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Ao processo de determinação de uma função a partir de sua derivada dá-se o nome de cálculo
das primitivas ou integração.
2. Definição
Uma função F(x) para a qual F ’ (x) = f(x) para todo x pertencente ao domínio de f é uma
primitiva (ou integral indefinida) de f.
1 3
Exemplo: Mostre que F(x) = x 5 x 2 é uma primitiva de f(x) = x2 + 5
3
Solução: F(x) é uma primitiva de f(x) F ’ (x) = f(x). Assim, derivando F(x), temos:
F ’ (x) = x2 + 5 = f(x)
Em geral, se F for uma primitiva de f, qualquer função obtida ao acrescentarmos uma constante a
F também será uma primitiva de f. Na realidade, podemos obter todas as primitivas de f somando
constantes a qualquer primitiva de f.
Assim, se F e G forem primitivas de f, existe uma constante k tal que: G(x) = F(x) + k
4. Interpretação Geométrica
Existe uma explicação geométrica simples para o fato de duas primitivas quaisquer de uma
função diferirem entre si de um valor constante. Se F for uma primitiva de f, então F ’ (x) = f(x).
Isto significa que, para cada valor de x, f(x) é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de
F(x). Se G for outra primitiva de f, o coeficiente angular de sua reta tangente também é f(x).
Logo, o gráfico de G é “paralelo” ao gráfico de F e pode ser obtido transladando-se
verticalmente o gráfico de F. Assim, existe uma constante k, tal que G(x) = F(x) + k. A figura a
seguir ilustra esta situação para várias primitivas da função f(x) = 3x2.
y = x3 + k
5. Notação de Integração
forma F(x) + k.
Por exemplo, para expressar o fato de toda primitiva de 3x2 ser da forma x3 + k, escrevemos:
3x dx x 3 k
2
O símbolo chama-se sinal de integração e indica que queremos encontrar a forma mais
genérica da primitiva da função que o segue. O sinal de integração lembra um “S” alongado, que
representa “SOMA”. Veremos, uma relação tão importante entre derivadas e somas, que recebe o
nome de Teorema Fundamental do Cálculo.
6. Regras de Integração
d 1 n 1 n 1 n n
Para comprovar esta regra, basta observar que:
dx n 1
x n 1 x x
Exemplos:
1) Calcule as integrais
1 3
1
x 31
1 3
x4 x2 x2 2
a) x 3 dx
3 1
k
4
k b) x dx x dx
2
1
k
3
k x2 k
3
1
2 2
2 5
2 1 5
3 3
x x 3
c) x dx
3
2 k 5 k . x3 k
1 5
3 3
x 01 x1
d) dx 1 dx x 0 dx
0 1
k
1
k xk
1 1
1 1
1 x 2
x 2
e) x
dx x dx 2
1
k
1
k 2 x k
1
2 2
1
A regra da potência vale para todos os valores de n, à exceção de n = - 1 (caso em que é
n 1
indefinido).
1
definido para valores negativos de x. Quando x é negativo, segue-se que ln |x| é a primitiva de
x
d d -1 1
, pois, sendo x negativo, |x| = - x e [ln | x |] [ln (- x)] .
dx dx -x x
1
Quando x é positivo, segue-se que ln |x| é a primitiva de , pois sendo x positivo, |x| = x e
x
d d 1
[ln | x |] [ln x] .
dx dx x
1 1
Assim, a integral de
x
é dada por: x dx ln | x | k .
6.2. Integral de ex
A integração da função exponencial ex é trivial, pois ex é sua própria derivada. Assim,
e
x dx e x k
[f(x) g(x)] dx f ( x) dx g ( x) dx
ou seja, a integral da soma é a soma de cada uma das integrais.
