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Matemática ITA Matrizes & Determinantes Josoaldo Pires

Matrizes e Determinantes
Questões do vestibular ITA c/ solução (Parte 02 )

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J.P. — Escolas Militares

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Matemática ITA Matrizes & Determinantes Josoaldo Pires

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Matemática ITA Matrizes & Determinantes Josoaldo Pires

NOTAÇÕES

R : conjunto dos números reais


N : conjunto dos números naturais
C : conjunto dos números complexos
i : unidade imaginária i2 = −1
|z| : módulo do número z ∈ C
Re(z) : parte real do número z ∈ C
Im(z) : parte imaginária do número z ∈ C
det M : determinante da matriz M
In : matriz identidade de ordem n
Om×n : matriz nula m × n
n(A) : número de elementos do conjunto A
∅ : conjunto vazio
f ◦g = f (g(x))
[a, b] = {x ∈ R | a ⩽ x ⩽ b}
[a, b[ = {x ∈ R | a ⩽ x < b}
]a, b] = {x ∈ R | a < x ⩽ b}
]a, b[ = {x ∈ R | a < x < b}

Questão 1. Sejam A, B e C matrizes quadradas n×n tais que A e B são inversı́veis e ABCA = AT ,
onde AT é a transposta da matriz A. Então podemos afirmar:

(a) C é inversı́vel e det C = det(AB)−1 . (d) C é inversı́vel e det C = (det A)2 · det B.
(b) C não é inversı́vel pois det C = 0.
det A
(c) C é inversı́vel e det C = det B. (e) C é inversı́vel e det C = .
det B
[ITA/1990: Q15]
   
2 1 −1 1
Questão 2. Sejam m e n números reais com m ̸= n e as matrizes: A = ,B = . Para
3 5 0 1
que a matriz mA + nB seja não inversı́vel é necessário que:

(a) m e n sejam positivos. (c) m e n tenham sinais (d) n2 = 7m2


(b) m e n sejam negativos. contrários. (e) nda

[ITA/1991: Q15]
−1
Questão 3. Sejam M e B matrizes quadradas de ordem n tais que M − M = B. Sabendo que
M T = M −1 podemos afirmar que:

(a) B 2 é a matriz nula. (c) B é simétrica. (e) nda


2
(b) B = −2I. (d) B é antissimétrica.

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[ITA/1991: Q16]
Questão 4. Considere a equação
 
2 2 2
det  g(x) 2x f (x) 
[g(x)] 4x [f (x)]2
2 2

x4 + x3 − x + 1 x2 − 1
, onde f (x) = e g(x) = , com x ∈ R, x ̸= 0. Sobre as raı́zes reais dessa
x2 x
equação, temos:

(a) duas delas são negativas (c) uma delas é um número par (e) nda
(b) uma delas é um número ir- (d) uma delas é positiva e a ou-
racional tra é negativa

[ITA/1992: Q06]
Questão 5. Seja C = {X ∈ M2×2 | X 2 + 2X = O}. Dadas as afirmações:
I. Para todo X ∈ C, (X + 2I) é inversı́vel.
II. Se X ∈ C e det(X + 2I) ̸= 0, então X não é inversı́vel.
III. Se X ∈ C e det X ̸= 0 então det X > 0
Podemos dizer que:

(a) todas são verdadeiras (c) apenas II e III são verda- (d) apenas I é verdadeira
(b) todas são falsas deiras (e) nda

[ITA/1992: Q11]
Questão 6. Dadas as matrizes reais
   
2 x 0 2 3 y
A = y 8 2 e B =  0 8 2 
1 3 1 x 3 x−2
analise as afirmações:
I. A = B ⇔ x = 3 e y = 0
 
4 5 1
II. A + B = 1 16 4 ⇔ x = 2 e y = 1
3 6 1
   
0 1
III. A 1 = 3 ⇔ x = 1
0 3
e conclua

(a) apenas a afirmação II é ver- dadeira. (d) todas as afirmações são fal-
dadeira. (c) as afirmações I e II são ver- sas.
(b) apenas a afirmação I é ver- dadeiras. (e) apenas a afirmação I é falsa

[ITA/1993: Q09]

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Questão 7. Seja A a matriz 3 × 3 dada por


 
1 2 3
A = 1 0 0
3 0 1

Sabendo que B é a inversa de A, então a soma dos elementos de B vale:

(a) 1 (b) 2 (c) 5 (d) 0 (e) −2

[ITA/1993: Q10]
Questão 8. Sabendo que a soma das raı́zes da equação

1 −1 0 2

x 0 x 0
0 b x x = 0


b x 2 b
é −8/3 e que S é o conjunto destas raı́zes, podemos afirmar que:

(a) S ⊂ [−17, −1] (c) S ⊂ [−1, 3] (e) S ⊂ [0, 3]


(b) S ⊂ [1, 5] (d) S ⊂ [−10, 0]

