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Quincas Borba.pdf
Cena 1
Criado Espanhol vai até a ponta do palco (lado esquerdo) e afirma em voz alta:
— “Os senhores desejam café!” ( sotaque espanhol)
Empregada entra no palco (lado esquerdo) e serve xícaras de café: “Aqui está o café!”
*Enquanto Rubião mexe no café, chega o Cristiano e um criado novo que era espanhol que
foi uma indicação de seu amigo Palha.
Rubião perguntou
— “Quincas Borba está muito impaciente?”
Respondeu Cristiano
— “Me parece que sim.”
Rubião
— “Lá vou soltá-lo.”
Narrador: “Mas ele não foi e ficou pensando na bela Sofia, mulher do Palha, a qual era
secretamente apaixonado.”
Cena 2
Narrador: "Isto é um flashback, voltamos para Barbacena - você vai conhecer o filósofo e
herdeiro Quincas Borba. Este Quincas Borbas estás agora em Barbacena. Logo que chegou,
enamorou-se de uma viúva, senhora de condição mediana e parcos meios de vida;
chamava-se Maria da Piedade. Um irmão dela, que é o presente Rubião, fez todo o possível
para casá-los. Piedade resistiu, um pleuris a levou. Foi esse trechozinho de romance que ligou
os dois homens. Mas Quincas acabou ficando doente e era real o desvelo de Rubião, paciente,
feliz, mas sempre ia visitar o amigo
Quincas Borba entra em cena no chão ao lado direito:
— “Tu és bom, Rubião!”
*Seu amigo Quincas está acompanhando-o.
Rubião: — “Eu estou aqui meu amigo…”
Maria da Piedade: “Nós estamos aqui. É uma tristeza tudo o que está passando…”
*Quincas começa a ficar pálido e tossir, de repente encosta a cabeça e fica inconsciente.
Médico entra em cena pelo lado direito e com a voz embargada diz:
— “Infelizmente seu amigo morreu.”
Cena 3
Carteiro entra em cena pelo lado esquerdo gritando: “ Carteiro!! Então o herdeiro foi de base
mesmo?” e entrega a carta.
*Rubião pega a carta e a lê, ao lado, Maria da Piedade tenta ler também
Cena 4
Rubião desce do palco e da a volta pela plateia resmungando e diz: “ Burro, burro burro!”,
“logo aquele cachorro! “Quincas Borba! Quincas Borba! eh! Quincas Borba! Cadê ele?... Ah
não, mandei-o à comadre Angélica. Tenho que buscá-lo imediatamente.”
*sai correndo e dá a volta na quadra, fica ofegante
Cena 5
Personagens: Angélica, Rubião, Quincas (“cachorro”) + Narrador
Cenário: Casa da comadre Angélica
Contexto: Rubião tenta encontrar a casa da comadre
Narrador: “Lá estava a casa da comadre. Rubião picou o passo; viu alguém; era ela? Era, era
ela, encostada à porta e rindo.
Angélica
— “Que figura que o senhor vem fazendo, meu compadre? Meio tonto, jogando com os
braços.”
Rubião
— “Sinhá comadre, o cachorro!”
Angélica
— “Que cachorro?”
Rubião
— “Que cachorro?! O que lhe mandei. Pois não se lembra que lhe mandei um cachorro para
ficar aqui alguns dias, descansando, não se lembra?
Angélica
— “Ah! não me fale nesse bicho!”
Rubião
— “Mas que lhe fez ele, sinhá comadre?”
Angélica
— “Que me fez? Que é que me faria o pobre animal? Não come nada, não bebe, chora que
parece gente, e anda só com o olho para fora, a ver se foge. Mas o compadre vem buscá-lo?
Não foi isso o que disseram. Pareceu-me ouvir que era para mim, que era dado.”
Rubião respondeu
— “Daria cinco ou seis, se pudesse. Este não posso.”
Angélica: “Venha cá!”
*Então dona Angélica leva o Rubião até o cachorro. Pega o Quincas e sai.
