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Guião: O PRIMO BASÍLIO

EÇA DE QUEIRÓS

 Personagens: Dona Luísa, Basílio, Juliana, Sebastião e Dona


Leopoldina
 Espaço: Lisboa
 Tempo: Verão de 1778
 Género: Romance
 Período: Realismo

Iº Capítulo
Jorge: Tu não te vais vestir, Luísa?

Luísa: Logo.

Jorge enrolou um cigarro, e muito repousado, muito fresco na sua camisa


de chita, sem colete, o jaquetão de flanela azul aberto, os olhos no teto,
pôs-se a pensar na sua jornada ao Alentejo.
Jorge: Sou engenheiro de minas, no dia seguinte partirei para Beja, para
Évora, mais para o sul até São Domingos.
Luísa: Você tem que ir mesmo?
Jorge: Tenho mesmo que ir!
E lá se foi o marido.
Luísa: Juliana! Juliana!
Juliana: És-me aqui senhora!
Luísa: Você já arrumou meu quarto?
Juliana: Vá me desculpar minha senhoria, ainda não arrumei.
Tendo voltado voltado de viajem seu primo Basílio, o qual vivera um
romance quando era mais jovens, e que havia viajado no exterior. E bate
a porta da casa de sua prima Luísa.
Juliana: Quem bate desta maneira?
Basílio: Boa tarde, a dona Lulú está?
Juliana: Quem?
Basílio: A Dona Luísa.
Juliana: Dona Luísa, tem alguém a porta chamando por si, diz ser seu primo.
Luísa: Oh, meu Deus! Será que é ele? Manda-o entrar enquanto vou me
preparer.
Juliana: Dona Luísa já vem, você aceita um cfé ou um chá?
Basílio: Não precisa não.
À empregada sai assim que a Dona Luísa chega.
Luísa: A quanto tempo, onde você esteve?
Basílio: Estive em vários lugares neste anos todos. Bateu aquela falta por isso
vim ti ver.
Luísa: Eu também senti.
Basílio: Trouxe presents para ti, para provar o qunto pensei em ti.
Luísa: Ora essa, muito obrigada!
Basílio: E cadê seu marido?
Luísa: Está viajando, é um homem muito ocupado.
Basílio: Você fica esse tempo todo sem satisfazer suas vontades?
Luísa: Vontades? Você está me gozando?
Basílio: Calma Lulú, estou brincando.
Então Basílio colou uma música que os dois gostavam muito naltura, e a
Juliana, a empregada doméstica estava opservando, e logo não gostou do
primo.
Basílio: Lembra desta música?
Luísa: Claro que me lembro! É da nossa época de namoro.
E logo começaram a dançar, os dois bem juntinhos.
Basílio: Lembras quando a gente dançava assim?luísa: Lembro, era o tempo
das melhores danças.
E Basílio estando muito perto dela tenta beijá-la.
Luísa: Me larga, o que você está fazedo? Eu sou casada.
Basílio: Olha Luís me desculpa.
Luísa: Melhor você ir embora.
Basílio: Eu vou, mas diz que você náo gostou?
Luísa: Vai amanhã conversamos melhor.

Capítulo II

No dia seguinte.
Juliana: Dona Luísa, tem uma carta para você! É do estúpido.
Luísa: Você leu?
Juliana: Não, mas ele até que escreve bem, que nem o Sambumba!
Na carta estava escrito: Amei o nosso beijo.
E Dona Luísa sentindo se desejada e com certa carência causada pela
ausência do marido, responde a carta de seu primo Basílio. Então Basílio
passou a frequenter muito a casa de Dona Luísa, sua prima, e a viziança
comçou a falar. Tais falatórios chegaram até aos ouvidos de Sebastião,
este era amigo de Jorge de longa data, que passou assim a ser amigo do
casal. Ounvindo o Dona Luísa recebera todos os dias a visita de seu primo
Basílio, decidio ir ter com ela.
Sebastião: Bom dia senhorita Juliana, a Dona Luísa está?
Juliana: Boa tarte, ela está sim, vou chamá-la.
Luísa: Boa tarde Sebastião.
Sebastião: Boa tarde Luísa.
Luísa: O que lhe trás por cá?
Sebastão: Tenho ouvido que tem recebido visitas de seu primo, olha Dona
Luísa, não cai bem uma mulher casada como a senhora, receber todos os dias
visitas de um homem solteiro enquanto seu marido está fora.
Juliana: É verdade, não cai nada bem. — Com uma voz de intrometida.
Luísa: As pessoas só espalham buatos.
Sebastão: Por isso lhe aconselhamos que deixasse de andar com a Dona
Leopoldina, por ter vários relacionamentos, mesmo já sendo casada.