[ITA/1993: Q11]
Questão 9. Sejam A e I matrizes reais quadradas de ordem 2, sendo I a matriz identidade. Por T
denotamos o traço de A, ou seja, T é a soma dos elementos da diagonal principal de A. Se T ̸= 0 e
λ1 , λ2 são raı́zes da equação det(A − λI) = det(A) − det(λI), então

(a) λ1 e λ2 independem de T (c) λ1 · λ2 = 1 (e) λ1 + λ2 = T


T
(b) λ1 · λ2 = T (d) λ1 + λ2 =
2
[ITA/1994: Q10]
Questão 10. Seja A uma matriz real quadrada de ordem n e B = I − A, onde I denota a matriz
identidade de ordem n. Supondo que A seja inversı́vel e idempotente considere as afirmações.
I. B é idempotente;
II. AB = BA;
III. B é inversı́vel;
IV. A2 + B 2 = I;
V. AB é simétrica.
Com respeito a estas afirmações temos:

(a) todas são verdadeiras. (c) apenas duas são verdadei- ras.
ras. (e) apenas quatro são verda-
(b) apenas uma é verdadeira. (d) apenas três são verdadei- deiras.

[ITA/1994: Q12]

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Solução

1. Temos que det A ̸= 0 e det B ̸= 0. Se ABCA = AT , então det(ABCA) = det(AT ) = det A ⇒


1
det A · det B · det C det A = det A ⇒ det C = ̸= 0. Logo C é inversı́vel e
det B · det A
det C = det(BA)−1 . Resp: (a)

2. Para que mA + nB seja não inversı́vel devemos ter que det(mA + nB) = 0:

2m − n m + n
= (2m − n)(5m + n) − 3m(m + n) = 7m2 − 6nm − n2 = 0
3m 5m + n

Temos uma equação do 2° grau em m em que os coeficientes são 7, −6n e −n2 :


p √
6n ± (−6n)2 − 4 · 7 · (−n2 ) 6n ± 64n2 6n ± 8n
m= = =
2·7 14 14
Então m = n ou 7m = −n. Como m ̸= n, a solução é 7m = −n. Portanto, m e n possui sinais
opostos. Resp: (c)

3. M − M −1 = B ⇔ M − M T = B ⇔ (M − M T )T = B T ⇔ M T − (M T )T = B T ⇔ M T − M =
B T ⇔ −(M − M T ) = B T ⇔ −B = B T ⇔ B = −B T . Portanto, a matriz B é antissimétrica.
Resp: (d)

4. Temos uma Matriz de Vandermonde. Vamos chamá-la de V , então:

det V = [f (x) − 2x] · [f (x) − g(x)] · [2x − g(x)]

Para encontrar as raı́zes, vamos igualar a zero:

det V = [f (x) − 2x] · [f (x) − g(x)] · [2x − g(x)] = 0

ˆ Vamos começar por f (x) − 2x = 0:

x4 + x3 − x + 1
f (x) = 2x ⇔ = 2x ⇔ x4 − x3 − x + 1 = 0
x2
x = 1 é uma raı́z. Usando o dispositivo de Briot-Ruffini para fatorar, temos:

(x − 1)(x3 − 1) = 0
Logo a única raı́z é x = 1.
ˆ Vamos resolver agora f (x) − g(x) = 0:

x4 + x3 − x + 1 x2 − 1
f (x) = g(x) ⇔ = ⇔ x4 + x3 − x + 1 = x3 − x ⇔ x4 = −1
x2 x
Não existe x ∈ R que satisfaça a equação acima.
ˆ E por último vamos resolver 2x − g(x) = 0:

x2 − 1
g(x) = 2x ⇔ = 2x ⇔ x2 − 1 = 2x2 ⇔ x2 = −1
x
Não existe x ∈ R que satisfaça a equação acima.

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Concluı́mos que existe apenas uma única raı́z real x = 1. Nenhuma das alternativas diz respeito
à x = 1. Resp: (e)

5. I. Temos que

X 2 + 2X = O ⇔ X · (X + 2I) = O ⇔ det[X · (X + 2I)] = det O

Utilizando o Teorema de Binet e sabendo que det O = 0, temos:

det X · det(X + 2I) = 0 ⇔ det X = 0 ou det(X + 2I) = 0


Logo X + 2I pode, ou não, ser inversı́vel. Afirmativa FALSA.
II. Utilizando o resultado anterior, se det(X + 2I) ̸= 0 então det X = 0. Logo X não
inversı́vel. Afirmativa VERDADEIRA.
III. Temos que
X 2 + 2X = O ⇔ X 2 = −2X ⇔ det(X 2 ) = det(−2X) ⇔
(det X)2 = (−2)2 det X ⇔ det X = 4 > 0
Portanto a afirmativa é VERDADEIRA.
Resp: (c)

6. I. Para se ter A = B devemos ter aij = bij , ∀i, j. Podemos ver que a31 = x e b31 = 1, logo
x = 1. E a12 = x e b12 = 3, logo x = 3. Como 1 ̸= 3, não existe a possiblidade de A = B.
Afirmativa FALSA.
II. Temos que:  
4 x+3 y
A+B = y 16 4 
x+1 9 x−1
Se tivermos x = 2 e y = 1, teremos que:
 