Cena 6
Personagens: Rubião, Cristiano, Sofia Palha + Narrador
Cenário: Estação de trem
Sonoplastia: Barulho estação de trem
Cena 7
Narrador: “Com o tempo, Rubião começou a jantar muitas vezes na casa dos Palha e com o
tempo, ele foi se apaixonando por Sofia, contudo Quincas Borba não gostava muito dessa
companhia. Rubião vivia muito alegre e teve a ideia de se encontrar com dois amigos para
almoçar. Carlos Maria chamava-se o primeiro, Freitas o segundo.”
Rubião: “Diga-me, Sr. Freitas, se me desse na cabeça ir à Europa, o senhor era capaz de
acompanhar-me?”
Freitas: “Não.”
Rubião: “Por que não?”
Freitas: “Porque eu sou amigo livre e talvez nós discordássemos de certas coisas.”
Carlos: “Eu também não o acompanharia.”
Narrador: “Chegaram ao fim, era pouco mais de uma hora. Rubião voltou para casa.”
Rubião - Segura forte a mão de Sofia, a ponto de machucá-la. Se inclina para beijar sua mão.
Ele está sedento por esse momento, é louco por ela.
Siqueira: “Olá! estão apreciando a lua? Realmente, está deliciosa; está uma noite para
namorados…”
Sofia: “Rubião teima em dizer que as noites do Rio não se comparam às de Barbacena, e, a
propósito disso, referira uma anedota de um Padre Mendes... Não era Mendes?”
Siqueira: “Já…”
Rubião: “O padre! o Mendes! Muito engraçado o Padre Mendes!”
D. Tonica: “Papai! Papai está aí?” disse uma voz à porta que dava para o jardim. “Estou com
muita dor de cabeça.”
*Rubião sai de cena. Agora Siqueira e D. Tonica caminham até em casa. O Major vai dormir
no mesmo instante. Enquanto sua filha fica no quarto, remoendo o que viu no baile - Rubião,
único homem solteiro, ficou secando Sofia, nem deu bola para Tonica - que já beira os 40
anos e está solteira.
D. Tonica: “Miserável, indigna, vil… Falsa! Quero ver quando seu marido descobrir sua
traição, vou contar tudo a ele! Não hei de ficar sozinha…” (tom de choro e raiva)
*Sofia e Rubião voltam à cena. Rubião fica ao fundo, refletindo e julgando suas atitudes
naquela noite, arrependeu-se de não saber lidar com a presença do major, ao mesmo tempo se
defende. Sofia, à frente de Rubião, caminha pensando nos galanteios de Rubião.
Rubião: “Fui um maluco. Não posso, não devo, não é bonito ir adiante. Palha é meu melhor
amigo.”
Sofia: “Não imaginava que ele seria capaz daquilo. Quase nos descobrem.”
*Saem de cena
Sonoplastia de carro (Rubião indo para casa).
Polícial: “Este negro está condenado a forca! É um assassino cruel, sem coração!
*Rubião coloca a mão no rosto quando acontece o enforcamento. Só ouve os gritos. Volta
correndo para o cocheiro para chegar logo em casa.
Cocheiro: “Vamos! Ah, esse cavalo é meu melhor amigo, meu companheiro, precisa de
descanso.”
Rubião: “Oh, não acredito que esqueci do meu melhor amigo, Quincas Borba, que me deu
toda riqueza. Sou um ingrato, não posso perdê-lo.”
Rubião: “Pare.”
— “Meu Quincas! Que saudades de ti.” (trocam gestos de carinho).
*Palha ficou algum tempo calado, olhando para a mulher, a ver se adivinhava qual
tinha sido o melhor episódio da noite. Não podia acertar; acudia-lhe isto ou aquilo,
nada; Sofia abanava a cabeça.
* Com uma condição, acudiu ela; não quero zangas nem barulhos...
Palha foi ficando mais sério: Zangas? barulhos? Que diabo podia ser? pensava ele.
