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CENA 1
Duende entra em cena e começa a narrar a história.
DUENDE- Era uma vez uma fada chamada Malu. Ela era uma pequena
fada que não via o mundo como ele era de verdade, mas sim como ele
poderia ser. Ela colocava sempre um pouco de magia, amor e carinho
em tudo. Para seu pai e sua mãe, Malu era única no mundo. Ela não
tinha título de rainha, é verdade, nem coroa, nem castelo, mas cá entre
nós, ela nem precisava. O seu jeito de ser, bastava. E de tanto bastar,
ela alegrava todos os lugares por onde passava, não tinha uma pessoa
que não a conhecesse. Malu cresceu e se tornou uma grande Fada
Madrinha. Dizem por ai, que havia até fila de espera para ser afilhada
da fada. Malu deixava todo mundo feliz e todo mundo queria ser
cuidado por ela.
CENA 2
Todos estão em cena,menos a fada Malu, falando ao mesmo tempo.
Uma verdadeira confusão: alguns andam de um lado para o outro,
outros fazem gestos grandes e alguns choram de desespero. A
confusão é interrompida pela Detetive.
DETETIVE- Silêncio!!! Como todos sabem a fada Malu se encontra
desaparecida desde ontem. Nós já começamos as buscas e como
detetive é minha obrigação falar com todos próximos à vítima.
PRINCESA- Vítima? Será que ela morreu?
FININHA- Não fala isso, menina! O que a Detetive está querendo dizer é
só questão de protocolo! Termos técnicos.
GLINDA- E agora?
SEREIA- O que vamos fazer?
RAINHA DAS FADAS- Eu, como Rainha das fadas peço que algo seja
feito imediatamente!
RAINHA- Nós também! Afinal, não posso eu, uma Rainha, ficar sem
fada Madrinha. Onde já se viu?
REI- Algo precisa ser feito, eu ordeno!
BRUCE- E se foi um sequestro?
RISO- Verdade! Todos sabemos que o reino não anda muito seguro
desde que fomos submetidos a essas novas regras!
REI- Não vamos falar das questões do reino agora. Precisamos achar
essa menina.
PRINCESA- Ai meu deus! Que horror!!! Uma pobre fada sendo
sequestrada?
GLINDA- Pobre, Malu...Não merecia uma coisa dessas!
DETETIVE- Fiquem calmos. Não vamos tirar conclusões precipitadas.
FININHA- Nós precisamos de provas.
TODOS- Provas?
DETETIVE- Isso mesmo! Nós iremos colher o depoimento de todos
vocês.
FININHA- Queremos saber tudo! Desde a primeira vez que vocês viram
a fada Malu até a última!
RAINHA DAS FADAS- Vocês estão dizendo que somos suspeitos?
GLINDA- Isso é um absurdo!
GLINDA- Concordo! Por que faríamos uma coisa dessas?
PRINCESA- Eu jamais faria alguma coisa contra minha própria fada
Madrinha.
SEREIA- Muito menos eu!
RISO- Eu muito menos!
RAINHA- Essa acusação é sem fundamento.
BRUCE- Nós? (irônico) amamos a fada Malu, por que faríamos uma
coisa dessas?
FININHA- Será?
SEREIA- Isso é verdade também ou é só questão de protocolo?
GLINDA- Isso é um absurdo, isso sim!
Todos começam a falar juntos.
DETETIVE- Silêncio! Vamos todos ficar calmos!
FININHA- Não queremos ser injustos com ninguém.
DETETIVE- É por isso que todos serão ouvidos, um por um. Quem não
deve não teme!
Todos começam a falar ao mesmo tempo indignados com a acusação.
CENA 3
Estão em cena a Rainha das fadas, Detetive e Fininha. Os três parecem
bastante tensos e nervosos.
RAINHA DAS FADAS- Detetive, eu exijo que algo seja feito. A fada Malu
é uma das minhas melhores fadas.
DETETIVE- Nós estamos aqui justamente para isso. A senhora por
acaso não reparou algum comportamento estranho da fada Malu nos
últimos dias?
RAINHA DAS FADAS- Comportamento estranho? Acredito que não.
Malu já é uma fada madrinha há alguns anos… sempre tão dedicada,
amorosa…
FININHA- E quando foi a última vez que a viu?
