. ”
diversos obj et os haviam
encont rados no pert urbado a
cadáver” int eligência. ” )
“ que há pouco
15/ 06/ “ Dois Joaquim de
S M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Não cit a mudara-se de
1887 Córregos” Carvalho
Capivari. ”
Deixou bilhet e
Paixão amorosa
Joaquim dizendo: “ Faz hoj e
05/ 07/ (Suicidou-se sobre Envenenament o
Sorocaba S Rodrigues de M Brasileira Não cit a Não cit a 90 dias que Nicot a
1887 a sepult ura da (est ricnina)
Azevedo morreu. Adeus,
esposa)
mundo. Azevedo. ”
Af ogament o “ sendo obst ado no
08/ 10/ Manoel “ Mot ivos de
São Paulo T M Port uguesa Não cit a Não cit a (Rio seu int ent o por um
1887 Pereira Neves f amília”
Tamanduat eí) guarda urbano. ”
Ant onio
01/ 12/ “ probo e est imado
Capivari S Joaquim de M Brasileira Não cit a Não cit a Não cit a Não cit a
1887 cidadão”
Camargo
O capit ão mandou
Desarranj o
Joaquim M. G. dois guardas para Inst rument o “ Lament amos
08/ 12/ ment al (possível)
Campinas T de Moura M Brasileira Não cit a garant ir a perf urant e sincerament e t ão
1887 “ em um moment o
Lacerda t ranqüilidade da “ um garf o” t rist e ocorrência. ”
de alucinação”
f amília
O marido da
suicida f oi preso
para averiguação. O inquérit o verif icou
Arma branca
06/ 09/ Aut o de corpo de a “ não
Campinas S Rozina Pizarro F Brasileira Não cit a Não cit a (f acada no
1887 delit o pelos drs. criminalidade” do
abdômen)
Monf ort e e marido.
Edmundo da
Fonseca.
“ Foi medicado pelo
dr. Thomaz Alves e
f armacêut ico Ot t o
O delegado de
Ignora-se Arma branca Langgaard, não
28/ 07/ Ant onio Empregado do policia t omou
Campinas T M Brasileira “ a causa desse (Navalhada no sendo de gravidade
1887 D’ Agost ino curt ume conheciment o do
at o de loucura” pescoço) o seu est ado. Foi
f at o.
recolhido a Sant a
Casa de
Misericórdia”