Sofia: Pois saiba que ouvi nada menos que uma declaração de amor.
– Foi o Rubião…
Palha: Mas o quê? Quem foi o patife? Rubião? Nunca imaginei tanto, parece tão acanhado e
respeitoso.
Sofia: Podemos cortar relações com ele, de uma vez ou aos poucos…
Palha: “Como assim? Devo para ele, preciso dele para os meus negócios. Vamos fingir que
nada aconteceu.”
*Manhã do dia seguinte, Sofia e Palha continuam em cena. Palha está lendo as notícias sobre
finanças.
Rubião: “Desculpar o quê? É um amigo, como o senhor. Doutor, aqui está o meu amigo
Cristiano de Almeida e Palha. Creio que já lhe falei dele. Este é o meu amigo Dr.
Camacho, — João de Souza Camacho.”
*Rubião lembra da noite com Sofia, quando o Major os interrompeu. Está desconfortável,
logo anuncia
Narrador: “Mas, por que é que Rubião ia deixá-los? Que razão? Que negócio?”
*Palha expressa estranheza, que domínio sobre Rubião esse tal de Camacho possui (pensa em
voz alta)
Narrador: “Camacho era homem político. Formado em direito em 1844, pela Faculdade do
Recife, voltara para a província natal, onde começou a advogar; mas a advocacia
era um pretexto. Já na academia, escrevera um jornal político, sem partido
definido, mas com muitas ideias colhidas aqui e ali. Nefasto, esbanjador, vergonhoso,
perverso, foram os termos obrigados, enquanto atacou o governo; mas, logo que,
por uma mudança de presidente, passou a defendê-lo, as qualificações mudaram
também: enérgico, ilustrado, justiceiro, fiel aos princípios, verdadeira glória da
administração, etc., etc.”
Camacho: “Notei que esteve em uma discussão política. Esta área interessa-te?”
— Os conservadores não se demoram no poder, disse-lhe finalmente Camacho.
Rubião: Não?
Camacho: Não; eles não querem a guerra, e têm de cair por força. Veja como andei bem
no programa da folha.
*Palha se intromete
Palha: “Rubião, meu caro amigo… Saiba que eu e Sofia planejamos ir à Minas há tempos.
Devemos ir nós três. Ou esqueceu que nos conhecemos na ferroviária? Imagina ter Sofia
como companhia na viagem…”
Rubião: “Tá bom! Me convenceram… Por enquanto nem pensarei em pisar em Barbacena.”
— pegou um jornal e disse: Agora preciso ir.
*Enquanto caminha na rua da Ajuda, avista uma criança de 4 anos. Percebe que um carro
desce a rua, os cavalos estão prestes a atropelar o menino. Como reação, corre em direção ao
menino para salvá-lo, acaba machucando sua mão e tem arranhões.
Sonoplastia: Cavalos, sons do cavalgo. Som de batida.
Mãe do Deolindo: “Meu filho!! Deolindo, meu amor! Por um milagre; por este senhor sais
vivo!
— Tu és um herói, toda a vizinhança está vendo!” “Só precisa de esparadrapos para cuidar
das feridas”
Rubião: “Que é isso minha senhora, não é para tanto. Tenho que ir”
Camacho: “Está surpreso meu caro? Este é meu jornal. Não preciso de assinaturas. Preciso
de apoio para os materiais tipográficos e desenvolvimento no texto; ampliar a matéria,
pôr-lhe mais noticiário, variedades, tradução de algum romance
para o folhetim. Contribua com cinco contos.”
Rubião: “Nada demais. Salvei uma criança de um atropelamento. São apenas uns
arranhões.”
Sofia: “Rubião! Que prazer, estas são minha tia - Maria Augusta, e minha prima - Maria
Benedita… Que tal irmos a minha casa para conhecê-las melhor?”
Sofia: “Sentem-se, vou buscar uma bebida. Infelizmente, Palha não está, foi resolver
negócios. Enquanto isso converse com ele, Maria Benedita.”