RAINHA DAS FADAS- A última vez foi no meu escritório. Ela marcou
um horário para conversarmos.
DETETIVE- E sobre o que era essa conversa?
RAINHA DAS FADAS- A Malu veio com uma história esquisita, veio falar
sobre mudanças. Não entendi muito bem. Disse que era coisa da
cabeça dela, que ela devia estar ficando louca!
FININHA- Ficando louca?
RAINHA DAS FADAS- Exato. Ela não falava coisa com coisa.
DETETIVE- Imagino. Mas a senhora não acha preocupante ela ter
falado desse jeito?
RAINHA DAS FADAS- Muitas fadas se queixam para mim, todos os
dias, é normal, mas as coisas que a fada Malu me falou, eram um tanto
quanto esquisitas.
FININHA- Esquisitas?
RAINHA DAS FADAS- É! Então, eu expliquei que devia ser cansaço,
que ela precisava descansar e voltar ao trabalho dela. Fada é assim,
nasceram pra isso mesmo…
DETETIVE- Nasceram?
RAINHA DAS FADAS- Nasceram! Nós fadas temos nossas funções
determinadas assim que nascemos. Eu, por exemplo, sou rainha por
determinação. É questão de dom, sabe. A fada Malu é madrinha de
coração. Ela ama o seu trabalho desde que nasceu e...
FININHA-(interrompendo) A senhora tem certeza? Não acha que…
RAINHA DAS FADAS-(irritada) A senhora acha que eu estou mentindo,
é isso? Eu exijo respeito! Cadê a minha fada? A senhora não imagina o
caos que essa história está causando na nossa comunidade. As fadas
estão assustadíssimas com tudo isso! Onde já se viu?
A detetive puxa fininha para um canto.
DETETIVE- Essa história vai muito além do que pensamos, Fininha.
FININHA- Eu estava pensando exatamente isso! Mas, e agora?
CENA 4
Todos os personagens estão em cena, cada um em um canto. No meio,
a fada Malu. O duende entra para narrar a história.
DUENDE- Perguntas, perguntas, perguntas. Precisam de respostas,
respostas, respostas. Malu ajudava todo mundo e as coisas andavam
esquisitas demais no Reino. O que ela não conseguia entender, era
como ninguém percebia isso. Todos só se preocupavam com as suas
questões. E ela, tadinha, com as questões deles, com as questões do
Reino e quando sobrava tempo, com as questões dela. Será que
ninguém percebeu que tem caroço nesse angu, minha gente?
MALU- Primeiro eu preciso passar no Rei e falar com ele sobre a
questão dos impostos, depois ajudar a dona Maria a fazer os doces
para a festa da primavera, depois ir ao palácio, fazer comprar, ajudar a
Rainha...Ah! Não posso esquecer da colheita.Ai meus deus! É muita
coisa!
TODOS- Malu!
MALU- No que posso ajudar?
Todos entram falando ao mesmo tempo.
Canto3: Bruce está de frente para uma caverna escura. Ele entra em
pânico.
BRUCE- Ai meu deus do céu! Eu não vou conseguir. Droga! Eu nunca
vou conseguir ser um caçador de dragões igual ao meu pai.
A fada Malu surge.
MALU- E nem precisa ser.
BRUCE- Você fala isso porque você é super competente. Pra você é
fácil!
MALU- Facilidade é só ponto de vista. Você acha que eu acho fácil, mas
às vezes é difícil pra caramba. E além disso, você é filho do seu pai e
não ele. Você não precisa ser igual a ele.
BRUCE- E como ele vai sentir orgulho de mim? Com essa guerra vindo
ai, ele vai querer que eu lute junto com ele, Malu.
MALU- Ele vai sentir orgulho de quem você é.
BRUCE- Orgulho de um caçador com medo de escuro?
MALU- Você já fez isso uma vez e deu certo. Por que ter medo de
novo?
BRUCE- Porque toda vez eu lembro que essa caverna ai na frente é
escura e eu tenho muito medo do escuro.
MALU- O escuro pode ser mesmo assustador mas se a sua vontade é
maior...vai em frente.
BRUCE- Eu já tentei, mas quando eu chego bem perto, eu percebo que
o meu medo é bem maior. E aí eu volto.
MALU- Quando você dorme, você não fecha os olhos?
BRUCE- Fecho!
