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Manuela-Narrador: Peça: Muito Barulho por Nada, Ato 1 Cena 1

Guilherme-Leonato: Então Dom Pedro de Aragão irá chegar essa


noite à Messina.

Manuela-Mensageiro: Ele não deve estar muito longe, eu deixei ele


a menos de três léguas daqui.
.
Guilherme-Leonato: Quantos convidados estarão presentes nesse
encontro?

Manuela-Mensageiro: Apenas alguns oficiais, mas nenhum de


nome.

Guilherme-Leonato: Por essa carta Dom Pedro deu muitas


distinções a um jovem, florentino de nome Cláudio.

Manuela-Mensageiro: Aliás, essas distinções foram reconhecidas


por Dom Pedro. Ele fez mais do que era de esperar de sua idade,
realizando sob a figura de cordeiro mas fazendo façanhas de leões,
que excederam tanto a expectativa, ao ponto de não poder esperar
relatos delas.

Guilherme-Leonato: Ele tem um tio aqui em Messina um tio que vai


ficar alegre com essas notícias

Manuela-Mensageiro: E ele ficou, fiquei encarregado de entregar a


carta dirigida a ele, ele chorou de alegria.

Guilherme-Leonato: Comovente!

Ana Vitória-Beatriz: Poderia me dizer se o senhor Trinca Ferros já


voltou da guerra?

Manuela-Mensageiro: Não sei de quem está se referindo.


Iara-Hero: Minha prima se refere ao senhor Benedito, de Pádua.

Manuela-Mensageiro: Sim! Já regrediu.

Guilherme-Leonato: Realmente sobrinha, eis sempre implacável


com o senhor Benedito, mas não tenho dúvida que ele te achará de
alguma forma.

Manuela-Mensageiro: Ele prestou serviços muito importantes na


guerra.

Ana Vitória-Beatriz: Mas é claro, ele ajudou a comer os


mantimentos estragados não é? Ele é um comilão de marca,
dotado com um excelente estômago.

Manuela-Mensageiro: Mas em compensação, é um excelente


soldado.

Guilherme-Leonato: Meu senhor não leve a mal as palavras da


minha sobrinha, ela e o senhor Benedito tem uma certa briga.

Manuela-Narrador: Passa um tempo depois e entram Dom Pedro,


Dom João, Claudio, Benedito, Baltazar e outros.

Iara-Dom Pedro: Meu caro senhor Leonato viemos como


convidados. É costume de todo mundo evitar despesas, mas
estamos a sua procura.

Guilherme-Leonato: Jamais vieram visitantes sob esta casa sob a


forma de Vossa Graça.

Iara-Dom Pedro: fico muito feliz. Creio que esta é a sua filha?

Guilherme-Leonato: Sim, a mãe dela me afirmou várias vezes.


Guilherme-Benedito: Se o senhor Leonato for pai dela, aposto toda
Messina que ela não traria cabeça aos ombros, por mais parecida
com o senhor.

Ana Vitória-Beatriz: Te admiro que ainda insiste em falar algo,


ninguém dá atenção.

Guilherme-Benedito: Oh, senhorita Desdém! Ainda está viva?

Ana Vitória-Beatriz: Como poderia morrer. Onde quer que apareça


a cortesia se transforma em desdém.

Guilherme-Benedito: É porque a cortesia ama virar casaca. Mas


uma coisa é certa: todas as mulheres, exceto você, se apaixonam
por mim.

Iara-Dom Pedro: Em resumo, é isso, senhor Leonato… Senhor Cláudio


e senhor Benedito, o meu prezado amigo Leonato estende a vós ambos
o convite. Comunico-lhes que iremos ficar um mês pelo menos,
desejando a ele de coração encontrar oportunidade para nós
conversarmos. Me atrevo a jurar que não é hipocrisia o que seus votos
lhe brotam do mais fundo do coração.

Guilherme-Leonato: Se jurardes, milorde, eu tomarei perjuro.( A Dom


João.) Seja bem vindo, milorde, uma vez que reconciliados com o
príncipe vosso irmão, coloco-me ao vosso inteiro dispor.

Ana Vitória-Dom João: Obrigado, não sou de muitas palavras, mas


agradeço.