Maria Benedita: “Nasci e fui criada na roça, perto de Iguaçu, aproveitei e mandei uma carta
para minha prima, avisando que viria à cidade. Estou a aprender francês e a tocar piano.
Minha mãe diz que é bobagem, mulheres da roça não precisam dessas frescuras…”
Sofia: “Acredite, Rubião, Palha e eu sabemos que isso fará diferença para o futuro de
Benedita. Provavelmente ela more conosco. O que acha Maria Augusta?”
Rubião: “Meninas, foi um prazer conversar com vocês, já está tarde e eu preciso ir. Leva-me
até o portão Sofia?”
Sofia: “Claro.”
*De repente, Carlos Maria entra em cena. Rubião fica curioso mas quer ir embora.
No portão, junto de Sofia, Rubião se despede e agradece.
*Carlos Maria interrompe, com uma pintura (retrato) de Sofia nas mãos
Carlos Maria: “É incrível como a senhora é muito mais bela, infinitamente mais bela que a
pintura. Comparem, minhas senhoras.”
*Rubião pensa em voz alta: “Como tens coragem de dizer isto tão naturalmente? Que
intimidade teria?”
Personagens: Rubião, Maria Benedita, Sofia, D. Maria Augusta, Palha, Carlos Maria +
narrador
Cenário: Casa de Rubião, casa dos Palha, loja de importados
Sonoplastia: Clássico suave, instrumentos graves, som baixo
Contexto: Rubião lê a notícia sensacionalista sobre “o herói da Rua da Ajuda”. Maria
Benedita fica na cidade. D. Maria Augusta volta para a roça. Encontro com Carlos Maria.
Sociedade entre Rubião e Palha. Carlos Maria dança com Sofia no baile, Rubião desconfia.
*Rubião está tomando café da manhã. Lê o jornal e encontra uma notícia com seu nome
Rubião: “Herói da Rua da Ajuda… Mas essa não é a verdadeira história, muitas informações
estão equivocadas. Pensando bem, até que não foi muito diferente. Essa matéria venderá!”
Palha: “Decidido então! Maria Benedita ficará aqui para aprender francês e piano.”
Sofia: “Tia, fique tranquila, sabe que isso não é bobagem e garantirá um bom futuro para a
família. Suas propriedades não valem muito, e com o passar do tempo perdem mais valor. É
um investimento para salvar-nos. E Maria Benedita é super dedicada, aprende rápido.”
D. Maria Augusta: “O que me resta é arrumar as malas e voltar para minha roça. Virei
visitá-los sempre que possível.”
Palha: “Meu amigo, pode-me emprestar mais dinheiro? Tenho negócios para resolver, e a
nossa importadora para manter.”
Rubião: “Sei que tu pagarás suas dívidas, por isso te emprestarei um pouco.”
*Rubião pensa em voz alta: “Estou ficando sem a herança, Palha me pede muito dinheiro.
Ah, não! Rubião. Ele é seu amigo, não fará o mal. Está me pagando aos poucos. Hei de
reverter essa situação.”
Sonoplastia: Valsa
*Carlos Maria está dançando com Sofia no centro do palco. Ao redor estão os outros
convidados, dentre eles está Rubião acompanhado de uma mulher.
Todos estão valsando. Até que Sofia avista Rubião
Carlos Maria: “Tens certeza de que está bem? É melhor pararmos, vou ao gabinete.”
Rubião: “O que pretendes com Sofia? Há um tempo que percebo seu interesse nela…”
Sofia: “Não se engane. Ele dança muito bem… Vá ver Maria Benedita.”
*Quando Palha saiu, ela foi até a janela e encontrou um texto, uma declaração de amor.
— “Quem escrevera isso?”
“A noite era clara; fiquei cerca de uma hora, entre o mar e a sua casa. A senhora
aposto que nem sonhava comigo? Entretanto, eu quase que ouvia a sua
respiração. O mar batia com força, é verdade, mas o meu coração não batia
menos rijamente; com esta diferença que o mar é estúpido, bate sem saber por
que, e o meu coração sabe que batia pela senhora."