Capítulo III
Desde aquele instante o primo Basílio deixou de aparecer em casa da
Dona Luísa. Mas eles continuaram a trocar cartas as escondidas e tendo
um lugar secreto onde se encontravam todos os dias. Certo dia Juliana
estava arrumando a sala e encontrou uma carta de Basílio, dizendo como
tem sido os encontros dos dois. E ela guardou consigo, e não quis mais
arrumar a casa, deitou-se no sofa esperando pela Dona Luísa. Quando a
Dona Luísa chega em casa vê que a casa esta desarrumada e encontra
Juliana esperniada no sofá.
Luísa: Porquê nada está arrumado e estás esperniada no meu sofa? — disse a
Dona Luísa já muito zangada.
Juliana: Foi bom o encontro com o Basílio? — com um sorriso malvado
enquanto falava para a patroa.
Luísa: Você tem Certeza do diz?
Juliana: Tenho! O que é isso aqui? Me explica.
Luísa: Como conseguiu isso aqui? Me devolve.
Juliana: Você foi tão descuidada, ao ponto de deixar por cima do sofa, e não
devolve à carta, e tenho outras que você jogou no lixo, agora você fará tudo
que eu mandar se não…
Luísa: Senão… o quê?
Juliana: Senão vou contar tudo ao seu marido!
Luísa: Ai meu Deus! Não conta nada a ele, eu faço o que você quiser. —
tremendo de medo.
Juliana: Apartir de hoje você arruma à casa, quero jóias caras e dinheiro
também. Caso contrário, vou contar tudo ao seu marido.
Luísa: Mas eu não tenho tudo isso!
Juliana: Isso aí não é problema meu.
Luísa contou ao primo o que havia sucedido, ele disse que não era
problema dele e que ela resolvesse, e supreendentemente o primo fugio.
Muitos dias se passaram e Luísa continuava a limpar a casa, cozinhar,
lavar e tudo qundo a empregada fazia. Ela tinha que fazer tudo de noite.
E certo dia seu marido chega de viajem, Juliana não disse nada e
continuous chantagiando a patroa, mas seu marido apercebeu-se que a
empregada não fazia nada e a enchotou. Ficando preocupada Dona Luísa
foi ter com Sebastião.
Luísa: Sebastião, preciso de ajuda, estou desesperada!
Sebastião: Calma mulher, o que se passa?
Luísa: Eu traia meu marido com o meu primo.
Sebastião: Eu bem sabia!
Luísa: Trocávamos cartas de amor, e à empregada encontrou-as e me
chantagiou pedindo dinheiro, jóias caras, roupas e dinheiro.
Sebastião: Que sujeira! Te vou ajudar.
Sebastião foi ter com à polícia em casa da empregada, mas disse que ela
havia roubado da patroa enquanto seu marido estivera de viajem,
estando em casa da empregada vendo à polícia teve um ataque e morreu.
Porém, a Dona Luísa fazia os trabalhos de noite o que fez com que ela
estivesse muito doente, e também viria a morrer. Passado assim um bom
tempo, o primo Basílio decidiu enviar uma carta a sua prima, não
sabendo que ela já estava morta, e por conseguinte o marido é quem
recebe a carta e o primo volta para sua vida de Aventura e o marido é
quem fica triste e sozinho.

Notas do autor
Enquanto ao processo — estimo que você o aprove. Eu acho no Primo Basílio uma

superabundância de detalhes, que obtive, e abafo um pouca a ação; o meu processo precisa

simplificar-se, condensar-se — e estuda isso; o essencial é dar a nota justa; um traço justo e

sóbrio, cria mais que a acumulação de tons e de valores — como se diz em pintura. Mas

isto é querer muito. Pobre de mim — nunca poderei dar a sublime nota da realidade eterna,

como a divina Balzac — au a nata justa da realidade transitória cama a grande Flaubert!

Estes deuses e estes semideuses da arte estão nas alturas — e eu, desgraçadinho, rabeio nas

ervas íntimas. E todavia se já houve sociedade que reclamasse um artista vingador é esta! E

sobretudo, vista de longe no seu conjunto, e contemplada de um meio farte como este aqui

(sejam quais forem os seus grandes males, forte decerto) que contrista, achá-la tão

mesquinha, tão estúpida, tão convencionalmente pateta, tão grotesca e tão pulha!

Alegra-me que você queira escrever alguma coisa sobre o Basílio; a sua opinião, publicada,

daria ao meu pobre romance uma autoridade imprevista. Dar-lhe-ia um direito de

existência; e de todos os defeitos, faltas, ou erros que você notar — tomarei cautelosamente

nota. Eu tenho a paixão de ser lecionado; e basta darem-me a entender o bom caminho para

eu me atirar para ele. Mas a crítica, ou a que em Portugal se chama a crítica, conserva sobre

mim um silêncio desdenhoso.


Como você viu bem o caráter do Basílio! Está claro que a fortuna nunca o poderia ter

moralizado; a sua fortuna, como você diz, foi um bambúrrio; era pulha antes, um pulha

pobre — depois tornou-se apenas um pulha rico. Pessoas amigas escrevem-me dizendo, que

parece incrível que um homem que trabalhou na Brasil com valor; seja no fundo um

canalha! Estranha opinião! A Bahia considerada — como a Fonte Santa da Purificação...

Basta de cavaqueira. Se você publica algum livro por esta ocasião — mandemo; e se tiver

par aí alguns volumes da sua História da literatura a de mais, e que lhe não façam falta, dê-

os ao Ramalho que ele nos manda. Eu, os que tinha, perdi-os estupidamente, com as obras

de Shakespeare, de V. Hugo, num caixote, caminho da Havre, e outras abras mais. Escrevi

para o Porto a um amigo a mandá-los pedir; e nunca me respondeu sequer: e eu preciso

deles para um pequeno trabalho. Se não se esquecer — lembre-se. Um abraço do

Seu grande admirador, e dedicado amigo velho,

Eça de Queirós.

E o fim!

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