Exemplo:
1) Calcule as integrais
a) 5 dx 51dx 5x k
x3 x3
b) [ x 2 e x ] dx x 2 dx e x dx k1 e x k 2 e x k
3 3
c)
x 2 1 2 1 1 2 1 x3 1
k 3e x 2 ln | x | x 3 k
x x
3e x dx 3 e dx 2 dx x dx 3e 2 ln | x |
x 2 x 2 2 3 6
Nota: pelo exemplo c, temos que ao invés de adicionarmos uma constante a cada uma das 3
primitivas, basta adicionar apenas uma constante k ao final do resultado encontrado.
3x5 2 x 5
Exemplos: Calcule x3 dx
3x 5 2 x 5 3x 5 2 x 5
Fazendo a divisão indicada, temos: 3
3 3 3 3 x 2 2 x 2 5 x 3
x x x x
Assim,
3x 5 2 x 5 x3 x 1 x 2
2 3 2 3
dx [3 x 2
2 x 5 x ] dx 3 x 2
dx 2 x dx 5 x dx 3 2 5. k
x3 3 1 2
2 5
x3 2 k
x 2x
x3 8
1) Calcule x 2 dx
Fazendo a divisão indicada, temos :
x3 - 8 x 2
- x3 2x2 x 2 2x 4
2x 2 8
x3 8
- 2x 2 4 x x 2 2 x 4 , pois ( x 2).( x 2 2 x 4) x 3 8
x2
4x 8
4x 8
0
Assim:
x3 8 x3 2 x 2 x3
x2 x2 4x k
2 2
dx [ x 2 x 4] dx x dx 2 x dx 4 1 dx 4 x k
3 2 3
dx
du du u5
2 x.u . u du =
4 4
dx = , substituindo-se na integral acima: = , fazendo a volta
2x 2x 5
( x 2 1)5
2x( x 1)dx C.
2
temos:
5
Exemplos:
Questão 1. ( x 5)9 dx
du
Solução: fazendo u = x – 5 temos 1 ou du = dx, substituindo-se:
dx
u10 ( x 5)10
u du , então; ( x 5)9 dx C
9
10 10
Questão 2. 2 x x 2 3dx
du
Solução: fazendo u = x² - 3, temos du = 2x dx dx = então
2x
3
du u 2 2 ( x 2 1)3
2 x x 3 dx = 2 x u . 2 x =
1
C
2 2
u du 2. =
3 3
x2
Questão 3. x3 1 dx
du
Solução : u = x³ - 1 du = 3x² dx dx =
3x 2
x 2 du 1 du 1 1
u . 3x 2 = 3 u = 3 nu = 3 n( x 1) C
3
sen x
Questão 4. tgxdx cos x dx
du
Solução: u = cosx du = -senx dx dx = -
sen x
sen x du du
u
(
sen x
)= - u
= - nu = - n(cos x) C
Questão 5. x x 2 4dx
du
Solução : u = x² + 4 du = 2x dx dx =
2x
3
x2 4
1
du 1 1 u 2
u3
x u . 2 x = 2 u du = 2 . 32
=
3
=
3
C
2
1
x
e
Questão 6. x 2
dx
1 1
Solução : u = du = - 2 dx dx = - x² du
x x
1
eu
x 2 ( x du) = - e du = - e = - e x + C
2 u u
ex
Questão 7. (e x 1)3 dx
du
Solução : u = e x 1 du = e x dx dx =
ex
e x du 1 1
u3 . ex = u
3
du = - = - C
2u 2
2(e 1) 2
x
udv = uv - vdu
Como foi mostrada a integração por partes se aplica no geral em funções expressas como
produto de duas funções dadas. Assim, torna-se necessário à escolha minuciosa das partes u e
dv, de modo a tornar a integral dada mais simples possível.
Exemplos:
Questão 1. x.sen x.dx
Solução: Fazendo u = x, temos du = dx e
dv = senx dx têm-se v = sen xdx v = - cosx
Vale salientar que as escolhas de u e v foi bastante feliz, visto que recaímos em uma integral de
solução simples. Para comprovar o fato, vejamos o caso em que a escolha fosse feita de outra
forma: Fazendo u = senx temos du = cosx dx
x2
dv = x dx v = x.dx v=
2
x2
Substituindo na fórmula udv = uv - v d u, temos: x.sen x.dx = senx. (
2
) -
x2
cos x.( 2
)dx o que torna o cálculo da integral muito mais complexo.
x.e .dx
x
Questão 2.