Sofia vai à janela e olha para o mar: “Arrependi-me de ter lido este texto. Não paro de
repeti-lo em meus pensamentos… Vejo a marca de Carlos Maria.”
*corta
Narrador: “Ao recordar-se da notícia que lhe deu de haver ido à Praia do Flamengo, na outra
noite, não pôde suster o riso, porque não era verdade. Nascera-lhe a ideia da própria
conversação; mas nem lá foi nem pensara nisso. Afinal susteve o riso, e até arrependeu-se
dele; o fato de haver mentido trouxe-lhe uma sensação de inferioridade, que o abateu.
Carlos Maria pensa em voz alta: “Devo contá-la que o texto foi inventado?”
*tom irônico
Cena 16
Personagens: Rubião, Carlos Maria, Sr. Freitas, Camacho + Narrador
Cenário: Casa em Botafogo
Cena 17
Personagens: +Narrador
Narrador: “No caminho do escritório de Camacho, Rubião, num impulso, salva a vida do
menino Deolindo. Seu ato de heroísmo acaba parando nas páginas de um jornal, o Atalaia.
Isso desperta a vaidade do protagonista, que se entrega à falsa modéstia, pouco depois de
conhecer Maria Benedita, a prima de Sofia.”
Cena 18
Personagens: Maria Benedita, D. Fernanda, Carlos Maria, Rubião + Narrador
Narrador: Maria Benedita, auxiliada por D. Fernanda, se casa com Carlos Maria. Em diante,
a loucura de Rubião se acentua, e ele passa a acreditar que é o imperador francês Luís
Napoleão. Então, quando é zombado na rua por algumas crianças, Rubião vivencia uma
ironia do destino:
Narrador: Um deles, muito menor que todos, apegava-se às calças de outro, taludo. Era já na
Rua da Ajuda. Rubião continuava a não ouvir nada; mas, de uma vez que ouviu, supôs que
eram aclamações, e fez uma cortesia de agradecimento. A surriada aumentava.
Cena 19
Personagens: Sofia e Cristiano Palha, Rubião, Carlos Maria, Maria Benedita, Camacho
Contexto: Todos estavam se aproximando de Rubião por puro interesse financeiro, Rubião
era apaixonado por Sofia e Cristiano a convenceu de deixar ele "dar em cima dela" porque
eles estavam fechando uma sociedade juntos.
No banco: Começa com Rubião evitando contato com Sofia e negando ir ao Flamengo, até
seu sócio (Palha) o encontrar no banco dizendo que viu Sofia saindo de carro com uma
senhora desconhecida, e convidar ele para o Flamengo, fazendo Rubião finalmente aceitar o
convite.
Na festa: Uma festa aos contextos da época, começa que Sofia se produz inteira pra essa
festa com o intuito de chamar a atenção de Rubião, mas na vdd ela é apaixonada pelo Carlos
Maria.
Cena Banco:
Rubião: “Tenho que quitar minhas dívidas urgentemente!” (com papéis na mão simulando
documentos) *olha para Cristiano
— “Cristiano você também tem dívidas?!”
Cristiano: “Sei que você não vai à festa na quarta, mas venha tomar um chá lá em casa pelo
menos.”
Rubião: “Agora só resta comprar alguns brilhantes para mandar como felicitações para Sofia
até quarta.”
*ambos saem do palco
Cena 20
Personagens: Carlos Maria, Maria Benedita, Sofia, Rubião, Figurantes
Cenário: Algumas mesas com pessoas vestidas a caráter, em uma delas Carlos Maria, Maria
Benedita e mais uma mulher
Contexto: Festa de Flamengo.
Sofia: “Rubião, é muito bom ver você aqui, aliás muito obrigada pela carta e pelos
brilhantes!”
