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PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

OCORRÊNCIA ENVOLVENDO POP n.º


COLECIONADOR, ATIRADOR E CAÇADOR 100.10
(CAC)
Nível de padronização: Estabelecido em: Última revisão pela PM/3: Nº páginas:
Geral 11/03/2021 30/05/2023 14
Responsável: Guarnição Policial Militar

MATERIAL NECESSÁRIO

1. Fardamento orgânico operacional da OPM;


2. Armamentos e equipamentos básicos para o serviço PM;
3. Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como colete balístico;
4. Viaturas operacionais;
5. Radiocomunicadores e Mobile SADE.

SEQUÊNCIA DAS AÇÕES

1. Abordar pessoa que apresente indícios de estar portando ou transportando arma de


fogo, observando os protocolos e técnicas estabelecidas pela Corporação. Caso o abor-
dado esteja portando ou transportando arma de fogo, acessórios e/ou munições, e se
identificar como CAC, o policial deve retirar a arma que esteja em sua posse, mesmo
que ele tenha se identificado previamente e informado possuir a documentação exigida.
2. Realizar a busca pessoal para verificar se a pessoa não possui outras armas de fogo ou
outras irregularidades que configurem infrações penais, revistando seus pertences pes-
soais, como veículo, bolsas, mochilas, caixas e outros objetos que possam ocultar arma
de fogo ou constituir corpo de delito. Durante a revista, o policial militar responsável pela
segurança da equipe deverá manter o abordado em distância segura do seu companhei-
ro, com as mãos expostas à sua visão e em posição expectante, com sua arma em posi-
ção 3 (cano para baixo e dedo fora do gatilho).
3. Solicitar, após a situação estar controlada e a equipe em segurança, a apresentação da
seguinte documentação: Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF), Certificado
de Registro de Colecionador, Atirador e Caçador e a Guia de Tráfego, relativa ao
transporte de armas de fogos, acessórios e munições. Ressalta-se que, conforme o

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Decreto Presidencial n.º 11.366, de 1.º de janeiro de 2023, o armamento deve estar
acondicionado de modo a não ser feito o uso, não sendo admitido que esteja a
pronto emprego, enquanto as munições devem estar separadas do armamento,
devendo estar acondicionadas em recipiente próprio. O abordado que pretende
transportar o armamento deve estar em posse de uma Guia de Tráfego válida e cumprir
com as seguintes condições:
• O armamento deve estar desmuniciado e descarregado;
• O armamento deve estar acondicionado de forma a impedir o seu uso
imediato;
• O transporte deve ser realizado apenas no trajeto autorizado pela Guia de
Tráfego.

3.1. Se o abordado é ATIRADOR DESPORTIVO:

• Certificado de Registro — CR (anexo “A”);

• Certificado de Registro de Arma de Fogo — CRAF (anexo “B”) do sistema


SIGMA (EB) ou SINARM (PF) das armas que estão sendo transportadas;
• Guia de Tráfego — GT (anexo “C”);
• Conferir a vigência e a conformidade dos documentos mencionados com os
modelos anexados a este POP;
• A ausência ou a inadequação de quaisquer dos documentos mencionados im-
plica a detenção e o encaminhamento do indivíduo à autoridade policial compe-
tente (Art. 14 ou Art. 16 da Lei 10.826/03).

3.2. Se o abordado é CAÇADOR:

• Certificado de Registro — CR (anexo “A”);

• Certificado de Registro de Arma de Fogo — CRAF (anexo “B”) do sistema


SIGMA (EB) ou SINARM (PF) das armas que estão sendo transportadas;
• Guia de Tráfego (GT) (anexo “C”);
• Cadastro Técnico Federal (CTF) — Certificado de Regularidade (CR), emiti-
do pelo IBAMA (anexo “D”);
• Autorização de Manejo de Javali, emitida pelo Sistema de Informação de
Manejo de Fauna (SIMAF) (anexo “E”).

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• Conferir a vigência e a conformidade dos documentos mencionados com os
modelos anexados a este POP;
• A ausência ou a inadequação de quaisquer dos documentos mencionados im-
plica a detenção e o encaminhamento do indivíduo à autoridade policial compe-
tente (Art. 14 ou Art. 16 da Lei 10.826/03);
• Obs.: caso o caçador esteja se deslocando para treinamento em clubes de tiro
ou outra situação que implique o transporte da arma, mas não para a prática de
abate de animais, comprovando seu trajeto de maneira inequívoca, mantêm-se
as mesmas exigências documentais do Atirador Desportivo.

3.3. Se o abordado é COLECIONADOR:

• Certificado de Registro — CR (anexo “A”);

• Certificado de Registro de Arma de Fogo — CRAF (anexo “B”) do sistema


SIGMA (EB) ou SINARM (PF) das armas que estão sendo transportadas;

• Guia de Tráfego (GT) (anexo “C”);

• Conferir a vigência e a conformidade dos documentos mencionados com os


modelos anexados a este POP;
• A ausência ou a inadequação de quaisquer dos documentos mencionados im-
plica a detenção e o encaminhamento do indivíduo à autoridade policial compe-
tente (Art. 14 ou Art. 16 da Lei 10.826/03).