Solução: Fazendo u = x du = dx
dv = e x dx v = e dx v = e x , substituindo na fórmula:
x
7. Aplicações
Nos exemplos que se seguem a taxa de variação é conhecida e o objetivo consiste em calcular a
expressão da própria grandeza. Como a taxa de variação é a derivada, calculamos sua expressão
por integração.
Nas aplicações à economia, se conhecemos a função marginal então podemos usar a integração
indefinida para determinar a função custo total, conforme ilustram os exemplos a seguir:
Exemplos:
1) Um fabricante calculou que o custo marginal de uma produção de q unidades é de 3q2 – 60q
+ 400 reais por unidade. O custo de produção das duas primeiras unidades foi de R$ 900,00.
Qual será o custo total de produção das cinco primeiras unidades?
Solução:
Vale lembrar que o custo marginal é a derivada da função custo total c(q). Logo,
c’(q) = 3q2 – 60q + 400 e, portanto, c(q) deve ser a primitiva
c (q) c' (q) dq (3q 2 60q 400) dq q3 30q 2 400q k , para alguma constante k.
Em particular, 900 = (2)3 – 30(2)2 + 400(2) + k k = 212. Então, c(q) = q3 – 30q2 + 400q +
212
Solução: Seja C a função custo, então o custo marginal é a taxa de variação de C em relação a x,
isto é: C ’ (x) = 30 – 0,02x
Logo C ' ( x) dx (30 0,02x) dx C(x) 30x - 0,01x2 k
Solução:
x 2 180x 2
Assim, (400.000 19.800 x 180x)dx = 400.000x+19.800 3 + 2 +k =
2
3
Integral Definida
O matemático grego Arquimedes (287 – 212 A.C.) utilizou o denominado método de exaustão
para determinar a quadratura da parábola. O método, cujo desenvolvimento foi creditado a
Eudoxo (cerca de 370 A.C.), consiste em exaurir ou esgotar a região, cuja área se quer
determinar, por meio de outras áreas já conhecidas.
Vejamos agora como definir e calcular a área de uma região limitada por uma função f, contínua
em um intervalo [a,b].
A B A B
Se dividirmos o intervlo [a,b] em n partes e construirmos retângulos. Quanto maior for o número
n, mais próxima da área da figura será a soma das áreas dos retângulos.
O limite da soma das áreas desses retângulos, quando n tende a infinito, é, por definição, a área
da figura dada.
y
f(x2) f(x)
f(x1)
f(x3)
x = (b-a) / n
a x x1 x x2 x x3 b X
A área da figura é definida como limite da soma das áreas desses retângulos, quando n tende a
infinito, isto é:
n
A [ f ( x1)x f ( x2 )x f ( x3 )x ... f ( xn )x] ou A f ( xk )x
lim lim
n n k 1
A figura acima dá o significado geométrico desta soma se f(x) 0 e também mostra que esta
soma é uma boa aproximação da área determinada pelo gráfico de f, pelo eixo x e pelas
ordenadas x = a e x = b.
Sendo f (xn)x a área do retângulo de base x (ou dx) e altura f (xn), cabe destacar que quanto
mais retângulos tivermos menor será x e quanto melhor for a posição de xn, melhor será a
aproximação entre a área sob a curva e suas outras delimitações.
Exemplo: y
y
x
x
n=2 n=4
y y
n=8 n = 40
x
n
f ( x k )x
Definição: A integral definida de f, desde a até b é o lim ,
n k 1
x
b f ( x)dx n
Símbolo : a lim ( fxk )x
n k 1
a a
1
x
2
Exercício–Exemplo : Calcular dx
0
1
x3 1 x3 1 0 1
0
2 2
Uma primitiva de f(x) = x é, como vimos, F(x) = . Assim: x dx
3 3 0 3 3 3