Cena 21
Personagens: Rubião, Sofia + Narrador
Cenário: Área externa da festa
Sofia: “A propósito você ficou sabendo sobre o casamento de Carlos e Maria Benedita?”
Rubião: “O QUÊ?!” (grita com espanto)
— “Como assim eles vão se casar?!”
Sofia: “Também estou espantada, recebi esse aviso recentemente. E agora o que eu irei
fazer?!”
— “EU SOU LOUCAMENTE APAIXONADA POR CARLOS MARIA! POR QUE TEM
QUE SER ASSIM?!”
*Sofia sai correndo e chorando do palco
Narrador: “Naquela hora, o amor finalmente mostrou sua verdadeira face, a face de sempre
machucar quem escolhe amar!”
Cena 22
Personagens: Rubião, Cristiano Palha + Narrador
Cenário: Escritório
Contexto: Fim da sociedade.
*Rubião sentado em uma cadeira pensativo (documentos sobre a mesa), Palha chega ao
escritório
Narrador: “O fim de sua sociedade com Cristiano foi a chave para o início da loucura na
mente de Rubião…”
Cena 23
Personagens: Rubião, barbeiro + Narrador
Cenário: Barbearia
Barbeiro: "Senhor, o que está acontecendo com você para pedir um corte igual de
Napoleão?”
Rubião: “ISSO É SIMPLES JOVEM, EU SOU NAPOLEÃO, EM CARNE E OSSO!”
Barbeiro: "Senhor, você está ouvindo o que está dizendo?”
Narrador: “Naquele corpo, não existia apenas Rubião, agora duas personalidades diferentes
estavam nele, e o pobre homem foi dominado pela loucura…”
Cena 24
Personagens: Sofia, Cristiano, Rubião, caixa da livraria
Cenário: Livraria
*Rubião está no pico de sua loucura, encontra Sofia enquanto ela vai a livraria para comprar
um romance quando essa percebe a presença de Rubião esconde sua cara percorrendo com os
olhos os livros da prateleira, após receber o troco ela guarda ele e de cabeça baixa sai da
livraria, após isso ela apressa seu marido para ele colocar Rubião em alguma casa de saúde.
Sofia: “Cristiano, Rubião está fora de controle! Suas loucuras estão me irritando! Você tem
que se livrar dele logo! Coloque ele em um asilo ou algo do tipo, nos liquidaremos de seus
bens e teremos sua fortuna sem ter que aturá-lo!”
Cristiano: “Tudo no seu tempo Sofia, teremos que fazer alguns preparos antes disso. Não se
preocupe, a riqueza de Rubião será nossa logo, logo.”
Cena 25
Personagens: Cristiano, Rubião, Quincas (“cachorro”), criado
*Cristiano aluga uma casa onde ele joga Rubião junto com alguns trastes e o cachorro
Quincas, Cristiano convencendo os outros que Rubião está mal e precisa estar sozinho faz
ninguém ir visitar Rubião, algo que o deixa triste e o faz sentir abandonado.
Cristiano conversa com o criado de Rubião, o convencendo a trabalhar para ele.
Cristiano: “Sabemos que Rubião é insano, mas eu quero que ele esteja confortável, sirva a
Rubião. Faça serviços ao redor da casa e te pagarei, além de te deixar esbaldar-se com a
comida da casa de Rubião.”
Criado: “Esse dinheiro não vale morar com esse louco, estou fora.”
Cristiano: “Rubião não passa bem! Visitas estão fora do limite! Ele precisa de tempo
sozinho, por favor, não o importune!"
*A cena volta para Rubião que se sente sozinho, seu criado não conversando com ele, em sua
casa ele espera algum tipo de visita, algum amigo antigo mas ninguém o vem visitar.
Rubião: (olhando para Quincas) “Quando será que eles irão chegar..?”