MALU- E fica escuro, não fica?
BRUCE- Fica!
MALU- Quando você dorme, você tem sonhos bons num tem?
BRUCE- Tenho!
MALU- Você só tem sonhos bons se passa pelo escuro do fechar dos
olhos. Agora, fecha os olhos, finge que tá dormindo e entra! Vai que tem
um sonho lindo ai dentro e você tá com medo do que você nem sabe se
existe!
BRUCE- Será?
MALU- Vai, Bruce. Eu acredito em você!
BRUCE- É, mas você não é o suficiente. E toda vez você fala a mesma
coisa e eu continuo com medo. Você não é o meu pai, Malu, isso nunca
vai dar certo.
MALU- Mas, mas...Acredita em mim!
BRUCE- Desculpa, Malu, mas dessa vez eu não vou poder acreditar em
você.
Ele sai andando. A fada fica olhando para ele. O telefone dela toca.
CENA 5
A detetive está em cena para interrogar o Rei e a Rainha, Bruce e
Glinda.
DETETIVE- Como vocês sabem a nossa intenção aqui é descobrir o
que aconteceu com a fada Malu e para isso vocês precisam ser
honestos. Posso contar com vocês?
TODOS- Sim.
DETETIVE- Rei e Rainha, então a última vez que vocês se encontraram
com a Malu foi no palácio de vocês. Como terminou esse encontro?
REI- Olha, Detetive, preciso ser sincero, Malu não estava muito bem...
RAINHA- Querido, não seja indelicado.
REI- Preciso dizer que ela não falava coisa com coisa, Detetive.
RAINHA- O que é um absurdo, cá entre nós!
DETETIVE- Como assim? Sobre o que falaram?
REI- Detetive, a Malu é mais que uma fada madrinha, ela é como uma
fada conselheira. Seu dever é nos ajudar com as questões do Reino,
mas dessa vez ela parecia louca. Não falava nada com nada.
RAINHA- E do nosso relacionamento…
REI- É o que?
RAINHA- A função dela é nos ajudar com as questões do Reino e do
nosso relacionamento.
REI- Você cismou com isso né? Não é possível que você não veja…
RAINHA- Não veja o que? Você tá me chamando de louca?
O Rei e a Rainha começam a brigar.
DETETIVE- Quietos! Não estou entendendo, o que faz disso algo
estranho?
REI- Ela começou a falar sobre questões políticas. Um saco!
GLINDA- Detive, será que não podemos ser mais rápidos e breves?
BRUCE- Verdade. Estamos aqui para ajudar mas…
DETETIVE- Mas, a vida de vocês é mais importante não é mesmo?
GLINDA- Não é isso, Detetive. Não interprete a gente errado.
BRUCE- Eu não faço a minima ideia de onde a Malu possa estar. Nosso
último encontro foi
rápido. Ela estava toda esquisita.
DETETIVE- Esquisita?
GLINDA- É! Esquisita. Com uns tiques estranhos, nervosa, ansiosa.
DETETIVE- Ansiosa?
TODOS- É.
DETETIVE- Será que não passou pela cabeça de vocês que ela poderia
estar certa?
REI- Claro que não.
RAINHA- Ela é uma fada madrinha. Fadas madrinhas concordam.
BRUCE- É verdade. Podemos acreditar nela até um certo ponto.
GLINDA- Detetive, a questão aqui é que já ficou claro que não sabemos
de nada.
DETETIVE- Será mesmo que não sabem?
BRUCE- Se bem que teve outro dia que…
TODOS- SHI...
DETETIVE- Outro dia o que?
BRUCE- Não, não é nada…
DETETIVE- Essa história está muito estranha e eu acho que vocês
podem ser culpados pelo
sumiço da fada.
TODOS- A gente?
CENA 6
Fininha interroga Princesa Sofia, Riso e Sereia Carol.
FININHA- Como vocês sabem a nossa intenção aqui é descobrir o que
aconteceu com a fada
Malu e para isso vocês precisam ser honestos. Posso contar com
vocês?
TODOS- Sim.
FININHA- Princesa Sofia, a senhorita era muito próxima da fada, certo?
PRINCESA- Certo. Princesas tem fadas madrinhas desde que elas
nascem. É como um presente.
FININHA- Então, a senhorita sabia o que ela mais gostava, o que fazia
nas horas vagas... Qual era a cor preferida dela, por exemplo?