4. Observar que todas as armas em transporte, pertencentes a qualquer categoria de CAC,


deverão estar desmuniciadas e descarregadas. O descumprimento dessa exigência implica-
rá na condução do indivíduo à delegacia de polícia competente, nos termos do Art. 14 ou
Art. 16 da Lei n.º 10.826/03.
5. Verificar qual é o endereço de guarda do acervo do abordado (domicílio onde guarda as
suas armas), solicitar toda a documentação mencionada no item “3” deste POP e indagá-
lo sobre seu destino, que deverá comprovar de forma clara que está se deslocando ou
voltando de local de exposição, prática de tiro, abate controlado de animais ou outra situa-
ção que implique o transporte da arma, conforme sua categoria registrada no CR. Isso
pode ser feito pela apresentação de carteira de sócio de clube de tiro, fôlder de competi-
ção, de cursos ou de exposições, da apresentação de documentos comprobatórios da ati-

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vidade ou mesmo da indicação do local onde está indo, ou do qual está retornando. As in-
formações devem ser coerentes em relação à direção de deslocamento e ao que consta
na Guia de Tráfego. Não será exigido justificar itinerário específico de deslocamento aos
locais citados, bem como a lei não estabelece horários para tanto. Porém, caso as infor-
mações repassadas sejam contraditórias e incoerentes, mesmo com a apresentação da
documentação regulamentar, caberá o encaminhamento do abordado à autoridade policial
competente, conforme Art. 14 ou Art. 16 da Lei n.º 10.826/03.
6. CAC transportando arma de fogo com capacidade psicomotora alterada em razão
da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência: o policial deve solicitar sua documentação, verificar se possui autorização
para transportar arma de fogo e se está no trajeto entre sua residência e o local de
exposição, prática de tiro, abate controlado de animais ou outra situação que implique o
transporte da arma. Lembrando que o armamento deve estar acondicionado de maneira a
não ser feito o uso, que não permita o pronto emprego e separada das munições, que
devem estar acondicionadas em recipiente próprio. Se não estiver nessas condições, ele
está cometendo o crime de porte ilegal de arma de fogo, previsto no Art. 14 e 16 da Lei
10.826/03. Sendo comprovado o estado de embriaguez ao volante, o abordado deve ser
autuado pelo crime previsto no Art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro. Em ambos os
casos o policial deve apreender a arma de fogo e as munições do CAC e encaminhá-lo à
delegacia de polícia para lavratura do flagrante pelos crimes cometidos.
8. Sempre comunicar ao Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 5.ª Região
Militar (SFPC/5), qualquer ocorrência que resulte no encaminhamento do CAC à
Delegacia de Polícia, para serem tomadas as medidas administrativas cabíveis, como a
cassação da autorização do CAC.

8.1 A equipe titular da ocorrência deve comunicar o fato ao Coordenador de


Policiamento da Unidade (CPU), ou oficial equivalente, que deverá encaminhar toda a
documentação produzida por meio do e-protocolo digital, acompanhada de um
despacho simples, ao Comandante da OPM, até o término do turno de serviço em que
houve o atendimento;

8.2 O comandante da OPM deverá elaborar um ofício, anexá-lo ao protocolo inicial e


encaminhá-lo ao SFPC/5.ª RM, por meio do canal técnico e em formato digital.

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ATIVIDADES CRÍTICAS

1. Verificar se o abordado se enquadra na condição de CAC;


2. Constatar os documentos obrigatórios para o transporte de armas;
3. Reconhecer a documentação obrigatória;
4. Identificar a validade da documentação;
5. Inconsistência nas informações sobre itinerário;
6. Inexistência de locais de prática de tiro, exposições, abate controlado de animais ou
outros similares, no trajeto do local onde ocorreu a abordagem;
7. Presença de armas municiadas e carregadas;
8. Transporte de arma sob efeito de álcool ou substância química, ou alucinógena.

RESULTADOS ESPERADOS

1. Que a Corporação propicie o tratamento adequado aos CACs;


2. Que nenhuma pessoa seja cerceada dos direitos previstos em lei relacionados às
armas de fogo;
3. Que os CACs não sejam confundidos com infratores da lei portando armas;
4. Que possíveis abusos dos direitos previstos em lei sejam coibidos, considerando que o
transporte de armas de fogo, autorizados pela Guia de Tráfego (GT), não concede o
direito de portar armas de fogo, sendo vinculado, apenas, à finalidade descrita.