Guilherme-Leonato: Abraz a Vossa Graça passar na frente?

Iara-Dom Pedro: Vossa mão, Leonato, iremos juntos.

Manuela-Narrador: Saem todos menos Cláudio e Benedito.


Ana Vitória-Cláudio: viu a filha do senhor Leonato?

Guilherme-Benedito: Vi claramente.

Ana Vitória-Cláudio: Não é uma jovem de aparência virtuosa?

Guilherme-Benedito: Pedi a minha opinião de costume?

Ana Vitória-Cláudio: Sim.

Guilherme-Benedito: Acho que ela é muito baixa para um alto louvor,


muito morena para um belo louvor, é muito pequena para um grande
louvor. Eu penso que se ela fosse diferente, não seria bonita, e se não
fosse o que é não me agradaria.

Ana Vitória-Cláudio: Não é isso. Peço que me diga com sinceridade


oque acha daquela jovem.

Guilherme-Benedito: Teria que comprá-la para saber tal informação.

Ana Vitória-Cláudio: Mas como poderia comprar tal jóia?

Guilherme-Benedito: Tem razão.

Ana Vitória-Cláudio: Para meus olhos, ela é uma encantadora criatura


que eu tenha visto.

Guilherme-Benedito: Pois ainda posso ver sem óculos e não enxergo


isso. Mas sua prima, se não tivesse toda essa fúria, a excederia em
formosura. Mas espero que não esteja pensando em se tornar marido,
não é?

Ana Vitória-Cláudio: Só no caso de Hero querer se tornar minha


esposa.
Guilherme-Benedito: Já chegamos a esse ponto? Nunca mais verei um
solteirão com sessenta anos? Se é assim então procure logo se
declarar a ela. Olha! Dom Pedro está à sua procura. (Dom Pedro entra)

Iara-Dom Pedro: O que estão conversando para não entrar na casa de


Leonato?

Guilherme-Benedito: Vossa Graça permita-me falar que Conde Cláudio


está apaixonado pela filha do senhor Leonato, Hero. É como nos velhos
contos de milorde.

Iara-Dom Pedro: Se tem tal amor assim pela filha do senhor Leonato é
porque ela é merecedora.

Guilherme-Benedito: E quanto a mim, nem sinto como ela pode ser


amada, nem como pode ser digna de tal. Morrerei na fogueira
convencido disso.

Iara-Dom Pedro: Como sempre um herege obstinado.

Guilherme-Benedito: Para não fazer a injustiça de desconfiar de


nenhuma delas, reservo-me o direito de não confiar em nenhuma.
Conclusão, permanece a ficar por conta própria solteiro.

Iara-Dom Pedro: Antes de morrer ainda terei que te ver pálido de amor.

Guilherme-Benedito: De cólera ou de fome mas não amor.

Iara-Dom Pedro: Que seja. Mas se em algum tempo se mostrar infiel a


esse princípio, acho que terá uma boa conversa com as sátiras.

Guilherme-Benedito: Nada de zombarias. O assunto de vossos


discursos, mostra, por vezes, uma moldura de pedacinhos muito mal
ajustados. Antes de dizer graças antiquadas, devemos examinar a
consciência. E com isso me despeço. ( Benedito sai)

Ana Vitória-Claudio: Vossa Graça poderia me ajudar?


Iara-Dom Pedro: Ao seu dispor.

Ana Vitória-Cláudio: Leonato tem mais filhos?

Iara-Dom Pedro: Além de Hero nenhuma herdeira. Está mesmo


gostando dela Cláudio?

Ana Vitória-Cláudio: Milorde, quando a vi fiquei completamente


apaixonado por ela. E muito antes de ir a guerra a amava.

Iara-Dom Pedro: Então irei te ajudar. Ouvi dizer que à noite haverá um
baile, nesse baile irei me passar por você e vou me apresentar a Hero e
com ela em meus braços na dança irei lhe contar uma história de amor
irresistível. Depois, direi ao pai dela, senhor Leonato, o que eu quero e o
que eu sinto por Hero. A conclusão é que ela será tua. Temos que
colocar logo o plano em prática!

Manuela-Narrador: Final da cena 1.

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