PRINCESA- Para falar a verdade, eu não sei.
FININHA- Como não? E sobre o que conversavam?
PRINCESA- Sobre mim.
FININHA- Riso, você saberia me dizer a cor preferida da fada Malu?
RISO- Ah! Deve ser azul. Ela tem cara de quem gosta de azul.
FININHA- Tem cara de gostar? E você, Carol?
SEREIA- Rosa?
FININHA- Meu deus! Você sabem ao menos onde ela morava por
exemplo?
RISO- Numa árvore?
SEREIA- Num castelo?
PRINCESA- Na casa dos pais?
FININHA- Princesa Sofia, a fada Malu perdeu os seus pais quando
ainda era criança. Você não sabia?
PRINCESA- Não. (triste) Ela nunca falou sobre isso.
RISO- Ou a gente não perguntou.
SEREIA- Ou melhor: a gente nem quis saber…
FININHA- Da última vez que a viram, me contem, o que aconteceu.
PRINCESA- Não lembro muito bem.
FININHA- Não?
RISO- Ela estava estranha…
FININHA- Estranha?
SEREIA- Dando uns conselhos esquisitos…
FININHA- Esquisitos?
PRINCESA- Não falava coisa com coisa, Detetive.
SEREIA- Mas nada com que devemos nos preocupar.
FININHA- Tem certeza que só foi isso? Nada demais mesmo?
SEREIA E PRINCESA- Sim!
RISO- Se bem que teve outro dia que…
TODOS- SHI!!!
FININHA- Outro dia o que?
RISO- Não, nada não, esquece...
FININHA- Essa história está muito estranha e eu acho que vocês podem
ser culpados pelo sumiço da fada.
TODOS- A gente?
CENA 7
Malu entra no escritório da Rainha das Fadas. Malu parece muito
cansada e a Rainha muito ocupada.
RAINHA DAS FADAS- Querida, que bom receber você aqui. Não nos
vemos há tanto tempo. Você está ótima! O que quer falar de tão
importante comigo?
MALU- Sabe o que é, Rainha. É que eu...eu nem sei como dizer. Mas,
sinto que nós, fadas, precisamos fazer alguma coisa a respeito do que
vem acontecendo no Reino.
RAINHA DAS FADAS- Já entendi tudo!
MALU- Entendeu?
RAINHA DAS FADAS- Entendi. Mas você precisa entender que ser
madrinha é assim mesmo. A gente vê as coisas e ajuda até onde pode,
faz a sua parte e no final dá tudo certo.
MALU- Eu sei. Acontece que eu gosto de ser madrinha. É bom ajudar
as pessoas e poder abraçar o outro e ver o outro feliz. Mas será que
ninguém percebe o que está acontecendo? Eu preciso que vocês
acreditem em mim.
RAINHA DAS FADAS- Meu amor, claro que acreditam. Mas isso que
você quer, é um absurdo. Você precisa de uma licença? Acho que talvez
você esteja cansada demais não acha?
MALU- É talvez, talvez eu esteja mesmo atarefada e…
RAINHA DAS FADAS- Faz assim, toma um chazinho que passa, tenho
certeza.
MALU- Um chá?
RAINHA DAS FADAS- Nós fadas madrinhas tiramos nossas energias
dos outros, meu amor. Não há nada mais grandioso que isso. Nada de
ser uma fada rebelde hein. Se a vontade do Rei é essa, cabe a você
apoiá-lo em suas decisões. Você sabe que é fada madrinha por
determinação.
MALU- Mas e se isso for errado?
RAINHA DAS FADAS- Lembra do dia do seu juramento?
MALU- (fala como se falasse jurando) Nós fadas madrinhas devemos
seguir nossa missão: colocar os nossos afilhados em primeiro lugar é o
nosso dom.
RAINHA DAS FADAS- É isso! Vai pra casa, toma um banho, dorme e
amanhã vai estar tudo bem, ok? Confia em mim. É assim mesmo, mas
fica tranquila que passa.
Coreografia Malu cansada e triste.
MALU- Passa? Será que passa?
Cena 8
Malu está em cena. Pequenas ceninhas acontecem. Malu se divide em
6. Fica de um lado para o outro. Todos os personagens falam ao mesmo
tempo.