4 5 1
A + B = 1 16 4
3 9 1
O que torna a afirmativa VERDADEIRA.
III. Temos que      
2 x 0 0 x
y 8 2 · 1 =  8 
1 3 1 0 3
Mesmo que x seja igual a 1, ainda teremos que 8 ̸= 3. Logo não existe a possibilidade de
igualdade. Portanto a afirmativa é FALSA.
Resp: (a)

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(A′ )T
7. B = A−1 . Para encontrar A−1 , vamo utilizar A−1 = . Primeiro vamos encontrar os
det A
cofatores de A para determinar A′ :

1+1 0 0 1+2 1 0
1+3
1 0
A11 = (−1) = 0 A 12 = (−1) = −1 A13 = (−1) =0
0 1 3 1 3 0

2 3 2+2 1
3 1 2
A21 = (−1)2+1 = −2 A 22 = (−1) =3 A23 = (−1)2+3 =6
0 1 1 0 3 0

3+1 2 3 3+2 1 3
1 2
A31 = (−1) =0 A32 = (−1) =3 A33 = (−1)3+3 = −2
0 0 1 0 1 0

Temos que:
   
′ T 0 −2 0 0 1 0
(A ) 1 
A−1 = = · −1 −8 3  = 1/2 4 −3/2
det A −2
0 6 −2 0 −3 1

1
Portanto a soma dos elementos é 1 + + 4 − 3 + 1 = 2. Resp: (b)
2
8. Como aij = 1, podemos usar o Teorema de Chió para abaixar a ordem da matriz e facilitar
o cálulo da sua determinante:

1 −1 0 2
x
x 0 x 0 x −2x

0 b x x = b x x = 0

x + b 2 −b
b x 2 b

−x2 b + x2 (x + b) + 2b(−2x) + 2x2 (x + b) − 2x2 + xb2 = 0

3x3 + x2 (2x − 2) + x(b2 − 4b) = 0

Utilizando a 1ª Relação de Girard:

a2 (−1)(2b − 2) 8
x1 + x2 + x3 = (−1)1 = = − ⇔ 2b − 2 = 8 ⇔ b = 6
a3 3 3
Então o polinômio é igual a:

5
3x3 + 8x2 + 5x = 0 ⇔ x(3x2 + 8x + 5) = 0 ⇔ x = 0 ou 3x2 + 8x + 5 = 0 ⇔ x = −1 ou x = −
3

O conjunto S das raı́zes é S = {0, −1, −5/3}. Esse conjunto está contido no intervalo [−10, 0].
Resp: (d)

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a b
9. Vamos assumir que A = . Então de acordo com o enunciado, temos:
c d

a − λ b a b λ 0
= −
c d − λ c d 0 λ

(a − λ)(d − λ) − cb = ad − cb − λ2
ad − aλ − dλ + λ2 − cb = ad − cb − λ2
a+d
2λ2 − λ(a + d) = 0 ⇔ λ1 = 0 ou λ2 =
2
T T
Como a + d = T então λ2 = . Portanto λ1 + λ2 = . Resp: (d)
2 2
10. Se a matriz A é inversı́vel e idempotente, então det A ̸= 0 e A2 = A.

I. Temos que B = I − A. Multiplicando ambos os membros por B (tanto faz o lado), temos:

B = I − A ⇔ B 2 = (I − A)B ⇔ B 2 = B − AB

Como AB = BA = O (ver o próximo item), então B 2 = B. Portanto a matriz B é


idempotente. Afirmativa VERDADEIRA.
II. Temos que B = I − A. Multiplicando ambos os membro pelo lado direito por A, temos:

B = I−A ⇔ BA = (I−A)A ⇔ BA = IA−A2 ⇔ BA = A−A2 ⇔ BA = A−A ⇔ BA = O

Agora pelo lado esquerdo por A também:

B = I−A ⇔ AB = A(I−A) ⇔ BA = AI−A2 ⇔ BA = A−A2 ⇔ BA = A−A ⇔ BA = O

Portanto AB = BA = O. Afirmativa VERDADEIRA.


III. Se AB = O, aplicando o Teorema de Binet

AB = O ⇔ det(A · B) = det O ⇔ det A · det B = 0 ⇔ det A = 0 ou det B = 0

Como det A ̸= 0, então det B = 0. Portanto B não é inversı́vel. Afirmativa FALSA.


IV. B = I − A ⇔ A + B = I. Elevando ambos os membros ao quadrado:

(A + B)2 = I 2 ⇔ A2 + AB + BA + B 2 = I 2 ⇔ A2 + B 2 = I

Afirmativa VERDADEIRA.
V. Como AB = O, então (AB)T = OT = O = AB. Portanto (AB)T = AB (simétrica).
Afirmativa VERDADEIRA.

Resp: (e)

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