AÇÕES CORRETIVAS

1. Determinados documentos, como o Certificado de Registro (CR), Certificado de


Registro de Arma de Fogo (CRAF) emitido pelo Exército Brasileiro e a Guia de Tráfego
(GT), dispõem de QR CODE, que viabiliza a autenticação de sua legitimidade por meio
do aplicativo VIO. Para tanto, é suficiente acessar o aplicativo e direcionar a câmera do
dispositivo móvel para o código QR.
2. Caso surjam dúvidas em relação à identificação da documentação, solicitar mais dados
à Central de Operações;

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3. No caso de identificar casos não previstos no presente POP, acionar o Oficial CPU no
local.

CONDUTAS QUE PODEM GERAR ERROS

1. Não identificar corretamente a documentação obrigatória;


2. Não observar a validade da documentação;
3. Não confirmar o local de partida e destino do CAC.

GLOSSÁRIO

Atirador desportivo: é a pessoa física registrada no Comando do Exército e que pratica


habitualmente o tiro como esporte em locais autorizados.
Caçador: é a pessoa física registrada no Comando do Exército, vinculada a entidade ligada a
caça e que realiza o abate de espécies da fauna, com arma de fogo, em observância às
normas de proteção ao meio ambiente.
Colecionador: é a pessoa física ou jurídica registrada no Comando do Exército que tem a
finalidade de adquirir, reunir, manter sob a sua guarda e conservar Produto Controlado pelo
Exército (PCE) e colaborar para a preservação e a valorização do patrimônio histórico
nacional.
Certificado de Registro (CR): documento que certifica a regularidade do cadastro do
Colecionador, do Atirador e do Caçador junto ao Exército Brasileiro, sendo um documento
vinculado à pessoa.
Certificado de Registro de Arma de Fogo (CRAF): documento de cadastro da arma de fogo
junto ao sistema SIGMA (EB) ou SINARM (PF).
Guia de Tráfego (GT): é a autorização, dada pelo Comando do Exército, para o tráfego de
armas, acessórios, munições e outros Produtos Controlados pelo Exército no território
nacional.
Guia de Trânsito (GT): é o documento expedido pela Polícia Federal nos casos de mudança
de domicílio, conserto ou manutenção da arma em armeiro licenciado, restituição de arma
apreendida, treinamento ou outra situação que implique o transporte da arma, com validade
temporal e territorial delimitada.
PCE: Produto Controlado pelo Exército.

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SFPC/5.ª RM: Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC) da 5.ª Região Militar
(5.ª RM) do Exército Brasileiro.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL E DOUTRINÁRIA

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidên-


cia da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituica-
o.htm. Acesso em: 25 de agosto de 2020.

BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Brasília, DF: Pre-
sidência da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del2848compilado. htm. Acesso em 25 de agosto de 2020.

BRASIL. Decreto-Lei n° 3689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Brasí-


lia, DF. Presidência da República. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689compilado.htm. Acesso em 23 de dezembro de 2020.

BRASIL. Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003. Estatuto do Desarmamento. Brasília,


DF. Presidência da República. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.826.htm. Acesso em 22 de dezembro de
2020.

BRASIL. Portaria nº 150 – COLOG, de 5 de dezembro de 2019. Dispõe sobre normatização


administrativa de atividades de colecionamento, tiro desportivo e caça. Disponível em:
http://www.dfpc.eb.mil.br/images/port_150_.pdf. Acesso em 26 de fevereiro de 2021.

BRASIL. Decreto nº 11.366, de 1º de janeiro de 2023. Suspende os registros para aquisição


e transferência de armas e de munições de uso restrito por caçadores, colecionadores, atira -
dores e particulares. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-
2026/2023/decreto/D11366.htm. Acesso em 5 de maio de 2023.

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ANEXO “A” ao POP n.º 100.10 – MODELO DE CERTIFICADO
DE REGISTRO (CR) expedido pelo Exército Brasileiro (frente
e verso)

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ANEXO “B” ao POP n.º 100.10 – MODELOS DE CRAF

Modelo 1: CERTIFICADO DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO


(CRAF) expedido pelo Exército Brasileiro (frente e verso)

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Modelo 2: CERTIFICADO DE REGISTRO DE ARMA DE FOGO
(CRAF) expedido pela Polícia Federal (frente e verso)

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ANEXO “C” ao POP n.º 100.10 – MODELO DE GUIA DE
TRÁFEGO (GT) expedida pelo Exército Brasileiro

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ANEXO “D” ao POP n.º 100.10 – MODELO DE CADASTRO
TÉCNICO FEDERAL (CTF) - CERTIFICADO DE
REGULARIDADE (CR) emitido pelo IBAMA (para Caçador)

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ANEXO “E” ao POP n.º 100.10 – AUTORIZAÇÃO DE MANEJO
DE JAVALI emitida pelo SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE
MANEJO DE FAUNA (SIMAF)

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ANEXO “F” ao POP n.º 100.10 – MODELO DE GUIA DE
TRÂNSITO (GT) expedida pela Polícia Federal

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