REI- Malu, você precisa nos ajudar. Focar no nosso problema entende?
O povo não para de reclamar.
RAINHA- A minha cabeça vai explodir com essa barulheira toda de
manifestação.
PRINCESA- Esquece essa besteira de amor, Malu. Engraçado, quando
eu era menor achava você mais eficiente.
BRUCE- Quantas vezes vou ter que repetir que você não é o meu pai,
Malu? Que saco! Eu nunca vou conseguir vencer o meu medo.
RISO- E se eu for sem graça mesmo e esse for meu destino? Já pensou
nisso?
GLINDA- Maldição! Eu odeio ser bruxa!!!!
SEREIA- Qual o melhor? O batom rosa ou o roxo?
RAINHA DAS FADAS- Querida, é só tomar um chá que vai dar tudo
certo.
Todos começam a falar ao mesmo tempo.
MALU- CHEGA!!!!!!! Será que não percebem? Caramba! Olhem em
volta de vocês! Estamos vivendo um caos no nosso Reino. E ao invés
disso vocês estão preocupados com as suas jóias, com os seus amores
ou com as suas belezas. Não que vocês não sejam importantes, mas já
pararam pra pensar que se o nosso Reino acabar, vocês também
acabam? Eu preciso que acreditem em mim e me ajudem a acabar com
essa guerra. Precisamos restabelecer a paz do nosso Reino. Estão
comigo?
Ninguém levanta a mão. Ninguém fala nada.
REI- A fada Malu está doida!!!
RAINHA- Pavoroso!
PRINCESA- Que coisa mais feia. Que fada mais mal educada.
BRUCE- Vamos embora o mais rápido possível.
RISO- Que coisa mais sem graça.
GLINDA- Credo! Fadas gritam?
SEREIA- Nossa, você está horrível, Malu!
RAINHA DAS FADAS- Não foi isso que eu ensinei…
MALU- Esperem, eu preciso que vocês acreditem em mim.
REI- Eu sou o Rei e ordeno que ninguém acredite na Fada Malu.
RAINHA- Malu, nós não acreditamos em você.
PRINCESA- Você tinha que estar me ajudando, isso sim.
BRUCE- Pensei que você fosse legal, Malu.
RISO- Eu acreditava em você.
GLINDA- Mas agora não acredito mais.
SEREIA- Tchau, Malu.
RAINHA DAS FADAS- Que decepção para nós, Fadas, Malu.
MALU- Ei, gente, espera.
Malu fica sozinha, cada vez mais fraca.
CENA 9
Malu está enfraquecida. Ela fala sozinha.
MALU- Onde será que foi que eu errei? Sempre me disseram que eu
precisava ser corajosa e justamente quando eu decido ser, dá tudo
errado. Ouvir sempre foi o meu dom. Durante toda a minha vida eu fui
sempre procurada para ouvir desabafos, enxugar lágrimas e consertar
as coisas com abraços apertados. Mas nunca me perguntam um
simples "como você está?". As vezes eu sinto uma solidão enorme. Sei
que sempre serei a fada que sabe e deseja ouvir, mas talvez esteja na
hora de parar um pouquinho. É um desejo que mora em mim, apesar de
ficar em silêncio adormecido às vezes. O que eu faço agora? Eu só
queria que alguém acreditasse em mim (ela adormece).
MALU- Du, eu não sei se vai dar certo. Eu nem sei por onde começar.
DUENDE- Claro que sabe, você sempre soube, só nunca se permitiu
escutar a resposta que está aí, dentro de você.
MALU- Eu to com medo.
DUENDE- O que é a vida se não um caminho cheio de sentimentos?
Pega o medo e vai.
MALU- E se eu não conseguir.
DUENDE- Para de enrolar e vai logo.
Duende começa a se afastar dela.
MALU- Ei, espera, onde você está indo???
DUENDE- Voltando pra casa.
MALU- Mas eu pensei que você fosse ficar aqui comigo.
DUENDE- Eu já fiquei aqui tempo o suficiente, já cumpri a minha
função. Agora é a sua vez.
MALU- Mas, mas…
DUENDE- Vai logo, menina, e não esquece: o segredo é acreditar!
Eles se abraçam. Malu sai correndo.
Cena 10
Todos os personagens estão em cena. A detetive chega com
informações para todos.