Cena 26
Personagens: Dr. Falcão, Quincas (“cachorro”), criado, figurantes (crianças - uma delas é
Deolindo), figurantes (vizinhança)
*Dr. Falcão acha que tem possibilidade de Rubião melhorar, ele vive entre o cão e o criado,
sem ter grandes crises nem longos repousos. O criado acha graça na loucura de Quincas,
assistindo enquanto ele conversa com o cachorro e com as paredes ele depois fofoca sobre os
delírios de Rubião com os amigos da vizinhança.
Criado: “O estado de Rubião piora! Agora ele fala com o próprio cachorro enquanto sussurra
para suas paredes!”
*O povo ouve e discute o estado de Rubião, a fofoca se espalha.
Tempo depois Rubião sai de sua casa, e quando sai várias crianças começam a caçoar dele
gritando: "Ó gira! Ó gira!". Rubião, não entendendo a situação, acha que é um sinal de
respeito das crianças, ele faz uma cortesia de agradecimento.
Cena 27
Personagens: Rubião, Cristiano, Quincas (“cachorro”), ‘enfermeiros(as)’
Rubião finalmente é internado em uma casa de saúde sem protestar, ele apenas pede para que
lhe entreguem seu cão, Quincas. Cristiano liquida os bens de Rubião, que tem previsão de 6 a
8 meses para melhorar de sua loucura. Algum tempo depois, Rubião foge e desaparece sem
ninguém sendo capaz de encontrá-los (Rubião e Quincas). Rubião escreve à Palha, oito dias
antes de fugir da casa, que teve uma crise mental mas agora estava saudável e queria sair de
lá. Palha o informa que consegue fazer ele sair, mas demorará uns dias. Palha descobre com o
diretor que para Rubião realmente ser curado iriam demorar dois meses.
Cristiano chega na casa de Rubião
Rubião: “Grande amigo! Há tempos que não te vejo. Sinto que estou ficando quase senil
ultimamente..”
Cristiano: “Pois vim falar sobre isso com você, Rubião, seguindo o nosso interesse, o melhor
seria o internar numa casa de saúde para que os médicos resolvam melhor seu problema.”
Rubião olha para Cristiano, depois para o chão e finalmente para o cachorro. Ele pensa por
breves momentos antes de falar para Cristiano.
Rubião: “Certo. Acho que você está certo. Talvez os médicos possam me ajudar melhor, mas
eu teria que levar Quincas comigo.”
Cristiano olha para Quincas.
Rubião então é internado, após isso mostra-se que Cristiano está liquidando os seus bens após
ouvir do doutor que Rubião tem um período de 8 meses para se curar de sua loucura.
Após algum tempo internado, Rubião decide fugir da clínica, ninguém é capaz de o encontrar.
Dias antes dele fugir ele tinha escrito uma carta para Palha que estava saudável e que queria
sair de lá, Palha o informa que ele pode sair mas demorará, impaciente ele foge.
Cena 28
Personagens: Rubião, Quincas (“cachorro”), comadre de Rubião
Cenário: Barbacena
Rubião volta para Barbacena, a velha cidade natal, junto com Quincas cachorro. Em sua
cidade natal, Rubião e seu cachorro passam fome e cheios de fadiga até a comadre de Rubião
os agasalhar e alimentar. Rubião tinha febre e come pouco apenas bradando "Ao vencedor,
as batatas!" Dias depois Rubião morre, em suas últimas ações ele põe sua coroa, algo irreal,
um nada, em sua cabeça e em suas palavras pede para guardarem a sua coroa, Quincas
cachorro que também estava doente procura seu dono, nunca o encontrando, e amanhece
morto na rua
Rubião e Quincas andam com fome e maltratados pela velha cidade natal de Rubião até sua
comadre o ver e oferecer a ele agasalhos e comida, Rubião está com febre e come pouco
bradando em sua loucura
Dias depois Rubião morre, em suas últimas ações ele põe sua coroa, algo irreal, um nada, em
sua cabeça e em suas palavras pede para guardarem a sua coroa, Quincas cachorro que
também estava doente procura seu dono, nunca o encontrando, e amanhece morto na rua